cartilha patrimonial pch´s do rio juruena

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ÍndiceÍndice

O Programa de Pesquisa .......................................................................................................02Apresentação.........................................................................................................................03Patrimônio Cultural ..............................................................................................................05O Patrimônio Cultural da Região do Rio Juruena .................................................................08Patrimônio Arqueológico......................................................................................................09O Trabalho do Arqueólogo ...................................................................................................10Estudando o Sítio Arqueológico  ..........................................................................................11Como é feita uma escavação ................................................................................................12Arqueologia no Rio Juruena .................................................................................................14O Laboratório de Arqueologia ..............................................................................................17A nossa história ....................................................................................................................18O Estado de Mato Grosso ....................................................................................................19O Ciclo do Ouro.....................................................................................................................20O Ciclo do café e da Borracha...............................................................................................21Comissão Rondon ............................................................................................................... .22Sapezal ..................................................................................................................................25Campos de Júlio  ...................................................................................................................26A Preservação do Patrimônio Cultural e dos Sítios Arqueológicos ..................................... 27

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O Programa de Pesquisa...O Programa de Pesquisa...

Esta cartilha apresenta para vocês o resultado das pesquisas arqueológicas e históricas

desenvolvidas na área de oito Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) localizadas no vale do rio

Juruena, Estado do Mato Grosso.

Em cumprimento à legislação brasileira foram realizados estudos com o objetivo de registrar,

conhecer, preservar e valorizar o patrimônio pré‐colonial, histórico e cultural da região, ou seja,

a herança dos povos indígenas, dos colonizadores europeus, das comunidades tradicionais e de

nós mesmos.

Com isso você vai entender e descobrir um pouco do Patrimônio Cultural da sua região.

Boa Leitura!

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Apresentação...Apresentação...

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Olá! Meu nome é Zé Patrimônio, juntos faremos uma viagem ao mundo da arqueologia, mas antes de continuar eu gostaria de apresentar alguns amigos que nos ajudarão 

nessa aventura.  Vamos Lá!

Eu sou o Dudu, estou ansioso para embarcar nessa aventura! Temos 

muito o que pesquisar!

Sou a Maria Cultura, não vejo 

a hora de conhecer os patrimônios culturais e 

arqueológicos daqui!

O Programa de Pesquisa...O Programa de Pesquisa...

Em primeiro lugar, vamos nos localizar e ver onde ficam estas oito PCH’s do vale do rio Juruena. 

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Patrimônio Cultural ...Patrimônio Cultural ...

Vamos começar a nossa aventura falando um pouco sobre o Patrimônio Cultural da sua região? Mas , afinal, o que é Patrimônio Cultural?

Quando ouvimos a palavra patrimônio logo imaginamos os bens que adquirimos ou

herdamos dos nossos pais, avós e parentes próximos, como uma casa, um automóvel, uma

propriedade rural, objetos pessoais, não é mesmo? 9.420.1206‐0

Nesse caso, estamos falando de um patrimônio muitas vezes de apego econômico, mas

não é só isso, temos também o Patrimônio Cultural.

O Patrimônio Cultural pode ser definido como um bem, uma herança ou um conjunto de

elementos a que damos valor e com os quais temos uma relação de identidade coletiva.

Você pode dizer que Patrimônio Cultural é tudo aquilo que se refere aos bens materiais e

imateriais que representam nossas ações, nossos costumes, crenças e memórias.

O Patrimônio Cultural é dividido em dois grupos: Patrimônio Material e Patrimônio

Imaterial.5

Patrimônio Cultural...Patrimônio Cultural...

Mas, como eu descubro a diferença entre Patrimônio Imaterial e Patrimônio 

Material?

Muito fácil! O Patrimônio Materialcompreende objetos, estruturas, entreoutras coisas materiais que possuemalgum valor para determinadacomunidade. Como:

o Utensílios domésticos;

o Acervos históricos;

o Núcleos urbanos;

o Sítios arqueológicos;

o Parques e jardins;

o Edifícios e casas.Exemplo de cultura material: coleção de fragmentos cerâmicos do sítio 

arqueológico Rondon 4.

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Patrimônio Cultural...Patrimônio Cultural...

E o Patrimônio Imaterial?

Compreende as heranças culturais e outrasmanifestações referentes aos conhecimentostradicionais de uma comunidade, que sãoigualmente importantes e também devem serpreservadas. Veja exemplos:

o Histórias de vida, histórias de uma 

comunidade;

o Tradições e costumes que formam os 

“saberes populares”;

o Modos de criar, fazer e de viver;

o Contos, danças, músicas e folclore;

o Criações artísticas, culturais e tecnológicas.

Exemplo de Patrimônio Imaterial: dança típica amazônica  (Programa 

Arqueológico UHE Jirau/RO).

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Patrimônio Cultural...Patrimônio Cultural...

Agora que  você já sabe o que é Patrimônio Cultural, contribua!

Compartilhe o seu conhecimento!! Em forma de vídeo, foto ou texto, conte um pouco mais sobre os 

patrimônios materiais e imateriais da sua região.

INSERIR VÍDEO

INSERIR VÍDEO

INSERIR FOTO

INSERIR FOTO

INSERIR TEXTO

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Dica do Zé Patrimônio: Os mais velhos são grande fonte de informações, sente‐se para ouvir uma história de seus pais, professores e avós! 8

O Patrimônio Cultural da Região doRioJuruena...O Patrimônio Cultural da Região doRioJuruena...Em Sapezal conhecemos o Senhor Nivaldo Bertollo, morador da cidade, que reuniu e preserva umacoleção de materiais da Estação Telegráfica de Rondon. Segundo o Sr. Nivaldo, as peças foramencontradas submersas no rio Juruena. Em sua coleção destacam‐se peças como cavadeiras, enxadão,prato de alumínio, panela de ferro, roda de carroça, peças de bronzes para carroças, isolantes térmicospara postes, entre vários outros.

Senhor Nivaldo Bertollo, morador da cidade deSapezal, com sua coleção de documentos sobre oMarechal Cândido Rondon.

Arma tipo Colt 44, que o Sr. Nivaldo encontrou mergulhandonas corredeiras do rio Juruena.

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Patrimônio Arqueológico...Patrimônio Arqueológico...

Você já ouviu falar em Arqueologia? A arqueologia é uma ciência que estuda e procura entender asdiversas sociedades que habitaram a Terra ao longo dos tempos. Este estudo é realizado através dalocalização dos vestígios materiais que essas sociedades deixaram. Ou seja, utensílios, ferramentas,restos de alimentação, desenhos feitos em cavernas ou lajes de rocha e outros materiais servemcomo pistas para que os arqueólogos entendam os costumes e culturas de cada sociedade.

O responsável por realizar estes estudos é oarqueólogo. Ele integra uma equipe composta porvários profissionais como geógrafos,historiadores, antropólogos, entre outros.As técnicas de trabalho do arqueólogo variam, deacordo com o local e o objeto de estudo.

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O Trabalho do Arqueólogo...

Durante as pesquisas arqueológicas existem diferentes etapas de trabalho. Vamos conhecer agora

um pouco de cada uma delas!

Encontrando o Sítio Arqueológico!

Antes de iniciar os trabalhos de campo épreciso realizar um estudo da área que seráalvo da pesquisa. São desenvolvidos estudosbibliográficos, análise de mapas, entre outrosestudos referentes à região. Com isso, oarqueólogo define a área que será estudada, osobjetivos da pesquisa e os métodos deinvestigação que irá utilizar. Depois começa opercorrimento da área, anotando, registrandoe mapeando todo vestígio encontrado, eentrevistando moradores da região atrás denovas informações. Desta maneira sãocadastrados lugares que apresentam vestígiosde ocupação humana, chamados de sítiosarqueológicos.

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Estudando o Sítio Arqueológico...Estudando o Sítio Arqueológico...

Após a localização de um sítio arqueológico inicia‐se o seu estudo. Para tanto, o arqueólogo containicialmente com a ajuda de mapas, imagens de satélite e radares, e assim começa a investigação doterreno. São marcadas e abertas sondagens para checar a existência de vestígios embaixo da terra,deixados pelos povos que ali moraram. Estes sítios arqueológicos são então mapeados e depois seiniciam novas etapas de pesquisa através de escavações.

Saiba Mais!!

Você sabe o que é um vestígio arqueológico?

Se procurar a palavra “vestígio” em um dicionário, você verá que significa:sinal, pegada, marca ou rastro; sinal de uma coisa que aconteceu, de umapessoa que passou. E a palavra “material” se refere à matéria, ou seja, tudoaquilo que conseguimos tocar, pegar. Por exemplo: ferramentas em pedralascada, uma antiga fogueira, fragmentos de vasilhas em cerâmica, restos deconstruções, entre outras coisas.

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Como é feita uma escavação?!

O que vem à sua mente quando lê a palavra escavação? Você pensa em fazer buracos? Se essa for asua ideia, teve um bom raciocínio, pois, no dicionário escavação significa cova, vala. Mas, emarqueologia, o termo vai além de abrir uma cova. A escavação é sinônimo de investigação.Quando é realizada uma escavação arqueológica, tudo é feito com muito cuidado e cada objetoencontrado é registrado (em fichas de campo, desenhos e fotografias) para que, depois, se criemhipóteses sobre os modos de vida dos grupos humanos que ali estiveram.

Saiba mais: tipos de sítio arqueológico

Já vimos que sítio arqueológico é o local ondesão encontrados os vestígios materiaisdeixados por grupos humanos que passarampor ali. Este local pode ter sido, por exemplo,uma casa, um acampamento, um cemitério, ouuma área de fabricação de ferramentas.Os sítios arqueológicos são variados eapresentam grandes diferenças entre si,dependendo do tipo de ocupação que houveno local. Um mesmo sítio pode apresentarvestígios de várias ocupações, indicando quediferentes povos estiveram naquele lugar, emdiferentes épocas. 13

Como é feita uma escavação?!

Estou analisando um vestígio que foi encontrado durante esta escavação, nas proximidades do

Rio Juruena! Vamos conhecer os outros artefatos encontrados por aqui?!

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Arqueologia no Rio Juruena...

Agora que você já entendeu o que é Arqueologia e como é o trabalho dos arqueólogos, vamos ver umpouco do que eles encontraram durante as pesquisas na região do Rio Juruena? Você vai percebercomo essas descobertas são importantes para entender a história da região que vivemos, e quecontribui para a história de nosso país.Além de vestígios referentes às antigas populações indígenas, que habitaram a região séculos atrás, osarqueólogos encontraram vestígios referentes à Linha Telegráfica implantada pela Expedição doMarechal Cândido Rondon. Entre os materiais encontrados estavam fragmentos de ferro e esteios demadeira, fechaduras de portas, fragmentos de artefatos de vidro, objetos de porcelana, além defragmentos cerâmicos.

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Arqueologia no Rio Juruena...

Vestígios metálicos encontrados em superfícienosítio arqueológico Juruena I.

Vestígios pertencentes à rede Telegráficadetectados em superfície.

Objeto detectado no acampamento de Rondon,de origem alemã.

Broche em formato de tesoura detectado nosítio Juruena 06.

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Arqueologia no Rio Juruena...

Depois de coletados, os vestígiosarqueológicos são limpos, inventariados,estudados e guardados em laboratório.Vamos ver como ocorre este procedimento?

Botões de fardamentos coletados no sítioarqueológico Juruena 06.

Cápsulas de projéteis coletadas no sítioarqueológico Juruena 06

Inscrições nas garrafas: “Laboratóriochimico pharmaceutico Militar Riode Janeiro”.

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O Laboratório de Arqueologia...

Afinal, para onde vão as peças resgatadas, depois das escavações?Os arqueólogos também necessitam de laboratórios para completar os estudos de suas

escavações. No caso da Arqueologia, o laboratório é o lugar para onde são enviados os vestígios emateriais coletados. Ali todos os materiais são separados, de acordo com o local em que foramencontrados, e recebem uma ficha de identificação, para facilitar a pesquisa.Os materiais passam então por um processo de limpeza, identificação, catalogação e análise. A partir detodo esse trabalho é possível fazer comparações e interpretações sobre as ocupações humanas queestão sendo pesquisadas.Existem diferentes especialistas que trabalham no laboratório de Arqueologia. Por exemplo,especialistas em reconstituir objetos que, durante a pesquisa, são encontrados quebrados. Existemtambém especialistas em analisar vestígios de plantas, ossos de animais, ossos humanos e muitosoutros tipos de objetos que são coletados nos sítios arqueológicos.

Análise do material cerâmico(Programa Arqueológico UHEJirau/RO).

Curadoria do material arqueológico(Programa Arqueológico UHE Jirau/RO).

Limpeza e restauro de materialarqueológico (Programa ArqueológicoUHE Jirau/RO).

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A Nossa História...

Agora que já aprendemos um pouco sobre Arqueologia e Patrimônio Cultural, vamos

conhecer um pouco mais sobre a história do Estado do Mato Grosso. Assim poderemos

entender melhor os achados arqueológicos da região.

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O Estado do Mato Grosso...

O Estado do Mato Grosso está localizado na região Centro‐Oeste brasileira. Foi ocupado por diferentes

grupos indígenas desde pelo menos 15.000 anos atrás! Há cerca de 400 anos atrás (ou seja, no final do

século XVI d.C.) os colonizadores portugueses liderados por André Leão e Nicolau Barreto, movidos

pelas chamadas bandeiras, alcançaram esta região vindos de São Paulo. Tinham como objetivo

explorar novos territórios.

Saiba Mais!!

Os bandeirantes eram desbravadores doterritório brasileiro. Suas expediçõeseram chamadas de bandeiras, quetinham como objetivo a procura de ouroe outros metais ou pedras preciosas.Além disto capturavam indígenas parauso como mão de obra escrava.

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O Ciclo do Ouro...

Em 1717 o bandeirante Paschoal Moreira Cabral Leme alcançou um afluente do rio Cuiabá,

denominado “Coxipó”, e ali descobriu ouro. Um ano mais tarde o bandeirante Antônio Pires de

Campos, também explorando o rio Cuiabá, descobre novas minas de ouro.

A mineração mato‐grossense trouxe a expansão territorial e demográfica, transformando aquela

região em um promissor mercado colonial.

No ano de 1737, com as lavras esgotadas, os mineradores se deslocaram para as recém descobertas

“Minas de São Francisco Xavier” ou “Minas de Mato Grosso”.

Para saber mais sobre os bandeirantes, clique em 

seus nomes!

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D1

D2

Slide 21

D1 Paschoal Moreira Cabral Leme

(Sorocaba, 1654 - Cuiabá, 1730) foi um bandeirante natural de São Paulo do século XVIII que acabou por encontrar ouro na região onde hoje é a cidade de Cuiabá. Tinha mais de 60 anos ao descobrir o ouro no que seria Mato Grosso. Fundou Cuiabá em 1719. Contemporâneos desta data foram as bandeiras de Luís Pedroso de Barros e Antônio Pedroso de Barros e de Artur Pais de Barros e Fernão Pais de Barros. Mais tarde, os bandeirantes fundaram a vila de Nossa Senhora do Parto (hoje, Diamantino), mais para o oeste de Mato Grosso, e os Pedroso de Barros foram às fronteiras do Peru.DOCPP; 04/04/2013

D2 Antônio Pires de Campos

Filho de Manuel de Campos Bicudo,cresceu acompanhando as jornadas sertanejas de seu pai, Pires de Campos teria catorze anos de idade, quando teria avistado em uma das bandeiras de seu pai, pela primeira e última vez, a Serra dos Martírios. Juntamente com a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o velho 'Anhanguera', Antônio Pires de Campos - Conhecido posteriormente como "PayPirá"DOCPP; 05/04/2013

O Ciclo do Café e da Borracha...

O ciclo do ouro caiu em declínio no final do século XIX, aprofundando ainda mais a crise econômicaportuguesa e a crise de todo o sistema colonial. Contudo, a partir de 1830 a economia brasileira foiimpulsionada pela atividade cafeeira, que a recuperou rapidamente. Em 1884 inicia‐se também aextração da borracha e na década seguinte o Brasil viveu o auge do extrativismo de ‘látex’ que ocupou o2º lugar na pauta de exportações da República, perdendo unicamente para o café.

Saiba Mais!

A região norte do Brasil foi a grande produtora de borrachadevido à abundância da árvore seringueira (planta de ondeé extraído o látex )na região.Látex é o nome do líquido existente nas plantas ditas‘laticíferas’ e é colhido através de cortes feitos no tronco,pelos quais o líquido escorre. O látex pode ser incolor,amarelo, alaranjado, vermelho e, mais comumente, branco.Este líquido é utilizado para a fabricação de borracha,matéria prima para a fabricação de pneus, solas de sapato ediversas coisas mais.

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Comissão Rondon...

O que foi conhecido como “Comissão Rondon” foram várias expedições que avançaram pelointerior brasileiro com um caráter político, ideológico e econômico. Seu principal objetivo eraocupar definitivamente o território brasileiro, realizando o reconhecimento geográfico, botânico emineralógico das regiões por que passou. A Comissão Rondon destinava‐se também a implantaruma linha telegráfica que ligasse Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, até Santo Antonio do Madeira,no Estado de Rondônia.O grande desafio da Comissão Rondon era contatar e estabelecer um tipo de relacionamento comos grupos indígenas que habitavam estas regiões. Foi criado então, em 1910, o SPILTN que, em1918, foi transformado em SPI. O objetivo então era incluir as sociedades indígenas na sociedadenacional e transformar seus integrantes em trabalhadores.

Saiba Mais!!O SPILTN (Serviço de Proteção ao Índio e Localização deTrabalhadores Nacionais), dirigido por Cândido Rondonem 1918 passa a se chamar apenas SPI (Serviço deProteção aos Índios), pois a parte referente à“localização de trabalhadores nacionais” passa a sertrabalho do Serviço de Povoamento do Solo, vinculadoao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.

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Comissão Rondon...

O território de Campo Novo dos Parecís foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linhatelegráfica: uma para oeste, que se dirigiu para Utiariti e Juruena, e outra para leste, em busca deCapanema e Ponte de Pedra. Assim, em 1907 a Comissão Rondon entrou em contato com os povosindígenas Paresí e Nambikwara.Sabe‐se que a Comissão Rondon inaugurou um novo cenário na história do contato com gruposindígenas no Mato Grosso e, particularmente, com os Paresí, população mais diretamente envolvidana instalação e conservação das linhas do telégrafo. Aldeias inteiras migraram atraídas pelas linhastelegráficas. Infelizmente, esse contato trouxe diversas complicações como epidemias, ataques detribos inimigas e invasões de seringueiros.

O território de Campo Novo dos Parecís foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linhatelegráfica: uma para oeste, que se dirigiu para Utiariti e Juruena, e outra para leste, em busca deCapanema e Ponte de Pedra. Assim, em 1907 a Comissão Rondon entrou em contato com os povosindígenas Paresí e Nambikwara.Sabe‐se que a Comissão Rondon inaugurou um novo cenário na história do contato com gruposindígenas no Mato Grosso e, particularmente, com os Paresí, população mais diretamente envolvidana instalação e conservação das linhas do telégrafo. Aldeias inteiras migraram atraídas pelas linhastelegráficas. Infelizmente, esse contato trouxe diversas complicações como epidemias, ataques detribos inimigas e invasões de seringueiros.

Você Sabia?

Que uma das preocupações do governo brasileiro porvolta de 1907 era promover a integração entre asregiões do vale do Madeira e as áreas maisdesenvolvidas do país, visto que a porção norte doBrasil ganhava grande impulso devido à demanda daborracha.As linhas telegráficas, ligando a região do rio Madeira aCuiabá, foram instaladas entre 1907 e 1915.

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Comissão Rondon...

Você sabe quem foi o Marechal Rondon?

Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu no Mato Grosso em 1865. Era descendente de índios Guató, Terena e Bororo. O fato de ter ficado órfão muito jovem e existirem poucas oportunidades de trabalho a negros e indígenas fez com que Rondon se mudasse para o Rio de Janeiro, onde pôde cursar a Escola Militar da Praia Vermelha e construir uma sólida carreira no exército brasileiro. No momento de instalação do telégrafo na região norte do Brasil, Rondon ficou responsável por integrar as comunidades locais a esse processo. Assumiu como estratégia básica a educação nos moldes das escolas públicas estaduais e a separação dos grupos indígenas em assentamentos diversos, o que contribuiu para a desintegração das culturas locais. Quando faleceu, em 1958, Rondon havia sido indicadopelo governo brasileiro de Juscelino Kubitschek aoPrêmio Nobel da Paz. Marechal Rondon (à direita) e Theodore Roosevelt  

(de chapéu) em foto de expedição em 1914.  25

Sapezal...

Com o passar dos anos, o contexto histórico de ocupação do médio/baixo curso do Rio Juruenamostra o surgimento, na década de 1970, do povoado que hoje constitui o município de Sapezal.Nesta época, a área estava cortada por fazendas que ficavam entre 40 e 100 km longe uma da outrae as estradas não eram mais do que simples piquetes abertos no cerrado pelos próprios colonos. Aformação deste núcleo urbano surgiu de uma proposta de colonização do Grupo Maggi, que teriadado o nome à cidade em referência ao rio Sapezal. A atual zona urbana do município começou aser povoada apenas em 1987 com a abertura da rodovia MT‐235 (Estrada Nova Fronteira) e doLoteamento da Sapezal Agrícola. Em 1992, quando Sapezal era ainda Distrito do Município deCampo Novo dos Parecis, um grupo de amigos fundou o Centro de Tradição Gaúcha “Chama daTradição”, procurando manter vivo os costumes do sul do Brasil, sua terra natal. Sapezal foiemancipada a município em 19 de setembro de 1994.

Você Sabia!?

Que o nome Sapezal vem de um termo de origem Tupi:“ssa’pé: o que alumia + al sufixo que designa quantidade.Sapé é uma espécie de capim da família das gramíneas,conhecida pela por ser muito usada na cobertura detelhados. É ainda um capim brilhante, que ilumina, que“lumia”. Assim, Sapezal designa “lugar de muito sapé”.

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Campos de Júlio...

Já o município de Campos de Júlio que, assim como Sapezal, também está na área das PequenasCentrais Hidrelétricas construídas no rio Juruena, é um dos mais novos municípios do Estado deMato Grosso. Foi criado em 28 de novembro de 1994. O nome Campos de Júlio seria resultado deum conjunto de fatores, entre eles o fato da paisagem da região ser composta por campos de terrasférteis, além do fato de sua colonização ter acontecido no mês de Julho e porque, na época, o Estadodo Mato Grosso era governado por Júlio Campos.A origem do município se deu durante a década de 1980, quando muitas famílias que moravam emestados da região sul do Brasil migraram para Campos Júlio, atraídos pelas terras férteis para aprodução agrícola. Estas famílias ajudaram no povoamento da região construindo casas, pontes,estradas, mercados e escolas. Hoje Campos de Júlio é um próspero município do Mato Grosso.

Um dos principais colonizadores da região foi o senhorValdir Masutti que saiu do estado do Paraná, onde morava,para viver na região. Ele construiu casas, uma capela, umaescola, o mercado pioneiro e a subprefeitura.

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A preservação do Patrimônio Cultural e dos sítios

arqueológicos...Todos os sítios arqueológicos são protegidos por lei e é proibido destruí‐los ou retirar seus objetos, o que é considerado um crime contra o Patrimônio Nacional. Assim, caso um dia você encontre um sítio arqueológico, pode, e muito, ajudar na sua preservação. 

Você pode ajudar!!• Em primeiro lugar, é muito importante não recolher e nem retirar os objetos, pois para a pesquisa arqueológica é fundamental conhecer o local em que eles foram encontrados; • Em segundo lugar, não cave, remova a terra ou retire a vegetação, não escreva ou desenhe sobre a arte rupestre e não jogue lixo na região; • Por fim, conte a um adulto sobre sua descoberta, para que ele possa avisar o órgão responsável pela preservação do sítio arqueológico. Existem órgãos responsáveis na Prefeitura Municipal, no Estado e na Federação. 

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A preservação do Patrimônio Cultural e dos sítios

arqueológicos...

Devemos também respeitar as manifestações e os bens de patrimônio material e imaterial, comovimos ao longo desta Cartilha. Destruir ou perder este Patrimônio é apagar da memória uma parte denossa história e de nossas raízes. Todos estes testemunhos constituem a herança cultural que nossosantepassados deixaram e que continua viva em nossas vidas.

Assim, cada um de nós integra o Patrimônio Cultural de uma região e de uma nação, desde o dia emque nascemos. Por isso, para fazer a pesquisa na região do Rio Juruena foi preciso contar com oconhecimento e a ajuda de muitas pessoas da região. Ajude na preservação do Patrimônio Culturalbrasileiro, que é de cada um de nós.

Contamos com vocês !!

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Ficha Técnica

Equipe de produção da Cartilha: 

Coordenação Geral L.D. Dra. Erika M. Robrahn‐González ‐Arqueóloga, Antropóloga e Historiadora 

Desenvolvimento de Conteúdo Camila Gobbo ‐ Historiadora Fernanda Baigan ‐ GeógrafaLarissa Castro – Historiadora

Revisão PedagógicaCarmem M. Brugener – Pedagoga e Engenheira Agrônoma

Revisão Ortográfica Cléber Mendonça – Bacharel em Letras

Editoração e Arte Final 

Revisão CientíficaMs Gerson Levi‐Lazzaris – Historiador e Arqueólogo

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Ficha Técnica

Equipe do Projeto: 

Coordenação Geral L.D. Dra. Erika M. Robrahn‐González ‐Arqueóloga, Antropóloga e Historiadora 

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