cartilha nai 2007

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Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais Secretaria de Ao Comunitria NAI - Ncleo de Apoio Incluso

A INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA PUC MINAS.

Presidente da Sociedade Mineira de Cultura: Cardeal Dom Serafim Fernandes de Arajo Gro-Chanceler da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais: Dom Walmor Oliveira de Azevedo Reitor: Prof. Eustquio Afonso Arajo Vice-Reitor: Prof. Dom Joaquim Giovani Mol Guimares Secretrio de Ao Comunitria: Prof. Jos Chequer Neto Coordenadora Geral do NAI: Prof. Maria do Carmo Menicucci Coordenadoras de reas Especializadas: - Deficincia Auditiva/Surdez: Heliane Carvalho - Deficincia Visual/Cegueira: Judith Vilas Boas - Deficincia Fsica/Locomotora: Nivnia Reis Apoio: - Secretria: Nlia Martins NCLEO DE APOIO INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NAI) - PUC MINAS Prdio 26 - 1 subsolo - Biblioteca - Campus Corao Eucarstico Rua Dom Jos Gaspar, 500 - CEP 30535-901 - BH - MG Horrio de Funcionamento: 8:00 s 21:00h E-mail: [email protected] - Site: www.nai.pucminas.br Tel.: (31) 3319-4406 e (31) 3319-4611

SUMRIO

- APRESENTAO.................................................................05 - LEGISLAO......................................................................06 - O QUE O NAI E COMO ATUA.................................................07 - ORGANOGRAMA DO NAI......................................................09 - DICAS GERAIS DE CONVIVNCIA NA DIVERSIDADE ..................10 - A DEFICINCIA AUDITIVA / SURDEZ........................................11 - A DEFICINCIA FSICA / LOCOMOTORA...................................16 - A DEFICINCIA VISUAL / CEGUEIRA........................................21

APRESENTAOA criao do Ncleo de Apoio Incluso do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais ( NAI) - representa uma deciso corajosa da PUC Minas, uma vez que este um trabalho de vanguarda no espao universitrio brasileiro. Isto nos obriga a desvendar um campo de atuao ainda muito pouco conhecido, referente ao suporte necessrio ao aluno com deficincia, que, apesar das barreiras impostas pela sociedade em geral, conseguiu desafi-las, super-las e romper as portas da Universidade. Se este aluno buscou e conseguiu o acesso ao ensino superior, cabe Universidade garantir a sua permanncia at a concluso do curso que escolheu, conforme determina a Portaria do MEC N 3248 de 2003. A PUC Minas inicia uma experincia de vanguarda ao concretizar o seu compromisso com a incluso, condio esta imprescindvel para se conviver de forma plena no mundo das diversidades. Este documento que ora divulgamos, sob a forma de uma CARTILHA, tem a inteno de apresentar a proposta do Ncleo de Apoio Incluso do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais (NAI) e colocar disposio da PUC Minas algumas dicas de convivncia com a diversidade que possam, no s ajudar a quebrar preconceitos, mas acima de tudo, facilitar a interao de toda a comunidade acadmica-professores, alunos e funcionrios, com os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. O NAI/PUC Minas encontra-se aberto s contribuies de todos os que integram a sua comunidade acadmica e espera colaborar, efetivamente, para a incluso do aluno com deficincia em diferentes espaos sociais.

A responsabilidade pela incluso do aluno com necessidades educionais especiais na PUC Minas de todos. Voc - professor, funcionrio, aluno - nosso parceiro nesse desafio.

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LEGISLAOA legislao brasileira contm um marco legal bastante avanado em termos da garantia de direitos s pessoas com deficincia, embora muito ainda se encontre no campo das letras e no no mbito da sua concretizao. No campo da educao, podemos destacar as seguintes legislaes complementares LDBN/96: -O Decreto n 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a Lei 7.853/89, prope equiparao de oportunidades, cabendo s instituies de ensino superior oferecer adaptaes necessrias no processo seletivo e provas, inclusive tempo adicional para realizao das provas, previamente solicitadas pelo aluno portador de deficincia. - O Plano Nacional de Educao, Lei n 10.172 de 9/01/2001, estabelece diretrizes curriculares que assegurem a necessria flexibilidade e diversidade nos programas de estudos oferecidos de forma a melhorar o atendimento s necessidades diferenciadas dos alunos. - O Decreto n 3.956, de 8/10/2001, promulga a Conveno Interamericana da Guatemala, para a Eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra as Pessoas Portadoras de Deficincia. -A Portaria n 3.284 do MEC de 7 de novembro de 2003, e xplicita a necessidade de assegurar aos portadores de deficincia fsica e sensorial condies bsicas de acesso ao ensino superior, de mobilidade e de utilizao de equipamentos e instalaes; determina que sejam includos, nos instrumentos destinados a avaliar as condies de ofertas de cursos superiores, os requisitos de acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Tais normas do sustentao ao compromisso assumido pela PUC Minas com a implementao de uma poltica que esteja em consonncia com as atuais polticas de incluso na educao, no trabalho, no espao arquitetnico e no uso da tecnologia disponvel.

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NCLEO DE APOIO INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DA PUC MINAS

O QUE O NAI E COMO ELE ATUAO Ncleo de Apoio Incluso do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais foi criado pela Portaria 011/2004, de 26 de maro de 2004, passando a integrar a Secretaria de Ao Comunitria. o setor responsvel pelo apoio ao aluno com deficincia que ingressa na PUC Minas desde o seu acesso at a concluso do curso. Este apoio inclui o atendimento s suas dificuldades de natureza didtico-pedaggica ou de acessibilidade. Alm do suporte ao aluno, o NAI procura auxiliar o professor para que o ambiente de sala de aula, bem como as atividades extra-classe possam se tornar mais apropriadas. As necessidades educacionais especiais atendidas pelo NAI so aquelas associadas s deficincias auditiva, visual e locomotora.

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Compete ao NAI: -Articular as diversas contribuies que a Universidade pode dar no sentido de melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem de alunos com deficincia visual, auditiva ou motora. -Estabelecer parcerias com outras instncias da Universidade e com organizaes externas, tendo em vista o fomento de programas de investigao, extenso e apoio no campo da incluso de alunos com necessidades educacionais especiais no espao universitrio. -Coordenar a execuo das atividades de apoio e suporte aos alunos, professores, funcionrios e coordenadores de cursos da PUC Minas, quanto s necessidades educacionais especiais, de forma a garantir a incluso destes alunos em todos os espaos acadmicos da Universidade. As aes do NAI so orientadas pelas seguintes diretrizes operacionais: -Identificao dos alunos com necessidades educacionais especiais que procuram o ingresso na PUC, desde a fase do Vestibular. -Apoio especializado a este aluno, de forma a assegurar o seu percurso escolar universitrio. -Apresentao de recursos pedaggicos, metodolgicos e tecnolgicos alternativos aos professores destes alunos, visando facilitar a sua convivncia, bem como o seu processo de ensino-aprendizagem. -Suporte implantao de medidas de acessibilidade nos campi da PUC Minas, de forma a permitir o acesso destes alunos aos vrios espaos acadmicos -Desenvolvimento de pesquisas permanentes sobre os avanos referentes s tecnologias que possam facilitar a incluso dos alunos na Universidade. 8NCLEO DE APOIO INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DA PUC MINAS

-Seleo, orientao e coordenao de interessados neste campo de atuao.

estagirios, monitores e bolsistas

-Promoo de eventos informativos e de sensibilizao para alunos e profissionais interessados.

ORGANOGRAMAReitoria PUC Minas Secretaria de Ao Comunitria - SEAC Coordenao Geral NAI

Diviso de Apoio Comunitrio Arcos

Diviso de Apoio Comunitrio Barreiro

Diviso de Apoio Comunitrio Betim

Diviso de Apoio Comunitrio Contagem

Diviso de Apoio Comunitrio Cor. Eucarstico

Diviso de Apoio Comunitrio Poos de Caldas

Diviso de Apoio Comunitrio So Gabriel

Diviso de Apoio Comunitrio Serro / Guanhes

Coordenao rea Deficincia Auditiva

Coordenao rea Deficincia Fsica

Coordenao rea Deficincia Visual

Interpretes Libras

Estagirios

Monitores

Estagirios

Monitores

Estagirios

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DICAS PARA UMA CONVIVNCIA RESPEITOSA COM A DIVERSIDADE1.Tenha sempre em mente que conviver com a diversidade uma oportunidade importante na vida de cada um de ns. 2.Faa um esforo para enxergar sempre a pessoa e no a deficincia; ningum gosta de ser visto pelo prisma das limitaes. 3.Trate a pessoa com deficincia com a mesma considerao e respeito com que voc trata as demais pessoas. 4.Quando quiser informao de uma pessoa com deficincia, dirija-se a ela e no aos intrpretes ou acompanhantes. 5.Quando puder, oferea ajuda e pergunte qual a melhor forma de colaborar. O prprio aluno com necessidades educacionais especiais, auxiliar voc quanto a melhor forma de ajud-lo. 6.Trate a pessoa com deficincia como algum com limitaes especficas da deficincia, porm com as mesmas qualidades e defeitos de qualquer ser humano. 7.Permita que a pessoa com deficincia desenvolva ao mximo suas potencialidades, ajudando-a apenas quando for necessrio. 8.Chame a pessoa com deficincia pelo nome, como se faz com qualquer outra pessoa. 9.Permita que a pessoa com deficincia, tenha direito s suas em oes, qualidades e defeitos. 10.Pense sempre que voc pode aprender e crescer muito convivendo com pessoas que se comunicam, se locomovem e fazem leituras do mundo, de forma diferente das suas.

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DEFICINCIA AUDITIVA / SURDEZ

CONCEITOS: SURDEZ Reduo ou ausncia da capacidade de ouvir determinados sons, devido a fatores que afetam o aparelho auditivo (viso clnica). uma condio natural que no precisa ser vista como uma deficincia ou uma doena que necessita de cura. O grau da surdez, a idade ou o estgio em que ela ocorreu, a forma de comunicao, dentre outros aspectos, devem ser levados em considerao ao se definir qual apoio pedaggico ser necessrio no espao acadmico.

DEFICIENTE AUDITIVO Termo tcnico utilizado para denominar as pessoas que apresentam uma perda sensorial auditiva. Geralmente este termo no utilizado pelo grupo que pertence comunidade surda.

SURDO-MUDO uma denominao arcaica e incorreta para se referir ao surdo. Este termo no utilizado pelo grupo que pertence comunidade surda, pois MUDEZ a impossibilidade de falar ou problema relacionado emisso da voz (rgo fonoarticulatrio).

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FORMAS DE COMUNICAO COMUNICAO ORAL ( leitura labial e percepo auditiva) Atravs da leitura labial, a pessoa surda identifica a fala do emissor, decodificando seus movimentos orais. No entanto, o melhor leitor de lbios perde 50% das palavras articuladas pelo emissor. O aparelho de amplificao sonora no faz a pessoa surda ouvir. Ela ter somente acesso a algumas pistas sonoras. LNGUA DE SINAIS: uma lngua de modalidade espao-visual, com uma estrutura lingstica distinta da lngua portuguesa, sendo completa como qualquer lngua oral. A lngua de sinais a lngua natural das pessoas surdas. adquirida naturalmente a partir do contato com falantes dessa lngua. Lngua de sinais no universal. Cada pas apresenta a sua lngua de sinais. No Brasil denominamos de Lngua de Sinais Brasileira - LIBRAS.

POSSIBILIDADES DE COMUNICAO Se voc no conhee a lngua de sinais e deseja se comunicar com a pessoa surda: Olhe para a pessoa surda enquanto estiver falando. Fale com movimentos labiais bem definidos, para que a pessoa surda possa compreend-lo. Fale naturalmente, sem alterar o tom de voz ou exceder nas articulaes. Evite falar de costas, de lado ou com a cabea baixa quando estiver conversando com a pessoa surda. Seja expressivo, pois a expresso fisionmica auxilia a comunicao. Caso queira chamar a ateno, sinalize as mos movimentando-as no campo visual da pessoa surda ou toque gentilmente em seu brao. Se voc apresentar dificuldades em compreender o que a pessoa surda est falando, seja sincero e diga que voc no compreendeu. Pea a ela para repetir o que falou. Se voc ainda no entender, pea-lhe para escrever. 12

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QUANDO A PESSOA SURDA UTILIZA O SERVIO DO INTRPRETE O intrprete a pessoa que traduz a comunicao oral para a comunicao em lngua de sinais e vice-versa. Ele no substitui o professor e nem um outro inter locutor junto pessoa surda.

Observe as dicas: Olhe diretamente para a pessoa surda com quem est conversando. Evite dizer ao intrprete diga a ele... pergunte a ele... seja objetivo e fale diretamente pessoa surda: voc. Ao falar utilize seu tom e seu ritmo de voz normal. No necessrio falar pausadamente ou em tom mais elevado.

O ALUNO SURDO NA SALA DE AULA Dicas para o(a) professor(a): Evite entrar na frente do intrprete ou segurar sua mo durante a interpretao. Evite caminhar o tempo todo na sala. O excesso de movimentos no ambiente pode dispersar o aluno. comum que o aluno surdo olhe diretamente para o intrprete, pois sua forma de se comunicar a modalidade espacial-visual. Ao dar aulas expositivas, evite utilizar termos isto aqui, esta palavra, pois o intrprete geralmente fica de costas para o quadro-negro. Assim estar facilitando a interpretao. Evite o excesso de conversas paralelas para facilitar o trabalho do intrprete. Caso conhea alguns sinais das LIBRAS, evite fazer tentativas de comunicao com o aluno surdo durante a interpretao.A INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA PUC MINAS

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Ao avaliar os trabalhos acadmicos do aluno surdo, valorize o aspecto semntico de sua redao e no o gramatical. Lembre-se de que ele tem direito a um tempo maior para fazer suas provas e avaliaes.

ALFABETO LIBRAS - NMEROS

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ALFABETO LIBRAS - LETRAS

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A DEFICINCIA FSICA / LOCOMOTORACONCEITOS: A deficincia fsica refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema steo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenas ou leses que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitaes fsicas de grau e gravidade variveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de leso ocorrida. Uma pessoa pode ter tido um acidente de carro e lesar a medula espinhal e se tornar um paraplgico ou tetraplgico. Pode tambm ter uma leso ou doena neurolgica que ocasione uma deficincia na coordenao dos movimentos de uma ou mais partes do corpo, podendo ser definitivas, temporrias ou progressivas. A.Tetraplegia - limitaes nos membros superiores e inferiores. b.Paraplegia - limitaes nos membros inferiores. c.Monoplegia - limitaes em um dos membros superiores. d.Paralisia cerebral severa - desordens da postura e coordenao com comprometimento motor importante Membros inferiores e superiores no funcionais. e.Paralisia cerebral moderada - desordens da postura e coordenao com comprometimento motor moderado, conseguindo realizar parte das atividades funcionais com os membros superiores. f. Paralisia cerebral leve - desordens da postura e coordenao com leve comprometimento motor, conseguindo realizar as atividades funcionais de membros superiores. g.Leso cerebral com comprometimento na comunicao: alm das desordens da postura e movimento, existe a dificuldade de comunicao atravs da fala.

Formas de Locomoo: As pessoas com limitaes motoras muitas vezes andam de forma independente, mas com movimentos incoordenados, o que pode parecer que ela desengonada. O que acontece que ela no consegue coordenar o movimento 16NCLEO DE APOIO INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DA PUC MINAS

dos msculos de uma forma melhor. Alguns acessrios podem ser necessrios: cadeira de rodas, muletas, bengalas, andadores, cadeiras de rodas motorizadas. Tecnologia Assistiva: Podem necessitar tambm de recursos de tecnologia assistiva para auxiliar na comunicao e na escrita. Estes recursos podem ser simples ou mais elaborados e so indicados de forma individualizada. Conhea algumas ilustraes de recursos e adaptaes para facilitar a acessibilidade das pessoas com limitaes locomotoras:Adaptaes de lpis e canetas Ponteira de cabea com teclado manual

Cadeira de rodas motorizada Bengala

Muletas Cadeira de rodas com propulso manual

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FORMAS DE COMUNICAO: A pessoa que teve uma leso cerebral pode apresentar dificuldade na articulao dos rgos da fala e a sua linguagem oral pode estar alterada e no ser bem compreendida por todos. Em alguns casos ser necessrio que voc se acalme e oua atentamente a pessoa para conseguir compreender o que ela diz. A pessoa que tem uma fala mais comprometida ter, muitas vezes, de utilizar outras formas para se comunicar: o olhar, a comunicao atravs de gestos, da escrita e at mesmo computadores com adaptaes. O importante, neste caso, voc se comunicar com ela, ainda que ela no consiga responder com palavras. Procure formular frases com perguntas diretas para facilitar que ela possa te responder um sim ou no, com movimentos de cabea, das mos e corporais. fundamental que voc compreenda que ela entende voc, ela apenas no consegue se expressar como ns. J as pessoas com limitaes locomotoras que no tiveram comprometimento cerebral na rea da linguagem comunicam-se normalmente, ou seja, falam de forma compreensvel e voc no ter dificuldades em dialogar com elas. DICAS DE CONVIVNCIA: - A cadeira de rodas ou muletas so quase uma extenso do corpo de seu usurio. Quando for empurrar a cadeira de rodas, pergunte antes se ela deseja e como voc deve proceder para fazlo. No caso de muletas, 18NCLEO DE APOIO INCLUSO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DA PUC MINAS

pergunte antes tambm, pois voc poder dificultar ao invs de auxiliar. Tome cuidado ao empurrar a cadeira de rodas para no bater nas pessoas da frente e nem esbarrar por onde anda. Se estiver andando com uma pessoa com dificuldades de locomoo, tente acompanhar o seu passo. Se a pessoa fala com dificuldades, ela sabe que pode no ser entendida n a

primeira vez, ento no se intimide em dizer que no conseguiu compreender e que gostaria que ela repetisse. Na subida, as cadeiras so mais pesadas e a sua ajuda nesta hora importante, mas no se esquea de perguntar se a pessoa deseja ser auxiliada. - Deixe as muletas ao alcance das mos, para facilitar que a prpria pessoa a pegue. - Caso esteja carregando as pastas, cadernos e material, pergunte-a se quer que voc a auxilie. - Quando for conversar por mais tempo com uma pessoa que utiliza cadeira de rodas, o mais conveniente que voc se sente na mesma altura dela para conversar, pois ela no precisaria ficar olhando para cima, o que cansativo. - Quando a pessoa com limitaes locomotoras apresentar dificuldades para articular as palavras, o mais importante que voc tenha uma atitude de tranqilidade para tentar compreend-la, pois ela tentar se fazer entender.

O ALUNO COM LIMITAES MOTORAS NA SALA DE AULA 1.O aluno deve ficar sempre na frente e no meio da sala, pois isto facilita a sua ateno e integrao na turma. 2.O aluno deve ser tratado com naturalidade e sua participao nas atividades em grupo deve ser sempre estimulada. 3.Poder ser necessrio que o aluno tenha um tempo maior que os outros para realizar as atividades, quando a sua dificuldade motora for tambm no membro

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superior. Lembre-se que ele tem esse direito. 4.Alguns podem utilizar-se de adaptaes para escrita, mquinas de escrever ou at mesmo computadores para escrever. 5.Para as atividades extra-classe importante avaliar previamente a acessibilidade do local para garantir que o aluno possa ir, sem maiores transtornos ou constrangimentos. 6.Quando o aluno tiver uma dificuldade cognitiva associada limitao motora poder ser necessria alguma adaptao curricular. 7.O aluno pode necessitar de algum auxlio ao entrar e sair da s ala; oferea ajuda, se puder e desejar. 8.A sala de aula deve ser organizada de forma a que o aluno cadeirante possa circular sem dificuldades.

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DEFICINCIA VISUAL/CEGUEIRAConceitos: O termo deficincia visual refere-se a uma situao irreversvel de diminuio da resposta visual, em virtude de causas congnitas ou hereditrias, mesmo aps tratamento clnico e/ou cirrgico e uso de culos convencionais. A diminuio da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compem o grupo de viso subnormal ou baixa viso) e ausncia total da resposta visual (cegueira). Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivduo com baixa viso ou viso subnormal aquele que apresenta diminuio das suas respostas visuais, mesmo aps tratamento e/ou correo ptica convencional, mas que usa ou potencialmente capaz de usar a viso para o planejamento e/ou execuo de uma tarefa. Os estudos desenvolvidos por BARRAGA (1976), distinguem trs tipos de deficincia visual: CEGOS: tm somente a percepo da luz ou no tm nenhuma viso e precisam aprender atravs do mtodo Braille e de meios de comunicao que no estejam relacionados com o uso da viso. Pessoas com VISO PARCIAL: tm limitaes da viso a distncia, mas so capazes de ver objetos e materiais quando esto a poucos centmetros ou no mximo a meio metro de distncia. Pessoas com VISO REDUZIDA: so considerados com viso reduzida indivduos que podem ter seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilizao de lentes.

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DICAS DE CONVIVNCIA: Evite utilizar os advrbios, aqui, l, c, etc, de maneira inadequada. Oferea sua ajuda sempre que uma pessoa cega necessitar. Mas no ajude sem que ela concorde. Sempre pergunte antes de agir. Se no souber em que e como ajudar, pea explicaes a ela de como faz-lo. Para guiar uma pessoa cega, ela deve lhe segurar pelo brao, de preferncia no cotovelo ou no ombro. No a pegue pelo brao: alm de perigoso, isso pode assust-la. medida que encontrar degraus, meios-fios e outros obstculos, v orientando-a. Em lugares muito estreitos para duas pessoas caminharem lado a lado, ponha seu brao para trs de modo que a pessoa cega possa lhe seguir. Ao sair de uma sala, informe pessoa cega; desagradvel para qualquer pessoa falar para o vazio. No evite palavras como "cego", "olhar" ou "ver", as pessoas cegas tambm as usam. Ao explicar direes para uma pessoa cega, seja o mais claro e especfico possvel. No se esquea de indicar os obstculos que existem no caminho que ela vai seguir. Ao guiar uma pessoa cega para uma cadeira, guie a sua mo para o encosto da cadeira e informe se a cadeira tem braos ou no. Ao encontrar uma pessoa com baixa viso (algum com srias dificuldades visuais), proceda com o mesmo respeito, perguntando-lhe se precisa de ajuda. Atravesse ruas com a pessoa cega sempre em linha reta, para que ela no perca a direo. Converse com a pessoa cega em tom de voz normal; ela no surda.

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O ALUNO CEGO NA SALA DE AULA Sempre que estiver escrevendo no quadro, fale o que est fazendo; lembre-se que o aluno no enxerga. Evite utilizar os advrbios, aqui, l, c, etc, de maneira inadequada. Quando estiver manuseando recursos audiovisuais, descreva o que est proposto em cada recurso. Ao utilizar filme na prtica em sala de aula, descreva o filme, ou pea que algum colega o ajude. Ao trabalhar com mapas, grficos e figuras no geral, tenha o cuidado de descrev-los, lembrando-se que nem sempre o aluno cego j enxergou anteriormente, o que torna a sua compreenso do mundo visual diferente da nossa. O aluno cego quase sempre utiliza o recurso da gravao das aulas. Estimule-o a faz-lo. Sempre que possvel use o recurso da avaliao oral, lembrando-se que este um direito do aluno. Quando isto no for possvel ou adequado, envie ao NAI o texto em arquivo eletrnico, para a transcrio em Braille.

RECURSOS UTILIZADOS PELAS PESSOAS CEGAS BENGALA A bengala um instrumento muito til para o deficiente visual. Ela serve para ajudar a pessoa a se locomover em ambientes desconhecidos ou em ruas e caladas. Muitas pessoas confundem bengala com muleta. Muleta um instrumento de apoio para indivduos que sofreram algum tipo de problema nos membros inferiores. A bengala serve para que a pessoa perceba os obstculos que esto sua volta.

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SOROB O Sorob um aparelho de clculo usado h muitos anos no Japo pelas escolas, casas comerciais e engenheiros, como mquina de calcular de grande rapidez, de maneira simples. BRAILLE

O braille um sistema de escrita utilizado pelos cegos. Ele recebe o nome de seu inventor (Louis Braille), que tambm era cego, e com 15 anos inventou o sistema. O alfabeto braille composto por seis pontos em relevo, que formam 63 combinaes. Com ele possvel fazer letras, nmeros, smbolos qumicos e matemticos. A escrita do braille pode se realizar por vrias maneiras, sendo a mais antiga e a mais utilizada a reglete e o puno: a pessoa prende o papel na reglete, e com o puno vai fazendo todos os pontos que formam as letras.

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Outro recurso utilizado para escrita so as mquinas de datilografia Perkins Braille:

ASSINADOR O assinador usado como guia, para que a pessoa cega possa escrever em letra comum o prprio nome, assinar um cheque, utilizando a escrita convencional.

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MENSAGEM FINAL Eu estive pensando ... O que so limites? Talvez sejam os espaos vazios deixados pela falta de oportunidades. Eu fui apresentado a uma nova possibilidade: A INCLUSO E com ela eu pude conhecer melhor a mim mesmo e ao mundo. O meu caminho no terminou, As minhas conquistas ainda so infinitas. E, para falar a verdade: Hoje eu no sei o que so limites.Depoimento de Aluno com Necessidades Especiais

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