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João Paulo Papa Deputado Federal - PSDB/SP Relatórios dos projetos de lei sobre SINALIZAÇÃO NÁUTICA e Regulamentação da Classe de MARINHEIROS DE ESPORTE E RECREIO LAZER RESPONSABILIDADE

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Relatórios dos projetos de lei sobre Sinalização Náutica e Regulamentação da Classe de Marinheiro de Esporte e Recreio - Substitutivos de autoria do Deputado Federal João Paulo Papa (PSDB-SP).

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Sempre atentoNa Câmara dos Deputados, João Paulo Papa (PSDB/SP) se dedica aos temas que estão presentes no dia a dia das pessoas da Baixada Santista, de São Paulo e do Brasil. Papa é engenheiro e especialista em Educação. Foi duas vezes prefeito de Santos. Está em seu primeiro mandato de deputado federal.Fale com ele: [email protected]

João Paulo PapaDeputado Federal - PSDB/SP

Brasília, 2016

João Paulo PapaDeputado Federal - PSDB/SP

Relatórios dos projetos de lei sobreSINALIZAÇÃO NÁUTICA e

Regulamentação da Classe de MARINHEIROS DE ESPORTE E RECREIO

Relatórios dos projetos de lei sobreSINALIZAÇÃO NÁUTICA e

Regulamentação da Classe de MARINHEIROS DE ESPORTE E RECREIO

LAZERRESPONSABILIDADE

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JOÃO PAULO PAPADeputado Federal – PSDB/SP

Lazer na água?Só com responsabilidade

Relatórios dos projetos de lei sobreSINALIZAÇÃO NÁUTICA e

Regulamentação da Classe deMARINHEIROS DE ESPORTE E RECREIO

Brasília, 2016

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Publicação do mandato do deputado federal João Paulo Papa – PSDB/SPBrasília, fevereiro de 2016

Câmara dos DeputadosAnexo III, Gabinete 476CEP 70160-900 - Brasília, DFTelefone (61) 3215-5476 / [email protected]

Escritório políticoAv. Senador Pinheiro Machado, 22Térreo - Vila Mathias, Santos, SPTelefone (13) 3222-2888

www.joaopaulopapa.com.brTwitter: @joaoppapaFacebook.com/joaopaulopapaoficial

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SUMÁRIO

Apresentação.........................................................................................05

Sinalização Náutica ...........................................................................................07 Segurança nas praias, lagos, rios e represas brasileiras Reconhecimento dos Marinheiros ......................................................15 Profissionais de Esporte e Recreio

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Apresentação

Uma das tarefas do mandato parlamentar que considero da mais elevada importância é relatar projetos de lei. A relatoria acontece nas Comissões da Câmara, por onde tramitam os projetos, e significa emitir um parecer sobre a proposta, aprovando-a integralmente ou com algumas modificações, re-jeitando-a ou então substituindo o projeto por outro, chamado Substitutivo.

Logo que cheguei na Câmara dos Deputados, procurei projetos de interesse nacional e também estreitamente relacionados à Baixada Santista para rela-tar na Comissão de Viação e Transportes. Apresento duas destas relatorias nesta publicação, porque tratam de um mesmo objetivo – garantir a seguran-ça das atividades de lazer realizadas nas águas brasileiras.

A primeira relatoria trata da Sinalização Náutica. A ideia é prevenir aciden-tes envolvendo banhistas e embarcações motorizadas, como motoaquáticas e lanchas. O lamentável acidente com a menina Grazielly Almeida Lames, em Bertioga, indica a urgência de uma legislação que torne obrigatória a sinalização náutica em áreas de concentração de banhistas. Apresentei um Substitutivo que resolve esta questão de forma definitiva.

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A outra relatoria diz respeito à situação dos Marinheiros Profissionais de Es-porte e Recreio. A profissão consta no Classificação Brasileira de Ocupações, porém o local de trabalho desta classe – as embarcações de esporte e recreio – é regido por normas que não reconhecem a existência destes profissionais. O Substitutivo que desenvolvi resolve esta lacuna em nossa legislação e ofe-rece dignidade e direitos aos Marinheiros Profissionais de Esporte e Recreio.

Para elaborar estas duas propostas, procurei representantes da Mari-nha do Brasil; dialoguei com prefeitos, com proprietários de embarcações, com marinheiros e banhistas; e também fui movido pela experiência à frente da Prefeitura de Santos. Foram oito anos de trabalho executivo durante os quais aprendi a lidar com todo o tipo de legislação. Agora que me cabe a tarefa de elaborar leis, procuro fazê-las de forma a atender o que considero o essencial – o interesse público e a qualidade da nossa democracia.

Deputado JOÃO PAULO PAPA

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Segurança nas praias, lagos, rios e represas brasileiras

NáuticaSinalização

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PROJETO DE LEI Nº 3.374, DE 2012(Apensados os PLs nº 3.610, de 2012, e nº 4.116, de 2012)

Torna obrigatória a colocação de sinalização náutica de restrição para a entrada de embarcações motorizadas/jet skis em áreas de concentração de banhistas.

Autor: Deputado FERNANDO JORDÃO Relator: Deputado JOÃO PAULO PAPA

I – RELATÓRIO

O projeto de lei em epígrafe estabelece a obrigatoriedade de colocação de sinalização náutica em áreas de concentração de banhistas que tenham pre-sença constante de jet skis/embarcações de pequeno, médio e grande porte motorizadas. O autor visa, com sua iniciativa, preservar a integridade física e a segurança dos banhistas.

A este projeto foram apensadas as seguintes proposições:

1. PL nº 3.610, de 2012, que “proíbe a navegação com uso de moto-aquática (jet-ski) e de outras embarcações em praias do litoral e demais locais que especifica e dá outras providências”;

2. PL nº 4.116, de 2012, que “altera a Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988, para dispor sobre a segurança das pessoas e a proteção do ambiente natural nas praias ou nas águas e a estas adjacentes”.

Esgotado o prazo regimental, não foram apresentadas emendas aos projetos.

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II - VOTO DO RELATOR

Os três projetos em tela têm em comum a preocupação de proporcionar a segurança de banhistas em praias, rios, lagos e outros corpos d´água, estabe-lecendo meios que possam impedir a ocorrência de conflitos entre pessoas e veículos de desportes náuticos ou embarcações motorizadas.

Há registros de acidentes em todo o País, sendo emblemático o atropelamen-to de Grazielly Almeida Lames, em fevereiro de 2012 na praia de Bertioga, localizada na Baixada Santista (SP). A menina de três anos foi atingida por uma moto-aquática na faixa de areia.

Ocorrências foram apontadas em Bombinhas (SC); em praias do Amazonas; no rio Branco, em Boa Vista (RR); na represa Escarpas do Lago, em Capitó-lio (MG); em represa localizada em Santa Bárbara de Goiás (GO).

De outra parte, aumenta a frota de embarcações motorizadas no País. Uma análise do cenário paulista oferece a dimensão desse crescimento. No perío-do entre 2000 e 2012 a frota de motos-aquáticas cresceu 52,7%, significando que duas embarcações desse tipo são compradas a cada dia em São Paulo.

A situação impõe um novo regramento para o convívio, nas praias, represas, lagos e outros corpos d´água, entre banhistas e condutores de embarcações motorizadas. As proposições relatadas propõem medidas distintas para este regramento.

O projeto principal – PL nº 3.374, de 2012 – admitindo, implicitamente, a convivência entre banhistas e embarcações motorizadas e de desportes náuticos, obriga a sinalização das áreas conforme requisitos das Normas da Autoridade Marítima para Sinalização Náutica – NORMAM-17, além da

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presença de funcionários das prefeituras para orientação dos banhistas e dos condutores das embarcações.

A despeito do mérito que o projeto encerra, há algumas adaptações que de-vem ser feitas para o alcance dos objetivos colimados. A primeira delas é a definição da responsabilidade pela sinalização e balizamento. Mesmo com-preendendo as limitações de recursos impostas aos municípios, entendo que não há como não atribuir esta responsabilidade ao poder público local, ainda que com o apoio técnico da Marinha do Brasil.

A outra questão diz respeito à abrangência da lei. A preocupação com os riscos advindos da utilização do mesmo espaço por banhistas e embarcações motorizadas não pode ficar restrita às praias ou marinas – encontro de ba-nhistas e usuários de embarcações motorizadas ocorre também em represas, lagos e outros corpos d´água.

O PL nº 3.610, de 2012, simplesmente proíbe a navegação com uso de mo-to-aquática e de quaisquer outras embarcações náuticas esportivas nas praias de todo o litoral do País, nos rios, nos lagos e nas lagoas onde haja afluxo e/ou concentração de banhistas. Estabelece, para os infratores, pena de deten-ção de quatro meses a um ano, e multa de R$ 10 mil reais.

Parece-nos uma proposta radical, que reduz drasticamente as possibilidades de uso de embarcações esportivas, trazendo efeitos negativos inclusive para a economia, apesar de não poder garantir que a fiscalização do cumprimento da medida seja eficaz.

Por sua vez, o PL nº 4.116, de 2012, altera a Lei nº 7.661, de 1988, para dispor sobre a segurança dos banhistas e a proteção do ambiente natural nas praias ou nas águas a estas adjacentes.

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Além de estar com uma formulação mais adequada, este projeto apensado nos parece o mais abrangente dos três. A limitação do PL nº 4.116, de 2012, está no fato de tratar-se de alteração no Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, excluindo, dessa forma, outras áreas de risco para banhistas, como represas, lagos e rios.

Diante do exposto, nos aspectos em que cabe análise desta Comissão, vota-mos pela aprovação dos PLs nº 3.374, de 2012, e nº 4.116, de 2012, na forma do substitutivo em anexo, e a rejeição do PL nº 3.610, de 2012.

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 3.374, DE 2012(E ao apenso PL nº 4.116, de 2012)

Dispõe sobre a sinalização náutica de controle e auxilio à navegação de embarcações motorizadas em áreas de concentração de banhistas.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a sinalização náutica de controle e auxílio à navegação em áreas de concentração de banhistas.

Art. 2º A utilização de embarcações motorizadas, comerciais ou não, nas praias ou nas águas adjacentes, sejam estas marinhas ou continentais, represas, lagos, rios ou outros corpos d’água, poderá ser restrita a áreas delimitadas.

§ 1º As áreas a que se refere o caput deverão ser demarcadas por meio de sinais náuticos na forma estabelecida pelas Normas da Autoridade Marítima,

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cabendo ao poder público local estabelecer normas para a utilização dos locais delimitados, dar-lhes ampla publicidade, fiscalizar a sua observância, fixar e aplicar sanções.

Art. 3º Os Municípios, para a delimitação e sinalização das áreas de que trata o art. 2º, poderão solicitar orientação técnica dos Serviços de Sinalização Náutica e das Capitanias dos Portos da Marinha do Brasil, observando as Normas da Autoridade Marítima para Sinalização Náutica.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala da Comissão, 12 de agosto de 2015.

Deputado JOÃO PAULO PAPARelator

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Profissionais de Esporte e Recreio

Reconhecimento dosMarinheiros

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PROJETO DE LEI Nº. 5.812, de 2013(Apensado o PL Nº 6.106, de 2013)

Dispõe sobre a regulamentação da Classe de Marinheiro de Esportes e Recreio.

Autor: Deputado FERNANDO JORDÃORelator: Deputado JOÃO PAULO PAPA

I – RELATÓRIO

A proposta em análise dispõe sobre a regulamentação da Classe de Marinheiro de Esporte e Recreio. Determina que tais profissionais sejam aqueles empregados para conduzir embarcações de esporte e recreio e que comprovem as condições de Arrais Amador ou Mestre Arrais.

Ao delimitar as competências destes profissionais, o Nobre Parlamen-tar Fernando Jordão estabelece as seguintes funções: comandante; pessoal de convés; timoneiro; chefe de máquinas; cozinheiro e taifei-ro. O Parlamentar também propõe que a remuneração dos marinheiros de esporte e recreio seja proporcional ao tamanho da embarcação, sendo que a marinheiros ajudantes estipula vencimento, no mínimo, de dois salários vigentes.

À propositura foi apensado o projeto de lei nº. 6.106, de 2013, de autoria do Deputado Manoel Junior. Este determina que marinheiro de esporte e recreio é aquele profissional habilitado para conduzir embarcações em caráter não comercial e que tenha habilitação certifi-

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cada por representante da Autoridade Marítima.

O projeto apensado atribui aos marinheiros de esporte e recreio tarefas relacionadas à segurança da navegação e prevê o adestramento destes profissionais como responsabilidade do proprietário da embarcação. Também assegura ao trabalhador benefício de seguro obrigatório cus-teado pelo empregador.

Não houve emendas aos projetos. É o nosso relatório.

II – VOTO DO RELATOR

Há um descompasso entre a atividade desenvolvida profissionalmente pela classe dos Marinheiros de Esporte e Recreio e as normas que re-gem a utilização das embarcações de esporte e recreio.

Uma breve análise do cenário normativo nos mostra que existe, de uma parte, uma classe profissional administrativamente organizada que tem nas embarcações de esporte e recreio o seu principal ambiente de trabalho; e, de outra parte, toda uma normatização referente a estas embarcações que desconhece a atividade profissional nelas realizadas.

A profissão de Marinheiro de Esporte e Recreio é identificada na Clas-sificação Brasileira de Ocupações – CBO, do Ministério do Trabalho e Emprego. A CBO atribui aos Marinheiros de Esporte e Recreio 11 onze áreas de atuação: a) comandar pequenas embarcações;b) chefiar praça de máquinas de pequenas embarcações;

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c) operar máquinas;d) imediatar pequenas embarcações;e) transportar cargas;f) transportar passageiros;g) executar manobras;h) executar serviços operacionais no convés;i) realizar manutenção preventiva e corretiva do convés, equipamen-tos e aparelhos;j) realizar manutenção preventiva e corretiva da praça de máquinas;k) realizar procedimentos de segurança a bordo.

Existe, também, legislação federal referente às embarcações de esporte e recreio que não pode deixar de ser observada. Trata-se da Lei nº. 9.537, de 11 de dezembro de 1997, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências; e do Decreto nº. 2.596, de 18 de março de 1998, que regulamentou a norma.

A definição da Lei nº. 9.537, de 1997, que importa para este parecer é a se-guinte:

Conceito e definição de Amador – todo aquele com habilitação certificada pela autoridade marítima para operar embarcações de esporte e recreio, em caráter não-profissional (Art. 2º., I).

O Decreto nº. 2.596, de 1998, avança ao definir que Amadores constituem um grupo único de aquaviários, organizados nas seguintes categorias:

a) Capitão-Amador;b) Mestre-Amador;

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c) Arrais-Amador;d) Motonauta;e) Veleiro.

Em mais um avanço referente às embarcações de esporte e recreio, a Marinha do Brasil, embasada na legislação, emitiu a NORMAN-03 - Normas da Autoridade Marítima para Amadores, Embarcações de Esporte e/ou Recreio e para Cadastramento e Funcionamento das Ma-rinas, Clubes e Entidades Desportivas Náuticas, da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil – DPC.

O propósito da Marinha, com a NORMAN-03, é o de estabelecer nor-mas e procedimentos para o emprego das embarcações de esporte e/ou recreio e atividades correlatas não comerciais, visando à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana no mar e à prevenção contra a poluição do meio ambiente marinho por tais embarcações.

A NORMAN-03 ainda estabelece as seguintes exigências de nível de habilitação para conduzir embarcações de esporte e recreio:

a) Veleiro – para embarcações miúdas a vela, empregadas em águas interiores;b) Motonauta – para motoaquáticas, empregadas em águas interiores;c) Arrais-Amador – para qualquer embarcação dentro dos limites da Navegação Interior;d) Mestre-Amador – para qualquer embarcação na Navega-ção Costeira;e) Capitão-Amador – para qualquer embarcação, sem limita-ções geográficas.

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Os marcos normativos indicam, portanto, a existência da organiza-ção administrativa da classe profissional de Marinheiro de Esporte e Recreio e, também, a ausência de regras que considerem que as embarcações de esporte e recreio utilizadas para fins particulares e não comerciais possam se constituir em ambiente de trabalho destes profissionais. A superação deste descompasso é uma reivindicação tanto da classe, quanto do setor da economia nacional no qual ela se situa, o mercado náutico.

Segundo relatos de representantes sindicais da categoria, os regis-tros profissionais destes marinheiros são feitos sob a denominação de empregado doméstico ou outros que não guardam qualquer tipo de relação com a atividade de Marinheiro de Esporte e Recreio. Iso-ladamente, a identificação existente na Classificação Brasileira de Ocupações não se traduz em identidade profissional e não é capaz de promover o reconhecimento profissional, anseio de todo traba-lhador. Os Marinheiros de Esporte e Recreio há anos demandam a regulamentação de sua classe para alcançar sua identidade e reco-nhecimento.

Quanto à reivindicação do mercado náutico, é preciso contextua-lizá-la no panorama do setor para compreender, até mesmo, a sua dimensão. Com 8,5 mil quilômetros de costa e 50 mil quilômetros de vias navegáveis, o Brasil tem na navegação de esporte e recreio um dinâmico setor da sua economia, responsável pela geração de milhares de empregos. O Estudo Indústria Náutica Brasileira – Fatos & Números (2012) apresenta dados que certificam tal enunciado.

A frota brasileira de embarcações de esporte e recreio acima de 16

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pés é estimada em 70 mil unidades, sendo 84% composta por lanchas e 16% por veleiros. Temos 120 estaleiros em operação, expandindo continuamente essa frota. Por todo o País, encontram-se 480 estru-turas de apoio náutico – iates clubes; marinas e garagens náuticas.

O estudo também atesta a capacidade de geração de empregos do setor. As estruturas de apoio náutico geram 7 mil empregos diretos e 5 mil temporários. As marinas são a base de trabalho de 9 mil ma-rinheiros particulares e seus auxiliares, funcionários contratados e pagos pelos proprietários de embarcações de médio e grande porte. Em relação às perspectivas do segmento, o documento informa que há forte tendência de expansão dos negócios, incluindo neste âmbito a ampliação da força de trabalho. Dentre os desafios e oportunidades detectados pela pesquisa, está a regularização da mão de obra, apre-sentada da seguinte forma:

No que se refere à formação e disponibilização de mão de obra especializada para a prestação de serviços na utiliza-ção de embarcações de esporte e recreio, o investimento na formação de marinheiros particulares é limitado pela inexistência de uma categoria profissional específica que ampare os trabalhadores do setor. Na medida em que a carreira de marinheiro particular não se constitui em uma ocupação regular, não existem programas de formação e outras ferramentas públicas de desenvolvimento da car-reira. Paradoxalmente, trabalhadores bem remunerados, com alto grau de especialização e reconhecimento no mercado de trabalho, são registrados em outras catego-

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rias que não refletem ou valorizam sua experiência pro-fissional.

Registre-se que o Estudo Indústria Náutica Brasileira – Fatos & Números (2012) é assinado pela Associação Brasileira dos Cons-trutores de Barcos e seus Implementos (ACOBAR); Santander Fi-nanciamentos; Sebrae/RJ; Fórum Náutico Fluminense; Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Governo do Rio de Janeiro; Independente Consultores; Instituto de Marinas do Brasil.

Feita a análise das normatizações relacionadas ao objetivo comum das proposições e, também, identificada a demanda social, o parecer passa agora ao exame dos projetos de lei.

O projeto de lei nº. 5.812, de 2013, do Nobre Deputado Fernando Jordão, considera como Marinheiros de Esporte e Recreio aqueles marinheiros empregados em embarcações de esporte e recreio e que exerçam a atividade profissionalmente. Na concepção do projeto de lei nº. 6.106, de 2013, do Deputado Manoel Junior, estes profissio-nais são aqueles com habilitação para conduzir embarcações de es-porte e recreio em caráter não comercial. Neste primeiro e essencial aspecto, as duas concepções se complementam.

Em relação à habilitação exigida dos Marinheiros de Esporte e Re-creio para a condução das embarcações, os dois projetos são con-vergentes e acertadamente remetem a questão à Marinha do Brasil.

Quanto ao uso das embarcações de esporte e recreio nas quais atuam

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os Marinheiros, o projeto principal não faz referência a esta questão e o projeto apensado delimita que as embarcações não podem de-senvolver atividades comerciais. Neste aspecto, o direcionamento proposto pelo apensado é correto – se tratássemos, aqui, de embar-cações que desenvolvem atividades comerciais, estaríamos lidando com o que entendemos ser outra classe profissional do segmento aquaviário.

No tocante às atribuições profissionais dos Marinheiros de Esporte e Recreio, o projeto principal adota a via do detalhamento das fun-ções, enquanto que o apensado se restringe a estabelecer os critérios gerais das atribuições. Para a análise que compete a esta Comissão de Viação e Transportes, entende-se que ambos também são conver-gentes neste aspecto.

Entretanto, em ambas as propostas, não há referência a uma atribui-ção de elevada importância para todas as classes de marinheiro, que é a observação dos procedimentos capazes de assegurar a prevenção da poluição ambiental por parte das embarcações.

No que diz respeito aos direitos trabalhistas, as proposições se har-monizam no sentido de buscar garantias como, no caso do projeto principal, remuneração balizada pelo tamanho das embarcações; e, no caso do apensado, seguro obrigatório custeado pelo empregador.

Diante do exposto, no que cabe à análise desta Comissão de Viação e Transportes, votamos pela aprovação dos projetos de lei nº 6.106, de 2013; e nº 5.812, de 2013, na forma do substitutivo em anexo.

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SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº. 6.106, de 2013

Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Marinheiro Pro-fissional de Esporte e Recreio.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Esta Lei regulamenta a profissão de Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio.

Art. 2º São considerados Marinheiros Profissionais de Esporte e Re-creio aqueles que possuam habilitação para conduzir e operar em-barcações de esporte e recreio em caráter não comercial, contratados especialmente para esse fim.

§ 1º Somente poderão conduzir e operar embarcações de esporte e recreio aqueles que tenham habilitação certificada por representante da Autoridade Marítima;

§ 2º O Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio somente poderá conduzir embarcações nas águas abrangidas pela habilitação para a qual foi certificado.

§ 3º Ao Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio com Habilita-ção definida pela Autoridade Marítima não é permitida a condução de embarcações em atividades comerciais.

Art. 3º Compete ao Marinheiro Profissional de Esporte e Recreio:

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I - a condução e operação segura da embarcação;

II - a verificação de existência e do correto funcionamento dos equi-pamentos de bordo necessários à navegação;

III - a atualização das cartas de navegação das áreas a serem navega-das;

IV - a observação dos procedimentos de salvaguarda da vida humana no mar;

V - a observação dos procedimentos de prevenção contra a poluição do meio ambiente marinho;

VI - demais tarefas relacionadas à segurança da navegação.

Parágrafo único. Outras atribuições do Marinheiro Profissional de Es-porte e Recreio poderão ser estabelecidas no contrato de trabalho ce-lebrado entre o empregador e o empregado e nas convenções coletivas de trabalho.

Art. 4º Os adestramentos do Marinheiro Profissional de Esporte e Re-creio em manobras e na utilização dos instrumentos de bordo são de responsabilidade do proprietário da embarcação.

Art. 5º Aos Profissionais referidos na presente Lei é assegurado o benefício de um seguro obrigatório, custeado pelo empregador, desti-nado à cobertura dos riscos inerentes às suas atividades.

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Art. 6º A Marinha do Brasil regulamentará em normas da Autoridade Marítima a presente lei.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala da Comissão, em 29 de outubro de 2015.

Deputado JOÃO PAULO PAPARelator

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João Paulo PapaDeputado Federal - PSDB/SP

Brasília, 2016

João Paulo PapaDeputado Federal - PSDB/SP

Relatórios dos projetos de lei sobreSINALIZAÇÃO NÁUTICA e

Regulamentação da Classe de MARINHEIROS DE ESPORTE E RECREIO

Relatórios dos projetos de lei sobreSINALIZAÇÃO NÁUTICA e

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