cartas de amor

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Vila Nova de Famalicão 2013 Cartas de amor Cenas inspiradas na obra “A brasileira de Prazins”

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Edição | Câmara Municipal Vila Nova de Famalicão, Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos; Colaboração | José Manuel Oliveira, Luísa Alvim; Textos Redigidos no ateliê de escrita criativa “A Brasileira de Prazins” orientado por Luís Bizarro Borges; Textos e ilustrações | Escola Básica nº1/JI Requião . Turma 4º D Escola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º I Escola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º H Escola Básica nº1 de Souto Cabeçudos . Turma 4º H Escola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º J; Design | Antonieta Martins; Vila Nova de Famalicão, 2013 Município de Vila Nova de Famalicão Casa de Camilo Avenida S. Miguel de Seide, 758 4770-631 S.Miguel de Seide [email protected] www.camilocastelobranco.org http://casadecamilo.wordpress.com

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Page 1: Cartas de Amor

Vila Nova de Famalicão2013

Cartas de amorCenas inspiradas na obra “A brasileira de Prazins”

Page 2: Cartas de Amor

Vila Nova de Famalicão2013

Cartas de amorCenas inspiradas na obra “A brasileira de Prazins”

Page 3: Cartas de Amor

Ficha Técnica

TítuloCartas de Amor: Cenas inspiradas na obra “A brasileira de Prazins”

EdiçãoCâmara Municipal Vila Nova de FamalicãoCasa de Camilo – Museu. Centro de Estudos

ColaboraçãoJosé Manuel OliveiraLuísa Alvim

Textos Redigidos no ateliê de escrita criativa “A Brasileira de Prazins” orientado por Luís Bizarro Borges

Textos e ilustraçõesEscola Básica nº1/JI Requião . Turma 4º DEscola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º IEscola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º HEscola Básica nº1 de Souto Cabeçudos . Turma 4º HEscola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º J

Blogue Escrever Camilohttp://escrevercamilo.blogspot.pt/Todas as histórias escritas no ateliê “A Brasileira de Prazins”

DesignAntonieta Martins

ImpressãoMota & Ferreira - Artes Gráficas

ISBN978-989-8012-28-9

Tiragem250 exemplares

Vila Nova de Famalicão, 2013Município de Vila Nova de FamalicãoCasa de Camilo

Avenida S. Miguel de Seide, 7584770-631 S.Miguel de Seidegeral@camilocastelobranco.orgwww.camilocastelobranco.orghttp://casadecamilo.wordpress.com

Escola Básica nº1/JI RequiãoTurma 4º D

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Escola Básica Louro/MouquimTurma 4º I

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Escola Básica Louro/MouquimTurma 4º H

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Escola Básica nº1 de Souto CabeçudosTurma 4º H

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Escola Básica Louro/MouquimTurma 4º J

Vila Nova de Famalicão2013

Cartas de amorCenas inspiradas na obra “A brasileira de Prazins”

Page 4: Cartas de Amor

Cartas de amor

7

Pelo amor à leitura e à escritaO universo literário de Camilo Castelo Branco é sempre uma fonte

inesgotável de inspiração e um dos bons caminhos para os alunos do Ensino Básico fortalecerem afetos com a Língua Portuguesa através da leitura e do exercício da escrita.

Explorando essas potencialidades e na clara certeza de que um bom domínio da Língua Portuguesa é de fundamental importância para o crescimento cognitivo dos mais novos e para a compreensão e aprendizagem em todas as áreas do saber humano, o Serviço Educativo da Casa de Camilo promoveu, mais uma vez, um Ateliê de Escrita Criativa com alunos do 1.º Ciclo tendo como livro de trabalho «A brasileira de Prazins», de Camilo Castelo Branco.

É o resultado desse fértil labor que agora se faculta em letra impressa, desejando que a presente iniciativa tenha contribuído para sedimentar o gosto pela leitura e concorrido para qualificar ainda mais a prática da escrita.

Bem hajam, os pequenos escritores.

Armindo Costa, Arq.Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

Página 8RECORDAÇÕES DA JUVENTUDE

Escola Básica nº1/JI Requião . Turma 4º D

Página 16AMOR IMPOSSÍVEL

Escola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º I

Página 24AMOR FATAL

Escola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º H

Página 32AMOR PROIBIDO

Escola Básica nº1 de Souto Cabeçudos . Turma 4º H

Página 42NO ÚLTIMO MOMENTO

Escola Básica Louro/Mouquim . Turma 4º J

Page 5: Cartas de Amor

Recordações

da juventude

Page 6: Cartas de Amor

Cartas de amorCartas de amor

1110

IO grupo Os Falcões, constituído por seis amigos, foi ajudar o pai da

Leonor a arrumar o armazém de livros na Casa de Camilo. Nesse armazém havia muitas cartas românticas de Ramiro para Juliana,

mas houve uma que lhes chamou a atenção. O grupo abriu essa carta. Depois de a ler, perguntaram uns aos outros: quem será Ramiro e Juliana? O empregado da Casa de Camilo ouviu a pergunta e então disse que Ramiro vivia em Tebosa e Juliana em Arnoso-Santa Maria. O grupo foi investigar o caso e chegou à conclusão que Ramiro e Juliana tinham estudado na Universidade Lusíada.

IIDurante a nossa investigação, uma senhora chamada Madalena disse-

-nos que sabia várias coisas sobre Ramiro e Juliana. A senhora contou-nos que Ramiro e Juliana têm uma idade entre os 70 e

os 80 anos e falou sobre a história deles.

Page 7: Cartas de Amor

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1312

Ramiro era corajoso, tinha olhos azuis, era moreno e gostava de desporto.Juliana era uma rapariga calma, educada e tinha os olhos verdes. Juliana

gostava de tocar violino.Certo dia, o Ramiro passeava pelos corredores da universidade e a Juliana

estava atrasada para a aula. Chocaram um com o outro e os livros caíram no chão. A Juliana e o Ramiro começaram a apanhar os livros. Entretanto, ao recolher o mesmo livro os dois tocaram as mãos e ficaram corados.

Mais tarde eles começaram a sair juntos e souberam que gostavam um do outro.

III

Um dia Juliana apresentou à família o seu namorado Ramiro. A mãe da Juliana não gostou da maneira de se vestir do Ramiro. Então, a mãe proibiu o namoro à filha.

Sem os pais saberem, Juliana e Ramiro mandavam cartas um ao outro.Uma das cartas dizia:“Meu amor, não consigo parar de pensar em ti. Como não nos conseguimos

encontrar, estou a avisar-te que a partir de hoje mandamos as cartas pelo meu cão Boby.

Amo-te, um beijo para tiRamiro”

Os pais da Juliana decidiram que ela ficaria comprometida com o seu primo Sebastião, um homem emigrante em França. Mas Juliana não gostava dele. O seu pai disse que Sebastião chegava na semana seguinte. Juliana ficou desesperada e tentou matar-se, mas uma pessoa que passava perto salvou-a. O seu amor por Ramiro continuava.

Page 8: Cartas de Amor

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IVQuando Sebastião chegou, Juliana ficou desesperada. Sebastião quis o

casamento na hora. Juliana fez todos os possíveis para não casar, mas não conseguiu evitar.

No dia do casamento, foram todos ao restaurante comer. Juliana foi à casa de banho e chocou com o Ramiro. Fugiram pelas traseiras do restaurante sem o Sebastião saber. Quando Sebastião se apercebeu da fuga avisou todas as pessoas do casamento.

VPassados alguns anos decidiram casar. Ramiro e Juliana tiveram uma

rapariga chamada Violeta e um rapaz chamado Jaime.Um dia, os filhos tiveram curiosidade em saber como os seus pais se

conheceram. Os pais acharam boa ideia contar a sua história.Mostraram aos filhos as cartas que escreveram quando eram novos. Os

filhos acharam que a vida dos pais foi um inferno. Numa tarde maravilhosa, os filhos estavam a brincar no jardim até que

ouviram gritos na sala de estar. Curiosos, foram a correr e viram os seus pais muito contentes a festejar: tinham ganho o Euromilhões. Para comemorar fizeram um piquenique.

FIM

Page 9: Cartas de Amor

Amorimpossível

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1918

INum dia de verão, um grupo de amigos foi brincar para o sótão da avó

Maria. O Bruno, ao abrir uma gaveta de um móvel antigo, reparou num livro velho, de Camilo Castelo Branco, cheio de pó.

Ao folheá-lo descobriu uma carta, amarelada e a cheirar a mofo. Abriu-a e tentou lê-la. “Que letra esquisita!” – pensou Bruno. Chamou os amigos e um deles, começou a ler em voz alta. Parecia uma carta de amor.

IIA carta falava de Mariana e Carlos. Estava assinada pela jovem.

Ela contava-lhe que tinha saudades dele e arranjaria uma forma de ficarem um pouco juntos. Iam tentar marcar um encontro.

Mas, entretanto, Carlos ficou doente e o encontro teve de ser adiado. A doença de Carlos era grave mas ele esforçava-se por continuar a escrever cartas para a amada.

Page 11: Cartas de Amor

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IIIOs amigos remexeram noutros livros e descobriram outra carta, de

Carlos para Mariana, e que dizia o seguinte: “Meu amor, estou cheio de saudades tuas. Ainda estou doente. O médico

mandou-me ficar de cama por mais dois meses. E tu estás bem? O que tens feito?O padre Ramiro vai entregar-te esta carta. Os meus pais ainda não querem que nós nos encontremos.Com amor, do teuCarlos”

IVO grupo descobriu também o seguinte:A mãe de Carlos, que se chamava D. Judite, apercebeu-se de que o seu

filho e a Mariana namoravam às escondidas e ficou revoltada.Um dia, quando fazia o seu passeio diário, encontrou o padre Ramiro e

começaram a conversar. Sem querer, o padre Ramiro disse que ia entregar uma carta a Mariana. Judite perguntou de quem era essa carta. O padre (nervoso) inventou que um seu amigo, chamado Manuel, lhe pediu para enviar esta carta.

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VMariana queria muito encontrar-se com Carlos. Resolveu ir a casa dele e

levar uns bolos. Ofereceu meia dúzia aos seguranças e pediu-lhes para lhe indicar o quarto de Carlos.

Quando o viu, Mariana abraçou-o e deu-lhe milhões de beijos.De repente, ouviu um barulho. Era Judite que vinha na direção do quarto.Mariana, aflita, atirou-se da janela e bateu com a cabeça no chão. A partir dessa altura ficou louca.Carlos, desgostoso, decidiu ajudar os sem-abrigo.

FIM

Page 13: Cartas de Amor

Amor fatal

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2726

INuma manhã de primavera, seis amigos começaram a ter ideias sobre um

romance de Romeu e Julieta, que era um casal de namorados que mandava cartas de amor um ao outro.

Imaginaram que o pai de Julieta impedia o amor deles, porque era muito ganancioso.

Como Romeu não tinha muito dinheiro, o pai de Julieta queria que ela se casasse com um homem rico para pagar todas as dívidas que tinha. O pai de Julieta, João Paulo, tinha muitas dívidas porque vivia e trabalhava na casa de Camilo Castelo Branco, e como era uma casa enorme tinha muitas despesas.

IIOs patrões do João Paulo, que se chamavam Rodrigo e Inês, eram um

bocado arrogantes. Tudo o que João Paulo fazia não agradava aos patrões.João Paulo foi para casa furioso e disse à Julieta:- Encontrei uma carta de Romeu para ti.Julieta ficou surpreendida por o pai ter descoberto uma carta.

Page 15: Cartas de Amor

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IIIO João Paulo leu o seguinte na carta:“Julieta, queres casar comigo?”João Paulo foi a casa de Romeu esclarecer as coisas sobre as cartas que

ele tinha mandado para a sua filha. Ele não gostava que Romeu mandasse cartas para Julieta.

Romeu respondeu:- Mas eu quero casar com a sua filha Julieta.- Eu quero que a minha filha se case com um homem rico para pagar as

minhas dívidas – disse João Paulo.- Só por causa de eu não ter dinheiro? Não era melhor ser a sua filha a

escolher o noivo? – perguntou Romeu.

- Não, sou eu que escolho o noivo para a minha filha.- Sabe o que eu acho de si?- O que é que achas de mim?- Acho que é um mau pai!- O quê! És mesmo mal-educado!Passado algum tempo o Romeu tentou ficar amigo do pai de Julieta.Para ficarem amigos Romeu começou a falar mais com o pai de Julieta,

a oferecer-lhe coisas que ele gostava muito.Foi assim que Romeu conseguiu a amizade do pai de Julieta.

IVMas coitado do Romeu, porque os pais dele também não queriam que

ele se casasse com Julieta.Romeu só descobriu que os seus pais não deixavam casar com a sua

amada quando foi para casa e disse: - Pai, mãe, eu já sou amigo do pai de Julieta. Por isso vou convencê-lo a

deixar que eu me case com sua filha Julieta. - Mas Romeu, nós não queremos que tu cases com a filha do senhor

João Paulo. Desculpa, mas não queremos que tu cases! - Mas, mãe, eu quero casar com Julieta.

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- Não, filho, não vais casar com Julieta! - Mãe, estou muito desiludido contigo! - Romeu, vai já para o teu quarto!E os pais de Romeu, após um dia, foram falar com os pais de Julieta sobre

o casamento.Quando os pais de Romeu falaram do casamento, os pais de Julieta

disseram: - Mas que casamento? - Mas o meu filho disse que ia casar com a sua filha!O pai de Julieta chamou-a logo. Julieta - a fazer-se de inocente - disse que não sabia de nada do casamento.

VUma semana depois, Julieta estava na igreja à espera de Romeu.Coitada da Julieta, estava à espera há uma hora e trinta minutos. Já estava

saturada de tanto esperar por Romeu. Mas mesmo na hora Romeu chegou à igreja. O padre fez o matrimónio

quase todo. Quando o padre estava a dizer “declaro-vos marido e mulher” Romeu teve um ataque cardíaco e morreu.

Julieta disse: “Nãaaaaaaaaaao! Porquê só a mim?” No funeral de Romeu, Julieta só sabia chorar não sabia fazer mais nada! O pai de Julieta pensou melhor e disse que ela ia casar com um homem

rico chamado Sandro. No dia do casamento, Sandro estava no registo civil à espera de Julieta.

Quando ela chegou, como estava tão linda, Sandro teve um AVC e morreu.

FIM

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Amorproibido

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IUm dia, a turma do 4º ano de Cabeçudos foi a Casa de Camilo.Durante a visita, eu, a Diana, a Ana, o Simão e a Mónica ouvimos um

barulho vindo da adega desabitada. Separamo-nos e fomos ver o que se passava.

Encontramos um garrafão de vinho caído. Debaixo dele estava uma carta de amor que foi escrita por um rapaz de nome Guilherme para uma rapariga chamada Celeste.

O nosso grupo ficou muito interessado e resolvemos saber mais sobre a história. Fomos perguntando às pessoas que trabalhavam lá. Nesta investigação, descobrimos mais informações sobre o Guilherme e a Celeste.

IINa nossa investigação, soubemos que Guilherme e Celeste gostavam

muito um do outro. Só que o pai de Celeste, Joaquim, como tinha muitas dívidas queria que a sua filha se casasse com um rapaz que fosse muito rico.

Guilherme não tinha assim muito dinheiro. E Joaquim não queria que a sua filha se casasse com ele. Também o pai de Guilherme, Fernando, não concordava com a união das duas famílias.

Guilherme e Celeste estavam muito desiludidos com os seus pais. Eles gostavam muito um do outro. Antigamente, quem escolhia os namorados eram os pais mas agora são os filhos.

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IIIComo Guilherme e Celeste não se podiam ver, passaram a mandar cartas

pela D. Constança, que era empregada de Celeste.As cartas falavam dos pais que impediam o namoro entre Guilherme e

Celeste.Uma das cartas de Celeste dizia o seguinte:“Querido GuilhermeEstou com muitas saudades tuas.

Peço-te muita desculpa pela maneira que o meu pai agiu.Estou ansiosa para estar contigo.Meu amor, eu só tenho olhos para ti. Espero que o nosso desejo seja

concebido.Não te preocupes, vou esforçar-me para ficarmos juntos. Mas até lá vou

continuar a sonhar que estou a teu lado.Amo-te. Beijinhos.Celeste”

IVDescobrimos que o rapaz que o pai de Celeste preferia chamava-se Jorge

e tinha bastante dinheiro.O pai de Celeste convidou Jorge para jantar em sua casa.Quando Celeste descobriu que o Jorge iria ser o seu futuro marido

fechou-se no seu quarto a chorar e recusou-se a jantar.O pai, muito irritado, subiu as escadas e bateu à porta do quarto de

Celeste.A Celeste não abriu a porta e o pai, muito zangado, foi ter com Jorge e

disse:- Jorge, a minha filha neste momento não está disposta a jantar na nossa

companhia.

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O Jorge respondeu ao senhor Joaquim:- Senhor Joaquim, eu vou lá acima e converso com a sua filha.O Jorge foi até ao quarto da Celeste e pediu-lhe com imenso respeito

para entrar. A Celeste confiou no Jorge e abriu -lhe a porta.

O Jorge perguntou por que razão faltou ao jantar e porque estava tão triste. A Celeste contou ao Jorge que perdeu o amor da sua vida porque o seu pai queria que ela se casasse com um rapaz que fosse rico.

O Jorge deu a alguns conselhos à Celeste, para ela ficar mais descansada. Os dois foram ter com o pai de Celeste e ela estava mais calma.

O pai de Celeste disse:- Filha, eu tenho um irmão no Brasil, o nome dele é Henrique, que tem

possibilidades de me pagar as dívidas. Ele gostava de casar contigo. Eu considero uma boa opção para ambos.

Mas Celeste só tinha olhos para Guilherme. Só de pensar em ficar ao lado de outro homem, dava-lhe vontade de desistir da vida.

O pai de Celeste estava muito entusiasmado com o casamento do seu irmão com a sua filha Celeste.

Celeste nunca mais voltou a falar com o seu pai. Celeste só tinha uma amiga, D. Constança, em quem confiava do fundo do coração e sabia que podia contar com a ajuda dela para tudo que estivesse ao seu alcance.

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VCeleste estava muito desesperada e marcou um encontro com Guilherme.

Eles marcaram o encontro na Casa das Artes, às quinze horas.Guilherme já estava a ficar farto de andar a esconder o amor que sentia

por Celeste. Por isso, foi a casa dela falar com o seu pai. O pai de Celeste não reagiu muito bem e esteve prestes a bater no Guilherme, mas Celeste interferiu, colocando-se à frente do seu grande amor.

O pai obrigou Celeste a ir para o seu quarto, para ele e o Guilherme terem uma conversa a sós. A espera parecia uma eternidade. A conversa nunca mais acabava. Celeste estava inquieta, não aguentava esperar mais tempo. Passado algum tempo, ela foi à sala ver como estavam o pai e o Guilherme.

A Celeste viu que os dois estavam sentados no sofá a ver um jogo futebol, a beber cerveja e a comer tremoços. Celeste ficou muito feliz com o seu pai. Verificou que eles estavam a entender-se.

O pai deu autorização ao namoro entre Guilherme e Celeste.E no fim Guilherme e Celeste viveram felizes para sempre!

FIM

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No último

momento

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IUm dia, fomos à Casa de Camilo e entrámos no escritório do escritor.

Ficámos maravilhados com o monte de livros antigos escritos por ele. Cada um de nós pegou num livro. Num dos livros tinha uma carta que dizia:

“De: NunoPara: Beatriz.”Tivemos curiosidade e abrimo-la.Depois, corremos a cidade para obter informações. Encontramos um

professor e perguntámos se conhecia um Nuno e uma Beatriz. Ele disse que

não conhecia. Fomos a outro sítio onde encontramos um senhor, já idoso, que disse que conhecia essas pessoas.

Fomos para casa pesquisar a história daquela carta, pois sabíamos que era uma história de amor mas que está no início.

IINós, como somos um grupo de cinco elementos, cada um foi para sua

casa pesquisar nas seguintes fontes: o Diogo procurou em livros antigos, o Geraldo pesquisou na internet, o Igor perguntou às pessoas da cidade, o Miguel procurou em documentos antigos e o Pedro procurou em jornais.

Depois, reunimo-nos no parque e cada um contou as informações que recolheu. O Diogo disse que obteve informações do Nuno, o Geraldo da Beatriz, o Igor encontrou cartas de Beatriz dirigidas a Nuno, o Miguel descobriu cartas de Nuno dirigida a Beatriz e o Pedro achou os bilhetes de identidade dos dois.

O Diogo disse que Nuno era filho de Camilo Castelo Branco, era muito simpático e tinha um irmão mais novo chamado Tiago.

O Geraldo, por sua vez, disse que Beatriz era filha de um pobre agricultor chamado António.

O Igor leu uma carta, que dizia:

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Cartas de amor

“Querido Nuno, espero que a tua doença melhore e que não te esqueças de mim!

Beijinhos de Beatriz.”O Miguel descobriu uma carta de Nuno para Beatriz que dizia o seguinte:“Querida Beatriz, claro que não me esqueço de ti. Estou a melhorar!Adeus Beatriz!Beijinhos de N.”Então a história começou a fazer sentido.

IIIDescobrimos que eles eram jovens namorados que andavam a sair às

escondidas e continuavam a mandar cartas um ao outro. Lemos numa carta que se iam encontrar.

O encontro passou-se assim:- Querida Beatriz, vamos à pizaria no dia vinte e quatro deste lindo mês

de janeiro?Ao que a Beatriz respondeu:- Claro que vou. Ao meio dia e um quarto de hora.E depois foram almoçar. No restaurante o empregado disse:- O que vai ser para o almoço?- Vai ser uma piza quatro estações.- E para beber?- Vinho do Porto, por favor!Eles conversaram e falaram sobre a proibição do seu namoro.

47

Page 25: Cartas de Amor

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IVSoubemos que os pais da Beatriz eram paupérrimos, por isso o pai da

Beatriz, o António, achou que ela podia casar com Teófilo, que era um padeiro meio rico e que gostava de Beatriz.

Teófilo dirigiu-se ao António e perguntou:- Senhor António, posso casar com a sua filha? Como recompensa pagar-

-lhe-ei todas as dívidas pendentes!- Nesse caso podes!- Obrigado! - disse o Teófilo.

Quando o António disse à Beatriz que se ia casar com o Teófilo, ela não gostou e fechou-se no quarto e escreveu uma carta para o Nuno:

“Querido Nuno,O meu pai obrigou-me a casar com um padeiro chamado Teófilo, mas

eu não quero porque gosto de ti e não dele. O amor é mais forte do que a riqueza, por isso eu vou lutar para ficar contigo.”

O Nuno ao ler isto começou a chorar e como estava doente, piorou e ficou entre a vida e a morte.

VO Nuno leu melhor a carta, que dizia que o casamento da Beatriz

com o Teófilo era às nove horas e trinta minutos. Levantou-se da cama e lentamente foi-se vestir.

Na igreja, Beatriz estava prestes a casar quando o seu primo Jorge interrompeu e disse que ele é que ia casar com ela. A verdade é que o António disse, antes de entrar na igreja, que o seu sobrinho Jorge era mais rico do que o Teófilo. Então, Jorge e Teófilo começaram a lutar por causa de Beatriz.

Os sinos tocaram. Beatriz pensou que alguém morreu e lembrou-se logo de Nuno. Mas afinal os sinos tocaram porque era meio-dia e ninguém tinha morrido. Beatriz ficou mais aliviada.

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Em casa, Nuno apanhou um táxi e procurou a igreja onde Beatriz se estava a tornar esposa de Teófilo ou de Jorge.

Nuno entrou na igreja e disse:- Parem tudo! Eu gosto de Beatriz e ela gosta de mim!- É verdade, eu gosto do Nuno e quero casar com ele! - disse Beatriz.E de repente o padre começou a cerimónia do casamento de Nuno e da

Beatriz, que se beijaram apaixonadamente.

FIM

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