caroline rodrigues peçanha de almeida formanda do curso de ... · auxiliar o professor nessa...
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1° Edição
Rio de Janeiro
2014
Caroline Rodrigues Peçanha de Almeida Formanda do curso de Licenciatura em
Química do IFRJ - campus Duque de Caxias.
Orientadora: Maria Inês Teixeira Professora de Ciências Ambientais do IFRJ -
campus Duque de Caxias.
Designer Gráfico: Igor Leibão Rodrigues
Revisora: Hiasmin Peres Rodrigues
Apoio: Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia - campus Duque de Caxias
ISBN: 978-85-918179-0-0
Agradecimentos
A todos os professores e alunos do IFRJ campus Duque de Caxias que contribuíram para o aperfeiçoamento desse material didático.
A447 Almeida, Caroline Rodrigues Peçanha de
Química e chuva ácida: entendendo os conceitos para compreender o fenômeno. / Caroline Rodrigues Peçanha de Almeida. – Duque de Caxias, 2014. 91f.; il.; 30 cm.
1. Educação. 2. Química Geral. 3. Meio Ambiente. I. Almeida, Caroline Rodrigues Peçanha de. II. Teixeira, Maria Inês (coord.). III. Rodrigues, Hiasmin (rev.). IV. Título.
CDU 502.32/54
Elon F. Lima – CRB-7 5783
AOS PROFESSORES
A disciplina de química, infelizmente, ainda é vista por muitos alunos
como algo desconexo e sem nenhuma relação com a sua realidade. Sabemos
que a disciplina não é trivial e possui muitos conceitos complexos e
entrelaçados. Então, em alguns momentos, na tentativa de dar significado
aquele determinado tópico o professor apresenta exemplos de maneira pontual
na aula. Tal atitude ao invés de dar significado ao aluno torna o assunto
apenas uma curiosidade, onde muitas vezes o mesmo não consegue enxergar
a química por traz do fato. Contextualizar as aulas de química é fundamental
para retirar dessa disciplina a sombra de matéria “chata” e “sem utilidade”. Para
auxiliar o professor nessa tarefa essa apostila pretende tratar de assuntos
geralmente abordados no 2º ano do Ensino Médio Regular através de um tema
gerador. Para tal, o tema escolhido foi Chuva Ácida, o que nos permite abordar
conceitos como definições ácido-base, pH, indicadores, substâncias
inorgânicas (ácido, base, sal e óxidos) e reações de neutralização.
Cabe ressaltar dois tópicos importantes sobre essa apostila.
Primeiramente, ela foi elaborada com base no que sugere o Currículo Mínimo
do Estado do Rio de Janeiro confeccionado no ano de 2012. E deve-se
salientar também que serão sugeridas aqui diversas atividades, entretanto,
cabe ao professor utilizar esse material da maneira que achar melhor dentro da
sua realidade.
a autora
AOS ALUNOS
Esse material foi desenvolvido com uma linguagem simples e acessível,
para que você não sinta dificuldade em compreender os conceitos aqui
tratados. A apostila estimula o pensamento crítico, ou seja, o objetivo não é
decorar fórmulas ou nomenclaturas. O essencial é conseguir criar um diálogo
entre alunos e professor para debater cada novo tópico abordado.
Procure pesquisar assuntos relacionados ao tema estudado, como
imagens, fatos e notícias que sejam pertinentes para o enriquecimento das
discussões em sala de aula.
Faça os exercícios! Exercitar o conteúdo aprendido é sempre uma
maneira eficaz de acompanhar o nosso desenvolvimento.
a autora
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – DEFINICÕES ÁCIDO-BASE ..................................................... 7
CAPÍTULO 2 – pH E INDICADORES ÁCIDO - BASE ..................................... 17
CAPÍTULO 3 – NOMENCLATURA DE ÁCIDOS E BASES ............................. 27
CAPÍTULO 4 - ÓXIDOS .................................................................................. 38
CAPÍTULO 5 – SAIS E REAÇÕES DE NEUTRALIZAÇÃO ............................. 48
CAPÍTULO 6 – CHUVA ÁCIDA ........................................................................ 60
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 82
A QUÍMICA E SUAS DIVISÕES
As substâncias químicas podem ser agrupadas em dois grandes grupos: as orgânicas e inorgânicas. Inorgânicas são aquelas que não possuem cadeias carbônicas e orgânicas são as que possuem. Por sua vez esses dois grupos maiores são subdivididos em grupos menores de substâncias que possuem características e propriedades semelhantes. Podemos observar melhor essas divisões visualizando o fluxograma abaixo:
Nessa apostila vamos tratar apenas das substâncias inorgânicas e
estudar suas propriedades mais relevantes.
Fonte: http://web.ccead.puc-rio.br
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CAPÍTULO 1 - DEFINIÇÕES ÁCIDO-BASE
1.1 QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Estados Unidos: chuva de ácido nítrico destrói estátuas e mata animais.
A chuva ácida, que matou árvores e peixes e dissolveu parte de estátuas em
Washington nos anos 70 e 80, voltou a preocupar a capital americana.
Contudo, desta vez, ao invés de ácido sulfúrico, ela é composta de outra
poderosa substância, o ácido nítrico. As informações são da Scientific
American.[1] Segundo a reportagem, enquanto no passado o problema em
Washington foi resultante das emissões de enxofre de usinas de energia,
agora são as emissões de nitrogênio que estão criando a chuva ácida.
"Ambos são ácidos fortes e ambos podem criar sérios problemas para o
ambiente", diz William Schlesinger, presidente do Instituto Cary de Estudos de
Ecossistemas. A chuva ácida pode dissolver cimento e calcário, assim como
acabar com nutrientes fundamentais do solo, o que prejudica as plantas. Ela
pode ainda liberar minerais tóxicos da terra que chegam até riachos e matam
peixes. A partir de 1990, o país fechou o cerco contra as emissões de enxofre e
de nitrogênio das usinas. Contudo, nas áreas onde houve queda de 70% de
dióxido de enxofre de 1990 a 2008, as emissões de dióxido de nitrogênio (NO2) caíram muito menos - diminuição de cerca de 35% - no mesmo período.
Schlesinger e outros cientistas têm alertado para o problema no país. Em 8 de
junho, a Agência de Proteção do Ambiente (EPA, na sigla em inglês) realizou
uma teleconferência para discutir o problema do nitrogênio, inclusive a chuva
ácida. No entanto, um relatório final ainda não foi emitido. A maior parte da
chuva de ácido nítrico é derivada de termoelétricas que queimam carvão, de
emissões de veículos e de fertilizantes. O uso excessivo destes criou, inclusive,
"zonas mortas" em Columbia e no rio Mississipi. Apesar disto, as emissões
atmosféricas de fertilizantes continuaram praticamente sem restrições.
Portal TERRA. Publicado em: 22 de Junho de 2010 - 08h24. Disponível em:
noticias.terra.com.br/ciencia/eua-chuva-de-acido-nitrico-destroi-estatuas-e-
mata animais,7df8a38790aea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
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__________________________________________________________________________
[1] TENNESEN, M. Sour Showers: Acid Rain Returns--This Time It Is Caused by Nitrogen Emissions. Scientific America, EUA, jun 2010. Disponível em: <http://www.scientificamerican.com/article/acid-rain-caused-by-nitrogen-emissions/>
O que você entende por Chuva Ácida?
Baseando-se no texto e no seu conhecimento prévio, você saberia diferenciar uma chuva dita como normal de uma chuva considerada ácida?
O que causa a Chuva Ácida?
Que prejuízo esse fenômeno causa a sociedade e ao ambiente?
Agora que você já leu o texto e refletiu sobre o mesmo, vamos voltar a ele prestando atenção agora às palavras em negrito. Você saberia explicar o que elas significam?
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1.2 ENTENDENDO ACIDEZ E BASICIDADE
Acabamos de discutir sobre um texto que trata sobre chuva ácida. Mas
afinal, o que é um ácido?
Para entender sobre isso devemos conhecer as chamadas definições
ácido-base.
Na realidade existem diferentes definições ácido-base que não devem ser tratadas como certas ou erradas, mas sim, sobre qual definição é mais conveniente para ser usada em determinada situação. Algumas definições são mais práticas e abrangentes, e é sobre elas que nós vamos tratar a seguir.
Lembre-se: Uma definição não anula a outra, é preciso usar a definição mais
conveniente em cada situação particular.
1.2.1 DEFINIÇÃO DE ARRHENIUS
Quem foi Arrhenius?
Nome completo: Svante August Arrhenius
Nasceu em: 19 de fevereiro de 1859 na Suécia.
Morreu em: 02 de outubro de 1927 na Suécia.
Fatos importantes:
Ensinou física na Escola Técnica Superior da Universidade de Estocolmo.
Em 1904, dirigiu o Instituto Nobel de Química e Física, permanecendo no cargo
até 1927.
Foi nomeado reitor do Real Instituto de Tecnologia de Estocolmo em 1896.
Em 1903, recebeu o Prêmio Nobel de Química por seu extraordinário serviço
prestado à tecnologia e à química.
Foi membro estrangeiro da Royal Society em 1909. Durante uma visita aos
Estados Unidos foi condecorado com a primeira medalha Willard Gibbs
em 1911. Em 1914, recebeu a medalha Faraday.
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Fonte: http://www.nobelprize.org
Arrhenius realizou diversos experimentos que testavam a condutividade
elétrica em solução e verificou que dependendo das substâncias elas sofriam
ionização ou dissociação iônica e conduziam corrente elétrica.
Ionização: reação em que substâncias reagem com a água e formam íons.
Dissociação iônica: compostos iônicos já existentes são separados pela ação
da água.
Condutividade Elétrica: Substâncias iônicas e moleculares apresentam
condutividade elétrica quando originam íons livres em solução aquosa. A tabela
abaixo indica, resumidamente, a capacidade de conduzir correntes elétricas
dessas substâncias.
Condutividade Elétrica
Características
dos compostos
Estado físico Solução
aquosa Sólido Líquido Vapor
iônicos não sim não sim
moleculares
ácidos e
amônia não não não sim
demais não não não não
Ao analisar os tipos de íons que tais substâncias formavam em água ele
notou que algumas produziam o mesmo tipo de cátion, outras produziam o
mesmo tipo de ânion e, por essa razão, possuíam propriedades muito
parecidas, podendo ser agrupadas. Desse modo, em 1887, Arrhenius propôs o
seu conceito de ácido e base: Ácido é uma substância que contém hidrogênio e
libera íons H+ como um dos produtos de sua ionização em água, enquanto que
é considerada uma base a substância que em água libera íons OH– (hidróxido).
Exemplos:
Ácido de Arrhenius:
10
HCl(aq) H+(aq) + Cl-(aq)
HNO3(aq) H+(aq) + NO3-(aq)
Bases de Arrhenius:
NaOH(aq) Na+(aq) + OH-(aq)
KOH(aq) K+(aq) + OH-(aq)
1.2.2 DEFINIÇÃO DE BRØNSTED-LOWRY
Primeiramente devemos saber que Brønsted-Lowry não era o nome de
uma só pessoa. Na verdade Tomas Martin Lowry e Johannes Nicolaus
Brønsted desenvolveram em 1923 de maneira simultânea, mas independente,
a teoria protônica que hoje em dia leva o nome de ambos os cientistas.
Quem foi Lowry?
Nome completo: Thomas Martin Lowry
Nasceu em: 26 de outubro de 1874, na Inglaterra.
Morreu em: 02 de novembro de 1936, na Inglaterra.
Fatos importantes: Em 1913, tornou-se chefe do Departamento de Química do
Guy´s Hospital Medical School.
Foi eleito membro da Royal Society em 1914.
Na Universidade de Cambrigde, tornou-se o primeiro professor de uma cadeira
de Físico-Química.
10 Fonte: http://en.wikipedia.org
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Quem foi Brønsted?
Nome completo: Johannes Nicolaus Brønsted
Nasceu em: 22 de fevereiro de 1879, na Dinamarca.
Morreu em: 17 de dezembro de 1947, na Dinamarca.
Fatos importantes:
Tornou-se professor de Química Inorgânica e Físico-Química na Universidade
de Copenhagen e no Instituto Politécnico de Copenhagen.
Durante a Segunda Guerra Mundial, opôs-se ao Partido Nazista e foi eleito pelo
Partido Dinamarquês. Ficou doente e faleceu após as eleições, não ocupando
seu cargo político.
A definição ácido-base de Brønsted-Lowry sugere que ácidos são
doadores de prótons, enquanto bases são receptoras de prótons. Podemos
considerar prótons como íons H+. De acordo com esta definição, um ácido é
uma espécie química capaz de “doar” um próton (cátion hidrogênio) e uma
base é uma espécie capaz de aceitar um próton. Isto significa que, quando
uma espécie se comporta como um ácido e cede um próton, tem de haver
outra espécie que se comporte como base e aceite o próton. Assim, desta
definição resulta a equação química genérica seguinte:
ácido (HA) + base (B) base conjugada (A-) + ácido conjugado (BH+)
Note que nessa equação genérica, "base conjugada" representa a
espécie química a que um ácido dá origem após a perda de um próton,
enquanto "ácido conjugado" é a espécie a qual uma base dá origem após o
ganho de um próton.
Exemplo:
HCl(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + Cl-(aq) Ácido Base Ácido Base Conjugado Conjugada
O íon H+ em presença de água forma o íon Hidrônio H3O+.
11
Fonte: http://en.wikipedia.org
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H2O(l) + NH3(aq) NH4+(aq) + OH-(aq)
Ácido Base Ácido Base
Conjugado Conjugada
Podemos observar um caso interessante na reação com o HCl (ácido
clorídrico), a água foi considerada uma base. Já na reação com o NH3
(amônia), a água é tratada como um ácido. Isso pode acontecer com outras
substâncias e essas substâncias são conhecidas como anfóteras, pois
dependendo da reação podem se comportar como ácidos ou como bases.
1.2.3 DEFINIÇÃO DE LEWIS
Quem foi Lewis?
Nome completo: Gilbert Newton Lewis
Nasceu em: 25 de outubro de 1875, em West Newton,
Massachusetts, EUA.
Morreu em: 23 de Março de 1946 em Berkeley, EUA.
Fatos importantes: De 1907 a 1912 foi professor de Físico-química no Instituto
de Tecnologia de Massachusetts.
Em 1912 mudou-se para a Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde foi
professor de química e reitor até a sua morte.
Lewis foi condecorado com a medalha Davy da Royal Society, a medalha de
Arrhenius da Swedish Academy, e as medalhas Gibbs e Richards. Deve-se
salientar ainda que Lewis foi um dos primeiros estrangeiros eleitos para a
Academia de Ciências da ex-União Soviética.
Também em 1923, Gilbert Newton Lewis propôs a sua definição em
termos de doação e aceitação de pares de elétrons. A definição de Lewis é
talvez a mais usada por sua aplicabilidade e simplicidade, pois inclui reações
onde não há formação de íons hidrogênio e nenhum outro íon é transferido.
12
Créditos UCLA / http://lqes.iqm.unicamp.br.
13
Segundo Lewis um ácido é uma substância capaz de receber um par de
elétrons de outro átomo para formar uma nova ligação. Enquanto a base pode
ceder um par de elétrons para outro átomo formar uma nova ligação. O
resultado dessa reação é um complexo ácido-base.
Exemplo:
BF3 + :NH3 F3B:NH3
Ácido Base Complexo
De maneira geral, podemos observar que ácidos são doadores
de espécies positivas, enquanto bases são doadoras de
espécies negativas.
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HORA DE EXERCITAR
1) Marque a alternativa que representa um próton: a) OH- b) H- c) e+ d) e- e) H+
2) (PUC) Segundo Brønsted-Lowry, um ácido e uma base conjugada, diferem entre si por:
a) um próton b) uma hidroxila c) um hidroxônio d) um par de elétrons e) uma ligação covalente
3) (ITA) “Ácido é uma substância capaz de receber 1 par de elétrons”. A
definição acima corresponde à proposta de:
a) Arrhenius b) Brønsted c) Lavoisier d) Lewis e) Ostwald
4) Explique porque o BF3 pode funcionar como ácido de Lewis.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5) Tomando por base as definições clássicas de ácidos e bases de Arrhenius,
Brønsted-Lowry e Lewis, comente cada uma das afirmações abaixo, indicando,
em cada caso, se a afirmação esta certa ou errada.
I. Ácido é toda espécie química, íon ou molécula, que em solução aquosa libera o íon OH-.
II. Base é toda espécie química, íon ou molécula, capaz de receber um próton, H+.
III. Base é toda espécie química, íon ou molécula, que em solução aquosa libera como único ânion, o íon OH-.
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ATIVIDADE SUGERIDA
Dividir a turma em grupos, nos quais alguns grupos seriam responsáveis por
pesquisar a bibliografia mais detalhada de cada um dos cientistas citados no
capítulo. Enquanto os outros grupos ficariam responsáveis por apresentar o
contexto histórico da época em que cada descoberta foi apresentada.
Essa atividade tem por finalidade demonstrar aos alunos que as descobertas
não foram feitas de maneira aleatória e que o conhecimento químico é
fundamentado através de descobertas de outros cientistas.
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CAPÍTULO 2 – pH E INDICADORES ÁCIDO - BASE
2.1 QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Chuva Corrosiva
Março de 1988
Os 10 milhões de paulistanos que se cuidem: a poluição está caindo sobre
suas cabeças. A chuva em São Paulo, analisada pelo Instituto de Pesquisas
Espaciais (INPE), tem mais acidez – ou seja, mais poluentes - do que toleram
os padrões internacionais de saúde. Seu pH (índice de acidez) é de 4,5 na
média anual abaixo, portanto, do índice recomendável de 5,65. Quanto menor
o pH, mais ácida é a água. As chuvas que caem na cidade costumam ser mais
poluídas no inverno que no verão, quando o volume de água ajuda a dissipar a
acidez.
Os culpados pelo fenômeno são os mesmos de sempre – as indústrias e os
veículos que despejam todos os dias, na atmosfera toneladas de dióxido de
enxofre e de óxido de nitrogênio. Em contato com as nuvens, os agentes
poluidores formam o ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3) que voltam
ao solo com a chuva. Nos Estados Unidos, Canadá e países europeus, estudos
já comprovaram a relação entre a acidez da chuva e a baixa produtividade de
lavouras – além da mortandade da fauna. Segundo o físico Celso Orsini, da
USP, não se conhecem os efeitos específicos da chuva sobre São Paulo, mas
a corrosão em automóveis é um bom indicador do alto teor de enxofre no ar.
Disponível em: super.abril.com.br/ecologia/chuva-corrosiva-438519.shtml
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Você acha que a chuva ácida é um fenômeno recente? Dica: repare no ano da reportagem.
Em que parte do momento do desenvolvimento histórico da humanidade você acredita que esse fenômeno teve seu início?
No texto encontramos a frase “A chuva em São Paulo, analisada pelo Instituto
de Pesquisas Espaciais (INPE), tem mais acidez – ou seja, mais poluentes - do
que toleram os padrões internacionais de saúde.” Baseado nos seus
conhecimentos, o que o nível de acidez tem a ver com a quantidade de
poluentes?
Repare na sigla em negrito no texto, o que significa pH? E como podemos
medir o nível de acidez de uma determinada solução? É isso que vamos
discutir nesse capítulo.
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2.2 POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (pH)
Em 1909, enquanto chefiava o departamento de química do laboratório
Carlsberg, o bioquímico dinamarquês conhecido como Sorensen introduziu o
conceito de pH, que na época não foi bem aceito pela comunidade química.
Quem foi Sorensen?
Nome completo: Soren Peter Lauritz Sorensen
Nasceu em: 9 de janeiro de 1868, na Dinamarca.
Morreu em: 12 de fevereiro de 1939, na Dinamarca.
Fatos importantes: Formou-se em 1891, tendo, a partir daí e até 1899, ano em
que se formou doutor, trabalhado no estudo da síntese inorgânica na
Universidade Técnica da Dinamarca em Copenhagen. Começou a colaborar
com o Laboratório Carlsberg em Copenhagen, associado à cerveja Carlsberg.
Após a morte do Professor J. Kjeldahl (1849-1900), Sorensen é convidado para
o cargo de diretor do Laboratório. Realiza, então, diversas experiências em
bioquímica relacionadas com aminoácidos, proteínas e enzimas, conduzindo-o
à descoberta da medição do pH. Em 1938 Sorensen retirou-se do Laboratório
Carlsberg, tendo falecido em 1939.
O termo pH (potencial hidrogeniônico) está altamente presente no nosso
cotidiano, em rótulos de xampus e sabonetes não é raro encontrar frases
como: “com controle de pH”. No próprio texto no início do capítulo temos a
informação de que o pH da água da chuva que caiu sobre São Paulo na época
da matéria possuía uma média de 4,5. Mas como conseguimos chegar a um
valor de pH?
O pH é o logaritmo negativo de base 10 da concentração molar de íons
hidrogênio (H+). Isso tudo significa que:
pH = - log [ H+]
Não lembra ou ainda não conhece as propriedades logarítmicas? Não
se preocupe, temos algumas dicas para você resolver o cálculo
facilmente:
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Fonte: http://www.biokemi.org
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Vamos dar um exemplo, a água do mar possui uma concentração molar por
litro de 10-8 mol.L-1 de íons hidrogênio. Então qual vai ser o seu pH?
A fórmula para o cálculo do pH é:
pH = -log [H+]
Se a concentração molar de íons hidrogênio é igual a 10-8 mol.L-1 , então:
pH = -log [10-8]
O expoente que esta na base 10 passa a ser um multiplicador da expressão:
pH = - -8 log [10]
Ocorre então uma multiplicação entre números negativos: (-1) x (-8) = +8,
Logo:
pH = + 8 log [10]
Como a base do logaritmo é dez, e log de 10 é igual a 1, (essa é uma
propriedade logarítmica importante: log de 10 na base 10 é igual a 1). Então:
pH = 8 x 1
pH = 8
Sendo assim, podemos concluir que o pH da água do mar é igual a 8.
Perceba que se o expoente do log for negativo, o pH será positivo.
2.3 POTENCIAL HIDROXILIÔNICO (pOH)
Podemos raciocinar de maneira semelhante para calcular o pOH de uma
solução. Usamos o pOH para calcular o potencial Hidroxiliônico de uma base.
Para encontrar o valor do pOH, calculamos o valor do logaritmo negativo de
base 10 da concentração molar de hidroxilas [OH-] da solução:
pOH = - log [OH-]
Os valores de pH e pOH somados resultam 14, ou seja: pH + pOH = 14.
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2.4 ESCALA DE pH
Os valores da escala de pH não são arbitrários, eles variam com a
temperatura. Por exemplo, no corpo humano onde a temperatura média é de
37ºC, pH + pOH = 13,6 e o pH neutro = 6,8. Em nosso uso cotidiano da escala
de pH consideramos a temperatura de 25ºC, onde pH + pOH = 14 e o pH
neutro é igual a 7.
Os valores abaixo de 7 indicam pH ácido. Os valores a cima de 7
indicam pH básico, enquanto o valor 7 indica um pH neutro.
Podemos determinar o pH de uma solução utilizando equipamentos
apropriados conhecidos como peagâmetros, ou utilizando indicadores.
Peagâmetro Indicadores ácido-base
2.5 INDICADORES
Indicadores são substâncias orgânicas de características ácidas ou
básicas fracas em que a cor da forma não dissociada difere da cor da sua
base ou ácido conjugado.
HInd + H2O Ind- + H3O+
cor ácida cor básica
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Fonte: http://www.i-flora.iq.ufrj.br.
Ind + H2O IndH+ + OH- cor básica cor ácida
A tabela abaixo ilustra alguns dos indicadores ácido-base existentes no
mercado que são comumente usados em laboratórios:
Faixa de transição do pH, Faixa de Viragem ou ainda Zona de Viragem é o
nome dado à faixa de pH na qual um indicador ácido-base sofre a mudança de
coloração.
É possível ainda produzir indicadores naturais. O extrato de muitas
frutas e vegetais podem ser utilizados com essa finalidade. Como, por
exemplo, o repolho roxo, a uva, o açaí entre outros.
Além desses indicadores líquidos existe também outra forma de
determinar o pH de uma solução utilizando papéis indicadores.
Papel de tornassol
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HORA DE EXERCITAR
1) (Enem - adaptada) O suco extraído do repolho roxo pode ser utilizado como
indicador do caráter ácido ou básico de diferentes soluções. Misturando-se um
pouco de suco de repolho e da solução, a mistura passa a apresentar
diferentes cores, segundo sua natureza ácida ou básica, de acordo com a
escala abaixo.
Algumas soluções foram testadas com esse indicador, produzindo os seguintes
resultados:
Material Cor
I amoníaco Verde
II leite de magnésia Azul
III vinagre Vermelho
IV leite de vaca Rosa
De acordo com esses resultados, as soluções I, II, III e IV têm,
respectivamente, caráter:
a) ácido/básico/básico/ácido
b) ácido/básico/ácido/básico
c) básico/ácido/básico/ácido
d) ácido/ácido/básico/básico
e) básico/básico/ácido/ácido
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2) (Mackenzie-SP) Determine das misturas citadas, aquela que apresenta
maior caráter básico.
a) Leite de magnésia, pH = 10
b) Suco de Laranja, pH = 3,0
c) Água do mar, pH = 8,0
d) Leite de vaca, pH = 6,3
e) Cafezinho, pH = 5,0
3) (Ufam - adaptada) A água do rio Negro, no Amazonas, tem caráter ácido,
com pH em torno de 5,0. A concentração de H+ por litro de água e seu pOH é,
aproximadamente:
a) 10-3 mol.L-1 e 8,0
b) 10-5 mol.L-1 e 9,0
c) 10-5 mol.L-1 e 7,0
d) 10-2,5 mol.L-1 e 7,0
e) 10-3 mol.L-1 e 9,0
4) (PUC-RS) Considere os dados da tabela abaixo.
Solução pH
I. suco de laranja 4,0
II. café 5,0
III. água do mar 8,0
Pela análise da tabela, é correto afirmar que a solução:
a) III é ácida.
b) I é a mais básica.
c) II é uma vez mais ácida que a solução I.
d) III é três vezes mais básica que a solução II.
e) I é dez vezes mais ácida que a solução II.
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5) A bile, segregada pelo fígado, é um líquido amargo, esverdeado e muito
importante na digestão. Sabendo que a concentração de íons H3O+ na bile é
1,0. 10-8 mol.L-1, determine o pH da bile, dizendo se é ácida, básica ou neutra.
a) pH = 8,00. Solução básica.
b) pH = 9,00. Solução ácida.
c) pH = 7,00. Solução neutra.
d) pH = 3,00. Solução ácida.
e) Impossível determinar o pH dessa solução.
24 25
ATIVIDADE SUGERIDA
O professor pode preparar, juntamente com os alunos, extratos naturais
e analisar o pH de diferentes produtos encontrados no dia a dia.
Veja como preparar alguns indicadores naturais:
• Feijão preto: Deixe o feijão de molho em água por 5 horas. Após
esse tempo o feijão libera o pigmento malvidina na água e a mesma
pode ser utilizada como indicador. A solução se torna avermelhada
em meio ácido (pH abaixo de 3,5 a 4) e esverdeada em meio básico
(pH acima de 8,5).
• Jabuticaba: Triture algumas cascas de jabuticaba bem limpas em um
recipiente com álcool ou água (o álcool é melhor) e depois filtre. A
solução arroxeada resultante contém o pigmento peonidina, mais
facilmente solúvel em álcool. A solução aquosa se conserva por 3
dias e a alcoólica por cerca de 1 mês, talvez mais. Se apresenta
avermelhada em meio ácido (pH < 3 ou 4) e esverdeada em meio
básico (pH > 8,5).
• Amoras: Elas podem ser simplesmente esmagadas e a polpa pode
ser diluída em um pouco de água.
• Repolho roxo: Ferva as folhas do repolho em água. A solução fria
pode ser utilizada como indicador. Para ameixa, beterraba e cebola
roxa o mesmo processo pode ser utilizado.
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CAPÍTULO III – NOMENCLATURA DE ÁCIDOS E BASES
3.1 QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Repare na imagem, nela estão expressas duas classificações de substâncias inorgânicas, os óxidos e os ácidos. Sobre os óxidos, vamos estudar mais tarde, foque sua atenção apenas nos ácidos. Você saberia responder como é feita a nomenclatura dos mesmos?
Se você não tem idéia de como isso é feito, não se preocupe. Nesse capítulo vamos tratar da nomenclatura dos ácidos e também das bases.
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Fonte: http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/quimica/11_chuvas_acidas2_d.htm
3.2 A ORIGEM DOS TERMOS
Já aprendemos quais são as teorias ácido-base e como identificamos
tais substâncias com indicadores. Agora é preciso saber como nomeá-las.
A palavra ácido vem do latim acidus e significa “azedo”, enquanto que
álcali tem origem árabe e significa “cinzas”. Álcalis era o termo antes usado
para se referir às bases.
3.3 ÁCIDOS
3.3.1 CARACTERÍSTICAS
• Reagem com certos metais (como o zinco, o magnésio e o ferro)
produzindo hidrogênio gasoso (H2).
• Reagem com carbonatos e bicarbonatos para produzir gás carbônico
(CO2).
• As suas soluções aquosas conduzem a eletricidade.
• Neutralizam soluções básicas.
3.3.2 NOMENCLATURA
Para nomear os ácidos, precisamos identificar qual ânion é gerado na
sua ionização. Os ânions mais comuns estão na tabela a seguir:
TABELA DOS PRINCIPAIS ÂNIONS Halogênios Carbono
F- Fluoreto CN- Cianeto Br- Brometo H3CCOO- Acetato I- Iodeto CO3
2- Carbonato Cl- Cloreto C2O4
2- Oxalato ClO- Hipoclorito HCOO- Formiato ClO2
- Clorito Nitrogênio ClO3
- Clorato NO2- Nitrito
ClO4- Perclorato NO3
- Nitrato Fósforo Enxofre
PO43- Fosfato S2- Sulfeto
Boro SO32- Sulfito
BO33- Borato SO4
2- Sulfato
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Precisamos identificar o ânion para fazer a seguinte relação:
Sufixo do Ânion eto ito ato Sufixo do Ácido ídrico oso ico
Sabendo dessa relação podemos nomear os ácidos.
Nome do ácido:
ácido + nome do ânion sem o sufixo + sufixo do ácido
Dessa forma podemos nomear os ácidos responsáveis pela chuva ácida:
H2SO4 2H+ + SO4-
O ânion formado na ionização é o ânion SO42- chamado de sulfato; Logo
o nome do ácido será: ácido + sulfur + ico = ácido sulfúrico.
HNO3 H+ + NO3-
O ânion formado na ionização é o ânion NO3- chamado de nitrato; Logo o
nome do ácido será: ácido + nitr + ico = ácido nítrico.
Logicamente não encontramos ácidos apenas na chuva, muitos produtos do
nosso cotidiano contêm ácidos e eles também estão presentes em muitos
processos industriais. Veja alguns exemplos abaixo:
• HCl – é vendido no comércio como ácido muriático (um nome
usual), que é utilizado para limpeza de pisos. Para nomear
corretamente esse ácido devemos seguir a regra da IUPAC que
aprendemos nesse capítulo. O ânion gerado pela ionização do
ácido é o Cl- (cloreto), então: ácido + clor + ídrico = ácido
clorídrico.
27
29
• H2SO4 – Está longe de ser um ácido presente apenas nas nuvens,
muito pelo contrário, pode ser encontrado em diversas aplicações em
nosso dia a dia, uma dessas aplicações é na bateria de automóveis.
Nome: ácido sulfúrico.
• HNO3 - Assim como o ácido sulfúrico pode ser empregado para diversas
finalidades, uma delas é na fabricação de explosivos. Nome: ácido
nítrico.
• HF – Aplicado na gravação de cristais e vidros. O ânion gerado pela
ionização do ácido é o F- (fluoreto), então: ácido + flúor + ídrico = ácido
fluorídrico.
• H3PO4 – Usado na produção de fertilizantes. O ânion gerado pela
ionização do ácido é o PO43- (fosfato), então: ácido + fosfor + ico = ácido
fosfórico.
3.4 BASES
3.4.1 CARACTERÍSTICAS:
• Quando dissolvidos em água os hidróxidos têm seus íons separados. O
cátion é um metal, o ânion é o OH-. (A amônia é uma exceção)
• Também transferem corrente elétrica quando são dissolvidas em água.
3.4.2 NOMENCLATURA:
Para nomear bases é muito simples.
Nome das bases:
hidróxido de + nome do cátion
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28
Os cátions mais comuns estão na tabela abaixo:
TABELA DOS PRINCIPAIS CÁTIONS
NH4+ Amônio Ba2+ Bário Au+ Ouro I
Li+ Lítio Zn2+ Zinco Au3+ Ouro III
Na+ Sódio Al3+ Alumínio Pb2+ Chumbo II
K+ Potássio Cu+ Cobre I Pb4+ Chumbo IV
Ag+ Prata Cu2+ Cobre II Ni3+ Níquel
Be2+ Berílio Fe2+ Ferro II Sn4+ Estanho IV
Ca2+ Cálcio Fe3+ Ferro III Mn2+ Manganês II
Mg2+ Magnésio Cr3+ Crômio III Mn4+ Manganês IV
Para diferenciar o cátion do mesmo elemento com cargas diferentes
recomenda-se colocar entre parênteses a carga do cátion e em algarismos
romanos. Note que na tabela alguns cátions não possuem o valor da carga em
algarismo romano, isso ocorre por dois motivos: ou a cátion só possui essa
carga ou essa carga é muito mais comum que outras possíveis.
Agora que sabemos a regra de nomenclatura podemos nomear as bases
mais comuns presentes no nosso cotidiano:
• NaOH – Utilizado na fabricação de sabão, de papel, celulose e corantes.
Nome: Hidróxido de sódio (cátion – Na+).
• Ca(OH)2 – Utilizado na preparação de argamassa.
Nome: Hidróxido de cálcio (cátion – Ca2+).
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31
• Mg(OH)2 – Utilizado em produtos farmacêuticos como laxante e
antiácidos.
Nome: Hidróxido de magnésio (cátion – Mg2+).
• NH4OH – Utilizado na produção de fertilizantes e explosivos.
Nome: Hidróxido de amônio (cátion - NH4+).
• Al(OH)3 – Utilizado em produtos farmacêuticos como antiácido
estomacal.
Nome: Hidróxido de alumínio (cátion – Al3+).
Apesar de não ser uma nomenclatura oficial, ainda é possível encontrar
em algumas literaturas o uso de sufixos para diferenciar cátions de um mesmo
elemento. O sufixo –ico é usado para o cátion de menor carga, enquanto o
sufixo –oso é usado para o cátion de maior carga.
Veja o exemplo:
Fe(OH)2 – Hidróxido de ferro (II) ou hidróxido férrico.
Fe(OH)3 – Hidróxido de ferro (III) ou hidróxido ferroso.
Devemos, agora, prestar atenção em uma base com propriedades
diferentes. Quando aprendemos as propriedades das bases vimos que as
mesmas sofrem dissociação iônica, com exceção da amônia (NH3). A amônia é
um composto molecular também conhecido como amoníaco e, em condições
normais de ambiente, é um gás de odor forte e irritante. Pois bem, a amônia ao
ser dissolvida em água sofre ionização produzindo como íon negativo
exclusivamente OH-. Por isso a amônia, em meio aquoso, é considerada uma
base.
NH4OH é uma forma de representar o hidróxido de amônio,
porém o que realmente existe em solução são íons NH4+(aq) e OH-(aq) .
30
32
HORA DE EXERCITAR
1) (Mackenzie-SP) A água régia, que é uma mistura capaz de atacar o ouro,
consiste numa solução formada de três partes de ácido clorídrico e uma parte
de ácido nítrico. As fórmulas das substâncias destacadas são,
respectivamente:
a) Au, HClO3 e HNO3 b) O, HClO e HCN
c) Au, HCl e HNO3 d) Hg, HCl e HNO2
e) Au, HClO2 e NH3
2) (USJT-SP) O ácido cianídrico é o gás de ação venenosa mais rápida que se
conhece: uma concentração de 0,3 mg por litro de ar é imediatamente mortal. É
o gás usado nos estados americanos do Norte, que adotam a pena de morte
por câmara de gás. A primeira vítima foi seu descobridor, Carl Wilhem Scheele,
que morreu ao deixar cair um vidro contendo solução de ácido cianídrico, cuja
fórmula molecular é:
a) HCOOH. b) HCN. c) HCNS.
d) HCNO. e) H4Fe(CN)6
3) (Mackenzie-SP) Certo informe publicitário alerta para o fato de que, se o
indivíduo tem azia ou pirose com grande frequência, deve procurar um médico,
pois pode estar ocorrendo refluxo gastroesofágico, isto é, o retorno do
conteúdo ácido do estômago. A fórmula e o nome do ácido que, nesse caso,
provoca queimação no estômago, a rouquidão e mesmo dor toráxica são:
a) HCl e ácido clórico. b) HClO2 e ácido cloroso.
c) HClO3 e ácido clórico. d) HClO3 e ácido clorídrico.
e) HCl e ácido clorídrico.
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33
4) (PUC-MG) A tabela apresenta algumas características e aplicações de
alguns ácidos:
Nome do ácido Aplicações e características Ácido muriático Limpeza doméstica Ácido fosfórico Usado como acidulante Ácido sulfúrico Desidratante, solução de bateria Ácido nítrico Explosivos
As fórmulas dos ácidos da tabela são, respectivamente:
a) HCl, H3PO4, H2SO4, HNO3.
b) HClO, H3PO3, H2SO4, HNO2.
c) HCl, H3PO3, H2SO4, HNO2.
d) HClO2, H4P2O7, H2SO3, HNO2.
e) HClO, H3PO4, H2SO3, HNO3.
5) Dê o nome aos seguintes ácidos (solução aquosa):
a) HClO2:
b) HCl:
c) HCN:
d) HNO2:
e) HF:
f) H2S:
g) H2CO3:
h) H3BO3:
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34
6) Uma das etapas do tratamento da água e do esgoto é o direcionamento da
água contendo flóculos de impurezas para tanques de sedimentação ou
decantação, onde o material sedimentado acumula-se no fundo do tanque,
formando um lodo gelatinoso que é removido pela parte inferior. Normalmente
realiza-se nessa etapa uma reação de formação de um precipitado gelatinoso
de Al(OH)3, que adsorve as partículas de impurezas suspensas. Sabendo-se
que um dos reagentes utilizados é a cal hidratada [Ca(OH)2], pode-se concluir
que o nome dessas substâncias são, respectivamente:
a) Hidróxido de alumínio e Hidróxido de cálcio.
b) Hidróxido de alumínio III e Hidróxido de cálcio.
c) Hidróxido de alumínio e Hidróxido de carbono.
d) Hidróxido de alumínio e Hidróxido de cálcio II.
7) No cotidiano as bases possuem inúmeras aplicações. No entanto, ao serem
utilizadas puras ou misturadas com água, elas são comumente denominadas
por nomenclaturas usuais. Assim, associe as nomenclaturas oficiais das bases
com as suas respectivas nomenclaturas usuais, nas colunas a seguir:
1. Hidróxido de Sódio ( ) Cal hidratada, cal extinta
2. Hidróxido de Cálcio ( ) Amoníaco
3. Hidróxido de Amônio ( ) Soda Cáustica
4. Hidróxido de Magnésio ( ) Leite de magnésia
8) (FUA-AM) Determine a alternativa correta que indica uma das substâncias
ativas contidas no medicamento aziran, usado para neutralizar a hiperacidez
estomacal.
a) Hidróxido de sódio (soda cáustica)
b) Ácido clorídrico
c) Ácido sulfúrico
d) Hidróxido de alumínio
e) Ácido cítrico
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35
35
9) As bases, segundo a teoria de Arrhenius, são aquelas substâncias que, em
solução aquosa, sofrem dissociação iônica, liberando como único ânion a
hidroxila (OH-). Considerando que o OH é obrigatório na composição de toda
base, elas também são chamadas de hidróxidos. Com base nisso, dê a
nomenclatura das seguintes bases:
a) KOH:
b) Ba(OH)2:
c) Sr(OH)2 :
d) Fe(OH)2:
e) Fe(OH)3:
f) Pb(OH)4:
g) NH4OH:
10) Nas cinzas estão presentes substâncias que, em contato com a água,
promovem o aparecimento, entre outras, das substâncias conhecidas como
hidróxido de potássio e hidróxido de sódio. Escreva uma fórmula que
represente cada uma dessas duas substâncias.
_____________________________________________________________
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36
ATIVIDADE SUGERIDA
Para tratar acidez e basicidade de um meio é possível utilizar a atividade
que é sugerida no próximo capítulo. A simulação da chuva ácida é um
experimento abrangente que serve para demonstrar o que é abordado tanto no
capítulo 3, quanto no capítulo 4.
36
37
CAPÍTULO IV – ÓXIDOS 4.1 QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Vamos voltar à mesma imagem que iniciou o capítulo anterior.
Já aprendemos como nomear os ácidos, agora repare na outra classe
de substâncias inorgânicas que está presente na figura.
SO2 e NO2 são chamados de óxidos.
Vamos aprender o que são óxidos e como podemos nomeá-los nesse
capítulo. Mas antes observemos essa outra figura.
Repare que nesse esquema aparece outro óxido e também um ácido.
Esse óxido é responsável pela acidez natural da chuva. Isso mesmo! A
chuva é naturalmente ácida, pois seu pH médio é de 5,6.
Reflita um pouco e responda: Porque a chuva é naturalmente
ácida? 38
Fonte: http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/quimica/11_chuvas_acidas2_d.htm
4.2 DEFINIÇÃO
Consideramos óxidos os compostos binários (isto é, com dois
elementos), nos quais um dos elementos é o oxigênio sendo este o mais
eletronegativo.
Eletronegatividade: medida da habilidade de um átomo, em uma
molécula, de atrair elétrons para si. A eletronegatividade relaciona-se com o
raio atômico: de maneira geral, quanto menor o tamanho de um átomo, maior
será a força de atração sobre os elétrons.
Um óxido pode ser identificado seguindo a fórmula geral:
E2OY onde y é a carga do cátion
4.3 CLASSIFICAÇÃO
Existe uma grande variedade de óxidos que apresentam propriedades
características diferentes.
A tabela abaixo ajuda a evidenciar essa afirmação.
CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO
GRUPOS
Quanto às ligações químicas
Iônicos: formados por ligação iônica entre metais e átomos de oxigênio. Ex.: ZnO.
Moleculares: formados por ligação covalente entre elementos não metálicos e átomos de oxigênio.
Ex.: SO2.
Quanto às propriedades
Básicos: formados por elementos da família 1 A e 2 A, quando dissolvidos em água reagem formando soluções básicas. Ex.: Li2O.
Ácidos: óxidos moleculares que reagem com água formando soluções ácidas. Ex.: NO2.
Neutros: óxidos de alguns não metais que não reagem com água. Ex.: CO.
39
Anfóteros: podem comportar-se como ácidos ou como bases dependendo do meio. Ex.: ZnO.
Peróxidos: óxidos em que o Nox do oxigênio é -1.
Ex.: H2O2.
4.4 NOMENCLATURA
Para nomear óxidos é simples, basta seguir a regra:
Nome dos Óxidos:
Óxido de + nome do elemento que está combinado com o oxigênio
Quanto aos óxidos moleculares utilizam-se os prefixos gregos para
indicar a quantidade de cada átomo presente. A tabela abaixo relembra os
prefixos gregos.
1 Mono 6 Hexa
2 Di 7 Hepta
3 Tri 8 Octa
4 Tetra 9 Nona
5 Penta 10 Deca
Vamos tomar como exemplo os óxidos que estão presentes na figura e
aproveitar para conhecer um pouco mais sobre eles.
• SO2 – O enxofre (S) é uma das principais impurezas encontradas em
derivados de combustíveis fósseis. Quando estes são utilizados, eles
produzem o SO2, um óxido ácido com cheiro bastante irritante.
Como podemos nomear esse óxido? Primeiramente devemos observar
a quantidade de átomos de oxigênio existentes na molécula. Neste caso
encontramos 2 átomos de oxigênio.
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Sendo assim, vamos acrescentar o prefixo grego “Di” na palavra óxido.
Então temos o dióxido de enxofre. Esse óxido é ácido, pois ao reagir com a
água ele produz um ácido. Tendo como base tal informação podemos deduzir o
porquê desse óxido ser responsável pelo excesso de acidez na água da chuva.
A reação do dióxido de oxigênio se dá da seguinte forma:
S + O2 SO2
Ao reagir com a água o SO2 produz o ácido sulfuroso:
SO2 + H2O H2SO3
Na atmosfera parte do SO2 reage lentamente com o oxigênio formando SO3:
SO2 + 1/2 O2 SO3
O trióxido de enxofre reage com a água para formar ácido sulfúrico:
SO3 + H2O H2SO4
Em alguns artigos é comum encontrar a simbologia SOx para designar
genericamente o SO2 e o SO3.
• NOX – Um termo genérico para representar o NO (óxido de nitrogênio) e
o NO2 (dióxido de nitrogênio).
O NO é produzido no motor dos carros pela entrada de ar atmosférico e
sua combustão. Também pode ser produzido pela queima de compostos
que possuem nitrogênio em sua estrutura, como por exemplo, na
queima da cana de açúcar.
N2 + O2 2NO
Uma vez lançado na atmosfera o NO transforma-se em um óxido ácido,
o NO2, que, ao reagir com a água da chuva, produz os ácidos nítrico e
nitroso.
2 NO + O2 2 NO2
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41
2 NO + H2O HNO3 + HNO2
Não é apenas com a poluição que os NOx são formados. Nos
raios que ocorrem durante as tempestades também se formam NO e
NO2, que conduzem o aparecimento do HNO3 na água da chuva.
• CO2 – No início do capítulo vimos que a chuva é naturalmente ácida,
com um pH que varia em torno de 5,6. Essa acidez natural ocorre devido
a reação do CO2 (dióxido de carbono) com água presente nas nuvens,
formando um ácido fraco chamado de ácido carbônico.
CO2(g) + H2O(l) H2CO3(aq)
H2CO3(aq) H+(aq) + HCO3-(aq)
42
HORA DE EXERCITAR
1) Na noite de 21 de agosto de 1986, uma nuvem tóxica de gases saiu do
fundo de um lago vulcânico, o lago de Nios, na África. Técnicos
concluíram que a nuvem de gases continha sulfeto de hidrogênio,
monóxido de carbono, dióxido de carbono e dióxido de enxofre. O item
que contém corretamente as fórmulas dos gases citados acima é:
a) H2SO4, CO, CO2 e SO3.
b) CaO, H2SO3, CO2 e H2SO4.
c) CO, CO2, SO3 e H2SO4.
d) CO, H2S, SO2 e CO2.
e) H2S, CO, CO2 e SO3.
2) O vazamento de 400 mil m3 de rejeito de bauxita de uma empresa
mineradora no rio Muriaé (MG) causou a suspensão da captação e da
distribuição de água em várias cidades do Rio de Janeiro.
Segundo as agências ambientais de Minas e do Rio, o material não é
tóxico, pois é constituído unicamente de argila contendo óxido de ferro III
(Fe2O3) e sulfato de alumínio (Al2(SO4)3). Sabe-se que o principal
componente da bauxita é o óxido de alumínio, representado pela
fórmula.
a) Al(OH)3.
b) AlO2.
c) Al3O2.
d) AlO.
e) Al2O3.
40
43
3) (FGV-2000) Em alguns municípios do Brasil, adota-se uma forma
bastante cruel de controlar a população de cães abandonados nas ruas:
prendem-se os animais em compartimentos vedados, onde se introduz
uma mangueira acoplada ao escapamento de um caminhão, cujo motor
está funcionando em “ponto morto”. A substância que mata os cães é:
a) KCN
b) H2
c) CO
d) NH3
e) HCN
4) (Mack-2005) A dissolução, no mar, de gás carbônico proveniente da
queima de combustíveis fósseis será nociva a seres marinhos, como
corais, fitoplâncton e outros seres vivos. A formação de esqueletos e
conchas de carbonato de cálcio ficará muito dificultada. O pH na
superfície do mar, que hoje é em torno de 8,0, pode chegar a 7,4 em 300
anos. O desequilíbrio que essa mudança causará na cadeia alimentar
marinha pode levar a uma tragédia. Folha de São Paulo (adaptação)
Do texto acima, deduz-se que:
I — A combustão de carvão e derivados de petróleo não aumenta a
concentração de CO2 na atmosfera.
II — O aumento da acidez na água do mar impedirá a formação de
conchas.
III — A acidez extra na água do mar comprometerá a existência do
fitoplâncton, essencial na cadeia alimentar.
IV — Neste século, o surgimento e o uso de novas fontes de
energia são de vital importância para a Terra.
41
44
Estão corretas as afirmações:
a) I , II , III e IV.
b) I e IV, somente.
c) II , III e IV, somente.
d) II e IV, somente.
e) II e III, somente.
5) (Mack-2002) A combustão de carvão e de derivados de petróleo
aumenta a concentração de um gás na atmosfera, provocando o efeito
estufa. O gás em questão é:
a) Cl2.
b) O3.
c) H2.
d) CO2.
e) O2.
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ATIVIDADE SUGERIDA
Um experimento simples que pode ser trabalhado de diversas maneiras
e que aborda os tópicos:
• Óxidos
• Ácidos
• pH
• Indicadores
• Chuva Ácida
Materiais:
• Um pote de vidro (pode ser de azeitona);
• Palito de fósforo;
• Uma pequena quantidade de limpador de uso geral;
• Água;
• Fenolftaleína ou Extrato de Repolho Roxo;
Procedimento:
1. Coloque água no frasco de vidro, com tampa rosqueável, até um quinto
de sua altura.
2. Acrescente algumas gotas de uma solução de fenolftaleína
alcoólica ou extrato de repolho roxo (solução alcoólica).
3. Adicione algumas gotas de limpador no frasco até que haja uma
mudança de cor. Não coloque muita solução do limpador, apenas o
suficiente para que haja uma mudança de cor.
4. Acenda um palito de fósforo longo dentro do frasco. Assim que a cabeça
do fósforo (que contém enxofre) sofrer a queima, apague o fósforo e
tampe o frasco rapidamente. (Atenção! A parte de madeira não deve ser
queimada. O processo tem que ser muito rápido)
5. Agite o frasco para dissolver os gases na água. Observe
o que aconteceu.
43
44 46
ATENÇÃO: O experimento pode ser feito em sala de aula de maneira
DEMONSTRATIVA, tomando todos os cuidados necessários para lidar com
fogo.
Após a realização do experimento, os alunos podem ser divididos em
grupos para responder as seguintes questões:
a) Quais são as reações que ocorrem na queima da cabeça de fósforo
e do posterior encontro entre o gás formado e a água.
b) Quando adicionamos o limpador na água o meio ficou ácido ou
básico? Como podemos chegar a essa conclusão?
c) Por que a solução mudou de cor quando o frasco foi agitado?
d) Escreva um pequeno texto relacionando o experimento com o
fenômeno da chuva ácida.
44
47
CAPÍTULO V- SAIS E REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO
5.1 QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Leia atentamente o texto e as informações abaixo:
“[...]. O calcário (carbonato de cálcio) moído, por exemplo, é capaz de reduzir a
acidez quando aplicado em lagos, rios ou solo. Esta técnica é conhecida como
calagem. A quantidade necessária para corrigir a acidez e atingir um pH
adequado (6,5) varia de acordo com o tamanho e o grau de acidez da área.
Mas, o prejuízo causado pela chuva ácida é tão grande que a calagem nunca
solucionará o problema. Calcula-se que seriam necessárias mais de 300 mil
toneladas de cal por ano, ao custo de 25 milhões de libras esterlinas (cerca de
42 milhões de dólares), para neutralizar os ácidos somente no sul da Noruega.
Por isso torna-se óbvio a necessidade de cortar as emissões de poluentes,
evitando a formação da chuva ácida, já que quando ocorre o fenômeno, ao
analisar todo prejuízo e gastos necessários para corrigir o local afetado são
inviáveis.”
Fonte: http://amanatureza.com/conteudo/artigos/chuva-acida.
Você saberia identificar a fórmula molecular do carbonato de cálcio e em qual
grupo de substâncias inorgânicas ele se enquadra?
48
5.2 O QUE É UM SAL?
O carbonato de cálcio é um sal. Isso mesmo, o termo “sal” é utilizado
para se referir a uma classe de substâncias inorgânicas, embora a maioria da
população ainda pense que a palavra sal se refere apenas ao sal de cozinha.
Na verdade o sal de cozinha é o NaCl ou cloreto de sódio.
Quimicamente podemos definir sal da seguinte maneira:
Sal é um composto iônico cujo cátion vem de uma base e o ânion é
proveniente de um ácido.
A fórmula de um sal pode ser obtida de maneira genérica da seguinte
forma:
Onde A é o cátion e B é o ânion.
Os sais são sólidos e alguns deles têm a propriedade de se cristalizarem
com moléculas de água na sua estrutura, são os chamados sais hidratados.
Como, por exemplo, o sulfato de cobre penta-hidratado (CuSO4 . 5H2O).
5.3 CLASSIFICAÇÃO DOS SAIS
Os sais podem ser classificados conforme algumas características:
Classificação Características
Sais neutros São aqueles que quando dissolvidos em água não alteram
seu pH. Ex.: NaCl.
Sais ácidos São geralmente oriundos de uma base fraca e, quando
dissolvidos em água, reagem fazendo com que o pH da
solução fique menor do que 7. Ex.: NH4Cl.
49
Sais básicos São geralmente oriundos de ácidos fracos e, quando
dissolvidos em água, reagem fazendo com que o pH da
solução fique maior do que 7. Ex.CH3COONa (acetato de
sódio).
5.4 NOMENCLATURA DOS SAIS
De modo geral, a nomenclatura dos sais é dada da seguinte maneira:
Nome do ânion + de + nome do cátion
Para as espécies cujos átomos centrais apresentam mais de um valor de
número de oxidação (nox) a nomenclatura obedece às seguintes regras:
Sufixo - ico Para o maior nox do átomo central
Sufixo - oso Para o menor nox do átomo central (consideram-se
apenas os dois menores nox do elemento)
Obs.: O número do Nox em algarismos romanos dentro de parênteses
após o nome do elemento.
O número de oxidação é definido como a carga elétrica que um átomo
tem ou parece ter.
É necessário também estabelecer nomenclatura para ânion, trocando
sufixo dos ácidos dos quais se originam pelos seguintes sufixos:
Ácidos que possuem sufixo ídrico Sais receberão sufixo eto
Ácidos que possuem sufixo iço Sais receberão sufixo ato
Ácidos que possuem sufixo oso Sais receberão sufixo ito
50
Exemplos:
• FeCl3:
Ânion: cloreto (Cl-) / Cátion: ferro (III)
Nome do sal: Cloreto de ferro (III).
• Na2SO4:
Ânion: sulfato (SO42-) / Cátion: sódio (Na+).
Nome do sal: Sulfato de sódio.
• Zn(NO2)2:
Ânion: nitrito (NO2-) / Cátion: zinco (Zn2+)
Nome do sal: Nitrito de zinco.
5.5 SOLUBILIDADE DOS SAIS EM ÁGUA
A capacidade de se solubilizar ou não em água é uma característica
importante dos sais.
Solubilidade em água
Solúveis
(como regra)
Insolúveis (principais exceções)
Insolúveis
(como regra)
Solúveis (principais exceções)
Nitratos (NO3-)
Acetatos
(CH3COO-)
--- Sulfetos (S2-) Metais alcalinos, alcalinos terrosos e amônio (NH4
+)
Cloretos (Cl-)
Brometos (Br-)
Iodetos (I-)
Ag+, Pb2+, Hg22+ Carbonatos
(CO32-)
Metais alcalinos e amônio (NH4
+)
Sulfatos (SO42-) Ca2+, Sr2+, Ba2+,
Pb2+ Fosfatos (PO43-) Metais alcalinos e
amônio (NH4+)
50
51
Observações:
• Metais alcalinos – Família 1 da Tabela periódica. (Em algumas tabelas ainda é encontrado a denominação 1 A).
• Metais alcalinos terrosos – Família 2 da tabela periódica. (Em algumas tabelas ainda é encontrado a denominação 2 A).
• Nenhuma substância é totalmente insolúvel. Quando usamos essa terminologia, queremos dizer que apenas uma quantidade muito pequena da substância foi solubilizada.
• Todos os sais de metais alcalinos e amônio são solúveis.
5.6 PRODUZINDO UM SAL – REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO
Quando reagimos um ácido com uma base produzimos sal e água. Essa
é uma maneira muito simples de se produzir um sal. Essa reação é chamada
de reação de neutralização.
Quando a quantidade de íons H+ provenientes do ácido for igual a
quantidade de íons OH- provenientes da base, ocorrerá a chamada
neutralização total. Observe o exemplo abaixo para a produção, em
laboratório, do NaCl.
NaOH + HCl NaCl + H2O
Cada molécula de HCl produz 1 H+;
Cada molécula de NaOH produz 1 OH-;
1 H+ + 1 OH- = 1 H2O
Observe esse outro exemplo.
2 HNO3 + Mg(OH)2 Mg(NO3)2 + 2 H2O
Cada molécula de HNO3 produz 1 H+;
Cada fórmula de Mg(OH)2 produz 2 OH-;
Para neutralizar 2 OH-, necessitamos de 2 H+, ou seja, é necessário 2
moléculas de HNO3.
52
Quando um ácido e uma base são misturados em quantidades
diferentes daquelas que levarão a neutralização total, ocorre uma neutralização
parcial do ácido ou da base.
Exemplo de neutralização parcial do ácido
H3PO4 + NaOH NaH2PO4 + H2O
Cada molécula de H3PO4 produz 3 íons H+;
Cada molécula de NaOH produz 1 íons de OH-;
Se cada íon OH- neutraliza 1 íon H+, teremos então a formação de uma
molécula de água e a formação do ânion H2PO4-, já que o ácido não foi
completamente neutralizado.
Exemplo de neutralização parcial da base
HCl + Mg(OH)2 Mg(OH)Cl + H2O
Cada molécula de HCl produz 1 íon H+;
Cada fórmula de Mg(OH)2 produz 2 íons OH-;
Seria preciso mais um íon H+ para neutralizar completamente a base, então
temos a formação de uma molécula de água e o cátion [Mg(OH)]+, que
juntamente com o ânion Cl- , dará origem ao sal.
53
HORA DE EXERCITAR
1) (MACK SP) Leia com atenção o texto abaixo, e em seguida responda a
pergunta.
Sonda espacial detecta sal de cozinha em lua de Saturno
A análise da composição química do anel mais externo de Saturno
revelou a presença de 98% de água, 1% de cloreto de sódio, 0,5% de
bicarbonato de sódio e 0,5% de outros materiais. Essas substâncias, que
formam o anel, são lançadas ao espaço por gêiseres presentes em uma das
luas de Saturno, chamada Encélado, que possui superfície coberta de gelo.
Essa descoberta permite supor que haja água salgada nessa lua, ou seja, que
haja um oceano líquido sob o gelo da sua superfície.
Adaptação Folha de S. Paulo
Usando as informações acima, é correto afirmar que, em Encélado,
a) a existência do oceano líquido é uma hipótese possível, pois um sal solúvel
só forma uma mistura homogênea com a água, quando ela está líquida.
b) a existência do oceano somente poderá ser verdadeira, se for comprovado
que é formado unicamente pela substância composta água.
c) o cloreto de sódio é insolúvel em água, em quaisquer condições de pressão
e temperatura existentes na lua de Saturno.
d) o bicarbonato de sódio, que tem fórmula NaHCO3, é um óxido.
e) a hipótese de que o anel possa ser formado por vapor de água proveniente
do derretimento do gelo, em consequência do calor das erupções dos gêiseres,
deve ser totalmente descartada.
2) (FEPECS DF) As estruturas mineralizadas de alguns animais são formadas
principalmente por íons cálcio, magnésio, carbonatos, fosfatos e sulfatos. Os
ossos e os dentes dos vertebrados, por exemplo, são constituídos
principalmente por fosfato de cálcio. As conchas dos moluscos e os
corais são principalmente de carbonato de cálcio. Os esqueletos dos 50
54
invertebrados contêm um pouco de carbonato de magnésio e também já foi
encontrado no material esquelético de um protozoário, denominado Acantharia,
sulfato de estrôncio.
As substâncias citadas no texto são sais inorgânicos representados pelas
fórmulas:
a) K3PO4, K2CO3, MgCO3 e SnSO3;
b) K3PO4, K2CO3, MnCO3 e SrSO4;
c) Ca3(PO4)2, CaCO3, MnCO3 e SnSO4;
d) Ca3(PO4)2, CaCO3, MgCO3 e SrSO3;
e) Ca3(PO4)2, CaCO3, MgCO3 e SrSO4.
3) (UDESC SC) Alguns sais inorgânicos são utilizados na medicina no
tratamento de doenças, são exemplos disso o bicarbonato de sódio como
antiácido, o carbonato de amônio como expectorante, o permanganato de
potássio como antimicótico e o nitrato de potássio como diurético. Assinale a
alternativa que contém a fórmula química desses sais, respectivamente.
a) Na2CO3, (NH4)2CO3, KMnO4 e KNO3;
b) NaHCO3, (NH4)2CO3, KMnO4 e KNO3;
c) NaHCO3, (NH4)2CO3, KMnO4 e K2NO3;
d) NaHCO3, NH4CO3, KMnO4 e KNO3;
e) Na2CO3, NH4CO3, KMnO4 e K2NO3;
4) (Unioeste PR) Leia o texto e depois responda a pergunta.
Numa lista de 82 países pesquisados pela International Center For Alcohol
Policies, a nova lei seca brasileira com limite de 2 decigramas de álcool por litro
de sangue é mais rígida que 63 nações. O método mais antigo para determinar
este limite é utilizando um Bafômetro (ou Etilômetro), onde o álcool liberado
nos pulmões é assoprado para o interior do equipamento e reage segundo a
equação abaixo:
55
3CH3CH2OH + 2K2SO4 + 8H2SO4 3CH3COOH + 2Cr2(SO4)3 + 2K2SO4 + 11H2O
Atualmente, o método mais utilizado é um sensor que funcionando como
uma célula de combustível, formada por um material cuja condutividade é
influenciada pelas substâncias químicas que aderem a sua superfície. A
condutividade diminui quando a substância é o oxigênio e aumenta quando se
trata de álcool. Entre as composições preferidas para formar o sensor
destacam-se aquelas que utilizam polímeros condutores ou filmes de óxidos
cerâmicos, como óxido de estanho (SnO2), depositados sobre um substrato
isolante.
Em relação a nomenclatura química dos sais presentes na reação do
bafômetro temos, respectivamente:
a) Cromato de potássio, Sulfato de cromo III e Sulfato de potássio.
b) Dicromato de potássio, Sulfato de cromo III e Sulfato de potássio.
c) Dicromato de potássio, Sulfato de cromo II e Sulfato de potássio.
d) Cromato de potássio, Sulfato de cromo II e Sulfeto de potássio.
e) Dicromato de potássio, Sulfato de cromo III e Sulfeto de potássio.
5) (PUCCAMP) O fermento em pó e o sal de fruta têm como principal
componente a substância de fórmula NaHCO3, cujo nome é:
a) acetato de sódio d) bicarbonato de sódio
b) carbonato de sódio e) carbonato básico de sódio
c) formiato de sódio
6) (UPE-2007 – Q1) Um aluno preparou uma solução, colocando em um
erlenmeyer 20,0 mL de álcool etílico, cinco gotas de azul de bromotimol e uma
gota de solução de hidróxido de sódio 1,0 mol.L-1. A solução resultante
apresentou uma coloração azulada. O aluno, invocando poderes mágicos,
solicitou a um colega de turma que pronunciasse perto da boca do erlenmeyer
que continha a solução a seguinte frase: “Muda de cor solução”. Após
52
56
pronunciar várias vezes essa frase, a solução mudou sua coloração de azul
para verde, para a glória do aluno mágico. Assinale a alternativa verdadeira.
a) Não podemos duvidar dos poderes sobrenaturais que certas pessoas
exercem sobre as soluções.
b) Essa solução, de algum modo inexplicável, obedeceu ao comando do aluno.
c) A reação química entre o álcool etílico e o azul de bromotimol é a
responsável pela mudança de coloração.
d) A neutralização do hidróxido de sódio pelo ácido carbônico, que se forma na
solução, é a responsável pela mudança de coloração da solução.
e) O ar exalado pelo aluno, que é rico em oxigênio atômico, oxida o álcool
etílico, produzindo um ácido que neutraliza o hidróxido de sódio, ocasionando a
mudança de coloração da solução.
7) (Unisinos-RS) Ao participar de uma festa você pode comer e beber em
demasia, apresentando sinais de má digestão ou azia. Para combater a acidez,
ocasionada pelo excesso de ácido clorídrico no estômago, seria bom ingerir
uma colher de leite de magnésia, que irá reagir com esse ácido.
A equação que representa a reação é:
a) Mg(OH)2 + 2 HClO Mg(ClO)2 + 2 H2O.
b) Mg(OH)2 + 2 HCl MgCl2 + 2 H2O.
c) Mg(OH)2+ 2 HClO3 Mg(ClO3)2 + 2 H2O.
d) Mn(OH)2+ 2 HClO2 Mn(ClO2)2 + 2 H2O.
e) Mn(OH)2+ 2 HCl MnCl2 + 2 H2O.
53 54
57
8) (Funesp) Um funcionário de uma empresa de limpeza dispunha de dois
produtos para o trabalho “pesado”: Soluções concentradas de ácido muriático e
de soda cáustica. Não conseguindo remover uma “crosta” de sujeira usando
essas soluções separadamente, ele preparou uma mistura, usando volumes
iguais das mesmas. Sabendo que ácido muriático e soda cáustica são os
nomes comerciais, respectivamente, do ácido clorídrico e do hidróxido de
sódio, o funcionário terá sucesso em sua última tentativa de remover a sujeira?
a) Não, pois na mistura as concentrações de ambos os produtos forma
reduzidas a metade.
b) Não, pois ácido muriático e soda cáustica não são adequados para remover
sujeira.
c) Não, pois a mistura resultante é apenas uma solução de cloreto de sódio,
podendo ainda conter ácido muriático ou soda cáustica excedente.
d) Sim, pois estarão sendo utilizadas as propriedades de ambos os produtos ao
mesmo tempo.
e) Sim, desde que as concentrações molares de ambos os produtos sejam
idênticas.
9) O odor desagradável do peixe é principalmente devido a substâncias
orgânicas do tipo RNH2, contendo um grupo amina, NH2, onde R é o resto da
molécula. As aminas são bases como a amônia. Explique por que é que o odor
diminui se colocarmos suco de limão sobre o peixe.
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
______________________________________________
10) Analise a equação abaixo e assinale a alternativa errada.
H2SO4 + NaOH Na2SO4 + 2H2O
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58
a) Um dos reagentes é o hidróxido de sódio.
b) Nessa reação ocorre a neutralização das propriedades do ácido e
da base.
c) O nome do ácido utilizado é ácido sulfuroso.
d) Ocorre a formação de um sal neutro.
e) O sal formado é o sulfato de sódio.
ATIVIDADE SUGERIDA
De maneira individual os alunos devem pesquisar um sal presente no
cotidiano ou de uso industrial e descrever sucintamente sua utilidade e qual
reação de neutralização daria origem ao mesmo.
53
59
59
CAPÍTULO VI – CHUVA ÁCIDA
6.1 QUESTÕES PARA REFLEXÃO
Depois de estudar essa apostila, escreva em poucas palavras o que você entende por chuva ácida:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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http://www.copeve.ufal.br
6.2 HISTÓRICO
A primeira vez que o termo “chuva ácida” apareceu na literatura foi em
1872, no livro Air and Rain: the Beginnings of Chemical Climatology escrito pelo
químico britânico Robert Angus Smith. O pesquisador foi o primeiro a associar
a eventual presença de ácido sulfúrico às chuvas ácidas.
Depois desse estudo pioneiro, apenas trabalhos isolados foram
desenvolvidos como, por exemplo, a acidificação de solos de florestas,
diminuição da produção de trutas causada pela acidez de corpos hídricos e
inibição de germinação e crescimento de plantas. Apenas em 1948, na Suécia,
foi instalada a primeira rede de monitoramento de águas de chuva na Europa.
Após vinte anos de amplo conjunto de análise de dados, envolvendo a
composição química de águas superficiais, chuva e solo, Svante Oden (1967),
apresentou a primeira teoria completa sobre chuvas ácidas:
• a precipitação ácida é um fenômeno regional de grande escala com
fontes e receptores bem definidos;
• águas de chuva, lagos, rios e mares tornaram-se mais ácidas;
• o ar poluído, contendo compostos de enxofre e nitrogênio, é
transportado por ventos, cobrindo distâncias de 100 a 2.000 km, através de
várias nações na Europa;
• a causa mais provável da deposição ácida na Escandinávia foram
ventos com nuvens, contendo compostos de enxofre, vindos da Alemanha e
Inglaterra;
• prováveis conseqüências ecológicas: – mudança da composição
química dos lagos; – diminuição da população dos peixes; – lixiviação de
metais tóxicos a partir dos solos para lagos e rios; – diminuição do crescimento
de florestas; – aumento de doenças em plantas; – aceleração de danos a
materiais (metal, borracha, tinta, mármore).
61
A primeira vez que o fenômeno da chuva ácida foi apresentado como um
grave problema de poluição do ar foi em 1972, na Europa.
Os americanos se convenceram do fenômeno chuva ácida apenas em
1974, após conferências de Svante Oden em várias universidades dos Estados
Unidos. Nessa época o jornal The New York Times publicou reportagens sobre
o assunto, que mobilizou o Congresso norte- americano e provocou a criação
do National Atmospheric Deposition Program, com coordenação de Ellis
Cowling. Esse programa continua em ação, estando todas as etapas e os
resultados disponíveis no endereço eletrônico da Environmental Protection
Agency (http://www.epa.gov/).
Após este breve histórico, pode-se afirmar que o termo chuva ácida tem
sido usado desde os primeiros estudos descrevendo a acidificação da
precipitação. Mas, com a expansão das pesquisas sobre esse fenômeno,
constatou-se a ocorrência de deposição de espécies ácidas na forma de neve,
nuvem, nevoeiro/neblina/garoa e até mesmo em ausência de fase líquida
(deposição seca), assim o conceito de chuva ácida foi expandido para
deposição ácida. Mas, nos dias atuais, ainda é comum esses dois termos
serem usados como sinônimos.
6.3 TIPOS DE POLUENTES E FONTES POLUIDORAS
Somente devem ser consideradas como substâncias contaminantes
(poluentes) aquelas presentes em concentrações suficientes para produzir
efeitos que podem ser sentidos nos homens, animais, vegetais ou materiais.
Os agentes poluidores podem ser primários ou secundários.
• Poluentes primários: são emitidos diretamente pelas fontes (SO2, NO,
NH3, hidrocarbonetos, material particulado, etc.)
• Poluentes secundários: são aqueles formados na atmosfera através de
reação química entre poluentes primários e constituintes naturais da
atmosfera (O3, H2O2, ácidos sulfúrico e nítrico, etc.)
62
As fontes poluidoras podem ser classificadas como:
• Naturais: Como o spray marinho, atividades vulcânicas, ventos do
deserto entre outras. Por exemplo, a erupção do Monte Pinatubo nas
Filipinas, em junho de 1991, lançou enormes quantidades de dióxido de
enxofre e cinzas na atmosfera.
Monte Pinatubo, Filipinas.
• Antrópicas: As fontes antrópicas são provocadas pela ação do homem.
São fontes antrópicas da poluição atmosférica: Utilização de
combustíveis fósseis para a produção de energia (derivados de petróleo
e carvão); Indústrias; Transporte por veículos movidos por combustão;
Incêndios de florestas (queimadas, etc.); Queima de resíduos sólidos e
pneus.
Foco de incêndio em área da floresta amazônica. (Foto: Paulo Whitaker/Reuters).
• Estacionárias: São exemplos de fontes estacionárias: indústrias em
geral, postos de gasolina, vulcões, etc.
57
63
Coluna de fumaça originaria da REDUC (Refinaria de Duque de Caxias) no céu do RJ (Foto: Marcos Estrella / TV Globo )
• Móveis: Compostas pelos meios de transporte aéreo, marítimo e
terrestre, em especial os veículos automotores.
É importante lembrar que fatores meteorológicos (ventos, temperatura,
umidade relativa, percurso e altitude das nuvens, intensidade da chuva,
tamanho das gotas, etc.) são também muito importantes nos processos de
transformação, dispersão e remoção de poluentes atmosféricos.
6.4 CONSEQUÊNCIAS
Com a chuva ácida o solo se empobrece e a vegetação fica
comprometida. A acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas,
comprometendo a pesca. Monumentos de mármore são corroídos, aos poucos,
pela chuva ácida.
64
Fonte: http://www.ipam.com.br
• CONSEQUÊNCIAS EM CONSTRUÇÕES
Praticamente todos os materiais que estão expostos a chuva e ao vento
se degradam gradualmente, porém a chuva ácida acelera esse processo,
destruindo estátuas, prédios, monumentos e construções em geral, já que esse
fenômeno é responsável pela corrosão do mármore e do ferro, entre outros
materiais utilizados nas construções.
Grande parte dos monumentos históricos é feita de mármore e de pedra
sabão. O mármore é constituído por carbonato de cálcio (CaCO3), enquanto a
pedra sabão é constituída por carbonato de sódio (Na2CO3). Esses sais
reagem com os ácidos presentes na chuva ácida conforme as reações abaixo:
Observe que todas as reações originam água e dióxido de carbono (gás
carbônico).
• Mármore (CaCO3)
CaCO3(s) + H2SO4(aq) CaSO4(aq) + H2O(l) + CO2(g)
A reação do carbonato de cálcio com o ácido sulfúrico produz sulfato de cálcio
(CaSO4) que é o constituinte do giz.
CaCO3(s) + 2 HNO3(aq) Ca(NO3)2(aq) + H2O(l) + CO2(g)
A reação do carbonato de cálcio com o ácido nítrico produz nitrato de cálcio
(CaNO3)2 que é solúvel.
• Pedra sabão (Na2CO3)
Na2CO3(s) + H2SO4(aq) NaSO4(aq) + H2O(l) + CO2(g)
A reação do carbonato de sódio com o ácido sulfúrico produz sulfato de sódio
Na2SO4 que é solúvel.
NaCO3(s) + 2 HNO3(aq) NaNO3(aq) + H2O(l) + CO2(g)
A reação do carbonato de sódio com o ácido nítrico produz nitrato de sódio
(NaNO3) que é solúvel.
Observe que os sais formados são frágeis e solúveis em água. É por
esse motivo que a chuva ácida corrói monumentos.
65
Fotógrafo: Socrates | Agência: Dreamstime.com
O Taj Mahal na Índia não escapou dos efeitos desse fenômeno. O
mausoléu construído pelo imperador Mughal Shah Jahan para sua querida
esposa Mumtaz Mahal está perdendo seu brilho e tornando-se uma sombra
pálida. Os cientistas responsabilizam a poluição das fundições locais e de uma
refinaria de petróleo próxima.
• CONSEQUÊNCIAS PARA A VIDA AQUÁTICA
A água de um lago em condições naturais tem o pH em torno de 6,5 –
7,0. O excesso de acidez na chuva pode provocar a acidificação de lagos,
principalmente aqueles de pequeno porte. O pH em torno de 5,5 já pode matar
larvas, pequenas algas e insetos, prejudicando também os animais que
dependem desses organismos para se alimentar. No caso do pH da água
chegar a 4,0 – 4,5, já pode ocorrer a intoxicação da maioria das espécies de
peixes e levá-los a morte.
61 66 Fonte: http://www.eduquim.ufpr.br
• CONSEQUÊNCIAS PARA O SOLO E AS FLORESTAS
A chuva ácida não mata as árvores diretamente. Ao invés disso, é mais
provável que as enfraqueça, danificando suas folhas, limitando os nutrientes
disponíveis para elas ou envenenando-as com substâncias tóxicas
lentamente retiradas do solo como, por exemplo, o alumínio, que é muito
danoso às árvores e plantas, mesmo se o contato for limitado. Florestas em
áreas de topo de montanha recebem ácido adicional de nuvens ácidas e da
neblina que frequentemente as circunda. Essas nuvens e neblina são
muitas vezes mais ácidas do que a própria chuva. Quando as folhas são
continuamente banhadas por essa neblina ácida, elas perdem sua camada
protetora e acabam adquirindo manchas marrons. As folhas danificadas não
podem fazer fotossíntese e acabam enfraquecendo a árvore e, uma vez
enfraquecida, pode ser atacada mais facilmente por insetos e doenças, que
podem causar sua morte.
. Fotografia de uma floresta alemã tirada em 1970 e depois em 1983, após a ação da chuva
ácida na região.
67
6.5 COMO PREVENIR A CHUVA ÁCIDA? Grande parte dos poluentes que originam a chuva ácida é de fonte
antrópica, isto é, causada pela ação do homem. Algumas medidas podem ser
tomadas para diminuir os poluentes lançados na atmosfera e, com isso,
minimizar a acidificação da chuva.
Algumas ações simples podem ser utilizadas por todos no dia a dia, por
exemplo:
• Utilizar o transporte coletivo: diminuindo-se o número de carros a
quantidade de poluentes também diminui;
• Usar mais o metrô: por ser elétrico polui menos que os carros;
• Purificar os escapamentos dos veículos;
• Utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre;
Outras medidas que também contribuem para a diminuição da acidez da
chuva:
• Purificação do carvão mineral antes de seu uso;
• Emprego de caldeiras com sistemas de absorção de SO2;
• Utilizar fontes de energia menos poluentes: hidrelétrica, geotérmica,
eólica, nuclear (embora cause preocupações em relação a possíveis
acidentes e para onde levar o lixo nuclear);
68
HORA DE EXERCITAR
1) ( ENEM 98 – Questão 53 ) Com relação aos efeitos sobre o ecossistema,
pode-se afirmar que:
I. as chuvas ácidas poderiam causar a diminuição do pH da água de um
lago, o que acarretaria a morte de algumas espécies, rompendo a cadeia
alimentar.
II. as chuvas ácidas poderiam provocar acidificação do solo, o que
prejudicaria o crescimento de certos vegetais.
III. as chuvas ácidas causam danos se apresentarem valor de pH maior que
o da água destilada.
Dessas afirmativas está (ão) correta(s):
(A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas.
(D) II e III, apenas. (E) I e III, apenas.
2) (ENEM 2006.Questão 32-prova azul ) Chuva ácida é o termo utilizado
para designar precipitações com valores de pH inferiores a 5,6. As
principais substâncias que contribuem para esse processo são os óxidos de
nitrogênio e de enxofre provenientes da queima de combustíveis fósseis e,
também, de fontes naturais. Os problemas causados pela chuva ácida
ultrapassam fronteiras políticas regionais e nacionais. A amplitude
geográfica dos efeitos da chuva ácida esta relacionada principalmente com:
A- a circulação atmosférica e a quantidade de fontes emissoras de óxidos
de nitrogênio e de enxofre.
B- a quantidade de fontes emissoras de óxidos de nitrogênio e de enxofre e
a rede hidrográfica.
C- a topografia do local das fontes emissoras de óxidos de nitrogênio e de
enxofre e o nível dos lençóis freáticos.
D- a quantidade de fontes emissoras de óxidos de nitrogênio e de enxofre e
o nível dos lençóis freáticos.
E- a rede hidrográfica e a circulação atmosférica.
69
3) (ENEM 2009 .Questão 26)
O processo de industrialização tem gerado sérios problemas de ordem
ambiental, econômica e social, entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os
ácidos usualmente presentes em maiores proporções na água da chuva são o
H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com a água, o HNO3, o HNO2,
o H2SO4 e o H2SO3. Esses quatro últimos são formados principalmente a partir
da reação da água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela
queima de combustíveis fósseis. A formação de chuva mais ou menos ácida
depende não só da concentração do ácido formado, como também do tipo de
ácido. Essa pode ser uma informação útil na elaboração de estratégias para
minimizar esse problema ambiental. Se consideradas concentrações idênticas,
quais dos ácidos citados no texto conferem maior acidez às águas das chuvas?
A - HNO3 e HNO2.
B - H2SO4 e H2SO3.
C - H2SO3 e HNO2.
D - H2SO4 e HNO3.
E - H2CO3 e H2SO3.
4) A chuva ácida é capaz de destruir plantações e corroer prédios e
monumentos. A que se deve atribuir a acidez natural das águas da chuva?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5) (ENEM - 1998) Um dos problemas ambientais decorrentes da
industrialização é a poluição atmosférica. Chaminés altas lançam no ar, além
de outros materiais, o dióxido de enxofre (SO2), que pode ser transportado por
muitos quilômetros em poucos dias. Dessa forma, podem ocorrer precipitações
ácidas em regiões distantes, causando vários danos ao meio ambiente (chuva
ácida). Um dos danos ao meio ambiente diz respeito a corrosão de certos
materiais.
64
70
Considere as seguintes obras:
I. Monumento Itamarati – Brasília (Mármore).
II. Esculturas do aleijadinho – MG (Pedra sabão).
III. Grades de ferro ou alumínio de edifícios.
A ação da chuva ácida pode acontecer em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
65
71
ATIVIDADE SUGERIDA
Uma atividade muito boa para motivar os alunos e estimular uma interação
entre eles é a confecção de um coletor para que os mesmos, divididos em
grupos e juntamente com o professor, possam averiguar o pH da região onde
moram e estudam. Para isso o seguinte método pode ser adotado:
1º Confecção do coletor:
Serão necessários os seguintes materiais:
• 1 garrafa PET de 2 litros ou mais. (refrigerantes de limão ou guaraná são
mais facilmente higienizáveis.)
• Tecido com trama bem fechada (voile ou filó)
• Elástico
• Fita adesiva
• Tesoura
Inicialmente a garrafa PET deve ser lavada até que não se sinta mais os
odores do refrigerante. Depois ela deve ser cortada um pouco a cima do meio.
Em seguida a parte de cima é colocada sobre a base de maneira que forme um
funil. As partes devem ser unidas com a fita adesiva.
Por fim, basta cortar um quadrado do tecido telado e colocar tampando a
garrafa com o auxílio do elástico.
Montagem do Coletor
72
Os coletores devem ser fixados longe de árvores, postes, telhados e
qualquer superfície que atrapalhe a captação direta da água da chuva. É
importante que os mesmos também estejam a aproximadamente 1 metro do
chão. Uma dica interessante é colocar os coletores em cabos de vassouras e
prendê-los no solo.
Os coletores podem ser colocados nas casas dos alunos, na escola, em
uma praça ou em qualquer local da comunidade.
2º Caracterização da região:
Nesse passo os alunos devem investigar como é a região onde os coletores
estão fixados. Se existem indústrias, rodovias, estradas ou alguma possível
fonte de poluentes.
3º Preparo do Indicador:
Cada grupo pode preparar o seu indicador natural para ser utilizado na
verificação do pH da chuva.
4º Análise dos resultados:
Os coletores são recolhidos e o pH da amostra é identificado.
5º Debate:
Os grupos podem expor sua pesquisa e seus resultados e, ao fim da aula, um
debate pode ser organizado pelo professor para que seja feita a discussão dos
resultados encontrados.
67 72
73
HORA DE EXERCITAR AINDA MAIS!
Como chegamos ao fim da apostila, os próximos exercícios vão englobar
tubo o que aprendemos.
1) (PUC-MG) Para descascar facilmente camarões, uma boa alternativa é
fervê-los rapidamente em água contendo suco de limão. Sabendo-se que a
casca de camarão possui carbonato de cálcio, é provável que o suco de limão
possa ser substituído pelos seguintes produtos, exceto:
a) vinagre.
b) suco de laranja.
c) ácido ascórbico (vitamina C).
d) bicarbonato de sódio.
2) (FGV-2004) Mudanças climáticas estão tornando oceanos mais ácidos
Segundo um estudo publicado na edição desta semana da revista científica
“Nature”, o pH dos oceanos caiu 6% nos últimos anos, de 8,3 para 8,1, e, sem
controle de CO2 nos próximos anos, a situação chegará a um ponto crítico por
volta do ano 2300, quando o pH dos oceanos terá caído para 7,4 e
permanecerá assim por séculos. (...) A reação do CO2 com a água do mar
produz íons bicarbonato e íons hidrogênio, o que eleva a acidez. (...) Os
resultados do aumento da acidez da água ainda são incertos, mas, como o
carbonato tende a se dissolver em meios mais ácidos, as criaturas mais
vulneráveis tendem a ser as que apresentam exoesqueletos e conchas de
carbonato de cálcio, como corais, descreveu, em uma reportagem sobre a
pesquisa, a revista “New Scientist”.
(GloboNews.com, 25.09.2003)
Com base no texto, analise as afirmações:
I. A reação responsável pela diminuição do pH das águas dos mares é
CO2(g) + H2O(l) HCO3– (aq) + H+ (aq)
74
II. A reação entre o carbonato de cálcio das conchas e corais e o meio
ácido libera íons Ca2+, cuja hidrólise provoca o aumento da acidez da
água do mar.
III. Se o pH do mar variar de 8,4 para 7,4, a concentração de H+ aumentará
por um fator de 10.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.
3) (PUC Camp SP- adaptada) Leia o texto abaixo:
Espinafre prejudica a absorção de ferro
Graças ao marinheiro Popeye, personagem que recorre a uma lata de espinafre quando precisa reunir forças para enfrentar o vilão Brutus, até as crianças pensam que a verdura é uma boa fonte de ferro. O que os pequenos e muitos adultos não sabem é que a disponibilidade desse mineral para o organismo é bastante limitada. "O ácido oxálico presente no espinafre forma sais insolúveis com o ferro e também com o cálcio, dificultando a absorção dos dois minerais", afirma a nutricionista Lara Cunha, da USP (Universidade de São Paulo). Segundo ela, a verdura contém muita fibra, vitaminas A, C e do complexo B, potássio e magnésio, além de ser considerada laxativa e diurética, mas não deve ser consumida por pessoas com deficiência de ferro ou propensão a formar cálculos renais, também devido ao grande teor de ácido oxálico.
(http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/ult10005u374889.shtml)
Considerando que o cálcio pertence ao 2º grupo da tabela periódica, a fórmula
correspondente do sal insolúvel formado entre ele e o íon oxalato, C2O42-, é
a) CaC2O4 b) Ca(C2O4)2. c) Ca2C2O4.
d) Ca2(C2O4)3. e) Ca4C2O4
.
4) (ENEM 99 – Questão 9) Suponha que um agricultor esteja interessado em
fazer uma plantação de girassóis. Procurando informação, leu a seguinte
reportagem:
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Solo ácido não favorece plantio
Alguns cuidados devem ser tomados por quem decide iniciar o cultivo do
girassol. A oleaginosa deve ser plantada em solos descompactados, com pH
acima de 5,2 (que indica menor acidez da terra). Conforme as recomendações
da Embrapa, o agricultor deve colocar, por hectare, 40 kg a 60 kg de nitrogênio,
40 kg a 80 kg de potássio e 40 kg a 80 kg de fósforo. O pH do solo, na região
do agricultor, é de 4,8. Dessa forma, o agricultor deverá fazer a “calagem”.
(Folha de S. Paulo, 25/09/1996)
Suponha que o agricultor vá fazer calagem (aumento do pH do solo por adição
de cal virgem – CaO). De maneira simplificada, a diminuição da acidez se dá
pela interação da cal (CaO) com a água presente no solo, gerando hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2), que reage com os íons H+ (dos ácidos), ocorrendo, então, a
formação de água e deixando íons Ca2+ no solo. Considere as seguintes
equações:
I. CaO + 2H2O Ca(OH)3
II. CaO + H2O Ca(OH)2
III. Ca(OH)2 + 2H+ Ca2+ + 2H2O
IV. Ca(OH)2 + H+ CaO + H2O
O processo de calagem descrito acima pode ser representado pelas equações:
(A) I e II (B) I e IV (C) II e III (D) II e IV (E) III e IV
5) ( ENEM 99 – Questão 14 ) As informações a seguir foram extraídas do rótulo
da água mineral de determinada fonte.
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Indicadores ácido base são substâncias que em solução aquosa apresentam
cores diferentes conforme o pH da solução. O quadro abaixo fornece as cores
que alguns indicadores apresentam à temperatura de 25°C
Suponha que uma pessoa inescrupulosa guardou garrafas vazias dessa água
mineral, enchendo-as com água de torneira (pH entre 6,5 e 7,5) para serem
vendidas como água mineral. Tal fraude pode ser facilmente comprovada
pingando-se na “água mineral fraudada”, à temperatura de 25°C, gotas de:
(A) azul de bromotimol ou fenolftaleína.
(B) alaranjado de metila ou fenolftaleína.
(C) alaranjado de metila ou azul de bromotimol.
(D) vermelho de metila ou azul de bromotimol.
(E) Vermelho de metila ou alaranjado de metila.
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6) (ENEM - 2010) Os oceanos absorvem aproximadamente um terço das
emissões de CO2 procedentes de atividades humanas, como a queima de
combustíveis fósseis e as queimadas. O CO2 combina-se com as águas dos
oceanos, provocando uma alteração importante em suas propriedades.
Pesquisas com vários organismos marinhos revelam que essa alteração nos
oceanos afeta uma série de processos biológicos necessários para o
desenvolvimento e a sobrevivência de várias espécies da vida marinha.
A alteração a que se refere o texto diz respeito ao aumento:
a) da acidez da águas dos oceanos.
b) do estoque de pescado nos oceanos.
c) da temperatura média dos oceanos.
d) do nível das águas dos oceanos.
e) da salinização das águas dos oceanos.
7) (ENEM - 2010) O rótulo de uma garrafa de água mineral natural contém as
seguintes informações:
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As informações químicas presentes no rótulo de vários produtos permitem
classificar o produto de várias formas, de acordo com seu gosto, seu cheiro,
sua aparência, sua função, entre outras. As informações da tabela permitem
concluir que essa água é
a) gasosa.
b) insípida.
c) levemente azeda.
d) um pouco alcalina.
e) radioativa na fonte.
8) (ENEM - 2010) O pH do solo pode variar em uma faixa significativa devido a
várias causas. Por exemplo, o solo de áreas com chuvas escassas, mas com
concentrações elevadas do sal solúvel carbonato de sódio (Na2CO3), torna- se
básico devido à reação de hidrólise do íon carbonato, segundo o equilíbrio:
CO32-(aq) + H2O(l) HCO3
-(aq) + OH-(aq)
Esses tipos de solos são alcalinos demais para fins agrícolas e devem ser
remediados pela utilização de aditivos químicos. BAIRD, C. Química ambiental.
São Paulo: Artmed, 1995 (adaptado).
Suponha que, para remediar uma amostra desse tipo de solo, um técnico tenha
utilizado como aditivo a cal virgem (CaO). Nesse caso, a remediação:
a) foi realizada, pois o caráter básico da cal virgem promove o deslocamento
do equilíbrio descrito para a direita, em decorrência da elevação de pH do
meio.
b) foi realizada, pois o caráter ácido da cal virgem promove o deslocamento do
equilíbrio descrito para a esquerda, em decorrência da redução de pH do meio.
c) não foi realizada, pois o caráter ácido da cal virgem promove o
deslocamento do equilíbrio descrito para a direita, em decorrência da
redução de pH do meio.
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d) não foi realizada, pois o caráter básico da cal virgem promove o
deslocamento do equilíbrio descrito para a esquerda, em decorrência da
elevação de pH do meio.
e) não foi realizada, pois o caráter neutro da cal virgem promove o
deslocamento do equilíbrio descrito para a esquerda, em decorrência da
manutenção de pH do meio.
9) (ENEM-2010) Decisão de asfaltamento da rodovia MG-010, acompanhada
da introdução de espécies exóticas, e a prática de incêndios criminosos
ameaçam o sofisticado ecossistema do campo rupestre da reserva da Serra do
Espinhaço. As plantas nativas desta região, altamente adaptadas a uma alta
concentração de alumínio, que inibe o crescimento das raízes e dificulta a
absorção de nutrientes e água, estão sendo substituídas por espécies
invasoras que não teriam naturalmente adaptação para este ambiente; no
entanto, elas estão dominando as margens da rodovia, equivocadamente
chamada de “estrada ecológica”. Possivelmente, a entrada de espécies de
plantas exóticas neste ambiente foi provocada pelo uso, neste
empreendimento, de um tipo de asfalto (cimento-solo) que possui uma mistura
rica em cálcio, que causou modificações químicas aos solos adjacentes à
rodovia MG-010.
Scientific American Brasil. Ano 7, n° 79, 2008 (adaptado).
Essa afirmação baseia-se no uso de cimento-solo, mistura rica em cálcio que
a) inibe a toxicidade do alumínio, elevando o pH dessas áreas.
b) inibe a toxicidade do alumínio, reduzindo o pH dessas áreas.
c) aumenta a toxicidade do alumínio, elevando o pH dessas áreas.
d) aumenta a toxicidade do alumínio, reduzindo o pH dessas áreas.
e) neutraliza a toxicidade do alumínio, reduzindo o pH dessas áreas.
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10) (ENEM/2012) Uma dona de casa acidentalmente deixou cair na geladeira
a água proveniente do degelo de um peixe, o que deixou um cheiro forte e
desagradável dentro do eletrodoméstico. Sabe-se que o odor característico de
peixe se deve às aminas e que esses compostos se comportam como bases.
Na tabela são listadas as concentrações hidrogeniônicas de alguns materiais
encontrados na cozinha, que a dona de casa pensa em utilizar na limpeza da
geladeira.
Dentre os materiais listados, quais são apropriados para amenizar esse odor?
a) Álcool ou sabão.
b) Suco de limão ou álcool.
c) Suco de limão ou vinagre.
d) Suco de limão, leite ou sabão.
e) Sabão ou carbonato de sódio/barrilha.
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APÊNDICE A
Tabela Periódica*
* Essa é a versão lançada em maio de 2013 pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC – sigla em inglês). Ainda não foi confeccionada uma versão em português, mas isso não impede você aluno de utilizar o material. Basta identificar a sigla do elemento.
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APÊNDICE B
Regras para Determinar os Números de Oxidação
1. Cada átomo, em um elemento puro, tem o número de oxidação igual a
zero.
2. Nos íons constituídos por um só átomo o número de oxidação é igual à
carga do íon.
3. O flúor é sempre -1 nos compostos com outros elementos.
4. Os halogênios Cl, Br e I são sempre -1 nos compostos, exceto quando
combinados com o oxigênio e o flúor.
5. Na maioria dos compostos, o número de oxidação do H é +1 e o do O é
-2, exceto:
• Quando o H forma um composto binário com um metal, o
nox do H é -1.
• Quando o oxigênio forma um peróxido, por exemplo o
peróxido de hidrogênio (H2O2), ele passa a ter nox -1.
6. A soma algébrica dos números de oxidação num composto neutro é
igual a zero; num íon poliatômico a soma deve ser igual a carga dos
íons.
Fonte: Químicas e Reações Químicas vol. 1; Kotz e Treichel.
83
APÊNDICE C
Logaritmos
O logaritmo decimal de um número é a potência a que se deve elevar 10 para
ter o número. Por exemplo, o logaritmo decimal de 100 é 2, pois 10 elevado à
segunda potência é 100. Outros exemplos são:
log 1000 = log (103) = 3
log 10 = log (101) = 1
log 1 = log (100) = 0
log 0,1 = log (10-1) = -1
log 0,0001 = log (10-4) = -4
Fonte: Químicas e Reações Químicas vol. 1; Kotz e Treichel.
84
Respostas dos Exercícios
Capítulo I
1) E 2) A 3) D
4) O BF3 é considerado um ácido de Lewis, pois é capaz de aceitar um par de
elétrons.
5) I. Errada segundo todas as definições clássicas.
II. Correta segundo a definição de Brønsted-Lowry.
III. Correta segundo a definição de Arrhenius.
Capítulo II
1) E 2) A 3) B 4) E 5) A
Capítulo III
1) C 2) B 3) E 4) A
5) a) ácido cloroso
b) ácido clorídrico
c) ácido cianídrico
d) ácido nitroso
e) ácido fluorídrico
f) ácido sulfídrico
g) ácido carbônico
h) ácido bórico
6) A 7) 2/3/1/4/ 8) D
9) a) Hidróxido de potássio 85
b) Hidróxido de bário
c) Hidróxido de estrôncio
d) Hidróxido de ferro II ou hidróxido ferroso
e) Hidróxido de ferro III ou hidróxido férrico
f) Hidróxido de chumbo IV
g) Hidróxido de amônio
10) KOH, NaOH.
Capítulo IV
1) D 2) E 3) C 4) C 5) D
Capítulo V
1) A 2) E 3) B 4) B 5) D
6) D 7) B 8) C
9) O suco de limão contém substâncias com características ácidas. E o odor
desagradável do peixe de deve a um grupo amina, que tem caráter básico.
Assim, se colocarmos sobre o peixe o suco de limão, ocorrerá então uma
reação de neutralização, diminuindo o cheiro forte do peixe.
10) C
Capítulo VI
1) C 2) A 3) D
4) Essa acidez natural ocorre devido a reação do CO2 (dióxido de carbono)
com a água presente nas nuvens, formando um ácido fraco chamado de ácido
carbônico.
5) E
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Hora de Exercitar Mais
1) D 2) E 3) A 4) C 5) A
6) A 7) D 8) D 9) A 10) C
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc09/conceito.pdf > Acesso em: 22 de
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KOTZ, J. C., TREICHEL, P. Jr., Química e Reações Químicas 3º Ed. Rio de janeiro: LTC, 1998. Volume 2.
KOTZ, J. C., TREICHEL, P. Jr., Química e Reações Químicas 4º Ed. Rio de
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