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Carla Massignani Carrapatoso Análise dos Modelos Analíticos de Otimização de Perfuração Baseados em Energia Específica para Formações Evaporíticas Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Orientador: Sérgio Augusto Barreto da Fontoura Rio de Janeiro, Janeiro de 2011

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Page 1: Carla Massignani Carrapatoso Análise dos Modelos ......Transferência de Energia Específica 60 4 Estudo de Caso - Perfuração no Campo 85 4.1. Avaliação da Resistência da Rocha

Carla Massignani Carrapatoso

Análise dos Modelos Analíticos de Otimização de

Perfuração Baseados em Energia Específica para

Formações Evaporíticas

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio.

Orientador: Sérgio Augusto Barreto da Fontoura

Rio de Janeiro, Janeiro de 2011

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Carla Massignani Carrapatoso

Análise dos Modelos Analíticos de Otimização de

Perfuração Baseados em Energia Específica para

Formações Evaporíticas

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Prof. Sérgio Augusto Barreto da Fontoura Orientador

PUC-Rio

Prof. Paulo Couto COPPE/UFRJ

Prof. João Carlos Plácido CENPES/PETROBRAS

Dr. Nelson Inoue GTEP – PUC-Rio

Prof. José Eugenio Leal Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico - PUC-Rio

Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 2011

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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor

e do orientador.

Carla Massignani Carrapatoso

Graduou-se em Engenharia Civil na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em 2007.

Ficha Catalográfica

CDD 624

Carrapatoso, Carla Massignani Análise dos modelos analíticos de otimização de perfuração baseados em energia específica para formações evaporíticas / Carla Massignani Carrapatoso ; orientador: Sérgio A. B. da Fontoura. – 2011. 164 f. : il. (color.) ; 30 cm Dissertação (mestrado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil, 2011. Inclui bibliografia 1. Engenharia civil – Teses. 2. Energia específica. 2. Otimização de perfuração. 3. Evaporitos. I. Fontoura, Sérgio A. B. da. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. III. Título.

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Para meu filho João Marcelo.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, por ser meu guia, por me conceder mais uma vez a

oportunidade de buscar a perfeição, através desta vivência.

À minha mãe, pelo amor incondicional, por me incentivar nas horas de desânimo,

por ter sido a minha fortaleza nestes últimos anos, demonstrando ser muito mais

mãe do que eu imaginava que pudesse ser.

Ao meu pai, por ser o meu exemplo de persistência e determinação, pelos seus

conhecimentos transmitidos, que me auxiliaram no andamento deste trabalho.

Ao meu Luis, por estar ao meu lado em todos os momentos, pela paciência, amor

e por ter construído junto a mim o nosso bem mais precioso: a nossa família.

Ao meu filho João Marcelo, que desde sua chegada trouxe um novo sentido para

minha vida, é a razão pela qual vivo e pela qual quero continuar crescendo

pessoalmente e profissionalmente.

À Nina, que está sempre nos meus pensamento e no meu coração. Por ter me

criado e me amado como filha.

À Rita, pelas palavras de incentivo que me trouxe nos momentos de dúvida e por

ter cuidado do João com tanto carinho.

Aos meus amigos: Emmanuel, Paulista, Cristiane, Gabi, Paula, Josi e Jana, que

são minha família de coração e que torceram por mim neste período.

Ao meu orientador, prof. Sérgio, pelos conhecimentos transmitidos e por ter sido

um exemplo de profissional humano.

Ao GTEP e aos colegas do grupo, em especial à Vivian e ao Freddy, por estarem

sempre dispostos a ajudar e a tirar dúvidas.

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À Baker Hughes e Petrobrás, pelo fornecimento dos dados utilizados para este

estudo. Em especial ao engenheiro Marcos Freesz, pelo apoio e prestatividade.

Ao Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio e aos colegas de mestrado.

Ao CNPq e à PUC-Rio, pelo apoio financeiro.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.

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Resumo

Carrapatoso, Carla Massignani; Fontoura, Sérgio Augusto Barreto da. Análise dos Modelos Analíticos de Otimização de Perfuração Baseados em Energia Específica para Formações Evaporíticas. Rio de Janeiro, 2010. 163p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

A indústria do petróleo sempre investiu em pesquisa de modo a otimizar as

operações de perfuração. O objetivo é desenvolver tecnologia para aumentar a

taxa de penetração e reduzir o tempo não produtivo durante a perfuração. As

recentes descobertas de campos de petróleo localizados em camadas profundas,

cobertas por espessas camadas de evaporitos aumentaram a importância dos

estudos associados com a otimização nas bacias marítimas brasileiras do pré-sal.

Existem muitos modelos para a previsão da taxa de penetração baseados em

parâmetros operacionais tais como peso sobre a Broca (WOB), taxa de penetração

(ROP), torque a rotação da broca (RPM), e resistência à compressão da rocha. A

energia mecânica específica é o parâmetro freqüentemente usado como referência

para estabelecer a eficiência das operações de perfuração assim como identificar o

que deve ser modificado de modo a melhorar a perfuração. Esta dissertação

analisa diferente métodos de otimização de perfuração baseados na energia

mecânica específica. Estes métodos são aplicados a um conjunto de dados que

consiste nos parâmetros de perfuração (WOB, T, RPM, ROP) obtidos ao longo

dos trechos de evaporitos em 6 poços perfurados com broca PDC. Dados de

ensaios de perfuração de grande escala realizados em laboratório também foram

analisados nesta dissertação. Este estudo conclui que a energia mecânica

específica ideal em muitas das operações está relacionada com uma parcela da

resistência à compressão confinada da rocha.

Palavras-chave

Energia Específica; Otimização de Perfuração; Evaporitos.

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Abstract

Carrapatoso, Carla Massignani; Fontoura, Sérgio Augusto Barreto da. Analysis of Optimization Analytical Models Based on Specific Energy Applied to Evaporite Rocks. Rio de Janeiro, 2010. 163p. M.Sc. Dissertation - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

The oil industry has always invested in research in order to optimize drilling

operation. The aim is to develop technology to increase the rate of penetration and

reduce the non-productive time during drilling. The recent discovery of large oil

reserves located in very deep layers that are covered with thick salt layers has

increased the importance of studies associated with drilling optimization in

Brazilian offshore sub-salt oil fields. There are many models to predict rate of

penetration based on operational parameters, drill bit type and rock properties.

The specific mechanical energy is the parameter often used as reference to guide

the efficiency of the drilling operation as well as to identify what has to be

changed in order to improve the drilling. This dissertation analyses different

methods for drilling optimization based on the specific mechanical energy. These

methods are applied to a data set that consists of drilling parameters (weight-on-

bit, torque, rate of penetration, rotation per minute) for 6 wells along the sections

of evaporites. Large-scale drilling experiments carried out at the laboratory were

also used. The study concludes that the ideal specific mechanical energy on most

operations is related to a fraction of the confined compressive strength of the rock.

Keywords

Specific energy; Drilling Optimization; Evaporite.

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Sumário

1 Introdução 18 

1.1. Relevância e Motivação do Estudo 18 

1.2. Objetivos 19 

1.3. Organização da Dissertação 19 

2 Revisão Bibliográfica 21 

2.1. Considerações sobre Perfurações 21 

2.1.1. Brocas PDC 21 

2.1.2. Sistemas de Aquisição de Dados 24 

2.2. Contribuição da Hidráulica em Perfurações de Poços 29 

2.3. Aplicação dos Conceitos de Energia Específica em Perfurações de

Poços de Petróleo 33 

2.4. Modelos Analíticos de Otimização de Perfuração Baseados na

Transferência de Energia Específica 39 

2.4.1. Modelo analítico de Otimização da Perfuração – Dupriest 39 

2.5. Modelo SEROP (Specific Energy ROP Model) 42 

2.6. Modelo analítico de otimização da perfuração – Armenta 47 

3 . Estudo de Caso - Ensaios de Perfuração em Laboratório 53 

3.1. Descrição do Equipamento e Metodologia do Ensaio 53 

3.2. Avaliação da Resistência da Rocha 56 

3.2.1. Resistência da Rocha definida pela CCS (Confined Compressive

Strength) 57 

3.3. Aplicação dos Modelos Analíticos de Otimização Baseados na

Transferência de Energia Específica 60 

4 Estudo de Caso - Perfuração no Campo 85 

4.1. Avaliação da Resistência da Rocha 93 

4.2. Aplicação dos Modelos Analíticos de Otimização Baseados na

Transferência de Energia Específica 95 

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4.3. Comparação entre as Análises: Poços x Ensaios de Laboratório 112 

5 Conclusões 116 

Referências Bibliográficas 119 

Apêndice 124 

A.1. Gráficos Representativos de Perfis 124 

A.2. Gráficos da Faixa de Variação da Resistência à Compressão

Confinada para Poços e Ensaios de Laboratório 131 

A.3. Gráficos da Aplicação dos Modelos Analíticos para os Poços e

Ensaios de Laboratório 135 

A.4. Gráficos da Eficiência Mecânica Máxima versus Profundidade –

Poços 136 

A.5. Gráficos da Eficiência Mecânica Máxima versus Profundidade –

Ensaios de Laboratório 139 

A.6. Avaliação do Comportamento do Coeficiente de Atrito ao

Deslizamento da Broca – Ensaios de Laboratório 142 

A.7. Curvas WOB x ROP – Ensaios de Laboratório 146 

A.8. Comparação entre as curvas T x (WOB.Db/36) – Ensaios de

Laboratório 151 

A.9. Curvas SE_Teale x ROP para Ensaios de Laboratório 153 

A.10. Curvas SE x CCS para Trechos dos Poços 156 

A.11 Curvas T x WOB.Db/36 para trechos dos poços 158 

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Lista de figuras

Figura 1 - Broca PDC (Wamsley e Ford, 2006)........................................21 

Figura 2 - Plano de thrust e modo de corte do cortador PDC (Wamsley e

Ford, 2006)........................................................................................22 

Figura 3 - Ângulo de ataque de um cortador PDC (Plácido e Pinho, 2009).

..........................................................................................................24 

Figura 4 - Ângulo side rake (modificado de Bourgoyne et al., 1991)........24 

Figura 5 - Sensor de carga no gancho (Tavares, 2006). ..........................25 

Figura 6 - Sensor de altura do gancho (Tavares, 2006). ..........................26 

Figura 7 - Sistema de aquisição de dados do CoPilot™. .........................29 

Figura 8: Avaliação da influência da potência hidráulica da broca no

folhelho Pierre com fluido base-óleo e fluido base-água (modificado

de Holster e Kipp, 2002)....................................................................30 

Figura 9: Avaliação da influência da potência hidráulica da broca no

arenito Berea com fluido base-óleo (modificado de Holster e Kipp,

2002). ................................................................................................31 

Figura 10: Avaliação da influência da potência hidráulica da broca no

arenito Berea com fluido base-água (modificado de Holster e Kipp,

2002). ................................................................................................31 

Figura 11: Influência da potência hidráulica na eficiência mecânica

máxima – broca TCI (modificado de Pessier e Fear, 1992) ..............32 

Figura 12 - SE versus UCS para duas brocas de cone (modificado de

Teale, 1965). .....................................................................................35 

Figura 13: Energia específica obtida através de brocas PDC, TCI e

Impregnada para fluido base-água – arenito Crab Orchard

(Modificado de Judzis et al., 2009)....................................................37 

Figura 14: Energia específica obtida através de brocas PDC, TCI e

Impregnada para fluido base-água – calcário Carthage (Modificado de

Judzis et al., 2009) ............................................................................37 

Figura 15: Influência do tipo de rocha na energia específica – arenito Crab

Orchard (Modificado de Judzis et al., 2009)......................................38 

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Figura 16: Influência do tipo de rocha na energia específica – calcário

Marble (Modificado de Judzis et al., 2009)........................................39 

Figura 17 - Ensaio de drilloff (Dupriest et al., 2005). ................................41 

Figura 18 - Valores do fator hidráulico da broca (Modificado de Armenta,

2008). ................................................................................................49 

Figura 19 - DSE versus CCS (Modificado de Armenta, 2008)..................49 

Figura 20 - SE versus CCS (Modificado de Armenta, 2008). ...................50 

Figura 21 - Parâmetros de perfuração para o poço estudado (Armenta,

2008). ................................................................................................51 

Figura 22 - Cálculo da DSE para o poço estudado (Armenta, 2008). ......51 

Figura 23 - Imagem do simulador em grande escala de perfuração da

Baker Hughes. ..................................................................................54 

Figura 24 - Perfis do ensaio OB0001B.....................................................55 

Figura 25 - Perfis do ensaio OB0001F. ....................................................56 

Figura 26 - Valores típicos de UCS para minerais evaporíticos (Jeremic,

1994). ................................................................................................58 

Figura 27 - Faixa de valores de CCS para os ensaios OB0001A e

OB0001B...........................................................................................59 

Figura 28 - SE versus CCS – ensaio OB0001A e OB0001I. ....................61 

Figura 29 - SE versus CCS – ensaios OB0001B_RPM=120 e

OB0001B_RPM=180.........................................................................62 

Figura 30 - SE versus CCS – ensaios OB0001D_RPM=120 e

OB0001D_RPM=180. .......................................................................62 

Figura 31 - SE versus CCS – ensaios OB0001F_RPM=120 e

OB0001F_RPM=180.........................................................................63 

Figura 32 - SE versus CCS – ensaios OB0001J_RPM=120 e

OB0001J_RPM=180. ........................................................................63 

Figura 33 - SE versus CCS – ensaios OB0001K_RPM=120 e

OB0001K_RPM=180.........................................................................64 

Figura 34 - SE versus CCS – ensaios OB0002A_RPM=120 e

OB0002A_RPM=180.........................................................................64 

Figura 35 - Cálculo da distância para que a broca penetre todos seus

dentes laterais...................................................................................65 

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Figura 36 - Avaliação do comportamento de para o ensaio OB0001B: (a)

RPM=120 e (b) RPM=180.................................................................71 

Figura 37 - Comparação entre para rotações de 120 e 180 RPM do

ensaio OB0001D...............................................................................71 

Figura 38 - Profundidade de corte versus WOB para o ensaio OB0001D.

..........................................................................................................72 

Figura 39 - ROP versus WOB para o ensaio OB0001D...........................73 

Figura 40 - SE_T versus ROP para o ensaio OB0001B...........................74 

Figura 41 - Influência da resistência da formação na variação de : (a)

RPM=120 e (b) RPM=180.................................................................76 

Figura 42 - ROP versus WOB para halita e anidrita em diferentes RPMs:

(a) RPM=120 e (b) RPM=180 ...........................................................77 

Figura 43 - Influência da broca na variação de : (a) RPM=120 e (b)

RPM=180 ..........................................................................................78 

Figura 44 - Comportamento da ROP para os diferentes tipos de broca: (a)

RPM=120 e (b) RPM=180.................................................................79 

Figura 45: Influência do peso de fluido na taxa de penetração – RPM =

120 ....................................................................................................81 

Figura 46: Influência do peso de fluido na energia específica – RPM = 120

..........................................................................................................82 

Figura 47: Influência do peso de fluido na taxa de penetração – RPM =

180. ...................................................................................................83 

Figura 48: Influência do peso de fluido na energia específica – RPM =

180. ...................................................................................................83 

Figura 49 - Perfis do Poço 8.....................................................................89 

Figura 50 - Perfis do Poço 2.....................................................................90 

Figura 51 - Comparação entre dados de superfície e CoPilot™ para Poço

10 – torque e tempo de trânsito cisalhante. ......................................92 

Figura 52 - Comparação entre dados de superfície e CoPilot™ para Poço

10 – RPM e Gamma Ray. .................................................................92 

Figura 53 - Valores de CCS estimados por diferentes correlações para os

Poços 4 e 7. ......................................................................................95 

Figura 54 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço 3. ...........................................................................................96 

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Figura 55 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço 4. ...........................................................................................97 

Figura 56 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço 5. ...........................................................................................98 

Figura 57 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço 7. ...........................................................................................99 

Figura 58 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço 8. .........................................................................................100 

Figura 59 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço 9. .........................................................................................101 

Figura 60 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço10. ........................................................................................102 

Figura 61 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE

– Poço.............................................................................................103 

Figura 62 - SE x CCS para Poços 3 e 4.................................................104 

Figura 63 - SE_Teale_CoPilot™ versus SE_Teale_superfície - Poço 2.106 

Figura 64 – Comparação entre as curvas de energia específica de todos

os poços de estudo. ........................................................................108 

Figura 65 - SE versus CCS para trecho do Poço 3. ...............................112 

Figura 66 - Avaliação de para um trecho do Poço 2: (a) RPM=169 e (b)

RPM=193 ........................................................................................114 

Figura 67 - Avaliação de para um trecho do Poço 3: (a) Trecho 1 e (b)

Trecho 2 ..........................................................................................115 

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Lista de tabelas

Tabela 1 - Parâmetros medidos por sensores de superfície (modificado de

Tavares, 2006) ..................................................................................25 

Tabela 2 - Características do simulador de elevadas pressões da Baker

Hughes..............................................................................................54 

Tabela 3 - Resumo das características de perfuração dos ensaios. ........56 

Tabela 4 - Energias específicas médias para os ensaios. .......................68 

Tabela 5 - Valores médios de EFFmáx para os ensaios de laboratório em

grande escala....................................................................................69 

Tabela 6 - Diferença percentual entre os coeficientes de atrito ao

deslizamento para as diferentes brocas............................................79 

Tabela 7 - Valores médios de para os ensaios em grande escala. .......80 

Tabela 8 - Resumo dos dados disponíveis para os poços em estudo. ....86 

Tabela 9 - Dados de perfuração e de broca para os poços estudados. ...87 

Tabela 10 - Legenda de cores representativa da litologia dos poços.......88 

Tabela 11 – Valores típicos de tempo de trânsito compressional e raios

gama de alguns evaporitos (Mohriak et al., 2008). ...........................91 

Tabela 12 - Valores dos parâmetros de ajuste k1 e k2 (Modificado de Olea

et al., 2008). ......................................................................................94 

Tabela 13 - EFF máximas para os poços perfurados.............................104 

Tabela 14 - Valores de energia específica para sal obtidos na literatura.

........................................................................................................109 

Tabela 15 - Valores médios de EFF máxima para os trechos dos poços

perfurados em campo. ....................................................................113 

Tabela 16 - Valores de para os trechos dos poços perfurados com

medidas de CoPilot. ........................................................................114 

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Lista de símbolos

AB área da seção transversal da broca

BHA bottomhole assembly

CCSDP resistência à compressão confinada da rocha

DB diâmetro da broca

DP pressão diferencial

DSE energia específica de perfuração

DTc tempo de trânsito compressional

DTs tempo de trânsito cisalhante

ECD densidade de fluido circulante

ECMP pressão de fluido circulante

EFFmax eficiência mecânica máxima;

ângulo de atrito interno da rocha;

GR raios gamma

HPB potência hidráulica da broca

HSI razão entre potência hidráulica da broca e área da seção

transversal da broca

fator hidráulico da broca

coeficiente de atrito ao deslizamento da broca

MW peso de fluido de perfuração

N revoluções por minuto

OB Pressão de sobrecarga

pe porosidade efetiva

PP poro-pressão

ROP taxa de penetração

RPM revoluções por minuto

SE energia específica

SE_D energia específica de Dupriest

SE_T energia específica de Teale

T torque da broca

UCS resistência à compressão não confinada da rocha

W variação de trabalho

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WOB peso sobre broca

V variação de volume

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1 Introdução

1.1. Relevância e Motivação do Estudo

Nos últimos anos, a indústria do Petróleo tem investido em pesquisas a

respeito do entendimento e otimização do desempenho de brocas de perfuração.

Objetiva-se com isso aumentar as taxas de perfuração, diminuir o tempo

improdutivo de trabalho e aumentar os lucros da atividade petrolífera. As técnicas

modernas de perfuração baseadas em pesquisas teóricas têm adquirido

importância fundamental com a descoberta de petróleo a grandes profundidades.

Neste ambiente, as dificuldades em se atingir o alvo aumentam

consideravelmente, especialmente porque os campos recentemente descobertos

localizam-se abaixo de formações de evaporitos, rochas que necessitam de

especial atenção devido ao seu comportamento diferenciado.

A maneira convencional de melhorar o desempenho de uma perfuração no

campo de petróleo é através da comparação do rendimento da perfuração que está

sendo realizada com modelos estatísticos obtidos de poços de correlação. Por sua

natureza, este critério de otimização é subjetivo, já que cada poço tem suas

particularidades, tornando cada perfuração única e com característica

diferenciada. Dentro desse contexto, diversos autores vêm propondo modelos nos

quais o processo de perfuração é tratado como um sistema balanceado de

transferência de energia mecânica. Os três elementos chave desse sistema são:

uma energia mecânica aplicada, a eficiência da perfuração e uma energia

específica mínima que equivale à resistência da rocha.

Esta dissertação é parte de um projeto desenvolvido em parceria entre o

Grupo de Tecnologia e Engenharia de Petróleo – GTEP - da Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro, e a Companhia de Serviços Petrolíferos

Baker Hughes. Este projeto tem como objetivo maior executar a modelagem de

perfuração de evaporitos sob elevadas pressões, estudo motivado pela necessidade

de otimizar o processo de perfuração e reduzir os custos elevados associados ao

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desenvolvimento de campos marítimos do pré-sal. Neste contexto, o presente

estudo está focado em identificar os parâmetros de perfuração e da rocha que

sejam relevantes para melhorar o desempenho da perfuração em evaporitos,

através do estudo e aplicação de modelos analíticos de otimização baseados na

transferência de energia específica.

1.2. Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo geral estudar a otimização da taxa de

penetração de perfurações através do monitoramento da energia específica que é

gasta durante o processo de corte de rocha em formações evaporíticas. Para atingir

este objetivo, serão analisados os seguintes aspectos:

Estudar os diferentes métodos baseados em energia específica para a

otimização de taxa de penetração;

Aplicar estes modelos em perfurações e em ensaios de laboratório de

grande escala feitos em rochas evaporíticas e compará-los entre si,

verificando o funcionamento de cada um;

Analisar aspectos relevantes do comportamento da energia

específica conforme variam os parâmetros de perfuração e da rocha;

Comparar o desempenho das perfurações de campo com as de

laboratório;

Identificar parâmetros relevantes para melhorar o desempenho de

perfurações;

1.3. Organização da Dissertação

Este item apresenta a organização da dissertação, com a ordem e a descrição

dos capítulos que a compõem, conforme segue:

a) o Capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica sobre brocas PDC,

Sistemas de aquisição de dados e sobre energia específica, abordando os recentes

estudos sobre este parâmetro e os modelos analíticos de otimização baseados na

energia específica;

b) o Capítulo 3 apresenta os ensaios de laboratório em grande escala e

discute o resultado da aplicação dos modelos analíticos de otimização;

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c) o Capítulo 4 apresenta as perfurações de campo e a análise da aplicação

dos modelos analíticos;

d) o Capítulo 5 contém as conclusões obtidas a partir da análise dos

capítulos anteriores;

e) o Apêndice contém as Figuras adicionais que complementam a análise

dos dados de laboratório e dos poços perfurados em campo.

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2 Revisão Bibliográfica

2.1. Considerações sobre Perfurações

A seguir será apresentada uma revisão a respeito de alguns itens

relacionados à perfuração de poços que foram objeto de estudo deste trabalho.

2.1.1. Brocas PDC

A broca PDC (Pollycrystaline Diamond Compact) é uma avançada

ferramenta para perfuração de poços que utiliza como matéria prima o diamante

sintético. Seus cortadores são na forma de pastilhas, soldadas nas aletas da broca,

sendo estas últimas de aço ou de matriz (material composto por carboneto de

tungstênio). A principal diferença desta ferramenta para as brocas de diamante

natural e TSP (Thermally Stable Polycrystalline), é o seu sistema hidráulico, que

funciona através de jatos, similar às brocas de cone.

O corpo das brocas PDC é projetado e manufaturado em dois estilos

estruturais diferenciados: matriz (carboneto de tungstênio) ou aço. Ambos

proporcionam diferentes capacidades de corte e, como cada uma delas tem

algumas vantagens características, a escolha entre elas deve acontecer conforme a

necessidade de sua aplicação. A Figura 1 apresenta um modelo de broca PDC.

Figura 1 - Broca PDC (Wamsley e Ford, 2006).

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O mecanismo de corte da broca PDC é por cisalhamento. Segundo

Bourgoyne et al. (1986) e Wamsley e Ford (2006), algumas considerações

influenciam o seu desempenho:

• Características das estruturas de corte: as estruturas de corte devem

fornecer a cobertura adequada da seção do poço para perfurar satisfatoriamente,

minimizando possíveis vibrações e também cumprindo com as necessidades

produtivas. No início da década de 70, as brocas de PDC tinham projetos

elementares que não incluíam métodos para limpeza e resfriamento. Na década de

80, a tecnologia PDC avançou rapidamente como resultado de um maior

conhecimento sobre vibrações durante a perfuração e sua influência na

produtividade. Atualmente, as estruturas de corte são reconhecidas como o

principal elemento de balanceamento de forças para a broca e para a taxa de

penetração durante a perfuração.

• Mecânica de corte: o método através do qual a rocha é cortada é

importante no projeto e na seleção da broca. A ruptura da formação ocorre de duas

maneiras: ruptura frágil e ruptura dúctil. O modo no qual a formação rompe

depende da resistência da rocha, que é função das condições do fundo do poço tais

como profundidade, pressão e temperatura. Quando ocorre uma ruptura frágil, a

formação rompe com pouca ou nenhuma deformação. Na ruptura dúctil, a

formação deforma elasticamente, seguida por uma deformação plástica até a

ruptura. A força de penetração vertical aplicada através do peso dos comandos e a

força horizontal gerada pela mesa rotativa são transmitidas para os cortadores. A

força resultante define um plano, conhecido como plano de thrust. A Figura 2

apresenta um esquema do plano de thrust e do modelo de corte da broca PDC.

Figura 2 - Plano de thrust e modo de corte do cortador PDC (Wamsley e Ford, 2006).

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Os cascalhos são cisalhados em um determinado ângulo inicial relativo ao

plano de thrust o qual depende da resistência da rocha.

• Cortadores: possuem função de corte e, para ter um bom desempenho, eles

devem ter um bom apoio estrutural e uma orientação eficiente em toda broca.

• Quantidade e disposição de cortadores: os cortadores são estrategicamente

dispostos na face da broca para garantir uma cobertura completa da seção do

poço. O número de cortadores existente em uma broca PDC é função do perfil da

broca, do seu comprimento e do tamanho e tipo do cortador. Geralmente a

quantidade de cortadores aumenta do centro da broca para as extremidades. Isto

acontece porque os cortadores que estão próximos ao calibre (parte externa)

devem viajar uma maior distância e mais rápido além de remover maior

quantidade de rocha do que aqueles mais próximos do centro da broca. Se a

quantidade de cortadores na face da broca for muito reduzida, a profundidade de

corte aumenta, ROP aumenta, resultando em um torque maior, porém isto acaba

reduzindo a vida útil da broca.

• Orientação do cortador: a sua orientação deve ser tal que, quando ele é

carregado, devem surgir somente forças de compressão. Os cortadores deverão ser

colocados de modo a obter um determinado ângulo de ataque (back rake angle),

que é o ângulo entre a face do cortador e uma linha perpendicular à formação que

está sendo perfurada. Este ângulo contribui para o desempenho da broca

influenciando a eficiência da sua limpeza (feita através da circulação de fluido),

aumentando a sua agressividade e prolongando a vida útil do cortador. Ele

também influencia a trajetória do cascalho e, quanto maior este ângulo, menor a

tendência de o cascalho ficar preso na broca. O ângulo de ataque é fundamental

para definir a agressividade ou profundidade de corte por um cortador. Ele

também reduz uma possível quebra do cortador por impacto quando formações

mais resistentes são encontradas. Formações mais resistentes requerem um maior

ângulo de ataque para dar durabilidade à estrutura de corte e reduzir a vibração.

Cada cortador apresenta um ângulo diferente, que varia com a sua posição entre o

centro da broca e a parte externa (calibre). A Figura 3 ilustra a ação do cortador ao

cortar a formação e mostra o ângulo de ataque.

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Figura 3 - Ângulo de ataque de um cortador PDC (Plácido e Pinho, 2009).

Outro ângulo importante é o side rake, que está relacionado à orientação dos

cortadores em relação ao plano horizontal. A Figura 4 ilustra este ângulo.

Figura 4 - Ângulo side rake (modificado de Bourgoyne et al., 1991).

2.1.2. Sistemas de Aquisição de Dados

Os parâmetros de perfuração de poços podem ser monitorados utilizando-se

dois sistemas diferentes: medidas por sensores de superfície e medidas de fundo

de poço. Estas duas modalidades de monitoramento diferem quanto à

confiabilidade de informações obtidas, sendo que as medidas feitas em fundo de

poço, próximas da broca, são mais fidedignas. É importante o entendimento destes

dois métodos de monitoramento antes de realizar uma análise de otimização de

perfuração.

O sistema de monitoramento dos parâmetros através de sensores de

superfície utiliza vários tipos de sensores localizados na sonda que medem

parâmetros mecânicos e hidráulicos. Os dados de fundo de poço são coletados por

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ferramentas como MWD (measure while drilling), que consiste em um

agrupamento de sensores alocados próximo à broca, no BHA (Bottom Hole

Assembly), que transmitem informação para a sonda em tempo real.

A seguir, são apresentadas algumas das variáveis medidas por sensores de

superfície, cujo conhecimento é relevante para o desenvolvimento deste trabalho

(segundo Tavares, 2006). A Tabela 1 apresenta um resumo destes parâmetros.

Tabela 1 - Parâmetros medidos por sensores de superfície (modificado de Tavares,

2006)

Vazão de Retorno de Fluido do PoçoPeso de Lama na Entrada e na Saída do PoçoTemperatura do Fluido de Perfuração

Rotação da ColunaDeslocamento Vertical da PlataformaPressão de Injeção de LamaConcentração Total de Gás

Parâmetros medidos por sensores de superfícieCarga no GanchoTorqueAltura do Gancho

1- Carga no gancho: é a força total sustentada pelo gancho. Ela inclui o peso

da coluna de perfuração e de equipamentos auxiliares, diminuída de qualquer

força que tenda a reduzir este peso, como fricções na parede do poço

(www.glossary.oilfield.slb.com/Display.cfm?Term=hook%20load). A carga no

gancho é monitorada através de um extensômetro posicionado na dead-line,

conforme ilustrado na Figura 5.

Figura 5 - Sensor de carga no gancho (Tavares, 2006).

2- Torque: o conhecimento deste parâmetro é relevante para monitorar a

perfuração. Isto porque um aumento ou queda exagerada do torque representa

algum problema na perfuração. Um aumento exagerado do torque pode acontecer

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devido ao atrito lateral com a parede do poço (especialmente em poços

direcionais) e a redução do torque é geralmente causada por um enceramento da

broca (Rocha et al., 2009).

3-Altura do gancho: alguns parâmetros importantes podem ser obtidos

conhecendo-se a altura do gancho, como a profundidade do poço, a velocidade do

gancho, o tempo e a velocidade de perfuração (Jinyu, 2009).

Segundo Tavares (2006), a altura no gancho é monitorada através de um

sensor conta-giros, posicionado no próprio guincho, ou por um sensor chamado

geolograph, posicionado na plataforma, que mede a altura real do gancho em

relação a esta.

Figura 6 - Sensor de altura do gancho (Tavares, 2006).

4- Rotação da Coluna (RPM): esse parâmetro é fornecido pela sonda, mas

pode-se colocar sensores de rotação no top-drive ou na mesa rotativa (Tavares,

2006). Em geral, quanto maior for o número de revoluções por minuto, maior é a

taxa de penetração gerada, porém maior o desgaste da broca. O intervalo de

rotações a ser utilizado em uma perfuração depende do tipo de broca e é sugerido

pelas empresas fabricantes. Esses intervalos de aplicação de RPM podem ser

obtidos no catálogo de brocas World Oil’s Drill Bit Classifier.

5- Deslocamento vertical da plataforma: segundo Tavares (2006), o

deslocamento vertical da plataforma é monitorado por um sensor conectado ao

pistão do tensionador do riser de perfuração;

6- Pressão de Injeção de Lama: é um parâmetro importante, que, do ponto

de vista de otimização de perfuração, deve ser bem projetada com o intuito de

limpar o fundo do poço dos cascalhos gerados pela broca e transportá-los até a

superfície. A má utilização da energia hidráulica resulta numa ação deficiente da

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broca sobre a rocha a ser perfurada, já que os dentes da broca têm que retrabalhar

os cascalhos acumulados no fundo do poço (Thomas et al., 2001).

7- Concentração total de gás no retorno da lama: a incorporação de gases da

formação no fluido de perfuração é conhecida como corte de lama por gás. Neste

processo, o gás vai se expandindo à medida que é trazido à superfície, causando

uma diminuição na massa específica do fluido de perfuração nas profundidades

mais rasas do poço, podendo acontecer um kick (fluxo de fluidos do interior da

formação para o interior do poço durante as operações de perfuração). Em poços

profundos, a redução da pressão no fundo é relativamente pequena, podendo

permitir a continuidade da perfuração sem ter que aumentar o peso de fluido

(Rocha et al., 2009).

8- Vazão de Retorno de Fluido do Poço: é medida por um sensor

posicionado na flowline (conduto de fluxo gravitacional inclinado com a função

de direcionar os fluidos que retornaram do poço à superfície para o equipamento

de tratamento de fluidos) (Tavares, 2006). A vazão de retorno deve ser

continuamente monitorada durante o tempo em que o poço esteja sendo

controlado. Através desta medida é possível saber se ocorreu um kick (aumento da

vazão), perda de circulação ou se houve presença de gás no riser (retorno de fluido

de perfuração do riser na superfície).

9- Peso de lama na entrada e na saída do poço: medida por um sensor

imerso em dois pontos do fluido, a diferença entre as leituras determina o peso de

lama. Este parâmetro controla a pressão hidrostática no poço, impede a invasão de

fluidos e o colapso do revestimento. O peso de lama excessivo pode gerar perda

de circulação através da propagação de fraturas na rocha.

10- Temperatura do fluido de perfuração: A temperatura é medida por um

sensor imerso em dois níveis no fluido de perfuração (Tavares, 2006). Conforme

nos aproximamos do centro da Terra, ocorre um aumento da temperatura. Como

conseqüência, durante a perfuração o fluido tende a retornar com uma temperatura

mais elevada do que aquela a qual entrou no poço. Em zonas de compactação

normal, o gradiente geotérmico aumenta gradualmente com a profundidade, já em

zonas de pressão anormal, os gradientes se tornam mais acentuados. Assim, a

análise da temperatura do fluido de perfuração pode ser considerada um indicativo

de zonas de pressão anormalmente alta (Rocha et al., 2009).

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Alguns parâmetros utilizados para monitorar e otimizar a perfuração são

calculados a partir dos medidos por sensores, conforme pode ser visto abaixo:

· Profundidade vertical: distância vertical a partir de um ponto do poço

(geralmente a profundidade final) até a elevação do kelly bushing

(www.glossary.oilfield.slb.com/Display.cfm?Term=true%20vertical%20depth).

· ROP – Rate of Penetration (taxa de penetração): mede a velocidade com

que a broca perfura um determinado intervalo de formação. É calculada

dividindo-se a distância perfurada em metros pela unidade de tempo considerada

(geralmente horas). Quanto maior a taxa de penetração, menor o tempo de

perfuração e menores os custos de sonda. Quando se objetiva otimizar uma

perfuração, deve-se alcançar a máxima taxa de penetração possível diminuindo,

assim, o tempo de execução. Este parâmetro é uma conseqüência de diversos

fatores: tipo de broca utilizada, tipo de rocha perfurada, torque gerado,

funcionamento da hidráulica de remoção de cascalhos, velocidade de rotação

aplicada, peso aplicado à coluna, entre outros.

· WOB – Weight on Bit (peso sobre a broca): é a quantidade de peso

imprimido sobre a broca no fundo do poço para perfurar. É obtido subtraindo-se o

peso da coluna da carga no gancho. O peso sobre a broca é um parâmetro de

controle durante a perfuração e, quando ele for medido por sensores de superfície,

em sua leitura pode haver influência do empuxo gerado pelo fluido de perfuração

e pelo atrito. Por isto, para otimizar a perfuração garantindo a correta transmissão

de peso à broca, é importante a obtenção de medidas de fundo de poço, que são

feitas o mais próximo da broca possível, minimizando estes erros de leitura.

Os dados experimentais de dois poços utilizados no desenvolvimento desta

pesquisa foram medidos por um equipamento que faz medidas em fundo de poço

conhecido como CoPilot™. O CoPilot™ é uma ferramenta de diagnóstico e

aquisição de dados que fica conectado ao Bottom Hole Assembly (BHA). Ele pode

ser utilizado tanto em BHAs onde se tenha Rotary Steerable System, quanto em

colunas convencionais e também com motores de fundo (em modo rotativo ou

sliding). O CoPilot™ contém uma variedade de sensores que medem 14

parâmetros, incluindo o peso sobre a broca, torque, pressão, rotação, aceleração,

temperatura, e bending moment e envia estas informações em tempo real para o

operador através de um monitor localizado na plataforma. Isto auxilia nas

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decisões a serem tomadas e a corrigir os parâmetros de perfuração aplicados

quando for necessário.

O CoPilot™ pode ser posicionado em qualquer parte do BHA, dependendo

de quais as aplicações ou dados requeridos. Estes dados melhoram a qualidade da

perfuração, pois através de seu monitoramento, é possível gerar menos desgaste

nos componentes da coluna e do BHA. A aquisição de parâmetros em fundo de

poço gera maior confiabilidade nos dados adquiridos já que estes são medidos em

tempo real o mais próximo da broca possível. A Figura 7 ilustra o sistema de

aquisição de dados através do CoPilot™.

Figura 7 - Sistema de aquisição de dados do CoPilot™.

2.2. Contribuição da Hidráulica em Perfurações de Poços

As bombas de lama são utilizadas na atividade de perfuração de poços

transmitindo energia ao fluido de perfuração. Este, por sua vez, percorre através

de equipamentos de superfície, o interior da coluna de perfuração, jatos da broca e

espaço anular. Ao longo deste caminho, o fluido de perfuração perde carga devido

à passagem por conexões, pela broca e principalmente devido ao atrito gerado

com as paredes do poço (Rocha et al., 2008).

A má utilização da energia hidráulica dificulta o trabalho da broca de cortar

a rocha, pois os cascalhos começam a acumular no fundo do poço, ou,

dependendo da formação (ex.: rochas argilosas), estes começam a grudar nos

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cortadores da broca, causando o seu enceramento. Com isto, a broca gasta uma

energia maior, já que ela tem que retrabalhar o material acumulado no fundo do

poço (Thomas, 2004).

Segundo Thomas (2004), algumas técnicas são utilizadas para otimizar os

parâmetros hidráulicos:

- máxima velocidade nos jatos;

- máxima potência hidráulica nos jatos;

- máxima força de impacto;

- máxima força de impacto efetiva.

Holster e Kipp (1984) desenvolveram ensaios de perfuração em laboratório

para determinar o efeito da potência hidráulica da broca na taxa de penetração

utilizando-se brocas PDC. Os testes foram realizados em três tipos de rochas

(Mancos shale, Pierre shale e Berea Sandstone) e dois tipos de fluido de

perfuração (water-based mud e oil-based mud). A Figura 8, a Figura 9 e a Figura

10 apresentam os resultados das análises para o folhelho reativo (Pierre shale) e

para o arenito.

Figura 8: Avaliação da influência da potência hidráulica da broca no folhelho Pierre com

fluido base-óleo e fluido base-água (modificado de Holster e Kipp, 2002).

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Figura 9: Avaliação da influência da potência hidráulica da broca no arenito Berea com

fluido base-óleo (modificado de Holster e Kipp, 2002).

Figura 10: Avaliação da influência da potência hidráulica da broca no arenito Berea com

fluido base-água (modificado de Holster e Kipp, 2002).

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Analisando a Figura 8, percebe-se que a potência hidráulica da broca afeta

de maneira significativa a taxa de penetração, utilizando-se o fluido base-óleo. Os

dados obtidos com fluido base-água foram erráticos. Abaixo de 5 hp/in², segundo

os autores, a broca perfurava com grande dificuldade devido ao enceramento. O

aumento da potência hidráulica acima de 5 hp/in² influenciou positivamente a taxa

de penetração. Portanto, conclui-se que, para o folhelho, o fluido base-óleo evitou

que os cascalhos ficassem grudados nos cortadores da broca, produzindo assim,

taxas de penetração maiores do que aquelas produzidas com fluido base-água.

Através da Figura 9 e da Figura 10 percebe-se uma melhora na taxa de

penetração quando a potência hidráulica da broca aumenta, tanto para os ensaios

com fluido base-óleo como para os com fluido base-água. Como o arenito Berea é

uma rocha bastante permeável, os autores sugerem que o aumento da ROP resulte

da conversão da energia cinética dos jatos de fluido em energia elástica nos poros

da rocha. Isto reduziria a tensão efetiva e aumentaria a taxa de penetração.

Pessier e Fear (1992) também verificaram em ensaios de laboratório de

grande escala que a eficiência mecânica máxima pode ser mais que dobrada com a

otimização da hidráulica em brocas tricônicas. A Figura 11 ilustra este

comportamento.

Figura 11: Influência da potência hidráulica na eficiência mecânica máxima – broca TCI

(modificado de Pessier e Fear, 1992)

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2.3. Aplicação dos Conceitos de Energia Específica em Perfurações de Poços de Petróleo

O conceito de energia específica tem sido utilizado na Indústria do Petróleo

tanto para criar programas de otimização de perfuração, como para decidir quando

é o melhor momento para trocar de broca. Primeiramente será introduzida a sua

definição, seguido de exemplos de sua aplicação em perfuração de poços.

A energia específica é definida como sendo o trabalho executado por

unidade de volume escavado. Esta energia se refere à soma total de todo esforço

aplicado na broca para que esta perfure e corte a rocha. A energia que é gasta na

trituração do cascalho, em perdas friccionais, etc., está incluída na soma.

Teale (1965) foi o primeiro estudioso a aplicar o conceito de transferência

de energia específica no processo de perfuração de poços. Ele interpreta a

perfuração como sendo função de dois esforços:

O esforço necessário para penetrar a rocha devido ao peso sobre a

broca para o tempo de 1 minuto;

O esforço necessário para remover a camada de rocha devido à

rotação para 1 minuto.

Já que a energia específica depende do tipo de rocha perfurada, todos os

tipos de broca têm valores característicos e singulares de energia específica

associados a um determinado tipo de formação. As Eq. (1) e (2) apresentam o

trabalho executado devido à aplicação do peso sobre a broca e do torque para o

tempo de 1 minuto.

(1)

(2)

Sabendo-se que trabalho equivale à variação de energia e sabendo-se que

energia específica é definida como sendo o trabalho executado por unidade de

volume escavado, pode-se representar matematicamente este parâmetro conforme

a Eq. (3).

_ . .1minW axial WOB ROP

_ . (2 ).1minW rotacional T N

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(3)

A variação de volume durante a perfuração para o tempo de 1 minuto é

expressa pela Eq. (4).

(4)

Substituindo as Eq. (1), (2) e (4) na Eq. (3), obtém-se a relação proposta por

Teale (1965):

(5)

Onde:

T = torque da broca (pés.lb)

WOB = peso sobre broca (libras)

ROP = taxa de penetração (polegadas / min)

AB = área da seção transversal da broca (polegadas ao quadrado)

N = revoluções por minuto

Convertendo-se a unidade da taxa de penetração para pés/hora, obtém-se:

(6)

Teale (1965) também estabeleceu uma relação importante entre a energia

específica e a resistência à compressão não confinada da rocha (UCS). Foram

examinados diversos ensaios sob pressões atmosféricas e o autor calculou a

energia específica para os mesmos. Foi observado que para todos os testes a

energia específica atinge um valor mínimo, que é bastante próximo do valor da

UCS. É importante observar que as unidades que expressam a energia específica

são idênticas àquelas que expressam a resistência à compressão. A Figura 12

ilustra um dos testes feitos pelo autor onde se pode comprovar a proximidade de

valores.

_W axial WrotSE

volume

min1)..(ROPAV

2

.B B

WOB NTSE

A A ROP

120

.B B

WOB NTSE

A A ROP

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Figura 12 - SE versus UCS para duas brocas de cone (modificado de Teale, 1965).

A partir desta relação, pode-se comparar a energia específica mínima de

uma rocha com a energia específica que está sendo medida durante a perfuração.

A taxa entre estes dois parâmetros resulta na eficiência da perfuração. A Eq. (7)

apresenta a eficiência mecânica proposta por Teale (1965).

(7)

Onde:

EFF = eficiência mecânica máxima

SEmin = energia específica mínima = resistência à compressão não confinada

(UCS)

É importante salientar que a relação exposta acima (SE = UCS) é válida

para perfurações sob pressão atmosférica. Pessier e Fear (1992) realizaram ensaios

em rocha sob pressões hidrostáticas em que sugeriram a utilização da relação

apresentada na Eq. (7) considerando a energia específica mínima equivalente è

resistência à compressão confinada (CCS). Esta relação foi proposta devido à

observação de um grande aumento da energia específica, que os autores

relacionam ao aumento da resistência da rocha quando a mesma está sob

condições confinadas.

minSEEFF

SE

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Waughman et al. (2002) desenvolveram um procedimento para determinar

qual o melhor momento de substituir brocas PDC desgastadas através do

monitoramento da energia específica e do perfil de raios gama. Este procedimento

foi estabelecido através de análise de um poço perfurado em North West Shelf of

Austrália, com posterior aplicação em tempo real a outras duas perfurações de

poços na mesma localidade. A metodologia proposta pelos autores consiste em:

Conhecer o tipo de formação que está sendo perfurada em tempo

real através de medidas de raios gama em fundo de poço;

Calcular em tempo real a energia específica ao longo da perfuração;

Estabelecer valores de energia específica de referência para cada

início de perfuração em folhelhos com broca afiada;

Comparar a energia específica em tempo real à energia específica de

referência;

Estimar o desgaste da broca comparando a energia específica em

tempo real ao valor da energia específica de referência.

Através da sua análise, Waughman et al. (2002) concluíram que a

percepção de que uma broca deve ser retirada do poço somente quando está

bastante desgastada para garantir boa performance, deve ser reavaliada.

Judzis et al., (2009) realizaram ensaios de laboratório em grande escala,

onde as amostras foram submetidas a elevadas pressões, utilizando quatro tipos de

brocas (tricônica, PDC com 4 lâminas, PDC com 7 lâminas e impregnada), três

tipos de rochas (Crab Orchard sandstone, Mancos shale e Carthage marble) e

cinco diferentes tipos de fluido. Este trabalho analisa a performance das diferentes

brocas nos três tipos de rocha, avalia a energia específica gerada com a utilização

dos três tipos de broca e avalia a contribuição do tipo de fluido e do peso de fluido

nas geração de energia específica e nas taxas de penetração. Todos os ensaios

foram realizados para uma pressão de confinamento de 11000 psi. A Figura 13 e a

Figura 14 apresentam, para o arenito e para o calcário, os valores de energia

específica obtidos para os diferentes tipos de broca.

Observando-se a Figura 13, percebe-se que a utilização de fluido base-água

ao invés de água aumentou em mais de cinco vezes os valores de energia

específica. Dentre os ensaios realizados com fluido base-água de 11 ppg, nota-se

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que a broca PDC foi a que gerou menores valores de energia específica e broca

impregnada foi a que gerou os mais altos valores.

Figura 13: Energia específica obtida através de brocas PDC, TCI e Impregnada para

fluido base-água – arenito Crab Orchard (Modificado de Judzis et al., 2009)

Figura 14: Energia específica obtida através de brocas PDC, TCI e Impregnada para

fluido base-água – calcário Carthage (Modificado de Judzis et al., 2009)

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Nas curvas apresentadas na Figura 14, o ensaio executado com água pura

resultou nas menores energias específicas. Dentre os ensaios perfurados com

fluido base-água, a broca tricônica foi a que gerou menor energia específica,

seguida pela broca PDC. A broca impregnada novamente gerou as maiores

energia específicas, indicando uma ineficiente perfuração nestas rochas.

A Figura 15 e a Figura 16 apresentam a influência da resistência,

respectivamente, do arenito Crab Orchard e do calcário Carthage na energia

específica. A resistência à compressão confinada a uma pressão confinante de

11000 psi é de 85000 psi para o arenito e de 40000 psi para o calcário.

Figura 15: Influência do tipo de rocha na energia específica – arenito Crab Orchard

(Modificado de Judzis et al., 2009)

Através da Figura 15 e da Figura 16, percebe-se que a curva de energia

específica é consideravelmente maior do que a resistência à compressão confinada

da rocha. Uma interpretação para este resultado seria a existência de um trabalho

adicional realizado devido ao aumento da resistência da rocha que acontece

quando a pressão de fundo de poço é elevada. Outra interpretação seria um

trabalho adicional realizado pela broca para remover os cascalhos que ficam

presos aos seus dentes. Neste aspecto, os autores citam a importância de um bom

projeto da hidráulica para facilitar a retirada do material perfurado da face da

broca, aumentando a taxa de penetração.

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39

Figura 16: Influência do tipo de rocha na energia específica – calcário Marble (Modificado

de Judzis et al., 2009)

2.4. Modelos Analíticos de Otimização de Perfuração Baseados na Transferência de Energia Específica

Alguns autores têm apresentado modelos analíticos para otimizar a

perfuração por meio da aplicação de conceitos de transferência de energia

mecânica. Estes modelos serão apresentados nos próximos sub-itens deste

capítulo e serão utilizados nas análises de dados realizadas no presente trabalho.

2.4.1. Modelo analítico de Otimização da Perfuração – Dupriest

O monitoramento da energia específica tem sido utilizado em ensaios de

laboratório para avaliar a eficiência da perfuração. Poucos autores utilizaram este

método diretamente em campo, como Waughman et al., 2002, Caicedo et al.

(2005) e Dupriest et al. (2005).

Dupriest et al. (2005) criaram um fluxo de trabalho para otimizar a taxa de

penetração aplicável em tempo real durante as operações de perfuração. Este fluxo

de trabalho é conhecido como Fast Drill Process (FDP) em que o operador pode

modificar os parâmetros de perfuração, tendo acesso a dados que estão sendo

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medidos durante a operação e transmitidos simultaneamente aos engenheiros,

inclusive dados sobre a energia específica.

A energia específica utilizada neste sistema foi calculada partindo da

equação proposta por Teale e modificada com o objetivo de ajustar seus valores

aos da resistência à compressão confinada. Conforme visto na seção anterior,

Pessier e Fear (1992) sugeriram que a energia específica pudesse ser relacionada à

resistência à compressão confinada da rocha e que os picos de eficiência se situam

em torno de 30 a 40 %.

Dupriest et al. (2005) propuseram a implementação de um artifício

matemático com o objetivo de aproximar os valores de SE aos da CCS. Para isto

basta multiplicar a Energia específica por 35 % (valor médio de pico de

eficiência), conforme apresenta a Eq. (8). O ajuste dos valores de energia de

forma que estes possam ser comparados com a resistência à compressão confinada

durante o pico de performance da broca, proporciona uma boa referência aos

operadores sobre a sua performance.

Madj EFFSESE (8)

Onde:

EFFM = eficiência mecânica máxima, cujo valor é 0.35.

Para compreender de que maneira são analisados os dados de energia

específica computados em tempo real, o autor deste método utiliza como base

uma visão estruturada sobre como a broca perfura. Para isto, o autor propõe a

execução de ensaios de drilloff, no qual a perfuração é interrompida e um elevado

peso sobre a broca é aplicado à coluna. O sistema de aplicação de peso é fixado de

tal maneira que impeça a coluna de avançar enquanto continua-se aplicando

rotação e circulando fluido para o interior do poço. Conforme a broca perfura, o

peso sobre a broca declina até que esta não consiga mais cortar a rocha. A Figura

17 ilustra um gráfico obtido através deste ensaio.

A curva da Figura 17 é dividida em três regiões. Na região I a performance é

limitada devido a uma profundidade de corte inadequada que ocorre quando o

peso sobre a broca aplicado é muito baixo. Conforme o peso sobre a broca é

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aumentado (e conseqüentemente a profundidade de corte também é aumentada),

esta passa a se aproximar do seu pico de eficiência.

Figura 17 - Ensaio de drilloff (Dupriest et al., 2005).

Conforme dito acima, Dupriest et al. sugerem que as brocas conseguem

transferir somente de 30 a 40 % da energia aplicada no processo de corte da rocha,

mesmo quando estão operando no seu pico de desempenho. Entretanto, se a

profundidade de corte for inadequada, a eficiência diminui juntamente com a taxa

de penetração.

A região II da curva do ensaio de drilloff inicia quando a profundidade de

corte passa a ser adequada para estabilizar a performance da broca. Neste trecho

linear, a eficiência permanece a mesma conforme o peso sobre a broca é

aumentado. Um aumento deste parâmetro gera um acréscimo proporcional da taxa

de penetração. Apesar de a eficiência da broca ser praticamente constante, há um

acréscimo da energia específica e, como resultado, a taxa de penetração cresce

proporcionalmente. É neste trecho que os autores consideram que a perfuração

está otimizada e que a energia específica ajustada (0.35SE) está próxima da

resistência à compressão confinada da rocha.

O ponto a partir do qual esta proporcionalidade deixa de existir é conhecido

como founder point. O terceiro segmento da curva (região III) inicia-se a partir do

founder point onde se desenvolve uma condição na qual a transferência de energia

para a rocha é limitada por algum fator (geralmente vibrações e enceramento da

broca). O founder point é um valor muito próximo da máxima taxa de penetração

que pode ser gerada. Atingido este limite, o aumento deste parâmetro só é

conseguido através de um novo projeto para a perfuração.

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Conhecendo este mecanismo de perfuração, Dupriest et al. (2005) sugerem

a realização de um ensaio de Drilloff, a partir do qual se determina a faixa de

valores de WOB onde a curva ROP x WOB é linear e, conclui-se do ensaio que a

perfuração deve ocorrer dentro deste intervalo de valores de WOB. O artifício

apresentado pela Eq. (8) é utilizado para monitorar os valores de energia

específica, que devem estar próximos da resistência à compressão confinada

quando a perfuração está otimizada.

Este método de otimização da perfuração apresenta como vantagem a

possibilidade de ser utilizado em tempo real, auxiliando a equipe a selecionar os

parâmetros adequados para maximizar a eficiência da perfuração e performance

da broca. O monitoramento das vibrações e da energia específica ajustada fornece

um entendimento sobre as causas de a curva ROP x WOB atingir o ponto

conhecido como founder (a partir do qual a energia específica fica limitada por

algum motivo como vibrações ou enceramento da broca).

Apesar de este método ser utilizado atualmente e resultar em melhorias no

desempenho das perfurações, o entendimento sobre o comportamento da energia

específica continua sem esclarecimento. Não houve uma investigação sobre qual o

valor de resistência ideal para relacionar à energia gasta no processo de corte de

rocha, optou-se pela implementação de um artifício que aproximasse os valores da

energia à resistência confinada da formação.

2.5. Modelo SEROP (Specific Energy ROP Model)

No ano de 2005, Caicedo et. al., propuseram um modelo para a previsão e

otimização da taxa de penetração para brocas PDC baseado na análise da teoria da

energia específica e da resistência à compressão confinada da rocha. A maioria

dos modelos para cálculo da taxa de penetração utilizava a resistência não

confinada da rocha para caracterizá-la. Porém, este parâmetro não é representativo

da resistência aparente da rocha à broca, especialmente quando a perfuração

ocorre a grandes profundidades. Caicedo et. al., (2005) utilizaram um método

bastante aplicado em mecânica das rochas para a obtenção da resistência à

compressão confinada da formação.

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Este método foi desenvolvido a partir da teoria de Mohr-Coulomb e resulta

em valores mais realísticos e representativos da resistência aparente da rocha à

broca do que a utilização da resistência não confinada. A Eq. (9) apresenta o

cálculo deste parâmetro.

(9)

Onde:

UCS = resistência à compressão não confinada da rocha (psi);

CCSDP = resistência à compressão confinada da rocha permeável(psi);

= ângulo de atrito interno da rocha;

DP = pressão diferencial (psi).

A definição do parâmetro pressão diferencial é dependente do tipo de

formação que está sendo perfurada. Para o caso de uma rocha permeável, a

pressão diferencial pode ser determinada como sendo igual à diferença entre a

pressão de fluido circulante e a pressão de poros.

PPECMPDP (10)

Onde :

ECMP = pressão de fluido circulante (equivalent circulating mud pressure)

(psi);

PP = poro-pressão (psi).

Para o caso de uma rocha não permeável, a pressão diferencial pode ser

obtida aplicando-se uma relação descrita por Skempton (1954) para o cálculo da

pressão de poros. Para uma formação impermeável, a atividade de perfuração gera

um alívio das tensões na parte da formação localizada imediatamente abaixo da

broca. Este alívio da sobrecarga faz com que a rocha se expanda, aumentando seu

volume e diminuindo a sua pressão de poros. Este aumento da poro-pressão é

considerado no cálculo da poro-pressão de Skempton, conforme apresenta a Eq.

(11).

sin2 .

(1 sin )DPCCS UCS DP DP

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3Pr

ECMPOBPPessurereSkemptonPo

(11)

Onde:

OB = pressão de sobrecarga (psi);

PP = poro-pressão (psi).

Portanto, para formações não permeáveis, a pressão diferencial resulta da

diferença entre a pressão de fluido circulante e a poro-pressão de Skempton. A

equação da resistência à compressão confinada para este caso é apresentada pela

Eq. (13).

essurereSkemptonPoECMPDPSK Pr (12)

(13)

Onde:

UCS = resistência à compressão não confinada da rocha (psi);

CCSSK = resistência à compressão confinada da rocha impermeável (psi);

= ângulo de atrito interno da rocha;

ECMP = pressão de fluido circulante (equivalent circulating mud pressure)

(psi);

DPSK = pressão diferencial de Skempton (psi).

As duas soluções apresentadas acima (CCSDP e CCSSK) são consideradas

como casos extremos. Uma representa a condição de formação permeável e a

outra, a condição de formação não permeável. Para calcular a resistência à

compressão confinada para formações com permeabilidade intermediária, Caicedo

et al. (2005) utilizaram a técnica de interpolação entre as Eq. (9) e (13). Para isto,

foi inserido nos cálculos o parâmetro porosidade efetiva (pe), para quantificar a

permeabilidade da formação. A porosidade efetiva é a relação entre o volume de

poros interconectados e o volume total de uma rocha. A metodologia para calcular

a resistência à compressão confinada para formações com permeabilidade

intermediária é ilustrada nas Eq. (14), (15) e (16).

sin

2 .1 sinSK SK SKCCS UCS DP DP

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Se pe ≥ 0,20 (14)

Se pe ≤ 0,05 (15)

Se 0,05≤ pe ≥0,20 (16)

Onde:

CCSMIX = resistência à compressão confinada intermediária (psi);

pe = porosidade efetiva.

A presente metodologia é sugerida pelos autores para calcular a resistência à

compressão confinada da rocha que será utilizada nos cálculos para obtenção de

uma taxa de penetração ótima para a perfuração. O modelo analítico proposto

pelos autores que define a taxa de penetração ótima de uma perfuração será

apresentado adiante.

Este modelo utiliza a teoria da energia específica para estabelecer uma

relação entre a energia que é aplicada ao sistema (torque e peso sobre a broca) e a

energia efetivamente entregue à rocha, considerando as perdas que ocorrem neste

processo (quantificadas pelo parâmetro eficiência mecânica) e é obtido a partir da

Equação (6). Nesta Equação, verifica-se que a energia aplicada ao sistema é

equivalente à soma de duas parcelas de trabalho realizado: uma parcela resultante

do esforço vertical (WOB) e uma parcela resultante do trabalho torcional (torque).

Os parâmetros de controle aplicados à perfuração são o WOB e as revoluções por

minuto. O torque é uma conseqüência da aplicação destas duas grandezas, do tipo

de broca utilizada, tipo de rocha perfurada, entre outros fatores.

O torque pode ser relacionado ao peso sobre a broca através da Eq. (17).

(17)

Onde:

= coeficiente de atrito ao deslizamento da broca;

DB = diâmetro da broca (polegadas).

DPMIX CCSCCS

SKMIX CCSCCS

0, 05 0, 20

0,15 0,15MIX DP SK

pe peCCS CCS CCS

3.. BD

WOBT

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O coeficiente de atrito ao deslizamento é um parâmetro que relaciona uma

propriedade de resistência da rocha (pois o atrito é dependente do tipo de rocha)

ao tipo de broca (pois o atrito varia conforme o tipo de broca utilizado). Portanto,

esta grandeza estabelece uma ligação entre os parâmetros de perfuração, o tipo de

broca e a resistência da rocha.

Substituindo o parâmetro torque da Eq. (6) pela Eq. (17), resulta na seguinte

Equação:

(18)

Onde:

WOB = peso sobre broca (libras);

ROP = taxa de penetração (pés / hr) ;

DB = diâmetro da broca;

= coeficiente de atrito ao deslizamento da broca;

AB = área da seção transversal da broca (polegadas ao quadrado);

N = revoluções por minuto.

A parcela de energia que é perdida durante este processo (por problemas de

enceramento, vibração, entre outros) pode ser quantificada pela eficiência da

broca. A Eq. (7) define matematicamente este parâmetro.

Substituindo o parâmetro energia específica da Eq. (7) na Eq. (18) e

isolando o termo taxa de penetração, obtém-se o modelo de otimização proposto

por Caicedo et al.:

(19)

Esta é a equação de otimização utilizada pela Chevron para selecionar os

parâmetros de perfuração que resultem na maior ROP possível. As grandezas

eficiência mecânica (EFF) e coeficiente de atrito ao deslizamento () foram

obtidas através de ensaios de laboratório de grande escala. Os resultados destes

ensaios são apresentados no artigo de Caicedo et al. (2005) para broca PDC com

1 120.

.B B

NSE WOB

A D ROP

13,33 .

min 1.

.BB

NROP

SED

EFF WOB A

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mais de sete lâminas, com cortadores de 19 mm e densidade do fluido de

perfuração de 9,5 ppg.

O modelo SEROP utiliza a Eq. (19) para selecionar o melhor conjunto de

parâmetros de perfuração para cada poço. É importante salientar que as grandezas

e EFF devem ser obtidas experimentalmente em laboratório utilizando-se o

mesmo tipo de rocha, mesmo peso de lama e tipo de broca da perfuração que se

deseja otimizar. Os dados obtidos em ensaios de grande escala que foram

publicados pela empresa aplicam-se apenas a um tipo de broca (broca PDC com

mais de sete lâminas). O restante dos ensaios (para outros tipos de broca) não

foram divulgados.

Este modelo é capaz de melhorar o desempenho da perfuração e da broca e

aprimorar a determinação dos parâmetros ótimos de perfuração, reduzindo o custo

do poço. Além disto, utiliza propriedades da rocha e variados ambientes de

perfuração para a previsão da ROP para todos os tipos de broca. Portanto, a

aplicação deste modelo é global, não é restritiva a uma determinada região nem

precisa de calibração de parâmetros de condições locais.

A desvantagem deste método é que ele utiliza a comparação entre

resistência à compressão confinada e a energia específica para determinar a

eficiência da perfuração. Sabe-se atualmente que a CCS não é a propriedade da

rocha que melhor representa o gasto mínimo de energia. Isto foi percebido por

pesquisadores como Ledgerwood III (2007) e Judzis et al. (2007), os quais

observaram que seus valores são consideravelmente menores do que os da energia

específica, mesmo quando a broca perfura aparentemente com elevada

performance.

2.6. Modelo analítico de otimização da perfuração – Armenta

Armenta (2008) propôs uma nova correlação incluindo no cálculo da

energia específica um termo relacionado ao efeito hidráulico do fluido de

perfuração. O autor define o novo modelo como sendo uma energia específica de

perfuração (DSE), sendo ela a quantidade de energia requerida para destruir e

remover da face da broca uma unidade de volume de rocha. A DSE inclui parcelas

de energia torsional, axial e hidráulica.

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Pessier e Fear (1992) observaram nos resultados de seus ensaios de

laboratório que as perdas por fricção no sistema de circulação aumentam com a

profundidade. Isto faz com que a broca tenha uma menor potência hidráulica,

enquanto esta deveria receber uma potência hidráulica de maior magnitude para

manter uma perfuração com razoável eficiência.

Conforme explicado anteriormente, a energia específica (SE) obtida para

formações submetidas a elevadas pressões é geralmente maior do que a resistência

à compressão confinada (CCS). Segundo Armenta (2008), o novo termo

hidráulico inserido na equação de energia específica proposta por Teale (1965)

aproxima este parâmetro do valor da CCS e da quantidade de energia dissipada na

perfuração. A equação da energia específica de perfuração (DSE) pode ser

visualizada abaixo.

B

B

BB AROP

HP

ROPA

TRPM

A

WOBDSE

*

**000,980,1

*

***120 (20)

Onde:

1,980,000 = fator de conversão de unidades (1hp = 550 pés.libras/seg)

= fator hidráulico da broca (adimensional)

HPB = potência hidráulica da broca (horse power)

AB = área da face da broca (polegada²)

ROP = taxa de penetração (pés/hora)

A divisão entre a potência Hidráulica da broca equivale ao índice de

potência hidráulica HSI (Plácido e Pinho, 2009), que pode ser obtido pela Eq. (21)

proposta por Holster e Kipp (1984).

1713B

B B

HP Q PHSI

A A

(21)

Onde:

HPB = potência hidráulica da broca (HP)

Q = vazão de fluido (gpm)

P = queda de pressão através da broca (psi)

AB = área da seção transversal da broca (in²)

1713 = fator de conversão

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A Figura 18 apresenta os valores do fator hidráulico () da broca conforme

os diâmetros da mesma.

Para validar seu modelo de otimização, Armenta (2008) utilizou ensaios em

simulador de grande escala realizados por Tibbits et al. (1981) em que foi

aplicada a equação da DSE e foram analisados os resultados. A Figura 19

apresenta uma comparação entre os valores da CCS e da DSE.

Figura 18 - Valores do fator hidráulico da broca (Modificado de Armenta, 2008).

Figura 19 - DSE versus CCS (Modificado de Armenta, 2008).

As curvas apresentadas na Figura 19 representam ensaios executados com

mesmos valores de peso sobre a broca. Observa-se que, conforme aumenta o HSI

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(que é numericamente igual à potência hidráulica da broca dividida pela área da

face da broca), todas as curvas tendem ao valor da resistência à compressão

confinada. A Figura 20 apresenta uma correlação entre a energia específica (SE) e

a CCS para os mesmos dados experimentais da Figura 19.

Figura 20 - SE versus CCS (Modificado de Armenta, 2008).

Comparando-se as Figura 19 e Figura 20, percebe-se que a primeira obteve

correlações mais próximas de valores com a resistência à compressão confinada.

Armenta (2008) também aplicou seu modelo em uma perfuração em rocha

submetida a pressões confinantes. O poço estudado foi perfurado com fluido base-

óleo em camada de folhelho. Os dados obtidos da perfuração deste poço foram

utilizados para calcular a DSE e tentar compreender quais os problemas ocorridos

ao longo do processo. Uma broca foi utilizada para perfurar entre as

profundidades de 2200 pés até 5300 pés, a partir de onde foi substituída por outra

com características semelhantes. A Figura 21 ilustra os parâmetros de perfuração

deste poço e a Figura 22 apresenta o cálculo da energia específica de perfuração.

Analisando-se a Figura 21 e a Figura 22, percebe-se que o valor da energia

específica de perfuração diminuiu na profundidade em que foi utilizada a segunda

broca para perfurar o poço. Esta queda da DSE é acompanhada por um aumento

na taxa de perfuração. O autor acredita que o fato de a segunda broca iniciar a

perfuração com uma taxa de penetração em torno de 4 vezes maior que a taxa de

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penetração final da primeira broca deva-se ao enceramento desta, já que a broca

não apresentava sinais de desgaste.

Segundo Armenta (2008), seu modelo analítico de otimização auxilia a

identificação de problemas ocorridos em perfurações de poços já executadas,

possibilitando correções de parâmetros e de projeto para futuras perfurações.

Figura 21 - Parâmetros de perfuração para o poço estudado (Armenta, 2008).

Figura 22 - Cálculo da DSE para o poço estudado (Armenta, 2008).

O autor também sugere que a energia específica de perfuração possa ser

comparada com a resistência à compressão confinada da rocha, apresentando uma

eficiência maior do que quando se utiliza a energia específica mecânica de Teale

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(1965). Isto indicaria que a componente hidráulica possa ter uma parcela de

influência durante o processo de remoção dos cascalhos do fundo do poço.

Portanto, segundo Armenta (2008), as componentes mecânicas e hidráulicas de

energia deveriam ser aumentadas juntas para que se possa aumentar a taxa de

penetração eficientemente.

Os Capítulos 3 e 4 apresentam um estudo de caso onde este modelo de

análise será aplicado a dados experimentais de campo e de laboratório para testar

seu funcionamento.

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3. Estudo de Caso - Ensaios de Perfuração em Laboratório

Este capítulo tem como objetivo identificar os parâmetros de perfuração e

da rocha que sejam relevantes para melhorar o desempenho da perfuração em

evaporitos, através do estudo e aplicação de modelos analíticos de otimização

baseados na transferência de energia. As análises foram realizadas utilizando-se 8

ensaios de perfuração em grande escala, fornecidos pela empresa Baker Hughes,

executados em amostras evaporíticas submetidas a elevadas tensões de

confinamento. Serão verificadas a relevância e contribuição de cada modelo na

otimização da perfuração dos ensaios de laboratório e quais as suas vantagens e

desvantagens.

3.1. Descrição do Equipamento e Metodologia do Ensaio

Os dados fornecidos pela empresa Baker Hughes foram obtidos através de

ensaios executados no Laboratório de Tecnologia da Perfuração, localizado na

sede da empresa Hughes Christensen em Woodlands, Texas. Estes ensaios

serviram como referência para a análise de dados deste trabalho, pois foram

executados em um ambiente de perfuração controlado, onde os problemas

existentes em uma perfuração real são minimizados e as grandezas de perfuração

são medidas o mais próximo da broca possível, diminuindo perdas por atrito e

vibração.

A Figura 23 ilustra o simulador de perfuração em grande escala utilizado

para a execução dos ensaios. A Tabela 2 apresenta as características do simulador,

incluindo os intervalos de aplicação dos parâmetros de perfuração, de pressão e o

diâmetro de broca suportado. A tabela também mostra que existem duas maneiras

de se controlar a perfuração: mantendo-se a taxa de penetração constante ou

mantendo-se o peso sobre a broca constante. Conforme os ensaios mostram,

também é possível manter a velocidade de rotação constante.

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Figura 23 - Imagem do simulador em grande escala de perfuração da Baker Hughes.

Tabela 2 - Características do simulador de elevadas pressões da Baker Hughes.

Os ensaios utilizados para o desenvolvimento desta dissertação foram

apenas aqueles realizados em halita, utilizando broca do tipo PDC com 8,5

polegadas de diâmetro. A escolha deste tipo de broca baseou-se na experiência da

empresa executora, que costuma obter taxas de penetração em torno de três vezes

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maiores com este tipo de broca do que aquelas obtidas utilizando-se brocas

tricônicas em rochas evaporíticas. A pressão de fundo de poço (que equivale à

tensão de confinamento) foi mantida constante e seu valor é de 6000 psi. O valor

do peso de lama para os ensaios foi de 13.6 lb/gal à exceção dos ensaios

OB0001A, cujo valor foi de 13.3 lb/gal e do ensaio OB0002A, com valor de 16

lb/gal. Todos eles tiveram a grandeza RPM mantida constante alternando entre

120 rpm (para a primeira parte do ensaio) e 180 rpm (segunda parte do ensaio). A

grandeza peso sobre a broca foi elevada em etapas, partindo de 5 Klb para 10, 15,

20 e 25 Klb. A Figura 24 e a Figura 25 ilustram os parâmetros medidos nos

ensaios. Os ensaios restantes podem ser visualizados no item A.1 do apêndice

deste trabalho. A Tabela 3 apresenta um resumo das características dos ensaios.

Figura 24 - Perfis do ensaio OB0001B.

OB0001A DP0123 6 13.4 8.5 6000 13.3 120 5, 10, 15, 20 e 25OB0001B DP0123 6 13.4 8.5 6000 13.6 120 e 180 5, 10, 15, 20 e 26OB0001D DP0269 6 19 8.5 6000 13.6 120 e 180 5, 10, 15, 20 e 27OB0001F DP0123 6 13.4 8.5 6000 13.6 120 e 180 5, 10, 15, 20 e 28OB0001I DP0123 6 13.4 8.5 6000 13.6 120 5, 10, 15, 20 e 29OB0001J DP0123 6 13.4 8.5 6000 13.6 120 e 180 5, 10, 15, 20 e 30OB0001K DP0391 4 19 8.5 6000 13.6 120 e 180 5, 10, 15, 20 e 31OB0002A DP0269 6 19 8.5 6000 16 121 e 180 5, 10, 15, 20 e 32

WOB (Klb)Diâmetro Broca (in)

Pressão deFundo (psi)

Peso deLama (lb/gal)

RPMEnsaio Broca HaletasTamanho Dentes (mm)

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Tabela 3 - Resumo das características de perfuração dos ensaios.

Figura 25 - Perfis do ensaio OB0001F.

3.2. Avaliação da Resistência da Rocha

A resistência da rocha é um parâmetro importante na avaliação da

otimização da perfuração através dos conceitos de transferência de energia.

Quanto mais próximo estiver o valor da energia específica do valor da resistência

da rocha, mais eficiente será a perfuração, pois menos trabalho terá sido realizado

para quebrar a rocha. Na perfuração em condições atmosféricas, as forças

exercidas pelo cortador quebram a cimentação dos grãos de rocha ao longo de um

plano de ruptura, originando um fragmento que é expelido para fora da face do

cortador. Para este mecanismo de corte, a força exercida pelo dente precisa

superar somente a resistência da cimentação entre os grãos da rocha e por isto ela

pode ser relacionada à resistência à compressão não confinada (Rafatian et al.,

2009).

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É importante salientar que a relação exposta acima (UCS = SE) é válida

para perfurações sob pressão atmosférica. Pessier e Fear (1992) realizaram ensaios

em rocha sob pressões hidrostáticas e sugeriram a utilização da energia específica

mínima como sendo equivalente à resistência à compressão confinada (CCS). Esta

relação foi proposta devido à observação de um grande aumento da energia

específica, que os autores relacionam ao aumento da resistência da rocha quando

esta está sob condições hidrostáticas. A utilização da resistência à compressão

confinada aproximou os valores de energia aplicados no sistema àqueles valores

efetivamente entregues à rocha. Os resultados ainda não representam os valores

reais de energia gastos na perfuração, mas devido à falta de um parâmetro que

melhor represente os gastos mínimos de energia, será utilizada neste trabalho a

resistência à compressão confinada para o cálculo da eficiência.

3.2.1. Resistência da Rocha definida pela CCS (Confined Compressive Strength)

Como não se dispunha de resultados de ensaios de CCS nas amostras, o

próximo passo da análise foi a estimativa da resistência à compressão confinada

da formação. A sua determinação para os ensaios de laboratório foi feita

utilizando-se valores típicos de UCS para sal obtidos na literatura e, a partir destes

dados de UCS, foi calculada a resistência à compressão confinada (CCS) através

do critério de Mohr-Coulomb, onde a CCS equivale à UCS acrescida a um ganho

de resistência determinado pelo confinamento. Desta maneira, foram encontrados

valores máximos e mínimos de resistência confinada, obtendo-se uma faixa de

variação de valores para cada ensaio, que foi utilizada como referência deste

parâmetro. É importante lembrar que para os ensaios de laboratório, o

confinamento é definido pela pressão de fundo de poço que é aplicada ao

equipamento através de um sistema de aplicação de pressões e medida por

sensores.

Jeremic (1994) determinou valores de resistência à compressão não

confinada através de ensaios de laboratório para dois tipos de evaporitos: halita e

carnalita. A Figura 26 ilustra estes valores.

Através da Figura 26, percebe-se que, para as duas litologias, a resistência

atinge um patamar. O tipo de evaporito presente nos ensaios de laboratório e

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predominante na litologia dos poços em estudo é a halita. Portanto, o valor de 35

Mpa (que equivale a 5076.57 psi), será utilizado para o cálculo da CCS para esta

litologia.

Figura 26 - Valores típicos de UCS para minerais evaporíticos (Jeremic, 1994).

Isbell et al. (2001) sugere um valor de resistência não confinada variando

entre 3400 e 3900 psi. Estes valores também serão considerados nos cálculos da

resistência à compressão confinada.

Conforme dito anteriormente, a CCS foi determinada através de uma relação

originada a partir do critério de Mohr-Coulomb e estabelecida por Caicedo et al.,

(2005), podendo ser visualizada através da Eq. (9). É importante salientar que o

parâmetro pressão diferencial (DP) é equivalente à pressão de fluido circulante

diminuída da pressão de poros da formação. Esta relação, contudo, não se aplica

para perfuração em sal, pois este tipo de rocha não apresenta poros. Portanto, a

pressão diferencial não foi utilizada para o cálculo da resistência à compressão

confinada e, em seu lugar, aplicamos a pressão de fluido circulante.

(22)

Onde:

ECMP = pressão equivalente de fluido circulante (equivalent circulating

mud pressure) (psi);

sin2 .

(1 sin )CCS UCS ECMP ECMP

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Os valores de ângulo de atrito utilizados para os cálculos foram estimados

de acordo com valores típicos obtidos na literatura. Liang et al. (2006) realizaram

ensaios de compressão uniaxial e triaxial em halita e sugeriram um valor de 31.1°

para o ângulo de atrito desta litologia.

Aplicando-se na Eq. (22) as correlações obtidas para UCS, CCS e ângulo de

atrito, foi possível estimar uma faixa de valores de resistência à compressão

confinada para cada ensaio estudado. Os resultados de dois ensaios são

apresentados na Figura 27. Os demais apresentaram curvas com mesmo

comportamento e podem ser visualizados no item A.2 do Apêndice deste trabalho.

Figura 27 - Faixa de valores de CCS para os ensaios OB0001A e OB0001B.

As variações nas curvas da Figura 27 se devem à pequena variação que

ocorre na aplicação da pressão de fundo de poço. Esta pressão é mantida constante

(6000 psi), mas o sistema de aplicação de pressões oscila entre 5900 psi e 6100

psi, ocasionando estas mudanças nas curvas da CCS.

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3.3. Aplicação dos Modelos Analíticos de Otimização Baseados na Transferência de Energia Específica

No Capítulo 2 foi feita uma revisão sobre os modelos analíticos de

perfuração que utilizam o parâmetro energia específica como ferramenta para

otimização da taxa de perfuração. Nesta seção, estes modelos serão aplicados aos

ensaios em estudo no intuito de avaliar a sua contribuição na otimização da

perfuração e de verificar quais as vantagens e desvantagens oferecidas por cada

um. As equações de energia específicas calculadas foram as propostas por

Dupriest et al., (2005), Teale (1965) e Armenta (2008).

O modelo de Caicedo et al. (2005), utilizado pela empresa Chevron Texaco,

não pôde ser aplicado aos dados experimentais devido à falta de informação sobre

valores de eficiência mecânica máxima e coeficiente de atrito para broca PDC

com menos de 7 lâminas. Houve a tentativa de aplicar aos dados experimentais os

valores de e de EFF para brocas PDC com mais de 7 haletas (publicados pela

Chevron), porém, observou-se que pequenas variações nestes parâmetros geravam

uma grande variação na energia específica. Logo, o correto seria aplicar os dados

válidos para o tipo de broca utilizada nos dados experimentais estudados neste

trabalho (brocas PDC com menos de 7 haletas).

Os ensaios foram realizados com dois valores de revoluções por minuto. Na

primeira parte dos ensaios o valor das rotações foi de 120 RPM e na segunda

parte, 180 RPM, à exceção dos ensaios OB0001A e OB0001I que foram

perfurados com rotação única de 120 RPM. O peso sobre a broca foi aumentado

até um valor de 25000 libras para cada uma das rotações. A análise dos dados foi

feita para cada trecho separadamente (120 e 180 RPM) e, dentro destes trechos,

considerou-se somente o momento em que o peso sobre a broca foi aumentado.

Estas condições favorecem a análise dos dados, pois tendo RPM constante,

podemos estudar qual a influência do aumento de WOB na geração da taxa de

penetração, do torque e na geração de energia específica. A Figura 24 e a Figura

25 mostradas anteriormente ilustram os parâmetros medidos nos ensaios. Os

ensaios restantes podem ser visualizados no item A.1 do apêndice deste trabalho.

A partir da Figura 28 até a Figura 34, observa-se com melhor precisão as curvas

de SE versus CCS para as duas partes de cada ensaio.

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Para todos os ensaios foi retirada a parte inicial da perfuração (3 polegadas

para as brocas DP0269 e DP0391 e 2.63 para a broca DP0123 ) pois neste trecho a

broca ainda não penetrou os dentes laterais e portanto, a energia específica é

gerada apenas pelos cortadores da base. Como neste trabalho desejamos estudar a

otimização da perfuração, devemos considerar a análise a partir do momento em

que a broca perfura com todos os cortadores. A distância para que a broca penetre

todos seus dentes laterais foi determinada calculando-se o diâmetro de cada

cortador lateral e somando-os, conforme mostra a Figura 35.

Figura 28 - SE versus CCS – ensaio OB0001A e OB0001I.

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Figura 29 - SE versus CCS – ensaios OB0001B_RPM=120 e OB0001B_RPM=180.

Figura 30 - SE versus CCS – ensaios OB0001D_RPM=120 e OB0001D_RPM=180.

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Figura 31 - SE versus CCS – ensaios OB0001F_RPM=120 e OB0001F_RPM=180.

Figura 32 - SE versus CCS – ensaios OB0001J_RPM=120 e OB0001J_RPM=180.

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Figura 33 - SE versus CCS – ensaios OB0001K_RPM=120 e OB0001K_RPM=180.

Figura 34 - SE versus CCS – ensaios OB0002A_RPM=120 e OB0002A_RPM=180.

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Figura 35 - Cálculo da distância para que a broca penetre todos seus dentes laterais.

Através dos resultados da Figura 28 até a Figura 34, percebe-se que a

energia específica de Teale (1965) e de Armenta (2008) apresentam valores

consideravelmente maiores do que os de resistência confinada. Isto indica que a

CCS não representa o gasto mínimo de energia em uma perfuração. Como estes

ensaios representam as condições ideais de perfuração, onde não ocorrem perdas

de energia por atrito ou vibrações, e onde os parâmetros são medidos próximos da

broca, a confiabilidade nos resultados aumenta consideravelmente.

A diferença existente entre os valores de CCS e os valores de energia

específica (SE_T e DSE) poderia ocorrer devido a um erro na estimativa da

resistência à compressão não confinada. Porém, aumentado este parâmetro para

valores bastante elevados (que inclusive são incoerentes com valores de UCS de

sal, que é uma rocha que não apresenta elevada resistência), as duas curvas

continuam com diferença significativa. Outra possível causa para justificar esta

diferença seria erro na estimativa do ângulo de atrito da rocha. Por este motivo foi

feito um teste onde este parâmetro foi elevado para 43° e a curva da CCS ainda

continuou com valores significativamente menores que os da energia específica.

Portanto, pode-se concluir que, mesmo que haja erros inseridos nas

estimativas dos parâmetros UCS e ângulo de atrito, a resistência à compressão

confinada não se aproxima dos valores de SE, e não se equivale ao gasto de

energia mínimo em uma perfuração submetida a confinamento. Fica evidente a

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necessidade de um estudo mais aprofundado a respeito do processo de corte de

rocha em perfurações submetidas a pressões confinantes.

Um comportamento comum a todos os ensaios está na pequena diferença

existente entre os valores da energia específica calculada pela equação de Teale

(1965) e os valores da energia específica de perfuração de Armenta (2008). A

diferença entre elas é da ordem de 500 psi. Cabe salientar que o valor de HSI foi

calculado utilizando-se o índice de potência hidráulica apresentado na Eq. (21) do

Capítulo 2 e a queda de pressão através da broca (P) foi obtida diminuindo-se a

pressão aplicada da pressão de fundo de poço. O valor calculado de HSI resultou

em 2.5 hp/in², sendo que este nível de energia hidráulica, segundo Park (1982)

apud Holster e Kipp (1984) fornece boa limpeza e resfriamento das brocas PDC.

Através da pequena diferença entre as curvas de energia específica de Teale

(1965) e de Armenta (2008), pode-se entender que a contribuição da hidráulica de

limpeza e remoção de cascalhos não influiu significativamente na redução da

energia específica aplicada, indicando que a energia específica gerada pelo

trabalho da broca tem influência determinante. Uma das possíveis explicações

para isso seria a aplicabilidade da equação de Armenta (2008) apenas para

algumas condições específicas. Isto pode ser mais bem entendido comparando-se

os resultados da Figura 28 até a Figura 34 com aqueles obtidos por Armenta

(2008), apresentados na Figura 19. Em seus gráficos percebe-se que a taxa de

penetração obtida foi em torno de 3 vezes menor do que a dos ensaios de

laboratório aqui estudados. Outras condições de contorno são diferentes: a faixa

de valores de WOB das perfurações analisadas pelo autor (30000 lb a 50000 lb) e

o tipo de rocha (folhelho). No folhelho é muito comum acontecer um problema de

perfuração conhecido como enceramento. O bom desempenho da hidráulica é

fundamental para minimizar este problema, auxiliando a retirada do material

colado aos dentes da broca. Este pode ser um dos motivos pelos quais Armenta

(2008) encontrou um termo hidráulico com magnitude significativa. Já para

perfurações em evaporitos a grandes profundidades e elevadas pressões de fundo

de poço, a equação de Armenta não afetou a energia específica.

As curvas originadas pela aplicação do modelo de Dupriest et al., (2005)

apresentam valores mais baixos do que a resistência à compressão confinada.

Fisicamente, isto significa que a energia específica aplicada ao sistema não vence

a resistência para quebrar a rocha. Porém essa conclusão não é coerente já que a

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perfuração ocorre ao longo do ensaio. Portanto, conclui-se que o modelo de

Dupriest et al., (2005) não é aplicável aos ensaios de laboratório porque a relação

de 35% entre CCS e energia específica não representa o pico de performance dos

ensaios. A eficiência deste conjunto de perfurações em grande escala é maior do

que o valor sugerido por Dupriest, indicando que as perfurações em campo podem

atingir eficiências maiores. A comparação entre as análises dos ensaios de

laboratório e dos poços será discutida no Capítulo 5.

Há uma tendência geral de queda da energia específica ao final de cada

trecho. Este valor é em torno de 40000 psi para a broca DP0123 (ensaios A, B, F,

I e J), 40000 psi e 50000 psi para a broca DO0269 (ensaios D e 2A

respectivamente) e de 31000 psi para a broca DP0391. É possível compreender

este comportamento observando a equação de Teale (1965) (Eq. (6)), onde vemos

que WOB é diretamente proporcional à energia específica. A taxa de penetração

apresentada é inversamente proporcional a esta mesma grandeza. Um aumento do

peso sobre a broca deveria ocasionar um aumento na SE e não é o que acontece

nos ensaios de laboratório. Isto porque o aumento de WOB gera um aumento

considerável da taxa de penetração, fazendo com que diminua a SE. Percebe-se

aqui a importância do parâmetro taxa de penetração na variação da energia

específica, o que já era esperado, pois quando a perfuração é otimizada, a energia

específica tende a se aproximar de seu valor mínimo. Isto indica que grande parte

da energia esta sendo efetivamente aplicada na quebra da rocha.

A Tabela 4 apresenta os valores médios de energia específica para os

ensaios. Nela, podemos visualizar a parcela de energia específica axial e a parcela

torcional, cuja soma resulta na energia específica média total.

Observando-se os valores da Tabela 4 se percebe que o primeiro termo da

equação de Teale, (1965) (SE axial) tem magnitude muito pequena quando

comparado com o segundo termo. Isto significa que o trabalho executado por

WOB atuando através da distância percorrida é sempre pequeno quando

comparado ao trabalho executado pelo torque atuando através da rotação da broca.

Esta constatação gera a questão de qual seria o papel de WOB no processo

de geração de energia e da conseqüente eficiência da perfuração. A resposta é que

o peso sobre a broca influencia diretamente o torque. Isto pode ser mais bem

compreendido analisando a Eq. (17) proposta por Pessier e Fear (1992). Esta

equação relaciona WOB ao torque utilizando-se o conceito de força de atrito,

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considerando a broca com fundo circular achatado e integrando-se o torque ao

longo do raio e ao longo do ângulo de giro. Inserindo-se esta equação no modelo

de Teale (1965) conforme mostra a Eq. (18), torna-se visível a contribuição de

WOB na parcela torcional da energia específica. Esta equação será descrita

novamente através da Eq. (23) com o objetivo de facilitar o entendimento desta

questão.

Tabela 4 - Energias específicas médias para os ensaios.

Ensaio SE axial (psi) SE torcional (psi) SE Total (psi)OB0001 A_RPM=120 152.17 49362.07 49514.25OB0001 B_RPM=120 347.78 40937.60 41285.39OB0001 B_RPM=180 233.05 46188.04 46421.09OB0001 D_RPM=120 278.05 40179.33 40457.38OB0001 D_RPM=180 219.64 44972.11 45191.75OB0001 F_RPM=120 416.26 43461.96 43878.22OB0001 F_RPM=180 324.16 46947.57 47271.72OB0001 I_RPM=120 132.57 63573.56 63706.13OB0001 J_RPM=120 442.49 48132.40 48574.89OB0001 J_RPM=180 382.68 49131.43 49514.11OB0001K_RPM=120 269.09 36161.10 36430.20OB0001K_RPM=180 194.23 33273.38 33467.61OB0002A_RPM=120 134.96 61474.15 61609.11OB0002A_RPM=180 269.89 43792.12 44062.01

Valores médios

(23)

Onde:

= coeficiente de atrito ao deslizamento da broca (adimensional)

WOB = peso sobre broca (libras)

ROP = taxa de penetração (pés / hr)

AB = área da seção transversal da broca (polegadas ao quadrado)

N = revoluções por minuto

DB = diâmetro da broca

Olhando para o segundo termo da equação da energia específica fica claro

que os parâmetros de controle WOB e RPM e o parâmetro coeficiente de atrito ao

deslizamento devem ter uma combinação ótima que melhore o desempenho da

perfuração. É com o objetivo de obter esta relação ótima que será estudado mais

adiante o comportamento do coeficiente de atrito ao deslizamento da broca.

1 120.

.B B

NSE WOB

A D ROP

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Conhecendo-se os valores de energia específica de Teale (1965) e a

resistência à compressão confinada, é possível obter a eficiência para cada trecho

dos ensaios de laboratório. A Tabela 5 apresenta os valores médios de eficiência

mecânica máxima para os ensaios de laboratório em grande escala.

Através dos resultados da Tabela 5, observa-se que as eficiências dos

ensaios são iguais ou maiores que 50 % para os ensaios, exceto para o ensaio

OB0001I, que apresentou eficiência mecânica mais baixa (38 %). Estes resultados

indicam que a eficiência de uma perfuração pode ser superior a 35%, o que

contraria a idéia de que a broca perfuraria no seu pico de performance com este

último valor de eficiência (Dupriest et al., 2005). Estudando-se valores de EFF de

outros trabalhos (Pessier e Fear, 1992; Caicedo et al., 2005) feitos em perfurações

em campo, sabe-se que eles são da ordem de 20 a 35%. Através dos resultados do

presente trabalho, percebe-se que há possibilidade de atingir valores mais

elevados de eficiência.

Portanto, deve-se tentar compreender quais as causas dos altos valores de

energia específica obtidos em campo e minimizá-las, otimizando a perfuração.

Não se pode esquecer que, em campo, ocorrem perdas de energia específica por

diversos motivos (atrito, temperatura, erro de projeto, broca desgastada,

enceramento da broca, vibração), e que, mesmo minimizando essas perdas e os

possíveis problemas que ocorrem ao longo de uma perfuração, é difícil atingir

valores de eficiência da mesma magnitude que os obtidos em ensaios de

laboratório. No próximo Capítulo, serão feitas considerações a respeito da

comparação entre as EFFs obtidas nos ensaios e aquelas obtidas nos poços

perfurados.

Tabela 5 - Valores médios de EFFmáx para os ensaios de laboratório em grande escala.

Ensaios Laboratório Média das EFFmáxOB0001A Trecho RPM=120 0.49OB0001B Trecho RPM=120 0.59OB0001B Trecho RPM=180 0.52OB0001D RPM=120 0.6OB0001D RPM=180 0.55OB0001F RPM=120 0.36OB0001F RPM=180 0.52OB0001I RPM = 120 0.38OB0001J RPM=120 0.5OB0001J RPM=180 0.5OB0001K RPM=120 0.67OB0001K RPM=180 0.71OB0002A RPM=120 0.47OB0002A RPM=180 0.56

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70

Coeficiente de atrito ao deslizamento da broca ()

Adiante será estudado o comportamento do parâmetro coeficiente de atrito

ao deslizamento da broca obtido a partir dos ensaios de laboratório em grande

escala. Conforme dito anteriormente e mostrado na Eq. (17), é obtido a partir de

uma relação entre o peso aplicado à coluna e o torque gerado através do trabalho

torcional. É importante compreender que o conceito deste coeficiente de atrito ao

deslizamento da broca difere daquele coeficiente de atrito dinâmico dos materiais.

O primeiro relaciona o atrito entre dois materiais diferentes: a broca e a rocha. E

neste coeficiente estão inseridos a coesão e atrito do material (que compõem a

resistência), estão inseridas características da broca (como a influência da

inclinação dos cortadores) e ainda há a dependência de à profundidade de corte

(quanto maior a profundidade de corte, maior o torque gerado e maior o WOB

aplicado).

Os gráficos da Figura 36 apresentam a relação entre WOB.Db/36 e torque

obtida para o ensaio OB0001B, onde o coeficiente de atrito ao deslizamento da

broca equivale à inclinação da reta de ajuste passando pelos pontos obtidos no

ensaio e pela origem. É importante impor que esta reta de ajuste passe pela origem

porque, fisicamente, quando WOB for nulo (não houver aplicação de peso), não

existe torque. Portanto, foi assumido que os pontos se ajustam a esse critério.

No eixo das abscissas, o peso sobre a broca aparece multiplicado pelo

diâmetro da broca, transformando a unidade deste termo equivalente à unidade de

torque (pés.libra). Este mesmo gráfico é apresentado para o restante dos ensaios e

pode ser visto na seção A.6 do apêndice.

Dos gráficos apresentados na Figura 36, conclui-se que, para os trechos

analisados, a relação entre torque e peso sobre a broca é linear. A inclinação da

reta equivale ao coeficiente de atrito ao deslizamento da broca que vale 1.06 para

o trecho com rotação de 120 RPM e 1.1 para o trecho com 180 RPM. Um

aumento da inclinação significa que houve um aumento de . A Figura 37

apresenta uma comparação entre as retas obtidas através da relação entre WOB e

torque para as diferentes rotações (120 e 180 RPM) para o ensaio OB0001D. Os

outros gráficos estão anexados na seção A.8 do apêndice.

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71

OB0001B (WOB*Db/36) x Torque

y = 1.0678x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 120

(a)

OB0001B (WOB*Db/36) x Torque

y = 1.1739x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 180

(b)

Figura 36 - Avaliação do comportamento de para o ensaio OB0001B: (a) RPM=120 e

(b) RPM=180.

Figura 37 - Comparação entre para rotações de 120 e 180 RPM do ensaio OB0001D.

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72

Através da Figura 37 e observando as Figuras da seção A.8 do Apêndice,

percebe-se que a inclinação da reta não muda quando o número de revoluções

varia. Isto indica que não há aumento de torque quando a rotação muda de 120

para 180 RPM. O torque não aumenta porque a profundidade de corte (DOC) não

se altera com o aumento de RPM (Figura 38) e porque a distância dos dentes da

broca ao eixo é a mesma (o conceito de torque equivale a uma força multiplicada

por um deslocamento. No caso, a força seria aquela aplicada pelo WOB em cada

cortador e o deslocamento seria a distância do dente ao centro da broca.).

Através da Figura 36, da Figura 37 e da Figura 38, conclui-se que o

coeficiente de atrito ao deslizamento da broca é um parâmetro que não depende da

rotação aplicada. Esta relação se estabelece quando a broca está afiada. Do

contrário deve-se reavaliar a relação. Na Figura 36, percebe-se uma diferença de

10% na inclinação das curvas. Essa variação é pequena e provavelmente ocorre

devido ao aumento da vibração que acontece quando se aumenta o número de

revoluções.

É importante considerar a existência de um limite no sistema de perfuração

que impede de se utilizar todo o potencial da broca. Geralmente para brocas de 8

1/2” o limite de torque que a broca suporta varia entre 3500 e 4500 lb.pés (Isbell

et al., 2001). Na Figura 37, este limite é estabelecido pelas duas linhas horizontais

vermelhas. Quando é aplicado um peso sobre a broca que requer maiores valores

de torque, o sistema se torna instável e ocorre problema de torção na coluna (stick-

slip). Portanto, o torque não deve superar este limite para que a operação esteja

otimizada.

OB0001DWOB x DOC

0.05

0.07

0.09

0.11

0.13

0.15

0.17

0.19

0.21

0.23

0.25

5000 10000 15000 20000WOB (lb)

DO

C (

in/r

ev

)

RPM=120

RPM=180

Figura 38 - Profundidade de corte versus WOB para o ensaio OB0001D.

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73

É interessante observar o que acontece com a taxa de penetração quando a

velocidade de rotação é aumentada. A Figura 39 ilustra essa relação para os

trechos do ensaio OB0001D.

OB0001DWOB x ROP

45

65

85

105

125

145

165

185

205

225

10000 15000 20000 25000

WOB (lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM=180

RPM=120

Figura 39 - ROP versus WOB para o ensaio OB0001D.

A partir da Figura 39, é possível concluir que um aumento de 50% na

velocidade de rotação resultou em um aumento em torno de 32 % na taxa de

penetração. Portanto, percebe-se que o desempenho da perfuração melhora

quando se utiliza maior velocidade de rotação. Para que se possa concluir que

valores mais elevados de RPM levam a uma otimização da perfuração, é

importante analisarmos também o comportamento da energia específica para essa

situação, que será discutido mais adiante.

Lembrando dos ensaios de Drilloff utilizados por Dupriest et al. (2005),

sabemos que os autores consideram o trecho linear da curva ROP x WOB como

sendo aquele em que a broca perfura no pico de performance, até que se atinja um

ponto conhecido como founder, onde a relação deixa de ser linear em função de

algum problema na perfuração. Estender a porção linear da curva dos ensaios de

drilloff é o objetivo de qualquer esquema de otimização de perfuração. Nos

gráficos acima, segundo o critério de Dupriest et al., (2005), pode-se considerar

que a perfuração está otimizada no trecho linear, até atingir o ponto founder,

momento em que se perde a linearidade.

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74

A relação entre a energia específica e a taxa de penetração é apresentada na

Figura 40.

OB0001DSE_T x ROP

35000

40000

45000

50000

55000

60000

55 75 95 115 135 155

ROP (pés/hr)

SE

_T (

psi

)

RPM=120

RPM=180

Figura 40 - SE_T versus ROP para o ensaio OB0001B.

A Figura 40, juntamente com os gráficos da seção A.9 do apêndice, mostra

que a energia específica é praticamente a mesma quando a velocidade de rotação é

aumentada para 180 RPM. No ensaio OB0001B, percebe-se que a energia

específica aparece um pouco mais elevada para rotações de 180 RPM. O mesmo

acontece no trecho inicial dos ensaios OB0001D e OB0001J. Também é possível

determinar que a energia específica mínima para esta formação utilizando-se as

brocas DP0123 e DP0269 fica em torno de 40000 psi e é atingida quando a taxa

de penetração atinge valores em torno de 110 pés/hr. Utilizando-se a broca

DP0391, utilizada no ensaio OB0001K, observa-se que a energia específica

mínima não foi atingida, sendo que a menor energia do ensaio foi 31000 psi.

O aumento do número de revoluções é limitado pelo tipo de broca utilizado

e o valor máximo deste parâmetro pode ser obtido no catálogo de brocas World

Oil’s Drill Bit Classifier. O acréscimo de RPM pode gerar um maior desgaste da

broca porque a sua temperatura aumenta e porque ela realiza um trabalho maior

para um mesmo tempo de perfuração. Isto também deve ser levado em

consideração quando se deseja melhorar o desempenho da perfuração. Este

desgaste é percebido quando acontece um aumento do coeficiente de atrito ao

deslizamento da broca juntamente com a queda da taxa de penetração. Para o

ensaio OB0001D não se observa variação deste coeficiente, indicando que a broca

continua afiada.

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75

Portanto, após verificar que o aumento da taxa de penetração para rotação

de 180 ocorre sem aumento de torque, com pouco aumento de energia específica e

com coeficiente de atrito ao deslizamento da broca constante, pode-se concluir

que, para este ensaio, o aumento das revoluções otimiza a perfuração. Os valores

ótimos de WOB podem ser extraídos do trecho linear da Figura 37, não

esquecendo de observar o limite superior de torque acima do qual o sistema se

torna instável.

Logo, para que se possa melhorar o desempenho de uma perfuração, deve-se

obter uma combinação ótima entre os parâmetros de controle (WOB e RPM), o

coeficiente de atrito ao deslizamento da broca (que relaciona o tipo de broca

utilizada, a qualidade desta broca e a resistência da formação) e a energia

específica, somados a um bom desempenho da hidráulica de limpeza de poço e

observação de possíveis problemas de perfuração.

O monitoramento de problemas de perfuração em tempo real pode ser feito

observando-se como variam os parâmetros taxa de penetração, energia específica,

e coeficiente de atrito ao deslizamento da broca. É importante também fazer

monitoramento de vibrações.

Neste contexto, o aumento do coeficiente de atrito ao deslizamento pode

significar três coisas: que a resistência da rocha diminuiu (Pessier e Fear, 1992),

que a broca desgastou ou que houve aumento do torque gerado por algum outro

problema (atrito, vibração, entre outros). Se for observada uma queda na taxa de

penetração juntamente com este aumento de , fica caracterizado o desgaste da

broca.

Com o objetivo de estabelecer a maneira como a variação da resistência

influencia o coeficiente de atrito ao deslizamento da broca, foi analisado um

ensaio de laboratório feito em uma amostra de anidrita (semelhante aos outros

ensaios aqui estudados), perfurada com o mesmo tipo de broca dos ensaios A, B,

F, I e J, e foi feita uma comparação deste ensaio com o OB0001B. A Figura 41

apresenta esta comparação. A Figura que ilustra o comportamento dos parâmetros

de perfuração deste ensaio pode ser visualizada na seção A.1 do Apêndice.

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76

(WOB*Db/36) x TorqueBroca DP0123

y = 1.0678x

y = 0.8219x

y = 1.1739x

y = 0.7518x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 120 Halita RPM = 120 Anidrita

RPM = 180 Halita RPM = 180 Anidrita

Linear (RPM = 180 Anidrita)

Figura 41 - Influência da resistência da formação na variação de : (a) RPM=120 e (b)

RPM=180

Através da Figura 41, é possível perceber que, para ambas as velocidades de

rotação, a inclinação da anidrita é menor do que para a halita. Isto indica que a

anidrita é uma rocha mais resistente e este resultado é concordante com os obtidos

por Pessier e Fear (1992). A inclinação é menor para a anidrita porque, para um

mesmo peso aplicado em ambas formações, a profundidade de corte será menor

na anidrita, já que os dentes da broca penetrarão menos nesta rocha por ela ser

mais resistente. Com uma profundidade de corte menor, o torque gerado

consequentemente será menor, fazendo com que a inclinação da relação T x

WOB.Db/36 seja menor.

A diferença entre as inclinações da halita e anidrita para rotações de 120

RPM é de 22,6% e para 180 RPM é de 32%. Essa porcentagem quantifica a

influência da resistência do material no coeficiente de atrito ao deslizamento da

broca. Conforme visto anteriormente, a relação torque versus WOB independe da

velocidade de rotação aplicada. Então, a diferença entre as inclinações obtidas

para halita (10%) e aquelas obtidas para anidrita (4%) provavelmente ocorra

devido ao aumento da vibração que acontece quando o número de revoluções é

aumentado.

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77

A Figura 42 ilustra o comportamento da taxa de penetração versus peso

sobre a broca para as duas formações.

ROP x WOBBroca DP0123

1

21

41

61

81

101

121

141

161

181

201

4000 9000 14000 19000 24000 29000

WOB (lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM=120 Halita RPM=120 Anidrita

RPM=180 Halita RPM=180 Anidrita

Figura 42 - ROP versus WOB para halita e anidrita em diferentes RPMs: (a) RPM=120 e

(b) RPM=180

Através da Figura 42, percebe-se que a broca DP0123 foi mais eficiente

perfurando a formação halita, comportamento este já esperado, pois a halita tem

resistência menor do que a anidrita. Outra observação deste gráfico é que as taxas

de penetração são maiores para a velocidade de rotação de 180 RPM para a halita,

indicando que o aumento da velocidade de rotação aumenta a eficiência da

perfuração. Na litologia anidrita percebe-se que a taxa de penetração é a mesma

para ambas as rotações. Talvez isto ocorra devido à sua resistência ser mais

elevada, aumentando a dificuldade de perfuração.

Acima foi quantificada a influência da resistência na variação do coeficiente

de atrito ao deslizamento da broca. Agora será feita uma comparação entre três

ensaios realizados em halita com diferentes tipos de broca com o objetivo de

quantificar a influência da broca na variação do coeficiente de atrito ao

deslizamento. A Figura 43 apresenta esta comparação.

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(WOB*Db/36) x TorqueHalita

y = 1.424xy = 1.2779x

y = 1.0678x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 120 ensaio B broca DP0123

RPM = 120 ensaio D Broca DP0269

RPM = 120 ensaio K Broca DP0391

(a)

(WOB*Db/36) x TorqueHalita

y = 1.1739x

y = 1.382xy = 2.2891x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 180 ensaio B Broca DP0123

RPM = 180 ensaio D Broca DP0269

RPM = 180 ensaio K Broca DP0391

(b)

Figura 43 - Influência da broca na variação de : (a) RPM=120 e (b) RPM=180

Através da Figura 43, é possível perceber que, para ambas as velocidades de

rotação, a inclinação da broca DP0123 (ensaio B) é a menor e equivale a 1.0 para

rotação de 120 RPM e 1.17 para rotação de 180 RPM. Já vimos anteriormente

que, quanto menor a inclinação, menor o desgaste da broca, portanto, conclui-se

que esta é a broca que está em melhores condições. A inclinação da Broca

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DP0391 para RPM=180 perde a tendência de linearidade e o valor da inclinação

deixa de ser representativo para o trecho.

A Tabela 6 mostra a diferença percentual entre as inclinações da Figura 43

para os diferentes tipos de broca que representa a influência da broca na variação

do coeficiente de atrito ao deslizamento da broca.

Tabela 6 - Diferença percentual entre os coeficientes de atrito ao deslizamento para as

diferentes brocas.

Broca RPM=120 RPM=180 DP0123 - DP0269 25% 15% DP0123 - DP0391 16% xDP0269 - DP0391 10% x

Diferença Percentual

A Figura 44 apresenta o comportamento da taxa de penetração versus peso

sobre a broca para os mesmos ensaios da Figura 43.

ROP x WOBHalita

1

51

101

151

201

251

301

3000 8000 13000 18000 23000 28000

WOB (lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM=120 ensaio B Broca DP0123 RPM=120 ensaio D Broca DP0269

RPM=120 ensaio K Broca DP0391 RPM=180 ensaio B broca DP0123

RPM=180 ensaio D Broca DP0269 RPM=180 ensaio K Broca DP0391

Figura 44 - Comportamento da ROP para os diferentes tipos de broca: (a) RPM=120 e

(b) RPM=180

Através da Figura 44, percebe-se que, para rotação de 120 RPM, a broca

DP0123 necessitou de um peso mais elevado para atingir as mesmas penetrações

que as brocas DP0269 e DP0391. Isto provavelmente acontece porque a broca

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80

DO0123 é a que tem menor tamanho de cortadores e em maior quantidade. Para

velocidade de rotação de 180 RPM, a Broca DP0391 foi a de melhor desempenho,

porém, é a que possui a menor quantidade de cortadores e, para uma rotação mais

elevada, a tendência é que ela desgaste com mais rapidez.

Esta tendência se evidencia na Figura 43, pois a curva da broca DP0391

parece ter uma inclinação menor que as outras e segue uma tendência não linear

(não se considera a aproximação da reta de ajuste porque não há tendência de

linearidade). Outra conclusão importante é que quanto menor o número de

cortadores e maior a velocidade de rotação, maior a taxa de penetração gerada,

lembrando que as chances de desgaste da broca aumentam nessas condições.

A Tabela 7 apresenta um resumo das inclinações obtidas da curva T x

(WOB.Db/36), que equivalem ao coeficiente de atrito ao deslizamento da broca

para os ensaios.

Tabela 7 - Valores médios de para os ensaios em grande escala.

Ensaio (inclinação)

OB0001A RPM=120 0.96OB0001B trecho RPM=120 1.06OB0001B trecho RPM=180 1.17OB0001D trecho RPM=120 1.42OB0001D trecho RPM=180 1.38OB0001F trecho RPM=120 0.9OB0001F trecho RPM=180 10OB0001I RPM=120 0.57OB0001J trecho RPM=120 0.93OB0001J trecho RPM=180 0.82OB0001K trecho RPM=120 1.27OB0001K trecho RPM=180 2.28OB0002A trecho RPM=120 1.17OB0002A trecho RPM=180 1.3

Os coeficientes de atrito ao deslizamento da broca calculados para os dois

trechos do ensaio OB0001K apresentam valores diferentes. No segundo trecho,

subiu para 2.4 porque ocorreu uma queda do peso sobre a broca, resultando em

uma queda da taxa de penetração. Pessier e Fear (1992) obtiveram valores de

variando entre 0.8 a 1.3 em seus ensaios de laboratório em grande escala

utilizando brocas PDC. Portanto, percebe-se que existe uma equivalência entre os

coeficientes de atrito ao deslizamento da broca obtidos no presente trabalho e

aqueles encontrados pelos autores acima mencionados.

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81

Influência do peso de fluido na energia específica e na taxa de penetração

Os ensaios OB0001D e OB0002A foram realizados utilizando o mesmo tipo

de broca (DP0269) e diferentes pesos de fluido de perfuração base-óleo. A Figura

45 e a Figura 46 apresentam os valores da taxa de penetração e as energias

específicas obtidas para uma mesma velocidade de rotação e variando apenas o

peso de fluido de 13.6 ppg para 16 ppg.

Influência do peso de fluido na taxa de penetração - RPM=120

0

25

50

75

100

125

150

5000 10000 15000 20000

WOB(lb)

RO

P (

s/h

r)

"ensaio OB0001D, fluido 13.6 ppg"

ensaio OB0002A, fluido 16 ppg

Figura 45: Influência do peso de fluido na taxa de penetração – RPM = 120

Os ensaios OB0001D e OB0002A apresentados na Figura 46 e na Figura 46

foram realizados com pressão de fundo de poço de 6000 psi. Tendo esta pressão

constante para ambos ensaios, quando se aumenta o peso de fluido de 13.6 ppg

para 16 ppg significa que o seu teor de sólidos está aumentando. Em uma rocha

porosa, este aumento do teor de sólidos levaria a uma queda da taxa de

penetração, pois a dificuldade de o fluido penetrar nos poros da rocha seria maior,

fazendo com que a tensão efetiva da rocha não diminua tanto quanto ela

diminuiria para um fluido com menor teor de sólidos. Resultados deste tipo foram

obtidos para Judzis et al. (2009).

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82

Influência do peso de fluido na energia específica - RPM=120

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

7000 14000 21000

WOB (lb)

SE

_T

ea

le (

psi

)

ensaio OB0001D, fluido 13.6 ppg

ensaio OB0002A fluido 16 ppg

Figura 46: Influência do peso de fluido na energia específica – RPM = 120

Para uma formação salina não se espera obter diferença na taxa de

penetração quando o peso de fluido é variado, já que esta é uma rocha que não

possui poros e este comportamento foi observado na Figura 45.

Consequentemente, a diferença entre as energias específicas destes dois ensaios

deveria ser pequena, já que os parâmetros de perfuração aplicados são os mesmos

e a taxa de penetração gerada é bastante próxima. A Figura 46 mostra um

resultado concordante com a explicação acima.

Análise semelhante foi feita para os mesmos ensaios, mas utilizando uma

velocidade de rotação de 180 rpm (Figura 47 e Figura 48). Os resultados mostram

uma diferença considerável nas taxas de penetração e nas energias específicas

quando o peso de fluido é aumentado de 13.6 ppg para 16 ppg. Isto indica que o

aumento da velocidade de rotação diminuiu a profundidade de corte dos dentes da

broca (DOC – depth of cut – que equivale à taxa de penetração dividida pela

velocidade de rotação). É necessário um estudo mais aprofundado para determinar

o motivo da influência do aumento da velocidade de rotação no aumento de ROP

quando o teor de sólidos do fluido é aumentado.

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83

Influência do peso de fluido na taxa de penetração RPM = 180

70

100

130

160

190

12000 14000 16000 18000 20000

WOB(lb)

RO

P (

s/h

r)

ensaio OB0001D, fluido 13.6 ppg

ensaio OB0002A, fluido 16 ppg

Figura 47: Influência do peso de fluido na taxa de penetração – RPM = 180.

Influência do peso de fluido na energia específica - RPM=180

35000

37500

40000

42500

45000

47500

50000

52500

55000

12000 14000 16000 18000 20000

WOB (lb)

SE

_T

ea

le (

psi

)

ensaio OB0001D, fluido 13.6 ppgensaio OB0002A fluido 16 ppg

Figura 48: Influência do peso de fluido na energia específica – RPM = 180.

Algumas conclusões parciais obtidas a partir da análise dos ensaios são aqui

compiladas antes de dar início à análise dos resultados de campo.

A resistência à compressão confinada não se equivale ao gasto de

energia mínimo em uma perfuração submetida a confinamento;

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84

O modelo de otimização de Armenta (2008) não se aplica

adequadamente aos dados dos ensaios de laboratório em grande

escala devido há duas possibilidades: a aplicação da equação DSE

acontece em condições de contorno específicas ou devido a

necessidade de aumentar o parâmetro HSI para valores mais

elevados quando se perfura em grandes profundidades com elevadas

tensões de confinamento;

A eficiência de uma perfuração pode se superior a 35%, o que

contraria a idéia de Dupriest et al. (2005) que a broca perfuraria no

seu pico de performance com este valor de eficiência;

O primeiro termo da equação de Teale (1965) (SE axial) tem

magnitude muito pequena quando comparado com o segundo termo.

Isto significa que o trabalho executado por WOB atuando através da

distância percorrida é sempre pequeno quando comparado ao

trabalho executado pelo torque atuando através da rotação da broca;

A relação entre torque e peso sobre a broca é linear;

O coeficiente de atrito ao deslizamento da broca é um parâmetro

que não depende da rotação aplicada;

Para que se possa melhorar o desempenho de uma perfuração, deve-

se obter uma combinação ótima entre os parâmetros de controle

(WOB e RPM), o coeficiente de atrito ao deslizamento da broca e a

energia específica, somados a um bom desempenho da hidráulica de

limpeza de poço e observação de possíveis problemas de

perfuração;

Quanto menor o número de cortadores e maior a velocidade de

rotação, maior a taxa de penetração gerada, lembrando que as

chances de desgaste da broca aumentam nessas condições.

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4 Estudo de Caso - Perfuração no Campo

Neste Capítulo, tendo em vista as conclusões obtidas a partir da análise dos

ensaios de laboratório, as análises foram realizadas utilizando-se dados de 10

poços perfurados em rochas evaporíticas submetidas a elevadas tensões de

confinamento, que foram fornecidos pela empresa Baker Hughes em conjunto

com a Petrobrás. Foram verificadas a relevância e contribuição de cada método na

otimização da perfuração dos poços além de verificadas quais as vantagens e

desvantagens.

Os poços em estudo foram perfurados verticalmente e se situam em uma

região marítima brasileira, apresentando em torno de 2000m de lâmina d’água e

possuindo como característica comum a sua litologia predominante: halita. A

profundidade da perfuração dos poços se localiza entre 2900m e 6100m,

implicando em um ambiente de elevadas pressões atuantes. Os dados de

perfuração de 7 poços foram medidos através de sensores de superfície,

aumentando o grau de incerteza com relação à eles, já que o mais preciso seria

medi-los no fundo do poço, o mais próximo possível da broca. Os 3 poços

restantes tiveram seus dados medidos tanto através de sensores de superfície como

através do equipamento CoPilot™, localizado no bottomhole assembly (BHA). Os

dados sônicos dos poços com medidas de sensores de superfície foram

determinados por perfilagem a cabo.

A existência de dados medidos no BHA possibilitou a aplicação dos

modelos analíticos de otimização e sua comparação com a energia específica

calculada com os dados de sensores de superfície. A Tabela 8 apresenta um

resumo de todos os dados disponíveis e não disponíveis dos poços estudados.

As brocas utilizadas em todos os poços foram do tipo PDC com cortadores

variando entre 12 ¼ e 17 ½ mm. A Tabela 9 apresenta a profundidade das

perfurações, tipos de brocas, diâmetro e desgaste das brocas utilizadas, espessura

da lâmina d’água e outras informações de perfuração para os poços estudados.

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86

Tabela 8 - Resumo dos dados disponíveis para os poços em estudo.

Poç

o 1

XX

XX

XX

XX

XX

XN

DV

ertic

al

**X

2210

Poç

o 2

ND

ND

ND

XX

XX

XX

XX

ND

Ver

tical

**

X21

70P

oço

3N

DN

DN

DX

XX

XX

XN

DX

ND

Ver

tical

**

X21

87P

oço

4X

XX

XX

XX

XX

ND

XN

DV

ertic

al

**X

2139

Poç

o 5

XX

XX

XX

XX

ND

XN

DV

ertic

al

**N

D21

55P

oço

6X

XN

DX

XX

XX

XX

XN

DV

ertic

al

**X

2234

Poç

o 7

XX

XX

XX

XX

XN

DX

ND

Ver

tical

**

X21

26P

oço

8N

DX

XX

XX

XX

XN

DX

ND

Ver

tical

**

X21

66P

oço

9N

DN

DN

DX

XX

XX

ND

XN

DV

ertic

al

**X

2153

Poç

o 10

XX

XX

XX

XX

XX

XN

DV

ertic

al

**X

2160

Poç

o 1

XX

XX

XX

XX

XX

XX

XX

XX

Poç

o 10

XX

XX

XX

XX

XX

XX

XX

XX

Poç

o 2

XX

XX

XX

XX

XX

XX

XX

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** d

ado

que

pode

ser

cal

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doN

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não

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poní

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Tra

jetó

ria

do p

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HS

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D

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logi

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Ts

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BR

PM

RO

PT

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ensi

dade

do

flu

ido

Tip

ode

broc

aE

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Tra

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do p

oço

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orqu

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ensi

dade

do

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Diâ

met

ro

da b

roca

Cal

iper

DT

sW

OB

RP

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Med

idas

por

sens

ores

emsu

perf

ície

Med

idas

defu

ndo

depo

ço

GR

DT

c

DBD
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87

Tabela 9 - Dados de perfuração e de broca para os poços estudados.

poço

Man

ufN

Tam

anho

Tip

oD

ata

Pro

f. (

m)

Per

fur

ado

(m)

Hr

Tax

a d

e flu

ido

(gpm

)

Pum

p P

ress

ure

(psi

)IA

DC

De

sgas

te d

a br

oca

lâm

ina

dágu

a

Poç

o 3

Sm

ith3

12

1/4

MD

I616

LHS

PX

6/30

/200

833

1017

732

01.0

080

0bo

mbe

ameM

0616

0/0/

NC

/T/D

/0/R

R/D

U21

87P

oço

3S

mith

41

2 1/

4M

716L

TB

PX

C7/

6/20

0850

8325

85

2.50

730

4950

M07

162/

5/ID

/O/D

/0/IL

/PF

2187

Poç

o 4

SD

BS

31

7 1/

2F

S26

53Z

11/2

4/20

0734

4414

522

46.0

080

052

00M

0616

2/3/

ID/G

/D/1

/IQ/M

B21

39P

oço

4S

DB

S4

17

1/2

FS

265

3Z11

/27/

2007

4896

247.

0070

051

00M

0616

0/0/

NC

/T/D

/0/N

C/T

P21

39P

oço

4S

DB

S5

17

1/2

FS

3753

11/3

0/20

0749

2034

11.

0070

053

50M

0716

1/1/

ID/T

/D/1

/NC

/MB

2139

Poç

o 4

SD

BS

5R1

17

1/2

FS

3753

12/6

/200

749

5416

93

9.50

725

5900

M07

160/

1/N

C/T

/D/1

/IQ/P

E21

39P

oço

4S

mith

61

2 1/

4M

716L

TP

XC

1/1/

2008

5123

880

223

.00

700

5700

M71

63/

3/IL

/C/D

/2/C

E/P

F21

39P

oço

5H

ughe

s3R

11

7 1/

2G

TX

CM

SG

1DX

4/23

/200

834

9311

05

4.00

1000

4300

115M

1/1/

IL/T

/E/0

/NC

/MB

2155

Poç

o 5

Sm

ith4

17

1/2

S81

6VB

PX

5/5/

2008

3603

1423

203

.00

840

4250

S08

160/

3/ID

/O/D

/0/J

P/P

F21

55P

oço

6S

mith

31

2 1/

4M

A61

6LT

BP

XC

10/2

0/20

0737

7912

391

89.5

070

043

00M

0616

3/8/

MA

/O/D

/1/IP

/TP

2234

Poç

o 7

SD

BS

5R1

17

1/2

FM

2663

Z5/

3/20

0631

1711

5.00

800

5300

M06

160/

0/N

C/T

/D/0

/NC

/TP

2126

Poç

o 7

SD

BS

5R2

17

1/2

FM

2663

Z5/

6/20

0631

2890

22.

0085

058

00M

0616

1/0/

DL/

N/D

/0/N

C/T

P21

26P

oço

7H

ughe

s6

17

1/2

HC

R60

65/

13/2

006

3218

765

131

.50

880

5600

M06

190/

0/N

C/T

/D/0

/NC

/TP

2126

Poç

o 7

Hug

hes

71

7 1/

2H

CR

606

5/19

/200

639

8336

28

4.00

750

5700

M06

192/

2/ID

/T/D

/1/N

C/M

B21

26P

oço

7H

ughe

s8

17

1/2

GT

XC

MS

18H

DX

5/23

/200

643

4514

36

5.50

780

5750

445M

3/8/

IQ/T

/E/0

/IP/T

P21

26P

oço

7H

ughe

s6R

11

7 1/

2H

CR

606

5/29

/200

644

8841

28

3.00

765

6000

M06

190/

0/N

C/T

/D/0

/NC

/TP

2126

Poç

o 8

Sm

ith4

14

3/4

MD

I616

LSB

PX

6/7/

2007

3053

1645

175

.50

860

4900

M06

160/

0/N

C/T

/D/0

/NC

/TE

2166

Poç

o 8

51

2 1/

4C

OR

OA

6/10

/200

746

9818

12.

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012

00C

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1/0/

NC

/T/D

/0/N

C/M

B21

66P

oço

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mith

4R1

14

3/4

MD

I616

LSB

PX

6/14

/200

747

1618

62

2.50

800

6000

M06

160/

0/N

C/T

/D/0

/NC

/FM

2166

Poç

o 9

SD

BS

21

7 1/

2F

S37

535/

12/2

007

2905

1270

262

.50

800

4300

M07

161/

1/IL

/O/D

/0/N

C/M

B21

53P

oço

9S

mith

31

7 1/

2M

GR

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BP

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21/2

007

4175

628

142

.00

720

4350

M06

161/

1/IL

/O/D

/0/R

R/F

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oço

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3R1

17

1/2

MG

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PX

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748

0340

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21.5

060

043

00M

0616

1/3

/ID/N

/D/2

/IQ/P

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53P

oço

10S

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14

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MD

I616

LSB

PX

9/11

/200

933

1915

792

14.0

010

0053

50M

0616

1/2/

ID/O

/D/0

/NC

/PF

2160

Poç

o 1

Sm

ith3

17

1/2

S61

6VB

PX

4/14

/200

930

3119

181

96.0

010

0047

80M

0616

4/8

/MA

/O/D

/2/IP

/PF

2210

Poç

o 2

Sm

ith4

14

3/4

MD

I616

LSB

PX

9/14

/200

930

0518

001

29.0

010

5057

00M

0616

0/0/

NC

/T/D

/1/R

R/T

E21

70P

oço

25

12

1/4

CO

RO

A9/

17/2

009

4805

276.

0080

500

Cor

oa2/

6/IQ

/O/D

/0/ID

/PF

2170

Poç

o 2

Sm

ith4R

11

4 3/

4M

DI6

16LS

BP

X9/

20/2

009

4805

272.

5010

0052

70M

0616

1/2/

DL/

N/D

/1/D

Q/T

E21

70**

Os

poço

s ra

chur

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amar

elo

são

os

que

poss

uem

dad

os m

edid

os

em s

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no f

undo

do

poço

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88

Os gráficos que ilustram os dados de perfuração dos poços foram obtidos

utilizando-se o programa PETREL™. Com o intuito de facilitar a visualização dos

mesmos, foi feita uma suavização dos dados através de uma média aritmética com

janelas móveis de 15 metros. A suavização dos dados não afetou o

comportamento global das curvas, conforme pode ser visualizado na Figura 49 e

na Figura 50, onde foram plotadas as curvas originais versus suavizadas (os

demais gráficos são apresentados no item A.1 do apêndice). Nestas Figuras podem

ser observadas a litologia, dados sônicos e dados de perfuração dos poços

analisados. A Tabela 10 apresenta a legenda de cores que representa o perfil de

litologia.

Tabela 10 - Legenda de cores representativa da litologia dos poços.

Código Litologia Cor6 Calcilutito81 Taquidrita82 Anidrita85 Halita86 Silvinita87 Carnalita

Optou-se por não utilizar os dados dos Poços 6 e 1 porque foram

encontrados valores erráticos de WOB. O peso sobre a broca do Poço 6 tinha

valores equivalentes aos de RPM e o WOB do Poço 1 estava em torno de 300 klb,

incoerente com valores usuais deste parâmetro.

Todos os perfis estudados foram perfurados em camadas de evaporitos,

variando entre halita, carnalita, taquidrita e anidrita, que apresentam

comportamentos diferenciados, especialmente no que diz respeito à sua

resistência. Para determinar qual o tipo de evaporito existente e predominante em

cada poço, foi realizada uma análise dos dados sônicos e do Gamma Ray.

O parâmetro Gamma Ray indica a ausência ou presença de elementos

radioativos na formação, ou mais especificamente a presença de argilas

(naturalmente radioativas). Os parâmetros tempo de trânsito compressional e

cisalhante foram utilizados para caracterizar os diferentes tipos de formações,

conforme valores típicos apresentados por Mohriak et al. (2008). A Tabela 11

apresenta estes valores de Gamma Ray e de tempo de trânsito para os diferentes

evaporitos.

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89

Figura 49 - Perfis do Poço 8.

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90

Figura 50 - Perfis do Poço 2.

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91

Tabela 11 – Valores típicos de tempo de trânsito compressional e raios gama de alguns

evaporitos (Mohriak et al., 2008).

HalitaAnidrita

CarnalitaSilvitaGipsita

PolihalitaKieseritaKainita

Langbeinita 275

52.557.5nãonão52

01800

225

67507874

00

200500

Tempo de Trânsito (s/pés) Raio Gama (API)Propriedades de alguns evaporitos

Os Poços 3, 9 e 2 não apresentam dados sônicos de LWD (logging while

drilling), lembrando que neste último foram medidos pelo CoPilot™. Nos demais,

observando-se os dados sônicos e/ou litologia (alguns poços não apresentaram

litologia), é possível observar a predominância da halita (valores muito baixos de

Gamma Ray e tempo de trânsito de 67 s/pés), sendo que a ocorrência de picos

elevados de Gamma Ray indica a presença de uma camada de carnalita ou

taquidrita (os valores aumentam devido à maior concentração de potássio, Urânio

ou Tório nestes minerais).

O Poço 10 apresenta diferenças significativas entre os dados de sensores de

superfície e os dados de CoPilot™. A Figura 51 e a Figura 52 ilustram estas

diferenças.

As diferenças entre as grandezas expostas na Figura 51 e na Figura 52

apresentam incoerências do ponto de vista teórico. O torque total medido em

superfície é composto por torque friccional, torque mecânico e torque da broca.

Portanto, o torque medido pelo CoPilot™ não deve ser maior que aquele medido

através de sensores de superfície, como indica a Figura 51. As revoluções por

minuto também tendem a serem maiores (ou equivalentes) quando medidas em

superfície. Isto porque pode haver atrito entre a coluna e a parede do poço,

fazendo com que o RPM atuante na broca seja menor que o aplicado. A Figura 52

mostra o contrário, as revoluções medidas pelo CoPilot™ são maiores e não

refletem o mesmo comportamento das revoluções medidas pelo sensor de

superfície. Também se observa diferenças nas medidas dos dados sônicos.

Aqueles medidos pelo CoPilot™ são menores, provavelmente devido à

interferência do fluxo de fluido simultâneo à aquisição do tempo de trânsito. Os

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dados de sensores de superfície foram desconsiderados durante a análise deste

poço.

Figura 51 - Comparação entre dados de superfície e CoPilot™ para Poço 10 – torque e

tempo de trânsito cisalhante.

Figura 52 - Comparação entre dados de superfície e CoPilot™ para Poço 10 – RPM e

Gamma Ray.

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93

4.1. Avaliação da Resistência da Rocha

A determinação da resistência à compressão confinada para as perfurações

em campo foi feita do mesmo modo que para os ensaios de laboratório, sendo que

ela equivale à UCS acrescida a um ganho de resistência determinado pelo

confinamento. A Eq. (22) apresentada no Capítulo 3 estabelece o cálculo da CCS

utilizado para os poços.

A grandeza UCS foi obtida por duas metodologias diferentes: utilizando-se

equações empíricas de UCS relacionadas a dados sônicos e, utilizando-se valores

típicos de UCS obtidos na literatura para os diferentes tipos de sal. Esta última

metodologia foi a mesma aplicada aos ensaios de laboratório, apresentada no

Capítulo 3.

A obtenção da resistência à compressão não confinada através de

correlações com dados sônicos é utilizada há bastante tempo na Indústria do

Petróleo. Alguns autores estabeleceram correlações que podem ser aplicadas para

formações específicas (Chandong, 2004 e Horsrud, 2001) e outros estabeleceram

equações que podem ser aplicadas para diferentes litologias (Andrews et al., 2007

e Onyia, 1988). Para a obtenção da resistência à compressão não confinada do

trabalho em questão, foram utilizadas as correlações de Onyia (1988) e de

Andrews et al. (2007) que podem visualizadas, respectivamente, na Eq. (24) e na

Eq. (25).

2

87.231015.5

128

ct

UCS (24)

21

40 kct

kUCS

(25)

Onde:

UCS = resistência à compressão não confinada (psi);

tc = tempo de trânsito compressional (s/pés);

k1 e k2 = parâmetros de ajuste adimensionais.

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A Tabela 12 apresenta os valores dos parâmetros de ajuste k1 e k2 de acordo

com a litologia.

Tabela 12 - Valores dos parâmetros de ajuste k1 e k2 (Modificado de Olea et al., 2008).

Todos Folhelho Areiak1 217457 754708 149595k2 0.52 0.83 0.42

Conforme mencionado acima, estas correlações são válidas para diferentes

litologias. Olea et al., (2008) sugeriu uma correção destas equações para sua

aplicação em sal. Essas correções foram feitas após comparações das correlações

de Andrews e de Onyia com resultados de ensaios de laboratório para obtenção de

UCS feitos em amostras de sal. As Eq. (26) e (27) apresentam respectivamente a

relação de correção de Onyia (1988) apud Olea et al. (2008) e a de Andrews et al.

(2007) apud Olea et al. (2008).

5724.0

282

87.231015.5

148.10

ct

UCS (26)

2912.040

813358.6823

ctUCS (27)

Onde:

tc = tempo de trânsito compressional (s / pés);

UCS = resistência à compressão não confinada (psi).

Todos os métodos para obtenção da resistência não confinada demonstrados

acima foram aplicados aos dados analisados. Cabe salientar que os Poços 3 e 9

não possuem dados sônicos (ts e tc) nem de Raios Gama e o Poço 5 não possui

dados de tempo de trânsito cisalhante. O mesmo ocorre com os ensaios de

laboratório, que não possuem dados sônicos. Portanto, as correlações de Andrews

et al. (2007) apud Olea et al. (2008), de Onyia (1988) apud Olea et al. (2008) e as

corrigidas por Olea te al. (2008) não puderam ser aplicadas a eles.

Os resultados de dois poços são apresentados na Figura 53. Os demais

experimentos apresentaram curvas com mesmo comportamento e podem ser

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visualizados no item A.2 do Apêndice deste trabalho. É possível perceber através

da Figura 53 que a correlação de Andrews apresentou valores que destoam

daqueles obtidos pelas demais. Por este motivo a correlação de Andrews foi

desconsiderada da análise de dados.

Figura 53 - Valores de CCS estimados por diferentes correlações para os Poços 4 e 7.

4.2. Aplicação dos Modelos Analíticos de Otimização Baseados na Transferência de Energia Específica

Nesta seção será feita uma análise da aplicação dos modelos analíticos para

os poços de estudo. Os perfis das energias específicas calculadas e sua

comparação com a resistência à compressão confinada estimada estão ilustrados

na Figura 62. Optou-se por apresentar apenas os gráficos de dois dos poços, cujo

comportamento é semelhante aos restantes. A partir da Figura 54 à Figura 61 é

possível estabelecer comparações entre a SE e os outros parâmetros de perfuração.

Na Figura 62 observa-se com melhor precisão as curvas de SE versus CCS. Os

gráficos dos demais poços podem ser visualizados na seção A.3 do apêndice.

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Figura 54 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço 3.

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Figura 55 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço 4.

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Figura 56 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço 5.

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Figura 57 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço 7.

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Figura 58 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço 8.

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Figura 59 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço 9.

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Figura 60 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço10.

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Figura 61 - Aplicação dos modelos analíticos de otimização através da SE – Poço

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Figura 62 - SE x CCS para Poços 3 e 4.

A eficiência mecânica máxima foi calculada para todos os poços através da

divisão entre a resistência à compressão confinada máxima (que segundo Pessier e

Fear (1992), equivale à energia específica mínima) e a energia específica de

Teale. A Tabela 13 apresenta os valores médios de eficiência obtidos para cada

poço. Os gráficos da variação da eficiência com a profundidade estão anexados na

seção A.4 do apêndice.

Tabela 13 - EFF máximas para os poços perfurados.

Poços medidas de sensores de superfície Média das EFFmáxPoço 3 0.3Poço 4 0.25Poço 5 0.3Poço 7 0.37Poço 8 0.32Poço 9 0.16

Poços medidas Co-Pilot Média das EFFmáxPoço 10 0.82Poço 2 0.76

O primeiro passo será fazer uma análise pontual a respeito do

comportamento da SE conforme variam os parâmetros de perfuração e os dados

sônicos para os poços que possuem dados de CoPilot™, seguidos dos demais

poços.

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As medidas de CoPilot™ são fundamentais para a otimização da perfuração.

Através da utilização desta tecnologia, é possível comparar os parâmetros

medidos em superfície com aqueles medidos próximos da broca. A diferença entre

estes valores pode indicar problemas ocorridos durante a perfuração, como

problemas de transferência de peso, de atrito lateral ou de vibração. Os modelos

analíticos de otimização baseados na energia específica tornam-se mais eficazes

quando os parâmetros de perfuração também forem medidos próximos da broca.

Algumas considerações iniciais serão feitas para os poços que têm dados medidos

em CoPilot™:

No Poço 10 percebe-se que os valores de energia específica

calculados a partir dos dados de sensores de superfície estão mais

baixos que a faixa de variação da resistência à compressão

confinada. Isto acontece devido aos baixos valores de RPM que

ocorrem ao longo da perfuração, chegando a atingir 17 rotações por

minuto na profundidade de 3818m. Provavelmente houve erro de

medição já que aquela realizada pelo CoPilot™ apresenta valores

usuais de RPM. A energia específica calculada através dos dados de

CoPilot™ aparece mais elevada que a CCS, sendo que a eficiência

média é de 82%. Conforme vimos anteriormente, este poço

apresenta divergências entre os dados medidos por sensores de

superfície e os dados de CoPilot™. Pelos resultados da energia

específica, pode-se concluir que houve algum problema na

aquisição dos dados de superfície, e, portanto, eles serão

desconsiderados na análise.

O Poço 2 tem eficiência de 76 % para medição em CoPilot™. É um

valor elevado que contradiz o modelo de Dupriest et al. (2005) que

sugere que o pico de performance seja alcançado quando a

eficiência for de 35%. As medidas de CoPilot™ resultaram em

valores de eficiência altos e, como as medidas feitas próximas da

broca são mais confiáveis do que as realizadas em superfície, estes

resultados indicam que as perfurações podem atingir eficiências de

até 80%. Conforme mostram os valores de EFF do Poço 2, não há

perdas de energia consideráveis ao longo da coluna, o que é

coerente, pois o poço é vertical e praticamente não há atrito lateral.

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Isto também indica que não ocorreram problemas durante a

perfuração como vibrações ou enceramento.

Figura 63 apresenta a comparação entre as energias específicas

medidas em superfície e no CoPilot™ para o Poço 2. A diferença

existente no trecho inicial entre a energia específica medida em

superfície e a medida no fundo do poço se deve à diferença de

valores de RPM. As medidas de RPM feitas por sensores de

superfície apresentam valores da ordem de 80 rev/min e as medidas

de Co-Pilot mediram revoluções da ordem de 150 rev/min para o

mesmo trecho.

Figura 63 - SE_Teale_CoPilot™ versus SE_Teale_superfície - Poço 2.

Observando-se o comportamento da energia específica do Poço 4

apresentado na Figura 62, é possível perceber um aumento neste parâmetro

quando a profundidade de 4954 m é alcançada. Isto ocorre devido à uma mudança

de fase e conseqüente mudança de broca de diâmetro 17,5” para 12,25”. A

diminuição da área da seção transversal da broca acarreta em um aumento da

energia específica, relação que pode ser visualizada na equação de Teale (1965).

Fisicamente, isto acontece porque a área de corte de rocha está diminuindo, há

menos cortadores, fazendo com que a broca trabalhe mais para conseguir cortar a

mesma quantidade de rocha que uma broca maior cortaria.

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Outra análise importante é a variação da energia específica quando ocorre

mudança de litologia. É possível perceber nas curvas que a energia específica é

muito sensível à mudança de formação. Esta sensibilidade é um reflexo da

mudança dos parâmetros mecânicos da rocha que se reflete nos parâmetros de

perfuração quando a broca encontra uma formação mais / menos resistente

daquela que estava quebrando.

Um dos comportamentos comuns a todos os poços é a ocorrência um grande

aumento da energia específica (pico) juntamente com uma queda dos valores de

tempo de trânsito compressional e cisalhante quando a rocha muda da formação

halita para anidrita. A queda de DTc e DTs indica que a anidrita é uma formação

mais resistente que a halita e isto é comprovado pela queda que ocorre na taxa de

penetração. O fato de a SE tornar-se elevada, significa que está ocorrendo um

gasto excessivo de energia, ou seja, um trabalho realizado superior àquele

necessário para o corte da rocha.

Quando a broca encontra as formações silvinita, carnalita e calcilutito,

percebe-se uma queda da energia específica, um aumento de DTc, DTs, de GR e

de ROP. Este comportamento é conseqüência das menores resistências oferecidas

por estas formações quando comparadas à halita. O aumento de Gamma Ray pode

ser devido à presença de impurezas (argilas) na formação.

Estas considerações a respeito da variação da energia específica conforme o

tipo de rocha perfurada leva a concluir que seria ideal inserir na fórmula da SE

algum parâmetro representativo da resistência da rocha. A Eq. (17), formulada por

Pessier e Fear (1992), fornece este parâmetro: o coeficiente de atrito ao

deslizamento, que relaciona o tipo de broca utilizada com a resistência oferecida

pela formação.

Aplicando-se a Eq. (17) na equação de energia específica de Teale (1965),

resulta na Eq. (18) onde se estabelece uma relação direta entre a energia específica

e o coeficiente de atrito ao deslizamento da broca (e consequentemente, uma

relação direta entre SE e a resistência da rocha). O objetivo disso seria monitorar a

variação de e de SE para otimizar a perfuração. Este coeficiente será analisado

para os poços na próxima seção e será feita uma comparação com os valores dos

coeficientes de atrito ao cisalhamento da broca obtidos para os ensaios de

laboratório.

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A seguir, é apresentada uma análise global a respeito das curvas obtidas

através da aplicação dos modelos analíticos. A Figura 64 apresenta as curvas de

energia específica para todos os poços plotadas versus a profundidade.

Figura 64 – Comparação entre as curvas de energia específica de todos os poços de

estudo.

As curvas de energia específica visualizadas na Figura 64 têm um valor

médio de 100000 psi, à exceção da curva do Poço 9 que tem valores acima da

média e à exceção das curvas calculadas através de dados medidos em CoPilot™,

que têm energias específicas menores. As energias específicas dos dados medidos

em Co-Pilot™ são da ordem de 39000 psi (Poço 10) e da ordem de 47000 psi

(Poço 2). Isto indica que a energia aplicada na plataforma não é a mesma que é

empregada na broca, ou seja, a energia específica que efetivamente é empregada

no mecanismo de corte da rocha é da ordem de 39% (Poço 10) e 45% (Poço 2)

daquela que é medida com dados de superfície. Isto acontece porque o

monitoramento dos parâmetros feito na plataforma gera dados diferentes daqueles

monitorados no fundo do poço, que refletem no valor das energias específicas.

Quando os parâmetros de perfuração são medidos no fundo do poço, a

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confiabilidade nos dados adquiridos é maior, já que estes são medidos o mais

próximo da broca possível, refletindo exatamente o trabalho realizado para cortar

a rocha. Quando os parâmetros de perfuração são medidos por sensores na

plataforma, as medidas estão sendo feitas muito distantes da broca (no caso dos

poços estudados, a distância é em torno de 3000 m). Por este motivo, alguns

parâmetros podem ter a sua leitura afetada, como o parâmetro torque, que pode ter

um aumento exagerado devido ao atrito lateral da coluna de perfuração com a

parede do poço (especialmente em poços direcionais) ou pode ter uma redução,

geralmente causada por um enceramento da broca.

Apesar de existir uma diferença entre as energias específicas dos poços com

medidas de superfície e dos poços com medidas de Co-Pilot™ (Poço 2 e Poço

10), analisando os dados de ROP para ambos os conjuntos de poços, percebe-se

que eles são da mesma ordem de grandeza. Isto indica que as perfurações tiveram

desempenho equivalente no que se refere à taxa de penetração, porém não é o que

se observa pelos valores de eficiência mecânica apresentados na Tabela 14. Este

parâmetro é calculado a partir da energia específica, logo era esperado que as EFF

dos dados com medidas de sensores de superfície fossem menores que as dos

dados medidos por Co-Pilot™. Se os poços com medidas de superfície fossem

monitorados com Co-Pilot, provavelmente teriam valores de EFF e SE

equivalentes às dos Poços 2 e 10.

A Tabela 14 apresenta valores de SE de halita obtidos na literatura por

medidas de sensores de superfície, para que se possa comparar com aqueles

obtidos neste trabalho.

Tabela 14 - Valores de energia específica para sal obtidos na literatura.

Referência Energia Específica Média Profundidade SalMorel et al. (2010) 95000 5180 m - 5959 m Golfo do México

Thomson et al. (2010) 60000 2316,5 m - 2400 m Golfo do México

As perfurações dos poços em estudo acontecem entre as profundidades de

2900m a 6100m. Os valores de SE encontrados neste trabalho estão próximos

daqueles encontrados por Morel et al. (2010).

Através da Tabela 13, apresentada anteriormente, observa-se que os poços

com dados medidos em sensores de superfície apresentam valores de eficiência

próximos daquele sugerido por Dupriest et al. (2005) de 35 %, exceto para os

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110

Poços 4 e 9, que apresentam valores mais baixos. Segundo o critério de

otimização desse autor, estes últimos poços poderiam ter o seu desempenho

melhorado. Na próxima seção, será feita comparação entre as EFFs dos poços e as

dos ensaios de laboratório em grande escala.

Um comportamento comum a todos os poços está na diferença entre os

valores da energia específica calculada pela equação de Teale (1965) e os valores

da energia específica de perfuração de Armenta (2008), que é muito pequena. A

diferença entre elas é da ordem de 1000 psi. Cabe salientar que o valor de HSI foi

estimado em 3 hp/in², valor este, considerado alto e que certamente implicaria em

um bom desempenho hidráulico durante a perfuração. Este valor foi estimado por

não haver dados suficientes para a sua determinação (valor da viscosidade do

fluido desconhecido). Este mesmo comportamento do modelo de Armenta (2008)

foi observado nos ensaios de laboratório em grande escala e discutido no Capítulo

3.

Conforme visto no Capítulo 2, a energia específica de Dupriest et al. (2005)

é equivalente à 35 % da energia calculada através da equação de Teale (1965)

quando a perfuração está no seu pico de performance. Isto se deve ao fato de o

autor deste modelo aproximar as curvas da CCS e SE desconsiderando a

existência de uma ineficiência durante o processo de corte mesmo quando a broca

perfura no seu pico de eficiência. Esta ineficiência pode ser obtida subtraindo-se o

valor da eficiência de 100%. Os motivos pelos quais há esta ineficiência ainda não

são bem compreendidos, sendo que atualmente existem duas hipóteses para o

problema. A primeira é a de que a ineficiência aconteça devido a problemas de

perfuração somados à falta de um conhecimento aprofundado a respeito da

mecânica de corte de rochas em ambientes pressurizados. Dentro deste contexto,

surge o questionamento sobre qual seria o parâmetro representativo da rocha que

melhor se compare aos gastos de energia mecânica. A resistência à compressão

confinada é a grandeza atualmente utilizada para esse fim, mas já é conhecido e

pode-se verificar na análise de dados deste trabalho, que a energia específica é

consideravelmente maior que a CCS. Portanto percebe-se a necessidade de

pesquisas mais aprofundadas no sentido de definir outro parâmetro que melhor se

ajuste ao problema. A segunda hipótese é a de que o monitoramento dos

parâmetros de perfuração feita através de sensores colocados na plataforma de

perfuração, gera dados imprecisos, acarretando na obtenção de uma eficiência

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menor do que aquela que realmente acontece durante a perfuração. Esta hipótese é

concordante com as análises realizadas neste trabalho, onde se obtém EFFs

maiores para poços com monitoramento de dados no fundo do poço.

Dupriest et al. (2005) desconsidera esta problemática em seu modelo e

aproxima as curvas de energia específica e CCS através de um artifício

matemático no intuito de facilitar a visualização em tempo real das mesmas.

Quando as curvas estão próximas, a perfuração é considerada como eficiente (pois

está no pico de performance com EFF = 35%). Quando as curvas se distanciam,

deve-se analisar qual o problema que está acontecendo e modificar os parâmetros

de perfuração para corrigi-los. Se WOB e torque forem mais elevados do que o

valor que define o ponto conhecido como founder, deve-se modificar o projeto da

perfuração.

Outro ponto importante de ser ressaltado nos resultados é a proximidade

entre as curvas de SE_Dupriest (para os poços com monitoramento de dados

através de sensores de superfície) e a resistência à compressão confinada. Para

todos os poços analisados, as curvas estão bastante próximas, sugerindo que o

modelo de Dupriest et al. (2005) funcione adequadamente. É importante lembrar

que o autor considera a perfuração eficiente quando estas duas curvas crescem

paralelas entre si, mantendo a eficiência em um valor constante e gerando um

aumento proporcional da ROP conforme é aumentado o peso sobre a broca.

Portanto, segundo o modelo de Dupriest et al. (2005), pode-se dizer que as

perfurações nos poços com medidas de superfícies foram eficientes, já que a base

da curva de SE_D é equivalente à da CCS e que os picos de energia específica

representam pontos de ineficiência, que devem ser avaliados em tempo real para

compreender a sua causa.

Nenhum dos métodos de otimização da perfuração através do

monitoramento da energia específica considera a variação de energia térmica que

ocorre no fundo do poço quando a SE varia. É provável que ocorra um aumento

da energia térmica conforme a energia específica é aumentada, já que, para que

isto ocorra, é necessário elevar os parâmetros torque e peso sobre a broca. O

conhecimento da quantidade de energia térmica que é gerada é importante, pois

ela pode causar danos à broca.

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112

4.3. Comparação entre as Análises: Poços x Ensaios de Laboratório

Nesta seção será discutida a comparação entre os resultados obtidos dos

ensaios de laboratório e dos poços perfurados em campo. É inviável estabelecer

qualquer tipo de comparação entre uma perfuração real, onde há variabilidade de

material, de parâmetros de perfuração, onde se trabalha em um universo muito

maior do que aquele em que são realizados os ensaios de laboratório em grande

escala. Por este motivo, para este estudo, foram selecionados pequenos trechos

dos poços de campo que tenham mesma litologia (halita), possuam mesmo peso

de fluido, diâmetro de broca e resistência. Isto possibilita a comparação com os

ensaios de laboratório, já que eles simulam o corte de rocha para profundidades

pequenas, com resistência, peso de fluido e velocidade de rotação constante.

A primeira consideração a ser feita é a respeito da eficiência mecânica. Para

o conjunto de dados de laboratório, os valores médios de eficiência mecânica

máxima podem ser visualizados na Tabela 5. Já os dos poços são apresentados na

Tabela 15. A Figura 65 ilustra a curva de energia específica versus resistência à

compressão confinada para o Poço 3.

Poço 3 - CCS x SE x Profundidade

4088

4090

4092

4094

4096

4098

4100

4102

4104

4106

0 50000 100000 150000

SE e CCS (psi)

Pro

fun

did

ad

e (

m)

SE_Teale

DSE

SE_D

CCS

Figura 65 - SE versus CCS para trecho do Poço 3.

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113

Comparando-se a Tabela 5 com a Tabela 15, é possível observar que a

eficiência mecânica máxima está mais próxima da unidade nos ensaios de

laboratório e no conjunto de dados dos poços com medição de Co-Pilot™. Isto

indica que as perfurações feitas em laboratório e as perfurações nos poços com

medições de Co-Pilot™ tiveram desempenhos aproximados e podem ser

consideradas eficientes.

Tabela 15 - Valores médios de EFF máxima para os trechos dos poços perfurados em

campo.

Prof. (m) Trechos dos poços com medidas de superfície Média das EFFmáx4090-4104 Poço 3 Trecho 1 0.234366-4404 Poço 3 Trecho 2 0.264019-4056 Poço 4 Trecho 1 0.314225-4242.5 Poço 4 Trecho 2 0.313963.5-3995.5 Poço 5 Trecho 1 0.394409-4417.5 Poço 5 Trecho 2 0.274116-4179 Poço 7 Trecho 1 0.313684-3724 Poço 7 Trecho 2 0.333737-3768 Poço 8 Trecho 1 0.284100-4125 Poço 8 Trecho 2 0.33300-3327 Poço 9 Trecho 1 0.163800-3838 Poço 9 Trecho 2 0.17Prof. (m) Trechos dos poços com medidas de Co-Pilot Média das EFFmáx3400-3412 Poço 10 Trecho 1 0.783700-3719 Poço 10 Trecho 2 0.823644.5-3663 Poço 2 Trecho 1 0.824446-4463.5 Poço 2 Trecho 2 0.7

Na seção anterior foi visto que os poços com medidas de sensores de

superfície apresentaram valores de ROP da mesma ordem que os dos poços com

medições de Co-Pilot™. Por este motivo pode-se considerar que a perfuração dos

poços com medidas de superfície também foi eficiente (apesar dos altos valores de

SE que se justificam pela precariedade do tipo de monitoramento de dados). A

partir destas considerações, fica clara a importância do monitoramento de dados

no fundo do poço, pois informações obtidas são mais precisas do que aquelas

medidas por sensores de superfície.

As próximas considerações serão feitas a respeito do comportamento do

coeficiente de atrito ao deslizamento da broca. A Tabela 16 apresenta seu valor

obtido a partir da inclinação da curva T x WOB.Db/36 para os poços perfurados

em campo com medidas de CoPilot™ e, na Tabela 6 (do Capítulo 3), este mesmo

parâmetro pode ser visto para os ensaios de laboratório. A Figura 66 ilustra a

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relação entre WOB.Db/36 e torque para um trecho do Poço 2, cuja inclinação

equivale ao coeficiente de atrito ao deslizamento da broca. Os gráficos dos ensaios

de laboratório foram apresentados na seção anterior e na seção A.6 do apêndice.

Tabela 16 - Valores de para os trechos dos poços perfurados com medidas de CoPilot.

Prof. (m) Poços com medidas de CoPilot (inclinação)

3400-3412 Poço 10 Trecho 1 0.963700-3719 Poço 10 Trecho 2 13644.5-3663 Poço 2 Trecho 1 1.24446-4463.5 Poço 2 Trecho 2 2.3

Poço 2WOB.Db/36 x Torque

y = 1.8269x

12200

12400

12600

12800

13000

13200

13400

6700 6800 6900 7000 7100 7200 7300 7400

WOB.Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM=169

(a)

Poço 2WOB.Db/36 x Torque

y = 2.3264x

6000

6500

7000

7500

8000

8500

9000

9500

10000

3000 3250 3500 3750 4000 4250

WOB.Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM=193

(b)

Figura 66 - Avaliação de para um trecho do Poço 2: (a) RPM=169 e (b) RPM=193

Através da Figura 66, percebe-se que a relação T x WOB.Db/36 é linear e a

inclinação da reta de ajuste equivale ao coeficiente de atrito ao deslizamento da

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115

broca. Para os ensaios de laboratório, a relação exposta acima também é linear,

porém, para os poços perfurados com medidas de superfície, a relação deixa de ser

linear e o coeficiente de atrito ao deslizamento da broca não pode mais ser obtido

através da inclinação da curva WOB.Db/36 versus torque. A Figura 67 ilustra este

comportamento.

Poço 3 - Visualização do coeficiente de atrito

y = 2.7695x

0

20004000

6000

8000

1000012000

14000

0 1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

Halita, MW=10.01,(4090-4104m),Db 12 25"

(a)

Poço 3 - Visualização do coeficiente de atrito

y = 1.3873x

0

5000

10000

15000

0 5000 10000 15000

WOB.Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

Halita,MW=10.01(4366 - 4404 m)

(b)

Figura 67 - Avaliação de para um trecho do Poço 3: (a) Trecho 1 e (b) Trecho 2

A falta de linearidade para os poços com medidas de superfície pode ser

explicada pela grande variação de torque (e consequentemente de por fatores

específicos de campo, como: diferentes comprimentos de coluna de perfuração,

possível influência do carreamento de cascalhos no funcionamento da coluna,

possível diferencial de pressão, vibração, enceramento, dentre outros. Ou

simplesmente pelo fato de as perfurações não estarem otimizadas.

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5 Conclusões

Comparando-se a resistência à compressão confinada com a energia

específica de Teale (1965) para os ensaios de laboratório, pode-se concluir que a

CCS não equivale ao gasto de energia mínimo em uma perfuração submetida a

confinamento. Deve existir outro parâmetro que melhor a caracterize. Fica

evidente a necessidade de um estudo mais aprofundado a respeito do processo de

corte de rocha no sentido de definir outro parâmetro que melhor se ajuste ao

problema.

O modelo analítico de otimização de Armenta (2008) sugere que a eficiente

remoção de cascalhos do fundo do poço (o bom funcionamento da hidráulica)

diminua a energia específica gasta para o processo de corte de rocha sob

confinamento. Através da aplicação deste modelo aos dados experimentais,

conclui-se que o mesmo não se aplicou adequadamente. Isto é verificado através

da pequena diferença existente entre os valores de SE_Teale e SE_Armenta,

obtidos nos ensaios de laboratório que é da ordem de 500 psi. Há duas possíveis

explicações para isto: a aplicação da equação DSE acontece em condições de

contorno específicas ou devido a necessidade de aumentar o parâmetro HSI para

valores mais elevados quando se perfura em grandes profundidades com elevadas

tensões de confinamento;

As curvas originadas pela aplicação do modelo de Dupriest et al. (2005) aos

dados experimentais de laboratório apresentam valores mais baixos do que a

resistência à compressão confinada. Fisicamente, isto significa que a energia

específica aplicada ao sistema não vence a resistência para quebrar a rocha. Porém

essa conclusão não é coerente já que a perfuração ocorre ao longo do ensaio.

Portanto, conclui-se que o modelo de Dupriest et al. (2005) não é aplicável aos

ensaios de laboratório porque a relação de 35% entre CCS e energia específica

não representa o pico de performance dos ensaios. A eficiência deste conjunto de

perfurações em grande escala com certeza é maior do que o valor sugerido por

Dupriest et al. (2005), indicando que as perfurações em campo, se forem

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submetidas a um projeto de otimização e se tiverem um monitoramento de dados

em fundo de poço, podem atingir eficiências maiores.

Comparando-se os valores de eficiência mecânica máxima dos dados

experimentais de campo com os de laboratório, observa-se que este parâmetro está

mais próximo da unidade nos ensaios de laboratório e no conjunto de dados dos

poços com medição de CoPilot™. Isto indica que as perfurações em grande escala

e as perfurações nos poços com medições de Co-Pilot™ tiveram desempenhos

aproximados (no que diz respeito à taxa de penetração) e podem ser consideradas

eficientes (já que os ensaios de laboratório são feitos em condições ideais, onde

não ocorrem problemas de perfuração). Foi visto no Capítulo 4 que os poços com

medidas de sensores de superfície apresentaram valores de ROP da mesma ordem

que os dos poços com medições de Co-Pilot™. Por este motivo pode-se

considerar que a perfuração dos poços com medidas de superfície também foi

eficiente (apesar dos altos valores de SE que se justificam pela precariedade do

tipo de monitoramento de dados). A partir destas considerações, fica claro a

importância do monitoramento de dados no fundo do poço, pois informações

obtidas são mais precisas do que aquelas medidas por sensores de superfície.

A aplicação do modelo de Dupriest et al. (2005) nos dados medidos por

sensores de superfície gerou curvas bastante próximas das curvas de CCS.

Segundo este modelo, as perfurações também podem ser consideradas como

eficientes.

O coeficiente de atrito ao deslizamento da broca é um parâmetro que pode

auxiliar na otimização de uma perfuração através de seu monitoramento. É

importante aprofundar mais o estudo a respeito deste parâmetro, definindo

exatamente qual a parcela de contribuição do tipo de broca e da resistência na

variação de .

Portanto, como conclusão geral do trabalho, vemos que para melhorar o

desempenho de uma perfuração, deve-se obter uma combinação ótima entre os

parâmetros de controle (WOB e RPM), o coeficiente de atrito ao deslizamento da

broca (que relaciona o tipo de broca utilizada, a qualidade desta broca e a

resistência da formação) e a energia específica, somados a um bom desempenho

da hidráulica e observação de possíveis problemas de perfuração.

O monitoramento de problemas em tempo real de perfuração também deve

ser realizado, observando-se como variam os parâmetros taxa de penetração,

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energia específica e coeficiente de atrito ao deslizamento da broca. É importante

também fazer monitoramento de vibrações e utilizar algum sistema de aquisição

de dados de fundo de poço.

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Apêndice

A.1. Gráficos Representativos de Perfis

Figura A1 - Perfis do Poço 3.

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Figura A2 - Perfis do Poço 4.

Figura A3 - Perfis do Poço 5.

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126

Figura A4: perfis do Poço 7.

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127

Figura A5: perfis do Poço 9.

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128

Figura A6: perfis do Poço10.

Figura A7: perfis do ensaio OB0001A.

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129

Figura A8: perfis do ensaio OB0001D.

Figura A9: perfis do ensaio OB0001I.

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130

Figura A10: perfis do ensaio OB0001J.

Figura A11: perfis do ensaio OB0001K.

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Figura A12: perfis do ensaio OB0001C – Anidrita.

A.2. Gráficos da Faixa de Variação da Resistência à Compressão Confinada para Poços e Ensaios de Laboratório

Figura A13: faixa de valores de CCS para os Poços 3 e 9.

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132

Figura A14: faixa de valores de CCS para os Poços 5 e 8.

Figura A15: faixa de valores de CCS para o Poço 10_CoPilot e 10_Superfície.

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133

Figura A16: faixa de valores de CCS para o Poço 2_CoPilot e 2_Superfície.

Figura A17: faixa de valores de CCS para os ensaios OB0001D e OB0001F.

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134

Figura A18: faixa de valores de CCS para os ensaios OB0001I e OB0001J.

Figura A19: faixa de valores de CCS para os ensaios OB0001K e OB0002A.

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135

A.3. Gráficos da Aplicação dos Modelos Analíticos para os Poços e Ensaios de Laboratório

Figura A20: aplicação dos modelos analíticos de perfuração – Poços 5 e 7.

Figura A21: aplicação dos modelos analíticos de perfuração – Poço 8 e 9.

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136

Figura A22: aplicação dos modelos analíticos de perfuração – Poço 10_CoPilot e

10_Superfície.

A.4. Gráficos da Eficiência Mecânica Máxima versus Profundidade – Poços

Figura A23: EFFmax para os Poços 3 e 4.

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137

Figura A24: EFFmax para os Poços 5 e 7.

Figura A25: EFFmax para os Poços 8 e 9.

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138

Figura A26: EFFmax para o Poço 2 – dados de superfície e dados de CoPilot.

Figura A27: EFFmax para o Poço 10.

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139

A.5. Gráficos da Eficiência Mecânica Máxima versus Profundidade – Ensaios de Laboratório

Figura A28: EFFmax para os ensaios OB0001A e OB0001I.

Figura A29: EFFmax para os trechos do ensaio OB0001B.

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140

Figura A30: EFFmax para os trechos do ensaio OB0001D.

Figura A31: EFFmax para os trechos do ensaio OB0001F.

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141

Figura A32: EFFmax para os trechos do ensaio OB0001J.

Figura A33: EFFmax para os trechos do ensaio OB0001K.

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142

Figura A34: EFFmax para os trechos do ensaio OB0002A.

A.6. Avaliação do Comportamento do Coeficiente de Atrito ao Deslizamento da Broca – Ensaios de Laboratório

OB0001D (WOB*Db/36) x Torque

y = 1.424x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

0 1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.in)

Tor

que

(lb.p

és) RPM = 120

(a)

DBD
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143

OB0001D (WOB*Db/36) x Torque

y = 1.382x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.in)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 180

(b)

Figura A35: avaliação de para o ensaio OB0001D: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

OB0001F (WOB*Db/36) x Torque

y = 0.9084x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2000 4000 6000 8000

WOB*Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 120

(a)

OB0001F (WOB*Db/36) x Torque

y = 10.403x

0

15000

30000

45000

60000

75000

90000

0 2000 4000 6000 8000

WOB*Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 180

(b)

Figura A36: avaliação de para o ensaio OB0001F: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

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144

OB0001A(WOB*Db/36) x Torque

y = 0.9653x

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

0 1000 2000 3000 4000

WOB*Db/36 (lb.in)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 120

(a)

OB0001I(WOB*Db/36) x Torque

y = 0.5727x

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.in)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 120

(b)

Figura A37: avaliação de para os ensaios: (a) OB0001A e (b) OB0001I.

OB0001J(WOB*Db/36) x Torque

y = 0.9331x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2000 4000 6000 8000

WOB*Db/36 (lb.in)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 120

(a)

DBD
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145

OB0001J(WOB*Db/36) x Torque

y = 0.8253x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2000 4000 6000 8000

WOB*Db/36 (lb.in)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 180

(b)

Figura A38: avaliação de para o ensaio OB0001J: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

OB0001K (WOB*Db/36) x Torque

y = 1.2779x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 120

(a)

OB0001K(WOB*Db/36) x Torque

y = 2.2891x

0100020003000400050006000700080009000

0 1000 2000 3000 4000

WOB*Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 180

(b)

Figura A39: avaliação de para o ensaio OB0001K: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

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146

OB0002A(WOB*Db/36) x Torque

y = 1.1727x

0

1000

2000

3000

4000

5000

0 1000 2000 3000 4000

WOB*Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM = 120

(a)

OB0002A(WOB*Db/36) x Torque

y = 1.3089x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 180

(b)

Figura A40: avaliação de para o ensaio OB0002A: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

A.7. Curvas WOB x ROP – Ensaios de Laboratório

OB0001AWOB x ROP

10

20

30

40

50

60

5000 7000 9000 11000 13000 15000

WOB(lb)

RO

P (

s/h

r) RPM = 120

(a)

DBD
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147

OB0001IWOB x ROP

10

15

20

25

30

35

10000 14000 18000

WOB(lb)

RO

P (

s/h

r)RPM = 120

(b)

Figura A41: curvas ROP x WOB para os ensaios: (a) OB0001A e (b) OB0001I.

OB0001BROP x WOB

60

70

80

90

100

110

120

10000 15000 20000 25000WOB (lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM=120

(a)

OB0001BROP x WOB

60

80

100

120

140

160

180

10000 15000 20000 25000WOB (lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM=180

(b)

Figura A42: curvas ROP x WOB para o ensaio OB0001B: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

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148

OB0001FWOB x ROP

50

70

90

110

130

15000 20000 25000 30000WOB(lb)

RO

P (

s/h

r)

RPM = 120

(a)

OB0001FWOB x ROP

10

40

70

100

130

160

190

6000 11000 16000 21000 26000

WOB(lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM = 180

(b)

Figura A43: curvas ROP x WOB para o ensaio OB0001F: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

OB0001JWOB x ROP

60

80

100

120

18000 22000 26000 30000WOB(lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM = 120

(a)

DBD
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149

OB0001JWOB x ROP

30

55

80

105

130

155

180

10000 14000 18000 22000 26000 30000

WOB(lb)

RO

P (

s/h

r)RPM = 180

(b)

Figura A44: curvas ROP x WOB para o ensaio OB0001J: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

OB0001KWOB x ROP

30

60

90

120

5000 10000 15000 20000WOB(lb)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM=120

(a)

OB0001KWOB x ROP

170

190

210

230

250

270

0 5000 10000 15000 20000

WOB (lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM=180

(b)

Figura A45: curvas ROP x WOB para o ensaio OB0001K: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

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150

OB0002AWOB x ROP

20

30

40

50

60

70

80

90

10000 11000 12000 13000 14000 15000

WOB(lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM =

(a)

OB0002AWOB x ROP

70

100

130

160

190

12000 14000 16000 18000 20000

WOB(lb)

RO

P (

pés/

hr)

RPM = 180

(b)

Figura A46: curvas ROP x WOB para o ensaio OB0002A: (a) RPM=120 e (b) RPM=180

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151

A.8. Comparação entre as curvas T x (WOB.Db/36) – Ensaios de Laboratório

OB0001B WOB*Db/36 x Torque

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB*Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

RPM=120

RPM =180

(a)

OB0001FWOB*Db/36 x Torque

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 2000 4000 6000 8000

WOB*Db/36 (lb.in)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM=120

RPM =180

(b)

Figura A47: curvas T x WOB.Db/36 para ensaios OB0001B e OB0001F.

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152

OB0001JWOB*Db/36 x Torque

2000250030003500400045005000550060006500

2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000WOB*Db/36 (lb.in)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM=120

RPM =180

(a)

OB0001K (WOB*Db/36) x Torque

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM = 180RPM = 120

(b)

Figura A48: curvas T x WOB.Db/36 para ensaios OB0001J e OB0001K.

OB0002A WOB*Db/36 x Torque

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1000 2000 3000 4000 5000

WOB*Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

RPM=120

RPM =180

Figura A49: curvas T x WOB.Db/36 para o ensaio OB0002A.

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153

A.9. Curvas SE_Teale x ROP para Ensaios de Laboratório

OB0001ASE_Teale x ROP

40000

45000

50000

55000

60000

65000

70000

0 10 20 30 40 50 60

ROP (pés/hr)

SE

_Tea

le (

psi)

RPM=120

(a)

OB0001ISE_Teale x ROP

59000

60000

61000

62000

63000

64000

65000

66000

67000

68000

10 15 20 25 30 35

ROP (pés/hr)

SE

_T

(p

si)

(b)

Figura A50: SE_T x ROP para os ensaios OB0001A e OB0001I.

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154

OB0001BSE_Teale x ROP

30000

35000

40000

45000

50000

55000

60000

30 50 70 90 110 130 150 170 190

ROP (pés/hr)

SE

_T

(p

si)

RPM=120

RPM=180

(a)

OB0001FSE_T x ROP

30000

35000

40000

45000

50000

55000

60000

65000

70000

20 40 60 80 100 120 140 160 180

ROP (pés/hr)

SE

_T

(p

si) RPM=120

RPM=180

(b)

Figura A51: SE_T x ROP para os ensaios OB0001B e OB0001F.

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155

OB0001JSE_T x ROP

35000

45000

55000

65000

30 60 90 120 150 180ROP (pés/hr)

SE

_T (

psi)

RPM=120

RPM=180

(a)

OB0001KSE_T x ROP

30000

32000

34000

36000

38000

40000

42000

44000

46000

0 100 200 300

ROP (pés/hr)

SE

_T

(p

si)

RPM=120

RPM=180

(b)

Figura A52: SE_T x ROP para os ensaios OB0001J e OB0001K.

OB0002ASE_T x ROP

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

160000

180000

200000

0 50 100 150 200ROP (pés/hr)

SE

_T

(p

si)

RPM=120

RPM=180

Figura A53: curva SE_T x ROP para o ensaio OB0002A.

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156

A.10. Curvas SE x CCS para Trechos dos Poços

Figura A54: curva SE x CCS para os trechos do Poço 9.

Figura A55: curva SE x CCS para os trechos do Poço 8.

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157

Figura A56: curva SE x CCS para os trechos do Poço 7.

Figura A57: curva SE x CCS para os trechos do Poço 5.

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158

Figura A58: curva SE x CCS para os trechos do Poço 4.

A.11 Curvas T x WOB.Db/36 para trechos dos poços

(a)

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159

(b)

Figura A59: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 4.

(a)

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160

(b)

Figura A60: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 5.

WOB.Db/36 xTorque

y = 2.4133x

11500

12000

12500

13000

13500

14000

14500

5000 5200 5400 5600 5800 6000

WOB.Db/36 (lb.in)

To

rqu

e (l

b.p

és)

Halita, MW=11.68,Db=17.5" (4116-4179m)

(a)

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161

WOB.Db/36 x Torque

y = 1.872x

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

0 2000 4000 6000 8000

WOB.Db/36 (lb.in)

To

rqu

e (l

b.p

és)

Halita, MW=11.68,Db=17.5 (3684-3724)

(b)

Figura A61: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 7.

(WOB.Db/36) x Torque

y = 3.34x

0

5000

10000

15000

20000

25000

0 2000 4000 6000 8000

WOB.Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

entre 3737 e 3768

(a)

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162

(WOB.Db/36) x Torque

y = 2.4186x

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

WOB.Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (l

b.p

és)

(b)

Figura A62: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 8.

(WOB.Db/36) x Torque

y = 3.1502x

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

20000

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

WOB.Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és

)

entre 3300 e 3327

(a)

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163

(WOB.Db/36) x Torque

y = 1.6264x

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

WOB.Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (l

b.p

és)

entre 3808 e3838mLi ( t

(b)

Figura A63: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 9.

WOB.Db/36 x Torque

y = 0.9633x

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 2000 4000 6000

WOB.Db/36 (lb.pés)

To

rqu

e (

lb.p

és)

Série1

Linear (Série1)

(a)

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WOB.Db/36 x Torque

y = 1.0013x

7550

7600

7650

7700

7750

7800

7850

7900

7600 7650 7700 7750 7800 7850

WOB.Db/36 (lb.pés)

Tor

que

(lb.p

és)

Série1

Linear (Série1)

(b)

Figura A64: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 10.

(a)

(b)

Figura A65: curva T x WOB.Db/36 para os trechos do Poço 2.

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