Universidade Aberta do Brasil

Universidade Federal de Juiz de Fora

Curso de Pedagogia – UAB/UFJF

CARINE MACHADO MIRANDA

Memorial do Curso

Trabalho apresentado como

requisito parcial de avaliação da

disciplina Memorial do Curso ministrada

pela Profª. Drª. Léa Stahlschmidt Pinto

Silva para o 8º período de Pedagogia da

UAB/UFJF.

Tutora a distância: Michelle

de Souza Pereira Filgueiras.

Coromandel

2011

2

MINHAS MEMÓRIAS

Em se tratando de memórias, volto diretamente ao ano de 1998, pois, foi

quando realmente deu-se o início de minha jornada educacional. Comecei a trabalhar

com educação e senti o enorme desejo de ingressar numa faculdade e fazer o curso de

Pedagogia. Em 2007, quando veio para minha cidade a Universidade a Distância,

encontrei a oportunidade que esperava. A esperança tomou conta de todos os candidatos

e o meu sonho de poder cursá-la estava cada vez mais próximo. Não podia alimentar

grandes expectativas, pois a concorrência ia ser grande, porém o sonho e alegria de

quem sabe realizá-lo, falava cada vez mais alto. Então, lá estava eu, fazendo parte da

primeira turma de Pedagogia da Universidade Federal de Juiz de fora.

Para iniciar nossas atividades, uma grande viagem foi programada para

conhecer a cidade de Juiz de Fora e participar da tão esperada aula inaugural. Poucas

pessoas não puderam participar da visita à essa Universidade, foi incrível, uma emoção

muito grande participar dos eventos de abertura. A cidade parecia nos acolher de braços

abertos, os tutores, professores e coordenadores nos receberam com muito apreço e

simpatia.

O ônibus seguiu lotado de nossa cidade, com muito barulho causado pela

ansiedade das quase cinqüenta meninas. Passar aquelas doze horas e controlar a

expectativa, só mesmo assistindo a um filme. Levamos vários, cantamos embaladas

pelo som do violão de uma colega e colocamos a conversa em dia. O decorrer da

viagem foi bom, mas a chegada na pousada foi um momento tenso, um grande penhasco

a cercava e o motorista teve que ter muito cuidado ao passar. Porém, tudo acabou

transcorrendo dentro da normalidade.

A partir daí tudo foi novo e amedrontador. No lugar de uma sala de aula

existia uma tela de computador e milhões de coisas novas. Tive que vencer o desafio de

estudar de uma forma não convencional, utilizando todos os recursos oferecidos pela

tecnologia, e aprender a lidar com esses equipamentos. A plataforma Moodle, era como

um “bicho de sete cabeças”, mas com muita paciência e ajuda dos tutores presenciais e a

distância as coisas foram acontecendo naturalmente. Muita coisa foi sendo ajustada no

decorrer do curso, testes e modificações foram feitos para que o melhor acontecesse.

No ano de 2008, fui lecionar em uma escola da zona rural e tinha que morar

lá, pois não tinha como ir e vir todos os dias. Até nos finais de semana era difícil,

3

enfrentei nesse período muitas dificuldades, sem ter um computador e nem mesmo um

telefone. Ficava a maior parte do tempo incomunicável, pensei em desistir várias vezes,

mas não podia, iria me arrepender. Não se pode desistir dos sonhos no meio do

caminho, eu tinha que vencer as dificuldades e continuar a luta.

As disciplinas começaram a exigir mais habilidades e comprometimento, e

aos poucos todos os recursos oferecidos através da tecnologia foram se encaixando. A

variedade de recursos e ferramentas foi sendo construída de acordo com a necessidade

dos alunos, tudo foi feito para que o curso seguisse seu percurso normal e os alunos

tivessem o mesmo ensino de qualidade que é ministrado no curso presencial.

Quanto às disciplinas, todas contribuíram para o processo de formação que

está próximo, em especial, a disciplina de matemática que se tornou divertida e

prazerosa. Antes era uma disciplina temida, devido a forma como foi ensinada. Ensinar

matemática para as crianças através de jogos e brincadeiras contribuiu bastante para o

trabalho que é desenvolvido nas creches e escolas. Aprendi que é possível trabalhar com

a matemática de diversas formas sem que seja exaustivo para os alunos.

As disciplinas, ao começarem a ser trabalhadas pelos tutores, tiveram alguns

pontos que necessitaram serem amarrados. Surgiram muitas dúvidas, encontros,

desencontros, muita coisa boa aconteceu nesse momento, conteúdos foram sendo

aplicados e nós, as alunas, esclarecendo as dúvidas pouco a pouco.

Ao contrário de muitas colegas, o estágio supervisionado não me assustou

em nada, pois, já estava acostumada com uma sala de aula, muitas crianças por turma,

muita indisciplina, alunos com dificuldade de aprendizagem e só uma professora para

resolver todos aqueles problemas. Mas o contado com outras realidades escolares me

fez muito bem e aprendi muito. Sabemos que ser educador não é tarefa fácil, entrar em

uma sala de aula e alfabetizar crianças, buscar métodos que sejam eficazes, levar em

consideração a diversidade da turma sabendo que cada aluno tem um ritmo diferenciado

de aprendizagem, é um desafio.

Gosto muito da disciplina Arte e Educação, pois traz o ensino da arte de

uma maneira significativa, onde o aluno leva a arte para sua vida e é também levado por

ela. O que antes era apenas monumento, pintura, hoje é parte integrante da vida e nos

estudos, um simples rótulo evidencia essa arte que pode ser contextualizada e

interpretada de uma forma bem mais simples.

Começo a perceber que a construção de novos métodos vai acontecendo.

Grandes mudanças ocorridas durante todos esses anos de estudo e aprendizado me faz

4

ver o mundo de outra maneira. Entre as diversas aprendizagens realizadas no curso de

Pedagogia temos as vivências e experiências adquiridas na fase de alfabetização,

recordamos e entendemos a importância dos métodos de ensino utilizados. Essa

percepção de novos métodos educacionais mostra-nos as grandes mudanças ocorridas

durante todos esses anos de estudo e aprendizado. Tudo parece novo, e o “novo” muitas

vezes assusta!

As provas presenciais pareciam ser um “bicho de sete cabeças”, sentia-me

sozinha e desconsertada, mesmo estando rodeada por tantas pessoas. No princípio a

cada dois meses as provas aconteciam, era melhor porque não se acumulavam tantos

conteúdos. Depois mudaram as provas para o final de cada semestre, e isso fez com que

as dificuldades fossem maiores. Os conteúdos foram se tornando mais complexos, mais

atividades para ser resolvidas, estágio começando. Como se não bastasse tudo isso ainda

tinha que dar aulas em dois períodos, o que tornava tudo mais difícil.

As teorias do desenvolvimento foram norteando os estudos, entender como

a criança se desenvolve no aspecto sócio- interacionista foi muito interessante,

estávamos conhecendo a nós mesmos. Como o meio influencia nesse desenvolvimento,

o contexto, a cultura na qual cada ser está inserido, fez-me entender que ninguém se

desenvolve sozinho, existe uma motivação, ou seja, uma influência por parte do meio.

Aprender a trabalhar com um computador foi um grande desafio, todas

tiveram que aprender a lidar com os recursos implantados pela Universidade. Pedidos

de ajuda, a todo o momento, aos tutores presenciais e a distância! A cada tarefa feita,

um certo alívio tomava conta de nós, era como se estivéssemos concluído mais uma

etapa.

Quanto ao relacionamento pessoal entre as colegas, é o ponto que mais

deixa desejar, pois, quase não nos encontramos presencialmente, o bate papo acontece

na maioria das vezes virtualmente. Penso que somos a prova de uma experiência que

deu certo. Diariamente me recordo do tempo em que começamos o curso. O tempo

passou rápido, rápido demais...

Quando criança só pensava em ser professora, dava aulas para as bonecas e

até falava sozinha, lembro-me da minha primeira escola, da minha primeira professora,

da diretora, de tudo e acredito que tudo isso influenciou muito na minha escolha

profissional.

Cada ano que se inicia, cada nova sala de aula torna-se uma experiência

única, como se eu estivesse construindo uma nova história, conhecendo pessoas

5

diferentes, crianças inesquecíveis, sem falar na emoção de poder fazer alguma coisa por

esses seres tão surpreendentes.

O curso de Pedagogia me fez crescer muito como ser humano, como

profissional, percebi que por trás de cada aluno existe uma história, aprendi entrar na

sala de aula de forma diferente, mais sensata, aprendi a colocar em prática as teorias que

aprendemos no decorrer desses quatro anos, buscando uma educação de qualidade.

Sabemos que muitos fatores influenciaram isto, porém, com o tempo, iremos

aprendendo a driblar as dificuldades que vierem surgindo. Sinto-me neste momento

livre para voar em busca de novos caminhos cada vez mais inovadores. Com uma

grande esperança de conseguir fazer com que a educação ultrapasse os muros escolares

e se torne algo presente na vida de todos, sem distinção de raça, cor ou religião.

Todos os momentos vividos por mim sejam presenciais ou não, foram

únicos e mudaram a forma como eu via a educação, ensinaram-me a compreender que o

aluno tem seu valor e que nunca deve ser desvalorizado, que a sua sabedoria que é

adquirida dentro do meio cultural no qual está inserido desde o nascer.

Como pessoa, mãe e educadora pretendo estar a cada dia buscando novos

caminhos que possam me fazer crescer humana e profissionalmente, sempre visando a

qualidade da educação que proponho aos meus alunos.

Referência:

http://www.projetospedagogicosdinamicos.kit.net/index_arquivos/Page756.htm