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Page 1: Carga de DoenÇas

CARGA DE DOENÇAS

Prof. Marina Valadão

UNITAUDEPARTAMENTO DE MEDICINA

DISCIPLINA DE SAÚDE COLETIVA

TAUBATÉ2008

Page 2: Carga de DoenÇas

CARGA DE DOENÇAS

• Indicador : DALY

(Disability Adjusted Life Years - Anos de vida perdidos ajustados por incapacidade)

- combina informações de morbidade e mortalidade: tempo de vida e qualidade de vida

Page 3: Carga de DoenÇas

COMPOSIÇÃO DO DALY

• Mede-se- YLL -Years of Life Lost - Anos de vida perdidos por

morte prematura ou incapacidade- YLD - Years Lived with Disability - Anos de vida

vividos com incapacidade

• 1 Daly = 1 ano de vida sadia perdido

• Referência: esperança de vida (para cada idade exata – correspondente ao momento de ocorrência do agravo) conforme o padrão do Japão

Page 4: Carga de DoenÇas

Cálculos do DALY

• YLL + YLD para 113 doenças

• Grande Grupo I - Infecciosas e parasitárias, condições maternas, condições perinatais e deficiências nutricionais

• Grande Grupo II - Não-transmissíveis

• Grande Grupo III – Externas

Page 5: Carga de DoenÇas

Ponderações e ajustes

• criar escala de saúde associando pesos à mortalidade e às doenças e seqüelas (zero significa o estado de plena saúde e um é a morte)

• ponderar cada momento da vida onde a saúde não seja total para calcular a carga da incapacidade

• Nesse processo de “ ponderação da qualidade de vida ” é preciso utilizar “ pesos ” para quantificar a “ perda de saúde ”

• Critérios da OMS (pautados no valor das perdas e não no valor da vida, mas que são alvo de muitos questionamentos)

• Redistribuição dos códigos-lixo (ex: melena) e das causas mal definidas

• Correção de sub-registro

Page 6: Carga de DoenÇas

Estimação da Morbidade

• Para estimar o YLD dos agravos e condições incapacitantes, são utilizados vários parâmetros clínico-epidemiológicos. – Incidência– prevalência– letalidade– remissão– duração – proporção de casos tratados

Page 7: Carga de DoenÇas

Pesquisa no Brasil(dados de 1998)

• Objetivo: comparar o ranking do DALY com os rankings dos seus componentes de morbidade (YLD) e mortalidade (YLL)

Page 8: Carga de DoenÇas

% de óbitos por alguns grupos de causas

Brasil - 1998

• doenças do aparelho circulatório - 32,43

• causas externas - 14,88

• neoplasias - 14,01

• doenças infecciosas e parasitárias - 6,17

Page 9: Carga de DoenÇas

% DALY por alguns grupos de causas

Brasil - 1998

• doenças neuropsiquiátricas - 18,6%

• doenças cardiovasculares - 13,3%

• infecciosas e parasitárias - 9,2%

• doenças respiratórias crônicas - 8,1%

Page 10: Carga de DoenÇas

Resultados comparados (1)• doenças infecciosas e parasitárias

- DALY : 3ª posição - YLL: 4ª posição

- YLD: 4a posição

• doenças cardiovasculares - DALY : 2ª posição - YLL: 1ª posição- YLD: 9a posição

Page 11: Carga de DoenÇas

Resultados comparados (2)

• doenças neuropsiquiátricas – DALY: 1ª posição– YLL: 12ª posição– YLD: 1ª posição

• neoplasias – YLL: 2ª posição– YLD: 16ª posição

Page 12: Carga de DoenÇas

Resultados comparados (3)

• diabetes mellitus – DALY: 9ª posição– YLL: 5a posição– YLD: 10ª posição

• causas externas intencionais – DALY: 10ª posição– YLL: 6ª posição– YDL: 18ª. posição

Page 13: Carga de DoenÇas

Resultados comparados (4)

• doenças músculo-esqueléticas

– DALY: 8ª posição

– YLL: 17ª posição

– YLD: 3ª posição

Page 14: Carga de DoenÇas

Transição epidemiológica

• O processo engloba três mudanças básicas:– substituição das doenças transmissíveis por

doenças não-transmissíveis e causas externas– deslocamento da carga de morbi-mortalidade

dos grupos mais jovens para os mais idosos– transformação de uma situação em que

predomina a mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante

conceito mais amplo apresentado por Lerner (1973) como transição da saúde

Page 15: Carga de DoenÇas

Brasil

• Duplo perfil de morbi-mortalidade: Velhos e novos problemas em saúde coexistem, com predominância das doenças crônico-degenerativas, embora as doenças transmissíveis ainda desempenhem um papel importante

• A utilização do indicador DALY propicia a identificação de prioridades em função do perfil epidemiológico, facilitando a tomada de decisões e destinação adequada de recursos por parte dos gestores.

Page 16: Carga de DoenÇas

• contra-transição (doenças re-emergentes): o processo não se resolve de maneira clara, criando uma situação em que a morbi-mortalidade persiste elevada para ambos os padrões, caracterizando uma transição prolongada

• as situações epidemiológicas de diferentes regiões em um mesmo país tornam-se contrastantes (polarização epidemiológica ou

modelo polarizado prolongado (Frenk et al, 1991)

Page 17: Carga de DoenÇas

Críticas ao conceito de “transição”

• Heterogeneidade em seqüência, intensidade e velocidade dos padrões de saúde

• enfatizar a tecnologia médica como principal alternativa interveniente no curso da transição, desconsiderando o papel que as variáveis econômicas e sociais desempenham neste processo (Barreto & Carmo, 1995)

Page 18: Carga de DoenÇas

Vantagens do cálculo do DALY

• identificar prioridades em função do perfil epidemiológico

• gerar informações para o planejamento e a gestão

• facilitar a tomada de decisões sobre a destinação de recursos

• tornar essas decisões mais explícitas à sociedade

• subsidiar o estabelecimento de prioridades de investigação em saúde

Page 19: Carga de DoenÇas

Referências Bibliográficas

• Leite, I. Estudo sobre carga de doença no Brasil: estado atual e perspectivas . In: Porioridades de pesquisa em saúde. Ministério da Saúde. Decit 2006. Caderno 2 - Doenças negligenciadas. Disponível em: www.saude.gov.br

• Schramm, J.M.A. et al. Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil. Ciênc. saúde coletiva vol.9 no.4  Rio de Janeiro Oct./Dec. 2004