caravaggio

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Caravaggio Célia Morgado 1

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Page 1: Caravaggio

Caravaggio

Célia Morgado 1

Page 3: Caravaggio

David com a cabeça de Golias

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Page 4: Caravaggio

Ceia de Emaus

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Page 6: Caravaggio

Descanso no Deserto

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Page 9: Caravaggio

Flagelação de Cristo

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Page 14: Caravaggio

Michelangelo Merisi da Caravaggio (Caravaggio, 29

de setembro de 1571 – Port Ercole, comuna do Monte Argentario , 18 de julho de 1610) foi um pintor italiano que passou por Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal da sua família e foi escolhido como seu nome artístico.

Caravaggio

Célia Morgado 14

Page 15: Caravaggio

"Após vários anos de trabalho, Caravaggio andou de cidade em cidade e serviu

vários senhores importantes. Era um trabalhador incansável, porém orgulhoso, teimoso e sempre disposto a participar em discussões e a envolver-se em brigas, o que tornava difícil o convívio com ele". -Floris Claes van Dijk

Exceto nas suas primeiras obras, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos. No entanto, foram várias as vezes em que as suas pinturas feriam as suscetibilidades dos seus clientes. Nos seus quadros, em vez de adotar belas figuras etéreas, delicadas, para representar acontecimentos e personagens da Bíblia, preferia escolher por entre o povo modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras.

Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação. Utilizou como modelos figuras humanas, sem qualquer receio de representar o feio, a deformidade em cenas provocadoras, característica essa que distingue as suas obras. Tudo isso chocou os seus contemporâneos, pela rudez das suas pinturas. Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros surgiu o "Tenebrismo" , onde os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.

Introdução

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Page 16: Caravaggio

Durante a sua vida, Caravaggio era considerado enigmático, fascinante e perigoso. Nascido no Ducado de Milão, onde o seu pai, Fermo Merisi, era administrador e arquiteto-decorador do marquês de Caravaggio, Michelangelo Merisi surgiu na cena artística romana em 1600 e, desde então, nunca lhe faltaram comissões ou patronos. Porém lidou com o seu sucesso de maneira atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele, em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: "após uma quinzena de trabalho, ele irá vaguear por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em lutas ou discussões, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo." (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601. Porém lidou com o seu sucesso de maneira atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele, em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: "após uma quinzena de trabalho, ele irá vaguear por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em lutas ou discussões, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo." (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601). Considerado um boémio inconsequente, vivia com problemas com a polícia, sem dinheiro e procurava brigas nos pardieiros da cidade. Em 1606, matou um jovem durante uma briga e fugiu de Roma, com a cabeça a prémio. Passou por Nápoles, depois por Malta e pela Sicília, onde pintou telas de lirismo transfigurado, como: A ressurreição de Lázaro (Messina), na qual, sob o pavor de um imenso espaço vazio, um raio de luz rasante parece imobilizar o drama sagrado. Em Malta (1608) envolveu-se numa outra briga, noutra em Nápoles (1609), possivelmente um atentado premeditado contra a sua vida devido às suas ações, por inimigos nunca identificados. No ano seguinte, após uma carreira de pouco mais do que uma década, Caravaggio estava morto, aos 38 anos.

Caravaggio-Vida

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Page 17: Caravaggio

Caraggio tomava emprestada a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para retratar Maria e os apóstolos. A sua inspiração estava entre comerciantes, prostitutas, marinheiros, todo o tipo de pessoas que não eram de nobre estirpe e que tivessem grande expressão, como as suas obras retratam. Talvez tenha sido um dos primeiros artistas a saber conciliar a arte com o "ministério de Jesus", que teria acontecido entre pescadores, camponeses e prostitutas. O artista levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta resgatada morta do rio Tibre para pintar A Morte da Virgem. Esta foi uma das duas mais importantes características das suas pinturas: retratar o aspeto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum das ruas de Roma. Na "Flagelação de Cristo" compôs uma coreografia com contrastes de claro-escuro, onde Cristo se apresentava num movimento de total abandono, conseguindo uma composição de beleza carismática. Já em "São João Batista" demonstra um jovem de olhar provocador -julgava-se que esse modelo era um dos seus amantes

Caravaggio-Obra

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Page 18: Caravaggio

A outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros, ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro, e agrupar a cena em primeiro plano com focos intensos de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. O uso de sombra e luz é marcante nos seus quadros e atrai o observador para dentro da cena - como fica bem demonstrado na «ceia de Emaús». Os efeitos de iluminação que Caravaggio criou receberam um nome específico: tenebrismo. Na obra "David com a cabeça de Golias", uma cabeça decapitada, onde ele mesmo é o Golias, um sanguinário grotesco, um monstro. Na decapitação de João Batista, o mal era representado por outra pessoa. Aqui, é Caravaggio quem personifica a maldade. Na espada de David foi escrito Humilitas Occedit Superbiam ("A Humildade Conquista o Mundo"). Uma batalha que foi sempre travada dentro da própria cabeça de Caravaggio, entre os dois lados opostos do pintor retratado nessa fascinante obra.

Caravaggio-Obra

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Page 19: Caravaggio

No fim do Renascimento, os grandes mestres caminhavam para uma visão mais obscura e realista das escrituras sagradas, como se vê principalmente em A Conversão de São Paulo e no Martírio de São Pedro - frescos de Michelangelo Buonarroti, realizados na Cappella Paolina, no Palácio Vaticano. Caravaggio pintou versões próprias desses temas - A conversão de São Paulo, a caminho de Damasco e Crucificação de São Pedro- que ilustram bem como foi capaz de igualar, senão de superar seus mestres Caravaggio reagiu às convenções do maneirismo e opôs a elas uma pintura natural, direta, e até mesmo brutal, que pela sua franqueza renovou a natureza morta (Cesta de frutas - 1596), e as cenas profanas (Baco, 1593-1594)11 , bem como os temas religiosos (Descanso durante fuga para o Egito, 1594-1596). Os contrastes de forma e luz sublinham formas maciças que, na maior parte de suas obras, emergem vigorosamente de um fundo negro escuro com pouca profundidade como em temas quotidianos.

Caravaggio-Obra

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