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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E QUALIDADE DO CAPIM TAMANI EM SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL DRIELLI CÂNDIDA CAROLINO RODRIGUES Rondonópolis, MT 2018

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Page 1: CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E QUALIDADE DO CAPIM … · gramíneas e leguminosas têm o potencial de reduzir o custo com insumos, pela fixação biológica de nitrogênio (HENTZ

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E QUALIDADE DO CAPIM TAMANI EM SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA

BACHAREL EM ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

DRIELLI CÂNDIDA CAROLINO RODRIGUES

Rondonópolis, MT – 2018

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E QUALIDADE DO

CAPIM TAMANI EM SISTEMA INTEGRADO DE PRODUÇÃO

AGROPECUÁRIA

por

Drielli Cândida Carolino Rodrigues

Monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso como parte dos requisitos do Curso de Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental para

obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental.

Orientadora: Profª Dra. Francine Damian da Silva

Rondonópolis, Mato Grosso – Brasil

2018

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DEDICATÓRIA

A toda minha família, em especial, minha Avó (Mãe),

Valdete Ferreira da Silva (in memoriam),

A quem sempre me inspirou e incentivou,

como exemplo de caráter, honestidade,

amor, mãe e mulher, eternamente Gratidão!

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, acima de tudo, pelo fôlego de vida e por ter me dado saúde e força

para superar todas as dificuldades e inclusive as piores perdas.

Agradeço a toda minha família, em especial minha Avó Valdete Ferreira da

Silva, meu avô José Jacinto da Silva, minha mãe Deumazir Cândida da Silva, minha

tia Leidamar Cândida da Silva Ferrari e todos da minha família, pela incansável

paciência, por tornar tudo mais fácil, pelos puxões de orelha merecidos, por todo

amor, carinho, cumplicidade, por estarem sempre do meu lado e por sempre terem

contribuído e me permitido chegar até aqui, somente gratidão a todos.

A minha orientadora Francine Damian da Silva, por ter me permitido fazer

parte do projeto de pesquisa GPISI, desde o ano de 2016 e por me encorajar,

auxiliar e ensinar sempre durante a graduação e na vida.

Ao Professor Carlos Eduardo Cabral, a toda ajuda com os cálculos

estatísticos, correções e conselhos a mim dedicados que levarei para a vida.

Aos meus colegas da graduação, por sempre estarem presentes prestando

todo suporte necessário na colaboração para o bem dos estudos, que assim de

forma direta ou indiretamente, tanto em atividades curriculares quanto

extracurriculares.

Aos meus colegas do grupo GPISI por ajudar e colaborar sempre para o bem

das pesquisas, em especial a todos os meus amigos, Jackeline (Jackelinda), Ícaro

(Pezão), Juliana, Thiago, Gabriela, Evelyn, em especial a turma da forragicultura

Mariza, Vivian, Karoline e a todos que de uma forma ou outra contribuíram para a

conclusão deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“É preciso amor

Para poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrir

É preciso a chuva para florir’’...

Almir Sater (1992).

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RESUMO

O consórcio entre leguminosa e gramínea em SIPA, tem como intuito a recuperação de áreas degradadas, maior acúmulo de palhada, além de aumentar a fertilidade do solo e produção animal, pois a leguminosa é uma fixadora natural de nitrogênio e dentre outros fatores que diminuem meios que venham degradar o meio ao longo do tempo, resultando em melhorias ao SIPA. Objetivou-se avaliar a produção e qualidade do capim tamani cultivado solteiro e consorciado em sucessão a soja em sistema integrado de produção agropecuária em Mato Grosso. Os tratamentos são implantados após a colheita da soja, sendo os seguintes: Panicum maximum cv. BRS Tamani consorciado com feijão-caupi, P. maximum cv. BRS Tamani consorciado com feijão-guandú e P. maximum cv. BRS Tamani cultivado solteiro. O capim tamani solteiro apresentou maior massa de forragem em relação aos consórcios. O consórcio da gramínea com o feijão-caupi modificou as características morfológicas da gramínea. Houve melhoria da qualidade do pasto com a inclusão do feijão-caupi no consórcio. Palavras-chave: pasto safrinha; SIPA; qualidade.

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ABSTRACT

The consortium between legume and grass in SIPA, aims to recover degraded areas, greater accumulation of straw, besides increasing soil fertility and animal production, as the legume is a natural nitrogen fixer and among other factors that decrease means that degrade the medium over time, resulting in improvements to the SIPA. The objective of this study was to evaluate the production and quality of cultivated single and intercropped Tamani grass in succession to soybean in an integrated system of agricultural production in Mato Grosso. The treatments are implanted after the soybean harvest, being the following: Panicum maximum cv. BRS Tamani intercropped with cowpea, P. maximum cv. BRS Tamani intercropped with pigeon pea and P. maximum cv. BRS Tamani cultivated single. The single Tamani grass presented greater forage mass in relation to the consortia. The consortium of the grass with the cowpea modified the morphological characteristics of the grass. There was improvement of pasture quality with the inclusion of cowpea in the consortium. Keywords: pasture; SIPA; quality.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Produtividade total do pasto, porcentagem de leguminosa, lâmina

foliar, colmo+bainha e material morto da gramínea, em diferentes períodos de

avaliação, em sistema integrado de produção

agropecuária........................................................................................................... 26

TABELA 2. Composição bromatológica do pasto em diferentes períodos de

avaliação em sistema integrado de produção

agropecuária........................................................................................................... 27

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Distribuição das precipitações pluviométricas (mm) e de

temperaturas mínimas, médias e máximas (ºC), durante a condução do estudo

na área experimental..............................................................................................

19 FIGURA 2. Gramínea Tamani cultivada solteira (A) e consorciada com feijão-

caupi B)..................................................................................................................

20

FIGURA 3. Quadrado de ferro, de 0,25 m², para coleta de

pasto...................................................................................................................... 21

FIGURA 4. Separação morfológica da gramínea tamani: folha, colmo+bainha e

material morto........................................................................................................ 21

FIGURA 5. Medição de altura da gramínea

Tamani.................................................................................................................... 22

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

2. OBJETIVOS............................................................................................................. 14

2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 14

2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 14

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15

3.1 Sistemas integrados de produção agropecuária ............................................ 15

3.2 Consórcio forrageiro ......................................................................................... 16

3.3 Panicum maximum cv BRS Tamani ............................................................... 17

4 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23

6 CONCLUSÕES........................................................................................................ 28

7 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 29

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1. INTRODUÇÃO

No atual cenário produtivo, o Brasil tem se destacado quanto a produção

agrícola mundial, com aproximadamente 238 milhões de toneladas de grãos na

safra 17/18 (CONAB, 2018). O estado de Mato Grosso é o maior produtor nacional,

com aproximadamente 15,3 milhões de hectares semeados, sendo a cultura da soja

a principal delas, com 9,5 milhões de hectares e produção estimada em 32,3

milhões de toneladas na safra 17/18 (CONAB, 2018).

Apesar de toda essa produção, tecnologias e incentivos financeiros, este

atual sistema de manejo utilizado, ainda apresenta dificuldades de caráter

conservacionista. Como alternativa para diversificar este cenário de produção e ao

mesmo tempo sustentável, tem-se o Sistema Integrado de Produção Agropecuário

(SIPA), que consiste em um sistema produtivo de grãos, fibras, carne, leite, lã e

outros realizados na mesma área, em plantio simultâneo, sequencial ou rotacionado

(MACEDO, 2009). Através deste sistema, tem-se obtido melhorias nas

características físicas, químicas e biológicas do solo, principalmente quando aliado

ao plantio direto (PD) e técnicas de consorciação de espécies (VILELA, 2011).

Com intuito de melhorar os atributos do solo, o uso do SIPA é recomendado,

pois essa prática visa à recuperação de áreas degradadas, aumento de

produtividade da pastagem com a inserção da lavoura, aporte de fitomassa para a

cobertura do solo, produção de forragem durante a entressafra para a alimentação

animal, o que intensifica o sistema de forma associativa entre as culturas, com uso

do solo em atividades de lavoura e pecuária, assim reduzindo custos e gerando

lucros á propriedade.

Para aumentar a eficiência desse sistema na fase pecuária, o consórcio entre

gramíneas e leguminosas têm o potencial de reduzir o custo com insumos, pela

fixação biológica de nitrogênio (HENTZ et al., 2014), além de explorar diferentes

profundidades do perfil do solo, devido a raiz fasciculada da gramínea e pivotante da

leguminosa. Assim, proporciona a ciclagem de nutrientes e aumenta a produção

animal, pois o teor de proteína bruta do pasto também aumenta, em especial no

período da seca (PACIULLO et al., 2003; GAMA et al. 2013), que é uma limitação

para a pecuária mato-grossense.

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Neste contexto, tem se utilizado as gramíneas do gênero Panicum maximum,

como o capim tamani, onde consorciado com leguminosas, tem-se obtido um alto

valor nutritivo do pasto, melhorando sua qualidade, resultando em maior ganho de

peso dos animais em SIPA, além da economia nos gastos com adubação

nitrogenada.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar a massa de forragem e qualidade do capim tamani cultivado solteiro e

consorciado em sucessão a soja em sistema integrado de produção agropecuária

em Mato Grosso.

2.2 Objetivos específicos

- Determinar a massa de forragem do pasto;

- Realizar a caracterização morfológica da gramínea: separação da lâmina foliar,

colmo+bainha e do material morto da forrageira;

- Determinar o valor nutritivo do pasto;

- Determinar a altura do capim tamani.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Sistemas integrados de produção agropecuária

Os SIPA são definidos como sistemas mistos de exploração agrícola e

pecuária, otimizando a produção e a renda da propriedade rural. Segundo Balbino et

al. (2011) este sistema consiste em quatro modalidades: 1) Integração Lavoura-

Pecuária (ILP) ou agropastoril, que integra os componentes agrícola e pecuário em

rotação, consórcio ou sucessão na mesma área; 2) Integração Lavoura-Pecuária-

Floresta (ILPF) ou Agrossilvipastoril, que integra os componentes agrícola, pecuário

e florestal, em consórcio; 3) Integração Pecuária-Floresta (IPF) ou Silvipastoril, que

integra os componentes pecuário e florestal; e 4) Integração Lavoura-Floresta (ILF)

ou Silviagrícola, que integra os componentes agrícola e florestal em rotação,

consórcio ou sucessão, na mesma área.

Dentre esses sistemas, alguns são adotados de acordo com o perfil e

objetivos da propriedade, assim, três modalidades de integração se destacam:

propriedades de pecuária, em que se utilizam as culturas de grãos consorciadas,

para recuperação e a produtividade dos pastos; propriedades produtoras de grãos,

com o uso de gramíneas forrageiras para beneficiar a superfície do solo em plantio

direto (PD), na entressafra, com o uso da forragem, para alimentação dos bovinos

(“pasto safrinha”); e por fim, propriedades que adotam a rotação de pasto e lavoura

para impulsionar o uso da terra e favorecer o sinergismo entre as duas atividades

(VILELA et al., 2011).

Diante disso, quando as lavouras são implantadas sobre pastagem, a

cobertura do solo com palhada impede as perdas de água do solo e promove o

maior armazenamento de água no mesmo. O SIPA-PD favorece a decomposição

das raízes das gramíneas, o que gera melhoria na estrutura do solo, assim

possibilita o maior aprofundamento das raízes para suprir a demanda de água e

nutrientes (EMBRAPA, 2018).

Ainda, convém lembrar, que o SIPA-PD é imprescindível para a melhor

utilização da água da chuva, pois a gramínea associada com a leguminosa, produz

uma alta quantidade de palhada, em torno de 20 Mg ha-1 (CRUSCIOL et al., 2012).

Assim, terá um sucesso da agricultura na área, com um maior acúmulo de palhada e

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com isso maior intensidade de atividade microbiana, pois estes sistemas de

produção diversificados são mais estáveis, por dificultar a multiplicação excessiva de

pragas ou doenças, desta forma gerando o aumento de produção (MOTA, 2013).

Além de ser uma alternativa eficiente na recuperação de pastagens

degradadas, o SIPA-PD traz melhorias nas propriedades físicas, químicas e

biológicas do solo, no uso eficiente de fertilizantes, diminuição de plantas invasoras

pela maior cobertura do solo, diversificação das atividades, menor emissão de gases

poluentes, o que permite maior estabilidade econômica, além dos inúmeros

benefícios ao meio ambiente (SALTON, 2015).

3.2 Consórcio forrageiro

Os consórcios forrageiros, entre gramíneas e leguminosas, favorecem a

produtividade animal, pois as leguminosas apresentam, em geral, maior valor

nutritivo em relação às gramíneas durante o período da seca, onde estas se tornam

menos disponíveis (PEREIRA, 2002). Assim, no SIPA-PD as leguminosas

desempenham papel fundamental diante da rápida decomposição de seus resíduos,

tendo seus nutrientes disponibilizados para as culturas sucessoras, enquanto que a

gramínea proporciona longevidade à cobertura do solo, devido à sua alta relação

C/N (PORTES; CARVALHO e KLUTHCOUSKI, 2003).

O uso de leguminosas forrageiras promove vários benefícios aos

componentes do sistema-solo-planta-animal (PEOPLES & CRASWELL, 1992),

devido à capacidade das leguminosas realizarem fixação biológica do nitrogênio

(FBN), ou seja, formando associações simbióticas com bactérias fixadoras de N, em

especial, as do gênero Rhizobium (CARVALHO, 1986). Neste sentido, a

consorciação com leguminosas em pastagens é uma estratégia de aumentar o

aporte de N no solo (SIMIONI et al., 2014). Conforme Barcellos et al. (2008), quando

consorciada, as leguminosas fixam pelo menos 80% do N requerido para sua

sobrevivência. Logo, em condições mínimas de atividade, a quantidade de N fixado

não é disponibilizado para a planta, no entanto, o animal é beneficiado ao ingeri-la.

Maiores níveis de proteína bruta e de digestibilidade são os atributos mais

marcantes nas leguminosas, pois realizam a FBN (PEREIRA, 2002). Esta

quantidade de N fixado varia conforme as espécies e as condições do ambiente,

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acidez do solo, salinidade, deficiências ou excesso de minerais, estresse hídrico,

variações na temperatura, pragas e doenças (RAMOS et al., 2004).

O uso de leguminosas em pastagens vem para suprir os níveis de N do

sistema, que ao longo dos anos, torna-se insuficiente para o desenvolvimento

satisfatório das gramíneas, logo, o consórcio é uma forma de aumentar o aporte de

N no sistema, de uma maneira econômica, assim reduzindo gastos com insumos

(SIMIONI et al., 2014).

O consórcio entre duas espécies pode ser uma alternativa interessante para o

SIPA-PD, pois se tem a capacidade de fornecer N ao sistema, além de incrementar

a fitomassa para cobertura do solo, diminuindo gastos com insumos e agregando

valor nutricional ao solo e animal (PERIN et al., 2004).

3.3 Panicum maximum cv BRS Tamani

Uma opção para consórcio são as gramíneas do gênero Panicum,

conhecidas mundialmente por seu alto valor nutritivo, qualidade e adaptação a

diferentes condições climáticas. Este gênero de forrageira tropical possui abundante

produção de folhas longas, porte alto e excelente aceitabilidade pelos animais

ruminantes (JANK, 1995).

O P. maximum é uma espécie originária da África tropical, encontrada como

planta nativa em margens florestais, áreas recém-desmatadas e sob sombra rala de

árvores. Considerada uma planta pioneira por apresentar um conjunto de atributos

que favorecem o rápido estabelecimento, cuja cobertura vegetal original sofreu

algum tipo de distúrbio, como queimadas e aplicação de herbicida, dentre outros

(DIAS FILHO, 1995). Foi introduzido no Brasil no século XVIII por meio dos

escravos, sendo utilizado como cama nas embarcações. Adaptou-se bem as

condições edafoclimáticas brasileiras, sendo assim, ocupou vastas áreas de clima

tropical e subtropical como Bahia, São Paulo e Minas Gerais (HERLING et al.,

2001).

No entanto, apesar de todas as qualidades desta forrageira, esta pode

apresentar algumas limitações e dificuldades para serem manejadas sob lotação

contínua (CAVALLI, 2016). Neste princípio, a Embrapa lançou em 2015 o primeiro

híbrido de Panicum maximum cv. BRS Tamani (capim-tamani), resultado do

cruzamento entre a planta sexual S12 e o acesso apomítico T60 (BRA-007234),

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realizado na Embrapa Gado de Corte em 1992, com apoio da UNIPASTO

(Associação para Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras).

Este capim apresenta como características o porte baixo, com alta produção

de folhas de alto valor nutritivo (elevados teores de proteína bruta e digestibilidade),

vigor e resistente às cigarrinhas das pastagens. Sua elevada qualidade e adaptação

faz com que seja indicada para engorda de bovinos, além de ser uma opção para

diversificação de pastagens em solos bem drenados. Já em áreas sujeitas a

alagamentos, mesmo que temporários, o capim Tamani apresentou baixa tolerância

ao encharcamento do solo. Porém, em condições de baixas temperaturas, o Tamani

apresenta maior persistência, quando comparado aos capins Massai, Tanzânia e

Mombaça (EMBRAPA, 2018).

Sendo assim, quando se trata de novos cultivares, especialmente os de

Panicum maximum, encontrar a melhor estratégia de manejo do pastejo, significa

otimizar a utilização destas forrageiras. Assim, essa cultura deve seguir o adequado

manejo do pastejo, pois os consórcios proporcionam inúmeros benefícios, tanto para

a pecuária como para agricultura, o que intensifica a sustentabilidade em SIPA-PD.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Federal de

Mato Grosso, localizada na fazenda Gravataí, no município de Itiquira – MT (17º 12’

32” S e 54º 09’ 01” W; 522 metros de altitude), em um solo classificado como

Latossolo Vermelho distrófico de textura argilosa. O clima predominante na região é

o inverno seco e verão chuvoso, classificado conforme Köppen em Aw (SOUZA et

al., 2013). A Figura 1, apresenta os dados do período experimental de precipitação

(mm) e de temperatura mínima, média e máxima, coletados de um pluviômetro

instalado no experimento e da Estação Meteorológica automática (INMET) do

município de Itiquira-MT.

Figura 1. Distribuição das precipitações pluviométricas (mm) e de temperaturas mínimas, médias e

máximas (ºC), durante a condução do estudo na área experimental.

A área do estudo é manejada em sistema de integração lavoura-pecuária

(SIPA), desde 2014 com a semeadura da soja no verão e durante o outono/inverno é

realizada à semeadura da gramínea e/ou leguminosa. O experimento possui uma

área total de 30 ha, sendo cada tratamento com aproximadamente 3,33 ha. O

delineamento experimental é em blocos casualizados com 3 repetições, com

esquema de parcela subdividida no tempo.

Os tratamentos foram divididos da seguinte forma:

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T1 – Panicum maximum cv. BRS Tamani consorciado com feijão-caupi (Vigna

unguiculata cv. BRS Tumucumaque);

T2 – Panicum maximum cv. BRS Tamani consorciado com feijão-guandu

(Cajanus cajan cv. BRS Mandarim);

T3 – Panicum maximum cv. BRS Tamani solteiro;

Em 2015, 2016 e 2017 a gramínea foi semeada a lanço (6 kg ha-1) e as

leguminosas em linha (0,45 m entre linhas). A adubação da pastagem não foi

realizada, sendo aproveitado somente o residual da cultura da soja. Os animais

iniciam o pastejo na área no início de maio, sendo retirados aproximadamente após

90 dias da pastagem. A semeadura da soja (Glycine max) ocorre em outubro,

utilizando a cultivar TMG 1174 RR com espaçamento de 0,45 cm e a colheita

realizada no mês de fevereiro.

Em 2017, ano da avaliação, a gramínea e as leguminosas foram semeadas

no dia 11 de março (Figura 2). Os animais entraram no sistema quando a gramínea

alcançou 0,80 m de altura, no dia 10 de maio de 2017. Foram utilizadas fêmeas da

raça Nelore, com peso médio inicial de 230 Kg e carga animal de aproximadamente

700 kg PV ha-1. Os animais foram retirados da área experimental e pesados em 24

de julho de 2017, com aproximadamente 90 dias.

Figura 2. Gramínea Tamani cultivada solteira (A) e consorciada com feijão-caupi (B), em 04/05/2017.

Itiquira-MT.

As avaliações realizadas no experimento foram: matéria seca da forragem

(MS); separação botânica (leguminosa e gramínea), separação morfológica

(porcentagem de lâmina foliar, colmo+bainha e material morto), proteína bruta (PB),

fibra em detergente neutro (FDN) e altura da gramínea.

A B

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21

As amostras do pasto foram coletadas rente ao solo, segundo metodologia

proposta por Crusciol et al. (2005), com o auxílio de um quadrado de aço com 0,25

m² de área interna (Figura 3), sendo realizadas 3 amostragens por parcela

experimental, nos dias 04/05, 10/06 e 15/07/2017.

Figura 3. Quadrado de ferro, de 0,25 m², para coleta de pasto.

As amostras foram identificadas e encaminhadas para o Laboratório de

Bromatológia do curso de Zootecnia da UFMT, onde houve a separação da lâmina

foliar, colmo+bainha e do material morto (Figura 4). Após foi realizada a pesagem

das frações para análise da relação lâmina/colmo, logo depois houve a secagem das

mesmas à 65ºC, por um período de 72 horas, em estufa com circulação forçada de

ar. Em seguida, as amostras foram moídas em moinho tipo Wiley com peneira de 1

mm e acondicionadas no referido laboratório.

Figura 4. Separação morfológica da gramínea tamani: folha, colmo+bainha e material morto.

Para a determinação do valor nutritivo, as amostras moídas foram

encaminhadas para o Laboratório de Análises Agronômicas (TECSOLO), avaliando

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os teores de PB e FDN. As avaliações da altura das gramíneas foram realizadas por

meio de uma régua graduada, em todas as coletas (Figura 5).

Figura 5. Medição de altura da gramínea com régua graduada, em 04/05/2017.

Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias quando

significativas comparadas pelo teste de Scott-Knott (p<0,05), utilizando o software

SISVAR (versão 5.6).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve interação entre as épocas de coleta do pasto e os tratamentos

(p>0,05) para massa de forragem (kg ha-1 MS). Observou-se que o capim tamani

cultivado solteiro apresentou maior massa de forragem em relação aos consórcios,

devido à competição que há entre gramínea e leguminosa (Tabela 1). Esse

comportamento demonstra que as leguminosas interferiram negativamente sobre o

desenvolvimento da gramínea. Dessa forma, no cultivo consorciado, as espécies,

normalmente, diferem em altura e em distribuição das folhas no espaço, dentre

outras características morfológicas, que podem levar as plantas a competir por

energia luminosa, água e nutrientes (MACIEL et al., 2004). O agravante na

competição está nas características morfológicas do capim tamani, que é de porte

baixo e as lâminas foliares estreitas, o que torna esta gramínea pouco competitiva.

Observou-se que no mês de julho, após o período de pastejo, que a massa de

forragem residual média (1,6 t MS ha-1) foi menor que o preconizado em sistema de

plantio direto, de no mínimo 6 t MS ha-1. Capins do gênero Panicum são pouco

produtivos no período seco, conforme Gerdes et al. (2000).

Houve interação entre as épocas de coleta do pasto e os tratamentos

(p<0,05) para altura (cm). A altura inicial da gramínea solteira foi menor que os

demais tratamentos (Tabela 1), pois não há competição com as leguminosas,

fazendo com que seu desenvolvimento não seja acelerado, como nos consórcios.

Ao longo do período de pastejo e devido ao déficit hídrico do período (Figura 1), as

alturas de manejo do pasto diminuíram, sendo que em julho, a gramínea encontrava-

se com altura média de 24 cm, o que é justificado pelo consumo das novilhas e pela

taxa de crescimento restrita.

Houve interação entre as épocas de coleta do pasto e os tratamentos

(p<0,05) quanto à porcentagem de leguminosa nos consórcios. Em maio, houve

maior porcentagem de feijão-caupi (Tabela 1), o que demonstra estabelecimento

inicial mais rápido dessa leguminosa em relação ao feijão-guandu. Por outro lado,

em junho, não houve diferença entre as leguminosas, o que demonstra que mesmo

mais tardio, o feijão-guandu se estabeleceu no consórcio. Observou-se, desta forma,

que os animais tiveram preferência inicial pela gramínea nos consórcios, já que a

mesma possui alto valor nutritivo e aceitabilidade. Em julho, final do ciclo de pastejo,

observou-se baixa participação de ambas as leguminosas no sistema, porém por

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motivos distintos: o feijão-caupi pelo elevado consumo dos animais e o feijão-

guandu, pelo baixo consumo, pois a planta atingiu porte arbustivo, com até 1,5 m de

altura, o que dificultou a coleta pelo método utilizado. O baixo consumo do feijão-

guandu ocorre por um acúmulo de taninos, podendo acarretar na morte de bactérias

metanogênicas no rúmen, que atua na digestão de celulose, sendo assim repelido

pelos bovinos presentes no experimento (CÓRDÃO et al., 2010).

Quanto à porcentagem de lâminas foliares, houve interação entre as épocas

de coleta do pasto e os tratamentos (p<0,05). A inserção do feijão-caupi no sistema

modificou as características morfológicas do capim tamani em maio (Tabela 1), pois

houve maior desenvolvimento das lâminas foliares da gramínea, devido à

competição por luz com a leguminosa, que teve seu desenvolvimento inicial

acelerado, consequentemente resultou também em maior altura da gramínea. Já a

gramínea cultivada solteira e em consórcio com o feijão-guandu teve comportamento

semelhante, pois o desenvolvimento do guandu foi mais lento que o caupi, não

competindo com a gramínea. Comparando os tratamentos, após a entrada dos

animais, a % de lâmina foliar igualou-se em todos os tratamentos (junho e julho),

devido ao pastejo animal. Comparando as médias dos períodos, à medida que

ocorreu o amadurecimento da gramínea (julho), associado ao pastejo e déficit

hídrico (Figura 1), a % de lâmina foliar da gramínea reduziu aproximadamente 66%

em relação ao mês de maio.

Com relação à porcentagem de colmo+bainha não houve interação entre os

períodos de coleta e os tratamentos, nem efeito isolado dos fatores (p>0,05). Essa é

uma característica morfológica do híbrido tamani, que possui apresentou uma

constante % de colmo+bainha ao longo do ciclo de pastejo.

Para a % de material morto houve efeito isolado do tempo (p<0,05), sendo

crescente ao longo do tempo (Tabela 1), pois os capins desse gênero tem baixa

tolerância ao déficit hídrico, o que justifica o elevado incremento em material morto.

Houve interação entre as épocas de coleta do pasto e os tratamentos

(p>0,05), quanto FDN. Em relação ao valor nutritivo dos tratamentos (Tabela 2), o

teor de FDN foi menor nos primeiros 60 dias de estabelecimento do pasto, e logo

após este teor foi se elevando, visto que maiores valores não favorecem a digestão

do pasto pelo animal. Altos teores indicam baixa qualidade da pastagem, o que

acarreta um menor consumo, sendo esse índice considerado um fator limitante de

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pastejo (VAN SOEST, 1994). Este fato ocorreu devido ao amadurecimento da planta

e o déficit hídrico severo (Figura 1).

Para a PB houve influência isolada de cada fator (p<0,05; Tabela 2).

Observou-se um incremento de PB no consórcio da gramínea com o feijão-caupi,

sendo um comportamento esperado devido às leguminosas aportarem N ao sistema.

Somente o feijão-caupi apresentou 19% de PB no mês de maio, incrementando

assim a qualidade do consórcio, já que somente a gramínea apresentou 17,46%,

15,1% e 14,16% de PB para os tratamentos com caupi, guandu e solteiro.

Com relação a PB entre as épocas de avaliação, o mês de maio apresentou

valores superiores aos demais meses. Segundo Euclides et al. (2009), essa

diminuição no decorrer dos meses, está relacionado com a alteração de estrutura da

forragem ao passar dos dias de pastejo, apresentando maior maturação do pasto,

pela ação de desfolha das gramíneas e período de estiagem prolongado (Figura 1).

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Tabela 1. Massa de forragem do pasto, altura da gramínea, porcentagem de leguminosa,

lâmina foliar, colmo+bainha e material morto da gramínea, em diferentes períodos de

avaliação, em sistema integrado de produção agropecuária.

Tratamento Período Média

Maio Junho Julho

Massa de forragem (MS Kg ha-1

) Solteiro 3293 3251 2174 2906 a Caupi 1730 3137 1410 2093 b Guandu 1976 2791 1250 2006 b Média 2333 B 3060 A 1612 C CV 1 (%) 10,17 CV 2 (%) 22,17

Altura gramínea (cm) Solteiro 38 cB 61aA 28 aC 43 Caupi 58 aA 40 cB 21 bC 40 Guandu 46 bA 49 bA 23 bB 39 Média 48 50 24 CV 1 (%) 5,59 CV 2 (%) 14,61

Leguminosa (%) Solteiro 0 bA 0 bA 0 aA 0 Caupi 14 aB 39 aA 0,01 aC 18 Guandu 5 bB 30 aA 1 aB 12 Média 6 23 0 CV 1 (%) 67,21 CV 2 (%) 57,73

Lâmina foliar gramínea (%) Solteiro 54 bA 41 aB 24 aC 39 Caupi 72 aA 29 aB 22 aB 41 Guandu 60 bA 30 aB 17 aC 36 Média 62 33 21 CV 1 (%) 18,48 CV 2 (%) 17,29

Colmo+bainha gramínea (%) Solteiro 28 38 25 30 Caupi 21 36 17 25 Guandu 28 27 40 33 Média 26 34 27 CV 1 (%) 41,00 CV 2 (%) 35,33

Material Morto (%) Solteiro 18 35 61 35 Caupi 8 43 43 33 Guandu 12 21 51 30 Média 13 C 33 B 52 A CV 1 (%) 20,02 CV 2 (%) 37,38

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro.

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Tabela 2. Valor nutritivo do pasto em diferentes períodos de avaliação em sistema integrado

de produção agropecuária.

Tratamento Período Média

Maio Junho Julho

FDN (%) Solteiro 68 aA 72 aA 70 bA 70 Caupi 67 aB 64 bB 71 bA 68 Guandu 66 aB 70 aB 76 aA 71 Média 67 69 73 CV 1 (%) 3,29 CV 2 (%) 3,90

PB (%) Solteiro 14 8 6 9 b Caupi 18 11 8 12 a Guandu 16 11 6 11 b Média 16 A 10 B 7 C CV 1 (%) 3,48 CV 2 (%) 6,25

Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro.

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6 CONCLUSÕES

1. O capim tamani solteiro apresentou maior massa de forragem em relação aos

consórcios.

2. O consórcio da gramínea com o feijão-caupi modificou as características

morfológicas da gramínea.

3. Houve melhoria da qualidade do pasto com a inclusão do feijão-caupi no

consórcio.

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APÊNDICES

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