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1 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES VÂNIA APARECIDA GONÇALVES Caracterização da comunidade bacteriana do solo da Mata Atlântica produtora de substâncias de interesse biotecnológico Mogi das Cruzes, SP 2006

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

VÂNIA APARECIDA GONÇALVES

Caracterização da comunidade bacteriana do solo da Mata

Atlântica produtora de substâncias de interesse

biotecnológico

Mogi das Cruzes, SP

2006

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

VÂNIA APARECIDA GONÇALVES

Caracterização da comunidade bacteriana do solo da Mata

Atlântica produtora de substâncias de interesse

biotecnológico

Dissertação apresentada à Universidade

de Mogi das Cruzes para obtenção do

Título de Mestre em Biotecnologia. Área

de concentração: Ciências Biológicas

Orientador: Prof. Dr. Welington Luiz Araújo

Mogi das Cruzes, SP

2006

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por possibilitar finalizar mais essa etapa de minha vida;

À minha mãe (em memória) que me ensinou a importância do estudo;

A SEESP, pela bolsa e apoio financeiro para o desenvolvimento da pesquisa;

À Universidade de Mogi das Cruzes pela oportunidade;

Professor Doutor João Lúcio de Azevedo pelo apoio, carinho com que me recebeu;

Ao Professor Welington Luiz Araújo pela orientação e por sua contribuição na

transmissão de conhecimento;

À minha família, pela paciência e carinho, em especial minha filha Indiane pelo apoio

durante esses dois anos;

Ao NIB/UMC principalmente aos Professores, José L. C. Wolff, Elisa Espósito e

Alexandre Wagner Silva Hilsdorf por disponibilizar o laboratório, para o

desenvolvimento de parte deste projeto;

À Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo por

disponibilizar o laboratório, e pelo carinho com que me receberam;

Aos amigos do Laboratório de Genética de Microrganismo Prof. João Lúcio de

Azevedo do Departamento de Genética da ESALQ-USP, José Antônio, Maria

Carolina, Joelma Marcon e principalmente ao Fernando Dini Andreote, pelo

auxílio nos momentos de necessidade;

A Prefeitura de Mogi das Cruzes por ter autorizado as coletas no Parque Natural da

Serra do Itapety;

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A Adriana de Oliveira Andrade e Claudia Machado, pelo apoio e pela ajuda nas

coletas;

A Maria Cecília Brandt, pela amizade e ajuda em todas as horas que precisei;

A secretária Neilce Ribeiro Prado, por estar sempre disposta a ajudar;

Ao engenheiro do DAEE, José Carlos Miya, pelos dados pluviométricos;

Ao pessoal do NIB, CIIB, pela ajuda e companheirismo e a todos os colegas do

curso de pós-graduação de Biotecnologia.

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Agradecimento especial

Ao meu orientador, Professor Doutor Welington Luiz de Araújo

A quem admiro pela competência profissional e

com quem muito aprendi nesses dois anos de orientação.

Agradeço pela amizade e

pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

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“Aprender é a única coisa que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se

arrepende”

(Leonardo da Vinci)

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RESUMO

A diversidade genética e metabólica dos microrganismos tem sido explorada há muitos anos visando à obtenção de produtos biotecnológicos, porém poucos trabalhos foram realizados para o conhecimento da biodiversidade microbiana do solo da Mata Atlântica. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo isolar e identificar bactérias do solo da Mata Atlântica e avaliar a capacidade destas bactérias em produzir substâncias de interesse biotecnológico, como enzimas (amilases e pectinases) e compostos antagônicos aos fungos fitopatogênicos Fusarium oxysporum e Alternaria alternata, bem como bactérias solubilizadoras de fosfato. A área de estudo está localizada Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP). Foram coletadas amostras em 4 pontos, durante três épocas do ano. Os resultados obtidos das três coletas demonstram que a comunidade bacteriana cultivada é formada por Arthrobacter nicotinovorans, Bacillus circulans, B. mycoides, B. niacini, Burkholderia cepacia, Cupriavidus basilensis, Dyella koreensis, Enterobacter sp., Flexibacter sp., Microbacterium oleivorans, M. imperiale, Micrococcus luteus, Naxibacter alkalitolerans, Nocardia inohanensis, N. niigatensis, Oxalobacter sp., Beta e gama Proteobacterium, Pseudoxanthomonas sp., Streptomyces morabilis , S. purpureus, S. thermocoerulescens, Variovorax ginsengisoli. Foi observado também que a densidade bacteriana se manteve estável, indicando que existe uma homogeneidade nas áreas amostradas. Por meio da análise genética pelo ARDRA foram observados 19 haplótipos, os quais apresentaram diferença na freqüência de isolamento nas três épocas amostradas, sugerindo uma variação sazonal nas espécies e conseqüentemente de seu papel no ecossistema. Neste contexto, foi verificado que a freqüência de isolados produtores da enzima amilase foi diferente nas épocas amostradas. Em relação à freqüência de bactérias capazes de inibir o crescimento de fungos fitopatogênicos, foi observado que um aumento na segunda e terceira coleta e embora, bactérias antagonistas a A. alternata foram observadas nas três coletas, somente na última coleta foi observado que 2% dos isolados inibiram o fungo F. oxysporum. Os resultados apresentados no presente trabalho permitem uma primeira prospecção da diversidade bacteriana do solo da Serra do Itapety. Palavra-chave: bactéria, serrapilheira, enzimas, antagonismo, fosfato

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ABSTRACT

The genetic and metabolic microbial diversity have been exploited for a long time trying to find biotechnological products. However, few studies have been carried out to understand the microbial diversity in Brazilian Atlantic Forest. Therefore, the aims of this work were to isolate and identify soil bacteria from a Atlantic Forest and evaluate the ability of these bacteria to produce biotechnological compounds, such as enzymes (amilases and pectinases) and antagonism against phytopatogenic fungi Fusarium oxysporum and Alternaria alternata, as well as bacteria able to solubilize phosphate. Soil from four sites in Itapety Park (Mogi das Cruzes, SP) was sampled three times. The results showed that the density of culturable bacterial community was stable along the sampling time and the species include Arthrobacter nicotinovorans, Bacillus circulans, B. mycoides, B. niacini, Burkholderia cepacia, Cupriavidus basilensis, Dyella koreensis, Enterobacter sp., Flexibacter sp., Microbacterium oleivorans, M. imperiale, Micrococcus luteus, Naxibacter alkalitolerans, Nocardia inohanensis, N. Niigatensis, Oxalobacter sp., Pseudoxanthomonas sp., Streptomyces morabilis, S. purpureus, S. thermocoerulescens, Variovorax ginsengisoli. The analysis by ARDRA technique showed at least 19 haplotypes, which had different frequency between sampling times, suggesting a season variation and consequently in the role of these community in the environment. Also, it was observed that the frequency of able to produce amilases shifted during the sampling times. Similar result was observed for antagonist bacteria against the phytopathogenic fungi, since that the frequency of these antagonistic bacteria were higher in second and third samples and although bacteria able to inhibit A. alternata had been observed in all samples, only in the third sampling it was observed isolates able to inhibit F. oxysporum. These results allow a first characterization of the bacterial diversity of Itapety Park soil. Key words: bacteria, leaf liter, enzymes, antagonisms, phosphate.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Isolados bacterianos com seus respectivos haplótipos, e

identificação de suas espécies e sua função fisiológica ......................41

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1. Densidade bacteriana dos 4 locais amostrados do solo da Serra

do Itapety (Mogi das Cruzes, SP). As coletas foram realizadas

em 4 locais e com pelo menos 4 repetições. Barras indicam o

desvio padrão da média .........................................................................37

Figura 2. Densidade bacteriana em 3 épocas de amostragem: época

1(11/2004), época 2 (03/2005), época 3 (08/2005); de solo da

Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP). Barras indicam o

desvio padrão da média .........................................................................38

Figura 3. Freqüência dos resultados referente à densidade bacteriana,

Época x Local. Época 1 (11/2004), época 2 (03/2005), época 3

(08/2005); do solo da Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP).

As coletas foram realizadas em 4 locais e com pelo menos 4

repetições. Barras indicam o desvio padrão da média..............................39

Figura 4. Freqüência dos haplótipos na comunidade bacteriana do solo da

Serra do Itapety. Foram realizadas 3 coletas. Os haplótipos

foram obtidos pela técnica de ARDRA com a enzima de

restrição HhaI.................................................................................................. .39

Figura 5. Freqüência dos haplótipos na comunidade bacteriana do solo da

Serra do Itapety em e épocas de amostragem. Coleta 1

(11/2004), Coleta 2 (03/2005) e Coleta 3 (08/2005). Os

haplótipos forma obtidos pela técnica de ARDRA com a enzima

de restrição HhaI. ...........................................................................................40

Figura 6. Dendrograma mostrando a relação filogenética dos isolados

bacterianos obtidos do solo da Serra do Itapety. A árvore foi

construída pelo método do vizinho mais próximo utilizando o

coeficiente de Jukes-Kantor..........................................................................42

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Figura 7. Foto mostrando o crescimento de bactérias do solo da Serra do

Itapety sobre o meio para detecção de produtores de amilase

(A) e solubilizadores de fosfato (B). A. Seta indica o halo que

caracteriza a produção de amilases pelo isolado L4-6, uma Beta

proteobacterium não identificada. B. Crescimento bacteriano em

meio de cultura suplementado com fosfato insolúvel. Setas

indicam o halo produzido por colônias de bactérias

solubilizadoras de fosfato inorgânico. Isolados a-L2-1 (Nocardia

niigatensis), b-L4-20 (Pseudoxanthomonas sp), c-L2-8

(Burkholderia cepacia), d-L2-2 (Bacillus niacini).....................................44

Figura 8. Frequência de bactérias solubilizadoras de fosfato, produtora de

enzimas amilases e pectinases na comunidade bacteriana do

solo da Serra do Itapety. Coleta 1 (11/2004), Coleta 2 (03/2005)

e Coleta 3 (08/2005) ...............................................................................45 Figura 9. Produção de pectinases por bactérias do solo da Serra do

Itapety. A seta indica halo de degradação da pectina por

pectinases produzidas pelos isolados: A. L1-3 (sem

identificação) B. L4-28 (Bacillus niacini) ...................................................46

Figura 10. Inibição do fungo Alternaria alternata por bactéria do solo da

Serra do Itapety. Isolados: A. L3-25 (Nocardia inohanensis) B. L4-18 (Streptomyces purpureus), C. L2-13 (não identificado), D. L4-7(Bacillus mycoides)..........................................................................48

Figura 11. Inibição do fungo Fusarium oxysporum por bactéria do solo da

Serra do Itapety A. Crescimento do fungo fitopatôgenico F.

oxysporum sem bactéria (controle). B. Técnica de pareamento

com colônia de bactérias, observa-se o crescimento do

patógeno sobre as colônias bacterianas. C. Fungo patogênico

F. oxysporum sendo inibido por uma colônia de bactéria,

representada pelo isolado L4-7(Bacillus mycoides). D. Halo

formado pela colônia de bactéria, representado pelo isolado L3-

10 (Streptomyces purpureus) .................................................................49

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

ARDRA Análise de restrição do DNA ribossomal amplificado BDA Batata-dextrose-ágar CaPO4 Fosfato de cálcio

CIIB Centro Investigação Interdisciplinar Bioquímica

DAEE Departamento de água energia elétrica

DGGE Gel de Eletroforese em gradiente desnaturação DNA Ácido desoxirribunucléico

dNTP Nucleotídeo Trifosfatado

EDTA Ácido etileno de aminotetracético (Ethylenediaminetetracetic acid)

FISH Hibridização fluorescente in situ

MgCl4 Cloreto de magnésio

MgSO 4 Sulfato de magnésio

NaCl₂ Cloreto de sódio

NH4Cl Cloreto de amônia

NIB Núcleo Integrado de Biotecnologia

PBS Tampão fosfato com sal (Phosphate Buffer salt)

PCR Reação em cadeia da DNA polimerase rDNA DNA ribossomal RPM Rotação por minuto

SEESP Secretaria Educação Estado São Paulo

TE Tampão Tris -EDTA T-RFLP Polimorfismos no comprimento de fragmentos de restrição Tris-HCl Hidroximetil aminometano (Hydroxymethyl aminomethane) Ácido

Clorídrico

TSB Caldo de triptona de soja (Tryptone Soya broth)

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................16

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................17

2.1 Solo...................................................................................................................17

2.1.1 Diversidade Microbiana do solo..................................................................18

2.1.2 Técnicas de analise molecular no estudo de microrganismos do solo.......21

2.2 Controle Biológico.............................................................................................24

2.2.1 Aspectos Gerais..........................................................................................24

2.2.2 Promoção de crescimento vegetal por microrganismos..............................25

2.3 Enzimas de interesse Biotecnológico................................................................27

3 OBJETIVO...............................................................................................................30

3.1 Objetivo geral....................................................................................................30

3.2 Objetivo específico............................................................................................30

4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................31

4.1 Área de estudo..................................................................................................31

4.2 Isolamento de bactérias....................................................................................31

4.3 Purificação das colônias bacterianas................................................................31

4.4 Analises da diversidade Fisiológica...................................................................32

4.4.1 Bactérias produtoras de agentes antimicrobianos......................................32

4.4.2 Bactérias solubilizadoras de fosfato............................................................32

4.4.3 Bactérias produtoras de enzimas...............................................................32

4.4.3.1 Bactérias produtoras de amilases........................................................32

4.4.3.2 Bactérias produtoras de pectinases.....................................................33

4.5 Caracterização molecular das bactérias...........................................................33

4.5.1 Extração de DNA total de bactérias............................................................33

4.5.2 Amplificação do 16s rDNA..........................................................................34

4.5.3 Clivagem do 16S rDNA (ARDRA)...............................................................34

4.5.4 Construção de árvores filogenéticas...........................................................35

4.5.5 Análise estatística........................................................................................35

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................36

5.1 Diversidade e densidade microbiana................................................................36

5.2 Diversidade fisiológica de bactérias do solo......................................................43

5.3 Bactérias produtoras de agentes antimicrobianos............................................46

6 CONCLUSÕES.......................................................................................................50

REFERÊNCIAS..........................................................................................................51

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1 INTRODUÇÃO

A diversidade de microrganismos na natureza é tão vasta quanto

desconhecida, visto que se estima que mais de 80% das plantas e 90% dos

vertebrados existentes já foram descritos, enquanto que conhecemos menos 1% das

bactérias. Entretanto, o número de espécies de bactérias descrita na literatura vem

crescendo nos últimos anos em virtude do desenvolvimento de ferramentas da

biologia molecular, as quais possibilitam a análise de seqüência de DNA a partir de

material genômico extraído diretamente do solo. As novas técnicas evidenciaram a

enorme diversidade genética de bactérias presente em apenas 1 grama de solo,

pois se estima que nesta amostra de solo podem estar presentes entre 10 a 30 mil

espécies, considerando que atualmente foram descritas aproximadamente 4.200

espécies, cuja maioria não é de solos.

Dessa forma, existe uma grande lacuna de conhecimento a ser preenchida

em estudos de biodiversidade do solo, principalmente originada de regiões tropicais

como a Mata Atlântica. Além disso, muitos grupos de microrganismos são essenciais

para um melhor desenvolvimento de plantas no solo, desempenhando inúmeras

funções nos ciclos biogeoquímicos e na manutenção do equilíbrio microbiano no

solo e em associação com plantas. Neste contexto, o estudo da diversidade

microbiana do solo é de grande importância, visto que poderia ser uma fonte de

recursos genéticos para a exploração sustentável de florestas a serem preservadas,

além de permitir o desenvolvimento de produtos de interesse industrial,

farmacêuticos e agropecuários, bem como microrganismos capazes de controlar

pragas e doenças de interesse agrícola.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Solo

O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, que vem se formando

há milhões de anos, é um ambiente heterogêneo, composto por várias fases:

sólida, líquida e gasosa (SMILES, 1988). A fase sólida é formada por substâncias

inorgânicas (areia, silte e argila) e materiais orgânicos (ácidos húmicos, celulose,

amido, pectina, lipídeos, etc.). A fase líquida, é onde se encontram em suspensão

elementos químicos e moléculas solúveis, enquanto que a fase gasosa,

representada pelos gases que circulam entre as partículas do solo, é originária de

processos bioquímicos, como a respiração. O solo apresenta também domínios

funcionais, tais como a rizosfera, parte do solo influenciado pelas raízes das plantas;

as rachaduras, ambiente influenciado por condições edafoclimáticas; a drilosfera,

ambiente influenciado por minhocas, etc. Cada um desses domínios são formados

por ações de reguladores: plantas, fauna do solo, condições edafoclimáticas, entre

outras, e dentro deles há uma série de atividades que envolvem os macro e

microrganismos responsáveis por inúmeros processos biológicos, que podem ser

particulares ou não a cada domínio, e pela estruturação do solo (LAVELLE, 2000).

A atividade metabólica do solo é fortemente influenciada pela presença de

raízes e materiais orgânicos em decomposição. Nas florestas tropicais ocorre forte

interação entre a vegetação e o solo por meio da ciclagem de nutrientes, visto que o

acúmulo de serrapilheira exerce importante função, por ser a mais significativa forma

de transferência de nutrientes (GOLLEY et al., 1978), sendo que as transformações

neste compartimento do ciclo biogeoquímico são as que mais afetam o fluxo de

energia dentro do sistema, do ponto de vista holístico (PRITCHETT, 1979). Através

da decomposição da serrapilheira ocorre a entrada e saída de nutrientes ao

ecossistema. Este processo ajuda na restauração da fertilidade do solo

principalmente em áreas de início de sucessão ecológica (EWEL, 1976). Os padrões

de deposição de serrapilheira introduzem heterogeneidade no ambiente, podendo

afetar a estrutura e dinâmica da comunidade de plantas (FACELLI e PICKETT, 1991;

MOLOFSKY e AUGSPURGER, 1992) e portanto a comunidade microbiana

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associada. O solo sofre alterações físicas provocadas pela liberação de nutrientes e

de compostos fitotóxicos, que podem alterar a atividade de microrganismos

decompositores (FACELLI e PICKETT 1991; MOORHEAD et al., 1998). A

quantidade de serrapilheira depositada no solo pode influenciar sobre fatores como

luz, temperatura, umidade do solo e a disponibilidade de nutrientes, podendo

favorecer o desenvolvimento de comunidades bacterianas.

Observa-se uma intensa atividade microbiana na rizosfera, em razão da

presença de exsudados e secreções radiculares que representam as maiores fontes

de carbono prontamente disponíveis para os microrganismos (GRAYSTON e

JONES, 1996). Fora da zona de influência das raízes, o solo pode ser considerado

relativamente pobre em fonte de carbono disponível (ROSADO, 2000).

A biodiversidade de solos tem um papel fundamental na regulação dos

processos biogeoquímicos formadores e mantenedores dos ecossistemas. Dentre

estes, incluem-se: a formação e estruturação de solos; a decomposição da matéria

orgânica; a ciclagem de nutrientes; e a formação dos gases componentes da

atmosfera terrestre. É nos solos que se realiza a maior parte da ciclagem de

nutrientes da qual a maior parte dos seres vivos dependem para se manter vivo. Por

tudo isso, o solo é um recurso natural que deve ser conservado para que a sua

qualidade seja mantida, permitindo a manutenção de diferentes comunidades

microbianas que habitam, permitindo que estes microrganismos sejam uma

importante fonte de recursos genéticos para a busca de novos genes de interesse

biotecnológico.

2.1.1 Diversidade Microbiana do Solo

O solo é a principal reserva de carbono orgânico da terra e portanto é um

importante habitat para microrganismos, que são componentes essenciais da biota

terrestre. Os microrganismos catalisam transformações únicas e indispensáveis nos

ciclos biogeoquímicos da biosfera, produzem importantes componentes da

atmosfera terrestre e representam a principal porção da diversidade genética viva

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(TORSVIK et al., 2002). Assim, todas as abordagens suportam a afirmação de que o

solo representa um dos mais diversos habitats para os microrganismos.

No solo pode ser encontrada uma alta proporção de bactérias Gram-positivas,

quando comparados ao ambiente aquáticos, além disso, deve ser levado em conta

que existe relativas proporções de gêneros bacterianos dentro de cada hábitat

(ATLAS e BARTHA, 1998 citados por SILVEIRA, 2004). São encontrados no solo,

por meio de técnicas tradicionais de isolamento, principalmente os gêneros de

bactérias: Acinetobacter, Agrobacterium, Alcaligenes, Artrobacter, Bacillus,

Brevibacterium, Caulobacter, Cellulomonas, Clostridium, Corynebacterium,

Flavobacterium, Micrococcus, Mycobacterium, Pseudomonas, Staphylococcus,

Streptococcus e Xanthomonas (ATLAS E BARTHA, 1998 citado por SILVEIRA,

2004). Segundo estimativas realizadas por Lewinsohn et al. (2002) existe

aproximadamente 4.200 espécies de bactérias descritas. Entretanto, poucos

trabalhos foram realizados com comunidades bacterianas do solo da Mata Atlântica,

dificultando dessa forma o conhecimento da biodiversidade microbiana desse bioma.

Um filo bastante comum no solo é o Acidobacteria (KENT e TRIPLETT, 2002),

porém, segundo Holmes et al., (2000) esse grupo contém poucas seqüências

cadastradas no GenBank. Por outro lado o Filo Proteobacteria apresenta uma

grande diversidade morfológica e fisiológica, e apresentam coloração Gram-negativa

e 5 subdivisões: alfa, beta, gama, delta e epsilon (CANHOS et al., 1997). Outro

grupo importante no solo são as actinobactérias, os quais representam de 10 a 33%

das bactérias existentes no solo. Este grupo é constituído por microrganismos

bastante resistentes, conseguindo sobreviver em ambientes como desertos, embora

sejam bastante sensíveis a ambientes ácidos, desenvolvendo melhor em ambientes

neutros ou alcalinos (HOLMES et al., 2000). A maioria das actinobactérias tem como

característica a produção de odor de mofo, são responsáveis pela degradação de

substâncias muito complexas, são produtores de antibióticos e podem auxiliar na

fixação de nitrogênio sendo um grupo de grande importância para o melhoramento

do solo (TAMAYO e VILLAMIL, 2003; CANHOS et al., 1997). Segundo Pereira

(2003) a população de actinobactérias que vive em solos de florestas tende ser

levemente maior que em solos cultivados.

Por meio da análise de amostras de solo é possível determinar que a

diversidade bacteriana é composta de espécies já conhecidas e grupos novos. Em

análise por metagenômica de solo agrícola foi observado que 98,4% das seqüências

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de 16S rDNA identificadas pertencem ao domínio Bactéria, destes 16,1% são

Proteobacterias, 2,18% Cytophaga/Flexibacter/Bacteroides, 21,8% bactérias Gram+

com baixa porcentagem de G+C, enquanto 39,4% estão distribuídas em grupos

desconhecidos dentro do domínio Bacteria (BORNEMAN et al., 1996). Em outro tipo

de solo agrícola foi observada uma baixa proporção de Firmicutes e α-

Proteobacterias em comparação com as subdivisões β, γ-Proteobacteria. Além

disso, foi observada a presença de seqüências relacionadas com subdivisões que

necessitam de representantes cultiváveis e não foram observadas seqüências

associadas ao Domínio Archaea (LILES et al., 2003). Estes trabalhos mostram a

necessidade de se avaliar a diversidade microbiana para o conhecimento do seu

potencial biotecnológico, além disso, regiões onde esta biodiversidade não tem sido

exaustivamente avaliada, muitas espécies cultiváveis ou não podem ainda

permanecer desconhecidas.

Existem fatores que podem influenciar a diversidade microbiana no solo, e por

esse motivo se faz necessário avaliar este impacto do ambiente sobre a composição

da diversidade bacteriana, visto que tem sido observado que o tamanho de partícula

do solo tem maior impacto sobre a diversidade bacteriana que o pH e o tipo e a

quantidade de compostos orgânicos (SESSITSCH et al., 2001). Os autores

observaram por meio da análise de T-RFLP do 16S rDNA e de análise de

metagenômica do solo apresentando partículas pequenas, foi observada uma

grande diversidade de bactérias da divisão Halophaga/Acidobacterium e

Prosthecobacter, porém em solos com partículas maiores (areia) foi observada uma

baixa diversidade de bactérias da divisão Halophaga/ Acidobacterium,

predominando a subdivisão γ-Proteobacteria. O conhecimento desta diversidade

pode favorecer a busca por novas fontes de moléculas de interesse biotecnológico.

Neste contexto, o solo em particular tem sido largamente estudado para a

procura de genes ou como fonte para importantes atividades enzimáticas,

biocatalizadores industriais e novos antibióticos (NELSON, 2003). A análise de

metagenômica do solo pode permitir encontrar novos antibióticos, pois tem sido

descrito que existe uma grande diversidade de antibióticos produzidos somente por

um gênero, no caso diferentes estirpes de Pseudomonas. Compostos como

fenazinas, pioluteorinas, pirronitrinas, tropolonas, piocianinas e 2,4

diacetilfloroglucinol têm sido isolados de Pseudomonas spp. do solo, permitindo

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descobrir vias catabólicas para compostos aromáticos e para síntese de outros

metabólitos secundários (NELSON, 2003).

Estudos feitos nos últimos 15 anos têm mostrado que a verdadeira extensão

da diversidade microbiana excede em muito os cálculos prévios e que a maioria dos

microrganismos não é amostrada pelo cultivo utilizando as atuais técnicas existentes

(RONDON, et al., 1999). Estimativas atuais indicam que menos de 1% da

comunidade microbiana é realmente cultivável com as técnicas de cultivo

conhecidas (AMANN et al., 1995) e somente quatro das 36 principais divisões do

domínio Eubactéria parecem estar corretamente representados em coleções ex situ.

Como os microrganismos cultiváveis do solo têm sido a principal fonte de produção

de produtos naturais e têm sido exaustivamente examinados na busca por

compostos com atividade biológica, isto levou a idéia de que microrganismos do solo

podem ser examinados para novos produtos (RONDON et al., 1999), mostrando

dessa forma, a necessidade de explorar diferentes tipos de solo e em diferentes

condições, permitindo avaliar toda a diversidade cultivável antes de se utilizar

técnicas independente de cultivo que em muitos casos não permite o isolamento e

estudo do microrganismo isolado.

Neste contexto, tendo em vista que grande extensão da diversidade

microbiana na natureza é ainda desconhecida, é possível que produtos de potencial

interesse biotecnológico permaneçam ainda sem identificação nos microrganismos

do solo ainda não conhecidos, necessitando dessa forma, o isolamento desta

comunidade de áreas não amostradas, bem como a sua avaliação também por

métodos moleculares.

2.1.2 Técnicas moleculares para o estudo de microrganismo do solo

Várias metodologias são propostas para estudos da interação microbiana no

solo. A diversidade biológica é geralmente utilizada como índice que reflete a

qualidade do ecossistema, de modo que as metodologias que possibilitam o estudo

da diversidade microbiana também podem indicar diferenças entre solos tanto com

respeito as suas populações quanto a sua função (TURCO et al., 1994). Por isso, ao

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acessar a diversidade microbiana, importantes considerações devem ser feitas, não

apenas no que se refere ao número e distribuição das espécies, mas também

quanto a sua diversidade funcional (YIN et al., 2000). Tradicionalmente, a detecção

e a identificação de bactérias é feita de acordo com os principais meios de obtenção

de carbono e energia, suas exigências nutricionais e meio de cultivo para seu

crescimento, além da observação direta via microscópio (KENNEDY, 1999;

HERBERT, 1990). No entanto, a utilização dessas metodologias fornece

informações limitadas com necessidade de maior refinamento (ZAK et al., 1994).

As limitações às técnicas tradicionais de detecção e de identificação de

microrganismos são ainda maiores quando se quer estudar a diversidade de

microrganismos em ambientes específicos. Sabe-se que a diversidade das bactérias

é maior que a de qualquer outro grupo de organismos, no entanto, os meios de

cultivo são, em maior ou menor extensão, seletivos a grupos particulares. Até

mesmo quando se quer utilizar um meio seletivo para determinado organismo-alvo,

algumas estirpes não cultiváves, provavelmente, serão excluídas das análises

(COUTINHO et al.,1999). Como alternativas para esses métodos, foram

desenvolvidas várias técnicas, dentre as quais destacam-se aquelas baseadas nos

ácidos nucléicos. Neste contexto, o emprego de técnicas moleculares se tornou

possível a partir dos estudos de Pace et al. (1986), pioneiros nas análises de

estrutura de comunidades microbianas utilizando as informações da seqüência de

nucleotídeos do gene da subunidade 16S do RNA ribossômico (16S rDNA). Além da

alta conservação deste gene entre as espécies, existem outras razões para a larga

utilização do 16S rDNA (AMANN e LUDWIG, 2000): a) a grande quantidade de rRNA

na maioria das células; b) a aparente ausência de transferência genética lateral e c)

um tamanho satisfatório (aproximadamente de 1500 nucleotídeos), permitindo

inferências filogenéticas.

Os métodos moleculares receberam grande impulso com o desenvolvimento

da técnica da PCR. Essa técnica permite amplificar pequenos e específicos

segmentos do genoma, permitindo a obtenção, in vitro, de várias cópias de

determinada região do DNA. Como a reação de PCR é específica, pode-se obter a

amplificação de seqüências de nucleotídeos-alvo mesmo em uma amostra com

grande diversidade de seqüências, permitindo a detecção de organismos específicos

em mistura heterogêneas. Seqüências do DNA de determinados microrganismos

podem ser amplificadas, utilizando-se primers (seqüências iniciadoras)

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complementares àquelas localizadas em pontos específicos do genoma. O que

ocorre é a extensão do fragmento de DNA a partir dos primers, pela ação de uma

DNA polimerase termoestável, a Taq DNA polimerase (isolada originalmente do

microrganismo Thermus aquaticus). Antes da extensão, o DNA é desnaturado e o

primer anelado, sendo o ciclo (desnaturação - anelamento - extensão) repetido

várias vezes, permitindo a amplificação exponencial da seqüência específica

franqueada pelos primers (SAIKI et al.,1985). As primeiras aplicações de técnicas

baseadas em ácidos nucléicos no estudo de interações microbianas foram para

explicar as relações filogenéticas entre microrganismos por meio da análise da

seqüência do 16S rDNA (MACRAE, 2000).

Atualmente, outras técnicas vêm sendo desenvolvidas, com base na

utilização desses marcadores (ARDRA, FISH, DGGE/TGGE), fazendo com que

sejam as ferramentas moleculares mais utilizadas para a exploração da diversidade

e da análise da estrutura de comunidades microbianas (KOZDROJ e ELSAS, 2000).

A ARDRA, é semelhante ao PCR-RFLP, pois é baseada no grau de conservação

dos sítios de restrição do rDNA, a qual reflete padrões filogenéticos. A ARDRA é

bastante útil para uma rápida análise da diversidade de um ambiente (GRIFONI et

al., 1995). No entanto, recomenda-se cuidado na escolha do fragmento de rDNA a

ser amplificado e analisado por esse método. No caso da análise de diversidade

intra-específica ou entre grupos de isolados com elevada afinidade filogenética, o

fragmento amplificado deve incluir o espaço intergênico 16S-23S rDNA. Essa região

intergênica apresenta maior variabilidade tanto na sua composição de bases quanto

no seu tamanho quando comparadas com a 16S ou 23S rDNAs. Quando a análise

tratar da diversidade entre isolados distantes, filogeneticamente, os fragmentos

amplificados podem ser o 16S ou 23S rDNAs. Esses genes geram padrões de

bandeamento mais simples, dependendo das enzimas de restrição utilizadas

(ROSADO et al., 1999). Laguerre et al. (1996) realizaram, com a utilização da

ARDRA (16S-23S rDNA), a caracterização de 43 estirpes de Rhizobium

leguminosarum de diferentes biovares.

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2.2 Controle Biológico

2.2.1 Aspectos Gerais

Embora os pesticidas químicos sejam usados com relativo sucesso na

agricultura, podem resultar em problemas de contaminação de águas superficiais e

subterrâneas, resíduos em alimentos, aumento da resistência em populações de

patógenos e pragas e seus efeitos sobre organismos não-alvo (incluindo os

benéficos), mostram a necessidade de se avaliar outras estratégias de controle de

patógenos (KUNOH, 2002). O controle biológico é uma alternativa, principalmente

quando empregado em conjunto com outros métodos, pois apresentam um menor

custo e agressividade ao ecossistema quando comparado ao tratamento químico

(AZEVEDO et al., 2000).

O controle biológico pode ser considerado como a redução da densidade do

inóculo ou da capacidade de um patógeno ou parasita em causar doença. Esta

redução poderá ser causada por um ou mais organismos favorecidos naturalmente,

pela manipulação de seu habitat ou ambiente, pela manipulação do hospedeiro ou

antagonista, ou ainda pela introdução em massa de um ou mais antagonista

(BAKER e COOK, 1974). Neste contexto várias pesquisas com bacteriófagos (WALL

e SANCHEZ, 1993), isolados não patogênicos de Pseudomonas solanacearum

(TRIBALET et al., 1994), Pseudomonas fluorescens (KEMPE e SIQUEIRA, 1983),

Bacillus spp. (SHEKHAWAT et al., 1994) e actinomicetos (GAO et al., 1983;

KUNOH, 2002) têm sido desenvolvidas com sucesso.

Para avaliar microrganismos com potencial para o controle biológico de

patógenos de plantas é necessário o seu isolamento a partir do ambiente. El-

Tarabily et al. (2000) isolaram bactérias e actinomicetos da rizosfera de alface, e de

um total de 85 bactérias e 129 actinomicetos foram observados três isolados,

Serratia marcescens, Streptomyces viridodiasticus e Micromonospora carbonacea

que reduziram significativamente in vitro e em casa de vegetação o desenvolvimento

do fungo Sclerotinia minor, mostrando o seu potencial para o controle biológico.

A busca de novas linhagens para o controle biológico pode resultar no

conhecimento de novas espécies de microrganismos, visto que novos nichos são

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avaliados. Neste contexto, Gomes et al. (2000), isolaram do solo do cerrado

brasileiro, cinco linhagens de Streptomyces sp. com atividade antagonista in vitro a

Aspergillus parasiticus, Colletotrichum gloeosporioides, Fusarium sp., F.

graminearum, F. oxysporum e F. solani. Segundo os autores estes isolados podem

ser novas espécies dentro do gênero Streptomyces, visto que habitam um ambiente

muito peculiar e com uma vegetação única. Dessa forma, tendo em vista que o

ambiente onde se cultiva pode ser a fonte de novas linhagens a serem utilizadas no

controle biológico, deve ser mantida uma preocupação especial aos tratos culturais

ou técnicas que podem reduzir a biodiversidade microbiana.

2.2.2 Promoção de crescimento vegetal por microrganismos

Bactérias do solo podem beneficiar a planta hospedeira, aumentando seu

crescimento, controlando patógenos ou melhorando seu desempenho em condições

adversas. Bactérias promotoras de crescimento vegetal constituem um grupo

complexo, normalmente associado a rizosfera do hospedeiro. Estudos recentes têm

mostrado que bactérias também podem aumentar o crescimento vegetal de diversas

culturas de interesse, entre elas batata (FROMMEL et al., 1991; STURZ, 1995),

milho (HINTON e BACON, 1995), pepino (RAUPACH e KLOEPPER, 1998), arroz

(HUREK et al., 1994; PRAYITNO et al., 1999) e melancia (LIU et al., 1995).

Sharma e Nowark (1998) sugerem que a promoção de crescimento é um

evento que precede a indução de resistência e pode ser dependente da colonização

e posterior sensibilização do hospedeiro, pois foi verificado que as bactérias

promotoras de crescimento B. polymyxa e P. fluorescens, após 5 meses de

inoculação na semente, colonizaram as raízes, células corticais e tecidos vasculares

do caule de um híbrido de pinheiro (Picea glauca X P. engelmannii) (SHISHIDO et

al., 1999). A capacidade de estimular o crescimento das plantas pode ocorrer por

mecanismos diretos (fixação de nitrogênio ou produção de fitohormônios) e por

mecanismos indiretos (exercendo antagonismo contra patógenos ou resistência a

drogas) (DI-FIORE e DEL-GALLO, 1995; CHANWAY, 1998). Neste aspecto,

bactérias podem promover o crescimento da planta pelo aumento dos níveis de

ácido indol acético (AIA) e citocininas, e pela redução dos níveis de etileno na planta

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(BUCHENAUER, 1998). Inúmeros estudos têm mostrado que as bactérias

Gluconoacetobacter diazotrophicus e Herbaspirillum seropedicae (BASTIAN et al.,

1998), Azospirillum braziliense (BASHAN e HOLGUIN, 1997), Azorhizobium

caulinodans (CHRISTIANSEN-WENIGER, 1996), B. polymyxa (SRINIVASAN et al.,

1996) e Methylobacterium spp. (HOLLAND e POLLACO, 1994) são capazes de

sintetizar compostos análogos aos fitohormônios, bem como fixar nitrogênio,

aumentando dessa forma o crescimento da planta.

Entre os elementos essenciais para crescimento das plantas, encontrados no

solo, o fósforo (P), logo após o nitrogênio (N), ocupa posição de destaque em

relação aos seres vivos, tendo em vista sua atuação estrutural, funcional, e na

transferência de energia (NAHAS, 1991). Neste contexto, apesar de ser abundante

tanto na forma orgânica quanto na inorgânica, muitos solos são considerados

deficientes em P devido a sua baixa concentração na forma livre (forma disponível

para as plantas), pois mesmo em solos férteis, geralmente esta concentração não é

maior que 10 µM em pH 6,5, onde o P é mais solúvel (RODRIGUÉZ e FRAGA,

1999). O baixo nível de P é devido à alta reatividade do P solúvel com Cálcio (Ca),

ferro (Fe) ou alumínio (Al) resultando na precipitação do P. A Imobilização e

precipitação do P no solo é geralmente muito dependente do pH e tipo de solo. O P

inorgânico em solos ácidos associa-se a compostos de Al e Fe (LINDSAY, 1979). O

P orgânico também pode compor uma grande fração do P solúvel, tanto quanto em

solos com alto conteúdo de matéria orgânica (BARBER, 1984).

Dessa forma, várias pesquisas têm sido desenvolvidas para se encontrar

alternativas para suprir as necessidades de P para as plantas a um custo menor.

Neste contexto, tem sido estudada a possibilidade de aplicação direta dos fosfatos

naturais no solo (BOLLAND e GILKES, 1995; OMAR, 1998), que apresentam

limitações na disponibilidade de P. Por isso, são recomendados na formação e

manutenção de pastagens e capineiras, em reflorestamentos e na formação de

culturas perenes (LOPES e GOEDERT, 1987). Foi constatado que em culturas

anuais, a eficiência desses fosfatos deixa a desejar, pois se manifesta somente após

longo período de tempo (GOEDERT, 1983).

Por outro lado, foi comprovada a presença de microrganismos do solo com

capacidade de solubilizar fosfatos naturais, por meio da produção de ácidos

orgânicos, propiciando fosfato solúvel além das suas necessidades, que é

aproveitado pelas plantas. Por meio destes resultados foi possível o

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desenvolvimento de programas de inoculação de microrganismos solubilizadores de

fosfatos, com resultados favoráveis (YOUNG, 1990). Dessa forma, a pesquisa da

diversidade e das condições de crescimento desses microrganismos no solo

constitui um potencial a ser explorado.

Entre as plantas cultivadas, foi constatada maior presença de bactérias

solubilizadoras em leguminosas do que em gramíneas (SYLVESTER-BRADLEY et

al., 1982). Com relação aos microrganismos solubilizadores, os dados da literatura

dão mais ênfase às bactérias do que aos fungos, que são potencialmente mais

promissores no processo de solubilização de fosfato. Rodrigues e Fraga (1999)

citam que estirpes do gênero Pseudomonas, Bacillus e Rhizobium estão entre as

bactérias com maior potencial de solubilização de fósforo.

2.3 Enzimas de interesse biotecnológico

Após os antibióticos, enzimas são os produtos microbianos mais explorados

na indústria biotecnológica, pois em relação a produtos similares de origem vegetal

ou animal, os de origem microbiana apresentam menor custo, facilidade para

produção em fermentadores industriais, amplo espectro de características fisico-

químicas, geralmente relacionadas ao habitat e fisiologia do microrganismo produtor

(organismos termofílicos produtores de enzimas termorresistentes), susceptibilidade

de manipulação genética, além de representarem um recurso renovável.

As plantas desenvolveram sistemas diversificados que permitem resistir a

patógenos devido ao acúmulo de moléculas no local de infecção, e entre estes

componentes estão as enzimas hidrolíticas e fitoalexinas que podem prevenir o

crescimento de patógenos. A produção destas substâncias com ampla ação

antimicrobiana pode ser induzida por metabólitos produzidos por patógenos ou

microrganismos associados, tais como microrganismos endofíticos. Esta indução

pode ser devido à síntese de celulases por parte destes microrganismos endofíticos

durante o processo de infecção, ativando assim o sistema de defesa da planta

(HALLMANN et al.,1997) limitando assim o desenvolvimento do patógeno. Dentro

deste contexto podemos citar as enzimas celulases, amilases e pectinases bem

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como as quitinases como importantes enzimas que desempenham papéis

importantes na interação planta - microrganismos.

Celulases - O complexo celulolítico secretado por fungos filamentosos é

formado por três componentes enzimáticos majoritários, as endoglicanases, as

celobiohidrolases (exoglucanases) e as glucosidases ou celobiases (FAN et al.,

1987; CONVERSE, 1994). Estas três classes de enzimas, por meio de suas

propriedades complementares, apresentam um alto grau de sinergismo durante a

hidrólise da celulose (BELDMAN et al., 1988). No entanto, apenas as endo e

exoglucanases são capazes de adsorver sobre o substrato, sendo assim

consideradas como celulases verdadeiras (KLYOSOV, 1990).

A descrição da presença de enzimas capazes de degradar a parede celular

do fitopatógeno parece ser uma constante nos trabalhos envolvendo a utilização de

microrganismos como agentes do biocontrole. Inúmeros estudos foram conduzidos

com o intuito de melhor caracterizar as enzimas envolvidas neste processo, mas

sabe-se que a síntese de celulases está envolvida com a capacidade de

microrganismos induziram resistência sistêmica na planta (HALLMANN et al., 1997)

e controlarem fungos patogênicos.

Quitinases - A quitina é o segundo polímero mais abundante na natureza e

está presente em insetos, crustáceos e na maioria dos fungos. Para degradar este

polissacarídeo, inúmeros organismos sintetizam as quitinases, as quais são

classificadas em dois grupos principais: as endoquitinases, as quais digerem

aleatoriamente regiões internas da quitina, gerando multímeros solúveis de GlcNAc

de baixo peso molecular (SAHAI e MANOCHA, 1993), e as exoquitinases, as quais

são subdividida em duas categorias: quitobiosidases, que liberam resíduos de di-

acetilquitobiose a partir do terminal não reduzido da quitina, e as 1-4-α-N-

acetilglicosaminidase, que quebram os oligômeros produzidos pelas outras duas

enzimas em monômeros de GlcNAc (COHEN-KUPIEC e CHET, 1998).

Devido à importância da molécula de quitina na constituição de fungos e

insetos as quitinases têm sido estudadas quanto à sua utilização no controle

biológico desses organismos. Dentro deste contexto, a bactéria endofítica Bacillus

cereus, com alta atividade quitinolítica, foi utilizada no controle de R. solani, Pythium

ultimum e S. rolfsii em algodão (PLEBAN et al., 1997). Também, o gene chi1 de

Serratia marcescens foi clonado e introduzido em Pseudomonas fluorescens e

Herbaspirillum seropedicae, permitindo o controle do fungo Rhizoctonia solani e da

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praga Eldana saccharina e em feijão e cana-de-açúcar, respectivamente (DOWNING

et al., 2000).

Amilases - O amido é um polissacarídeo heterogêneo constituído por dois

componentes de alto peso molecular: a amilose que é uma molécula linear composta

de unidades de glicose unidas por ligações alfa-1,4, e a amilopectina que é um

polímero heterogêneo com ramificações unidas à cadeia principal por ligações alfa-

1.6. Para a sua degradação, microrganismos produzem a enzima alfa-amilase, a

qual hidrolisa ligações alfa-1,4, tanto na amilose quanto na amilopectina. Estes

fungos e bactérias podem utilizar alfa-amilases para penetrar e infectar os tecidos

vegetais, mas em contrapartida as plantas produzem proteínas (as chamadas PR)

que são capazes de inibir a ação destas alfa-amilases protegendo as plantas destes

patógenos (MARGIS-PINHEIRO et al., 1999).

Pectinases- As enzimas pectinolíticas são produzidas principalmente por

plantas superiores, fungos filamentosos, leveduras e bactérias. A composição dos

complexos enzimáticos pectinolíticos varia entre as espécies de microrganismos

(UEDA et al., 1982; EL-REFAI et al., 1984). As pectinases são classificadas de

acordo com o seu modo de ação em poligalacturonases quando hidrolisam ligações

glicosídicas e liases quando atuam por transeliminação. As poligalacturonases ainda

podem ser subdivididas em endopoligalacturonases quando hidrolisam a molécula

de pectato, produzindo oligogalacturonatos e em exopoligalacturonases quando

liberam resíduos de galacturonato a partir do pectato.

O estudo das pectinases tem sido considerado de grande importância, pois

estas enzimas podem estar ligadas a indução de resistência sistêmica da planta a

patógenos. Em estudos envolvendo o patógeno Erwinia carotovora subsp.

carotovora em tabaco foi observado que esta bactéria produz várias pectinases e

celulases durante o processo de infecção (VIDAL et al., 1988). Os autores

observaram que o tratamento de plantas de tabaco com filtrado da bactéria

aumentou a expressão local e sistêmica de genes envolvidos na resposta de defesa

da planta, sendo sugerido que a ação sinergistica entre celulases e pectinases pode

aumentar a indução do gene de defesa da planta.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

O objetivo do presente trabalho foi estudar a diversidade genética e fisiológica

da comunidade bacteriana do solo da Serra do Itapety.

3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos do projeto foram:

a) Isolar bactérias do solo da Mata Atlântica (Serra do Itapety);

b) Avaliar a diversidade bacteriana por meio da técnica de ARDRA;

c) Avaliar a capacidade destas bactérias em inibir in vitro o crescimento de

fungos fitopatogênicos;

d) Avaliar a capacidade destas bactérias em produzir enzimas de interesse

biotecnológico e de solubilizar fosfato inorgânicos.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Área de estudo

O solo foi coletado em três épocas: primeira coleta 04/11/2004, segunda

coleta 19/03/2005, terceira coleta 12/08/2005. O solo foi amostrado em 4 pontos do

Parque Natural Municipal da Serra do Itapety, (23° 28’5 e 46° 09’W), município de

Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo. Cada amostra foi composta por 4 sub-

amostras coletadas a uma distância 20cm de distância, que foram homogeneizadas

e transportadas ao laboratório para análise imediata.

4.2 Isolamento de bactérias

Para o isolamento da comunidade bacteriana do solo, as amostras de solo

(5g) foram colocadas em 50ml de tampão PBS e agitado (150 RPM) por 1h.

Diluições apropriadas em tampão PBS foram semeadas sobre meio TSB 5%,

suplementado com o fungicida Benomyl (50µg.ml-1) e incubado a 28°C por até 10

dias. Após o crescimento bacteriano as colônias foram contadas para determinação

da densidade microbiana e coletadas aleatoriamente para posterior análise da

diversidade genética e fisiológica.

4.3 Purificação das colônias bacterianas

No processo de purificação foi empregada a técnica de estrias por

esgotamento, que consiste na inoculação dos isolados por meio de estrias em meio

sólido, onde por esgotamento obtêm-se colônias isoladas no final de cada estria.

Este processo foi repetido por três vezes para a obtenção de colônias puras, as

quais foram armazenadas em meio TSB 5% sólido a 40C e meio TSB 5% líquido

com 10% de Glicerol em freezer -700C.

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4.4 Análise da diversidade fisiológica

4.4.1 Bactérias produtoras de agentes antimicrobianos

Os isolados bacterianos foram avaliados quanto à capacidade de inibir in vitro

fungos fitopatogênicos. Para tanto, as bactérias de interesse e os fungos: Fusarium

oxysporum e Alternaria alternata, foram cultivados utilizando a estratégia de

pareamento sobre meio BDA a 280C por até 10 dias. Após este período, o

crescimento do fitopatógeno foi comparado com o controle (fungo crescido na

ausência da bactéria do solo), para observar a ocorrência de inibição. A freqüência

de bactérias com capacidade de produzir compostos antimicrobianos foi calculada

para cada local e época de amostragem. Todas as análises foram realizadas em

triplicata.

4.4.2 Bactérias solubilizadoras de fosfato

As bactérias isoladas da Serra do Itapety foram crescidas a 28°C por 24 a 72

h em meio para solubilização de fosfato (10g de glicose, 1g NaCl, 5 g NH4Cl, 1 g

MgSO4, 0,8 g CaPO4 e 15g de Agar em 1000mL; pH 7,2) de acordo com (VERMA et

al., 2001). A presença de um halo em torno das colônias indicou a capacidade

desses isolados de solubilizar fosfato.

4.4.3 Bactérias produtoras de enzimas

As bactérias isoladas no solo da Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP)

foram avaliadas quanto à produção das enzimas amilases e pectinases.

4.4.3.1 Produção de amilases

As bactérias foram crescidas a 28°C por até 72 horas em Meio de amido

contendo 10g de amido e 15g Agar que foram dissolvido com 600mL de água

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destilada e autoclavado, 10g M9 (sais) que foi dissolvido em 400mL de água

destilada e autoclavado, após esse procedimento os itens acima, foram misturados

e colocados em placas de Petri onde foram inoculados os isolados a serem

avaliados. Após o crescimento bacteriano, foram adicionados 5ml de Solução de

Iodo (1%), e a observação de um halo incolor em torno da colônia, indicou a

secreção de amilase, degradando o amido do meio de cultura.

4.4.3.2 Bactérias produtoras de pectinases

As bactérias foram crescidas 28°C por até 72 horas em meio de pectina (10g

de pectina em 1000ml de meio TSB 5%, o pH foi ajustado a 7,0 a 7,2). Após o

crescimento bacteriano, foram adicionados 10mL de Vermelho Congo (1%) e

posteriormente lavado com NaCl (5M). A secreção de pectinase foi observada pela

formação de um halo incolor em torno das colônias.

4.5 Caracterização molecular das bactérias

4.5.1 Extração de DNA total de bactérias

Para a extração de DNA total, as bactérias foram crescidas em 5ml de meio

TSB 5% por 24 horas (150 rpm). Em seguida 2mL da cultura foram centrifugados e

lavados em tampão TE (1M de Tris-HCl pH 8 e 10M de EDTA). Ao precipitado de

células foram adicionados 500µl de TE, 30µl de SDS 10% e pérolas de vidro

(0,1mm, Sigma) e levado ao homegenizador de células para romper a parede

celular, deixando o DNA livre. Então, foi adicionando 1 volume de fenol,

homogeneizado por inversão e centrifugado a 14000 X g por 5min. O sobrenadante

foi coletado, acrescentado um volume de clorofane (fenol 1:1 Clorofórmio) e

centrifugado novamente a 14000 X g por 5min. O sobrenadante foi novamente

coletado e a ele adicionado um volume de clorofórmio e novamente centrifugados a

14000 X g por 5min. Por fim, a fase aquosa foi coletada, adicionando 0,6 volume de

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34

isopropanol e 20µl de acetato de sódio, incubado a temperatura ambiente por 5min.

e centrifugado a 14000 X g por 5min. O sobrenadante foi descartado, e o DNA

lavado com Etanol 70% gelado e secado a 37°C por 40min. A integridade do DNA foi

verificada em gel de agarose (0,8%) com brometo de etídio e com luz de ultravioleta.

4.5.2 Amplificação do 16s rDNA

A amplificação do 16s do rDNA foi realizada por meio da técnica PCR com

os primers universais R1387 (5´- CGGTGTGTACAAGGCCCGGGAACG-3´) e

P027F (5´-GAGAGTTTGATCCTGGCTCAG -3´). A PCR foi realizado em volume de

50µl contendo tampão da enzima 1 X, 3,75 mM de MgCl2, 0,2 mM de cada dNTPs,

0,2 µM de cada primer, 0,1U/µl de Taq DNA Polimerase (Invitrogen, Brasil).

A reação da amplificação foi realizada em termociclador, programado para

realizar uma desnaturação inicial a 94°C por 4 minutos, 25 ciclos de desnaturação a

94°C por 30 segundos, anelamento a 63°C por 1 minuto e extensão de primers 72°C

por 1 minuto, seguida de extensão final a 72°C por 7 minutos. Após a amplificação,

5µl da reação de PCR foram avaliados por eletroforese em gel de agarose (1%) em

tampão 1 x TAE e corado com brometo de etídio.

4.5.3 Clivagem do 16S rDNA (ARDRA)

Para a clivagem do fragmento amplificado (27-1401) do 16S rDNA, foi

utilizado 1µg do produto de PCR, o qual foi clivado com 2U enzima de restrição

HhaI, (Invitrogen, Brasil) de acordo com as instruções do fabricante. As reações de

digestão foram realizadas a 37°C por 2 horas, em volume final de 20µl. Após a

digestão, toda a reação foi analisada por eletroforese em gel de agarose (2% p/v)

em 1 x TAE, juntamente com o marcador de peso molecular DNA Ladder 100pb

(Invitrogen). Em seguida o gel foi corado com brometo de etídio, observado sobre luz

ultravioleta e fotodocumentado. Cada padrão de clivagem, caracterizado pelo

número e tamanho das bandas observadas no gel de eletroforese, foi denominado

de haplótipo. Amostras representativas de cada haplótipo foram seqüenciadas no

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35

Laboratório de Virologia (NIB/UMC) sob responsabilidade do Prof. Dr. José Luiz

Caldas Wolff.

Para a identificação dos isolados bacterianos, as seqüências foram

analisadas comparativamente via BLASTn (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST)

contra a base de dados do GenBank, que utiliza o método heurístico para encontrar

o melhor score de alinhamentos locais entre a seqüência submetida e o banco de

dados. Dessa forma foram consideradas as seqüências que apresentaram os

maiores valores de similaridade.

4.5.4 Construção de árvores filogenéticas

A árvore filogenética foi construída com base na seqüência de 16S rDNA das

bactérias do solo da Serra do Itapety. Para o alinhamento das seqüências foi

utilizado o programa Clustal X 1.8 (THOMPSON et al., 1997). Em seguida, as

seqüências tiveram suas extremidades cortadas afim que todas apresentassem

mesmo número de caracteres, essa edição foi realizada com o programa BioEdit

v5.0.9 copyright (c) 1997-2001, Tom Hall, North Carolina State University.

Finalmente a árvore foi construída utilizando o programa Phylogenetic Analysis

Using Parsimony PAUP* 4.0 b10, considerando máxima parcimônia.

4.5.5 Análise estatística

Para a análise dos dados de isolamento microbiano, foi calculada a densidade

bacteriana por grama de solo amostrado. A análise estatística foi feita com o auxílio

do programa SAS - Copyright (c) 1989-1996 by SAS Institute Inc., Cary, NC, USA. O

delineamento do experimento foi em blocos casualizados. E as médias foram

comparadas pelo teste de Tukey.

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36

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Diversidade e densidade microbiana

Foram obtidos no presente trabalho 235 isolados, sendo 69 isolados na

primeira coleta, 83 isolados na segunda coleta, 83 isolados na terceira coleta. Em

relação à densidade bacteriana do solo da Serra do Itapety, não houve diferença

significativa (Figuras 1 e 2) referente ao local e a época, os resultados indicam que a

densidade bacteriana se manteve estável durante as diferentes épocas amostradas.

Entretanto, a análise da interação Local x Época (Figura 3) mostra que o local 3 na

época 2 e o local 4 na época 3, apresentam uma pequena redução na densidade,

embora não tenha sido considerada significativa pelo teste de Tukey. Estes

resultados evidenciam que a densidade populacional se manteve estável durante os

períodos de coleta. Segundo De Fede et al. (2001); Grayston et al. (2001) um solo

com alto teor de matéria orgânica tende a manter a população microbiana mais

estável ao longo do ano, provavelmente, em decorrência da riqueza de nichos

ecológicos e pela heterogeneidade das fontes de carbono. O solo da Mata Atlântica

apresenta muita serrapilheira que origina abundante húmus, aumentando a

qualidade de matéria orgânica desse solo, isso poderia manter uma alta densidade

bacteriana durante todas as épocas amostradas. Os isolamentos realizados neste

trabalho mostraram que a comunidade bacteriana do solo da Serra do Itapety é

composta pelas espécies Arthrobacter nicotinovorans, Bacillus circulans, B.

mycoides, B. niacini, Burkholderia cepacia, Cupriavidus basilensis, Dyella koreensis,

Enterobacter sp., Flexibacter sp., Microbacterium oleivorans, M. imperiale,

Micrococcus luteus, Naxibacter alkalitolerans, Nocardia inohanensis, N. niigatensis,

Oxalobacter sp., Beta e gama Proteobacterium, Pseudoxanthomonas sp.,

Streptomyces morabilis, S. purpureus, S. thermocoerulescens, Variovorax

ginsengisoli.

A diversidade microbiana foi analisada pela técnica de ARDRA. Para esta

análise foi utilizado 18,3% da população amostrada, tendo sido observados 19

haplótipos (Tabela 1). Os haplótipos A, B, C e E foram os mais freqüentes (Figuras 4

e 5), sendo obtidos em todas as 3 coletas. Foi observado também que alguns

haplótipos foram específicos para algumas coletas, visto que os haplótipos F, M, P,

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37

Q e R foram observados somente na população obtida na 1º coleta, já os haplótipos

K, O e S foram observados apenas na 2º coleta, enquanto os haplótipos D,H e N

foram observados somente na 3º coleta (Figura 5).

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

Local 1 Local 2 Local 3 Local 4

UFC

x104 .

g de

sol

o-1

Figura 1. Densidade bacteriana dos 4 locais amostrados do solo da Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP). As coletas foram realizadas em 4 locais e com pelo menos 4 repetições. Barras indicam o desvio padrão da média.

Estes resultados mostram que embora a densidade bacteriana se manteve

estável nas épocas amostradas, ocorreu variação nas espécies, visto que houve

variação nos haplótipos. A mudança nos haplótipos pode indicar a alteração dos

nichos disponíveis e a substituição de espécies na comunidade e conseqüentemente

o papel desta população no solo pode estar sendo alterado. Amostras

representativas de cada haplótipo foram seqüenciadas, permitindo a identificação

das espécies presentes em cada haplótipo (Tabela 01 e Figura 06).

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38

Tendo em vista que os haplótipos mais freqüentes, A, B, C e E, como

descrito acima foram os mais freqüentes, indicando que Pseudoxanthomonas sp.,

Bacillus sp., Streptomyces sp. e Burkholderia cepacia são as espécies dominantes

nesta comunidade.

Torsvik e Ovreas (2002) constataram que em cada estação parece ocorrer

uma comunidade microbiana dominante acompanhada de outras pouco abundantes

que, muitas vezes, estão abaixo do nível de detecção dos métodos atuais de

avaliação. Essas variações podem estar diretamente ligadas ao regime hídrico e ao

clima da região, à estrutura e ao manejo do solo, e ao teor e à qualidade dos

resíduos vegetais aportados (ROGERS e TATE , 2001; TIEDJE et al., 2001). Neste

contexto, a análise dos dados pluviométricos (Fonte: DAEE, Mogi das Cruzes) na

época das coletas (médias dos 5 dias anteriores às coletas) indicou que a

precipitação foi maior na 2º coleta (25,04mm) que nas demais (0,08mm). Esses

dados demonstram que, embora não tenha ocorrido variação na densidade

bacteriana (Figura 2), esta mudança na pluviosidade poderia alterar as espécies

presentes no solo.

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

Época 1 Época 2 Época 3

UFC

x10

4 . g

de s

olo-1

Figura 2. Densidade bacteriana em 3 épocas de amostragem: época 1(11/2004), época 2 (03/2005), época 3 (08/2005); de solo da Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP). Barras indicam desvio padrão da média.

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39

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

Local 1 Local 2 Local 3 Local 4

UFC

104 .

g de

sol

o-1Época 01 Época 02 Época 03

Figura 3. Freqüência dos resultados referente à densidade bacteriana, Época x Local. Época 1 (11/2004), época 2 (03/2005), época 3 (08/2005); do solo da Serra do Itapety (Mogi das Cruzes, SP). As coletas foram realizadas em 4 locais e com pelo menos 4 repetições. Barras indicam desvio padrão da média.

Haplótipos

00,020,040,060,08

0,10,120,140,16

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

Freq

üênc

ia

Figura 4. Freqüência dos haplótipos na comunidade bacteriana do solo da Serra do Itapety. Foram realizadas 3 coletas. Os haplótipos foram obtidos pela técnica de ARDRA com a enzima de restrição HhaI.

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40

1° Coleta

00,010,020,030,040,050,060,070,08

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

Freq

üênc

ia

2º Coleta

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

Freq

üênc

ia

3° Coleta

00,010,020,030,040,050,060,070,08

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S

Freq

üênc

ia

Figura 5. Freqüência dos haplótipos na comunidade bacteriana do solo da Serra do Itapety em e épocas de amostragem. Coleta 1 (11/2004), Coleta 2 (03/2005) e Coleta 3 (08/2005). Os haplótipos forma obtidos pela técnica de ARDRA com a enzima de restrição HhaI.

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41

TABELA 1 - Isolados bacterianos com seus respectivos haplótipos, e identificação de suas espécies e sua função fisiológica.

Isolados Época Haplótipos Identificação Características fisiológicas* Ami Pec SF Fus Alt

L2-5 1 A + - + - - L4-20 2 A Pseudoxanthomonas sp. - - + - - L3-8 2 A - - - - - L1-11 3 A + - + - - L4-5 3 A - - - - - L2-2 1 B + - + - - L4-28 2 B - + - - - L2-2 2 B Bacillus niacini - + - - - L3-21 3 B - - - - - L4-21 3 B - - + - - L2-14 3 B + - + - - L1-11 1 C β proteobacterium + - + - - L4-6 1 C + - + - - L3-25 1 C Nocardia inohanensis - - - - + L2-4 2 C Streptomyces mirabilis - - - - - L2-17 3 C + - + - - L2-11 3 D Variovorax ginsengisoli - - - - - L3-19 3 D Bacillus circulans - - - - - L1-8 1 E Burkholderia cepacia - - - - - L3-9 1 E - - + - - L2-8 2 E Burkholderia cepacia - - + - - L1-21 2 E Cupriavidus basilensis - - - - + L1-16 3 E - - + - - L4-8 1 F - - - - - L4-25 1 F Micrococcus luteus - - - - - L1-5 1 G Oxalobacter sp. - - - - - L4-10 2 G Dyella koreensis - - - - - L4-11 3 H Naxibacter alkalitolerans - - + - - L2-6 2 I Bacillus mycoides - - - - - L4-7 3 I - - + + + L1-24 2 J Arthrobacter nicotinovorans - - - - - L1-14 3 J Microbacterium oleivorans + - - - - L2-1 2 K Nocardia niigatensis - - + - - L1-22 2 K - - - - -

L4-18 2 L Streptomyces purpureus - - + - -

L3-10 3 L - - + + + L1-9 1 M Microbacterium imperiale - - - - - L3-18 3 N S. thermocoerulescens - - - - - L3-3 2 O β proteobacterium - - - - - L1-13 1 P Flexibacter sp. - - - - - L1-22 1 Q - - - - - L3-11 1 R γ proteobacterium - - - - - L1-4 2 S Enterobacter sp. - - - - -

* Ami = amilase, Pec = pectinase, SF = solubilização de fosfato, Fus = inibição do Fusarium, Alt = inibição da Alterna

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42

Bactéria do solo L4-25

M. luteus DQ512738

Bactéria do solo L1-24

Arthrobacter nicotinovorans AY833102

Bactéria do solo L1-9

Microbacterium imperiale AF526906

Bactéria do solo L1-14

M. oleivorans AJ698725

Kitasatospora k ifunensis AJ781341

Streptomyces purpureus AJ781324

Bactéria do solo L4-18

Bactéria do solo L2-4

S. mirabilis AY999730

Bactéria do solo L3-18

S. thermocoerulescens AB184584

Bactéria do solo L3-25

Nocardia inohanensis AJ619769

Bactéria do solo L3-19

B. circulans DQ339686

Bactéria do solo L2-6

B. mycoides Z84591

Enterobacter amnigenus AY579148

Bactéria do solo L4-10

Dyella koreensis AY884571

Bactéria do solo L2-11

Variovorax ginsengisoli AB245358

Burk holderia sp. AY538659

B. cepacia AY741332

Bactéria do solo L2-8

Bactéria do solo L1-21

Cupriavidus basilensis AY047217

Naxibacter alkalitolerans AY679161

Bactéria do solo L4-11

Bactéria do solo L1-5

Oxalobacter sp. AY367029

Janthinobacterium sp. AY753304

Flexibacter sp. AF361187

Bactéria do solo L1-13

Uncultured bacterium AB179500

100

77100

100

100

100

100

7599

94

99

53

91

39

46

100

100

100

100

100

80100

76100

100

100

96

96

84

7785

44

99100

87

91

0.05

Figura 6. Dendrograma mostrando a relação filogenética dos isolados bacterianos obtidos do solo da Serra do Itapety. A árvore foi construída pelo método do vizinho mais próximo utilizando o coeficiente de Jukes-Kantor.

Actinobacteria

Firmicutes

Proteobacteria

Bacteroidetes

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43

Visto que a Mata Atlântica apresenta grande diversidade vegetal, isto poderia

influenciar as características do solo e conseqüentemente as populações

bacterianas. As comunidades vegetais podem alterar fatores químicos e físicos do

solo, favorecendo ou não o crescimento de diferentes espécies microbianas. Neste

contexto, áreas de preservação sofrem poucas alterações favorecendo o equilíbrio

entre as comunidades microbianas, segundo Hackl et al. (2004) florestas naturais

que são pouco perturbadas, apresentam uma grande biodiversidade.

5.2 Diversidade fisiológica de bactérias do solo

A comunidade bacteriana do solo da Serra do Itapety foi avaliada quanto a

produção das enzimas amilases e pectinases, solubilização de fosfato e produção

de compostos antagônicos as fungos Fusarium oxysporum e Alternaria alternata.

Foi possível observar a formação de halo incolor em torno das colônias

produtoras de amilase (Figura 07 A) e solubilizadoras de fosfato (Figura 07 B). A

freqüência destas bactérias produtora de amilase (Figura 08) foi diferente entre as

épocas amostradas, sendo na época 1 > época 3 > época 2, mostrando que o fator

sazonal influência na freqüência destas bactérias. As condições ambientais podem

estimular ou inibir o desenvolvimento e atividade de microrganismos do solo. As

variáveis climáticas, a precipitação e a temperatura são os fatores que exercem

maior influência sobre os microrganismos (MASON, 1980; SANTOS e CAMARGO,

1999). Visto que a primeira coleta ocorreu na primavera, época de maior aporte de

serrapilheira, conseqüentemente maior disponibilidade de amido na Mata.

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44

Figura 7. Foto mostrando o crescimento de bactérias do solo da Serra do Itapety sobre o meio para detecção de produtores de amilase (A) e solubilizadores de fosfato (B). A. Seta indica o halo que caracteriza a produção de amilases pelo isolado L4-6, uma Beta proteobacterium não identificada. B. Crescimento bacteriano em meio de cultura suplementado com fosfato insolúvel. Setas indicam o halo produzido por colônias de bactérias solubilizadoras de fosfato inorgânico. Isolados a-L2-1 (Nocardia niigatensis), b-L4-20 (Pseudoxanthomonas sp), c-L2-8 (Burkholderia cepacia), d-L2-2 (Bacillus niacini).

A presença de microrganismos solubilizadores de fosfato tem sido constada

na maioria dos solos investigados (JONES et al., 1991; NAHAS et al., 1994).

Segundo Odunfa e Oso (1978) alguns fatores como o tipo de solo, a espécie e a

idade da planta, podem influenciar a freqüência destes microrganismos. No presente

trabalho foi observado que 51% dos isolados avaliados foram capazes de solubilizar

fosfato, sugerindo que nos locais amostrados, o fosfato se encontrou disponível

durante as três épocas, visto que não foi observada diferença significativa entre as

épocas amostradas (Figura 08). Parece que o tipo de vegetação encontrada na mata

pode favorecer a estabilidade desta população, permitindo que mesmo após

variações sazonais a freqüência destas bactérias seja mantida. Tendo em vista que

a análise de ARDRA mostrou que ocorre variação nas espécies presentes no solo

amostrado, pode ser sugerido que as espécies solubilizadoras de fosfato pertencem

aos haplótipos presentes em todas as épocas amostradas, ou que caso sejam

eliminadas, outras espécies com as mesmas características ocupam o nicho.

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45

0,00

0,15

0,30

0,45

0,60

Amilase Pectinase Solubilizadores de Fosfato

Freq

üênc

iaColeta 1 Coleta 2 Coleta 3

Figura 8. Frequência de bactérias solubilizadoras de fosfato, produtora de enzimas

amilasese pectinases na comunidade bacteriana do solo da Serra do Itapety. Coleta 1 (11/2004), Coleta 2 (03/2005) e Coleta 3 (08/2005).

De acordo com a metodologia descrita, os isolados bacterianos do solo da

Serra do Itapety foram avaliados quanto à produção de pectinases, a qual foi

constatada pela presença de um halo claro em torno da colônia (Figuras 09 A e B).

Nesta característica foi também observada uma variação na freqüência, sendo na

época 1< época 2> época 3, embora a freqüência total observada foi inferior a 10%

sugerindo que estas bactérias apresentam um papel pequeno na degradação de

tecidos vegetais, os quais apresentam uma grande quantidade de pectina (Figura

08). Outro fator que pode reduzir a freqüência de bactérias degradadoras de pectina,

seria a freqüência de bactérias patogênicas às plantas na comunidade amostrada,

visto que este grupo de bactérias pode degradar as paredes da planta hospedeira

durante o processo de infecção. Entretanto, neste caso deve ser desconsiderada o

papel destas bactérias na reciclagem de compostos orgânicos ricos em pectinas

como os tecidos vegetais.

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46

Figura 9. Produção de pectinases por bactérias do solo da Serra do Itapety. A seta indica halo de degradação da pectina por pectinases produzidas pelos isolados: A. L1-3 (sem identificação) B. L4-28 (Bacillus niacini).

5.3 Bactérias produtoras de agentes antimicrobianos

Utilizando a metodologia descrita no item 4.1.1 foi possível observar que as

bactérias do solo da Serra do Itapety são capazes de produzir agentes

antimicrobianos contra fungos de interesse agrícola como Alternaria alternata (Figura

10 e Tabela 1) e Fusarium oxysporum (Figura 11 e Tabela 1). Em relação à

freqüência desses isolados, foi observada uma diferença significativa entre as três

épocas amostradas, visto que a freqüência de bactérias capazes de inibir o fungo A.

alternata no mês de novembro foi de 2%, enquanto que na segunda coleta no mês

março, freqüência foi de 11%, e na terceira coleta 10% sugerindo que fatores

ambientais podem estar afetando estas populações. Por outro lado, na terceira

coleta 2% dos isolados foi capaz de inibir o fungo F. oxysporum, mostrando que

somente uma pequena proporção destes isolados inibe este fungo. Segundo Vargas

e Scholles (2000); Andrade (1999) os microrganismos são muito sensíveis e podem

ser influenciados pelos fatores bióticos e abióticos. Um outro fator que pode interferir

nas comunidades microbiana são os metabólicos microbiológicos, os quais podem

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47

agir de diversas maneiras, atuando como fatores probióticos ou antibióticos

(DROZDOWICZ, 1997). Nas épocas 2 e 3 onde foi observada uma maior freqüência

de isolados antagonistas, pode ser sugerido que mesmo em ambientes em

equilíbrios, nestas épocas poderia ocorrer competição por nutrientes, visto que foram

períodos com menor quantidade de serrapilheira, permitindo assim a seleção de

bactérias produtoras de compostos antimicrobianos. Um dos fatores de maior risco

na agricultura são as doenças de plantas, elas comprometem a produção final de

muitas culturas, causando grandes prejuízos para os produtores e consumidores,

sendo os fungos uns dos grandes responsáveis por estas doenças (ZAMBOLIM e

RIBEIRO DO VALE, 1985). Neste contexto, o fungo Fusarium spp. pode estar

associado a inúmeras espécies vegetais, quando possível causando doenças,

sobretudo em culturas de importância econômica como: feijoeiro (ITO, 2004), em

frutos de ameixa e nectarina (GONÇALVES, 2005), em amendoim (DHINGRA, O.D.

et al., 1998). No presente trabalho, foram observados diferentes isolados bacterianos

capazes de inibir in vitro os fungos fitopatógenos avaliados, e por esse motivo

poderiam ser utilizados como fontes de novos fungicidas e/ou auxiliar no controle de

doenças que causam grandes prejuízos na agricultura.

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48

Figura 10. Inibição do fungo Alternaria alternata por bactéria do solo da Serra do Itapety. Isolados : A. L3-25 (Nocardia inohanensis) B. L4-18 (Streptomyces purpureus), C. L2-13 (não identificado), D. L4-7 (Bacillus mycoides).

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Figura 11. Inibição do fungo Fusarium oxysporum por bactéria do solo da Serra do Itapety A. Crescimento do fungo fitopatôgenico F. oxysporum sem bactéria (controle). B. Técnica de pareamento com colônia de bactérias, observa-se o crescimento do patógeno sobre as colônias bacterianas. C. Fungo patogênico F. oxysporum sendo inibido por uma colônia de bactéria, representada pelo isolado L4-7(Bacillus mycoides). D. Halo formado pela colônia de bactéria, representado pelo isolado L3-10 (Streptomyces purpureus).

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6 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que:

- Embora a densidade bacteriana do solo da Mata Atlântica não seja alterada, a

freqüência de algumas espécies pode ser mudada por fatores como época do ano;

- Os isolados bacterianos obtidos neste trabalho apresentam potencial aplicação

biotecnológica como produção de enzimas como amilases e pectinases,

solubilização de fosfato e inibição de fungos fitopatogênico, demonstrando a

importância do estudo deste bioma na procura de novas linhagens para controle

biológico.

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