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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL CARACTERIZAÇÃO DE Campylobacter spp. ISOLADAS EM CARCAÇAS DE FRANGO Janaina Costa Feistel Orientador (a): Profª. Drª. Cíntia Silva Minafra e Rezende GOIÂNIA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

CARACTERIZAÇÃO DE Campylobacter spp. ISOLADAS EM

CARCAÇAS DE FRANGO

Janaina Costa Feistel

Orientador (a): Profª. Drª. Cíntia Silva Minafra e Rezende

GOIÂNIA

2013

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JANAINA COSTA FEISTEL

CARACTERIZAÇÃO DE Campylobacter spp. ISOLADAS EM

CARCAÇAS DE FRANGO

GOIÂNIA

2013

Dissertação apresentada para obtenção do

grau de Mestre em Ciência Animal junto à

Escola de Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás.

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e

Tecnologia de Alimentos.

Orientadora:

Profª. Drª Cíntia Silva Minafra e Rezende EVZ-UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Albenones José Mesquita EVZ-UFG

Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau EVZ-UFG

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AGRADECIMENTOS

À Deus por guiar os meus passos, pelas forças infinitas que proveu sobre mim

nos momentos tão difíceis e por colocar em meu caminho pessoas especiais que

me auxiliaram ao longo deste projeto.

Aos meus pais, Jussara Feistel e Egon Feistel, por uma vida inteira de amor,

dedicação e o incentivo necessário para a realização dos meus sonhos e para

mais essa etapa de minha vida e carreira profissional. É com orgulho que digo

que os tenho como exemplo e, por mais que a vida me dê títulos, os

ensinamentos que tive em casa nunca serão superados.

Ao meu irmão, Leonardo Hoichen, por fazer parte desta conquista, por acreditar

na minha capacidade de realizar este trabalho, pelos incentivos para melhorar

cada dia mais e pela compreensão nos momentos em que me afastei. Ao José

que me ensinou o que é o amor incondicional pelos animais.

À professora Dra. Cíntia Silva Minafra e Rezende, li uma frase que combina

perfeitamente com você “O verdadeiro Mestre é aquele que prefere dividir o que

possui, a ter somente para si; é aquele que se sente feliz quando percebe que o

caminho que abriu tem sido trilhado por muitos”. Obrigada pela compreensão,

amizade, estímulo para realizar o melhor trabalho possível, paciência nos

momentos de desespero, ajuda nas horas em que as lágrimas teimavam em cair,

pela confiança de que tudo daria certo e pelas horas extras auxiliando na

realização do trabalho, agradeço também à Maria Clara pela preocupação em

cada crise de desespero.

Às minhas irmãs de coração Aline Pedrosa e Marília Cristina, pelo apoio,

companheirismo, ajuda nas análises laboratoriais, nas opiniões para o trabalho

escrito e também pelos momentos de descontração, risadas e fofocas. Sem vocês

a pós - graduação não seria a mesma “Os verdadeiros amigos são poucos, mas

definitivamente o suficiente”.

Agradeço também à Nadielly e aos novos integrantes do grupo Julierme e Natália.

Ao Clauber Enrique pela paciência, persistência, dedicação e carinho

demonstrados durante o longo período que durou esta formação. Agradeço

também à dona Ruth e senhor Clauber Antônio pelo carinho e amizade.

Ao meu grande amigo Marcos Paulo, pelo apoio em todas as fases decisivas

pessoal e profissionalmente, pela paciência, amizade e pelos ensinamentos de

vida.

Aos meus amigos Alessandra Arnez, Fernando Augusto e Osvaldo José por

estarem comigo desde a graduação até a pós-graduação, cada um de nós seguiu

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um caminho diferente, porém a distância não consegue mudar o amor e carinho

que tenho por vocês.

À Sandra, ao Magno e aos funcionários e ex-funcionários do laboratório de

Microbiologia do CPA que se disponibilizaram em apoiar de forma incondicional

em todas as fases necessárias para a execução das tarefas programadas durante

o projeto.

Ao Wilson Ricardo e ao Sr. Adair que não mediram esforços para ajudar em

qualquer hora.

Aos técnicos do laboratório de Biologia Molecular do CPA, em especial Bruno e

Ervaldo que tornaram grandes amigos e peças fundamentais para a realização

deste projeto.

À professora Dra Daise Rossi e todos os alunos e funcionários do laboratório

LABIO da Universidade Federal de Uberlândia em especial a Roberta, Mariela,

Eliane, Priscila e Guilherme, por me receberem no laboratório, pela ajuda e pela

amizade.

A todos os Professores da Graduação e do Programa de Pós-Graduação da

Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás o meu mais

sincero respeito e admiração.

Em especial à professora Maria Auxiliadora de Andrade, por todo ensinamento,

por ser a primeira professora a reparar o meu lado tímido, por acompanhar todo o

meu desenvolvimento da graduação até a pós-graduação, pelos trabalhos

avaliados e pela risada mais contagiante de toda a Universidade.

À Coordenação de Pós-Graduação, à Escola de Veterinária e Zootecnia, e ao

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, pela

oportunidade de realização deste trabalho.

OBRIGADA!

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 3

2.1. Objetivo geral .................................................................................................... 3

2.2. Objetivos específicos ...................................................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 4

3.1 Histórico, taxonomia e nomenclatura ........................................................... 4

3.2 Morfologia e motilidade .................................................................................... 6

3.3 Propriedades bioquímicas ............................................................................... 8

3.4 Nutrição e resposta a ambientes adversos ................................................ 11

3.5 Mecanismos de respostas a ambientes adversos .................................. 133

3.5.1 Estado VNC .................................................................................................... 15

3.5.2 Sobrevivência em diversas temperaturas ............................................... 16

3.6 Aspectos epidemiológicos de Campylobacter spp. ................................. 20

3.6.1 Reservatórios e fontes de contaminação .............................................. 211

3.6.2 Incidência de campilobacteriose no mundo ......................................... 244

3.6.3 Incidência de Campylobacter spp e campilobacteriose no Brasil ..... 28

3.7 Patogenia ........................................................................................................ 300

3.8 Métodos de detecção de Campylobacter spp. .......................................... 32

3.8.1 Isolamento Bacteriológico Convencional ............................................. 355

3.8.2 Ensaio Imunuenzimático miniVIDAS® .................................................... 388

3.8.3 Sistema API CAMPY .................................................................................. 400

4. MATERIAL E METODOS ................................................................................. 422

4.1 Delineamento experimental ......................................................................... 422

4.2 Ensaios analíticos ......................................................................................... 422

4.3 Identificação bioquímica e enzimática das colônias sugestivas de

Campylobacter spp. pelo sistema API Campy ................................................. 45

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 477

6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 600

Referências ........................................................................................................... 611

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RESUMO

Os produtos de origem avícola podem veicular diversos microrganismos patogênicos. Nas últimas décadas, o gênero Campylobacter, em especial as espécies termofílicas, destaca-se como um dos principais agentes responsáveis por Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA’s). Em decorrência da importância deste patógeno na saúde pública e na economia, pesquisas são realizadas com o objetivo de identificar e caracterizar os isolados, bem como desenvolver e aprimorar as técnicas para a identificação do gênero, permitindo a determinação da prevalência deste patógeno nas principais fontes de veiculação, como a carne de frango. O presente estudo teve como objetivo verificar a ocorrência de Campylobacter spp. e identificar as espécies termofílicas isoladas de carcaças de frango de abatedouros do estado de Goiás submetidos ao Serviço de Inspeção Federal e que possuíam autorização para o comércio interno e externo. Um total de 200 amostras foi avaliado utilizando o ensaio imunoenzimático como triagem, com posterior isolamento bacteriano e identificação por meio da biotipificação. Observou-se que os métodos empregados permitiram a identificação de Campylobacter spp. em 24% (48/200) das amostras avaliadas. Destas, 21 (10,5%) foram comprovadamente positivas para o gênero, tendo por fundamentação o isolamento bacteriano de amostras positivas à triagem e testes de assimilação enzimática, bioquímicas e de perfil antimicrobiano. Campylobacter coli foi a espécie mais isolada (58,6%), seguida por Campylobacter jejuni ssp. jejuni (17,2%), Campylobacter lari (13,8%) e Campylobacter jejuni ssp. doylei (3,4%). Observou-se que alguns isolados sugestivos, por apresentar positividade no teste de triagem, crescimento em meios seletivos, temperatura de incubação, morfologia e motilidade características do gênero em questão, não foram identificados pelo sistema numérico empregado neste estudo e, portanto, foram considerados negativos. Pelos resultados, pode-se concluir que a associação do método de triagem ao isolamento convencional e perfil numérico para biotipificação permitiram melhor identificação dos isolados. Assim, é possível afirmar que Campylobacter spp. foi identificada em carne de frango destinada ao consumo, havendo a descrição de três espécies termofílicas e duas subespécies. A presença deste patógeno confere risco à saúde pública por ingestão de alimentos contaminados e decorrência de doenças gastroentéricas e extraintestinais e em casos mais graves, porém não raros, a síndromes reumatológicas, oftalmológicas e neurológicas. Especificamente as espécies Campylobacter coli e Campylobacter jejuni descritas como de maior interesse em alimentos foram as de maior frequência e relacionam-se à maioria dos casos de campilobacteriose de origem alimentos. Palavras chave: biotipificação, Campylobacter termofílicos, carcaças de frangos.

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ABSTRACT

Poultry products are recognized as sources of contamination by several pathogens. In the last decades the genus Campylobacter, particularly thermophilic species, stands out in developed countries, where it is considered the primary agent responsible for Foodborne Illnesses (DVA's). Due to the importance of this pathogen in public health and economics, researches are conducted in order to identify and characterize the isolated, as well as develop and improve techniques for the identification of the genus Campylobacter spp. with attention focused mainly to important thermophilic species related to food, allowing the determination of the prevalence of this pathogen in main placement sources, such as chicken. The objective of this study was to verify the occurrence of Campylobacter spp. and identify isolated thermophilic species from chicken carcasses in slaughterhouses in the state of Goiás submitted to the Federal Inspection Service which had proper authorization to internal and external trade. A total of 200 samples have been evaluated using the immunoenzymatic screening assay, with subsequent bacterial samples isolation and identification through biotyping. In this study it was observed that the employed methods allowed the isolation of Campylobacter spp. in 24% (48/200) of the assessed samples. Among these samples, 21 (10.5%) were demonstrably positive for genre, having as basis the set of analytical screening method, sequential bacterial isolation for positive samples and evidence of enzymatic and biochemical assimilation and antimicrobial profile. C.coli was the most frequently isolated species (58.6%), followed by C.jejuni ssp. jejuni (17.2%), C.lari (13.8%) and Campylobacter jejuni ssp. doylei (3.4%). By using a screening method, conventional isolation system and numerical biotyping it was immediately revealed the characterization of the isolated Campylobacter. It was observed that some suggestive isolated, due to its positivity in the screening test, growth on selective sources, incubation temperature, motility and morphology, characteristics of the genus assessed, have not been identified by numerical system and thus were considered negative. From the results, it can be concluded that the association of screening method to conventional isolation and biotyping numerical profile allowed a greater understanding of the isolated. It can also be concluded that Campylobacter spp. is present in chicken meat for human consumption and three thermophilic species and two subspecies have been identified. The pathogen presence attests public health risk.

Keywords: biotyping, thermophilic Campylobacter, chicken carcasses.

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil é conhecido mundialmente pela capacidade de produção e

industrialização de alimentos, com destaque para a proteína de origem animal,

principalmente a carne de frango. Atualmente, o país é o maior exportador e o

terceiro maior produtor deste alimento, produzindo 13,058 milhões de toneladas

em 2011, apresentando crescimento de 6,8% em relação a 2010. Deste total,

Goiás representou 6,04% da produção nacional (UBABEF, 2012).

Segundo o relatório nacional dos produtores de frango, publicado em 2012,

o consumo interno de carne de frango aumenta consideravelmente a cada ano,

uma vez que o custo desta fonte proteica é menor em comparação às outras

proteínas de origem animal. Neste contexto, observa-se crescente aumento

quanto ao consumo per capita de carne de frango, atingindo 47,4 quilos no último

ano e sendo um novo recorde para o setor do agronegócio.

Em virtude da grande produção e demanda pelo produto, a preocupação

em relação às doenças veiculadas por alimentos têm atenção dos serviços de

vigilância e dos órgãos de saúde pública em diversos países, visto a elevada

ocorrência dos casos. Nos Estados Unidos, estimou-se que 48 milhões de

pessoas adoeceram, 128.000 foram hospitalizadas e 3.000 morreram em

decorrência de DVA’s a cada ano (CDC, 2011).

No Brasil, entre os anos de 2000 e 2011 foram notificados 8.663 surtos de

doenças veiculadas por alimentos, com 163.425 pessoas doentes e 112 óbitos

(BRASIL, 2012), no entanto acredita-se que os dados mencionados estão

subestimados pelas deficiências identificadas nos sistemas de investigação.

Diversos microrganismos patogênicos são conhecidos como agentes

causadores de doenças associadas ao consumo de carne e derivados, com

destaque para Salmonella spp., Listeria monocytogenes, Escherichia coli

produtora de toxina de Shiga, Yersinia e Campylobacter spp. (EFSA, 2012).

Dentre estes patógenos, o gênero Campylobacter tem se destacado

mundialmente nos últimos anos, sendo as aves as principais fontes de veiculação

ao homem (EFSA, 2005; CDC, 2010; EFSA, 2012). Nos Estados Unidos, em

2010, estimou-se que infecções por Campylobacter spp. afetaram 2,4 milhões de

pessoas (CDC, 2011).

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Relatórios realizados pela European Food Safety Authority (EFSA, 2011b;

2012) registraram que a taxa de notificação e o número confirmado de

campilobacteriose humana nos países membros da União Europeia aumentou no

ano de 2010 comparado a 2009. Campilobacteriose tem seguido tendência de

aumento significativo desde 2005 e continuou a ser a zoonose mais comumente

relatada, com mais de 200 mil casos confirmados. No entanto, estima-se que, a

cada ano, existam cerca de nove milhões de casos não diagnosticados ou não

relatados de campilobacteriose no mundo.

No Brasil, os dados sobre a prevalência deste microrganismo são variáveis,

em razão dos reduzidos relatos sobre o patógeno e talvez por não possuir

programas de vigilância e notificação obrigatória da campilobacteriose (BRASIL,

2003). No estado de Goiás, sexto produtor de carne de frango do país, poucos

são os registros a respeito da prevalência deste microrganismo.

Diante do exposto, este trabalho pretendeu identificar e biotipificar espécies

termofílicas de Campylobacter spp. em carcaças de aves provenientes de

abatedouros no estado de Goiás.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Verificar a ocorrência de Campylobacter spp. em carcaças de frangos

liberadas para consumo interno e externo.

2.2. Objetivos específicos

Aplicar método de triagem para detecção do patógeno, associado ao

isolamento bacteriano e caracterização fenotípica por perfil numérico.

Caracterizar a frequência de isolamento de Campylobacter spp.

Identificar as espécies termofílicas.

Realizar a biotipificação dos isolados.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Histórico, taxonomia e nomenclatura

Registros de casos de doenças em humanos provocados pela infecção por

Campylobacter spp, são datados desde o ano de 1880 na Alemanha (MOORE et

al., 2005), mas foi em 1886 que o pesquisador Theodor Escherich relatou pela

primeira vez bactérias semelhantes ao gênero Campylobacter em amostras de

conteúdo intestinal de crianças e gatos que apresentaram diarreia e vieram a

óbito. Nestas amostras foram encontradas bactérias de forma espiralada que a

princípio foram denominadas de Vibrio felinus (BUTZLER, 2004).

Por anos, o microrganismo teve sua importância vinculada essencialmente

à clinica médica veterinária. MOORE et al. (2002) relataram que em 1913 foi

reconhecido, em estudos realizados por McFaydean e Stockman, o primeiro

isolamento e identificação da bactéria que estava associada a abortos em ovinos.

Posteriormente, no ano de 1918 foram confirmados quando SMITH (1918) isolou

microrganismos similares em fetos de bovinos e propôs a nomenclatura de Vibrio

fetus, em virtude das características morfológicas. Com isso o microrganismo foi

considerado um importante agente causador de abortos principalmente em

bovinos e ovinos (SMITH & TAYLOR, 1919).

Em 1931, vibrios microaerófilos, foram encontrados em intestino de

bezerros com enterite. Os pesquisadores avaliaram que particularmente o jejuno

era o principal local de infecção do trato intestinal, nomeando o microrganismo de

Vibrio jejuni (JONES et al., 1931a,b). Posteriormente, DOYLE em 1944 isolou um

vibrio da mucosa do cólon de suínos (DOYLE, 1944) e o denominou de Vibrio coli

(DOYLE, 1948).

Ainda, conforme MOORE et al. (2002), em 1947, Vinzent e colaboradores

realizaram a primeira associação de V. fetus em gestantes com aborto infeccioso.

As pesquisas do microrganismo em animais continuaram e no ano de 1953

especialistas encontraram outros víbrios em esperma e suabes vaginais de

bovinos, que se diferenciavam bioquimicamente de V. Fetus, recebendo a

classificação de V. bubulus (TOUVENOT et al., 1954).

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KING (1957) descreveu um vibrio com várias características semelhantes

ao Vibrio fetus, observado por Vinzent e colaboradores, em 1947, mas com

diferenças bioquímicas e antigênicas. A pesquisadora dividiu estes

microrganismos em dois grupos distintos, sendo que a maioria dos

microrganismos multiplicava-se a 25°C, como o V. fetus, e outros entre 37°C e

42°C, sendo designados como “Vibrio related”, os quais foram todos isolados a

partir de sangue de doentes com gastroenterites.

Ao longo dos anos os microrganismos observados e/ou isolados tiveram a

classificação taxonômica associada ao gênero Vibrio baseado na morfologia

espiralada e/ou encurvada. A correta identificação, bioquímica e taxonômica, era

dificultada pelo fato da bactéria não fermentar nem oxidar carboidratos o que

impossibilitava a realização da maioria das provas bioquímicas que são

geralmente utilizadas para a identificação das bactérias, conforme as descrições

históricas de MOORE et al. (2005).

MOORE et al. (2005) relatam que o gênero Campylobacter foi proposto por

SEBALD & VÉRON, no ano de 1963. Estes pesquisadores englobaram neste

gênero as bactérias antes denominadas de Vibrio fetus, Vibrio jejuni e Vibrio coli e

optaram pela alteração do gênero em decorrência das diferenças metabólicas e

da composição dos pares de bases do material genético.

Na década de 70, com o desenvolvimento de procedimentos para o

isolamento de microrganismos termofílicos, de origem fecal, utilizando

membranas filtrantes foi possível isolar pela primeira vez Campylobacter em fezes

de pessoas doentes (DEKEYSER et al., 1972; BUTZLER, 2004., MOORE et al.,

2005).

VÉRON & CHATELAIN (1973) incluíram novas espécies no gênero

Campylobacter que foram divididas em três grupos diferentes com base nas

características fenotípicas: Campylobacter catalase positivos e H2S negativo,

incluídas as subespécies Campylobacter fetus subsp. fetus e Campylobacter fetus

subsp. venerealis; Campylobacter catalase positivo e H2S positivo tendo como

representantes Campylobacter. coli e Campylobacter jejuni. O terceiro grupo

relacionado à Campylobacter catalase negativo em que Campylobacter sputorum

subsp. bubulus e Campylobacter sputorum subsp. sputorum foram descritas

(VÉRON & CHATELAIN, 1973).

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SKIRROW descreveu uma metodologia mais simples e direta para

isolamento do microrganismo em amostras fecais com a utilização de ágar

sangue acrescido dos antibióticos: vancomicina, polimixina e trimetoprim

(SKIRROW et al., 2000). Como consequência do aprimoramento do diagnóstico, o

gênero Campylobacter foi reconhecido como a causa mais comum de

gastroenterites em humanos em diversos países e caracterizada como zoonose

por ser transmitida ao homem por diversos animais domésticos (BUTZLER,

2004).

Posteriormente, vários trabalhos foram realizados e novas espécies foram

descritas, entretanto, pesquisadores revelaram que o gênero Campylobacter por

ser bastante heterogêneo e com base nas sequências de rRNA 16S não seria

possível incluir todos em um único gênero havendo a necessidade de subdivisão

em três grupos (THOMPSON et al.,1988). Cada grupo posteriormente foi

reclassificado em gêneros diferentes, sendo o grupo I pertencente ao gênero

Campylobacter, o grupo II ao gênero Helicobacter e o grupo III ao Arcobacter

(VANDAMME et al. 1991).

VANDAMME et al. (1991) revisaram a taxonomia dos grupos e

estabeleceram relações filogenéticas das bactérias dos gêneros Campylobacter e

Helicobacter, os quais fazem parte da família Campylobacteriaceae, sendo criado

outro grupo para enquadrar estes dois gêneros denominado de Super-família

RNA IV ou Epsilonproteobacteria (VANDAMME, 2000).

Atualmente, são descritas mais de 32 espécies e 13 subespécies

pertencentes ao gênero Campylobacter (EUZÉBY, 2010), dentre as quais, as

espécies consideradas termofílicas (Campylobacter jejuni, C. coli, C. lari e C.

upsaliensis) destacam-se como importantes patógenos veiculados por alimentos e

estão associadas à gastroenterites em humanos (EFSA, 2012), bem como à

distúrbios oftálmicos, reumatológicos e em forma mais grave neuromusculares.

3.2 Morfologia e motilidade

As espécies do gênero Campylobacter são diferenciadas morfologicamente

de outros microrganismos, pois, quando em culturas jovens, são geralmente

encontradas em formas de pequenos bastonetes espiralados ou encurvadas em

forma de vírgula o que confere morfologia vibróide. Quando agrupadas em

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cadeias de apenas duas células podem apresentar forma similar à asa de gaivota

ou em forma de “S”. Por esta morfologia particular o exame microscópico é um

grande aliado no diagnóstico presuntivo de Campylobacter (VANDAMME et al.,

1991).

As bactérias do gênero Campylobacter são bastonetes Gram negativos,

pequenos e finos com dimensões de 0,2 a 0,5 μm de largura e 0,5 a 8 μm de

comprimento e, devido a isto, podem ser diferenciados de outras bactérias Gram

negativas por meio da técnica de filtragem, com filtro de 0,65 μm (JAY, 2005).

Os microrganismos não formam esporos, são móveis e apresentam um

único flagelo polar em uma ou em ambas as extremidades culminando em

motilidade característica em torno do próprio eixo (movimento do tipo “saca rolha”

ou “vai-e-vem”) (PARK, 2002; SILVA et al, 2007; FRANCO & LANDGRAF., 2008).

A motilidade é fator determinante para a colonização, adesão e invasão

das células intestinais, os flagelos, auxiliam a superar o peristaltismo intestinal e

facilitam a travessia pela camada de muco. Diante disso, a presença de flagelos é

crucial para o desencadeamento da doença, sendo um dos mais importantes

fatores de virulência envolvido na patogênese de Campylobacter spp. (FERRERO

& LEE, 1988).

ZIPRIN et al. (2005) descreveram uma cepa de Campylobacter coli com

alteração na morfologia por apresentar forma de haste reta sem possuir flagelos o

que incapacitou a colonização do ceco de galinhas. GUERRY (2007) mencionou

que mutantes de C. jejuni, imóveis, com flagelo incompleto ou com ausência de

flagelo não conseguem colonizar o trato gastrintestinal ou requerem grandes

quantidades de inóculo, em relação às cepas móveis com flagelo completo.

Embora a motilidade seja essencial para desencadear o processo infeccioso, a

produção de flagelos é essencial para a secreção de proteínas de virulência,

quimiotaxia, formação de micro colônias, formação de biofilmes e nas

propriedades de adesão e invasão.

Quando a bactéria está exposta a situações desfavoráveis a característica

curvada e a morfologia em espiral de Campylobacter dá lugar à forma cocóide

conhecida como VNC (viável não cultivável), uma forma degenerativa utilizada

como estratégia de sobrevivência por muitos microrganismos patogênicos

(BOVILL et al., 1997; ROLLINS et al., 1986; JAY, 2005).

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Avaliando os isolados de Campylobacter spp., observa-se que as colônias

apresentam formato irregular, podendo ser arredondadas ou convexas, com

aspecto úmido em cultura mais jovem ou seco quando a cultura estiver velha, as

colônias geralmente são planas, com coloração cinza ou translúcida, mas esta

característica varia com o meio de cultura utilizado. Ao refletir a luz ambiente a

cultura pode apresentar brilho d’água, além da ausência de reação hemolítica em

ágar sangue já que este microrganismo não possui capacidade de hemólise

(QUINN et al., 2005).

3.3 Propriedades bioquímicas

A caracterização fenotípica é indispensável para a identificação presuntiva

de Campylobacter spp. As propriedades bioquímicas e as características do

gênero são bastante variáveis para espécies e subespécies que são pesquisadas.

A caracterização bioquímica é importante fase de diferenciação dos

microrganismos, para tanto deve ser realizada uma série de testes que permitem

avaliar a habilidade que um microrganismo possui de produzir ou utilizar

compostos específicos. Desta forma, os procedimentos para a caracterização

fenotípica ou convencional dos microrganismos são baseados na seleção e

purificação das culturas em placa e, em seguida, na caracterização dos isolados

através de métodos tais como a identificação bioquímica, ou seja, biotipagem

(VAN DOORN et al., 1997).

Sabe-se que as espécies de Campylobacter possuem limitações na

realização do método bioquímico por apresentar inúmeras inconstâncias nas mais

variadas propriedades bioquímicas utilizadas na caracterização das estirpes (ON,

1996).

Os microrganismos desse gênero não produzem ácidos ou compostos

neutros como resíduos metabólicos, não hidrolisam gelatina, caseína, amido ou

tirosina, são negativos para os testes de Vermelho Metila (VM) e Voges-

Proskauer (VP), algumas espécies podem apresentar atividade de arilsulfatase,

mas não de lecitinase ou lipase (SILVA et al., 2007).

A maioria das espécies de Campylobacter é oxidase positiva, incluindo as

espécies termofílicas, no entanto, não produzem qualquer tipo de pigmento

(DEBRUYNE et al., 2008). Não produzem hemólise, são sensíveis ao cloreto de

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sódio, não crescem em meios contendo 2,0% de NaCl, sendo que essa

sensibilidade é dependente da temperatura (FRANCO & LANDGRAF, 2008).

Além disso, a correta identificação das espécies termofílicas de

Campylobacter em amostras clínicas e de alimentos pode ser dificultada pelo

reduzido número de testes bioquímicos empregados, já que este microrganismo

não utiliza carboidratos e não é reativo diante da maioria das reações bioquímicas

aplicadas a outros microrganismos. Somado a isso, a reprodutibilidade dos testes

de identificação é limitada especialmente pela concentração do inóculo e o meio

de cultura utilizado (ON et al., 1996). Ainda, vários sistemas bioquímicos foram

testados para verificar a capacidade de identificação e diferenciação das espécies

e/ou subespécies principalmente C. jejuni, C. coli, C. lari e C. upsaliensis, as quais

estão associadas à campilobacteriose em humanos.

No entanto, a melhor identificação das espécies de Campylobacter

utilizando características fenotípicas, apresenta algumas dificuldades, como por

exemplo, a variabilidade de respostas frente aos isolados testados. Visto isso, a

maioria dos laboratórios se restringe à identificação apenas do gênero (HÉBERT

et al., 1982; LIOR, 1984; ON, 1996). Outro fator preponderante diz respeito ao

fato de que algumas propriedades bioquímicas utilizadas na identificação deste

microrganismo são dependentes da idade das culturas e das condições de

execução das provas (WASSENAAR & NEWELL, 2000).

Atualmente, não se conhece um único método fenotípico com capacidade

de identificar todas as espécies, clínicas e relacionadas a alimentos. Quatro

métodos de caracterização fenotípica utilizando a biotipagem, são mais

frequentemente utilizados, o método de LIOR (1984), sistema de Preston (Bolton

et al., 1984), ISO 10.272 (2006) e sistema API-Campy (bioMérieux, 2010).

SKIRROW & BENJAMIM (1980) propuseram a primeira caracterização

bioquímica das estirpes de Campylobacter spp. baseando-se na capacidade

destes organismos de produzir ácido sulfídrico, hidrolisar o hipurato de sódio e na

análise de perfis de sensibilidade ao ácido nalidíxico.

Posteriormente, conforme padronização analítica internacional ISO 10.272

(2006) as espécies de maior interesse econômico e em saúde pública associadas

a alimentos, passaram a ser diferenciadas com base nas reações de hidrólise do

hipurato, o qual tem sido usado como o único teste fenotípico para distinguir as

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espécies C. jejuni, C. coli e C. lari e a resistência ao ácido nalidíxico que

diferencia C. lari das demais espécies.

O teste de hidrólise do hipurato é utilizado para diferenciar as cepas de C.

jejuni de C. coli e C. lari, já que apenas C. jejuni é capaz de hidrolisá-lo, por ser a

única que possui o gene codificador da enzima hipuricase (hipO), ausente em

outras espécies. Entretanto, cerca de 10% das cepas de C. jejuni não expressam

esta característica ou apresentam reação fraca para este teste, o que tem gerado

resultados inconclusivos (SKIRROW & BENJAMIN, 1980; TOTTEN et al., 1987;

STEINHAUSEROVA et al., 2001; CANER et al., 2008).

CANER et al. (2008) observaram as propriedades bioquímicas de 190

isolados de Campylobacter spp., dos quais 17,9% apresentaram reação fraca

para o teste de hidrolise do hipurato e 82,1% apresentaram reação negativa. Os

autores submeteram, posteriormente, os isolados a ensaios moleculares para

detecção do gene hipO e observaram o gene em 11% dos isolados que

apresentaram resultado negativo e em 56% dos que apresentaram reação fraca,

confirmando que os isolados pertenciam à espécie C. jejuni, que poderiam ser

erroneamente classificados como C. coli.

A maioria das espécies de Campylobacter exibe resultado negativo para o

teste de urease, entretanto em 1985 foram relatados Campylobacter

termotolerantes atípicos que se apresentavam urease positivos (UPTC),

(BOLTON et al., 1985), os quais foram identificados em 1988 como variantes

bioquímicos de C. lari (UPTC) isoladas de amostras clínicas de humanos

(MÉGRAUD et al., 1988).

De acordo com BENJAMIN et al. (1983) C. lari é conhecido como

Campylobacter termofílico resistente ao ácido nalidíxico (NARTC) e anteriormente

era distinguido de C. coli e C. jejuni por meio desta característica, até que na

década de 90, começaram a surgir cepas de C. jejuni e C. coli também

resistentes a este antimicrobiano (CHATZIPANAGIOTOU et al., 1993; GOMES et

al., 2002). Além da descrição da existência de cepas de C. lari sensíveis ao ácido

nalidíxico (NASC) (OWEN et al., 1988). Foram também relatadas variantes urease

positivo e sensível ao ácido nalidíxico (UP-NASC), considera-se desta forma que

C. lari é uma espécie com extensiva diversidade genética (DUIM et al., 2004).

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A atividade da enzima fosfatase alcalina foi registrada em algumas cepas

de C. jejuni, mas todas as outras espécies testadas por HÉBERT et al. (1982)

foram negativas para esta atividade.

Cabe ressaltar que relatos da investigação do patógeno apresentam provas

de que alguns dos testes bioquímicos realizados para a identificação das diversas

espécies e biótipos de Campylobacter podem ser muito restritivos. A rígida

aceitação dos resultados destes testes na identificação de Campylobacter pode

resultar na incapacidade de reconhecer e diferenciar algumas espécies (STEELE

et al., 1985).

3.4 Nutrição e resposta a ambientes adversos

Conhecer os aspectos nutricionais, a fisiologia e o metabolismo de

microrganismos patogênicos auxiliam na compreensão a respeito da colonização,

do processo de desenvolvimento da doença e dos mecanismos de adaptação e

sobrevivência ambiental, fato importante principalmente quando se trata de

patógenos complexos como o caso de Campylobacter spp. (KELLY, 2008;

WRIGHT et al., 2009).

KELLY (2008) descreveu que durante a colonização, Campylobacter deve

ser capaz de sobreviver em diferentes ambientes, como por exemplo, água de

superfícies (FROST, 2001), vegetais (EVANS et al., 2003), intestino de aves e

como patógeno em humano, o que torna fundamental a sua adaptação às mais

variadas condições. Para tanto, requer certo grau de flexibilidade metabólico que

deve ser suficiente para fazer uso dos diferentes nutrientes que estão disponíveis

em cada ambiente.

Os mecanismos de quimiotaxia fazem com que o microrganismo se

movimente na direção ou no sentido oposto ao estimulo químico. Assim, a

resposta quimiotática de C. jejuni é importante para direcionar o patógeno a locais

específicos no trato intestinal que sejam favoráveis para o seu desenvolvimento,

bem como as afastam dos ambientes desfavoráveis, sendo que a expressão

deste mecanismo é potencializada em temperatura de 37°C, temperatura

fisiológica dos seres humanos (KHANNA et. al, 2006).

De forma geral, Campylobacter é considerado fastidioso, pois a

multiplicação ocorre de forma lenta, acredita-se que esta característica seja em

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razão do pequeno tamanho do genoma (PARKHILL et al., 2000), o qual possui de

1600 Kb a 1700 Kb e também ao fato de não fermentarem carboidratos

(VANDAMME, 2000) e não metabolizarem lipídeos e na limitação de realizar

biossíntese (FRANCO & LANDGRAF, 2008).

Por estes motivos, C. jejuni é comumente encontrada na parte inferior do

ceco de aves, pois os aminoácidos são abundantes e é o local onde ocorre a

biossíntese microbiana (BEERY et al., 1988).

Estudos demostram que C. jejuni é altamente ativo durante a fase

estacionária, respondendo às condições de mudança ambiental com a alteração

da expressão de genes fazendo com que o microrganismo aumente a motilidade,

utilize aminoácidos alternativos e use moléculas, tais como o acetato,

previamente excretadas como resíduos por outros microrganismos (WRIGHT et

al., 2009). Fato que explica a capacidade do microrganismo, relativamente

sensível aos fatores ambientais, sobreviver fora do intestino do hospedeiro

(KELLY, 2001).

Pela incapacidade de metabolizar carboidratos, Campylobacter necessita

da disponibilidade de aminoácidos livres específicos como serina (VELAYUDHAN

et al., 2004, KELLY, 2005), aspartato, glutamato (GUCCIONE et al., 2008), e

prolina (LEACH et al., 1997), intermediários do ciclo do ácido tricarboxílico e

alguns ácidos orgânicos, eliminados a partir do hospedeiro ou dos

microrganismos presentes no intestino (LEE et al., 2006; HOFREUTER et al.,

2008), nomeadamente fumarato, piruvato, lactato (HINTON, 2006;THOMAS et al.,

2011), succinato, malato e α-cetoglutarato, e da desaminação e oxidação dos

ácidos glutâmico e aspártico (ELHARRIF & MÉGRAUD, 1986).

O aminoácido L- serina é o mais utilizado durante o desenvolvimento de C.

jejuni, pois este possui a enzima desaminase, que converte serina em piruvato e

amônia. O piruvato também é metabolizado de forma rápida e eficiente pela via

piruvato e pelo ciclo do ácido cítrico, o que pode explicar por que este aminoácido

é tão bem utilizado (VELAYUDHAN et al., 2004).

Recentes estudos demostraram que algumas cepas de C. jejuni são

capazes de captar e metabolizar o açúcar L-fucose o qual é obtido a partir do

hospedeiro no momento da colonização do intestino (MURAOKA & ZHANG, 2011;

STAHL et al., 2011). Este açúcar é também químioatrativo para Campylobacter o

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qual se movimenta em direção ao intestino por meio da quimiotaxia além de

facilitar a adaptação em ambientes com baixos níveis nutricionais, o que

proporciona a este organismo maior vantagem competitiva (MURAOKA &

ZHANG, 2011).

Sutis variações genéticas são capazes de interferir na aquisição de

determinados nutrientes o que aumenta a capacidade de uma cepa altamente

patogênica de C. jejuni colonizar tecidos específicos. Por exemplo, a capacidade

de adquirir o gene responsável por codificar a enzima gama-glutamil transferase

permite que a cepa hidrolise a glutamina e glutationa à glutamato, auxiliando na

colonização do intestino. Da mesma forma, observa-se que a capacidade de

utilização da asparagina permite que o microrganismo infecte o fígado. Deste

modo, suprir as exigências nutricionais específicas é necessário para a efetiva

colonização dos mais variados tecidos (HOFREUTER et al., 2008).

HOFREUTER et al. (2006) destacam a possibilidade de C. jejuni

catabolizar algumas moléculas como glicerol-3-fosfato, o que requer a presença

apenas das porções finais da via glicolítica, o uso desta molécula é sustentado

pela presença de transportador específico para este nutriente.

As variações metabólicas decorrentes das mudanças ambientais são

fatores que contribuem para as alterações do potencial virulento do patógeno,

especificamente quando relacionados ao intestino humano e de frangos, visto a

abundância de aminoácidos preferencialmente metabolizados por C. jejuni tais

como aspartato, serina, prolina e glutamato (VELAYUDHAN et al., 2004;

GUCCIONE et al.,2008).

A versatilidade no metabolismo ocorre em razão da significativa

variabilidade existente entre as espécies e até mesmo entre estirpes, o que

resulta em diferentes formas de virulência e de apresentação clínica, variando

desde gastroenterite até síndromes neurológicas (WASSENAAR & BLASER,

1999; HOFREUTER et al., 2008; MOURIK, 2011).

3.5 Mecanismos de respostas a ambientes adversos

As espécies termofílicas de Campylobacter enfrentam condições não

favoráveis durante toda a cadeia de transmissão, desde o hospedeiro animal, o

ambiente até o homem. No ambiente o microrganismo é exposto ao oxigênio,

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mudanças de temperatura, dessecação, variação de pH, entre outros tipos de

estresse, o que representa grande desafio ao agente. Ao contrário de outros

patógenos entéricos, o microrganismo é relativamente frágil e muito sensível às

pressões ambientais o que impede a multiplicação fora do hospedeiro (MURPHY

et al., 2006).

A fragilidade característica deste microrganismo deve-se à ausência de

mecanismos clássicos para a resposta a diferentes formas de estresse, os quais

são importantes para outras bactérias, tais como Salmonella spp. e Escherichia

coli. Especificamente, Campylobacter carece de genes de resposta ao estresse

oxidativo (SoxRS e OxyR), defesa a pressão osmótica (BetAB, GbsAB, OtsAB e

ProU), ausência da principal proteína de defesa de choque frio (CspA), ausência

do regulador de resposta ao choque quente (RpoH) e a ausência de gene

responsável pela fase estacionária (rpoS) (PARK, 2002).

Mesmo com a ausência de diversos mecanismos de resposta ambiental as

espécies do gênero Campylobacter, constituem a causa mais frequente de

diarreia bacteriana de origem alimentar, o que sugere que o patógeno

desenvolveu mecanismos alternativos próprios, como por exemplo, a variação

genômica e secreção de proteínas extracelulares, para contornar as diferentes

tensões impostas pelo hospedeiro e ambiente (MURPHY et al., 2003a).

Apesar da ausência do regulador de fase estacionária (rpoS), acredita-se

que ao entrar nesta fase, C. jejuni passa por algumas alterações fisiológicas, tais

como a modulação da membrana e composição de ácidos graxos, que

aumentam a integridade da membrana celular e a resistência à pressão, mas não

aumentam a resistência ao ácido ou ao calor (MARTINEZ-RODRIGUEZ et al.,

2004; MARTINEZ-RODRIGUEZ & MACKEY, 2005).

Outro mecanismo desenvolvido pra a sobrevivência é a formação de

biofilmes que permite ao patógeno sobreviver por período prolongado mesmo

exposto a condições desfavoráveis. Isso sugere ser uma adaptação que contribui

para a característica zoonótica do patógeno (JOSHUA et al., 2006; REUTER et

al., 2010).

A tolerância à bile é outra característica importante, os sais biliares são

estímulos para o microrganismo, pois sinalizam a entrada no intestino do

hospedeiro, entretanto a bile tem atividade antimicrobiana, sendo de suma

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importância que o agente desenvolva estratégias para escapar desta atividade,

isto inclui: bile porinas, proteínas de transporte, bombas de efluxo, entre outros

(BHAVSAR & KAPADNIS, 2007).

Em virtude dos estímulos estressantes ao patógeno, as proteínas do

periplasma perdem sua forma original podendo formar agregados e com isso

causar injúrias celulares. Para prevenir a agregação, existem proteínas auxiliares,

chamadas chaperones, que fazem com que as proteínas periplasmáticas

retornem ao seu estado original. As chaperones são sintetizadas no citoplasma e

ativadas no periplasma frente a ambientes hostis. Este mecanismo está presente

em várias bactérias Gram negativas, como Salmonella spp. e Escherichia coli,

porém é mais eficiente em Campylobacter spp., favorecendo deste modo a

sobrevivência e multiplicação do patógeno (BAEK et al., 2011).

A compreensão dos mecanismos de resposta ao estresse fornece

informações necessárias para melhorar o processamento e desenvolver

estratégias que proporcionem a segurança dos alimentos (PARK, 2000).

3.5.1 Estado VNC

Morfologicamente o gênero Campylobacter é reconhecido pela forma

espiralada ou encurvada. Quando exposta a situações desfavoráveis esta

característica curvada e a morfologia em espiral de Campylobacter dá lugar à

forma cocóide conhecida como VNC (viável não cultivável), uma forma

degenerativa utilizada como estratégia de sobrevivência por muitos

microrganismos patogênicos. C. jejuni é capaz de utilizar esta forma quando

incubada por períodos prolongados a 4°C (ROLLINS et al., 1986;

CHAISOWWONG et al., 2012), como também por exposição ao oxigênio,à falta

de nutrientes, altas temperaturas entre outros (PARK, 2002; KLANCNIK et al.,

2006).

Esta fase é de extrema importância em relação à saúde humana e saúde

pública (CHAVEERACH et al., 2003), pois, por não ser cultivável, os métodos de

isolamento convencional não são capazes de identifica- lá no alimento, embora as

células permaneçam potencialmente patogênicas (PARK, 2002).

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Isso pode explicar, em parte, o motivo das infecções ocorrerem sem que

haja o conhecimento da fonte de contaminação (BOVILL et al., 1997; ROLLINS et

al., 1986; JAY, 2005).

Estudos revelaram que as células VNC expressam os genes associados à

virulência (flaA, flaB, cadF, ciaB, cdtA, cdtB e cdtC), portanto, o patógeno no

estado VNC pode ser contagioso e células estressadas podem ser mais virulentas

do que aquelas sob nenhum estresse (ROWAN, 2004; MA et al., 2009). As

células VNC são potencialmente patogênicas por serem capazes de invadir

células epiteliais intestinais humanas (Caco-2) “in vitro” (CHAISOWWONG et al.,

2012).

A célula na forma VNC pode ser reversível se as condições ambientais

tornam-se favoráveis, situação em que o microrganismo volta a apresentar a

forma em espiral, podendo se multiplicar e manter a virulência (BHAVSAR &

KAPADNIS, 2007).

Apesar do conhecimento a respeito deste estado não estar completamente

elucidado, não há duvidas de que desempenha papel importante e essencial na

sobrevivência de C. jejuni após exposição a condições estressantes

(HAZELEGER et al, 1995).

3.5.2 Sobrevivência em diversas temperaturas

As espécies responsáveis por causar doenças em humanos são

conhecidas por fazerem parte do grupo termofílico de Campylobacter. Estas

espécies se multiplicam dentro de uma estreita faixa de temperatura de 30 a

47°C, com temperatura ótima de 42°C (HAZELEGER et al., 1998; STINTZI, 2003).

Apesar disso, a infecção humana causada por espécies termofílicas de

Campylobacter está geralmente associada com a ingestão de alimentos que

foram expostos a altas e/ou baixas temperaturas durante a fase de

processamento e estocagem. Deste modo, apesar de não se multiplicar em

temperaturas baixas, observa-se que Campylobacter spp. possui potencial para

sobreviver em condições de temperatura não favoráveis (CHAN et al., 2001;

EIDEH & AL-QADIRI, 2011; LIGOWSKA et al., 2011).

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A capacidade de sobreviver ao processo de refrigeração e congelamento é

devido à pronunciada variabilidade genética existente entre as cepas do

microrganismo e isso se torna relevante na questão de segurança alimentar e de

saúde pública, entretanto, dificulta o conhecimento a respeito do mecanismo de

sobrevivência às variações de temperaturas (WASSENAAR & NEWELL, 2000).

Por meio da análise genômica de Campylobacter, os pesquisadores

avaliaram que este patógeno não possuía a capacidade de produzir proteínas de

choque frio, as quais estão relacionadas com a multiplicação em baixas

temperaturas, como ocorre em diversas outras bactérias (PARK, 2000), o que

explica a dificuldade de Campylobacter em multiplicar abaixo de 30º C

(HAZELEGER et al., 1998).

No entanto, sabe-se que o “suco” da carne do frango é capaz de prolongar

a sobrevivência de C. jejuni a 5°C em relação a outros meios laboratoriais, o que

sugere que os compostos presentes neste ambiente influenciam na adaptação a

baixas temperaturas (BIRK et al., 2004). Este meio, faz com que aumente a

expressão do gene luxS que está envolvido no quorum sensing e na adaptação

promovendo a sobrevivência prolongada de C. jejuni neste importante ambiente

da cadeia alimentar (LIGOWSKA et al., 2011).

O estudo realizado por BIRK et al. (2004) forneceu evidências consistentes

que o ambiente proporcionado na carne, pele ou "suco" da carne do frango,

disponibiliza vantagem em particular à C. jejuni.

C. jejuni é capaz de sobreviver por apenas alguns dias na pele do frango,

quando incubada a 20°C, mas a sobrevivência pode ser prolongada a 4°C (LEE et

al., 1998). Nessa temperatura é possível ocorrer várias atividades biológicas,

incluindo a síntese de proteínas, atividade da catalase, geração de ATP e

motilidade, podendo se mover em direção a ambientes mais favoráveis como os

folículos (HAZELEGER et al., 1998).

Enquanto Campylobacter spp. demonstra a capacidade de sobreviver em

carcaças de frango mantidas sob refrigeração o mesmo pode não acontecer em

temperatura de congelamento, o que diminui a viabilidade deste microrganismo,

no entanto, sem eliminá-lo, este fato relaciona-se à nucleação do gelo no interior

da célula, a desidratação e o estresse oxidativo.

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O microrganismo também não suporta repetidos congelamentos e

descongelamentos, tanto que no ano de 2000, autoridades veterinárias oficiais

irlandesas decidiram empregar o congelamento das carcaças e produtos avícolas

como estratégia mitigatória (GEORGSSON et al., 2006). Entretanto, através do

congelamento rápido, as células sobreviventes podem permanecer viáveis por

muitas semanas (FRANCO & LANDGRAF, 2008).

Apesar do patógeno ser inativado em temperatura de -15°C por três dias

(STERN & KOTULA, 1982), este ainda pode permanecer no alimento

contaminado mesmo após o congelamento (LEE et al., 1998). Esta permanência

vai depender do meio de cultura em que o microrganismo se encontra, como por

exemplo, no meio suplementado com FBP (piruvato de sódio, metabisulfito de

sódio e sulfato ferroso), a bactéria pode ser recuperada após um ano em

temperatura de -20°C a – 85°C (GORMAN & ADLEY, 2004).

EL-SHIBINY et al. (2009) demonstram que mesmo após o congelamento,

as células de C. jejuni e C. coli permaneceram viáveis na pele de frango por

aproximadamente oito dias, em quantidade suficiente para desencadear a

doença.

Outro meio avaliado como apropriado para a manutenção da viabilidade

bacteriana é o leite desnatado a 10%, o qual é uma solução para o

armazenamento da bactéria em temperatura de -80°C, com o intuito de aumentar

a viabilidade da célula a longo prazo e proteger contra a morte celular durante

posteriores períodos de elevada temperatura (CODY et al., 2008).

Estes relatos enfatizam a complexa capacidade de sobrevivência de C.

jejuni em temperaturas tão baixas durante muitos dias, tendo em vista que não foi

descrito a expressão de nenhuma proteína conhecida em resposta ao choque frio

em C. jejuni, tais como CspA, encontrada em outros microrganismos, ressaltando

que existem mecanismos diferentes para a sobrevivência nessas condições

(PARKHILL et al., 2000). Campylobacter induz, em resposta ao estresse térmico,

a síntese de um grupo de proteínas altamente conservadas chamadas Hsps que

varia proporcionalmente a temperatura, ou em resposta a outras agressões

ambientais (LINDQUIST et al., 1988).

STINTZI & WHITWORTH (2003) identificaram potenciais mecanismos que

possam contribuir para a adaptação às baixas temperaturas. Estes incluíam a

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aquisição ou a biossíntese de moléculas crioprotetoras, alteração da composição

lipídica da membrana e supra-regulação de vários sistemas de dois componentes,

os quais podem ser úteis na detecção das alterações no ambiente e desencadear

uma resposta adequada.

A termotolerância está associada às proteínas: GroEL, GroES, DnaJ,

DnaK, GRPE, HRAC e Lon (PARK, 2000). Aquelas codificadas pelo gene dnaJ

apresentam papel importante no momento de mudanças bruscas na temperatura.

A resposta ao choque térmico é essencial para a colonização do trato intestinal e

sobrevivência bacteriana a temperatura elevada (STINTZI, 2003). De acordo com

KONKEL (1998), vinte e quatro proteínas são preferencialmente sintetizados por

C. jejuni imediatamente após o choque térmico, ainda de acordo com este autor,

C. jejuni, que produz um mutante da proteína DnaJ, teve a capacidade de formar

colônias a 46°C diminuída o que indica que DnaJ desempenha um papel

importante na termotolerância e na colonização de C. jejuni sugerindo que as

proteínas de choque térmico desempenham um papel importante “in vivo”.

MOORE & MADDEN (2000) estudaram um comportamento interessante

em cepas de C. coli. Em temperaturas acima de 56°C, houve um desvio da

redução logarítmica de Campylobacter, o que sugere a existência de populações

resistentes a altas temperaturas, este dado é importante se levar em conta que

cozimento de certos alimentos pode não ser suficiente para inativar todas as

populações de Campylobacter.

O conhecimento sobre os efeitos da exposição do microrganismo ao frio e

ao calor ainda é limitado, quando avalia-se o gênero e as subespécies, mas sabe-

se que Campylobacter spp. é sensível ao tratamento térmico e é inativada

rapidamente por meio de tratamentos de pasteurização e processos de cozimento

doméstico (PARK, 2002).

Para compreender melhor as adaptações, pesquisadores adotaram as

análises de perfil de expressão de genes que codificam proteínas envolvidas na

modificação da estrutura de membrana. Os estudos revelaram, por exemplo, que

quando cultivada em 37°C e 42°C C. jejuni é capaz de expressar de forma distinta

estes genes. Isso sugere a produção de diferentes proteínas de membrana nas

duas temperaturas de desenvolvimento. Portanto, o microrganismo possui a

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habilidade de adaptar ao homem (temperatura corporal de 37°C) e aves

(temperatura de 42°C) (STINTZI, 2003).

Além disso, C. jejuni apresenta diferença na metabolização das fontes de

carbono quando cultivada em diferentes temperaturas (LINE et al., 2001).

Outra variação é encontrada na quantidade e na variedade de formas de

LOS (lipooligossacarideo) a 37 e 42°C, que são observadas nas diferentes

estirpes, o que indica que esta variação desempenha um papel no mecanismo de

adaptação ou de uma resposta ao estresse pela bactéria durante a colonização

nos diferentes hospedeiros (SEMCHENKO et al., 2010).

3.6 Aspectos epidemiológicos de Campylobacter spp.

Campylobacter é considerado um microrganismo emergente, que

reapareceu nas últimas décadas (BUTZLER, 2004). As espécies termofílicas

principalmente C. jejuni e C. coli, e com menor frequência C. lari e C. upsaliensis

(VANDAMME, 2000) são importantes microrganismos causadores de

gastroenterites de origem alimentar, conhecidas como campilobacteriose.

Esta enfermidade tem sido reportada como a maior causa de doenças

gastroentéricas em humanos em muitos países desenvolvidos e em

desenvolvimento (HUMPHREY et al., 2007; MOORE et al., 2005) cuja incidência

aumenta a cada ano (EFSA, 2011a; EFSA, 2012).

De acordo com EFSA (2012) C. jejuni é a espécie mais isolada em

produtos de origem avícola representando aproximadamente um terço dos

isolados (34.2%), C. coli e C. lari foram detectados em 27.3% e 0,2% dos

isolados, respectivamente, entretanto, 38,7% dos isolados tiveram a identificação

atribuída apenas ao gênero.

Apesar da importância deste patógeno, vários aspectos sobre a

epidemiologia ainda não foram estabelecidos devido à complexidade

epidemiológica e da transmissão deste agente zoonótico (EFSA, 2011a).

Os casos de campilobacteriose na maioria das vezes são esporádicos

(ALLOS, 2001), entretanto, surtos têm sido reportados (BUTZLER, 2004; EFSA,

2011b; EFSA, 2012).

Dados da União Europeia revelaram que crianças menores de cinco anos

tiveram a maior taxa de notificação em 2010 (126,8 casos por 100.000

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habitantes). No geral, as notificações para todos os grupos de idade aumentaram,

no entanto, neste mesmo ano a taxa de mortalidade foi baixa, 0,22%. A maior

frequência de notificações de campilobacteriose foi relatada durante os meses do

verão europeu, de junho a agosto, diminuindo gradualmente de setembro a

dezembro (EFSA, 2012).

A maioria dos países não descreve nem implantam programas de vigilância

epidemiológica para este microrganismo e não possuem ou não publicam dados

sobre a incidência do mesmo. Os sistemas de notificação da doença são falhos e

variam de acordo com o país e região. No Brasil, não existe um sistema para

notificar nem avaliar os casos de doenças causadas por este patógeno, além de

não possuir a obrigatoriedade de pesquisar Campylobacter em alimentos, o que

torna os dados subestimados.

3.6.1 Reservatórios e fontes de contaminação

Os microrganismos do gênero Campylobacter são considerados

ubiquitários por estarem distribuídos em vários ambientes industriais, domésticos

e na natureza (LEVIN, 2007). Entretanto, o reservatório principal é o trato

gastrintestinal das aves pelo fato de C. jejuni colonizar estes animais a níveis

elevados sem induzir resposta imune (LEE et al., 2006; KUDIRKIENE et al.,

2011).

Considera-se que as espécies de Campylobacter sejam microrganismos

comensais do intestino de muitas espécies aviárias domésticas e selvagens, tais

como, frangos (EFSA, 2011a), perus (ATANASSOVA et al., 2007), patos (RAHIMI

et al., 2011; ADZITEY et al., 2012) e faisões (DIPINETO et al., 2008).

Diante disso, as aves domésticas, em especial o frango, foram a maior

fonte de C. jejuni na Hungria em 2011 (DAMJANOVA et al., 2011). Em alguns

países a prevalência de Campylobacter spp. em frangos é alta, estima-se

encontrar o microrganismo em 75% (HUMPHREY, 1999) a 90% das carcaças de

frango (STERN et al., 2001), podendo chegar a 100% das aves testadas quando

o lote de frango é positivo (ELLERBROEK et al.,2010).

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O microrganismo pode infectar o homem de forma direta, através do

contato do ser humano com animais ou de forma indireta com a ingestão de

alimentos e água contaminados pelas fezes dos animais (EFSA, 2005).

Sabe-se que alimentos tais como carnes, cruas ou mal cozidas, de aves

(KRAMER et al., 2000), bovinos (HÄNNINEN, 1981) e suínos (GABRIEL et al.,

2010), leite não pasteurizado (WYSOK et al, 2011) e água de superfície são

consideradas as principais fontes de infecções humanas.

Dentre estas fontes, acredita-se que a carne de aves é a mais incriminada

nos casos de campilobacteriose (EFSA, 2005; OLSON et al., 2008; EFSA, 2011a;

KOVALENKO et al., 2013).

Na Grécia foi realizado um trabalho, sendo o primeiro neste país, sobre

isolamento, identificação e resistência a antimicrobianos de Campylobacter spp.

em frangos. Para tanto, foram coletadas 1080 amostras de carne de frango,

sendo 16 positivas. Destas amostras 14 foram identificadas como C. coli e duas

como C. jejuni Os autores enfatizaram a necessidade de sistemas de vigilância e

monitoramento a respeito da prevalência e resistência aos antibióticos de

Campylobacter spp. em frangos (MARINOU et al., 2012).

No Canadá, avaliou-se a prevalência de Campylobacter na carne de frango

no varejo, foram coletadas 1256 amostras de frango, 59,6% foram positivas para

Campylobacter, deste resultado 90% era C. jejuni, 9% foram confirmadas como C.

coli e 1% de C. lari (DECKERT et al., 2010).

GARIN et al. (2012), afirmaram que, nos países em desenvolvimento, os

dados quantitativos sobre a contaminação dos alimentos por Campylobacter são

escassos, por este motivo, estes autores analisaram a prevalência do

microrganismo nas cinco maiores cidades de quatro continentes, África (Dakar no

Senegal, Yaounde capital do Camarões), Oceania (Nouméa na Nova Caledónia),

Índia (Antananarivo em Madagascar) e Ásia (Cidade de Ho Chi Minh no Vietnã).

No total foram colhidas 750 carcaças de frango, com positividade de 65,5%

(491/750). O microrganismo foi isolado em todas as cidades em quantidades

diferentes, entretanto, em duas cidades (Yaounde e Noumé) o índice de

prevalência foi alto (92,7% e 96,7% respectivamente) em contraste com a cidade

de Ho Chi Minh onde a prevalência foi de 15,3%.

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A elevada taxa de incidência nos produtos e derivados avícolas é

justificada pela alta capacidade apresentada pelas espécies termofílicas de

Campylobacter de sobreviver na pele do frango e no interior dos folículos das

penas (DAVIS & CONNER, 2007).

A densidade do microrganismo presente nas carcaças processadas de

frango está diretamente correlacionada com a presença do agente no intestino

destes animais, deste modo, a contaminação das penas, pele e,

consequentemente da carcaça, durante o transporte das aves e durante o

manuseio e evisceração é inevitável (HALD et al., 2000; MIWA et al., 2003).

A contaminação do ambiente de criação e, consequentemente a infecção

das aves por Campylobacter, entre os ciclos de produção, pode estar associada a

diversos fatores, dentre estes: o período de vazio sanitário, (BERNDTSON et al.,

1996), o manuseio de aves e animais diferentes no sistema de produção

(KOENRAAD et al., 1995; BERNDTSON et al., 1996) e baixos níveis de

biossegurança, idade e tamanho do plantel (HANSSON et al., 2007).

Dentro do mesmo lote, pode ocorrer infecção das aves devido à presença

de aves selvagens em proximidade aos galpões (BERNDTSON et al., 1996), à

alta temperatura e ao ar estático na granja, à baixa qualidade da água, ausência

de cuidados básicos como, por exemplo, pedilúvio, presença de cascudinhos e

roedores (REFRÉGIER-PETTON et al., 2001; HANSSON et al., 2007). Ainda não

se sabe se é possível a transmissão vertical de Campylobacter (FONSECA,

2006).

O Codex Alimentarius durante a elaboração das diretrizes referentes ao

controle de Salmonella e Campylobacter em carne de aves, juntamente com

membros da Food and Agriculture Organization (FAO) e World Health

Organization (WHO) considerou que, pelo microrganismo ser encontrado

predominantemente no intestino, sua presença no abate está mais relacionada à

contaminação fecal (FAO/WHO, 2009).

Por este motivo, os principais fatores de risco em áreas de abate de

frangos estão relacionados com a ruptura das vísceras e com a contaminação

cruzada, que pode vir a ocorrer em diversas etapas do processamento, sendo as

principais a recepção, escaldagem, depenagem e evisceração (FAO/WHO, 2009;

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GHAFIR et al., 2007; ELLERBROEK et al., 2010; HUE et al., 2011; MALHER et al

., 2011; KOVALENKO et al., 2013).

Deste modo, é necessário combater o patógeno na granja, em razão da

dificuldade de impedir a contaminação das carcaças por Campylobacter que pode

estar presente no conteúdo intestinal das aves (AZEVEDO et al., 2010).

Publicações da EFSA relataram a variação da prevalência de 4 a 100% de

infecção por Campylobacter spp. em frangos de diferentes países europeus,

evidenciando que as alterações climáticas, regionais e as praticas de manejo

interferem diretamente nos registros de contaminação (EFSA, 2010).

O rastreamento epidemiológico das espécies do gênero Campylobacter

nos mais diversos ambientes é complexo (EFSA, 2011b), devido a vários fatores.

Entre eles: a presença de múltiplas espécies diferentes no mesmo lote (KUANA et

al., 2009), a capacidade de transformar-se em um estado viável, mas não

cultivável, dificultando o isolamento (HUMPHREY et al, 2007), a sensibilidade a

vários fatores ambientais e a instabilidade genética (WASSENAAR & NEWELL,

2000).

3.6.2 Campilobacteriose no mundo

A campilobacteriose constitui uma zoonose de distribuição mundial, com

graves repercussões em saúde pública e econômica (CDC, 2010). Mesmo em

países desenvolvidos os dados são preocupantes, apesar de todos os recursos

na área de vigilância sanitária. Em 2010, estimou-se que infecções por

Campylobacter spp. afetaram 2,4 milhões de pessoas nos Estados Unidos (CDC,

2010).

Nos países membros da união europeia estima-se que aproximadamente

nove milhões de casos de campilobacteriose ocorram anualmente, os quais

geralmente podem estar atribuídos ao preparo, manipulação e o consumo de

carne de frango (EFSA, 2011a,b).

De forma global, a incidência anual pode ser subestimada, já que os dados

disponibilizados pelos sistemas de vigilância são baseados em casos confirmados

em laboratórios (OLSON, et al., 2008) Soma-se o fato de muitos países e regiões

não apresentam sistema de notificação e de vigilância epidemiológica, além da

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complexidade em isolar o microrganismo, o que torna os dados pouco

conclusivos. Sabe-se também da impossibilidade de comparar a incidência da

doença entre os vários países, já que a prática clínica e os métodos laboratoriais

para detecção da doença é bastante variável e em poucos países a pesquisa do

microrganismo é efetuada rotineiramente (EFSA, 2011a).

De acordo com ANG et al. (2011) o número anual de episódios de

campilobacteriose na Holanda, é estimado em 75.000 casos. Dados obtidos pelos

autores demostraram que mais de 95% da população deste país foi exposta

repetidas vezes ao Campylobacter ao longo da vida, entretanto a maioria não

apresentou sintomas clínicos.

Na Austrália foi realizado um estudo com o objetivo de avaliar a frequência

de surtos de Campylobacter ocorridos no país entre os anos de 2001 a 2006, e

determinar as rotas mais comuns na transmissão do patógeno. Durante este

período, foram relatados 33 surtos de Campylobacter, afetando 457 pessoas. De

todos os casos avaliados, 147 (32%) tiveram o diagnóstico confirmado

laboratorialmente. Os surtos ocorreram com maior frequência (45%) durante a

primavera australiana (setembro a novembro), predominando a transmissão de

origem alimentar ou suspeita de origem alimentar (82%), estando os ambientes

comerciais entre os mais envolvidos (55%). Oito surtos (30%) foram atribuídos

aos alimentos preparados ou consumidos em instituições, quatro (15%) em

instalações de cuidados a idosos e três (11%) em acampamentos escolares.

Carne de aves (frango ou pato) foi associado em 11 surtos (41%), o leite não

pasteurizado e salada foram associados com dois focos cada (UNICOMB et al,

2009).

Órgão oficial da Nova Zelândia sobre Autoridade de Segurança Alimentar

reconhece que os alimentos, principalmente de origem avícola, contribuem para

as altas taxas de campilobacteriose no país. Assim, em 2010, foi estabelecida a

meta de desempenho organizacional de redução de 50% na incidência anual de

campilobacteriose de origem alimentar. Em 2010, a incidência da enfermidade foi

de 60 casos por 100.000 habitantes, sendo o microrganismo encontrado em

42,2% das 1440 carcaças de frango analisadas neste país (NZFSA, 2010).

Um surto envolvendo C. jejuni ocorreu em 2009 na cidade de Creta, sendo

a maioria dos casos oriunda de área rural abastecida por água diferente da cidade

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adjacente. Trinta e sete pessoas doentes foram entrevistadas e o consumo de

água da torneira foi associado à infecção por C. jejuni. Apesar da ingestão de

água diretamente da torneira ter sido um fator de risco, no estudo não foram

isolados Campylobacter nas amostras de água testadas (KARAGIANNIS et al.,

2010).

Em 2011, a Seção de Epidemiologia do Alasca (SOE) detalhou surto de

campilobacteriose associada ao consumo de leite cru. Houve a confirmação de

sete casos em laboratório, sendo todos os isolados identificados como C. jejuni.

11 pessoas relataram a doença gastrointestinal, mas não foram confirmados

laboratorialmente e foram considerados como suspeitos para campilobacteriose.

A contaminação do leite pode ter ocorrido pelas fezes dos animais ou devido a

alguma vaca com o úbere infectado (Alaska Epidemiology Bulletin, 2011).

De acordo com a rede dos Estados Unidos sobre a vigilância ativa das

Doenças Transmitidas por Alimentos (FoodNet) em 2010, os casos de infecções

causadas por Campylobacter foram de 6.365 casos, com incidência de 13,6 casos

por 100,000 habitantes, números maiores que o apresentado por outros

patógenos como Shigella, Cryptosporidium, Vibrio, Yersinia, Listeria, e

Cyclospora. A incidência foi maior em crianças com até cinco anos de idade com

24,4 casos por 100.000 habitantes (CDC, 2011).

Os relatórios realizados pela European Food Safety Authority (EFSA)

mostraram que em 2010, Campylobacter foi relatado como a principal causa de

gastroenterites em humanos. O número de relatos de casos confirmados

aumentou 6,7% em 2010 em comparação com 2009. Este fato também refletiu no

aumento da taxa de notificação de campilobacteriose em toda União Europeia,

com 48,6 casos por 100.000 habitantes em 2010, sendo que neste ano foram

relatadas 266 mortes em decorrência da doença (EFSA, 2012).

As razões para esta tendência crescente de notificação não são

completamente compreendidos. Uma possível explicação pode ser a vigilância

mais focada e/ou uma maior preocupação com relação à campilobacteriose

devido à diminuição da salmonelose. No entanto, devido às características

específicas deste patógeno é difícil compreender todos os aspectos de sua

epidemiologia e as razões possíveis para o aumento dos casos (EFSA, 2012).

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Um surto associado à Campylobacter lari chama atenção em razão desta

espécie não ser causa frequente de infecção intestinal em seres humanos.

WERNO et al. (2002) relataram a infecção por esta espécie em um homem de 81

anos de idade, com o sistema imunológico comprometido com choque séptico e

óbito.

Recentemente, foi realizado estudo descritivo da epidemiologia de

Campylobacter na Inglaterra e no País de Gales, com avaliação de um milhão de

casos entre os anos de 1989 e 2011. Neste trabalho, NICHOLS et al. (2012)

concluíram que Campylobacter é a bactéria mais comum em casos de diarreia,

sendo capaz de afetar cerca de meio milhão de pessoas anualmente. Também

observaram que o frango é a principal fonte de infecção e o veiculador mais

comum para a transmissão da doença. Os autores relataram que a infecção por

Campylobacter aumentou em pessoas mais velhas, especialmente nos homens.

Observou-se também que a resistência aos antibióticos tem aumentado

nos últimos anos e que houve maior prevalência em áreas com baixa densidade

populacional.

Outro surto, ocorrido no Alasca, envolvendo C. jejuni estava associado ao

consumo de ervilhas que foram contaminadas com o microrganismo pelas fezes

de pássaros selvagens. Os autores confirmaram 63 casos de infecção, 5 casos

foram hospitalizados e um caso desenvolveu a síndrome de Guillain-Barré. Este

surto ressalta a necessidade de considerar as fezes de aves selvagem como

fonte de contaminação em todo o mundo. Deste modo, os autores enfatizam a

necessidade de compreender melhor a epidemiologia e reservatórios de

Campylobacter e desenvolver medidas adicionais de controle para evitar ou

reduzir a contaminação de produtos frescos (GARDNER et al., 2011).

MADDEN et al. (2011) realizaram na Irlanda um estudo para verificar a

prevalência de Campylobacter spp. e Salmonella em carne de frango “in natura’’ e

avaliar o risco para o consumidor. Para tanto foram coletadas 510 amostras no

varejo. A contaminação por salmonela representou 5,1%, o que sugere que o

controle para limitar a contaminação por este microrganismo na fase de produção

têm sido bem sucedida, entretanto, a contaminação por Campylobacter foi de

84,3%, destes 67% eram C. jejuni e 32% eram C. coli. Estes resultados

evidenciam a necessidade de introduzir nas granjas controles para minimizar a

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exposição dos consumidores a Campylobacter spp., como tem sido feito com

sucesso para Salmonella spp..

3.6.3 Campylobacter spp e campilobacteriose no Brasil

Os relatos sobre campilobacteriose no Brasil são escassos. Em 2001, foi

registrado um surto de Campylobacter envolvendo 11 pessoas em São Paulo

(CVE, 2001), e, em 2003 foi também notificado ao CVE um surto de

Campylobacter, envolvendo três pessoas (CVE, 2003).

No Brasil, as descrições são escassas sobre os sistemas de vigilância

epidemiológica para averiguar a ocorrência de campilobacteriose em humanos. A

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Epidemiológica) desenvolveu em 2004 o

Programa Nacional de Monitoramento da Prevalência e da Resistência Bacteriana

em Frango (PREBAF), com o objetivo inicial de avaliar a prevalência de

Salmonella e Enterococs em carcaças de aves e posteriormente monitorar o

impacto dos medicamentos veterinários utilizados na produção de frango e a

consequência de seu uso no aparecimento de bactérias resistentes aos

antimicrobianos. Com a implementação deste programa foi possível avaliar a

prevalência e o perfil de resistência bacteriana dos microrganismos mencionados

(BRASIL, 2010).

Em sua segunda fase, o Prebaf pretende desenvolver metodologias nos

laboratórios de saúde pública, possibilitando a realização de análises de

prevalência e de perfis de suscetibilidade aos antimicrobianos de mais dois

microrganismos em carne de frango comercializada no Brasil, sendo eles,

Campylobacter spp. e Escherichia coli.

Ocorrência de Campylobacter spp. foi registrada entre manipuladores de

alimentos em cozinhas hospitalares em Florianópolis em 1995. A pesquisa foi

realizada para avaliar a presença de Campylobacter em fezes de manipuladores

de alimentos, e pode demonstrar que a média de portadores foi de 6,2% de um

total de 177 indivíduos pesquisados. Dentre as observações feitas sugere-se uma

maior prevalência de Campylobacter spp. em fezes de manipuladores do sexo

masculino do que aquele do sexo feminino (TOSIN et al., 1995).

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Em Pelotas, GOMES et al. (2006) verificaram a ocorrência de

Campylobacter jejuni em amostras fecais de galinhas em 26 pequenas

propriedades. Foram analisadas 404 amostras fecais de galinhas, verificando a

presença do patógeno em sete propriedades (26,9%), com isolamento de C. jejuni

em 5,2% das 404 amostras testadas. Os autores concluíram que galinhas criadas

em estabelecimentos não industriais e sem atenção sanitária, são portadoras de

C. jejuni e, desta forma, podem ser consideradas um fator de risco para infecção

humana.

No trabalho realizado em 2008 por KUANA e colaboradores, foi verificada a

ocorrência de Campylobacter em 22 lotes de frango de corte durante a fase de

criação e nas carcaças correspondentes. Foram analisados 110 conteúdos do

ceco e 96 carcaças analisadas em pontos diferentes, sendo 38 após a

depenadeira e 58 após o ultimo chiller. Os resultados mostraram que quatro dos

lotes analisados não estavam colonizados, mas após a depenadeira, as carcaças

ficaram contaminadas. Das amostras na granja, 81,8% estavam contaminadas e

97,4% das carcaças estavam contaminadas após a depenadeira e 98,3% após o

chiller (KUANA et al., 2008a).

CHAVES et al. (2010) com o objetivo de verificar a ocorrência de

Campylobacter em granjas e abatedouro avícolas, coletaram, em três granjas

avícolas, do Belém do Pará, 120 de amostras de suabe cloacal, cama de frango,

ração e de água dos bebedouros. Também foram coletadas em um abatedouro,

126 amostras de água, pele, fígado e moela. Em análise das frequências dos

isolados de Campylobacter nas granjas, observou-se que 96,6% de amostras de

suabe cloacal, 33,3% amostras de cama e 3,3% amostra de água foram positivas

para Campylobacter. Identificou-se C jejuni em 82,5% dos isolados nas granjas.

Já em relação as amostras colhidas no abatedouro, 8,73% dos isolados

foram identificadas como C. jejuni. Em análise das frequências dos isolados de C.

jejuni no abatedouro, observou-se que 27,8% amostras de água provenientes da

calha de evisceração foram positivas, seguida pela moela, com uma 3,3%

amostras positivas. As principais fontes de contaminação nas granjas foram as

excretas, a cama e, em menor escala, a água. Os principais pontos críticos

observados no abatedouro foram a água proveniente da calha de evisceração,

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seguida pela moela coletada no mini tanque de resfriamento (CHAVES et al.,

2010).

No Brasil, durante os anos de 2000 a 2011 foram registrados 8.663 surtos

de doenças veiculadas por alimentos, sendo Campylobacter spp. um dos

microrganismos menos frequentes associados a esses surtos, apresentando-se

apenas em três casos neste período de tempo (BRASIL, 2012).

No estado de Goiás foi realizado um trabalho avaliando a ocorrência de

Campylobacter spp. no qual observou-se o patógeno em 50% dos oito lotes

avaliados de empresas submetidas à inspeção estadual, o microrganismo esteve

presente em 4,37% das 160 amostras avaliadas, sendo que as vísceras coração,

moela e fígado mostraram-se positivas, ao contrário de todas as carcaças

avaliadas (TRASSI, 2012).

Pela falta de política e de legislações que obriguem a pesquisa deste

microrganismo e a notificação dos casos de campilobacteriose, torna-se difícil

reconhecer a prevalência do patógeno. Soma-se a dificuldade de isolamento, a

sensibilidade ao ambiente e a ausência de metodologias para a detecção nos

laboratórios de análise (BRASIL, 2003).

O acesso restrito aos serviços públicos de saúde, a dificuldade no

diagnóstico e o não reconhecimento de casos suspeitos contribuem para que os

casos de doenças veiculadas por alimentos sejam subnotificados (BRASIL, 2003).

3.7 Patogenia

A campilobacteriose é uma forma grave de diarreia, no entanto a maioria

das pessoas com a doença apresenta recuperação em período de dois a cinco

dias, perdurando por até 10 dias. Raramente a infecção por Campylobacter spp.

resulta em consequências que permanecem por longo prazo (WHO, 2011).

Dentre as sintomatologias apresentadas, podem ser citadas desde diarreia

aquosa, moderada e auto limitante até uma disenteria sanguinolenta, com

presença de muco e células sanguíneas brancas, podendo ser acompanhada de

dores de cabeça e abdominal, febre, indisposição, náusea e vômitos. Essa

sintomatologia é semelhante à causada por diversos outros microrganismos

patogênicos entéricos, porém a baixa dose infectante de Campylobacter, com

cerca de 400 a 800 células, aumenta o risco de infecção (BUTZLER, 2004).

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Em alguns casos, as espécies de Campylobacter podem provocar algumas

complicações e sequelas em longo prazo, observados após o quadro clássico de

campilobacteriose. Estas sequelas compreendem problemas gastrintestinais,

reumatológicos (Síndrome de Reiter), pulmonares, dermatológicos,

intravasculares, renais, abortos e neurológicos (CRUSHELL et al, 2004;

BROIDES et al., 2010).

Dentre estas complicações, a síndrome de Guillain-Barré (SGB) destaca-se

como a causa mais comum de paralisia neuromuscular aguda no mundo (ADAMS

et al., 1993; VUCIC et al., 2009). Esta síndrome é caracterizada como doença

autoimune e pós-infecciosa com destruição da bainha de mielina dos nervos

periféricos, causando paralisia neuromuscular flácida aguda e generalizada,

podendo comprometer os músculos da respiração e levar o paciente à morte

(TAKAHASHI et al., 2005). Anualmente pode acometer até quatro pessoas para

cada 100.000 habitantes. Aproximadamente de 60% a 70% dos pacientes com

SGB apresentaram alguma doença aguda de uma a três semanas antes dos

sintomas aparecerem, sendo a infecção por Campylobacter jejuni a mais

frequente.

O desenvolvimento da SGB ocorre através de um mecanismo de

mimetismo antigênico entre os lipo-oligossacarídeos da bactéria e os

gangliosídeos da membrana dos nervos periféricos (GUERRY et al., 2002).

Quando C. jejuni invade o corpo humano, uma das respostas imunes é a

produção de anticorpos específicos para a estrutura desses lipo-oligossacarídeos.

No entanto, o próprio corpo humano contém compostos com exatamente a

mesma estrutura molecular e são encontrados na membrana celular das células

nervosas humanas. Assim, a estrutura do lipo-oligossacarídeo de C. jejuni imita a

estrutura molecular do gangliosídeo, e os anticorpos produzidos em reação à

membrana da célula de C. jejuni também reagem contra a membrana das células

nervosas. O resultado é o dano ao nervo que evolui em paralisia característica da

síndrome de Guillain-Barré (REES et al., 1995).

Outra síndrome decorrente da infecção por Campylobacter jejuni é a

síndrome de Reiter ou artrite reativa. Esta síndrome é uma resposta autoimune

que provoca inflamação (artrite) em diferentes articulações em resposta à

infecção por C. jejuni. É mais frequente em grandes articulações que suportam o

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32

peso, como joelhos e parte inferior das costas, mas outras articulações também

podem ser acometidas (MURRAY, 2007).

3.8 Métodos de detecção de Campylobacter spp.

Diversas metodologias para isolar, detectar, identificar e confirmar

microrganismos patogênicos foram desenvolvidas ao longo dos anos devido a

crescente preocupação com a obtenção de alimentos seguros. Estas

metodologias variam de acordo com o princípio de detecção e são basicamente

subdividas em isolamento convencional e métodos rápidos, estes ainda podem

ser classificados com base nas propriedades bioquímicas, imunológicas e

moleculares.

Entretanto, deve-se levar em consideração que no Brasil não há legislação

específica que obriga a pesquisa de Campylobacter spp., sendo assim não

existem metodologias nacionais padronizadas para pesquisa do agente e os

laboratórios não possuem rotina de análise para este patógeno (KUANA et al.,

2008a). Evidencia-se, porém a necessidade de desenvolvimento e padronização

de técnicas eficientes e rápidas na detecção e isolamento de Campylobacter,

avaliando-se qual o melhor método a ser escolhido em virtude dos inúmeros

fatores a serem considerados, como a demanda do laboratório, espaço

necessário, custos, tempo para obtenção dos resultados, praticidade da técnica,

limites de detecção e quantificação, precisão, sensibilidade, especificidade e

ainda qual a matriz alimentar a ser analisada.

Por se tratar de organismos microaerófilos, possuírem crescimento lento,

serem mais exigentes e apresentarem grande instabilidade genômica

(WASSENAAR & NEWELL, 2000), Campylobacter é considerado de difícil cultivo.

Há a necessidade de se manter condições ambientais e laboratoriais específicas,

como temperatura de armazenamento e condições de microaerofilia (OYOFO et

al., 1992; HAZELEGER et al., 1998; LEE et al., 1998; SILVA et al., 2007 ) para

conservar a viabilidade deste agente (KUANA et al., 2008b). Isto torna os

métodos de cultivo muito trabalhosos, complexos, demorados e de elevado custo

(WISESSOMBAT, et al., 2009).

Devido as injúrias causadas pela presença de oxigênio, temperatura baixa

ou falta de nutrientes, este microrganismo modifica a sua morfologia para formas

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cocóides (MURPHY, et al., 2003b), entrando num estado de viável, mas não

cultivável (VNC) (HUMPHREY, 1986; FORSYTHE, 2002; CHAVEERACH et al.,

2003; LEE et al., 2006; GANGAIAH et al., 2009), tornando-se ainda mais difícil de

isolar. Portanto, os métodos convencionais podem não recuperar todos os

patógenos, sendo importante a utilização de métodos alternativos como os

baseados em imunologia (ELISA) e sequência de DNA (PCR) (FORSYTHE,

2002).

Apesar disso, os métodos convencionais de isolamento são geralmente

empregados como métodos oficiais nos laboratórios de microbiologia e estão

descritos como referências internacionais. Para a pesquisa de Campylobacter

spp. em alimentos, os principais métodos de isolamento convencional são os

preconizados pela International Organization for Standardization (ISO) sob a

codificação 10272-1 e 2 (2006), pelo Bacteriological Analitical Manual Online de

Food and Drug Administration (BAM/FDA) e o Food Safety and Inspection

Service, United States Departament of Agriculture, sendo que estas metodologias

não apresentam grandes diferenças metodológicas e são direcionadas para

pesquisa das espécies termotolerantes (SILVA et al., 2007).

Com a finalidade e necessidade de reduzir as características negativas dos

métodos convencionais, como demanda de tempo, materiais e equipamentos,

mão de obra e aumento da probabilidade de erro tanto na execução das análises

quanto durante a leitura e interpretação dos resultados, a partir da década de 70

começaram a surgir os métodos rápidos para identificação de microrganismos

patogênicos. Além dos fatores citados, estes métodos podem aliar ainda a maior

sensibilidade e especificidade em relação aos métodos convencionais (LUND, et

al., 2004; BONJOCH, et al., 2010) e facilitar a identificação e quantificação de

microrganismos que não expressam suas propriedades fenotípicas e/ou estão em

estado VNC (ON, 1996).

Portanto, os métodos rápidos, voltados principalmente às indústrias de

alimentos e os órgãos de saúde, são necessários para detectar as espécies do

gênero Campylobacter e outros patógenos. Além disso, a diferenciação entre as

espécies de Campylobacter pode ajudar a escolher o antibiótico necessário para

o tratamento de infecções severas (NACHAMKIN et al., 2007).

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Como mencionado anteriormente, os métodos rápidos podem ser

classificados em métodos imunológicos, bioquímicos e moleculares.

Os métodos imunológicos são utilizados em sistemas de triagem de

microrganismos patogênicos em alimentos e, portanto, os resultados positivos,

considerados presuntivos, devem ser confirmados por métodos convencionais,

mesmo quando são aprovados por órgãos oficiais (FENG, 1995).

Este método tem como o princípio reações entre os antígenos e anticorpos

específicos do microrganismo o que permite o desenvolvimento de inúmeros

ensaios analíticos, como sistemas imunoenzimático, entre outros (FRANCO &

LANDGRAF, 2008).

Dentre este grupo o mais utilizado para pesquisa de patógenos em

alimentos é o teste imunoenzimático ELISA (Enzyme-linked Immunosorbent

Assay) (QUINN et al., 2005). Porém, além de trabalhoso, este método quando

realizado manualmente pode apresentar erros, com isso, desenvolveu-se testes

imunuenzimáticos que são acoplados a equipamentos em que se realiza o teste

automaticamente, como exemplo o método analítico miniVIDAS® Campylobacter

(bioMérieux, França). O método miniVIDAS® é validado como oficial pela AOAC e

pelo instituto AFNOR para análise em alimento como técnica de triagem.

Os métodos bioquímicos baseiam-se no metabolismo do microrganismo,

ou seja, na capacidade destes em utilizar substratos ou de produzir metabólitos

previamente determinados. O gênero Campylobacter não fermenta carboidratos e

são geralmente bioquimicamente pouco ativos ou inativos assim, muitos testes

fenotípicos, como os bioquímicos, não tem potencial discriminatório para o gênero

(ON, 1996).

No mercado são encontrados “Kits” miniaturizados que oferecem um rápido

perfil bioquímico, economizando espaço, trabalho e tempo (ON, 1996), além

dessas vantagens somam-se ainda o fato de serem produzidos por empresas

reconhecidas o que garante a confiabilidade e reprodutibilidade dos testes. O

número de testes oferecidos também é maior que os métodos convencionais, o

que permite a obtenção de resultados mais confiáveis (FRANCO & LANDGRAF,

2008).

Porém, mantém a necessidade de se obter culturas puras do

microrganismo desejado, como exemplos deste grupo o API campy (bioMerieux,

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França) e Vitek (bioMerieux, França). No entanto, os métodos fenotípicos, têm-se

revelado muito inconsistentes, devido às características metabólicas e a

taxonomia complexa deste microrganismo (ON, 1996).

Diante disso, com a necessidade de resolver os problemas taxonômicos e

epidemiológicos relacionados ao Campylobacter, foram desenvolvidos métodos

baseados nas características genotípicas, sendo que a sua aplicabilidade na

identificação e/ou tipificação das estirpes bacterianas é uma ferramenta para os

estudos taxonômicos e as investigações epidemiológicas (WASSENAAR &

NEWELL, 2000).

A técnica da reação de polimerase em cadeia (PCR) é uma das técnicas

genéticas de maior aplicação em alimentos. De certa forma, com o uso das

características genéticas, a identificação ou tipificação das bactérias, pode ser

considerada um processo seguro e vantajoso, já que estes métodos recorrem aos

procedimentos baseados no DNA ou RNA bacteriano, que são considerados

estáveis.

Em estudos de Campylobacter, a aplicação dos métodos moleculares

trouxe muitos benefícios que permitiram esclarecer as inúmeras dúvidas sobre a

verdadeira posição taxonômica do grupo (MOORE et al., 2005).

Entretanto, esta técnica também pode ser afetada negativamente pela

complexidade das matrizes alimentares, podendo ter a presença de inibidores de

PCR, principalmente em alimentos contendo alto teor de proteína e gordura. Além

disso, implementar este tipo de análise na rotina laboratorial requer um alto

investimento em equipamentos e reagentes, além de padronização e

regulamentação por órgãos oficiais (MALORNY et al., 2003).

3.8.1 Isolamento Bacteriológico Convencional

Os métodos convencionais para identificar o gênero Campylobacter

dependem do enriquecimento seletivo, seguido de isolamento do microrganismo

em meios seletivos, identificação microscópica e testes bioquímicos para

confirmação do resultado (SILVA et al., 2007).

De um modo geral, o isolamento de Campylobacter spp. em alimentos,

está direcionado para as espécies termofílicas do microrganismo, que são

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conhecidas pela sua característica fastidiosa e pela necessidade de condições

especiais para o desenvolvimento. Estas vão desde a composição dos meios de

cultura com necessidade de meios seletivos, até as condições de incubação pois

são microaerófilas e requerem cerca de 10% de CO2 e 5% de O2 para o seu

desenvolvimento e não se desenvolvem em meios com pH abaixo de 4,9

(HUMPHREY, 2007).

As espécies de interesse são conhecidas por se desenvolverem melhor a

temperatura de 41+1°C (HUMPHREY, 2007). No entanto, não são

termorresistentes e são facilmente destruídos pela pasteurização ou pela cocção

dos alimentos (JAY, 2005). As espécies termofílicas não crescem em

temperaturas inferiores a 30ºC, o que diferencia da espécie C. fetus, que se

desenvolve a 25ºC (VANDAMME, 2000). Por não fermentarem nem oxidarem

carboidratos e utilizarem aminoácidos como fonte de carbono, o meio de cultura

deve ser composto por altos níveis de proteína e aminoácidos livres (KELLY,

2005).

As etapas descritas nas mais diversas publicações são semelhantes,

incluindo a fase de pré-enriquecimento em caldo seletivo incubado a 37°C por 4 a

6 horas, com posterior enriquecimento no mesmo caldo, porém em temperatura

de 41,5 + 0,5°C, permanecendo por 44 + 4 horas (SILVA et al., 2007).

Entretanto MORAN et al. (2009) afirmaram em seu estudo que resultados

equivalentes podem ser encontrados em 24 horas de incubação, economizando

tempo e ainda sugere a revisão da metodologia descrita pela ISO 10272-1 e 2

(2006).

A fase de enriquecimento é de extrema importância nas amostras em que a

concentração de bactérias presentes é baixa ou se estas tiverem sido expostas a

alguma injuria por fatores ambientais, como no caso dos alimentos, pois o caldo

de enriquecimento melhora a sensibilidade da cultura e aumenta a capacidade de

recuperação e sobrevivência de Campylobacter nas amostras (World

Organization for Animal Health [OIE], 2008).

Segue-se depois de plaqueamento em um ou dois meios seletivos

diferenciais, incubados a 41,5 + 0,5°C por 44 + 4 horas e seleção inicial das

culturas puras para confirmação do gênero, sendo opcional a diferenciação entre

as espécies (SILVA et al, 2007).

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Por ser microrganismo exigente, os métodos mencionam o cuidado no

transporte e estocagem das amostras, além de mencionar a sensibilidade do

patógeno ao congelamento e à temperatura ambiente, com a recomendação de

que estas não sejam congeladas. Porém se for necessário o congelamento

devem ser usados crioprotetores, e protegidas para não perderem a umidade. As

recomendações também se estendem a estocagem em temperatura de 4 + 2°C,

por um tempo curto de duas a quatro semanas. Caso sejam mantidas a baixa

tensão de oxigênio nas mesmas condições podem sobreviver por mais tempo

(dois a cinco meses) a 20°C negativos dependendo da espécie (SILVA et al.,

2007).

Apesar da redução populacional com o congelamento, as bactérias

sobreviventes podem ser recuperadas após mais de cinco meses. Recomenda-se

que as análises sejam realizadas o mais rápido possível, visto a ocorrência de

injúrias celulares que dificultam ou inviabilizam a detecção (SILVA et al., 2007).

Para aumentar a aerotolerância de Campylobacter spp. são usados meios

seletivos suplementados com sulfato ferroso, metabissulfito de sódio e piruvato de

sódio (FBP), carvão, heme e sangue, pois estas substâncias reduzem os

componentes tóxicos derivados do oxigênio como peróxido de hidrogênio,

oxigênio simples e íons superóxido (BOLTON et al., 1984; SILVA, et al., 2007;

KUANA et al., 2008a). Além disso, para se reduzir a microbiota acompanhante, os

meios seletivos devem conter diversas combinações de antibióticos, com o

objetivo de facilitar a multiplicação de Campylobacter por impedir o

desenvolvimento de bactérias competidoras (KUANA et al., 2008a).

Após o isolamento do microrganismo, é realizada a confirmação do gênero

Campylobacter. De acordo com a ISO 10272, são necessários quatro testes para

a confirmação, sendo estes, morfologia, arranjo e motilidade típicos; teste de

oxidase positivo; crescimento negativo a 25°C em condições de microaerofilia e a

incapacidade de crescer a 41,5°C em condições de aerobiose. A metodologia ISO

ainda cita os testes bioquímicos realizados para diferenciar as espécies

termofílicas, porém, esta etapa é opcional, sendo utilizada para a diferenciação

entre as espécies Campylobacter jejuni subsp jejuni, Campylobacter coli,

Campylobacter lari e Campylobacter upsaliensis através dos testes de

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sensibilidade ao ácido nalidíxico, sensibilidade à cefalotina, hidrólise do hipurato e

indoxil acetato (SILVA, et al., 2007).

Assim, a correta identificação das espécies termofílicas de Campylobacter

pode apresentar algumas dificuldades devido à restrição de testes bioquímicos

para a diferenciação das espécies na rotina dos laboratórios e à existência de

cepas atípicas bioquimicamente, o que gera interpretações errôneas em análises

fenotípicas convencionais de Campylobacter, entretanto esta diferenciação

fenotípica é utilizada como rotina nos laboratórios de pesquisa (LINTON et al.,

1996; ON, 1996; CHE, et al., 2001).

Somado a estas dificuldades na identificação, tem-se que com a

metodologia convencional o tempo estimado para obter o resultado é em torno de

sete a 10 dias (CHE, et al., 2001). Desta forma, um método rápido de

identificação bioquímica é desejável para aperfeiçoar o trabalho laboratorial.

3.8.2 Ensaio Imunuenzimático miniVIDAS®

O Ensaio Imunuenzimático miniVIDAS® é um dispositivo desenvolvido com

o intuito de realizar a triagem, de forma rápida, das bactérias do gênero

Campylobacter. O método é capaz de detectar em aproximadamente 50 horas as

espécies C. coli, C. jejuni e C. lari. Este período é necessário para fase de

enriquecimento em caldo seletivo incubado em condição de microaerofilia e o

ensaio que dura cerca de 70 minutos (bioMérieux, VIDAS® Campylobacter, REF

30111-07999 H - pt - 2007/09). O método é rápido, uma vez que reduz em dois a

três dias o tempo das análises, quando comparado ao método tradicional (SILVA

et al., 2007). Porém não elimina a necessidade de isolamento para testes com

resultado positivos.

Além disso, é um método analítico validado internacionalmente por órgãos

oficiais, tais como a validação AFNOR (Association Française de Normalisation) e

AOAC Internacional (Association of Official Analytical Chemists), com a

codificação AFNOR/ISO 16140 BIO 12/29-05/10 (bioMérieux, 2011). De acordo

com trabalho de JORGE (2005) as metodologias baseadas em reações

imunoenzimáticas (Campylobacter Visual Immunoassay (TECRA diagnostic) e

Vidas® Campylobacter (bioMérieux) demonstraram resultados semelhantes à

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metodologia convencional preconizada pelo FDA (Food and Drug Administration).

Portanto podem ser utilizadas para reduzir o tempo de análise, desde que os

resultados sejam confirmados pelo isolamento em meios de cultura seletivos

tradicionais.

O princípio do método VIDAS CAM baseia-se na reação imunoenzimática

que permite a detecção de antígenos de Campylobacter pelo método ELFA

(Enzyme Linked Fluorescent Assay). É um ensaio semelhante ao ELISA, e que

associa o método “sanduíche” em duas etapas, com uma detecção final por

fluorescência. A reação antígeno-anticorpo é marcada com um anticorpo

associado à enzima fosfatase alcalina, que reage com determinado substrato,

desta reação obtêm-se um composto fluorescente. A emissão de fluorescência é

proporcional à quantidade de antígeno ou (anticorpo) presente na amostra

(bioMérieux, VIDAS® Campylobacter, REF 30111-07999 H - pt - 2007/09).

O ensaio imunoenzimático enquadra-se entre as técnicas de triagem,

sendo que para as amostras em que a análise apresenta resultado negativo, não

é necessário que se continue com as análises por meio do método convencional

(bioMérieux, VIDAS® Campylobacter, REF 30111-07999 H -pt - 2007/09).

O kit VIDAS® é composto por cones, cobertos em seu interior com

anticorpos anti-Campylobacter adsorvidos na sua superfície e por barretes,

compostos por 10 poços que contêm reagentes para reação imunológica. Uma

alíquota do caldo de enriquecimento previamente aquecido é dispensada no poço

do barrete, o patógeno de interesse, quando presente, é fixado aos anticorpos

específicos presentes no cone. As etapas de lavagem eliminam os elementos não

fixados. Todas as fases do ensaio são executadas automaticamente inclusive a

leitura e interpretação dos resultados, sendo que cada resultado é interpretado

como positivo ou negativo. Este teste é, portanto, bastante sensível uma vez que

a mínima formação do hidrolisado produz sinais de fluorescência detectáveis

(bioMérieux, VIDAS® Campylobacter, REF 30111-07999 H - pt - 2007/09).

MENA et al. (2008) ao utilizar o ensaio imunoenzimático para detecção do

patógeno, observou que o método não foi capaz de detectar a espécie C.

upsaliensis a qual também é causa de campilobacteriose em humanos (PATTON

et al., 1989, LABARCA, et al., 2002).

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NESBAKKEN et al., 2003 não relataram diferença entre o método de

isolamento convencional e o imunoenzimático VIDAS® para detecção de

Campylobacter em amostras de suínos enriquecidas em caldo Preston.

LIU et al. (2009) analisaram a eficiência do miniVIDAS® para detectar

Campylobacter em carne de frango, após o enriquecimento em caldo Bolton, em

dois tempos diferentes (24 horas e em 48 horas). Demostraram que a

porcentagem de amostras positivas neste teste foi maior quando incubado por 48

horas do que por 24 horas, o que foi necessário para evitar falsos negativos.

Observaram ainda que o sistema obteve resultados semelhantes aos meios

seletivos convencionais, entretanto apresentaram a vantagem dos resultados

positivos ou negativos serem obtidos em cerca de 4 horas após a etapa de pré-

enriquecimento.

No trabalho de CHON et al. (2011) foi analisada a recuperação de

Campylobacter em carnes moídas e vegetais artificialmente contaminados com a

utilização de três diferentes meios seletivos (modified cefoperazone charcoal

deoxycholate agar (mCCDA), ágar Karmali e ágar Preston) e também pelo ensaio

VIDAS CAM. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre

os meios utilizados e que o ensaio VIDAS apresentou uma taxa de recuperação

semelhante ao do cultivo nos meios seletivos em carne moída, no entanto, obteve

mais resultados positivos que o isolamento bacteriano convencional.

3.8.3 Sistema API CAMPY

O sistema API CAMPY foi desenvolvido há mais de trinta anos, sendo um

sistema que se baseia na identificação bioquímica e enzimática (bioMérieux,

2010).

Este sistema é constituído por uma galeria que permite obter para cada

microrganismo testado um conjunto de resultados, ou seja, o perfil bioquímico e

por uma base de dados a qual é constituída pelo conjunto de táxons (que pode

ser espécie, biotipo ou grupo de espécie) e das porcentagens de positividade de

cada teste (bioMérieux, 2010). Considerando, neste caso, as espécies e/ou

subespécies de Campylobacter spp., JACOB et al. (1993) descreveram outros

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microrganismo utilizando este sistema de biotipificação. Atualmente existem 22

sistemas vinculados ao sistema API.

A galeria API Campy comporta 20 microtubos que contêm substratos

desidratados, divididos em duas galerias diferentes. A primeira parte da galeria

que possui os testes enzimáticos e convencionais: urease (URE), redução dos

nitratos (NIT), esterase (EST), redução de hipurato (HIP), gama glutamil

transferase (GGT), redução do cloreto de trifenil-tetrazolium (TTC), pirrolidonil

arilamilase (PyrA), L-arginina arilamidase (ArgA), L-aspartato arilamidase (AspA),

fosfatase alcalina (PAL) é inoculada com suspensão do microrganismo densa que

reidrata os substratos. As reações produzidas durante o período de incubação

(em aerobiose) traduzem-se pelas mudanças de cor espontâneas ou reveladas

através da adição de reagentes (bioMérieux, 2010).

A segunda parte da galeria com testes de assimilação ou inibição:

produção de H2S (H2S), assimilação de D-glucose (GLU), de succinato de sódio

(SUT), de acetato de sódio (ACE), de propionato (PROP), de malato (MLT) e de

citrato trissódico (CIT); sensibilidade à eritromicina (ERO), resistência ao ácido

nalidíxico (NAL) e à cefazolina de sódio (CFZ) é inoculada com meio menos

denso, pois o primeiro foi repassado para outro tubo para diluição, exceto o teste

de H2S que é realizado com o mesmo meio anterior, a segunda galeria então é

incubada em atmosfera de microaerofilia. As bactérias multiplicam-se se forem

capazes de utilizar o substrato correspondente ou se forem resistentes ao

antibiótico testado. O 21° teste constitui o teste de catalase.

Apesar dos erros na identificação de algumas espécies de Campylobacter

(ON, 1994), dos problemas que podem ocorrer devido mutações do gênero e dos

problemas na identificação de certas cepas de C. coli e de C. Lari (REINA et al.,

1995), observa-se que a utilização do sistema pode trazer comodidade e

praticidade nos laboratórios (ON, 1996).

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42

4. MATERIAL E METODOS

4.1 Delineamento experimental

Foram analisadas 200 carcaças de frango provenientes de nove

abatedouros submetidos ao serviço de inspeção federal localizados no estado de

Goiás que destinam carne para o mercado interno e externo

As amostras foram obtidas na linha de abate por profissionais do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, dispostas em sacos plásticos

individuais, identificadas, lacradas e encaminhadas em ambiente refrigerado,

entre 2 e 8°C, ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água do Centro de

Pesquisa em Alimentos. As coletas compreenderam o período entre os meses de

agosto de 2011 a dezembro de 2012.

Todas as amostras foram submetidas ao ensaio imunoenzimático

miniVIDAS, sendo que para amostras positivas, houve complementação com

procedimentos de isolamento bacteriano e posterior caracterização fenotípica com

a utilização de testes bioquímicos, enzimáticos e antimicrobianos, para

identificação de espécies e subespécies quando possível.

4.2 Ensaios analíticos

Após a chegada ao laboratório, de 120 amostras de carcaças de frango

foram retiradas e pesadas 25 gramas de pele das áreas do pescoço, asas e

próximo à cloaca, em seguida foram trituradas com tesouras e homogeneizadas.

Após este processo, uma alíquota de 1,0 g da amostra foi retirada e disposta em

tubo contendo 9,0 mL de caldo seletivo Bolton sem sangue, conforme

preconizado pelo método imunoenzimático VIDAS (bioMérieux), validado pela

Association Française de Normalisation (AFNOR), código de certificação BIO

12/29 – 05/10, suplementado com antibióticos cefoperazona, trimetoprim,

vancomicina e anfoteracina B (MERCK®).

Nas outras 80 amostras foi realizado o esfregaço por suabes em toda a

superfície da carcaça, interna e externamente, com atenção às regiões do

pescoço, asas e peito. Os suabes foram obtidos de forma asséptica e

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individualmente dispostos em tubos contendo 9,0 mL de caldo Bolton sem

sangue, suplementado com antibióticos, conforme determinações do protocolo

analítico para ensaios imunoenzimáticos VIDAS (BIOMÉRIEUX, 2010).

Todos os tubos foram incubados em atmosfera de microaerofilia com a

utilização de jarras de anaerobiose e geradores de microaerofilia Genbox, sob

temperatura de 41,5 ± 1°C por 44 ± 4 horas. Finalizado o período de incubação,

segundo o protocolo VIDAS, foram retirados 2,0 mL do caldo de cada tubo e

transferidos individualmente para outros tubos os quais foram aquecidos por 15

minutos a aproximadamente 100°C. Após esta etapa, os tubos foram dispostos

em bancada para diminuição da temperatura de forma gradual.

Ato contínuo, 0,5 mL do caldo de cultura foi transferido para o barrete do kit

VIDAS® Campylobacter e procedeu-se a avaliação da amostra por meio da

técnica ELFA no aparelho miniVIDAS®.

Os resultados expressos em positivo e negativo foram obtidos após

aproximadamente 75 minutos de análise automatizada (BIOMÉRIEUX, 2010).

Conservou-se a alíquota de todos os caldos não aquecidos, para a

confirmação pelo método de isolamento bacteriológico em caso de resultado

positivo, a 4°C, pelo período de no máximo 24 horas, mantendo os tubos envoltos

com filme plástico com o intuito de manter a tensão de oxigênio reduzida.

Como forma de manter o rigor analítico, os procedimentos foram

desenvolvidos com cepas referência de Campylobacter jejuni ATCC 33291, como

controle positivo.

Para as amostras positivas no ensaio de triagem, adotou-se a metodologia

descrita na ISO 10272-1 (2006), que tem como objetivo o isolamento do

microrganismo alvo.

Os caldos foram retirados da refrigeração, dispostos em temperatura

ambiente e posteriormente submetidos à temperatura de incubação 41,5 ± 1°C

por 6 horas, em microaerofilia.

Alíquotas de cada caldo positivo foram semeadas, por esgotamento, com

auxílio de alças descartáveis, na superfície de ágar Charcoal Cefoperazona

Desoxicolato Modificado (mCCDA) (OXOID®) suplementado com antibióticos e

em ágar CampyFood ID (BIOMÉRIEUX®). Todas as placas foram incubadas em

microaerofilia a 41,5±1°C/ 44±4 horas.

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Terminado o período de incubação, colônias com características típicas de

Campylobacter spp. foram selecionadas comparando-as com as cepas

referências. No ágar mCCDA as colônias apresentavam-se acinzentadas,

geralmente com brilho metálico, planas e úmidas, com tendência ao

espalhamento (FIGURA 1A). No ágar CampyFood ID, selecionaram-se colônias

com coloração avermelhada e levemente metalizadas (FIGURA 1B).

Na ausência de colônias isoladas, uma alçada do crescimento foi semeada

por esgotamento na superfície de ágar Campyfood ou ágar mCCDA

suplementado e incubada a 41,5 ± 0,5°C por 48 horas em atmosfera de

microaerofilia na tentativa de obtenção de colônias isoladas e puras.

Figura 1- Colônias características de Campylobacter spp. em ágar mCCDA (A) e em ágar CampyFood ID (B).

Das colônias características de Campylobacter spp., foram selecionadas de

uma a cinco unidades formadoras de colônias, de cada ágar, para a realização do

teste de catalase, a mesma colônia foi semeada em ágar sangue e as placas

incubadas em microaerofilia a 41,5± 0,5°C/ 44±4 horas.

Em caso da não realização das análises bioquímicas imediatamente, as

colônias selecionadas foram estocadas isoladas em tubos de polipropileno tipo

“eppendorf” esterilizados com 1,5 mL de leite desnatado esterilizado. Os tubos

foram armazenados em temperatura de congelamento (-18°C) com o objetivo de

Fonte: Arquivo pessoal, 2012.

(A) (B)

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estocar os isolados de uma mesma amostra para criação de banco de dados e

posterior realização dos ensaios bioquímicos e enzimáticos.

Um tubo de cada amostra congelada foi incubado em estufa com

temperatura de 41°C por um período de duas horas em microaerofilia, para o total

descongelamento, em seguida, foi semeada em ágar sangue. As placas foram

incubadas a 41,5±1°C/ por 24 a 48 horas em ambiente microaerófilo.

De colônias isoladas, sem presença de hemólise, foi realizado o teste de

KOH para verificar se o microrganismo pertencia ao grupo Gram negativo e

contraste de fase para verificar o grau de pureza, morfologia em espiral e

motilidade do tipo saca rolha ou movimento de vai-vem, típicos de Campylobacter

spp. Posteriormente procedeu-se a confirmação, identificação e biotipificação dos

isolados por meio do sistema numérico de identificação bioquímica e enzimática

API Campy (bioMérieux®).

4.3 Identificação bioquímica e enzimática das colônias sugestivas de Campylobacter spp. pelo sistema API Campy

Para a identificação das cepas sugestivas de Campylobacter spp. foi

utilizado o sistema numérico bioquímico e enzimático API Campy (bioMérieux).

Para a preparação do inócuo, as cepas isoladas no ágar sangue foram

transferidas, com auxílio de um suabe esterilizado, para o diluente próprio do

sistema API Campy (bioMérieux), criando uma suspensão com densidade

equivalente ao número seis da escala de McFarland, utilizada imediatamente

após a preparação.

A primeira parte da galeria (testes enzimáticos e convencionais) foi

inoculada com a suspensão densa que hidrata os substratos, inoculou-se a

primeira parte da galeria e o teste H2S da segunda parte da galeria. Cobriu-se o

teste URE com óleo de parafina criando um menisco convexo. Incubou-se a

primeira parte da galeria por 24 horas a 36ºC ± 2ºC em atmosfera aeróbia.

As reações produzidas durante o período de incubação (em aerobiose)

traduzem-se pelas mudanças de cor espontâneas ou reveladas quando feita a

adição de reagentes.

Para inoculação da segunda parte da galeria (testes de assimilação ou

inibição) utilizou-se um meio diluído. Para tanto, abriu-se a ampola de API AUX

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médium para a qual foi transferida a totalidade da suspensão bacteriana anterior.

Distribuiu-se esta nova suspensão nos tubos e cúpulas e a galeria foi incubada

por 24 horas (± 2 horas) a 35 ± 2ºC em atmosfera microaerófila. As bactérias

capazes de utilizar o substrato correspondente ou que eram resistentes ao

antibiótico testado cresceram visivelmente.

Para a leitura da primeira parte, adicionou-se reagente correspondente

conforme descrito pelo fabricante. Após esta etapa foi necessário esperar o prazo

de cinco minutos para posterior consulta do quadro de leitura. Qualquer reação,

mesmo fraca, foi considerada como reação positiva, conforme as recomendações.

Na segunda parte da galeria, se o teste SUT apresentou resultado positivo,

observaram-se todos os testes de assimilação ou de inibição de crescimento.

Caso houvesse resultado negativo, a incubação foi feita por mais 24 horas.

Qualquer crescimento mesmo muito fraco foi considerado como reação positiva.

As reações foram anotadas na ficha de resultados e em sequência os

dados anotados foram transferidos para o sistema Apiweb para a expressão dos

resultados, conforme o programa aplicável.

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47

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das 200 amostras de carcaças de frangos analisadas, 56 mostraram-se

positivas pelo miniVIDAS® Campylobacter spp., o que representou 28% de

positividade (Tabela 1).

Das amostras positivas para o método imunoenzimático, 85,7% (48/56)

foram classificadas como do gênero Campylobacter pelo ensaio do isolamento

bacteriano convencional, correspondendo a 24% do total de carcaças analisadas

(48/200), como disposto na Tabela 1.

Tabela 1 - Frequência de amostras positivas e negativas de Campylobacter spp. utilizando o ensaio imunoenzimático (miniVIDAS) e isolamento bacteriano convencional, no período de agosto de 2011 a dezembro de 2012.

Resultado* miniVIDAS® MiniVIDAS + IBC**

Positivo Negativo

Carcaças positivas 56/200 (28%) 48/56 (85,7%) 8/56 (14,3%)

Carcaças negativas 144/200 (72%) Não avaliadas

Total carcaças 200 (100%) 48/200 (24%)

* Resultado considerando o gênero ** IBC - isolamento bacteriano convencional

No presente estudo, observou-se que os métodos empregados permitiram

o isolamento de Campylobacter spp. em 24% das amostras avaliadas. Isto

significa que as carcaças de frango destinadas tanto ao consumo interno quanto à

exportação podem constituir risco alimentar à população. Este patógeno é um

importante causador de enterite bacteriana vinculada a surtos na Europa,

conforme os dados publicados da European Food Safety Authority (EFSA, 2011).

A bactéria em carcaças de frangos indica a presença em abatedouros, uma

vez que as amostras foram obtidas logo após o resfriamento durante as etapas de

operação de abate e sugere sua presença em granjas localizadas no estado de

Goiás.

GARIN et al. (2012) analisaram a prevalência de Campylobacter spp. nas 5

maiores cidades de 4 continentes, África (Dakar no Senegal, Yaounde capital do

Camarões), Oceania (Nouméa na Nova Caledónia), Índia (Antananarivo em

Madagascar) e Ásia (Cidade de Ho Chi Minh no Vietnã). O microrganismo foi

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isolado em todas as cidades, entretanto, em duas cidades (Yaounde e Noumé) a

prevalência foi alta, (92,7% e 96,7% respectivamente) em contraste com a cidade

de Ho Chi Minh onde a prevalência foi de 15,3%. Os resultados demonstraram a

presença do microrganismo em países em desenvolvimento, de diferentes

continentes, com elevada densidade demográfica e extenso mercado interno

consumidor.

Recentemente em um estudo de DASKALOV et al. (2012), durante 11

meses foram colhidas 292 amostras em 13 matadouros na Bulgária, para

investigar a presença de Campylobacter spp. Os autores constataram que 44,9%

das amostras foram positivas.

No Brasil, SCARCELLI et al. (2005) ao avaliarem 74 amostras de frango

congelados, não detectaram presença de Campylobacter spp., indicando suposta

vulnerabilidade às condições adversas do ambiente.

KUANA et al. (2008a) analisaram 22 lotes de frango de corte durante a

criação e 96 carcaças correspondentes a estes lotes após o abate. Do total das

carcaças coletadas a frequência de isolamento foi de 97,4% (37/38) após a

depenadeira e de 98,3% após o chiller (57/58). Os autores encontraram quatro

lotes inicialmente livres de Campylobacter spp. entretanto, após a depenadeira,

as carcaças correspondentes destes lotes estavam contaminadas.

De acordo com estes autores, as razões para a contaminação das

carcaças podem estar na complexidade das variáveis existentes até a chegada ao

processamento industrial, ou seja, o tempo de transporte, gaiolas previamente

contaminadas e o abate de lotes infectados previamente, o que propicia a

contaminação cruzada entre lotes, em conclusão dos autores, as medidas

higiênicas como as boas práticas de produção são úteis, mas insuficientes para

eliminar completamente o Campylobacter do produto final.

Em Goiás, TRASSI (2012) avaliou a presença de Campylobacter spp. em

oito lotes e em carcaças e vísceras comestíveis (coração, moela e fígado) do

frango, Campylobacter spp. foi identificado em 50% dos lotes avaliados. Foi

identificado também em 4,37% das 160 amostras analisadas, sendo que as

vísceras mostraram-se positivas, ao contrário de todas as carcaças avaliadas que

apresentaram livre de Campylobacter spp.. A variação observada para ocorrência

de Campylobacter pode ser resultante de diferenças geográficas, sazonalidade,

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além do emprego de diferentes técnicas de amostragem e metodologias

laboratoriais.

Observou-se no presente estudo, o resultado correspondente ao ensaio

imunoenzimático (miniVIDAS®), mesmo não descartando o subsequente

isolamento, reduz o tempo destinado à análise como forma de detecção inicial e é

importante ferramenta para monitorar a higiene dos alimentos, que é uma das

ferramentas para a prevenção de doenças de origem alimentar.

JORGE (2005) ao analisar a inoculação de Campylobacter em três tipos de

substratos (leite C, leite UHT e meio Bolton), observou que metodologias

baseadas em reações imunoenzimáticas demonstraram resultados semelhantes

às metodologias de isolamento validadas. O autor registrou a eficácia e

sensibilidade elevada para o teste e afirmou que métodos de triagem podem ser

utilizados para reduzir o tempo de análise, desde que os resultados sejam

confirmados pelo isolamento em meios de cultura seletivos tradicionais, o que

ocorreu de forma similar no presente estudo.

Neste estudo verifica-se, no entanto que 14,3% das amostras registradas

como positivas frente ao miniVIDAS®, quando avaliadas pelo isolamento

convencional mostraram-se negativas (Tabela 1). Isso pode ter ocorrido pelo

baixo número de células do microrganismo alvo e pela provável presença de

microrganismos acompanhantes. A ausência do suplemento de sangue pode ter

prejudicado a detecção do gênero Campylobacter, comprovadamente dificulta o

isolamento tendo em vista as enzimas que favorecem a manutenção da

microaerofilia no próprio meio de cultura, fator de grande importância para o

cultivo.

LIU et al. (2009) avaliaram a eficácia do ensaio imunoenzimático VIDAS®

na detecção de Campylobacter spp. em carne de frango inoculada em caldo

Bolton suplementado com sangue ou não. Os autores observaram que quando

houve a adição de sangue ao caldo, 27/55 (49,1%) apresentaram resultado

positivo pelo método de triagem e 23/55 (41,8%) foram positivas para o método

de cultivo. Por outro lado, avaliando a detecção e isolamento em caldo Bolton

sem o suplemento de sangue foram encontradas 32/55 (58,2%) amostras

positivas pelo método de triagem e 30/55 (54,5%) pelo método de cultivo.

Estatisticamente não houve diferença entre o método de triagem e o método

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convencional, entretanto, os autores relataram que o método VIDAS® pode

encurtar o tempo para a detecção de Campylobacter spp. em carne de frango e

observaram que a adição de sangue não é necessária para o isolamento do

agente, corroborando com as determinações feitas para o procedimento analítico

preconizado.

Concordando com os resultados dispostos na Tabela 1, REITER et al.

(2010) ao pesquisarem a presença de Campylobacter spp. em diversas

categorias de amostras utilizando os dois métodos empregados neste estudo,

observaram que o ensaio imunoenzimático detectou maior percentual de

amostras positivas 35/40 (87,5%) para a bactéria em questão, quando

contrastado com o percentual identificado no isolamento bacteriano 26/40 (65%).

Nesta avaliação, os autores concluíram que o ensaio imunoenzimático foi mais

satisfatório que o método convencional.

Torna-se necessário reforçar que os resultados divergentes demonstrados

neste estudo, assim como pelos autores supracitados, podem estar relacionados

ao fato de que o isolamento convencional, apesar de ser adotado como método

padrão para a pesquisa de Campylobacter spp. apresenta alguns fatores

limitantes, como a incapacidade de detectar a presença de células viáveis, mas

não cultiváveis (VNC) e a dificuldade de isolar o microrganismo devido às

características da bactéria (HAZELEGER et al., 1998; LEE et al., 1998; ON, 2005;

RAHIMI et al, 2011), bem como a provável presença de microrganismos

competidores que suplantam a multiplicação da bactéria alvo.

Outro fator que pode estar relacionado, refere-se às descrições de SILVA

et al. (2007) quanto à detecção de Campylobacter em alimentos. Os autores

salientaram que deve ser levado em consideração o fato de que a população

presente nos produtos é normalmente baixa, devido ao não crescimento em

temperaturas abaixo de 30ºC e à extrema sensibilidade à concentração de

oxigênio do ar (21%).

Considerando que o método miniVIDAS® fundamenta-se em uma técnica

de cunho imunoenzimático, há a capacidade de detecção de baixos níveis de

células viáveis cultiváveis. Portanto, é de se esperar que a frequência de células

recuperadas nos meios sólidos pelo método ISO 10272 (2006) seja menor que a

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taxa de antígenos de Campylobacter presente na amostra e detectada pelo

método de triagem.

LINE (2001) mencionou que a microbiota acompanhante de determinadas

amostras multiplicam-se mais facilmente nos meios sólidos que servem de

suporte à seleção das colônias a serem pesquisadas, dificultando a observação

das colônias características do gênero. Neste experimento foi possível observar

vasto crescimento de bactérias não características nos ágares empregados.

Reforçando o ocorrido neste estudo, HABIB et al. (2011) observaram que

Escherichia coli e Pseudomonas spp. foram capazes de resistir à presença dos

suplementos antimicrobianos adicionados ao caldo Bolton usado para o

enriquecimento seletivo, deste modo, o crescimento de bactérias competidoras

capazes de utilizar pouco oxigênio durante a fase de enriquecimento, pode

subestimar a presença de Campylobacter, que na maioria das vezes é encontrada

em baixa concentração nas amostras.

Quanto às células viáveis não cultiváveis, partindo do pressuposto do

enriquecimento inicial, o ensaio imunoenzimático também apresenta limitações

analíticas que podem ocorrer devido ao limiar de detecção, já que a injúria celular

associada aos microrganismos microaerófilos é suficiente para inviabilizar os

cultivos seletivos. Desta forma, o resultado com um valor de teste inferior ao valor

limiar indica uma amostra que não contém antígenos de Campylobacter ou

contendo uma concentração de antígenos de Campylobacter inferior ao limite de

detecção o que favorece a ocorrência de resultado falso-negativo, conforme

informações sobre limite de detecção de métodos para diagnóstico.

Outro fator a ser considerado, relaciona-se a prováveis interferentes

analíticos como alta concentração de gordura proveniente das amostras. Este

componente pode permanecer na alíquota amostral o que dificulta a ligação entre

antígeno e anticorpo tendo como consequência o resultado falso negativo, pelo

método imunoenzimático, mesmo com as lavagens sucessivas que ocorrem

durante o ensaio automatizado.

Das 48 amostras positivas (24%) frente ao método de isolamento

convencional, 58 isolados foram classificados como sendo do gênero

Campylobacter spp, quanto às provas clássicas de catalase, KOH, morfologia

típica e motilidade características. Como todos os isolados foram submetidos aos

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testes do sistema API Campy, observou-se que 29 isolados classificaram-se em

perfil aceitável, sendo provenientes de 21 amostras, como pode ser visto na

Tabela 2, e os outros 29 isolados não foram discriminados conforme os resultados

apresentados pelo conjunto de provas bioquímicas, testes de assimilação

enzimática e de antimicrobianos. Tal fato também pode ser explicado pela

complexa taxonomia de Campylobacter, devido à diversidade genética. Segundo

ON (1996) pode ocorrer resultado “falso negativo” quando o método não é capaz

de detectar todas as espécies.

Tabela 2- Classificação do perfil numérico dos isolados de Campylobacter spp. provenientes de carcaças de frangos analisadas entre agosto de 2011 e dezembro de 2012.

Perfil Numérico Cepas positivas/total

Percentual %

Correspondência a amostras positivas ao

IBC

Aceitável 29/58 50 21 (10,5%)

Inaceitável 29/58 50 -

Total 58 100% -

Das 200 carcaças de frangos analisadas, 21 (10,5%) foram

comprovadamente positivas para o gênero, tendo por fundamento o conjunto

analítico do método de triagem, sequencial isolamento bacteriano para amostras

positivas e provas de assimilação enzimática, bioquímicas e de perfil

antimicrobiano, para confirmação do gênero, espécie e subespécie, conforme o

caso.

Neste estudo, todas as amostras estavam em condição de refrigeração. No

entanto, devido à indisponibilidade dos insumos para análise alguns dos isolados

foram congelados antes da realização das análises bioquímicas pelo sistema API

Campy. Acredita-se que a divergência dos resultados entre os métodos de

triagem e isolamento convencional, em decorrência da classificação de perfil

inaceitável para 50% dos isolados pode estar relacionada ao congelamento. De

acordo com ON (1996), a bactéria pode sofrer variações em sua expressão

gênica devido a fatores ambientais, afetando o poder discriminatório dos testes

bioquímicos.

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REINA et al. (1995) avaliaram a eficácia do sistema API Campy na

identificação bioquímica de 62 estirpes de Campylobacter spp. pré identificadas

como hipurato negativas, isoladas de fezes de pacientes com diarreia. Os autores

observaram que cinco tiveram o perfil numérico 6421706. De acordo com os

autores, este perfil não existia até a data da publicação do trabalho podendo

conduzir a um perfil inválido. Entretanto, o programa de acesso para registro do

perfil numérico, fornecido pelo fabricante possui esse perfil classificado como de

boa identificação para Campylobacter coli com 98,4% de similaridade.

No mesmo ano, HUYSMANS et al. (1995) realizaram a comparação entre

métodos bioquímicos convencionais e o método API Campy, estes autores

relataram que não houve vantagens na utilização do sistema numérico sobre os

métodos convencionais oferecidos e que os testes convencionais mostraram

satisfatórios para a identificação rotineira de Campylobacter.

Estudo realizado por SHIH (2000) teve como objetivo comparar o sistema

API Campy com o método bioquímico tradicional para caracterização de 85

amostras de Campylobacter isoladas de carcaças de aves, obtendo 100% de

concordância para gênero Campylobacter e para as espécies Campylobacter

jejuni (96%) e Campylobacter coli (97%).

SAMOSORNSUK et al. (2007) utilizando o sistema API Campy, não

identificaram três isolados de Campylobacter, os quais posteriormente foram

confirmados pelo ensaio da reação em cadeia pela polimerase. Naquele estudo, o

sistema bioquímico identificou um isolado como Arcobacter cryaerophilus,

entretanto, houve posterior identificação de DNA de Campylobacter na amostra, o

que demostra que técnicas moleculares são mais eficientes para detectar as

espécies de Campylobacter.

BIASI (2010) ao utilizar o sistema numérico API Campy verificou

divergência do resultado comparado à técnica molecular da reação em cadeia

pela polimerase, por este motivo, a autora questionou a real eficiência das provas

bioquímicas e enzimáticas para a identificação do patógeno, uma vez que são

observadas falhas quando estas provas são comparadas aos métodos

genotípicos.

MARINOU et al. (2012), no primeiro trabalho realizado na Grécia sobre o

tema abordado, analisaram 1080 amostras de diversas fontes de origem animal e

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isolaram o microrganismo em 16 amostras. Todos os isolados foram

armazenados a - 80°C e, posteriormente identificados utilizando o sistema API

Campy. Com este método foi possível identificar sete dos 16 isolados.

Na presente pesquisa, algumas limitações e dificuldades na interpretação

dos resultados por fraca formação de cores das reações de gama glutamil

transferase (GGT), pirrolidonil arilamilase (PyrA), L-arginina arilamidase (ArgA) e

L-aspartato arilamidase (AspA), podem explicar alguns dos perfis classificados

como inválidos. Quanto aos testes de assimilação ou de inibição do crescimento,

houve necessidade de incubação por 48 horas, tendo em vista leitura dúbia de

algumas reações. Acredita-se que estas constatações relacionam-se à

similaridade dos isolados ao gênero, sem no entanto, identificá-los e classificá-los.

ON (1996) afirmou que apesar do sistema API Campy possuir diversos

testes para identificação do microrganismo, um fator agravante é a não inclusão

de todas as espécies de importância clínica da família Campylobacteriaceae na

lista relacionada pelo sistema.

Todavia, a ocorrência de 10,5% (21/200) de Campylobacter não significa a

ausência do microrganismo nas amostras que apresentaram colônias

características do patógeno, mas que não foram confirmadas. Isso pode ser

comprovado pelo estudo realizado por KUANA et al. (2009), quando detectaram a

presença do patógeno por métodos bioquímicos convencionais, mas o mesmo

não foi detectado pelo sistema numérico API Campy.

No presente trabalho, o sistema de biotipificação numérica API Campy foi

utilizado para confirmação dos isolados sugestivos de Campylobacter e para a

identificação das espécies termofílicas do microrganismo. Observa-se que foram

isoladas bactérias classificadas como do gênero (7,0%), Campylobacter coli

(58,6%), Campylobacter jejuni subespécie jejuni biótipo 2 (17,2%), Campylobacter

jejuni subespécie doylei (3,4%), Campylobacter lari (13,8%).

Relatórios da EFSA (2012) revelaram que entre 2.386 amostras isoladas,

Campylobacter jejuni é a espécie mais frequentemente isolada de carcaças de

frangos com 34,2% dos isolados, seguido por Campylobacter coli com 27,3% e

Campylobacter lari com 0,2%. Entretanto 38,7% dos isolados foram relatados

somente como Campylobacter spp., o que pode ser devido a dificuldade em se

identificar a espécie.

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Neste estudo, Campylobacter coli (58,6%) foi a espécie de maior

frequência, seguida por Campylobacter jejuni subespécie jejuni 2 (17,2%).

FERRO (2012) utilizando o sistema API Campy identificou 24 colônias de

Campylobacter, 22 foram caracterizadas como pertencentes à espécie

Campylobacter jejuni, sendo 16 (66,70%) pertencentes à subespécie jejuni

(29,16% jejuni 1 e 37,50% jejuni 2) e 6 (25%) à subespécie doylei, uma cepa

(4,16%) pertencente à espécie C. lari e uma (4,16%) pertencente à espécie C.

coli.

KUANA et al. (2009) também encontraram predominância de C. jejuni

(66,7%) em carcaças de frango, sendo 42,9% caracterizados como C. jejuni

subsp. jejuni 1, 23,8% como C. jejuni subsp. jejuni 2 e 9,5% como C. jejuni subsp.

doylei. Os autores encontraram ainda outras três espécies, sendo 14,3% de C.

coli e 4,8% de C. fetus e C. upsaliensis.

MARINOU et al. (2012) utilizando o sistema API Campy, detectou 7 dos 16

isolados, destes, 4 foram identificados como C. coli, 2 como C. lari e 1 como

Arcobacter cryaerophilus. Ao realizar a analise pela técnica de PCR o número de

amostras positivas para C. coli aumentou para 14 das 16 amostras analisadas. De

acordo com os autores, a maior prevalência de C. coli pode estar relacionada a

região geográfica onde as amostras foram colhidas.

No estudo de DASKALOV et al. (2012), durante 11 meses, foram colhidas

292 amostras em 13 matadouros na Bulgária para investigar a presença de

Campylobacter spp. O estudo revelou que 44,9% das amostras foram positivas

para Campylobacter spp. sendo que C. coli prevaleceu sobre C. jejuni em 61,8%

e 37,4%, respectivamente, a prevalência foi maior nos meses de junho e julho,

demonstrando variação sazonal.

A Tabela 3 apresenta dados referentes aos perfis classificados como de

similaridade ao gênero e espécies de Campylobacter spp., no estudo em questão.

Ainda, de acordo com os dados obtidos na identificação pelo sistema API

Campy, os resultados podem ser expressos como: “Excelente identificação”,

“Muito boa identificação”, “Boa identificação” e “Identificação aceitável” (Tabela 4).

Analisando esta Tabela, percebe-se que C. jejuni subespécie jejuni biotipo

2 foi a que apresentou melhor identificação pelo sistema API Campy, apesar de

não ser a espécie de maior frequência.

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Tabela 3 - Identificação de Campylobacter spp., utilizando o sistema API Campy e a probabilidade de identificação.

Amostra Isolados

Espécie/Subespécie Probabilidade

(%)

A

1

2

3

Campylobacter spp.

Campylobacter coli

Campylobacter coli

100

97.1

99,7

B 1

2

Campylobacter jejuni subespecie jejuni 2

Campylobacter lari

98,9

98,3

C 1

2

Campylobacter coli

Campylobacter lari

99,2

98,3

D 1 Campylobacter coli 99,2

E 1 Campylobacter coli 99

F 1 Campylobacter coli 94,2

G 1 Campylobacter coli 41

H 1 Campylobacter coli 92,2

I 1 Campylobacter lari 98,3

J 1

2

Campylobacter coli

Campylobacter coli

97,1

99,5

K 1 Campylobacter coli 99,3

L 1 Campylobacter coli 97,2

M 1 Campylobacter jejuni subespecie doylei 92,3

N 1 Campylobacter jejuni subespecie jejuni 2 99,9

O 1 Campylobacter coli 74,4

P 1

2

Campylobacter jejuni subespecie jejuni 2

Campylobacter lari

79,2

71

Q 1

2

Campylobacter coli

Campylobacter spp.

99,5

100

R 1 Campylobacter coli 97,9

S 1 Campylobacter jejuni subespecie jejuni 2 99,9

T 1

2

Campylobacter coli

Campylobacter coli

97,2

99

U 1 Campylobacter jejuni subespecie jejuni 2 99,9

Tabela 4- Expressão dos resultados apresentados pelo sistema API Campy.

Expressão resultados

Valores limiares

N° de Isolados

% Cepa Frequência

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Excelente identificação

%id >= 99.9 5 17,2 C. jejuni ssp.

jejuni 2 3

Muito boa identificação

%id >= 99.0 8 27,6 C. coli 8

Boa identificação

%id >= 90.0 12 41,4

C. coli C. lari

C. jejuni ssp. jejuni 2

C. jejuni ssp. doylei

7 3 1

1

Identificação fraca

%id <= 80.0 4 13,8 C. coli

C. jejuni jejuni 2 C. lari

2 1 1

De acordo com os dados dispostos na Tabela 4, 86,2% das cepas

identificadas referiram-se a excelente, muito boa ou boa identificação.

Outro fator a ser considerado é o surgimento de Campylobacter resistentes

a antimicrobianos usados na terapia e profilaxia (RAHIMI et al., 2011).

Consequentemente há o aumento da prevalência de estirpes resistentes aos

antibióticos encontradas nos alimentos, o que culmina em reemergência de

microrganismos resistentes (PALERMO NETO, 2011).

Neste estudo foi determinado o perfil de resistência antimicrobiana para

três antimicrobianos utilizando o sistema API Campy; ácido nalidíxico, cefazolina

e eritromicina.

No presente trabalho, em relação à resistência ao ácido nalidíxico,

observou-se resistência em 37,93% dos isolados avaliados (11/29). Considerando

as espécies identificadas, C. coli apresentou resistência em 58,82% (10/17) e

uma cepa de C. jejuni ssp. jejuni 2.

Verificou-se também resistência a cefazolina em 20 (68,96%) isolados,

sendo que das cepas de C. coli 14 (82,35%) e quatro cepas de C. jejuni (66,66%)

também foram resistentes. Simultaneamente 11 isolados (37,93%) foram

resistentes para o ácido nalidíxico e cefazolina sendo 10 isolados de C. coli e um

isolado de C. jejuni ssp jejuni 2. A elevada resistência das bactérias à cefazolina é

esperada, uma vez que esta característica é utilizada, conforme recomendação

da ISO 10.272-1 (2006), na identificação das espécies de Campylobacter.

Com relação à sensibilidade, nove isolados (31,03%) foram sensíveis aos

dois antimicrobianos, e foram classificados como C. lari (4/9), C. coli (3/9) e C.

jejuni (2/9).

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A resistência à eritromicina (macrolídeo) foi observada em nove amostras

(31,03%), sendo que todas eram da espécie C. coli.

ZHAO et al. (2010) encontraram baixo percentual para a resistência a

eritromicina (2,8%) em isolados de Campylobacter de amostras de frangos

refrigerados, assim como BARDON et al. (2011) afirmaram que a resistência a

eritromicina é normalmente baixa em Campylobacter spp.

Os resultados deste trabalho podem ser comparados a outros que

observaram que a resistência é geralmente mais comum em C. coli do que a C.

jejuni, incluindo a resistência a fluoroquinolonas e macrolídeos (BORGES, 2009;

FRAQUEZA, 2009).

A sensibilidade aos antimicrobianos está associada a diversos fatores os

quais estão relacionados à expressão dos genes de resistência; a presença de

elementos móveis (plasmídeos e transposons) contendo genes de resistência;

além das altas taxas de transferência lateral de genes. Estes e outros fatores

fazem com que estes marcadores sejam inconstantes e inapropriados como

característica taxonômica, principalmente para um microrganismo tão complexo

como Campylobacter spp.

Com o uso de método de triagem, isolamento convencional e sistema de

biotipificação numérica foi demonstrada prontamente a caracterização dos

isolados de Campylobacter. No entanto, foi observado que alguns isolados

sugestivos de Campylobacter, por apresentar positividade no teste de triagem,

crescimento em meios seletivos e na temperatura de incubação e a morfologia e

motilidade característica do gênero em questão, não foram identificados pelo

sistema numérico e, portanto, foram considerados negativos. Entretanto, a

ocorrência de perda do perfil para algumas espécies, em testes conclusivos para

a sua diferenciação, pode ter prejudicado a aplicabilidade deste sistema na

identificação das amostras que resultaram em um perfil inválido, isso pode sugerir

que os isolados resultaram de mutações. Também pode ter ocorrido a ausência

de expressão fenotípica, decorrente do congelamento dos isolados antes da

realização das provas bioquímicas. Além do mais deve se levar em consideração

que nem todas as espécies estão no banco de dados do sistema e a presença de

várias espécies em um mesmo isolado, dificultando a caracterização bioquímica.

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Sendo necessário o uso de testes mais sensíveis e específicos para a

identificação deste complexo microrganismo.

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60

6. CONCLUSÕES

1. A associação dos métodos imunoenzimático, isolamento bacteriano

e caracterização pelo sistema API permitiu a identificação dos

isolados em espécie s subespécies.

2. Campylobacter spp. está presente em carcaças de frangos,

produzidas no estado de Goiás, destinadas tanto ao mercado interno

e externo.

3. A espécie de maior frequência foi Campylobacter coli. Foram

identificadas em menor frequência Campylobacter jejuni e

Campylobacter lari.

4. Monitoramento oficial para o gênero bacteriano Campylobacter spp.

deve compor estratégia de redução de patógenos em carne avícola.

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