caracterização etnobotânica e histoquímica de plantas medicinais

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ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.19; p. 2014 2807 CARACTERIZAÇÃO ETNOBOTÂNICA E HISTOQUÍMICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS MORADORES DO BAIRRO CARRILHO, GOIANÉSIA (GO) Regiane Maria da Silva 1 , Maria Tereza Faria 2,3 1 Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia da Universidade Federal de Goiás, Goiânia – GO, Brasil ([email protected]) 2 Professora Titular do curso de Ciências Biológicas – Licenciatura, Faculdade Araguaia - Unidade Bueno, Goiânia – GO, Brasil 3 Professora orientadora do Curso de Especialização em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia da Universidade Federal de Goiás, Goiânia – GO, Brasil Recebido em: 30/09/2014 – Aprovado em: 15/11/2014 – Publicado em: 01/12/2014 RESUMO O uso de plantas medicinais pelos seres humanos tem sido objeto de estudo de vários levantamentos etnobotânicos, estes quando aliados a técnicas como a histoquímica podem trazer resultados importantes, uma vez que, ao localizar os princípios ativos presentes nas plantas é possível atribuir ou não uma indicação terapêutica a elas. Este trabalho teve por objetivos proceder ao levantamento etnobotânico e as análises histoquímicas das plantas medicinais utilizadas pelos moradores do Bairro Carrilho em Goianésia (GO), bem como elaborar uma cartilha para divulgação dos resultados obtidos em uma escola do bairro. A coleta de dados etnobotânicos foi realizada por meio de formulários, sendo que as plantas cultivadas pelos entrevistados foram coletadas, identificadas e depositadas no Herbário da Universidade Federal de Goiás. Foram entrevistados 50 moradores do bairro, sendo citadas 54 espécies vegetais que são utilizadas, principalmente, na forma de chá e suco para o tratamento de diversos problemas, especialmente, relacionados aos sistemas respiratório e digestório. As cinco plantas mais citadas: Cymbopogon citratus, Mentha x villosa, Vernonia condensata, Plectranthus amboinicus e Rosmarinus officinalis foram submetidas a testes histoquímicos que revelaram a presença de alguns metabólitos com importância terapêutica tais como compostos fenólicos, compostos lipídicos, taninos e óleos essenciais, revelando assim que estas plantas apresentam potencial curativo. Uma cartilha com informações relevantes sobre plantas medicinais e os resultados obtidos nesse trabalho foi elaborada e distribuída aos professores de ciências e biologia de uma escola do Bairro Carrilho que poderão utilizá-la em suas aulas e contribuir para que os resultados obtidos retornem à comunidade. PALAVRAS-CHAVE: ensino de ciências e biologia, etnobotânica, histoquímica, plantas medicinais

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2807

CARACTERIZAÇÃO ETNOBOTÂNICA E HISTOQUÍMICA DE PLANT AS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS MORADORES DO BAIRRO CAR RILHO,

GOIANÉSIA (GO)

Regiane Maria da Silva1, Maria Tereza Faria2,3

1Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia da Universidade Federal de Goiás, Goiânia – GO, Brasil ([email protected])

2Professora Titular do curso de Ciências Biológicas – Licenciatura, Faculdade Araguaia - Unidade Bueno, Goiânia – GO, Brasil

3Professora orientadora do Curso de Especialização em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia da Universidade Federal de Goiás, Goiânia – GO, Brasil

Recebido em: 30/09/2014 – Aprovado em: 15/11/2014 – Publicado em: 01/12/2014

RESUMO

O uso de plantas medicinais pelos seres humanos tem sido objeto de estudo de vários levantamentos etnobotânicos, estes quando aliados a técnicas como a histoquímica podem trazer resultados importantes, uma vez que, ao localizar os princípios ativos presentes nas plantas é possível atribuir ou não uma indicação terapêutica a elas. Este trabalho teve por objetivos proceder ao levantamento etnobotânico e as análises histoquímicas das plantas medicinais utilizadas pelos moradores do Bairro Carrilho em Goianésia (GO), bem como elaborar uma cartilha para divulgação dos resultados obtidos em uma escola do bairro. A coleta de dados etnobotânicos foi realizada por meio de formulários, sendo que as plantas cultivadas pelos entrevistados foram coletadas, identificadas e depositadas no Herbário da Universidade Federal de Goiás. Foram entrevistados 50 moradores do bairro, sendo citadas 54 espécies vegetais que são utilizadas, principalmente, na forma de chá e suco para o tratamento de diversos problemas, especialmente, relacionados aos sistemas respiratório e digestório. As cinco plantas mais citadas: Cymbopogon citratus, Mentha x villosa, Vernonia condensata, Plectranthus amboinicus e Rosmarinus officinalis foram submetidas a testes histoquímicos que revelaram a presença de alguns metabólitos com importância terapêutica tais como compostos fenólicos, compostos lipídicos, taninos e óleos essenciais, revelando assim que estas plantas apresentam potencial curativo. Uma cartilha com informações relevantes sobre plantas medicinais e os resultados obtidos nesse trabalho foi elaborada e distribuída aos professores de ciências e biologia de uma escola do Bairro Carrilho que poderão utilizá-la em suas aulas e contribuir para que os resultados obtidos retornem à comunidade. PALAVRAS-CHAVE: ensino de ciências e biologia, etnobotânica, histoquímica, plantas medicinais

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CHARACTERIZATION ETHNOBOTANY AND HISTOCHEMISTRY MED ICINAL PLANTS USED B BY RESIDENTS OF CARRILHO NEIGHBORHOOD , GOIANÉSIA

(GO)

ABSTRACT The use of medicinal plants by humans has been studied by several ethnobotanical surveys, when combined with techniques such as histochemistry can bring important results, since, to locate the active ingredients present in plants can be assigned or not a therapeutic indication for them. This study aimed to conduct an ethnobotanical survey and histochemical analysis of medicinal plants used by residents in the neighborhood Carrilho Goianésia (GO), as well as developing a primer for dissemination of the results obtained in a neighborhood school. The ethnobotanical data collection was conducted through questionnaires, whereas plants cultivated by the respondents were collected, identified and deposited in the Herbarium of the Federal University of Goiás were interviewed 50 residents of neighborhood, 54 plant species that are used are mentioned mainly in the form of tea and juice for the treatment of various problems, especially related to the respiratory and digestive systems. The five most cited plants: Cymbopogon citratus, Mentha x villosa, Vernonia condensata, Plectranthus amboinicus and Rosmarinus officinalis were subjected to histochemical tests revealed the presence of several metabolites with therapeutic importance such as phenolic compounds, lipid compounds, tannins and essential oils, revealing that these plants have curative potential. A booklet containing relevant information about medicinal plants as well as the results obtained in this work was developed and distributed to teachers of science and biology in a neighborhood school Carrilho can use it in their classes and contribute to the results return to the community. KEYWORDS: ethnobotany, histochemistry, medicinal plants, science education and biology

INTRODUÇÃO A utilização de plantas medicinais é uma prática comum e bastante difundida

entre as populações, especialmente, as de cidades interioranas em que se pode notar forte influência da cultura da medicina popular (SILVA et al., 2012). Sendo considerada uma alternativa importante para muitas populações de baixo poder aquisitivo já que contribuem para a redução dos gastos com medicamentos sintéticos (SILVA & SOUZA, 2007).

Apesar de ser uma prática comum, em geral, o uso de plantas medicinais é baseado na transmissão oral (VENDRUSCOLO & MENTZ, 2006; CALÁBRIA et al., 2008) e, com o avanço da tecnologia, muitos dos conhecimentos populares sobre o uso das plantas se perderam, tendendo ao desaparecimento (TULER, 2011).

A etnobotânica compreende o estudo e análise das informações de uma dada comunidade sobre o uso das plantas e tem sido bastante útil no resgate e valorização de conhecimentos populares relacionados à utilização de plantas como recurso terapêutico (CARNEIRO, 2009; RICARDO, 2011). Estudos como levantamentos etnobotânicos que permitam conhecer e manter esses conhecimentos têm sido considerados importantes (VENDRUSCOLO & MENTZ, 2006).

Pesquisas com plantas medicinais podem contribuir para o melhor uso destes recursos pela população (AMOROZO & GELY, 1988), uma vez que, apesar dos

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benefícios oferecidos por essas plantas, sabe-se que algumas destas podem apresentar substâncias potencialmente perigosas devido à toxicidade de algum princípio ativo e esta informação nem sempre é de conhecimento da população que as utilizam. Assim sendo, conhecer os princípios ativos de uma planta é fundamental para evitar possíveis efeitos que seu uso possa acarretar ao organismo (AMARAL & SILVA, 2008).

A histoquímica vem sendo utilizada como um recurso para identificar e localizar princípios ativos de uma planta. Esta é uma técnica “baseada no uso de reagentes cito ou químico-histológicos previamente estabelecidos, permitindo assim a localização de alguns princípios ativos” (DÔRES, 2007, p. 65).

Estudos etnobotânicos associados a técnicas como a histoquímica podem trazer resultados significativos, atribuindo ou não uma indicação terapêutica a certas plantas utilizadas como medicinais. Embora estudos nesta área sejam importantes, ainda são incipientes e, de acordo com as referências consultadas, no município de Goianésia não foi desenvolvido nenhum trabalho desse tipo.

Deste modo, os objetivos deste trabalho foram realizar o levantamento etnobotânico das plantas medicinais usadas pelos moradores do Bairro Carrilho, Goianésia (GO), realizar os testes histoquímicos das cinco plantas mais citadas no levantamento etnobotânico e elaborar uma cartilha como forma de divulgação dos resultados obtidos nesse trabalho em uma escola desse bairro.

MATERIAL E MÉTODOS O estudo etnobotânico foi realizado no Bairro Carrilho situado no perímetro

urbano de Goianésia (GO). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goianésia apresenta área de 1.547,274 quilômetros quadrados (Km2) e possui uma população de 63.938 habitantes. O Bairro Carrilho, conforme dados obtidos na Prefeitura Municipal de Goianésia, apresenta 1286 edificações, incluindo pontos comerciais, igrejas, escolas e residências.

A coleta de dados etnobotânicos foi realizada nos meses de maio e junho de 2013 por meio da aplicação de formulário sociocultural-ambiental semiestruturado em 50 casas do Bairro Carrilho, Goianésia (GO), sendo estas previamente escolhidas por meio de sorteio.

Em cada domicílio foi entrevistado apenas um morador com idade igual ou superior a 18 anos. Todos os moradores alfabetizados entrevistados assinaram o termo de consentimento livre esclarecido. Ao término da entrevista e na companhia do entrevistado foram coletadas amostras das plantas medicinais cultivadas e informadas pelo entrevistado, sendo em seguida o material processado conforme os procedimentos usuais de herborização e incorporado ao Herbário da Universidade Federal de Goiás (UFG). As amostras coletadas, bem como as exsicatas herborizadas, constituíram a base para a identificação das espécies com auxílio de chaves analíticas e bibliografia especializada.

Após tabulação dos dados obtidos no levantamento etnobotânico, foram coletadas, nas residências de alguns dos entrevistados, amostras de folhas das cinco plantas mais citadas: Cymbopogon citratus (DC) Stapf., Mentha x villosa Huds, Vernonia condensata Baker, Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. e Rosmarinus officinalis L. Sendo que as amostras coletadas foram submetidas a testes histoquímicos.

O material vegetal foi envolto em papel alumínio e preservados em baixa temperatura até o preparo das secções. No Laboratório de Morfologia e Anatomia

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Vegetal – DBG/ICB/UFG, as lâminas histoquímicas foram preparadas sendo utilizadas secções transversais do terço-médio da lâmina foliar, realizadas a mão livre em folhas sem tratamento prévio.

A investigação das principais classes de metabólitos presentes nas espécies em estudo foi realizada utilizando os testes histoquímicos (Quadro 1), sendo que, para cada teste foram feitas três repetições por espécie. Simultaneamente foram realizadas secções controle conforme especificações dos respectivos autores.

QUADRO 1 Testes histoquímicos para detecção as principais classes de metabólitos presentes nas secções transversais da lâmina foliar das cinco espécies mais citadas

As observações e registros fotográficos do material submetido a testes

histoquímicos foram realizadas em um microscópio de luz Leica 500DM. As escalas que acompanham as ilustrações foram obtidas nas mesmas condições ópticas.

Uma cartilha informativa foi elaborada contendo os resultados dos testes histoquímicos, o nome científico e popular, o modo de preparo, a indicação de uso das plantas medicinais mais utilizadas pelos moradores do Bairro Carrilho e alguns cuidados necessários para uma utilização mais segura das plantas.

A cartilha foi distribuída, em forma de CD, aos professores de ciências e biologia do Colégio Estadual José Carrilho podendo dar suporte às aulas e fazendo com que as informações sobre as plantas medicinais retornem aos moradores do bairro por meio dos alunos que, em sua maioria, residem naquele bairro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No universo de 50 entrevistados, 41 correspondiam a representantes do sexo feminino e nove eram do sexo masculino. De acordo com RICARDO (2011), essa predominância de entrevistadas pode estar relacionada ao fato de que as mulheres permanecem, em virtude de suas atividades domésticas, um período maior em suas residências, não ficando muito tempo fora de casa. Resultados similares também foram encontrados nos trabalhos realizados por SOUSA et al. (2010), em Anápolis (GO), em que 68,6% dos entrevistados eram do sexo feminino e na comunidade do Horto, Juazeiro do Norte (CE), em que 72% dos entrevistados eram do sexo feminino (RICARDO, 2011).

As ocupações mais citadas pelos entrevistados foram do lar (44%) e

TESTES

GRUPOS DE METABÓLITOS

Steinmetz (COSTA, 1970, 2001)

Amido, compostos fenólicos e compostos lipídicos

Cloreto férrico (JOHANSEN, 1940) Compostos fenólicos totais

Sudan III (JOHANSEN, 1940) Compostos lipídicos totais

Sulfato de ferro (JOHANSEN, 1940) Taninos

Reagente de NADI (DAVID & CARDE, 1964) Óleos essenciais

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aposentado (22%). Outros tipos de ocupações também foram citadas tais como: manicure, garçom, autônomo (a), auxiliar de enfermagem, balconista, diarista, doméstica, pedreiro, pintor, professor (a), transportador e vigilante. Acredita-se que o horário em que as entrevistas foram realizadas, as quartas e quintas-feiras no final da tarde, possa ter influenciado, de certa forma, os resultados das ocupações e, assim, foram entrevistadas muitas mulheres que se ocupam basicamente com o serviço de suas próprias casas (do lar) e aposentadas (os), pois, como se sabe, é comum que estas pessoas acabem ficando um tempo maior em suas residências.

Quanto à idade, 48% apresentavam idade igual ou superior a 51 anos, seguidos dos entrevistados com 29 a 50 anos e, por último, os mais jovens, apresentando de 18 a 28 anos. Os resultados obtidos diferem dos encontrados por TULER (2011) que obteve maiores informações relativas ao uso de plantas medicinais por meio de entrevistados com idade entre 40 e 50 anos. Contudo, os resultados obtidos no Bairro Carrilho são condizentes às afirmações de HANAZAKI et al. (2000), segundo as quais, pessoas mais velhas têm, em geral, mais informações sobre as plantas medicinais.

Ao verificar se o uso de plantas medicinais estaria associado a fatores como quantidade de pessoas que moram com o entrevistado bem como sua naturalidade, notou-se que uma quantidade significativa dos entrevistados (58%) vive com duas ou mais pessoas, sendo na maioria das vezes, seus filhos ou esposo (a) à quem, geralmente, é destinado o tratamento com alguma planta medicinal. Também é considerável o número de entrevistados (70%) que nasceram ou viveram alguns anos em cidades interioranas, nas quais a utilização de plantas medicinais é uma prática bastante comum e difundida entre os moradores (SILVA et al., 2012).

Quanto ao grau de escolaridade dos entrevistados notou-se o predomínio de pessoas com pouca ou nenhuma escolaridade, sendo que cerca de 50% dos entrevistados alegaram ser analfabetos ou terem ensino fundamental incompleto. Situação similar foi evidenciada por RICARDO (2011) que 62,5% dos entrevistados também tinham esses níveis de escolaridade. Notou-se ainda que para os entrevistados com menor grau de instrução a utilização de plantas medicinais é muito comum e, por isso, estes, normalmente, conhecem mais estas plantas.

Entre os entrevistados, 48 relataram fazer ou já terem feito uso de alguma planta medicinal e somente dois relataram não fazer uso. A maior parte dos informantes citou mais de uma planta ou combinação de plantas medicinais, assim, o número de plantas citadas não equivale ao número de entrevistados.

Os moradores do Bairro Carrilho fazem uso diversificado de plantas medicinais, foram citadas 54 espécies distribuídas em 27 famílias (Quadro 2). Das 54 espécies citadas, 25 foram coletadas, identificadas e depositadas no herbário da UFG e 28 não foram coletadas, pois, os entrevistados não as cultivavam em casa, obtendo-as por meio de parentes, vizinhos e raizeiros, sendo que as mesmas foram identificadas a partir das características morfológicas das plantas citadas pelos entrevistados.

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QUADRO 2 Relação de famílias, nomes científicos, nomes populares, usos e parte utilizada das plantas citadas pelos moradores do Bairro Carrilho, Goianésia (GO)

NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR USO

PARTE UTILIZADA

Acanthaceae

Justicia pectoralis Jacq. Anador de folha Dor de cabeça Folha Adoxaceae

Sambucus australis Cham. & Schldl.

Sabugueiro Dores em geral; Febre e gripe;

Sarampo Folha e flor

Alliaceae Allium cepa L. Cebola branca Gripe Caule

Amaranthaceae

Chenopodium ambrosioides L.

Erva santa-maria, mastruz e mentruz

Inflamação em geral; Osso quebrado;

Vermes

Folha

Annonaceae Duguetia furfuracea (St. Hil.)

Benth & Hook. F. Sofre-dos-rins-quem-

quer Problemas renais Folha

Apiaceae Coriandrum sativum L. Coentro Dor na barriga Folha

Pimpinella anisum L. Erva doce Calmante e insônia;

Depressão; Gases e cólica

Folha, flor e semente

Foeniculum vulgare Mill. Funcho Calmante e insônia;

Gases, gripe e resfriado

Folha

Petroselinum crispum (Mill.) Fuss

Salsa Infecção de útero Raiz

Aristolochiaceae

Aristolochia triangularis Chan. Guaco Dores musculares;

Gripe e sinusite Folha

Asphodelaceae

Aloe vera (L.) Burm. f. Babosa

Cicatrização; Emagrecimento; Intestino preso;

Problema de hemorroída;

Tratamento de cabelo

Folha

Asteraceae Solidago chilensis Meyen Arnica Cicatrização Folha

Artemisia vulgaris L. Artimigio Cólica menstrual; Dores de cabeça;

Gripe Folha

Vernonia polyanthes Less. Assa-peixe branco Bronquite e gripe Folha

Vernonia condensata Baker Boldo Dor no estômago e

fígado Folha

Coreopsis grandiflora Hogg ex Sweet

Camomila Calmante e insônia;

Depressão Folha

Baccharis trimera (Less.) DC. Carqueja Diabetes Folha

Egletes viscosa (L.) Less. Marcelinha Diarreia e febre

intestinal Folha

Artemisia absinthium L. Losma Problemas no

estômago Folha

Ageratum conyzoides L. Mentrasto Calmante e insônia;

Cólica menstrual; Depressão;

Folha

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Dor em geral (crianças);

Dor no estômago e gases;

Labirintite Brassicaceae

Nasturtium officinale R. Br. Agrião Gripe e tosse Folha Costaceae

Costus spicatus (Jacq.) Sw. Cana de macaco Problemas renais Caule e folha Crassulaceae

Cotyledon orbiculata L. Bálsamo Dor no estômago e

gastrite Folha

Kalanchoe brasiliensis Cambess

Folha santa Gripe e resfriado Folha

Fabaceae

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville

Barbatimão Dor no estômago;

Infecção de útero e vaginal

Caule e folha

Andira inermis (W. Wright) Kunth ex DC.

Quina Anemia Caule

Pterodon emarginatus Vogel Sucupira Dor de garganta Folha Lamiaceae

Ocimum tenuiflorum L. Manjericão Gripe Folha

Mentha viridis L. Alevante Gripe;

Calmante e insônia Folha

Melissa officinalis L. Erva cidreira (folha) Calmante;

Gripe e resfriado Folha e raiz

Rosmarinus officinalis L. Alecrim

Depressão; Antinflamatório;

Gripe, falta de ar, sinusite;

Problemas no coração;

Calmante e insônia

Folha

Ocimum gratissimum L. Alfavaca e alfavacão

Calmante; Infecção de urina;

Gases; Gripe, resfriado,

rouquidão e bronquite

Folha

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.

Hortelã (folha gorda) Gripe e resfriado;

Problemas no estômago e vômitos

Folha

Mentha x villosa Huds Hortelãzinho

Calmante e insônia; Gases e cólica;

Gastrite; Gripe, resfriado, febre

e bronquite; Má digestão;

Vermes

Folha

Plectranthus barbatus Andrews

Sete dores Dor de cabeça Folha

Mentha arvensis L. Vique Gripe Folha

Mentha pulegium L. Poejo Calmante e insônia;

Dor na barriga; Gripe e resfriado

Folha

Lauraceae Persea americana Mill. Abacate Problemas renais Folha

Cinnamomum zeylanicum Blume Canela Calmante Folha

Lythraceae

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Punica granatum L. Romã Infecção de garganta e

urina Folha e fruto

Malvaceae

Gossypium hirsutum L. Algodão

Infecção e inflamação em geral;

Infecção no útero e vaginal;

Problemas associados à menopausa; Cicatrização

Folha e raiz

Waltheria indica L. Douradinha Problemas renais Folha Moraceae

Morus alba L. Amora Distúrbios hormonais Folha Brosimum gaudichaudii Trécul Mamacadela Vitiligo Raiz

Phyllanthaceae Phyllanthus niruri L. Quebra pedras Problemas renais Raiz

Phytolaccaceae Petiveria alliacea L. Guiné Sinusite Folha

Plantaginaceae

Plantago major L. Transagem Infecção (inflamação)

em geral Folha

Poaceae

Cymbopogon citratus (DC) Stapf.

Capim santo e erva cidreira de capim

Cólica; Calmante e insônia;

Dores de cabeça e no corpo;

Gripe e resfriado; Pressão alta

Folha

Rubiaceae Morinda citrifolia L. Noni Diabetes Fruto

Rutaceae

Ruta graveolens L. Arruda

Conjuntivite; Cólicas menstruais; Gripe, resfriado e

sinusite

Folha

Citrus limon (L.) Burm. f. Limão Gripe Fruto Verbenaceae

Lippia alba (Mill.) N.E. Br. Erva cidreira (folha) Calmante;

Gripe e resfriado Folha

Vochysiaceae

Qualea parviflora Mart. Pau terra Dor de dente (ao

nascer os dentes de leite)

Raiz

Zingiberaceae Zingiber officinale Roscoe Gengibre Gripe Folha e raiz

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As famílias com maior representatividade, isto é, com maior número de espécies citadas, foram Lamiaceae, Asteraceae, Apiaceae e Fabaceae. As cinco espécies medicinais mais utilizadas pelos moradores foram Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (capim cidreira), Mentha x villosa Huds (hortelãzinho), Vernonia condensata Baker (boldo), Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. (hortelã da folha gorda) e Rosmarinus officinalis L. (alecrim).

Lamiaceae e Asteraceae são famílias bastante citadas em levantamentos etnobotânicos (PINTO et al., 2006; TULER, 2011; SILVA et al., 2012). De acordo com MARIUTTI & BRAGAGNOLO (2007), a família Lamiaceae conta com um vasto número de espécies com propriedades medicinais em virtude da presença de variados metabólitos secundários como flavonoides, alcaloides, taninos e compostos fenólicos. Vale ressaltar que das cinco plantas mais citadas neste estudo, três são pertencentes a esta família, sendo elas: P. amboinicus, M. villosa e R. officinalis.

Várias espécies de Lamiaceae apresentam propriedades medicinais, contudo, para que todos os princípios ativos dessas plantas sejam aproveitados é fundamental manejo e manipulação fitoterápica adequada (SEVERIANO et al., 2010), o que nem sempre costuma ser feito. Quanto à família Asteraceae pode-se afirmar que, entre as Angiospermas, esta é a maior família botânica, tendo muitas espécies pesquisadas em decorrência de seu potencial medicinal (SOUZA & LOURENZI, 2008). Esta família destaca-se pela diversidade de substâncias químicas usadas em sua defesa, principalmente, os flavonoides, poliacetilenos, lactonas sesquiterpênicas, alcaloides, além de óleos voláteis e terpenoides (CRONQUIST, 1981 citado por TULER, 2011). No presente estudo, desta família destaca-se a espécie V. condensata, a terceira espécie mais citada durante o levantamento etnobotânico. Similarmente ao que ocorreu no Bairro Carrilho, no trabalho de MACENA et al. (2012) as duas plantas mais citadas foram C. citratus e M. villosa. No presente trabalho notou-se a utilização de combinações ou misturas (duas ou mais plantas) bastante diversificadas, sendo que as mais citadas foram: hortelãzinho e alevante; hortelãzinho e capim cidreira. A utilização de alguma planta medicinal associada a (s) outra (s) planta (s) também é relatada em outros estudos como o realizado em comunidades rurais de mata atlântica em Itacaré (PINTO et al., 2006) e com os moradores do bairro de Ponta Grossa em Porto Alegre (VENDRUSCOLO & MENTZ, 2006). Todavia, é importante salientar que muitas dessas combinações não foram estudadas e, portanto, não tiveram sua eficácia comprovada, podendo até mesmo causar efeitos negativos ao organismo.

Em relação à parte mais utilizada, observou-se que os entrevistados utilizam diversas partes da planta, sendo que 70% citaram utilizar folhas, 14% raízes, 6% caules, 6% flores, 3% frutos e 1% sementes, corroborando com os resultados obtidos por LIMA et al. (2011) e TULER (2011). De acordo com RICARDO (2011), a ampla utilização de folhas e raízes pode estar associada ao fato destas partes estarem disponíveis durante quase todo o ano e por serem facilmente coletadas.

As doenças ou problemas mais citados foram os relacionados ao sistema respiratório (gripe, resfriado, bronquite, pneumonia e falta de ar) e ao sistema digestório (dores estomacais, intestinais e no fígado; gastrite). Também foram relevantes as citações para outros problemas como: nervosismo, pressão alta, infecções ou inflamações, problemas urogenitais e associados ao coração. LIMA et al. (2011) e RICARDO (2011) também obtiveram maiores citações para doenças relacionadas ao aparelho respiratório.

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O modo de preparo das plantas medicinais mais citado foi o chá, sendo possível evidenciar que a maioria dos entrevistados sabia distinguir chá ou decocção de infusão. Em trabalhos etnobotânicos, diversos autores citam o chá como modo de preparo predominante (VENDRUSCOLO & MENTZ, 2006; TULER, 2011; SILVA et al., 2012). O suco foi o segundo modo de preparo mais citado, o que pode estar associado à facilidade de prepará-lo bem como de consumi-lo.

Diferentemente de muitos levantamentos etnobotânicos (VENDRUSCOLO & MENTZ, 2006; MAIA et al., 2011; RICARDO, 2011; TULER, 2011) em que a maioria dos entrevistados faz o cultivo das plantas utilizadas, no Bairro Carrilho, mais de 50% dos entrevistados que fazem uso de plantas medicinais alegaram não tê-las cultivadas em casa, obtendo-as por meio de vizinhos e ou parentes.

O fato de uma parcela significativa de entrevistados não fazer cultivo de plantas medicinais está relacionado à questão de que muitas residências visitadas não apresentavam quintais ou um local adequado para o cultivo dessas plantas, também foi relatado que a presença de animais domésticos como cachorro e galinha inviabilizava o plantio e desenvolvimento das plantas. Todos os entrevistados que utilizavam plantas medicinais informaram que nunca houve nenhum efeito indesejado após o uso dessas plantas.

Os resultados dos testes histoquímicos realizados nas folhas de C. citratus, M. villosa, V. condensata, P. amboinicus e R. officinalis encontram-se disponíveis na Quadro 3.

QUADRO 3 Resultados dos testes histoquímicos realizados nas folhas das espécies

mais citadas pelos moradores do Bairro Carrilho, Goianésia (GO)

+presença/ - ausência

ESPÉCIES

GRUPOS DE

METABÓLITOS

TESTES Cymbopogon

citratus Mentha x villosa

Vernonia condensata

Plectranthus amboinicus

Rosmarinus officinalis

Amido, compostos fenólicos e compostos

lipídicos

Steinmetz + + + + +

Compostos fenólicos totais

Cloreto férrico

+ + + + +

Compostos lipídicos totais

Sudan III + + + + +

Taninos Sulfato de

ferro

+ + + + +

Óleos essenciais Reagente de NADI

_ + _ + +

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As principais substâncias químicas evidenciadas após aplicação de testes histoquímicos em C. citratus (Figura 1) e em V. condensata (Figura 2) foram amido, os compostos fenólicos totais, compostos lipofílicos e taninos. Em M. villosa (Figura 3), R. officinalis (Figura 4) e em P. amboinicus (Figura 5) foi identificada a presença de amido, compostos fenólicos totais, compostos lipídicos, taninos e óleos essenciais. O amido é um glicídeo de reserva energética dos vegetais, podendo ser encontrado em diversos órgãos vegetais (DÔRES, 2007).

Os compostos fenólicos são grupos de substâncias derivadas do fenol e que podem ser encontrados em vacúolos, no citoplasma ou impregnados na parede celular (VANNUCCI & REZENDE, 2003). Alguns destes compostos fenólicos podem apresentar atividades antioxidantes, podendo ser utilizados no retardamento de algumas doenças causadas por reações oxidantes em sistemas biológicos, podendo ser utilizados até mesmo na prevenção de doenças coronárias e câncer (FRESCURA et al., 2013).

De acordo com SCOPARO (2011), os compostos lipídicos são insolúveis em água e apresentam grande solubilidade em solventes orgânicos. Alguns apresentam função estrutural e outros são considerados reserva energética (VANNUCCI & REZENDE, 2003).

Os taninos são substâncias fenólicas solúveis em água e apresentam a habilidade de formar complexos insolúveis em água com alcaloides, gelatina e outras proteínas (PEREIRA, 2011). Acredita-se que esses compostos estejam envolvidos no processo de defesa química do vegetal contra herbivoria e microrganismos patogênicos (HIGUCHI, 2007).

Os óleos essenciais são as principais fontes de odor em diversas partes das plantas (FONSÊCA, 2005). Estas substâncias podem estar armazenadas em estruturas secretoras internas ou em estruturas externas como os tricomas glandulares (COSTA, 2001). Alguns estudos têm sugerido que, para as plantas, os óleos essenciais podem estar associados à polinização, à proteção contra herbivoria e à inibição da germinação, sendo que, estes compostos também têm sido empregados na medicina tradicional devido à sua ação analgésica, antibacteriana e antioxidante (KNAAK & FIUZA, 2010).

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FIGURA 1 Testes histoquímicos das folhas de Cymbopogon citratus (capim cidreira).

A – Controle. B – Reagente de Steinmetz: reação positiva para compostos lipídicos totais (vermelho), compostos fenólicos (amarelo) e amido (preto). C - Cloreto férrico: reação positiva para compostos fenólicos totais. D – Sudan IIl: reação positiva para compostos lipídicos. E – Sulfato de ferro: reação positiva para taninos

500 µm A

100 µm C

500 µm B

500 µm D

500 µm E

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FIGURA 2 Testes histoquímicos das folhas de Vernonia condensata (boldo). A –

Controle. B - Steinmetz: reação positiva para amido (preto), compostos lipídicos (vermelho - laranja) e compostos fenólicos (amarelo). C - Cloreto férrico: reação positiva para compostos fenólicos totais. D – Sudan III: reação positiva para compostos lipídicos totais. E – Sulfato de ferro: reação positiva para taninos.

500 µm A 100 µm B

100 µm C 500 µm

D

500 µm E

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FIGURA 3 Testes histoquímicos das folhas de Mentha x villosa (hortelãzinho). A –

Controle. B - Steinmetz: reação positiva para lipídicos totais (vermelho - laranja). C- Cloreto férrico: reação positiva para compostos fenólicos totais. D – Sudan: reação positiva para compostos lipídicos. E – Sulfato de ferro: reação positiva para taninos. F - Reagente NADI: reação positiva para óleos essenciais

500 µm A 100 µm B

100 µm C 100 µm D

100 µm E 100 µm F

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FIGURA 4 Testes histoquímicos das folhas de Rosmarinus officinalis (alecrim). A – Controle. B - Steinmetz: reação positiva para compostos lipídicos totais (vermelho), compostos fenólicos (amarelo) e amido (preto). C - Cloreto férrico: reação positiva para compostos fenólicos totais. D e E – Sudan: reação positiva para compostos lipídicos. F – Reagente NADI: reação positiva para óleos essenciais

100 µm B A 1000 µm

1000 µm C 500 µm D

100 µm E 100 µm F

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FIGURA 5 Testes histoquímicos das folhas de Plectranthus amboinicus (hortelã da folha gorda). A – Controle. B - Steinmetz: reação positiva para compostos lipídicos (vermelho), compostos fenólicos (amarelo) e amido (preto). C- Cloreto férrico: reação positiva para compostos fenólicos totais. D – Sudan: reação positiva para compostos lipídicos. E – Sulfato de ferro: reação positiva para taninos. F - Reagente NADI: reação positiva para óleos essenciais

B 100 µm 1000 µm A

C 1000 µm 500 µm D

E 100 µm F 100 µm

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No presente estudo, a presença de amido foi evidenciada nas folhas de todas as amostras analisadas por meio do reagente de Steinmetz. Apesar de poder ser encontrada em vários órgãos vegetais, a presença do amido em folhas não é muito comum, sendo que esta substância é, em geral, mais abundante em tubérculos, bulbos e raízes (VANNUCCI & REZENDE, 2003; FREITAS et al., 2013).

Na literatura consultada, assim como neste estudo, foi constatada a presença de compostos fenólicos diversos nas folhas das espécies analisadas pertencentes à família Lamiaceae (CONCEIÇÃO, 2009; FRESCURA et al., 2013). Esses compostos também foram detectados em C. citratus assim como no estudo com a espécie que realizado por DUARTE & ZANETI (2004).

Corroborando com os resultados obtidos para V. condensata, LORENZI & MATOS (2008) relatam a existência de saponinas, glicosídeos cardiotônicos, flavonoides, entre outros compostos nas folhas dessa espécie. Outros trabalhos também confirmam a presença de compostos fenólicos como flavonoides e esterois em V. condensata (SILVA & TAKEMURA, 2006) e em outras espécies do mesmo gênero como Vernonia polyanthes já foi identificada a presença de compostos fenólicos e lípideos totais (FREITAS et al., 2013).

No presente estudo foi evidenciada a presença de tanino nas amostras das cinco espécies analisadas histoquimicamente. Resultados similares a este foram encontrados na literatura pesquisada, confirmando que os taninos são um dos componentes químicos de M. villosa (DIAS et al., 2011) e R. officinalis (CZEKALSKI et al., 2009).

Assim como neste estudo, no trabalho realizado por SILVA & TAKEMURA (2006) com folhas de V. condensata foi possível identificar a presença de taninos e que, segundo os autores, juntamente com outros componentes fenólicos poderiam ser responsáveis pela atividade antioxidante.

Para P. amboinicus não foram encontrados relatos de presença de taninos, todavia, esses metabólitos já foram identificados em outras espécies do mesmo gênero como em Plectranthus ornatus que vem sendo empregada como analgésico e contra problemas associados ao fígado (MARTINS et al., 2005). A presença desses compostos também foi detectada em teor muito baixo (0,01%) em C. citratus (PANSERA et al., 2003). Como se pode observar na Tabela 3, nas análises histoquímicas realizadas foi identificada presença de óleos essenciais em M. villosa, P. amboinicus e R. officinalis. Em outros trabalhos a presença de óleos essenciais nas folhas dessas espécies também foi constatada, sendo responsável pelo odor característico de M. villosa (TURRA & PEREIRA, 2012) e um constituinte químico bastante eficaz no tratamento de verminoses (LORENZI & MATOS, 2008). Esses últimos autores confirmam ainda a presença desses metabólitos em R. officinalis, sendo esta planta em, via oral, utilizada em diversas situações como: carminativo, antiinflamatório intestinal e diurético.

De acordo com LORENZI & MATOS (2008) e MOREIRA et al. (2008), P. amboinicus apresenta um óleo essencial rico em timol e carvacrol que apresentam atividade antibacteriana e antiinflamatória justificando assim, o seu uso para distúrbios do sistema respiratórios (PAULO et al., 2009).

Apesar de não ter sido identificada neste estudo, há relatos de presença de óleos essenciais em C. citratus, os quais podem ter ação antimicrobiana, analgésica, calmante e espasmolítica (DUARTE & ZANETI, 2004; LORENZI & MATOS, 2008). Evidências de presença de óleos essenciais em V. condensata também foram

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encontradas na literatura consultada (LORENZI & MATOS, 2008). Assim como outros metabólitos, a concentração de óleos essenciais em uma planta pode sofrer influência de fatores ambientais como época do ano e hora do dia (FÔNSECA, 2005), o que pode justificar o fato de, nesse estudo, não ter sido constatada a presença de óleos essenciais em C. citratus e V. condensata.

Uma cartilha informativa sobre plantas medicinais, as formas de utilização, os princípios ativos encontrados nos testes histoquímicos realizados e na literatura consultada, entre outras informações referentes às cinco plantas mais utilizadas pelos moradores do Bairro Carrilho em Goianésia (GO) foi elaborada e entregue, na forma de CD, aos professores do Colégio Estadual José Carrilho.

Os professores se mostraram interessados no material confeccionado e se propuseram a utilizá-lo em suas aulas como material complementar, enriquecendo-as e, dessa forma, espera-se que os professores atuem como agentes multiplicadores de conhecimento, repassando as informações obtidas por meio da cartilha a seus alunos, familiares e colegas, contribuindo também para o uso mais consciente de plantas medicinais.

CONCLUSÕES A utilização de plantas medicinais é uma prática muito usada entre os

moradores do Bairro Carrilho em Goianésia (GO), embora, nem todos os moradores façam o cultivo das plantas utilizadas, os mesmos não abandonaram a tradição de utilizá-las, adquirindo-as por meio de vizinhos e parentes, quando necessário. De forma geral, as espécies indicadas pelos moradores no levantamento etnobotânico e analisadas histoquimicamente demostraram potencial para a utilização terapêutica, uma vez que apresentaram alguns compostos reconhecidamente importantes na área farmacêutica como compostos fenólicos, lipídicos, taninos e óleos essenciais. Contudo, sugere-se a realização de estudos anatômicos e farmacológicos dessas plantas no intuito de dar maior confiabilidade às ações medicinais dessas espécies bem como garantir às pessoas uma administração mais adequada e segura, visto que, a presença e a concentração dos metabólitos pode sofrer influência de alguns fatores ambientais que, ocasionalmente, podem causar intoxicações. A cartilha elaborada contendo informações sobre plantas medicinais e os dados obtidos nesse estudo poderão ser utilizados pelos professores do Colégio Estadual José Carrilho em suas aulas, sensibilizando os alunos para o uso mais adequado dessas plantas e fazendo com que os resultados deste retornem à comunidade. A partir dos resultados obtidos fica evidente a necessidade de trabalhos de sensibilização e orientação dos moradores para o cultivo e uso seguro de plantas medicinais.

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