capítulo iv – transporte aquaviário - tac · a descarga elétrica passa pelos cabos de cobre,...

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1 Capítulo IV – Transporte Aquaviário - TAC 1. TEMAS CORRENTES PARA REFLEXÃO “Paciência e tenacidade valem mais do que o dobro de seu peso em inteligência” (Thomas Henry Hoxley) 2. ROMA Y CARTAGO: EJEMPLO Dizem que vivemos com ela e devemos entende-la para não sermos passados para trás. Então me expliquem a seguinte situação: Eu, Tu e Ele .... fomos comer no restaurante e no final a conta deu R$30,00. Fizemos o seguinte: cada um deu dez Reais... Eu: R$ 10,00 - Tu: R$ 10,00 Ele: R$ 10,00 O garçom levou o dinheiro até o caixa e o dono do restaurante disse o seguinte: vou devolver R$5,00 para eles! E entregou ao garçom cinco notas de R$ 1,00. O garçom, muito esperto, fez o seguinte: pegou R$ 2,00 para ele e deu R$1,00 para cada um de nós. No final ficou assim: Eu: R$ 10,00 (-R$1,00 que foi devolvido) = Eu gastei R$9,00. Tu: R$ 10,00 (-R$1,00 que foi devolvido)! = Tu gastaste $9,00. Ele:R$ 10,00 (- R$1,00 que foi devolvido) = Ele gastou R$9,00. Logo, se cada um de nós gastou R$ 9,00, o que nós três gastamos juntos, foi R$ 27,00. E se o garçom pegou R$2,00 para ele, temos: Nós: R$27,00 Garçom: R$2,00 TOTAL : R$29,00 Pergunta-se: Onde foi parar a droga do outro R$1,00? En uno de los tratados de paz con Cartago, los romanos estipularon que la mitad de la frota cartaginesa sería destruida. Cartago se quedó de acuerdo y depositó las armas. En el momento de ejecutar el tratado, los romanos lo interpretaron como si él les permitiera destruir la mitad de cada embarcación. El gerente ejecutivo debe considerar eso una lección permanente. Cuidado al interpretar los acuerdos, contratos y toda la variedad de negociaciones. Sin embargo, el exceso de fiscalización no garantiza calidad, además de generar desmotivación, pues puede herir el orgullo profesional, de sus subordinados, sacándoles la bienvenida iniciativa y espontaneidad en la ejecución. Mala calidad en la producción puede también ser consecuencia de la desmotivación y del sabotaje, casi siempre inconsciente. El control y la fiscalización excesivos son unas de las principales causas. Es saludable demostrar que se cree en su subordinado y que él es tan responsable como la gerencia por aquello que se está produciendo. El comportamiento de la gerencia ejecutiva es el indicador del clima organizacional. La competencia predatoria entre los miembros de la alta administración, común en muchas organizaciones, puede acarretar problemas de integración y producción. De acuerdo a Samuel Jonson, “El ejemplo es más eficiente que el precepto”. Todos los componentes de una organización necesitan más de modelos que de censores.

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Capítulo IV – Transporte Aquaviário - TAC

1. TEMAS CORRENTES PARA REFLEXÃO “Pac iênc ia e tenac idade va lem ma is do que o dobro de seu peso em in te l igênc ia ” (Thomas Henry Hox ley ) 2. ROMA Y CARTAGO: EJEMPLO

D i zem que v ivemos com e la e devemos entende- la para não se rmos passados para t rás . En tão me exp l iquem a segu in te s i tuação : Eu , Tu e E le . . . . fomos comer no res tauran te e no f ina l a con ta deu R$30,00 . F izemos o segu in te : cada um deu dez Rea is . . . Eu : R$ 10 ,00 - Tu : R$ 10 ,00 E le : R$ 10 ,00 O ga rçom levou o d inhe i ro a té o ca i xa e o dono do res tau ran te d i sse o segu in te : vou devo lve r R$5 ,00 para e les ! E en t regou ao garçom c inco no tas de R$ 1 ,00 . O garçom, mu i to esper to , fez o segu in te : pegou R$ 2 ,00 para e l e e deu R$1 ,00 para cada um de nós . No f i na l f i cou ass im: Eu : R$ 1 0 , 0 0 (-R$1,00 que fo i devo lv ido) = Eu gas te i R$9,00 . Tu : R$ 10 ,00 (-R$1 ,00 que fo i devo lv ido ) ! = Tu gas tas te $9 ,00 . E le :R$ 10 ,00 (-R$1,00 que fo i devo lv ido) = E le gas tou R$9,00 . Logo, se cada um de nós gas tou R$ 9 ,00 , o que nós t rês gas tamos jun tos , fo i R$ 27 ,00 . E se o ga rçom pegou R$2 ,00 pa ra e le , t emos : Nós : R$27 ,00 Garçom: R$2 ,00 TOTAL : R$29 ,00 Pergun ta -se : Onde fo i pa ra r a d roga do ou t ro R$1 ,00?

En uno de los t ra tados de paz con Car tago , l os rom anos es t ipu la ron que la mi tad de la f ro ta car tag inesa ser ía des t ru ida . Car tago se quedó de acuerdo y depos i tó las a rmas . En e l momento de e jecu ta r e l t ra tado , l os romanos lo i n te rp re ta ron como s i é l l es pe rm i t i e ra des t ru i r l a m i tad de cada embarcac ión .

E l geren te e jecu t ivo debe cons iderar eso una lecc ión permanen te . Cu idado a l i n te rp re ta r l os acuerdos , con t ra tos y toda la va r iedad de negoc iac iones .

S in embargo , e l exceso de f i sca l i zac ión no ga ran t i za ca l i dad , además de genera r desmot i vac ión , pues puede her i r e l o rgu l lo p ro fes iona l , de sus subord inados , sacándo les la b ienven ida in i c ia t i va y espon tane idad en la e jecuc ión . Ma la ca l idad en la p roducc ión puede tamb ién se r consecuenc ia de la desmot i vac ión y de l sabo ta je , cas i s iempre inconsc ien te . E l con t ro l y la f i sca l i zac ión exces ivos son unas de las p r inc ipa les causas . Es sa ludab le demos t ra r que se c ree en su subord inado y que é l es tan responsab le como la ge renc ia po r aque l l o que se es tá p roduc iendo .

E l compor tam ien to de l a ge renc ia e jecu t i va es e l i nd i cado r del c l ima o rgan izac iona l . La competenc ia p reda to r ia en t re los miembros de la a l ta admin is t rac ión , común en muchas o rgan izac iones , puede aca r re ta r p rob lemas de i n teg rac ión y p roducc ión .

De acuerdo a Samue l Jonson , “E l e jemp lo es más e f i c ien te que e l p recepto ” . Todos los componentes de una o rgan izac ión neces i tan más de mode los que de censores .

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3. PERIGOS À VISTA O que p ro tege os nav ios das tempes tades em a l to mar? Como os p réd ios em te r ra , os nav ios são p ro teg idos das

tempestades por pára-ra ios . São pontudos , fe i t os de me ta l e ins ta lados nos loca is ma is a l tos , em gera l nos mast ros , para in te rcep ta r a descarga e lé t r i ca an tes que faça es t ragos .

O func ionamento é s imp les . O pá ra - ra ios se l i ga ao casco metá l i co por me io de cabos ou f ios , de cobre . Quando um ra io a t i nge o nav io é a t ra ído pe lo equ ipamento .

A desca rga e lé t r i ca passa pe los cabos de cob re , chega ao casco e seque para a água , sem a fe ta r a segurança . Na h is to r ia da navegação, já houve ac iden tes em barcos a ve la sem p pára- ra ios adequado . Em a lguns casos o mas t ro chegou a se r pa r t i do ao me io . Como um t ronco de á rvo re a t ing ido du ran te uma tempes tade , F o n t e : T A C H I B A N A , T o s h i - i c h i G a l i l e u E s p e c i a l , E d i t o r a G l o b o 2 0 0 3 p 4 8

4. OS PIRATAS ESTÃO DE VOLTA

A taques a nav ios t r i p l i ca ram na ú l t ima década . No Bras i l ,

fo ram c inco só nes te ano , com uma mor te Não é ma is tempo de tapa-o lho, pernas -de -pau e adagas

f lamantes . Com f igur ino remode lado - agora e les su rgem de chapéu e lenços pa ra esconder o ros to , revó lve r na c in tu ra , os p i ra tas chegaram ao sécu lo XXI a inda assombrando os mares . Um es tudo recém d ivu lgado do In te rna t iona l Mar i tme Bureau ( IBM) chama a a tenção para uma es ta t ís t i ca a la rmante : o número de a taques a nav ios em a l to -mar ou a t racados t r i p l i cou na ú l t ima década . De jane i ro a junho des te ano , 234 ações de p i ra ta r ia fo ram reg is t rados pe la i ns t i t u i ção , responsáve l pe la p revenção de c r imes no t ranspor te mar í t imo in te rnac iona l . Dezesse is mar inhe i ros fo ram mor tos nesse pe r íodo , em todo o mundo .

Ho je , es t ima-se que 95% do comérc io mund ia l acon teça por mar . Os nav ios t ranspor tam cargas cada vez ma is va l i osas com cada vez menos t r ipu lan tes , por con ta da modern ização dos equ ipamentos . A p i ra ta r ia c resce no vácuo da f i sca l i zação e já p rovoca p re ju ízos da o rdem de US$ 25 b i l hões anua is . Povoada de i l ho tas e ro ta impor tante para o Ex t remo Or ien te , a reg ião do Es t re i to de Má laca , en t re Sumat ra e a penínsu la Ma lás ia , é o a lvo pre fe r ido dos bucane i ros modernos . As cos tas da N igér ia e de Bang ladesh e o Gol fo de Aden - en t re o con t inen te a f r i cano e a Aráb ia Saud i ta , por onde passa grande par te do f luxo de pe t ró leo do mundo - são ou t ro te r r i t ó r i o p re fe renc ia l pa ra o c r ime .

O Bras i l , apesar de não f igu ra r en t re os loca is ma is per igosos do p laneta , também não escapa. A té ju lho ú l t imo, c inco a taques já fo ram reg is t rados . Os do is ú l t imos ocor re ram no d ia 26 , em Be lém e no Por to de San tos . No p r ime i ro caso , os p i ra tas a rmados invad i ram um nav io com con tê ineres , consegu i ram ar rombar por tas e roubaram mercador ias . No segundo, homens também armados en t ra ram num

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nav io - tanque duran te operações de embarque . Levaram equ ipamentos . Há casos ma is v io len tos , como um a taque ocor r ido em fevere i ro , também em Santos . P i ra tas abr i ram fogo con t ra a t r ipu lação de um pe t ro le i ro uc ran iano que es tava ancorado no por to . O cap i tão levou um t i ro na cabeça e fo i mor to . Seu p r ime i ro o f i c ia l f i cou g ravemente fe r ido . Os band idos roubaram per tences pessoa is e o co f re do nav io e fug i ram.

P i ra tas b ras i l e i ros ganharam as manche tes ao roubar e ma ta r , em dezembro de 2001 em Macapá, o ve le jador neoze landês Peter B lake, vár i as vezes campeão da Amer ica ’s Cup , t rad ic iona l compet i ção de ve la . “O pa t ru lhamento nessa reg ião é mu i to precár io . Há mui tos assa l tos à Mar inha Mercante lá em c ima” , d iz o de legado-che fe do Núc leo Espec ia l da Po l í c ia Mar í t ima (Nepom) do R io de Jane i ro , R ica rdo Doto r i . De acordo com o v ice -p res iden te execu t i vo do S ind ica to Nac iona l das Empresas de Navegação Mar í t ima (Syndarma) , C láud io Decour t , os ladrões p re fe rem embarcações es t range i ras . “É sempre ma io r a poss ib i l i dade de haver um bom d inhe i ro a bordo. No caso dos nav ios ma io res , e les t ranspor tam moeda para fazer pagamentos de sa lá r ios e reparos” , exp l i ca Decour t .

Quem v ive de segu i r as car tas de navegação es tá ho je com medo . “A p i ra ta r ia ex i s te , es tá c rescendo mu i to e o B ras i l é um lugar per igoso” , a f i rma He lo ísa Schurmann, ve le jadora da famí l ia b ras i le i ra que f i cou conhec ida por s ingrar os se te mares . “Há mu i tos c r imes que nem ent ram nas es ta t ís t i cas . Houve um roubo recente a um ve le jador em Ber t i oga , em São Pau lo ” , con ta He lo ísa .

As es t ra tég ias de a taque va r iam em so f i s t i cação e v io lênc ia , dependendo do t i po de p i ra ta r ia . A lguns são s imp les lad rões , como os que mataram B lake . Usam barqu inhos de pesca ou mesmo botes . Sobem nos barcos ancorados quando não há n inguém ou quando todos es tão dormindo , en t re as 22 horas e as 6 horas . Mu i tas vezes não têm nem armas de fogo . P ro l i f e ram, po rém, bandos per igosos de p i ra tas que a tacam em a l to -mar e conseguem roubar o p rópr io nav io para t ravest i - lo sob ou t ra bande i ra ou desmanchá - lo in te i ro e vender as peças - há conhe c idos cen t ros de desmonte na Índ ia . Nesses casos , gera lmente a t r ipu lação é co locada em botes e de ixada à p rópr ia so r te no me io do oceano .

A ação dos band idos Números de jane i ro a j unho de 2003 234 a taques no to ta l 16 mar inhe i ros mor tos 52 fe r idos 165 abordagens 9 nav ios seqües t rados 193 ações com re féns

Para abordar o nav io , os p i ra tas usam ganchos e sobem pe la

popa. Às vezes , esperam a passagem de uma embarcação g rande em do is pequenos barcos l i gados por um cabo de aço . Quando o

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nav io passa por me io de les , o cabo f i ca p reso e os ba rqu inhos são puxados . Em segu ida é só espera r a me lho r ho ra pa ra a taca r .

Os Schurmanns p lane jam o p róx imo pér ip lo pe lo g lobo , mas a ro ta da aventura es ta rá su je i ta à aná l i se das reg iões ma is per igosas do g lobo . “Não dá ma is pa ra v ia ja r sem ser cau te loso . O Mar da Ch ina , por exemplo , é um lugar no qua l p re fe r imos não nos ar r i scar ma is ” , con ta He lo ísa . Fo i lá per to que a famí l ia passou por um dos p io res aper tos da ú l t ima v iagem, te rminada em 2000 . Ancorada numa i lho ta per to da I lha Pa lawan, nas F i l ip inas , a famí l ia - He lo ísa , V i l f redo e os qua t ro f i l hos - v iu um barco pesque i ro se aprox imar , com ma is de dez homens a bo rdo . Descon f iando das in tenções do barco , a famí l ia aprove i tou o ca i r da no i te para zarpar , em s i lênc io . Quando os band idos se de ram con ta da fuga , d i spara ram con t ra os Schumrmanns . Segundo He lo ísa , o re la tó r io do IBM re t ra ta uma rea l idade ma is ousada . Lugares no Car ibe e na Venezue la , an tes t ranqü i los , já não podem ser f reqüentados por ve le jadores incau tos .

No R io , a c r i ação do Nepom em 1999 consegu iu reduz i r o número de ocor rênc ias na Ba ía de Guanabara de uma méd ia de se is po r ano para apenas uma. Há também um Nepom em San tos , e segundo Do t to r i a i dé ia é te r o i to desses núc leos espa lhados pe lo país .

Enquanto a f i sca l i zação é fa lha , quem luc ra é a indús t r ia da segurança. Mu i tas embarcações es tão comprando uma cerca e lé t r i ca de 9 m i l vo l t s pa ra ev i ta r i ndese jáve is .

F o n t e : H O R T A , A n a M a g d a l e n a , É p o c a , e d i t o r a G l o b o , p 4 4 , 4 5 . 5. ALGUNS ASPECTOS DOUTRINÁRIOS

a . In trodução

In i c ia lmente , como pon to de par t ida para o en tend imento dos aspec tos dou t r inár ios do t ranspor te aquav iá r io serão apresentadas a lgumas carac te r ís t i cas de na tu reza geo-es t ra tég ica que ev idenc iam a impor tânc ia c rescen te que o mar tem para o no sso pa ís .

Em segu ida , teceremos comentár ios sobre noções e lementares do T ranspor te aquav iá r io , en fa t i zando as p r inc ipa is ações decor ren tes da chamada Le i dos Por tos e sua c lass i f i cação .

Pos te r io rmente , apresen ta remos um breve es tudo de caso , tomando o Por to de R io Grande – RS, como exemp lo , pa ra comenta r conce i tos bás icos e essenc ia is pa ra o en tend imento da a t i v idade por tuár ia e do t ranspor te mar í t imo . Em seqüênc ia , e a inda com o p ropós i to de nos fami l i a r i za rmos com e lementos do t ranspor te aquav iá r io , ve remos os t ipos de A f re tamento e os t ipos de Cont ra to de T ranspor te .

F ina lmente , mos t ra remos o Mode lo Ins t i tuc iona l para o Subse to r aquav iá r io e um b reve resumo da a tuação da Mar inha do Bras i l em p rove i to da segurança do t rá fego aquav iá r io .

b . Bras i l e o Mar

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1) S ign i f i cado do Mar pa ra o B ras i l O va lo r es t ra tég ico da Mar inha der iva da impor tânc ia que o mar

tem para o Bras i l . Ass im, para compreender a o r igem de nossas Forças Nava is e a nossa Mar inha Mercante , é necessár io conhecermos o espaço mar í t imo que nos ce rca .

Herdamos um te r r i tó r io de d imensões ex t raord inár ias e com uma enorme fa i xa l i t o rânea , ca rac te r í s t i cas geográ f i cas que , assoc iadas ao nosso processo h is tó r i co de fo rmação, nos legaram, por um lado , a vocação de pa ís con t inen ta l e , ao mesmo tempo, mar í t ima .

Isso porque, ao longo de nossa h is tó r ia , o mar desempenhou sempre um pape l de te rminan te para o des t ino da Nação b ras i le i ra . Fo i a v ia do descobr imento e , também, o acesso para invasores ; ne le lu tamos pe la in tegr idade do te r r i tó r io e pe la de fesa dos nossos inte resses ; a t ravés do mar fo i poss íve l a conso l i dação da independênc ia ; e lembramos também que a taques às l inhas de comun icações mar í t imas de impor tânc ia para o pa ís levaram- nos a par t i c ipar de duas guer ras mund i a is .

Ocupamos uma pos ição de des taque no At lân t ico , com mais de se te m i l e qua t rocen tos qu i lômet ros de f ron te i ra mar í t ima . A cos ta nor te nos leva ao Car ibe e à par te nor te do At lân t ico . Ne la s i tua -s e a foz do Amazonas , cu ja bac ia fac i l i t a a pene t ração da in f luênc ia mar í t ima a té as f ron te i ras de a lguns dos pa íses l i t o râneos do Pac íf i co .

A cos ta nordes te p ro je ta -se em d i reção à Á f r i ca , es t re i tando o oceano e reduz indo a d is tânc ia en t re os do is con t inen tes para ce rca de do is mi l e o i tocen tos qu i lômet ros . As cos tas les te e su l nos levam ao R io da Pra ta , à An tá r t i ca , ao Es t re i t o de Maga lhães e ao Cabo da Boa Esperança .

Grande par te da popu lação e p rodução indus t r ia l b ras i le i ra se loca l i za em fa ixa l i to rânea de cerca de duzentos qu i lômet ros , sendo, por tan to , vu lneráve l à p ro jeção de poder mi l i ta r a par t i r do m a r . Merece des taque o fa to de a p la ta fo rma con t inen ta l f o rnecer o i ten ta e c inco po r cen to da c rescen te p rodução nac iona l de pe t ró leo .

A economia b ras i le i ra depende ho je , em grande med ida , da u t i l i zação dos oceanos . Em te rmos de comérc io , es te pa ís é uma imensa i l ha , po is seus ma io res parce i ros comerc ia i s s i tuam-se na Europa , Amér ica do Nor te , Or ien te Méd io e Ex t remo Or ien te . Ass im é que ap rox imadamente noven ta e c inco po r cen to do comérc io ex ter io r é fe i to p e la v ia mar í t ima .

O p rocesso de g loba l i zação da economia mund ia l , que d iminu i bar re i ras e fomenta o in te rcâmbio en t re os es tados , aumenta a n i t i dez dessa dependênc ia dos espaços mar í t imos , o que , ev identemente , não é uma carac ter ís t i ca un icamente do Bras i l .� Es t ima-se que ce rca de sessen ta po r cen to da popu lação mund ia l es tá es tabe lec ida a menos de cem qu i lômet ros da cos ta . Em pa íses desenvo lv idos como os EUA, a f i rma-se também que o mar é responsáve l por um em cada se is empregos lá ex is te n tes.

Desde a en t rada em v igor da Convenção das Nações Un idas sobre o D i re i to do Mar (Convenção da JAMAICA) , o Bras i l , como

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pa ís cos te i ro , ob teve respa ldo para a tuar em suas águas ad jacen tes com var iáve is g raus de soberan ia e ju r i sd ição . É impor tan te sa l ien ta r que não houve unan imidade na Convenção, havendo pa íses como os EUA, a Venezue la , o Peru e o Equador , apenas para c i ta r a lguns , que não a ass ina ram ou ra t i f i ca ram, po r cons ide ra rem um ou ma is de seus d i spos i t i vos con t rá r ios aos seus in te resses .

Também merece des taque a imensa á rea mar í t ima sob a responsab i l i dade do pa ís no que concerne a busca e sa lvamento (SAR – “Search and Re scue ” ) .

Devemos cons idera r a inda que o ex t rao rd iná r io desenvo lv imen to tecno lóg ico da a tua l i dade faz com que c resçam as pe rspec t i vas re la t i vas à exp lo ração das imensas r iquezas que o mar abr iga . No âmb i to mund ia l , poder iam também ser menc ionados os levan tamentos rea l i zados pe los pa íses de ten to res de avançada tecno log ia de mineração submar ina , do po tenc ia l de exp lo ração de nódu los po l imetá l i cos e ou t ras r iquezas minera is sab idamente ex is ten tes no f u n d o d o oceano .

Todos esses dados nos ind icam a impor tânc ia de ampl ia r nossa competênc ia para usu f ru i r e assegurar os in te resses nac iona is nesse g rand ioso espaço marít imo .

2 ) Geo-es t ra tég ia do A t l ân t i co Su l

Um pos tu lado da es t ra tég ia nava l a f i rma que, dependendo de

quem o cont ro la , o mar pode ser uma super -aven ida ou uma in t ransponíve l bar re i ra . Parece , po is , p rudente , conhecer quem pode d ispu ta r o con t ro le do oceano que nos con f ron ta . Uma ráp ida aná l i se geoes t ra tég ica nos permi t i rá ver i f i ca r a lgumas de nossas vu lnerab i l idades em re lação ao At lân t ico Su l , que , para e fe i to de es tudos , cons ideramos como se es tendendo um pouco ma is ao nor te da l i nha do equador , a té o i n í c io do Car i b e .

Embora essa á rea oceân ica se ja cons ide rada em gera l paca ta , podemos c red i ta r ta l pecu l ia r idade ma is ao i so lamento geográ f i co e à ausênc ia de contes tação às potênc ias ne la presentes do que meramente a uma vocação pac í f i ca na tu ra l . Ass im é que , quando in te resses ing leses fo ram ameaçados , em 1982, o A t lân t i co Su l to rnou-se pa lco de combates nava is , ta l como ou t ras á reas h is to r i camente ma is con tu rbadas , na chamada “Guer ra das Mal v inas” .

Apesar de se r geogra f i camente a fas tado do co ração do mundo e de te r s ido dec la rado zona de paz e cooperação , ou t ros a to res ex t ra-reg iona is es tão ou são mate r ia lmente capazes de fazerem-s e mi l i t a rmente p resen tes no oceano a t ravés do qua l nossas r iquezas f l uem.

As t rad ic iona is po tênc ias nuc leares e ou t ras em ascensão são , em tese , capazes de a tuar na reg ião . Ou t ras mar inhas que possuem fo rças nava is nuc leadas em nav io -aeródromo, com capac idade de apo io log ís t i co , são igua lmente capazes de conduz i r operações oceân icas mais p ro longadas e , por tan to , poder iam a tuar na área

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mar í t ima de in te resse b ras i le i ro , espec ia lmente se es t i ve rem in tegrando a lgum t ipo de a l i ança .

Os EUA, Rúss ia , Re ino Un ido e França são os exemplos mais ev iden tes , por suas capac idades de a tuar por longos per íodos em reg iões d is tan tes . Cur iosamente , a ma io r f ron te i ra te r res t re da F rança é com o Bras i l . Por me io da Gu iana Francesa , aque le pa í s tem um pé f incado no nor te da Amér ica do Su l , sendo um exce lente pon to de apo io a seus in te resses .

O Re ino Un ido des f ru ta de pos ição ímpar no At lân t i co Su l . Um impress ionan te co rdão de i l has es t ra teg icamente pos ic ionado permi te sua in te r fe rênc ia nas p r inc ipa is l i nhas de comun icação mar í t imas que c ruzam o A t lâ nt i co .

I gua lmen te , as Passagens de Drake e do Cabo da Boa Esperança são con t ro láve is a par t i r das pos ições b r i tân icas . Esses d iv i so res de águas es t ra tég icos são as ún icas a l te rna t i vas em caso de i n te r rupção, por qua lquer mot ivo , do t rá fego nos cana is do Panamá e de Suez . O es fo rço empreend ido pe los b r i t ân i cos pa ra a re tomada do a rqu ipé lago que chamam Fa lk lands bem ev idenc ia a impor tânc ia a t r ibu ída àque la pos ição .

Ho je em d ia , cada vez ma is va i se ampl iando a gama de a t i v idades re lac ionadas com o mar que concor rem para a geração de empregos e r iquezas , ou se ja , pa ra o desenvo lv imen to econômico-soc ia l . O nosso espaço econômico mar í t imo represen ta uma opção lóg ica para a concre t i zação dos anse ios nac iona is de desenvo lv imento e de a f i rmação no cenár io in te rnac iona l . Nossas águas ju r i sd ic iona is são também um fa to r de soberan ia e , sobre tudo , cons t i tuem um pat r imôn io para as fu tu ras gerações . É na tu ra l , po i s , que o A t lân t i co se ja cons ide rado de impor tânc ia v i ta l pa ra o B ras i l .

6. NOÇÕES ELEMENTARES SOBRE O TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

a . T ranspor te Mar í t imo

É a parce la do t ranspor te aquav iá r io que se rea l i za no mares e águas a e les f i s i camente in te r l i gadas (sa lob ras ) , po r me io de operações com nav ios de d i fe ren tes carac te r í s t i cas pa ra t ras lado de pessoas e ca rgas .

b . T ranspor te F luv ia l

É a parce la do t ranspor te aquav iá r io que se rea l i za nos r ios e lagos de água doce , por me io de operações com nav ios de d i fe ren tes ca rac te r í s t i cas pa ra t ras lado de pessoas e ca rgas .

c . A Le i Nº 8 .630 /93

As p r inc ipa i s ações decor ren tes da chamada Le i dos Por tos foram:

- c r iação dos Conse lhos de Au to r idade Por tuá r ia (CAP - fó rum consu l t i vo de regu lação e de superv isão dos operadores , dos a r rendatá r ios , dos t raba lhadores e dos usuár ios , com a lg umas

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competênc ias de ap rovação e homo logação , compar t i l hando as funções regu la tó r ias com a Admin is t ração do Por to ) ;

- ex t i nção do monopó l io das admin is t rações po r tuá r ias nos se rv iços de mov imentação de ca rgas nos ca is púb l i cos ;

- poss ib i l i dade dos te rm ina is de uso p r i va t i vo mov imen ta rem ca rgas de te rce i ros ;

- o t im ização das ta r i f as e conco r rênc ia i n t ra e i n te rpo r tos ; e- quebra do monopó l io dos s ind ica tos de t raba lhadores avu lsos do por to no fo rnec imento e esca lação da mão-de -obra para as operações por tuár ias — c r i ação dos OGMO.

A lém d isso os por tos fo ram c lass i f i cados em por tos mar í t imos púb l i cos (36) e te rmina is de uso p r i va t i vo (ma is de 500) , ass im d is t r ibu ídos :

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d . Por tos Federa is

Cia . Docas Por tos

Pará : V i l a do Conde , San ta rém e Macapá Ceará For ta leza R io Grande do Norte Na ta l , A re ia b ranca e Mace ió

Bah ia sa lvador , a ra tu , i l héus e juaze i ro

R io de Jane i ro

R io de Jane i ro , Sepe t iba e Angra dos re is . Docas do Es tado de São Pau lo : Por tos de Santos , Laguna e Estre la

Espí r i to Santo Bar ra do R iacho e Pra ia Mole

e . PORTOS CONCEDIDOS A ESTADOS - Po r to de Suape (PE) - Po r to de São Sebas t i ão (SP) - Por to de Paranaguá (PR) - Po r to de São F ranc i sco do Su l (SC)

f . CONCESSÃO PRIVADA - Por to de Imb i tuba (a té o ano 2012)

g . PORTOS DELEGADOS A ESTADOS OU MUNICÍP IOS: - Por to de Po r to Ve lho (Es tado de Rondôn ia ) - Po r to de Manaus (Es tado do Amazonas ) - Por to de I taqu i (Es tado do Maranhão) - Po r to de Pecém (Es tado do Ceará ) - Po r to de Cabede lo (Es tado da Para íba ) - Po r to de Rec i fe (Es tado de Pe rnambuco) - Por to de Forno (Mun ic íp io do A r ra ia l do Cabo – R J ) - Por to de I ta ja í (Mun ic íp io de I ta ja í – S C ) - Po r tos de R io Grande , Pe lo tas , Po r to A leg re e Cachoe i ra do Su l

7. ALGUMAS GENERALIDADES DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Conce i tos Pr inc ipa is O conce i to de t ranspor te aquav iá r io pode ser s imp l i f i cado como

todo t ranspor te que u t i l i za -se da água como v ia p r i nc ipa l . H id rov ia , aquav ia , v ia navegáve l , caminho mar í t imo ou caminho

f l uv ia l são des ignações s inon ím icas . H id rov ia in te r io r ou v ia navegáve l in te r io r são denominações

comum para os r ios , lagos ou lagoas navegáve is . En t rementes , à fa l ta de expressões como h id rov ias in te r io res

a r t i f i c ia i s , pa ra denominar aque las que não e ram navegáve is e que adqu i r i ram essa cond ição em função de obras de engenhar ia , e h id rov ias in te r io res me lhoradas , para ca rac te r i za r as que t i ve ram suas cond ições de navegação ampl iadas , usa-se gener i camente a expressão h id rov ias in te r io res para des ignar as v ias navegáve is

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i n te r io res que fo ram ba l i zadas e s ina l i zadas para uma de terminada embarcação t ipo , i s to é , àque las que o fe recem boas cond i ções de segurança às embarcações , suas ca rgas e passage i ros ou t r i pu lan tes e que d i spõem de ca r tas de navegação .

Deve ser observado que ba l i zamento de uma v ia aquát ica é en tend ido como sendo bas icamente as bó ias de aux í l io à navegação, que demarcam o cana l de navegação , e como s ina l i zação, as p lacas co locadas nas margens dos r ios para o r ien tação dos navegantes . As car tas de navegação são mapas de l im i tadores das ro tas de navegação .

Como ex is tem es t radas de rodagem car roçáve is , não pav ime ntadas , pav imentadas e rodov ias , ex is tem r ios f l u tuáve is , de navegação rud imenta r , f racamente navegáve is e h id rov ias .

Podemos aprove i ta r as rodov ias para , fazendo um para le l i smo, ca rac te r i za r a lguns conce i tos h id rov iá r ios , como mos t rado ;

- O ba l i zamento das h idrov ias cor responde às fa ixas que são long i tud ina lmente p in tadas nos pav imentos das rodov ias ;

- A s ina l i zação de margem das h id rov ias pode ser assoc iada às p lacas que são co locadas às margens das rodov ias e que são conhec idas como s ina is de t râns i to ;

- C omo os cana is de navegação não são mate r ia l i záve is e as p is tas de ro lamento das rodov ias s im, as h id rov ias requerem car tas de navegação para p roporc ionar segurança às embarcações ;

- As rodov ias são p ro je tadas para um de te rminado ve ícu lo rodov iá r io , i s to é , para um ve ícu lo t ipo . As pontes são pro je tadas cons iderando que esse ve ícu lo t ipo tenha no máx imo " x " tone ladas ; os vãos sob os v iadu tos e passare las ou os túne is , que esse ve ícu lo tenha no máx imo " y " met ros de a l tu ra ; e ass im por d ian te . Nas h id rov ias , o mesmo se sucede com as embarcações t i po .

M is te r se faz ressa l ta r que embarcação t ipo é um ar t i f í c io de p ro je to e não cond ic ionan te à con fecção de embarcações , pe lo menos no con jun to de suas carac te r ís t i cas . A embarcação t ipo é uma abs t ração que reúne as ca rac te r ís t i cas para as qua is a h id rov ia é p ro je tada , ou se ja , e la é p ro je tada para um compr imento " x " de embarcação, para uma boca " y " e para um ca lado máx imo " z " , sendo es te para a s i tuação de águas mín imas , que concomi tan temente de f inem uma embarcação h ipo té t i ca chamada t ipo .

No que se re fere às d imensões, pode-se d i ze r que as embarcações que serão lançadas e que navegarão na h id rov ia em voga devem te r no máx imo o compr imento e a la rgura (boca) da embarcação t i po e que , no que a lude a ca lados , em cond i ções de águas mín imas , deve navegar com ca lado no máx imo igua l ao da embarcação t ipo .

F ina l i zando, cabe in fo rmar que ex is tem h id rov ias in te r io res de t rá fego apenas d iu rno e as f ranqueadas à navegação noturna , em função do t i po de ba l i zamen to e de s ina l i zação ado tados .

Compara t ivos de Moda is de Transpor te O t ranspor te sobre águas é o que consome a menor quan t idade

de energ ia po r tone lada t ranspor tada se comparado a t rens e

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caminhões . Segundo es tudo fe i to nos Es tados Un idos , com a mesma quan t i dade de energ ia gas ta , uma cha ta poder ia t ranspor ta r quase dez vezes ma is carga que um caminhão. Segue um grá f i co compara t i vo de quan tos qu i lômet ros poder ia se r t ranspor tada uma ca rga com o uso de um l i t ro de combus t í ve l .

F o n t e : E n v i r o n m e n t a l A d v a n t a g e s o f I n l a n d B a r g e T r a n s p o r t a t i o n , 1 9 9 4 - U S

M a r i t i m e A d m i n i s t r a t i o n

Um combo io de 10 mi l tone ladas t ranspor ta a carga equ iva len te

à t ranspor tada po r 278 caminhões de 36 tone ladas cada .

Um comboio de 10 mi l tone ladas , num percurso de 500 km,

consome ce rca de 21 tone ladas de combus t í ve l . Uma f ro ta de 278 caminhões , pa ra cobr i r o mesmo percu rso , consome 54 tone ladas .

Para se conduz i r uma f ro ta de 278 caminhões são necessár ios 556 homens, en t re o motor i s ta e a judantes . Um combo io de 10 mi l t one ladas é t r i pu lado por 12 .

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Um combo io de 10 m i l t one ladas t ranspor ta a ca rga equ iva len te

a ca rga t ranspor tada por 100 vagões do t i po Jumbo Hopper .

Meio Ambiente e Transporte Aquaviário

Ao con t rá r io do que se pensa o t ranspor te aquav iá r io

apresenta o menor índ ice de impacto ao meio ambien te em comparação aos dema is moda is , segundo dados apresen tados por es tudo e laborado po r uma ins t i t u i ção de pesqu isa a lemã. Os dados são compara t i vos en t re os d ive rsos modos de t ranspor te , e fo ram cons iderados aspec tos var iados que vão desde uso e ocupação do so lo , consumo de energ ia a té mesmo ru ído p rovocado pe los equ ipamentos de t ranspor te . Para sua re f lexão , segue o quadro com esses resu l tados :

CUSTOS Aéreo Ferro Hidro Rodo Total(%)

Po lu ição A tmosfér i ca 2 4 3 91 100

Po lu ição Sonora 26 10 0 64 100

Ocupação do So lo

1 7 1 91 100

Cons t rução/ Manutenção

2 37 5 56 100

Ac iden tes 1 1 0 98 100

Total (%) 6,4 11,8 1,8 80,0 100

Como a pesqu isa fo i a lemã nota -se que a po lu ição sonora

quant i ta t i vamente não observada é uma par t i cu la r idade europé ia , onde o con t ro le da mesma em v i r tude dos moto res das embarcações sa í rem de fáb r i ca com ba ixos índ ices de baru lho . Sendo d ive rgen tes da s i tuação b ras i l e i ra e de nossos moto res mar í t imos .

A emissão de po luen tes é demons t rada aba ixo ca rac te r i zando o t ranspor te Aquav iá r io como o moda l de menor impacto ambien ta l na es t ru tu ra de t ranspor te .

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Pr inc ipa is Hidrov ias

As p r inc ipa is h id rov ias do pa ís são as segu in tes : H id rov ia do Made i ra ; H idrov ia do São Franc isco ; H idrov ia do Tocant ins -Aragua ia ; H id rov ia Paraná - T ie tê ; H id rov ia Paragua i -Pa raná .

Em te rmos de mov imentação de cargas a inda é um t ranspor te pouco ap rove i tado em sua po tenc ia l i dade .

Como conc lusão podemos a f i rmar :

- O moda l Aquav iá r io não é to ta lmen te ap rove i tado - O moda l Aquav i á r io não é i ndependen te , a i n te rmoda l idade

será presente - Para o fu tu ro espera-se um c resc imento des te moda l em

con jun to com o fe r rov iá r io - O Cent ro Oes te e o Agronegóc io buscam a in te rmoda l idade e o

moda l Aquav iá r io é i ne ren te e subs tanc ia l ao desenvo lv imento

8. PANAMÁ ENTRA NO JOGO

Para co lher bene f íc ios f i nance i ros de sua es t ra tég ica loca l i zação geográ f i ca , o Panamá p lane ja aumentar a a tuação no comérc io in te rnac iona l com a d ivers i f i cação e a espec ia l i zação de

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serv iços para comérc io ex te r io r , focados no desenvo lv imento do Cana l do Panamá e da Zona L i v re de Comérc io de Có lon . A a t i v idade por tuár ia loca l c resceu 14% no pr ime i ro t r imes t re des te ano em comparação com o mesmo per íodo de 2002 , de acordo com dados do M in is té r io de Economia e F inanças do Panamá. O inc remento , porém, ser ia a inda ma io r se , a lém de t ransbordo , o pa ís o fe recesse ou t ros se rv i ços agregados . Nessa con jun tu ra e sob nova admin is t ração desde 1999, Có lon passará por uma rees t ru tu ração com o ob je t ivo de t rans formá- la em cent ro log ís t i co mul t imoda l . O geren te gera l da Zona L iv re , Jorge Fernandez , comenta : "Não somos um país de mui tos hab i tan tes e , por essa razão, não es tamos en t re as opções ma is a t ra t i vas como mercado consumidor . Somos , no en tan to , um cana l de acesso pa ra as Amér i cas , tan to pa ra o s produtos do nor te rumo ao su l quanto na d i reção oposta . A admin is t ração a tua l tomou a dec isão de ado ta r uma pos tu ra p ró -a t iva , e não reat iva - ou se ja , an tes de os fenômenos da g loba l i zação nos a fe ta rem a inda ma is , sa ímos em busca de um novo negóc io : a log ís t i ca . Obv iamente , o Panamá tem como pr inc ipa l a t i vo sua es t ra tég i ca pos i ção geográ f i ca " .

Ho je , a Zona L iv re de Có lon con ta com 400 hec ta res d iv id idos en t re o se to r de a rmazéns (F rance F ie ld ) , e o de show rooms pa ra que as mais de 2 .000 empresas que ho je operam em Cólon exponham suas mercador ias . A zona es tá rodeada por qua t ro te rmina is de con tê ineres - Manzan i l l o In te rna t iona l Termina l (MIT , admin is t rado pe la SSA Panamá Inc . ) , Có lon Por ts Termina l , Có lon Conta iner Termina l (admin is t rado pe la Everg reen) e Panamá Por ts Termina l (subs id iá r ia da Hutch inson Whampoa) , do is te rmina is de c ruze i ros , um aeropor to in te rnac iona l , a lém de um te rmina l fe r rov iá r io e rodov iá r io .

En t re os bene f íc ios p roporc ionados pe las operações rea l i zadas a pa r t i r de Có lon es tá o f a to de a moeda cor ren te ser o dó la r nor te -amer icano, bem como a presença de mais de 25 bancos in te rnac iona is den t ro da zona l i v re . A lém d isso , as a t i v idades contam com a isenção de impostos de impor tação, reexpor tação e p rodução .

Para que uma empresa se ins ta le na Zona L iv re de Có lon , o governo tem como ún icas ex igênc ias o es tabe lec imento de uma área púb l i ca ou pr ivada (ou a inda representação por um usuár io d i re to ) , reexpor tação de 60% das mercador ias impor tadas e con t ra tação de no mín imo c inco func ionár ios panamenhos . Com esse p ro je to , a zona l i v re deverá re tomar a impor tânc ia que já teve para a economia do pa ís .

Es tabe lec ida em 1948 na p rov ínc ia de Có lon , a zona l i v re t inha as a t i v idades de t ransbordo e reexpor tação como pr inc ipa is a t ra t i vos . Ún ica passagem en t re os oceanos A t l ân t i co e Pac í f i co , o Cana l do Panamá represen tava fon te inesgo táve l de renda para o pa ís . A zona l i v re usu f ru ía de in tenso t râns i to de embarcações , a pon to de chegar a ser um dos ma is impor tan tes cen t ros de red is t r ibu ição para a Amér ica La t ina e o Car ibe . Có lon teve momentos de mu i ta a t i v idade , como há c inco anos , pe r íodo em que

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as operações no loca l ga ran t iam quase 10% do P IB do Panamá. Com a fa l ta de inves t imentos em modern ização e a conseqüente l im i tação da in f ra-es t ru tu ra , fundamenta l para mante r a compet i t i v idade em tempos de g loba l i zação , a reg ião perdeu impor tânc ia . Os acordos in te rnac iona is de comérc io co locaram em xeque as van tagens o fe rec idas pe la u t i l i zação de Có lon como pon to es t ra tég ico de d is t r ibu ição , já que os expor tadores passaram a pergun ta r -se qua i s ser iam os benef íc ios de env ia r mercador ias para uma zona f ranca se e ra poss íve l ob te r as mesmas fac i l idades ta r i fá r ias e a l fandegár ias no pa ís de or igem. Os re f lexos dessa nova d inâmica se f i zeram sent i r já em 1999, quando Có lon amargou seu p io r momento , com queda de ce rca de 25% do vo lume de expor tações e reexpor tações .

Para as empresas já es tabe lec idas em Có lon , o p ro je to de expansão só tem a somar . O d i re to r da Có lon Impor t & Expor t , Surse P ie rpo in t , represen tan te da DHL Danzas A i r and Ocean no Panamá, exp l i ca que o desgas te do mode lo a tua l da zona l i v re causa preocupações por não res is t i r à concor rênc ia na reg ião . "Cer tamente , somos a ma io r zona l i v re , mas não a ún ica ; na Amér ica La t ina , ex is tem mais de 200 . É necessár io d ivers i f i car os serv iços em re lação ao mode lo t rad ic iona l " . A empresa , com 47.000 met ros de a rmazém, represen ta , en t re ou t ras indús t r ias , a Sony , a Ingen ta , a C iba Chemica ls , a Novar t i s Pharma e , ma is recen temente , a Pay less Shoes (companh ia amer icana com 5 .0 0 0 lo jas em todo o mundo e inven tá r io ge rado pe la indús t r i a b ras i l e i ra de ca lçados) . "Pre tendemos te r aqu i uma p la ta fo rma de red is t r ibu ição como pon to in te rmed iá r io en t re a fábr i ca e o consumidor f i na l , i s to é , man te r um inven tá r io a cus tos bas tan te razoá ve is , que nos permi ta reag i r rap idamente , po rque a margem é mu i to pequena no caso de commod i t i es como agroqu ím icos e co lo ran tes ou mercador ias como sapatos , por exemplo . Ass im, a empresa que fo r capaz de reag i r ma is rap idamente concre t i za a venda" , exp l i ca P ie rpo in t . Em Có lon , ex is tem qua t ro operadores log ís t i cos com a rmazéns de ma is de 2 .000 met ros quadrados e de 25 a 30 f re igh t f o rwarde rs .

F o n t e : B U R S Z T E I N , V a l e r i a , G l o b a l , E d i t o r a A b a , , 2 0 0 3 , p 3 5 e 3 6 .

9. HIDRO EM TESTE

A Fedex Express co locou em operação em ca rá te r expe r imen ta l ,

seu p r ime i ro caminhão h íb r ido mov ido a d iese l e e le t r i c idade , com ba ixa emissão se aprovado o ve ícu lo pode se t rans fo rmar no caminhão padrão da empresa para méd ios vo lumes , uma f ro ta es t imada em 30 .000 ve ícu los só nos es tados un i dos e Canadá o op t i f l ee t e 700 p romete reduz i r as emissões de par t í cu las em 90% e as emissões com fumaça em 75% e de quebra aumenta r a e f i c iênc ia do combus t í ve l em 50% F o n t e : B U R S Z T E I N , V a l e r i a , G l o b a l , E d i t o r a A b a , , 2 0 0 3 , p 2 1

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10. CABOTAGEM EM ALTA

C o m o envo lv imento das empresas Bras i lmax i Log ís t i ca , P&O Ned l loud , Mercosu l L ine e MRS, os p rodu tos das reg iões Nor te e Nordes te es tão chegando aos seus des t inos f i na is de mane i ra ma is adequada , o mesmo ocor rendo com as ca rgas no sen t ido inverso . Em uma operação in i c iada no f i na l de agos to , as ca rgas são embarcadas dos por tos do Nor te /Nordes te (Manaus , Be lém, For ta leza , Rec i fe e Sa lvador ) , segu indo , v ia cabotagem, para o Por to de Santos (SP) , numa v iagem com duração méd ia de 12 d ias . Nesse por to , a L ib ra Termina is faz a mov imen tação das ca rgas do nav io a té o seu te rmina l e , de lá , e las são embarcadas nos vagões da MRS. V ia fé r rea , seguem para o te rm ina l da Bras i lmax i na reg ião cen t ra l da c idade de São Pau lo . No f luxo de re to rno , norma lmente são t ranspor tadas maté ri as -p r imas e p rodu tos de consumo e o t r ans i t t ime é o mesmo da ida , 12 d ias .

Faus to M. Cunha , d i re to r Comerc ia l da Bras i lmax , ressa l ta os bene f íc ios dessa operação . “A lém de ser uma d is tânc ia mu i to g rande para u t i l i za r o t ranspor te rodov iá r io , a un ião de moda is , com pr i v i l ég io da cabo tagem, t raz van tagens , como me lhor manuse io de con tê ine res e fac i l i dades pe la u t i l i zação de emp i lhade i ras e pór t i cos . Uma car re ta pode esperar d ias com carga de p rodu tos acabados ou matér ia -p r ime , sa indo de Manaus em d i reção ao Sudeste , ao passo que o agendamento dos nav ios da Mercosu l L ine favo rece a es tu fagem dos con tê ine res ” , c i t a o d i re to r . E le des taca que a t rans ferênc ia do t ranspor te de cargas das es t radas para os nav ios p roporc iona economia , a lém de ma io r sergurança e redução de avar ias .

No te rm ina l São Pau lo , a B ras i lmax i se responsab i l i za pe las operações de hand ing do vagão, a rmazenagem dos contê ineres e p rodu tos , desova , t ranspor te e d i s t r i bu ição f í s i ca . Por enquan to , a mov imentação mensa l chegou a 200 contê ineres de 20 e 40 pés, o que s ign i f i ca a re t i r ada de 200 caminhões da es t rada de San tos pa ra São Pau lo . “Ao longo de 2003 , a p rev isão é de mov imen ta r 800 con tê ine res . Mas , pa ra 2004 , a es t ima t i va é de chegar a 4 .200 con tê ine res . ” F o n t e : B r a s i l m a x i