capÍtulo 64 - funÇÕes secretoras do trato alimentar - 2 pÁginas

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  • 7/28/2019 CAPTULO 64 - FUNES SECRETORAS DO TRATO ALIMENTAR - 2 PGINAS

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    CAPTULO 64FUNES SECRETORAS DO TRATO ALIMENTAR

    1. MECANISMOS BSICOS DE ESTIMULAO DAS GLNDULAS DO TRATO ALIMENTAR1.1. O CONTATO DO ALIMENTO COM O EPITLIO ESTIMULA A FUNO SECRETORA DOS ESTMULOS NERVOSOS

    ENTRICOS

    A presena mecnica de alimento em dado segmento do trato gastrointestinal, em geral, faz com que as glndulas dessa regio emuitas vezes de regies adjacentes produzam quantidades moderadas a grandes de sucos. A estimulao epitelial local tambmativa o sistema nervoso entrico da parede do trato intestinal (estimulao ttil, irritao qumica, distenso da parede do tratogastrointestinal) e os reflexos nervosos resultantes estimulam as clulas mucosas da superfcie epitelial e as glndulas profundasda parede do trato gastrointestinal a aumentarem sua secreo.

    1.2. ESTIMULAO AUTNOMA DA SECREO1.2.1. A ESTIMULAO PARASSIMPTICA AUMENTA A SECREO NO TRATO DIGESTIVO GLANDULAR

    Isto particularmente bvio no caso das glndulas da poro superior do trato (inervado pelos nervos glossofarngeo eparassimptico vagal), como as glndulas salivares, as glndulas esofgicas, as glndulas gstricas, o pncreas e as glndulas deBrunner, no duodeno.

    1.2.2. A ESTIMULAO SIMPTICA TEM EFEITO DUPLO NA SECREO DO TRATO DIGESTIVO GLANDULARA estimulao simptica, por si s, normalmente aumenta pouco a secreo. Se a estimulao parassimptica ou hormonal jestiver causando secreo pelas glndulas, a estimulao simptica sobreposta, em geral, reduz a secreo, principalmente,devido reduo do suprimento de sangue pela vasoconstrio.

    1.2.3. REGULAO DA SECREO GLANDULAR POR HORMNIOSHormnios gastrointestinais so polipeptdeos ou seus derivados. Esses hormnios so liberados pela mucosa gastrointestinal emresposta presena de alimento no lmen do trato intestinal, e transportados para as glndulas, onde estimulam a secreo(importante para aumentar a produo de suco gstrico e de suco pancretico, quando o alimento entra no estmago ou noduodeno).

    2. SECREO PANCRETICA Fig 64-2 e 64-10O pncreas, localizado sob o estmago, grande glndula composta, com a maior parte de sua estrutura semelhante das glndulassalivares. As enzimas digestivas pancreticas so secretadas pelos cinos pancreticos e grandes volumes de soluo de bicarbonatode sdio so secretados pelos ductos pequenos e maiores que comeam nos cinos. O produto combinado de enzimas e bicarbonato desdio flui pelo longo ducto pancretico, que drena para o ducto heptico antes de esvaziar no duodeno pela papila de Vater, envolta

    pelo esfncter de Oddi. O suco pancretico secretado, de modo mais abundante, em resposta presena de quimo nas poressuperiores do intestino delgado, e as caractersticas do suco pancretico so determinadas pelos tipos de alimento. O pncreas secreta,

    ainda, insulina para o sangue, e no para o intestino.2.1. ENZIMAS DIGESTIVAS PANCRETICAS

    A secreo pancretica contm mltiplas enzimas para digerir todos os trs principais grupos de alimentos: protenas, carboidratose gorduras. Contm, ainda, grande quantidade de ons bicarbonato que contribuem, de modo muito importante, para aneutralizao da acidez do quimo transportado do estmago para o duodeno. A enzima pancretica para digesto de carboidratos a amilase pancretica, que hidrolisa amidos, glicognio e outros carboidratos (exceto celulose), formando dissacardeos etrissacardeos. As principais enzimas para a digesto de gorduras so a lipase pancretica, capaz de hidrolisar gorduras neutras acidos graxos e monoglicerdeos; a colesterol esterase, que hidrolisa steres de colesterol; e a fosfolipase, que cliva os cidosgraxos dos fosfolipdios. As enzimas pancreticas mais importantes na digesto de protenas so a tripsina, a quimotripsina e acarboxipolipeptidase. A tripsina e a quimotripsina hidrolisam protenas a peptdeos de tamanhos variados, sem levar liberao deaminocidos individuais. A carboxipolipeptidase cliva alguns peptdeos at aminocidos individuais, completando a digesto dealgumas protenas. Quando sintetizadas nas clulas pancreticas, as enzimas digestivas proteolticas esto em formas inativas

    (tripsinognio, quimotripsinognio e procarboxipolipeptidase) e so ativadas somente aps serem secretadas no trato intestinal. Otripsinognio ativado pela enzima denominada enterocinase, secretada pela mucosa intestinal, e tambm pode ser ativado pela

    prpria tripsina. O quimotripsinognio e a procarboxipolipeptidase so ativados pela tripsina.

    2.1.1. A SECREO DO INIBIDOR DA TRIPSINA EVITA A DIGESTO DO PRPRIO PNCREASA tripsina e as outras enzimas poderiam digerir o prprio pncreas. Porm, as mesmas clulas que secretam enzimas

    proteolticas secretam, simultaneamente, inibidor de tripsina (inativa a tripsina, ainda nas clulas secretoras, nos cinos e nosductos do pncreas). Quando o pncreas lesado gravemente ou quando ocorre bloqueio do ducto, grande quantidade desecreo pancretica, s vezes, se acumula nas reas comprometidas do pncreas. Nessas condies, o efeito do inibidor detripsina insuficiente (pancreatite aguda).

    2.2. SECREO DE ONS BICARBONATOons bicarbonato e gua so secretados, basicamente, pelas clulas epiteliais dos ductos que se originam nos cinos, servindo para

    neutralizar o cido clordrico, no duodeno vindo do estmago. O dixido de carbono se difunde para as clulas, a partir do sanguee, sob a influncia da anidrase carbnica, se combina com a gua para formar cido carbnico (H 2CO3). O cido carbnico sedissocia em ons bicarbonato e ons hidrognio (HCO3

    - e H+). Os ons bicarbonato (-) so ativamente transportados, associados aons sdio (+), na membrana luminal da clula para o lmen do ducto. Os ons hidrognio so trocados por ons sdio, namembrana da clula, por processo de transporte ativo secundrio. O movimento global de ons sdio e bicarbonato do sangue parao lmen do ducto cria gradiente de presso osmtica que causa fluxo de gua tambm para o ducto pancretico (soluo de

    bicarbonato quase isosmtica).

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    2.3. REGULAO DA SECREO PANCRETICA2.3.1. ESTMULOS BSICOS QUE CAUSAM SECREO PANCRETICA

    Acetilcolina, liberada pelas terminaes do nervo vago parassimptico e por outros nervos colinrgicos para o sistema nervosoentrico. Colecistocinina, secretada pela mucosa duodenal e do jejuno superior, quando o alimento entra no intestino delgado.Secretina, secretada pelas mucosas duodenal e jejunal, quando alimentos muito cidos entram no intestino delgado. Acetilcolinae colecistocinina estimulam as clulas acinares do pncreas, levando produo de grande quantidade de enzimas digestivas

    pancreticas, mas pequenas de gua e eletrlitos. A maior parte das enzimas se mantm temporariamente armazenada nos cinose nos ductos at que uma secreo mais fluida aparea para lav-las dentro do duodeno. A secretina estimula a secreo degrandes volumes de soluo aquosa de bicarbonato de sdio pelo epitlio do ducto pancretico. Quando todos os diferentesestmulos da secreo pancretica agem ao mesmo tempo, a secreo total bem maior do que a soma das secrees causadas

    por cada um deles, separadamente (efeitos multiplicadores de diferentes estmulos).

    2.3.2. FASES DA SECRAO PANCRETICAFase ceflica e gstrica: Durante a fase ceflica da secreo pancretica, sinais nervosos do crebro causam liberao deacetilcolina pelos terminais do nervo vago, no pncreas. Quantidade moderada de enzimas secretada (20% da secreo total deenzimas pancreticas, aps refeio). Pouco da secreo flui, imediatamente, pelos ductos pancreticos para o intestino porquesomente quantidade pequena de gua e eletrlitos secretada junto com as enzimas. Durante a fase gstrica, somente pequenaquantidade de enzima pancretica chega ao duodeno devido falta continuada de secreo significativa de lquido.Fase intestinal: Depois que o quimo deixa o estmago e entra no intestino delgado, a secreo pancretica fica abundante,

    basicamente, em resposta ao hormnio secretina.

    2.3.3. A SECRETINA ESTIMULA A SECREO ABUNDANTE DE ONS BICARBONATO, QUE NEUTRALIZAM O QUIMOGSTRICO CIDO

    A secretina est presente em forma inativa, pr-secretina, nas chamadas clulas S, na mucosa do duodeno e do jejuno. Quando oquimo cido (cido clordrico) entra no duodeno, vindo do estmago, causa ativao e liberao de secretina pela mucosaduodenal para o sangue. A secretina faz com que o pncreas secrete grandes quantidades de lquido contendo concentraoelevada de ons bicarbonato, mas concentrao reduzida de ons cloreto. O resultado final :

    HCl + NaHCO3 NaCl + H2CO3

    O cido carbnico se dissocia imediatamente em dixido de carbono e agua. O dixido de carbono transferido para o sangue eexpirado pelos pulmes, deixando soluo neutra de cloreto de sdio no duodeno. Como a mucosa do intestino delgado no tem

    proteo contra a ao do suco gstrico cido, o mecanismo de neutralizao do cido essencial para evitar o desenvolvimentode lceras duodenais. A secreo de ons bicarbonato pelo pncreas estabelece o pH apropriado para a ao das enzimasdigestivas pancreticas, que operam em meio ligeiramente alcalino (pH de 7,0 a 8,0).

    2.3.4. COLECISTOCINASUA CONTRIBUIO AO CONTROLE DA SECREO DE ENZIMAS DIGESTIVAS PELO PNCREASA presena de alimento no intestino delgado superior tambm faz com que a colecistocina (CCK) (polipeptdeo) seja liberada

    por outro grupo de clulas, as clulas I, da mucosa do duodeno e do jejuno superior. Essa liberao estimulada pela presena deproteases e peptonas (produtos da digesto parcial de protenas) e cidos graxos de cadeia longa, no quimo que vem doestmago. A CCK, assim como a secretina, chega ao pncreas pela circulao sangunea, mas provoca, principalmente, asecreo de ainda mais enzimas digestivas pancreticas pelas clulas acinares (70% a 80% da secreo total das enzimasdigestivas pancreticas, aps refeio).