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1 DVD do aluno LISTA DE EXERCíCIOS UNIDADE 2 Cultura e sociedade: cultura, poder e diversidade nas relações cotidianas Capítulo 5 Raça, etnia e multiculturalismo SOCIOLOGIA EM MOVIMENTO Capítulo 5 Raça, etnia e multiculturalismo LISTA DE EXERCíCIOS 1. (Unicentro, 2011) A suposição de que havia um consenso abso- luto sobre a organização social e a vida cultural de cada tribo só era possível através da ideia que os administradores e cientistas europeus tinham da ‘tradição’. As sociedades ‘tribais’ (ou ‘primitivas’) seriam, para eles, ‘sociedades tradicionais’ – não só as regras de conduta eram pautadas rigidamente pelo costume, como esse costume era transmitido, oralmente e de forma imutável, de geração a ge- ração, desde o princípio dos tempos. Os europeus não admitiam que os africanos pudessem refletir criticamente sobre a sua própria cultura. FIGUEIREDO, Fábio Baqueiro. História da África. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais, 2010. 144. p. 9. Disponível em: <http://www.ceao.ufba.br/2007/livrosvideos.php>. Acesso em: 2 jul. 2011. O texto pontua a construção do olhar europeu sobre a África, no período colonial. A partir dos debates atuais sobre as relações étnicas no Brasil, identifique com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas sobre o texto. ( ) O resultado sociopolítico dessa visão estereo- tipada ainda hoje pode ser observado em re- lação à população afro-brasileira. ( ) Os conflitos raciais resultam de estereótipos sociais, e não de fatos científicos. ( ) Um indivíduo etnocêntrico não tem capa- cidade de observar outras culturas nas pró- prias condições em que elas se mostram. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a: a) VVV b) FVV c) VFF d) FVF e) VVF 2. (Unicentro, 2011) Nos anos de 1933, a artista modernista Tarsila do Amaral (1886-1973) pinta o quadro Operários, dando início à pintura social no Brasil. AMARAL, Tarsila do. Operários. Disponível em: <http://fashionbiz. fashionbubbles.com/negocios/diversidade-garanteexpansao- do-mercado-2/>. Acesso em: 20 set. 2010. Sobre o tema da diversidade étnica, as teorias so- ciológicas afirmam que, sob a perspectiva cultural, a) os termos raça, etnia e cultura têm o mesmo sig- nificado analítico, no contexto brasileiro, quan- do utilizados por sociólogos e antropólogos. b) as populações indígenas brasileiras foram classificadas, corretamente, como primitivas pelos colonizadores, porque são naturalmen- te mais vagarosas e atrasadas. c) os grupos biológicos de indivíduos que com- partilham de uma história comum, feita de laços linguísticos e culturais, são tidos como pertencentes da mesma etnia. d) alguns elementos culturais, como o futebol, as comidas típicas e o carnaval, não podem ser objetos da análise sociológica por mascarar a desigualdade existente nas relações sociais. e) a chegada dos japoneses, em 1908, e a cons- trução de uma nova identidade nacional com a implantação de suas associações civis, edu- cativas e religiosas, foram o marco das rela- ções inter-raciais no Brasil. 3. (UEL, 2009) No romance de Monteiro Lobato O Presidente Negro (1926), livro de ficção sobre os EUA, o personagem principal vê o futuro, o sécu- lo XXI, ano de 2228, através de um porviroscópio, e tece algumas considerações sobre o estágio do choque das “raças” naquele contexto. [...] Até essa época a população negra re- presentava um sexto da população total do país. A predominância do branco era pois esmagadora RôMULO FIALDINI / TARSILA DO AMARAL LICENCIAMENTOS - ACERVO ARTíSTICO CULTURAL DOS PALáCIOS DO GOVERNO DO ESTADO DE SãO PAULO

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lista De exercíciosUnidade 2 cultura e sociedade: cultura, poder e diversidade nas

relações cotidianas Capítulo 5 raça, etnia e multiculturalismo

socioloGia em moVimeNto

Capítulo 5 raça, etnia e multiculturalismo

lista De exercícios

1. (Unicentro, 2011)

“A suposição de que havia um consenso abso-luto sobre a organização social e a vida cultural de cada tribo só era possível através da ideia que os administradores e cientistas europeus tinham da ‘tradição’. As sociedades ‘tribais’ (ou ‘primitivas’) seriam, para eles, ‘sociedades tradicionais’ – não só as regras de conduta eram pautadas rigidamente pelo costume, como esse costume era transmitido, oralmente e de forma imutável, de geração a ge-ração, desde o princípio dos tempos. Os europeus não admitiam que os africanos pudessem refletir criticamente sobre a sua própria cultura.”

FIGUEIREDO, Fábio Baqueiro. História da África. Brasília: Ministério da

Educação/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade;

Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais, 2010. 144. p. 9. Disponível em:

<http://www.ceao.ufba.br/2007/livrosvideos.php>. Acesso em: 2 jul. 2011.

O texto pontua a construção do olhar europeusobreaÁfrica,noperíodocolonial.

ApartirdosdebatesatuaissobreasrelaçõesétnicasnoBrasil,identifiquecomVouF,conformesejamverdadeirasoufalsasasafirmativassobreotexto.

( )Oresultadosociopolíticodessavisãoestereo­tipadaaindahojepodeserobservadoemre­laçãoàpopulaçãoafro­brasileira.

( )Osconflitosraciaisresultamdeestereótipossociais,enãodefatoscientíficos.

( )Um indivíduo etnocêntrico não tem capa­cidadedeobservaroutrasculturasnaspró­priascondiçõesemqueelassemostram.

Aalternativaquecontémasequênciacorreta,decimaparabaixo,éa:

a)VVV

b)FVV

c) VFF

d)FVF

e)VVF

2. (Unicentro, 2011) Nos anos de 1933, a artistamodernistaTarsiladoAmaral (1886­1973)pintaoquadroOperários,dandoinícioàpinturasocialnoBrasil.

AMARAL, Tarsila do. Operários. Disponível em: <http://fashionbiz.fashionbubbles.com/negocios/diversidade-garanteexpansao-

do-mercado-2/>. Acesso em: 20 set. 2010.

Sobreotemadadiversidadeétnica,asteoriasso­ciológicasafirmamque,sobaperspectivacultural,

a) ostermosraça,etniaeculturatêmomesmosig­nificadoanalítico,nocontextobrasileiro,quan­doutilizadosporsociólogoseantropólogos.

b)as populações indígenas brasileiras foramclassificadas, corretamente, como primitivaspeloscolonizadores,porquesãonaturalmen­temaisvagarosaseatrasadas.

c) osgruposbiológicosdeindivíduosquecom­partilham de uma história comum, feita delaços linguísticoseculturais,sãotidoscomopertencentesdamesmaetnia.

d)algunselementosculturais,comoofutebol,ascomidastípicaseocarnaval,nãopodemserobjetosdaanálisesociológicapormascararadesigualdadeexistentenasrelaçõessociais.

e) achegadadosjaponeses,em1908,eacons­truçãodeumanovaidentidadenacionalcomaimplantaçãodesuasassociaçõescivis,edu­cativase religiosas, foramomarcodas rela­çõesinter­raciaisnoBrasil.

3. (UEL, 2009) No romance de Monteiro Lobato OPresidente Negro (1926), livro de ficção sobre osEUA,opersonagemprincipalvêofuturo,osécu­loXXI,anode2228,atravésdeumporviroscópio,etecealgumasconsideraçõessobreoestágiodochoquedas“raças”naquelecontexto.

“[...] Até essa época a população negra re-presentava um sexto da população total do país. A predominância do branco era pois esmagadora

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e de molde a não arrastar o americano a ver no negro um perigo sério. Mas com o proibicionismo coincidiu o surto das ideias eugenísticas de Francis Galton. As elites pensantes convenceram-se de que a restrição da natalidade se impunha por 1001 razões, resumíveis no velho truísmo: qualidade vale mais que quantidade. [...] Os brancos entra-ram a primar em qualidade, enquanto os negros persistiam em avultar em quantidade. [...] Mais tarde, quando a eugenia venceu em toda a linha e se criou o Ministério da Seleção Artificial, o surto negro já era imenso. [...] (Felizmente), muito cedo chegou o americano à conclusão de que os males do mundo vinham dos três pesos mortos que so-brecarregam a sociedade – o vadio, o doente e o pobre. Em vez de combater esses pesos mortos por meio do castigo, do remédio e da esmola, como se faz hoje, adotou solução mais inteligente: suprimi--los. A eugenia deu cabo do primeiro, a higiene do segundo e a eficiência do último.”

LOBATO, M. O Presidente Negro. São Paulo: Globo, 2008. p. 97 e p. 117.

Constituem exemplos de políticas eugenísticaspromovidascomopolíticaoficialdeEstado:

I.OapartheidnaÁfricadoSul, emvigoratéoiníciodosanosde1990.

II. AsaçõesdoscidadãoscomunsdaKu­Klux­­Klan nos Estados Unidos, sobretudo nosanos1960,comocrescimentodomovimentodosdireitoscivisemdefesadaraçabranca.

III.A implantação dos campos de concentra­çãonaAlemanhanazistaduranteaSegundaGuerraMundial.

IV.O movimento Anauê no Brasil, promovidopor Plínio Salgado e base das milícias inte­gralistascriadasporGetúlioVargas.

Assinaleaalternativacorreta.

a)SomenteasafirmativasIeIIsãocorretas.

b)SomenteasafirmativasIeIIIsãocorretas.

c) SomenteasafirmativasIIIeIVsãocorretas.

d)SomenteasafirmativasI,IIeIVsãocorretas.

e)SomenteasafirmativasII,IIIeIVsãocorretas.

4. (UEL, 2007) A formação cultural do Brasil temcomoeixocentralamiscigenação.Autores,como,por exemplo, Gilberto Freire, destacaram que amistura de raças/etnias europeias, africanas eindígenas configuraram nossos hábitos, valores,hierarquias,estilosdevida,manifestaçõesartísti­cas,enfim,amaioriadasdimensõesdanossavidasocial,política,econômicaecultural.Entretanto,outrospensadoresconsideravam­naumaspectonegativoemnossaformaçãoetentaramressaltarasorigenseuropeiasdealgumasregiões,comoointelectualparanaenseWilsonMartinsafirmou:

“Assim é o Paraná. Território que, do ponto de vista sociológico, acrescentou ao Brasil uma nova dimensão, a de uma civilização original construída com pedaços de todas as outras. Sem escravidão, sem negro, sem português e sem ín-dio, dir-se-ia que a sua definição não é brasileira. Inimigo dos gestos espetaculares e das expansões temperamentais, despojado de adornos, sua his-tória é a de uma construção modesta e sólida e tão profundamente brasileira que pôde, sem alardes, impor o predomínio de uma ideia nacional a tan-tas culturas antagônicas. E que pôde, sobretudo, numa experiência magnífica, harmonizá-las entre si, num exemplo de fraternidade humana a que não ascendeu a própria Europa, de onde elas provieram. Assim é o Paraná.”

MARTINS, W. Um Brasil diferente: ensaio sobre fenômenos de aculturação no Paraná.

2. ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 1989. p. 446.

Opreconceitoemrelaçãoàsorigensafricanaseindígenas criou uma ambiguidade no processodeautoafirmaçãodosindivíduosemrelaçãoàssuasorigens.

Assinale a alternativa em que a árvore genea­lógicarelatadaporumindivíduoevidenciaessesentimentodeambiguidadeemrelaçãoàforma­çãosocialbrasileira.

a)Meu avô paterno, filho de italianos, casou­secomumafilhadeíndiosdointeriordeMinasGerais; meu avô materno, filho de portuguêscasado com uma negra, casou­se com umafilhadeportugueses.Apesardesaberquesoufruto de uma mistura, dependendo do lugaremqueestou,destacoumadessasdescendên­cias:namaioriadasvezes,digoquedescendode portugueses e/ou de italianos; raramentedigoquedescendodenegroseíndios,quandoofaçoéporquetereialgumavantagem.

b)Meu avô paterno, filho de negros, casou­secomumafilhadeíndiosdoParaná;meuavômaterno,filhodeportuguêscasadocomumaespanhola,casou­secomumafilhadeitalia­nos.Sempredestacoquesoubrasileiroacimadetudo,poisdescendodenegros,índioseeu­ropeus.Essaafirmaçãoajuda­meaobtervan­tagensemdiferenteslugares,poisaidentidadebrasileiratemsidoassumidacomclarezapeloestadoepelopovoaolongodahistória.

c) Meus avós maternos são filhos de italianose os avós paternos são filhos de imigrantesalemães.Eucaseicomumanegra,masmeusfilhos serão, predominantemente, brancos.Tenhoorgulhodessadescendênciaqueépre­dominante nas diferentes regiões do Brasil.

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CostumodestacarqueoBrasilédiferente,ébrancoenegroeeudescendodefamíliasita­lianasealemãs,assimcomomeufilho.Essetraço cultural revela a grandeza do país e afirmezadenossaidentidadecultural.

d)Meuavôpaterno,filhodeíndiosdoParaná,ca­sou­secomumafilhadeíndiosdoRioGrandeSul;meuavômaterno,filhodenegros,casou­­secomumafilhadenegros.Gostodeafirmarquesoubrasileiro,poisíndios,portuguesesenegrosformamnossaidentidadenacional.

e)Meuavôpaterno,filhodepoloneses,casou­secomumafilhadeíndiosdoParaná;meuavômaterno, filho de ucranianos, casou­se comumafilhadepoloneses.Comosouparanaen­se,costumodestacarqueoParanátemmisci­genaçãosemelhanteàsdasoutrasregiõesdoBrasil:aquitemosíndios,europeusenegros.

5. (UEM, 2008)Sobreotemadadiversidadeétnica,indiqueovalordasomadasalternativascorretas.

(01) ofutebolpodeserpensadocomosímbolodenacionalidade que ultrapassa as barreirasexistentesentrediferentesgrupossociais,tor­nandopossívelaumindivíduocomoPelécon­densaroqueseriaoestilobrasileirodejogar.

(02) oprocessodemiscigenaçãopeloqualpas­souasociedadebrasileiranãotevereflexosemnossaculinária,tornandoafeijoadaeacaipirinha,respectivamente,pratoebebidatípicosapenasparabaianosecariocas.

(04) o contato interétnico é um fenômeno queocorreu somente no período colonial e foifundamental para manutenção dos rituaisreligiososdealgumastribosindígenas.

(08) ocarnavalpossibilitaoencontrodediferen­tes grupos étnicos e sociais, subvertendo,ainda que momentaneamente, as hierar­quiaspresentesnasociedadebrasileira.

(16) o futebol,aculináriaeocarnavalsãoprá­ticas culturais que mascaram a existênciadas desigualdades socioeconômicas pre­sentesnasociedadebrasileira;porisso,nãodevemsertomadoscomoobjetodeestudopelasociologia.

6. (Unicentro, 2011)NoBrasil,opensamentosocioló­gicosedesenvolveapartirdadécadade30,dosé­culopassado,comafundaçãodaUniversidadedeSãoPauloeocrescimentodaproduçãocientífica.

SobreodesenvolvimentodessaciêncianoBrasil,noséculoXX,écorretoafirmar:

a)ossociólogosdesseperíodobuscavamdescre­veropaíspormeiodeestudosnaturalistas.

b)osgrandesnomesdesseperíodoforamEucli­desdaCunha,GilbertoFreyreeSérgioBuar­quedeHolanda.

c) as duas preocupações dos sociólogos eramaaculturação indígenaeamodernizaçãodosistemapolíticobrasileiro.

d)aorientaçãodasanálisessociológicasestavavoltadaparaasdiscussõesmundiaisditadasporpaíses,comoFrançaeInglaterra.

e)ointeressedosintelectuaisdesseperíodoes­tava voltado para o conhecimento do Brasilreal,dopovo, emoposiçãoàsanálisesetno­cêntricasanteriores.

7. (Unicentro, 2011)Autorbrasileiroqueentendiaa construçãodoBrasil comoa fusãode raças,regiões, culturas e grupos sociais decorrentesdaformaçãocolonial,emqueosnegrosemes­tiços teriam papel fundamental na formaçãodaidentidadeculturaldopovo.Essareferênciaidentifica

a)GilbertoFreyre.

b)CaioPradoJúnior.

c) FlorestanFernandes.

d)FernandodeAzevedo.

e)SérgioBuarquedeHolanda.

8. (UFU, 2010)OmovimentonegronoBrasil, em­bora exista de fato desde a Colônia, teve seusavançosreaisconstituídosempolíticaspúblicasapartirdosanos1990.

Sobreasbandeiras,açõesafirmativaseconquis­tasdestemovimento,éincorretoafirmarque:

a)tornarampossívelaobrigatoriedadedoensi­nodahistóriaedaculturaafro­brasileiranasescolasdeensinofundamentalemédio.

b)pretendemcontribuirparadiminuiradistân­cia socioeconômica entre negros e brancosnoBrasileumdosmecanismosparaqueissoocorraéainstituiçãodecotasparanegrosnauniversidade.

c) relacionam­se a um movimento de políticasde identidade étnico­racial que denuncia ademocraciaracialbrasileiracomoummito.

d)pretendem indenizar economicamente osdescendentesdeescravosnegrosnoBrasil.

9. (Uenp, 2010)Dopontodevistasociológico,noBrasil se constituiu o mito da democracia ra­cial principalmente depois da publicação deCasa-grande & senzaladeGilbertoFreyre(1933).De acordo com Florestan Fernandes (1965) oideal de miscigenação fora difundido comomecanismodeabsorçãodomestiçonãoparaaascensãosocialdonegro,masparaahegemo­niadaclassedominante.Omitodademocra­ciaracialassentou­sesobredoisfundamentos:1)omitodobomsenhor;2)omitodoescravosubmisso.

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Analiseasafirmações:

I.A crença no bom senhor exalta a vulgarida-de das elites modernas, como diria ContardoCalligaris, e juntamente com uma espéciede pseudocordialidade seriam responsáveispela manutenção e o aprofundamento dasdiferençassociais.

II.O mito do escravo submisso fez com que asociedadedeummodogeralnãoencarassedefrenteaviolênciadaescravidão,fezcomqueosouvidosseensurdecessemaosclamo­res do movimento negro, por direitos e porjustiça.

III.As proposições legislativas sobre a inclusãodenegrosvãodesdeoProjetodeLeiquere­servaaosnegrosumpercentualfixodecargosdaadministraçãopública,aosque instituemcotasparanegrosnasuniversidadespúblicasenosmeiosdecomunicação.

Assinaleaalternativacorreta:

a)todasasafirmaçõessãoverdadeiras.

b)apenasaafirmaçãoIIéverdadeira.

c) asafirmaçõesIeIIIsãoverdadeiras.

d)asafirmaçõesIeIIsãofalsas.

e) todasasafirmaçõessãofalsas.

10. (Unioeste, 2009) EmCasa-Grande & senzala,pri­meira obra da trilogia em que Gilberto Freyreanalisaaformaçãodafamíliapatriarcalbrasilei­ra,nãoépossívelobservar

a)oelogiodacolonizaçãoportuguesanoBrasil.

b)adefesadaideiadequeainteraçãoentreosgruposétnicosteriaocorridoemrelativahar­monia,adespeitodasrelaçõesdepoder.

c) apresençadainfluênciaculturalistadeumaperspectivaquevalorizatraçosepráticascul­turaisdosdiferentesgruposqueconstituemopovobrasileiro.

d)anoçãodequeaorigemdo“atraso”dasocie­dadebrasileiraseriaamestiçagem.

e) a ideiadequeosaltos“índices”demiscige­naçãoobservadosnasociedadebrasileiraes­tariamassociadosàcapacidadedeadaptaçãodoempreendedorportuguês,quandocompa­radoaoutrospovoscolonizadores.

11. (Uema, 2008)

“Costumo dizer que nenhuma nação passa impunemente por quase quatro séculos de es-cravidão. E se o modo de produção escravista perdurou no Brasil até o final do século XIX, não há possibilidade de as marcas se apagarem com facilidade. As marcas materiais e as simbólicas. As duas imbricadas. A cultura da Casa Grande sobrevive solidamente na sociedade brasileira,

por menos que o queiramos. O preconceito e a discriminação contra os negros são heranças pre-sentes da escravidão. Claro que temos avançado. Há hoje um forte movimento negro no País. Há mais consciência da sociedade brasileira contra o racismo. Mas, ainda temos uma longa estrada pela frente.”

Carta Capital. Seção: Diálogos. Disponível em: <www.cartacapital.com.br/app/coluna>.

Acesso em: 8 maio 2008.

Indique a alternativa que interpreta correta­menteotextoacima.

a)A situação do(a) negro(a) no Brasil mudouradicalmente na atualidade pois não existemaisoracismo.

b)As relações raciais no Brasil são fruto da si­tuaçãohistóricade formaçãodesigualdessasociedade.

c) A desigualdade entre as classes sociais noBrasilsesobrepõeàsdiferençasraciais,poisopaíséracionalmentedemocrático.

d)A sociedade brasileira é exemplo de demo­craciaracial,poisnoBrasiloracismoécom­batido.

e)O movimento negro propõe a superação dadesigualdadesocialemdetrimentoda igual­daderacial.

12. (UEL, 2008)Analiseatabelaaseguir:

Número e percentual de pobres + indigentes por cor, 1992 e 1999

Número Percentual

1992 1999 Variação % 1992 1999

Total 84.459.000 75.195.000 – 11,00 100,0 100,0

Brancos 31.075.000 25.869.000 – 16,75 37,0 34,4

Afrodescen -dentes

53.191.000 49.012.000 – 7,85 63,0 65,6

Fonte: IPEA, 2001. OLIVEIRA, L. F.; COSTA, R. R. Sociologia para jovens do século XXI. Rio de Janeiro:

Imperial Novo Milênio, 2007. p. 144.

Osdadossobreapobrezaeaindigênciasegundoacorilustramosargumentosdosestudos

a)deGilbertoFreyresobreanatural integraçãodosnegrosnasociedadebrasileira,quedesen­volveuademocraciaracial.

b)deCaioPradoJuniorsobreaformaçãoiguali­táriadasociedadebrasileira,quedesenvolveuoliberalismoracial.

c) deSérgioBuarquedeHolandasobreacordia­lidadeentreasraçasqueformamanaçãobra­sileira:osnegros,osíndioseosbrancos.

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d)deEuclidesdaCunhasobreapassividadedopovobrasileiro,ordeiroedisciplinado,quede-senvolveuaigualdadedeoportunidadesparatodasasraças.

e)de Florestan Fernandes sobre a não integra-çãodosnegrosnomercadodetrabalhocemanosapósaaboliçãodaescravidão.

13. (Cespe, 2011)Umaidentidadeculturalenfatizaaspectos relacionados a nossa pertença a cul-turasétnicas,raciais,linguísticas,religiosas,re-gionaise(ou)nacionais.Anação,compostaporrepresentaçõesesímbolosquefundamentamaconstituiçãodedadaidentidadenacional,alémde uma entidade política – o Estado –, é tam-bém um sistema de representação cultural. Omulticulturalismoécentralemnossaépoca,de-marcadaportensões,conflitosedemandasre-lacionadoscomasidentidadesculturaisderaça,gênero,religião,etnia,classesocialeoutras.

Stuart S. Hall. Da diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG;

Brasília/Unesco, 2003 (com adaptações).

Tendootextoacimacomoreferênciainicial,jul-gueosseguintesitens(CparaCERTOouEparaERRADO), relativos à identidade cultural e aomulticulturalismo.

I.( ) A exploração, na escola, de temas rela-cionados ao multiculturalismo ignora aexistência, no Brasil, de preconceitos eestereótipossociais.

II.( ) O debate sobre a pluralidade culturaltem-seintensificadonasociedadebrasi-leira,oquenãoseobserva,contudo,nosprocessos educacionais, que permane-cemalheiosaessaquestão.

III.( ) A construção de sentidos em histórias,memórias e imagens serve de referên-ciaparaaconstituiçãodaidentidadedeumanação.

IV. ( ) Afragmentaçãodasidentidades,namo-dernidade,expressaofatodecategoriastradicionais como classe, etnia, raça enacionalidade já não constituírem refe-renciaissegurosparaaidentificaçãodosindivíduos.

14. (Enem, 2012)Torna-seclaroquequemdescobriuaÁfricanoBrasil,muitoantesdoseuropeus,foramos próprios africanos trazidos como escravos. Eestadescobertanãoserestringiaapenasaoreinolinguístico,estendia-setambémaoutrasáreascul-turais,inclusiveàdareligião.Hárazõesparapensarqueosafricanos,quandomisturadosetransporta-dosaoBrasil,nãodemoraramemperceberaexis-tênciaentresideelosculturaismaisprofundos.

SLENES, R. Malangu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil.

Revista USP. n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).

Combasenotexto,aofavorecerocontatodeindi-víduosdediferentespartesdaÁfrica,aexperiên-ciadaescravidãonoBrasiltornoupossívela

a)formação de uma identidade cultural afro--brasileira.

b)superaçãodeaspectosculturaisafricanosporantigastradiçõeseuropeias.

c) reproduçãodeconflitosentregruposétnicosafricanos.

d)manutençãodascaracterísticasculturaises-pecíficasdecadaetnia.

e) resistênciaàincorporaçãodeelementoscul-turaisindígenas.

15. (Enem, 2012)Nósnosrecusamosaacreditarqueobancodajustiçaéfalível.Nósnosrecusamosaacreditarquehácapitaisinsuficientesdeopor-tunidadenestanação.Assimnósviemostrocarestecheque,umchequequenosdaráodireitode reclamaras riquezasde liberdadeeasegu-rançadajustiça.

KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho. 28 ago. 1963. Disponível em: www.palmares.gov.br.

Acesso em: 30 nov. 2011 (adaptado).

O cenário vivenciado pela população negra, nosuldosEstadosUnidosnosanos1950,conduziuàmobilizaçãosocial.Nessaépoca,surgiramrei-vindicaçõesquetinhamcomoexpoenteMartinLutherKingeobjetivavam

a)aconquistadedireitoscivisparaapopulaçãonegra.

b)oapoioaosatosviolentospatrocinadospelosnegrosemespaçourbano.

c) a supremacia das instituições religiosas emmeioàcomunidadenegrasulista.

d)aincorporaçãodosnegrosnomercadodetra-balho.

e) aaceitaçãodaculturanegracomorepresen-tantedomododevidaamericano.

16. (Enem, 2012) A Lei 10.639, de 9 de janeiro de2003, inclui no currículo dos estabelecimentosdeensino fundamentalemédio,oficiaisepar-ticulares,aobrigatoriedadedoensinosobreHis-tória e CulturaAfro-Brasileira e determina queo conteúdo programático incluirá o estudo daHistóriadaÁfricaedosafricanos,alutadosne-grosnoBrasil,aculturanegrabrasileiraeonegronaformaçãodasociedadenacional,resgatandoa contribuição do povo negro nas áreas social,econômica e política pertinentes à História doBrasil,alémdeinstituir,nocalendárioescolar,odia20denovembrocomodatacomemorativadoDiadaConsciênciaNegra.

Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

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Areferidaleirepresentaumavançonãosóparaaeducaçãonacional,mastambémparaasocie­dadebrasileira,porque:

a) legitimaoensinodasciênciashumanasnasescolas.

b)divulga conhecimentos para a populaçãoafro­brasileira.

c) reforçaaconcepçãoetnocêntricasobreaÁfri­caesuacultura.

d)garanteaosafrodescendentesaigualdadenoacessoàeducação.

e) impulsionaoreconhecimentodapluralidadeétnico­racialdopaís.

17. (Enem, 2010) Negro, filho de escrava e fidalgoportuguês,obaianoLuizGamafezda leiedasletrassuasarmasnalutapelaliberdade.Foiven­didoilegalmentecomoescravopeloseupaiparacobrirdívidasdejogo.Sabendolereescrever,aos18anosdeidadeconseguiuprovasdequehavianascido livre.Autodidata, advogado sem diplo­ma,fezdoDireitooseuofícioetransformou­se,empoucotempo,emproeminenteadvogadodacausaabolicionista.

AZEVEDO, E. O Orfeu de Carapinha. In: Revista de História, ano 1, n. 3. Rio de Janeiro,

Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).

A conquista da liberdade pelos afro­brasileirosnasegundametadedoséc.XIXfoiresultadodeimportanteslutassociaiscondicionadashistori­camente.AbiografiadeLuizGamaexemplificaa

a) impossibilidade de ascensão social do negroforroemumasociedadeescravocrata,mesmosendoalfabetizado.

b)extremadificuldadedeprojeçãodos intelec­tuaisnegrosnessecontextoeautilizaçãodoDireitocomocanaldelutapelaliberdade.

c) rigidez de uma sociedade, assentada na es­cravidão,queinviabilizavaosmecanismosdeascensãosocial.

d)possibilidade de ascensão social, viabilizadapeloapoiodaselitesdominantes,aummesti­çofilhodepaiportuguês.

e) trocade favoresentreumrepresentantene­groeaeliteagráriaescravistaqueoutorgaraodireitoadvocatícioaomesmo.

18. (Enem, 2009)ARevoluçãoCubanaveiodemons­trarqueosnegrosestãomuitomaispreparadosdoquesepodesuporparaascendersocialmente.Comefeito,algunsanosdeescolaridadefranca­mente aberta e estímulo à autossuperação au­mentaram,rapidamente,ocontingentedenegrosquealcançaramospostosmaisaltosdogoverno,da sociedade e da cultura cubana. Simultanea­mente,todaparcelanegradapopulação,liberadada discriminação e do racismo, confraternizoucomosoutroscomponentesdasociedade,apro­fundandoograudesolidariedade.

Tudo issodemonstra,claramente,queademo­craciaracialépossível,massóépraticávelcon­juntamentecomademocraciasocial.Oubemhádemocraciasparatodos,ounãohádemocraciaparaninguém,porqueaopressãoaonegrocon­denadoàdignidadedelutadordaliberdadecor­respondeoopróbriodobrancopostonopapeldeopressordentrodesuaprópriasociedade.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo:

Companhia das Letras, 1999 (adaptado).

Segundo Darcy Ribeiro, a ascensão social dosnegros cubanos, resultado de uma educaçãoinclusiva,comestímulosàautossuperação,de­monstraque

a)ademocraciaracialestádesvinculadadade­mocraciasocial.

b)oacessoaoensinopodeserentendidocomoumfatordepoucaimportâncianaestrutura­çãodeumasociedade.

c) aquestãoracialmostra­seirrelevantenocasodaspolíticaseducacionaiscubanas.

d)aspolíticaseducacionaisdaRevoluçãoCuba­naadotaramumaperspectiva racialantidis­criminatória.

e)osquadrosgovernamentaisemCubaestive­ramfechadosaosprocessosdeinclusãosocialdapopulaçãonegra.