capitulo-4 cinética
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Escola de Engenharia de Lorena - USP - Cinética Química Capítulo 04 – Reações a Volume Constante: Irreversíveis
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Notas de Aula – Prof. Dr. Marco Antonio Pereira
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Introdução Reações Irreversíveis são aquelas nas quais pelo menos um dos reagentes é totalmente consumido
ao final da reação. Exemplo: Reações Irreversíveis : A → R Neste capítulo serão estudadas as equações de velocidade mais comuns para as REAÇÕES
IRREVERSIVEIS A VOLUME CONSTANTE
1 - Reações Irreversíveis de Primeira Ordem Seja a reação: A → B que ocorre até a completa conversão de A em B e cuja equação de velocidade seja do tipo :
( )− = − =rdC
dtkCA
AA
Esta equação será resolvida por integração entre os limites t0 (tempo t = zero) e t (tempo t = t qualquer ao longo da reação), quando então as concentrações do reagente serão CA0
e CA ,
respectivamente.
A integração desta equação conduz a : − =∫ ∫dC
dtk dtA
CAo
CA
to
t
e lnC
CktA
Ao
= −
e a evolução de CA em função do tempo pode ser representado por : kt
AA eCCo
−=
Todas as equações de velocidade de reação também podem ser deduzidas e apresentadas em função da conversão. Deduzindo a equação de velocidade em função de conversão, tem-se que:
( )CdX
dtkC XAo
AAo A= −1 e ( )dX
dtk XA
A= −1 que integrado conduz a : ( )ln 1− = −XA kt
e em conseqüência tem-se então que : ktXC
CA
A
A
o
)1ln(ln −=−= .
Um caso especial é para o tempo de meia vida da reação (t1/2) que é o tempo necessário para que a
concentração inicial do reagente caia pela metade (50% de conversão).
Como : ktC
C
A
A =−0
ln tem-se que : 2/1)2/(ln kt
C
C
oA
Ao = e daí tk k1 22 0 693
/ln ,
= = (5)
Caso se deseja calcular o tempo de meia vida a partir de concentrações e tempos de reação já conhecidos, tem-se que :
a t = t1 : lnC
Ckt
A
Ao
11=− e a t = t2 : ln
C
Ckt
A
Ao
22= − onde:
2
1ln 1
122/1
A
A
C
C
ttt
−= (6)
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2- Reações Irreversíveis de Segunda Ordem
As reações irreversíveis de 2a ordem ocorrem quando os expoentes que aparecem elevando os termos de concentração na equação de velocidade somados são iguais a 2.
Estas reações podem ser analisadas de formas diferentes em função das possíveis estequiometrias e concentrações molares iniciais que venham a ser utilizadas, conforme é apresentado a seguir.
2.1 – Primeiro Caso : Estequiometria : 2 A →→→→ produtos Lei de Velocidade :–r A = kCA
2
Neste caso, tem-se que : − =dC
dtkCA
A2
que integrado conduz a : 1 1
C Ckt
A Ao
= +
Em função da conversão XA tem-se que : ( )C C XA Ao A= −1 e − =dC
dtC
dX
dtA
AoA
Onde : ( )dX
dtkC XA
Ao A= −12
que integrada conduz a : 1
1C
X
Xkt
Ao
A
A.−
=
2.2 – Segundo Caso : Estequiometria : A + B →→→→ produtos
Lei de Velocidade :–r A = kCACB
2.2.1 – Quando as Concentrações Inicias são Iguais : C CAo Bo=
Como as concentrações de A e de B são sempre iguais, tem-se que C C CA B A= 2 , e cai no caso 2.1.
Se a ordem da reação é previamente conhecida, pode-se obter o valor da velocidade específica da reação (normalmente de forma aproximada) desde que se tenha a concentração em dois instantes
quaisquer: kt t C CA A
=−
−
1 1 1
2 1 2 1
onde o tempo de meia-reação será dado por:
1
2
11 2C C
ktAo Ao
/ /= + ou tkCAo
1 21
/ =
2.2.2 – Quando as Concentrações Inicias são Diferen tes : C
CM
Bo
Ao
= ≠ 1
Neste caso: − =dC
dtkC CA
A B
e ( ) ( )CdX
dtkC X C XAo
AAo A Bo
B= − −1 1 ou ( ) ( )CdX
dtkC X M XAo
AAo A A= − −2 1 .
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Que conduz a seguinte integração: ( ) ( )C kdtdX
X M XAoo
tA
A Ao
XA
∫ ∫=− −1 .
Resolvida à integração, tem-se: ( )( )C M kt
M X
M XAo
A
A
− =−
−1
1ln ou ( )C C kt
C C
C CBo Ao
B Ao
Bo A− = ln
Se as concentrações de A e B são conhecidas em dois instantes quaisquer, tem-se:
( )k t tC C
C
C
C
CAo Bo
A
B
A
B2 1
2
2
1
1
1− =
−−
ln ln
2.2.3 – Se as concentrações iniciais dos reagentes forem pouco diferentes entre si:
Neste caso, a equação ( )A
A
XM
XM
−
−
1ln não pode ser utilizada, pois: ( )ln ln
M X
M XA
A
−
−≅
11 que
conduz a uma indeterminação matemática. Esta equação deve ser escrita sob outra forma:
ktC C
C C
C
C C
CAo Bo
Ao Bo
Ao
Ao Bo
A=
−−
−
− −
−
11 1ln ln
Fazendo C CAo Bo− = ε e desenvolvendo em série, vem:
ktC C C CAo Ao A A
= − −
− −
1 1
2
1
2
2 2
εε ε ε ε
... ... ⇒ ktC C C CA Ao A Ao
= − − −
+
1 1
2
1 12 2
ε...
2.2.4 – Quando a concentração de um dos reagentes é muito maior do que a do outro:
Por exemplo, se: C
CM
Bo
Ao
= >> 1 . Neste caso, em que o reagente (B) está em grande excesso, há
degeneração da ordem reacional, recaindo-se em uma cinética de pseudo-primeira ordem (ver item 2.4). 2.3 – Terceiro Caso : Estequiometria : A + 2B →→→→ produtos
Lei de Velocidade :–r A = kCACB
Seja a reação: A B+ →2 Produtos que é de 1a ordem em relação a A e B, e portanto de 2a ordem global. Este é o caso de uma reação não elementar.
( ) ( )− = = − −dC
dtkC C kC X C M XA
A B Ao A Ao A1 2
ou: ( )( )− = − −dC
dtkC X M XA
Ao A A2 1 2 ou ( )( )dX
dtkC X M XA
Ao A A= − −1 2
Após a integração, tem-se :
( )( )ln ln
C C
C C
M X
M XC M kt
B Ao
Bo A
A
AAo
=−
−= −
2
12 , para M≠2
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e ( )1 1 1
12
C C C
X
Xkt
A Ao Ao
A
A
− =−
= , para M = 2
Generalizando, tem-se que se a reação química é do tipo aA bB+ → Produtos e que obedece
a uma cinética de 2a ordem expressa por: − =dC
dtakC CA
A B a integração conduz a :
( )ln lnC
C
C
CaC bC ktB
A
Bo
AoBo Ao
= + −
2.4 - Caso Especifico : As Reações de Pseudo Prime ira Ordem Imagine uma reação que tenha uma equação de velocidade que é função da concentração de várias substâncias. Quando esta reação química for realizada numa condição onde todas as concentrações iniciais, exceto uma, são suficientemente altas, o que ocorre é que a concentração baixa de um dos reagentes faz com ele permaneça praticamente constante durante a reação. Como apenas uma das concentrações varia apreciavelmente durante o experimento, a ordem cinética efetiva se reduz à ordem relativa a uma única substância. Se esta última ordem é unitária, diz-se então que a reação segue uma cinética de pseudo-primeira ordem neste experimento particular. 3 - Reações Irreversíveis de Terceira Ordem
As reações irreversíveis de 3a ordem ocorrem quando os expoentes que aparecem elevando os termos de concentração na equação de velocidade somados são iguais a 3. Estas reações são muito raras.
3.1 – Primeiro Caso : Estequiometria : A + B + D →→→→ produtos Lei de Velocidade :–r A = kCACBCD
Tem-se que : − = − =rdC
dtkC C CA
AA B D onde C C C C C CAo A Bo B Do D− = − = −
C C C CB Bo Ao A= − + e C C C CD Do Ao A= − +
e na equação de velocidade conduzem a : ( )( )− = − + − +dC
dtkC C C C C C CA
A Bo Ao A Do Ao A
A integração por frações parciais fornece:
( )( ) +−− A
A
ADAB C
C
CCCCo
oooo
ln1
( )( )1
C C C C
C
CAo Bo Do Bo
Bo
B− −+ln
( )( )+− −
=1
C C C C
C
Ckt
Ao Do Bo Do
Do
Dln
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ou ( )( )( )( ) ( ) ( )
1
C C C C C C
C
C
C
C
C
Ckt
Ao Bo Bo Do Do Ao
A
Ao
CBo CDoB
Bo
CDo CAoD
Do
CAo CBo
− − −
=
− − −
ln
3.2 – Segundo Caso : Estequiometria : 2A + B →→→→ Produtos
Lei de Velocidade :–r A = kCA2CB
Tem-se então que : − = − =rdC
dtkC CA
AA B2
Onde : C C C CAo A Bo B− = −2( ) ou C CC C
B Bo
Ao A= − +2 2
e :
− = − +
dC
dtkC C
C CAA Bo
Ao A2
2 2.
As frações parciais neste caso são da forma: 1
2 2 2 22 2C C C C C C C C CA B A A A A B A Ao o o o( / / ) / /− +
= + +− +
α β γ onde α,β e γ são constantes.
E integrado tem-se:
2
2
1 1 2
2 2( ) ( )ln
C C C C C C
C C
C Ckt
Bo Ao A Ao Bo Ao
Bo A
Ao B−−
+ −
= para MC
CAo
Bo
= ≠ 2
e 1 12 2C C
ktA Ao
− = para MC
CAo
Bo
= = 2
Observação : Se a reação for 2 A + B → Produtos com C CAo Bo
= 2
e − =dC
dtkC CB
A B2 tem-se então que : − = =
dC
dtk C C kCB
B B B( )2 42 3
cuja integração fornece: 1 1
82 2C Ckt
B Bo
− = para C
CAo
Bo
= 2
3.3 – Terceiro Caso : Estequiometria : A + B →→→→ Produtos
Lei de Velocidade :–r A = kCACB2
Uma equação de velocidade deste tipo para a estequiometria apresentada é comum para reações não elementares.
Por exemplo, para A + B → Produtos tem-se que : − = − =rdC
dtkC CA
AB A2
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e integrando: ( )( )
ln ( )C C C C
C C
C C
C CC C kt
Ao Bo Bo B
Bo B
Ao B
Bo AAo Bo
− −+ = − 2
para C
CAo
Bo
≠ 1
e 1 1
22 2C Ckt
A Ao
− = para C
CAo
Bo
= 1 .
4 - Reações de Ordem Zero : A reação é de ordem zero, quando a velocidade de conversão é independente da concentração dos materiais. Assim:
− = − =rdC
dtkA
A onde integrando, tem-se: C C C X ktAo A Ao A− = = para t C kAo
< /