capitulo 4 (problemas) peb

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PROCESSOS EM ENGENHARIA BIOLÓGICA PROBLEMAS RESOLVIDOS E PROPOSTOS CAPÍTULO 4 BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA EM ESTADO NÃO ESTACIONÁRIO Mestrado Integrado em Engenharia Biológica Prof. José A. Leonardo Santos Profª Maria de Fátima C. Rosa Profª Maria Cristina Fernandes 2014/2015 P-5 / FR-101 Fermentador P-1 / V-101 Tanque de mistura P-2 / ST-101 Esterilizador P-3 / G-101 Compressor P-4 / AF-101 Filtro de ar P-6 / AF-102 Filtro de gases S-101 S-102 S-103 S-104 S-105 S-106 S-107 S-108 S-109 S-110

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Page 1: Capitulo 4 (Problemas) PEB

PROCESSOS EM ENGENHARIA BIOLÓGICA

PROBLEMAS RESOLVIDOS E PROPOSTOS

CAPÍTULO 4 – BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA

EM ESTADO NÃO ESTACIONÁRIO

Mestrado Integrado em Engenharia Biológica

Prof. José A. Leonardo Santos

Profª Maria de Fátima C. Rosa

Profª Maria Cristina Fernandes

2014/2015

P-5 / FR-101

Fermentador

P-1 / V-101

Tanque de mistura

P-2 / ST-101

Esterilizador

P-3 / G-101

CompressorP-4 / AF-101

Filtro de ar

P-6 / AF-102

Filtro de gases

S-101

S-102S-103 S-104

S-105

S-106 S-107

S-108S-109

S-110

Page 2: Capitulo 4 (Problemas) PEB
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147

CAPÍTULO 4 – BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA EM

ESTADO NÃO ESTACIONÁRIO

EXEMPLOS RESOLVIDOS

EXEMPLO 4.1

Um reservatório com um volume de 500 L, contém inicialmente 100 L de uma solução. Este

reservatório é alimentado com a mesma solução salina, com um caudal de 50 L/min.

A) Sabendo que simultaneamente o tanque é descarregado com um caudal de 60 L/min, determinar o

tempo necessário para que o tanque fique vazio.

B) Qual deverá ser o caudal de descarga para o tanque transbordar ao fim de 20 min.

Resolução

A) Vamos efectuar um balanço em volume. Mas

antes é conveniente estabelecer quais são as

condições limite.

t = 0 VO = 100 L

t = t V = 0 L

• Balanço ao volume

Caudal de entrada = caudal de saída + acumulação

(FV)E = (FV)S + td

dV

Substituindo os caudais de entrada e de saída vamos obter:

td

dV = 50 – 60 = -10 L/min Neste equação temos uma variável independente (t) e

uma variável depedente (V).

Resolução da derivada e cálculo do tempo:

(FV)E = 50 L/min (FV)S = 60 L/min

VT = 500 L

VO = 100 L

(FV)E = 50 L/min (FV)S = 60 L/min

VT = 500 L

VO = 100 L

Page 4: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

148

dV = -10 dt

(0 – 100) = -10 (t – 0) t = 100/10 = 10 min

O tanque fica vazio ao fim de 10 min

B) • Balanço ao volume Condições limite:

(FV)E = (FV)S + td

dV t = 0 V = 100 L

t = t V = 500 L

td

dV = 50 – (FV)S dV = (50 – (FV)S) dt

(500 – 100) = (50 - (FV)S) (20 – 0)

50 - (FV)S = 20 L/min (FV)S = 30 L/min

EXEMPLO 4.2

Um tanque perfeitamente agitado (com um volume total de 500 L) tem inicialmente 100 L de uma

solução salina, com uma concentração de 10 g/L. Com a finalidade de aumentar a concentração desta

solução, é alimentada ao tanque uma solução do mesmo sal com uma concentração XE e com um caudal

de 50 L/min. Simultaneamente a solução contida no tanque é descarregada com um caudal de 30

L/min. Calcular:

A) O tempo necessário para o tanque transbordar.

B) A concentração de sal na corrente de alimentação (XE), sabendo que ao fim de 5 min de

processamento a concentração na corrente descarregada é de 40 g/L.

Resolução

A) Condições limite:

t = 0 VO = 100 L

t = t V = 500 L

∫∫ =

20

t

0

500

100

d ))(F - (50 dVSV

(FV)E = 50 L/min (FV)S = 30 L/min

VT = 500 L

V0 = 100 LXO = 10 g/L

XE = ? XS = X

X

(FV)E = 50 L/min (FV)S = 30 L/min

VT = 500 L

V0 = 100 LXO = 10 g/L

XE = ? XS = X

X

∫∫ =

t

t

0

0100

d 10- dV

Page 5: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

149

• Balanço ao volume Caudal de entrada = caudal de saída + acumulação

(FV)E = (FV)S + td

dV

Substituindo os caudais de entrada e de saída vamos obter:

td

dV = 50 – 30 = 20 L/min

dV = 20 dt

20 (t – 0) = 500 –100 t = 400/20 = 20 min O tanque transborda ao fim de 20 min

B) Vamos considerar que o tanque está perfeitamente agitado, o que implica que a concentração da

corrente de saída seja igual à concentração dentro do tanque ( xS = x).

Condições limite:

t = 0 VO = 100 L xO = 10 g/L

t = 5 min V = V x = 40 g/L

• Balanço ao soluto (sal):

(FV)E xE = (FV)S xS + (xV)d

d

t

Tendo em consideração que a concentração dentro do tanque e o volume vão variando com o tempo, e

que xS = x, vamos ter que:

50 xE = 30 x + d

dVx

d

dxV

tt+

Na equação anterior temos uma constante (xE) cujo valor queremos calcular, para além de uma

variável independente (t), e de duas variáveis dependentes (x e V). Para podermos resolver a equação

termos de arranjar uma outra equação que relacione uma das variáveis com a variável independente.

∫∫ =

500t

t

1000

dV d20

Page 6: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

150

Relação entre V e t:

td

dV = = 20 L/min (relação obtida na alínea A))

dV = 20 dt

20 t = V –100 V = 100 + 20 t

Substituindo a relação entre V e t no balanço ao sal vamos obter:

50 xE = 30 x + x 20 d

dx)20100( ++

tt

50 xE = 50 x + d

dx)20100(

tt +

50 (xE - x) = d

dx)20100(

tt +

• Separação das variáveis e resolução da equação deferencial:

50 (xE - x) dt = (100 + 20 t) dx

[ ] [ ] ) - ( ln )( ln 40 10 E

5 0 xx 20 100

20

50 =+ t pois: bx a b1

bx a

dxln +

+=∫

−=

+

10 x

40 x -

100

20x5 100

20

50

E

E ln ln

0,177 Exp(-1,73) 10 x

40 x

E

E =−

+=

g/L 46,5

0,177 - 11,77 - 40

xE

==

∫∫ =

Vt

t

1000

dV d20

∫∫ =+

405

t

t

100 x - x

dx

20 100

d50

E

Page 7: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

151

EXEMPLO 4.3

Um copo de vidro contendo 500 mL de água é colocado sobre uma placa de aquecimento. A água,

inicialmente a 15ºC, á aquecida entrando em ebulição ao fim de 8 min.

A) Considerando a evaporação desprezável, escrever a equação diferencial que descreve o processo.

B) Determinar a potência de aquecimento, sabendo que ela não varia com o tempo.

Nota: considerar que toda a potência de aquecimento é utilizada para aquecer a água.

Resolução A) • Balanço entálpico (vamos considerar que as paredes laterais do copo estão perfeitamente isolado)

Energia fornecida = Energia acumulada

Estado de referência:

Donde: Tref = 25ºC

Água -líquida

A variação de entalpia da água será dada pela equação seguinte:

)T - (T C M H refáguaágua P=∆

Então:

=∆ )T - (T C M

d

d H)(

d

drefáguaágua Ptt

em que T = f (t)

Como Mágua = 0,5 kg (a densidade da água pode ser considerada igual a 1 g/cm3); e

Cº kcal/kg 1 C águaP = (não depende da temperatura)

então;

[ ] )T - (T d

dCM H)(

d

drefáguaPágua

tt=∆ =

d

T dCM águaPágua

t Tref = 25ºC = constante

Como se pode observar, a equação obtida não depende da temperatura de referência escolhida (mas

depende do estado de agregação seleccionado).

0,5 L0,5 L

H)( d

d Q

f∆=

t

Page 8: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

152

___________________________________________

NOTA: Se PC depender da temperatura ( (T)PC ), e se essa dependência for dada por um polinómio

do tipo: CP(T) = a + b T + c T2 , então iremos ter que:

[ ] [ ] ∫=∆=∆=∆ dTC d

d M T C

d

d M T C M

d

d H)(

d

d (T) (T) (T) PPP

tttt =

pois:

T

dT C

_C

(T)Pp

∆=∫

e dT CT C (T)(T) P p ∫=∆

donde: =∆ H)(d

d

t

d

T dT c T b aM

d

T dCM )( 2(T)P

tt++=

___________________________________________

Após substituição das constantes na equação anterior vamos obter:

d

T d0,5 H)(

d

d tt

=∆

Deste modo a equação diferencial que descreve o processo de aquecimento referido será:

d

T d0,5 Q

f t=

B) Utilizando a equação obtida na alínea anterior, e tendo em consideração as seguintes condições

limite:

t = 0 T = 15ºC

t = 8 min T = 100ºC

podemos calcular a energia fornecida , por unidade de tempo (isto é: a potência de aquecimento).

Qf dt = 0,5 dT

Qf (8 – 0) = 0,5 (100 – 15)

Qf = 0,5x85 / 8 = 5,31 kcal/min = 370,3 J/s = 370,3 Watt

∫∫ =

1008

t

150

dT 0,5 d Qf

Page 9: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

153

EXEMPLO 4.4

Um solvente líquido a 18ºC, com uma capacidade calorífica de 1,8 kJ/kgºC, é alimentado a um tanque

com agitação, a um caudal de 10 kg/h.. Este solvente é aquecido nesse tanque, que contem

inicialmente 100 kg de solvente a 12ºC, utilizando uma resistência eléctrica imersa no líquido.

Calcular o tempo necessário para que a temperatura do solvente alcance os 50ºC, sabendo que a

potência de aquecimento é de 1,2 kW e que o solvente aquecido é descarregado com um caudal igual

ao da alimentação.

Resolução

•••• Condições limite:

t = 0 T = 12ºC

t = t T = 50ºC

•••• Balanço entálpico

•••• Estado de referência:

td

H d HHQ

SEf

∆+∆=∆+ Tref = 12ºC

Solvente -líquida

A derivada da variação de entalpia do solvente será dada pela equação seguinte:

[ ] )T - (T C M d

d H)(

d

drefsolvsolv Ptt

=∆

em que Msolv = 100kg

Cº kJ/kg 1,8 C solvP = (não depende da temperatura)

então;

[ ] )T - (T d

dCM H)(

d

drefsolvPsolv

tt=∆ =

d

T dCM solvPsolv

t =

d

T d180

t(kJ/h)

•••• Calor fornecido pela resistência (constante com o tempo): Qf = 1,2 kW = 4320 kJ/h

(FM)E = 10 kg/h (FM)S = 10 kg/h

MT = 100 kg

TE = 18ºC

Solvente

T

Solvente

TS = T

ResistênciaEléctrica

(FM)E = 10 kg/h (FM)S = 10 kg/h

MT = 100 kg

TE = 18ºC

Solvente

T

Solvente

TS = T

ResistênciaEléctrica

Page 10: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

154

•••• Variação de entalpia das correntes de entrada (E) e de saída (S):

∆HE = (FM)E CP (TE – Tref) = 10 x 1,8 (18 – 12) = 108 kJ/h

kg/h kJ/kgºC ºC

∆HS = (FM)S CP (TS – Tref) = 10 x 1,8 (T – 10) = 18 (T – 10) kJ/h

Substituindo no balanço entálpico:

4320 + 108 = 18 (T – 12) + d

T d180

t

4644 = 18 T + d

T d180

t 4644 - 18 T =

d

T d180

t

Dividindo ambos os membros da equação põe 180:

25,8 – 0,10 T = d

T d t

• Resolução da equação diferencial:

t = [ ] 5012

T) 0,10 - (25,8 0,10

1 ln−

t = h1,7 x12 0,10 - 25,8x50 0,10 - 25,8

0,10

1 ln =−

T ,100 5,82

dT d

50

120

∫∫ −=

t

t

Page 11: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

155

EXEMPLO 4.5

Pretende-se aquecer uma casa de habitação, inicialmente à temperatura de 10ºC, até à temperatura

de 22ºC. Esta casa apresenta uma “capacidade de aquecimento” (massa a aquecer x capacidade

específico) de 2800 kJ/ºC e uma potência máxima de aquecimento de 20 kWatts.

A) Determine o tempo necessário para realizar o aquecimento pretendido, considerando a casa

perfeitamente isolada do exterior.

B) Na realidade existe calor que se perde para o exterior através das paredes e do telhado. Este

calor perdido é proporcional à diferença de temperaturas entre o interior e o exterior da casa:

Qp = k (Tinterior - Texterior)

Sabendo que k = 600 kJ/(ºC h) e que Texterior = 2ºC, determine o tempo necessário para realizar o

aquecimento pretendido.

Resolução

A) Dados: Potência de aquecimento = 20 kWatts = 20 kJ/s = 72000 kJ/h = Qf

Capacidade de aquecimento = 2800 kJ/ºC

• Condições limite: t = 0 Tinicial = 10ºC

t = t Tfinal = 22ºC

• Balanço entálpico

• Estado de referência:

tdH d

Qf

∆= Tref = 25ºC

Estado de agregação: igual ao estado físico dos vários

componentes da casa

Como já foi visto anteriormente;

[ ] )T - (T d

dCM H)(

d

drefP

tt=∆ =

d

T dCM P

t Tref = 25ºC = constante

em que PCM é a capacidade de aquecimento da casa ( kg x (kJ/kgºC) = kJ/ºC), que é constante.

Deste modo:

Page 12: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

156

H)(d

d∆

t =

tt d

T d 2800

d

T dCM P =

Substituindo no balanço entálpico vamos obter:

72000 = td

T d 2800 ou:

td

T d

28720

=

• Resolução da equação diferencial obtida:

min 28 h0,467 10) - 22 ( 720

28 ===t

B) Dados: Potência de aquecimento = 20 kWatts = 20 kJ/s = 72000 kJ/h = Qf

Capacidade de aquecimento = 2800 kJ/ºC

Calor perdido = 600 (Tinterior – Testerior) = QP

Temperatura exterior = 2ºC (constante com o tempo)

• Condições limite: t = 0 Tinicial = 10ºC

t = t Tfinal = 22ºC

• Balanço entálpico

Estado de referência: igual ao da alínea anterior

tdH d

Q QPf

∆+=

Tendo em consideração a alínea anterior temos que:

72000 = Qp +td

T d 2800

O calor perdido para o exterior através das paredes e do telhado pode ser quantificado através da

seguinte equação:

∫∫ =

22t

t

100

dT d 28

720

Page 13: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

157

QP = U A (Tinterior – Texterior)

em que: U é o coeficiente global de transferência de calor

A é a área de transferência de calor

Para a situação em causa temos que U A = k = 600 kJ/(ºC h), e Texterior = 2ºC = constante, enquanto

que a Tinterior varia entre 10 e 22ºC. Deste modo:

72000 = 600 (T – 2) +td

T d 2800

ou: 120 = (T – 2) +td

T d4,67

(122 – T) =td

T d4,67

• Resolução da equação diferencial obtida:

[ ]2210 T) - 122 ( ln 4,67 −= t

min 32 h 0,529 10 - 122

22 - 122 ln4,67 ==−=

t

EXEMPLO 4.6

1000 moles de uma mistura líquida (constituída por 70% do composto A e 30% do composto B (%

molares)) é sujeita a uma destilação à temperatura de 120ºC. Estabelecer a equação que descreve o

processo quando:

A) A destilação é semicontínua (somente com saída de destilado).

B) A destilação é contínua, com uma alimentação (contendo 70% de A e 30% de B (% molar)) de 50

moles/min de mistura líquida. Considerar que a massa da mistura líquida dentro do destilador não

varia com o tempo.

Dados: Relação entre a fracção molar do composto A no líquido (xA) e no vapor (yA): yA = 2,4 xA

∫∫ =

22t

t

100 T - 122

dT 4,67 d

Page 14: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

158

Resolução

A)

Nomenclatura a utilizar: L – moles de mistura líquida no destilador

V – moles de vapor por unidade de tempo

xA; xB – fracção molar dos componentes A e

B , no líquido

yA; yB – fracção molar dos componentes A e

B , no vapor

Neste exemplo temos dois compostos em equilíbrio entre o líquido e o vapor, em que L, V, xA (e xB) e

yA (e yB) variam com o tempo de operação.

• Condições limite:

t = 0 L = 1000 moles xA = 0,7 (xB = 0,30) yA = 0 (yB = 0)

t = t L = L xA = xA yA = yA

Como temos dois componentes poderemos estabelecer dois balanços de massa

• Balanço de massa total: No balanço só iremos ter uma saída de vapor e a acumulação de mistura líquida, isto é:

td

dL V 0 +=

ou: V- d

dL =

t

Com o aumento de t, L vai diminuir, sendo assim (dL/dt) é negativo (acumulação negativa ou depleção).

• Balanço ao composto A:

Como xA e L dependem do tempo, vamos desenvolver a derivada:

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xAL

V

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xA

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xA

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xAL

V

V y- d

L) (x d A

A =t

d

x d L

d

L d x

d

L) (x d A

AA

ttt+=

Page 15: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

159

e substitui-la no balanço, juntamente com a substituição de V utilizando o balanço total:

Tendo em consideração a relação entre a composição do vapor e do líquido:

yA = 2,4 xA

podemos substituir a variável yA do balanço:

e reagrupar o termos em (dL/dt):

Para além da variável independente t, a equação anterior apresenta duas variáveis dependentes. Para

resolver este problema podemos tratar a variável independente como uma variável algébrica e

eliminá-la dos 2 membros da equação. Temos assim a seguinte equação diferencial, que relaciona a

variação da fracção molar do componente A no líquido com o número de moles total dentro do

destilador:

L dxA = 1,4 xA dL

• Resolução da equação diferencial:

Separando as varáveis:

e integrando, utilizando os limites de integração já referidos:

ttt d

L d y

d

x d L

d

L d x

AA

A=+

ttt d

L d x 2,4

d

x d L

d

L d x

AA

A=+

tt d

L d ) x - x (2,4

d

x d L

AAA = tt d

L d x 1,4

d

x d L

AA =

L

L d 1,4

x

x d

A

A =

∫∫ =

L

1000

X

0,7L

L d 1,4

x

x dA

A

A

tt d

L d ) x - x (2,4

d

x d L

AAA =

Page 16: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

160

1000

L 1,4

0,7

x lnln A

=

donde:

)4,1/1(

0,7 x

1000 L A

= e finalmente: L = 1290 xA

0,714

A variação gráfica de L com xA é dada pela

figura ao lado.

Por exemplo, para uma fracção de A no líquido

de 0,20 (xA = 0,20), L será igual a 408 moles.

B)

Nomenclatura a utilizar:

Para além da nomenclatura já utilizada na

alínea anterior, vamos ainda considerar:

LF - moles de mistura líquida na alimentação

fresca, por unidade de tempo.

xFA; xFB – fracção molar dos componentes A e

B , na alimentação fresca.

• Condições limite:

t = 0 L = 1000 moles xA = 0,7 (xB = 0,30) yA = 0 (yB = 0)

t = t L = 1000 moles xA = xA yA = yA

• Balanço de massa total:

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0 200 400 600 800 1000

L (moles)

XA

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xAL

VAlimentação fresca50 moles/min

A – 70%B – 30%

(% molar)

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xA

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

Aquecimento (vapor)

Condensador

Destilador

Águalíquida

correntelíquida

correntegasosa

xB

yA ; yB

xAL

VAlimentação fresca50 moles/min

A – 70%B – 30%

(% molar)

L

VAlimentação fresca50 moles/min

A – 70%B – 30%

(% molar)

Page 17: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

161

Para além de uma saída de vapor e uma acumulação de mistura líquida agora iremos ter uma entrada

(alimentação fresca), isto é:

td

dL V L F +=

Como a massa (ou o volume, se a densidade for constante) é considerada constante dentro do

destilador, vamos admitir que o nº de moles também não varia. Assim:

0 d

dL =

t e LF = V

• Balanço ao composto A:

Como L é constante, e tendo em consideração os dados do problema, vamos ter:

td dx

100050x2,4x0,70x50 AA +=

ou seja:

td dx

1000x20153 AA +=

Dividindo ambos os membros da equação por 1000, vamos ter:

td dx

x201,050,03 AA +=

ou:

td dx

x201,050,03 AA =− Equação diferencial que descreve a variação de xA com o tempo.

Separando as variáveis:

A

A

x201,050,03 dx

d−

= t

e integrando (utilizando os limites de integração já referidos):

d

L) (x d V y L x A

AA F F t+=

∫∫ =A

A

A

x

0,70x 0,120 - 0,035

x d d

t

t

Page 18: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

162

Tendo em consideração a seguinte primitiva bx a b1

bx a

dxln +

+=∫ , o integral anterior vai

originar que:

0,120x0,70 - 0,035

x 0,120 - 0,035 ln

0,120

1 A - =t

049,0

x 0,120 - 0,035l

0,120

1 - An=t

e finalmente:

25,13 x 0,120 - 0,0350,120

1A ln - −=t

O perfil da variação de xA com o tempo de operação está indicado na figura seguinte. Como se pode

observar, com o aumento do tempo a fracção de A tende para um valor de equilíbrio, isto é atinge-se

o estado estacionário.

A fracção de A no estado estacionário ( (xA)EE ) pode ser determinada através do balanço de massas

ao composto A quando a acumulação é nula, isto é:

td dx

1000x20153 AA +=

[ ] AA

x

0,7

x 0,120 - 0,035 0,120

1- ln=t

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8

XA

Tem

po (min)

Page 19: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

163

0 d

dx A =t

EA E)x( 20153 =

(xA)EE = 35/120 = 0,292

A equação da variação de t com xA: 25,13 x 0,120 - 0,0350,120

1A ln - −=t

pode ser escrita do seguinte modo:

) 3,016 120,0 ( EXP 0,120

1 - 0,292 x

A−−= t

A fracção de A no estado estacionário pode ainda ser calculada através do limite da equação

anterior quando o tempo tende para infinito, ou seja:

0,292 )3,016 120,0( EXP 0,120

1 - 0,292 lim

)(x lim A

=−−

∞→=

∞→

t

tt

EXEMPLO 4.7

Um reactor, com um volume inicial VO, é alimentado continuamente por uma solução aquosa de um

reagente S. Esta corrente líquida apresenta um caudal volumétrico constante (FV)E (L/h) e uma

concentração do reagente [S]E (g/L). O reagente S é convertido com uma velocidade rS dada por:

rS = k [S]

em que [S] é a concentração do reagente no reactor e k é a constante de velocidade.

Assumindo que a densidade permanece constante, estabelecer:

A) A equação que relaciona a variação do volume do reactor com o tempo.

B) A equação diferencial que relaciona a variação da concentração de S dentro do reactor com o

tempo.

Resolução

A)

• Condições limite: t = 0 V = Vo

t = t V = V

Page 20: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

164

• Balanço ao volume:

tddV

)(FEV

=

• Resolução da equação diferencial (relação entre V e t):

V = Vo + (FV)E t

B)

• Balanço de massa ao reagente S:

[ ] [ ]td

V)S( d V S )(F

SEEVr += em que (rSV) dá-nos a quantidade de reagente S

convertido, por unidade de tempo. tendo em consideração que S e V variam com o tempo, e que rS = k [S], então:

[ ] [ ] [ ] [ ]tt dV d

S d

S dV V S k S )(F EEV

++=

Como vimos na alínea A) que: )(F ddV

EV=

te V = Vo + (FV)E t

podemos utilizar estas equações no balanço ao reagente S:

[ ] [ ] [ ] [ ] S )(F d

S d ) )(FVo( ) )(FVo( S k S )(F

EVEVEVEEV ++= ++

ttt

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]) )(F (Vo

) )(F (Vo S k -

) )(F (Vo

S )(F - S )(F

) )(F (Vo

) )(F (Vo S k - S )(F - S )(F

d S d

EV

EV

EV

EVEEV

EV

EVEVEEV

tt

ttt

t +

+

+=

+

+=

ou: [ ] [ ] [ ] [ ] S k - ) S -S (

) )(F (Vo

)(F

d S d E

EV

EV

tt +=

∫∫ =

Vt

t

Vo0

dV d )(FEV

Page 21: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

165

PROBLEMAS PROPOSTOS

PROBLEMA 4.1

Um tanque cilíndrico com uma altura de 4 m e com um diâmetro de 2 m está cheio de uma solução

salina. Determine o tempo necessário para esvaziar este tanque através de um orifício de 3 cm2 de

área, colocado na sua base.

Dado: A velocidade de escoamento (caudal volumétrico por unidade de área) através do orifício, v,

pode ser calculada utilizando a seguinte equação:

h g 2 0,62 v =

em que g é a aceleração da gravidade e h é a altura da solução no tanque, SI.

PROBLEMA 4.2

I. Um reservatório cónico, de acordo com a figura seguinte, está cheio de água. Sabendo que esta

água se escoa com um caudal de 0,008h2 m3/min, em que h é a altura da água no reservatório (em m),

determine o tempo necessário para se atingir um escoamento de 80% da água inicial.

II. Após o escoamento de 80% da água inicial inicia-se a alimentação do mesmo tanque com água

com um caudal constante de 20 L/min.

A) Verifique se o tanque atinge um estado estacionário (para esta situação indique a altura a que tal

aconteceria) ou se enche ou esgota completamente.

B) Determine o tempo necessário para se atingir a situação referida na alínea A) (nota: utilizando o

valor da altura de água no reservatório, h, obtido na alínea anterior, obter-se-ia que t=∞. Para evitar

esta situação utilize a altura de 0,95h).

2 m

2 m

Page 22: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

166

Dados:

Reservatório cónico utilizado:

Volume : h r V 2

3=

π

Relação entre a altura (h) e o raio (r): h = 2 r

Derivada: ���

��� 3�

��

��

PROBLEMA 4.3

Uma cratera de forma cónica (possivelmente formada pela queda de um meteorito há alguns milhões

de anos atrás) é subitamente alimentada por um pequeno rio, com um caudal constante de 500 m3/h,

formando-se um lago. Esta lago apresenta um volume dado por (4/3 π H3), em que H é a sua

profundidade.

A) Considerando que a água do rio introduzida na cratera não é esgotada (a evaporação e as

infiltrações são consideradas nulas), deduza uma equação dê a variação da profundidade do lago com

o tempo (H = f(t)).

B) Considere agora que a água no lago se esgota por evaporação. Sabendo que a velocidade de

evaporação, que é proporcional à área da superfície do lago, é dada por 0,75H2 (em m3/h), determine

a profundidade do lago no estado estacionário.

C) Depois de se ter atingido o estado estacionário, o caudal de água do rio cessa repentinamente. O

nível da água no lago começa a diminuir devido à evaporação.

1. Deduza uma equação dê a variação da profundidade do lago com o tempo (H = f(t)), para esta

nova situação.

2. Ao fim de quantos dias o lago fica seco?

PROBLEMA 4.4

Um reservatório contendo 10 kg de uma mistura de ácidos gordos (composta inicialmente por 95%

(m/m) de ácido oleico e 5% (m/m) de ácido palmítico) é alimentado com ácido palmítico, com um

caudal de 4,0 kg/h. Sabendo que ocorre simultaneamente descarga da mistura, com um caudal igual

ao da alimentação, determine o tempo necessário para que a mistura líquida apresenta 30% (m/m) de

ácido palmítico. Admita que a densidade dos dois ácidos é igual e que o reservatório é perfeitamente

agitado.

Page 23: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

167

PROBLEMA 4.5

Pretende-se diluir uma solução de sacarose, contida num reservatório com uma capacidade de 42 L,

através da adição de água com um caudal de 3 L/min. A solução inicial de sacarose apresenta uma

concentração de 20 g/L e um volume de 10 L. Admitindo que a densidade é constante, determine o

tempo ao fim do qual se atingirá uma concentração final de 5 g/L, se:

A) Não ocorrer descarga de solução.

B) Ocorrer descarga de solução com uma velocidade igual à velocidade de entrada de água no

reservatório

PROBLEMA 4.6

A) Pretende-se diluir uma solução de 30 g NaCl/L, contida num reservatório cilíndrico,

perfeitamente agitado, com um volume de 100 L, através da adição de uma solução do mesmo sal

contendo 2 g/L e com um caudal de 5 L/min. Sabendo que a velocidade de entrada da solução no

reservatório é igual a velocidade de saída, escreva a equação que descreve a variação da

concentração de sal no reservatório com o tempo de operação.

B) Se solução salina efluente do reservatório for recolhida noutro reservatório, qual será a

concentração de sal neste 2º reservatório ao fim de 30 min de operação.

PROBLEMA 4.7

Um copo com 1 L de água à temperatura de 20ºC é aquecido numa placa eléctrica, verificando-se que

ao fim de 10 min a água entra em ebulição (pressão atmosférica = 760 mm Hg). O calor perdido por

radiação (em kcal/min), para a situação em causa, é dado por 0,5(T - 20), em que T é a temperatura

da água (em ºC). Determine a potência de aquecimento da placa utilizada, desprezando a evaporação

que possa ocorrer.

PROBLEMA 4.8

Um fermentador cilíndrico com um volume útil de 20 L contém meio de fermentação à temperatura

ambiente (25ºC). Pretende-se esterilizar este meio à temperatura de 121ºC, utilizando vapor

saturado à temperatura média de 138ºC. Este vapor circula numa camisa de aquecimento de paredes

concêntricas ao fermentador.

Calcular o tempo necessário para se atingir a temperatura de esterilização.

Dados:

♦ O fermentador apresenta uma relação entre a altura (H) e o diâmetro (D) dada por H = 2D

♦ Coeficiente global de transferência de calor = 0,8 cal/(cm2 min ºC)

Page 24: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

168

♦ Meio de fermentação:

densidade: ρ = 0,945 g/cm3

capacidade calorífica: Cp(cal/gºC) = 0,863 + 0,00086 T(ºC)

♦ Admita que o topo e a base do fermentador estão perfeitamente isolados.

PROBLEMA 4.9

A sonicação é um método mecânico de ruptura celular que utiliza ultrasons. Este método é

normalmente utilizado na desintegração de células microbianas. Da potência de sonicação aplicada

uma pequena parte é transmitida à suspensão celular a processar sob a forma de vibrações através

de uma sonda metálica nele mergulhada. No entanto a grande parte dessa potência é transmitida na

forma de calor, o que vai provocar o aumento da temperatura do caldo.

Pretende-se realizar a ruptura de uma suspensão celular durante 10 min, utilizando uma potência de

sonicação de 150 Watts, da qual 70% é transmitida na forma de calor à suspensão.

A) Sabendo que a suspensão a processar, inicialmente à temperatura ambiente (considere 20ºC), se

encontra num reservatório cilíndrico adiabático (figura A)), determine a temperatura no final do

processamento.

B) Para que a temperatura da suspensão não atinja valores muito elevados pode-se utilizar um

reservatório com camisa de arrefecimento (figura B)) onde circula um fluido de refrigeração à

temperatura de 6ºC (considerada constante). Se a temperatura inicial da suspensão for agora de

10ºC, qual será a temperatura no final do processamento?

Dados:

♦ Suspensão celular: Calor específico a pressão constante = 0,960 cal/gºC

Densidade = 0,980 g/cm3

♦ Coeficiente global de transferência de calor = 0,7 cal/(cm2 min ºC)

5,0 cm

12,7 cm

Suspensão Celular

Sonicador

Figura A)

5,0 cm

12,7 cm

Suspensão Celular

Sonicador

Fluido deRefrigeraçãoT = 6ºC

Fluido deRefrigeraçãoT = 6ºC

Figura B)

5,0 cm

12,7 cm

Suspensão Celular

Sonicador

Figura A)

5,0 cm

12,7 cm

Suspensão Celular

Sonicador

Fluido deRefrigeraçãoT = 6ºC

Fluido deRefrigeraçãoT = 6ºC

Figura B)

Page 25: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

169

PROBLEMA 4.10

Uma mistura líquida, inicialmente com 5000 moles, composta por 40% de acetona e 60% de água (%

molares) é sujeita a uma destilação simples, à temperatura de 80ºC. Durante o processo, o

destilador é alimentado com uma mistura fresca (40% molar de acetona) com um caudal de 100

moles/min.

Sabendo que o volume do destilador permanece constante, e que a relação entre a fracção molar da

acetona do vapor (y) e o líquido (x) é dada pela seguinte equação:

x 3,5 1x 4,5

y+

=

determinar:

A) O tempo necessário para que a fracção molar da acetona no líquido passe dos 0,40 para os 0,20.

B) A fracção molar da acetona no líquido quando se atingir o estado estacionário.

PROBLEMA 4.11

Um destilador semicontínuo (somente com saída de vapor) é carregado com 100 kmoles de uma

mistura líquida composta por butano (50% molar) e propano. O vapor obtido pode ser considerado em

equilíbrio com o líquido. Este equilíbrio pode ser quantificado pela seguinte relação:

x 1x

y+

=

em que x e y são as fracções molares do butano no líquido e no vapor, respectivamente.

A) Estabelecer a equação que relaciona a quantidade de líquido no destilador (em kmoles) com a

fracção molar do butano no líquido.

B) Quantas kmoles de mistura líquida permanecem no destilador quando esta apresentar 70% de

butano.

PROBLEMA 4.12

Para baixas concentrações um determinado composto dissolve-se em água com uma velocidade (v)

proporcional à quantidade não dissolvida:

v = k (Mo – M)

em que Mo e M são as massas inicial e dissolvida, respectivamente.

Num ensaio isotérmico partiu-se de 10 kg de composto sólido e de 1000 kg de água pura, tendo-se

verificado que ao fim de 1 horas a concentração de composto dissolvido era de 0,002 g/g solução. Se

continuasse o ensaio qual seria a percentagem de composto inicial dissolvido ao fim de 6 horas?

Page 26: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

170

PROBLEMA 4.13

Considere a reacção enzimática de 1ª ordem em que o reagente A forma o produto B. Sabendo que

ao fim de 1 e 2 horas de reacção a massa de A é de 340 e 120 g, respectivamente, determine a

massa inicial deste reagente.

PROBLEMA 4.14

Considere um tanque com uma capacidade de 100 L, perfeitamente agitado, onde está dissolvido, em

água, 1,5 kg de um sal. Com a finalidade de diluir este sal é introduzido água no tanque com um caudal

de 5 L/min. Considere que o caudal de saída de solução do tanque é igual ao caudal de entrada de

água, e que a densidade da solução pode ser considerada igual à densidade da água.

A) Determine a massa de sal dentro do tanque ao fim de 15 min de operação.

B) Assumindo que o sal é consumido dentro do tanque segundo uma reacção de 1º ordem (k = 0,02

min-1), determine o tempo de operação necessário para que a concentração do sal seja 1/20 da sua

concentração inicial.

PROBLEMA 4.15

A glucose isomerase é um enzima utilizado na obtenção de xaropes de frutose a partir da glucose,

de acordo com a seguinte reacção:

Glucose → Frutose Esta reacção ocorre num reactor descontínuo isotérmico. A velocidade de consumo de glucose por

unidade de volume, rA, é directamente proporcional à concentração mássica de glucose no reactor (a

constante de velocidade é igual a 0,15 min-1).

Sabendo que a concentração inicial de glucose era de 10 g/L, escreva a equação diferencial que

descreve este processo e calcule o tempo necessário para que a conversão seja de 90%.

PROBLEMA 4.16

Uma determinada levedura (biomassa) é utilizada para converter anaerobicamente glucose em

etanol, num fermentador descontínuo com uma capacidade útil de 50 L. Sabendo que a taxa

específica máxima de crescimento (µm) deste microrganismo é de 0,3 h-1, que a taxa específica de

formação de produto (qp) é de 3,4 h-1 e que o inicialmente existia 5 g de biomassa (biomassa

proveniente do inóculo), determine:

A) O tempo de duplicação do microrganismo.

B) O tempo necessário para que a concentração de biomassa no fermentador seja de 0,3 g/L.

C) O tempo necessário para se produzir 100 g de etanol (nota: o etanol produzido está relacionado com a

biomassa produzida).

Page 27: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

171

PROBLEMA 4.17

A urease é uma enzima que catalisa a reacção de hidrólise da ureia:

Ureia + H2O → CO2 + 2 NH3

em que velocidade de hidrólise pode ser descrita pela equação de Michaelis-Menten.

Se a reacção ocorrer num reactor descontínuo isotérmico, para uma determinada concentração de

enzima activa e para uma concentração inicial de ureia de 6,4 g/L, verifica-se que a concentração de

ureia ao fim de 10 min de hidrólise é de 2,0 g/L. Determine o tempo de reacção necessário para que

a concentração de ureia residual seja de 1% da concentração inicial.

Dados

• Peso molecular da ureia (H2NCONH2) = 60,1 g/mol

• Equação de Michaelis-Menten: Am

AA C K

C r max

+=

V

em que Vmax é a velocidade de reacção máxima, Km é a constante de Michaelis (para a urease

Km = 0,0105 M) e CA é concentração de ureia.

PROBLEMA 4.18

Um lago é alimentado por um rio e esgotado por evaporação (não ocorrem perdas por infiltração),

podendo-se considerar os dois caudais mássicos iguais. Subitamente um poluente (composto X) é

continuamente descarregado no rio. Este poluente não é volátil, acumulando-se no lago.

A) Estabeleça a variação com o tempo da concentração do poluente no lago.

B) O poluente X decompõe-se em substâncias inertes com uma velocidade proporcional à sua

concentração em água: rX = k [X], em que [X] é a concentração do poluente no lago, em kg/m3 de

água. Estabeleça a variação com o tempo da concentração do poluente no lago, quando a

decomposição é incluída.

C) Calcule a concentração do poluente no lago quando se atingir o estado estacionário.

Dados:

- Volume da água no lago = 5,0x1012 m3

- Caudal do rio = 8,0x1010 m3/dia

- Concentração de X no rio = 0,35 kg/m3 de água

- Constante de velocidade de decomposição do poluente X = 0,05 h-1

Page 28: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

172

SOLUÇÕES DOS PROBLEMAS

PROBLEMA 4.1 PROBLEMA 4.2

t = 4,2 h I. t = 81,5 min

II. A) Atinge-se um estado estac. (hEE = 1,6 m)

B) t = 103 min

PROBLEMA 4.3 PROBLEMA4.4

A) H(m) = 4,92 t1/3 t = 45,8 min

B) H = 25,8 m

C) t = 18 dias

PROBLEMA 4.5 PROBLEMA 4.6

A) t = 10 min A) x = 2 + e(3,332 – 0,050 t) ou x = 2 + 28e( – 0,050 t)

B) t = 4,6 min B) Conc. = 14,5 g/L

PROBLEMA 4.7 PROBLEMA 4.8

Pot = 2,8 kWatts t = 12,3 min

PROBLEMA 4.9 PROBLEMA 4.10

A) T = 84ºC A) t = 0,83 h

B) T = 17ºC B) (xacetona)EE = 0,13

PROBLEMA 4.11 PROBLEMA 4.12

A)

+=

x0,5

0,51

- x1

100L

lnln Mdiss = 73,8% da massa inicial

B) L = 40,3 kmoles

PROBLEMA 4.13 PROBLEMA 4.14

MAo = 963 g A) Msal = 0,71 kg

B) t = 42,8 min

PROBLEMA 4.15 PROBLEMA 4.16

(dC/dt) = -kC ; t = 15,4 min A) td = 2,3 h

B) t = 3,7 h

C) t = 3,4 h

Page 29: Capitulo 4 (Problemas) PEB

Processos em Engenharia Biológica – Capítulo 4

173

PROBLEMA 4.17 PROBLEMA 4.18

t = 18 min A) [X] (g/cm3) = 0,233 t (h)

B) [X] (g/cm3) = 0,0047(1- e –1,2 t(dia))

C) [X]EE = 4,7 g/cm3

Nota:

Alguns dos exemplos resolvidos e dos problemas propostos foram adaptados das seguintes referências: R. M. Felder e R. W. Rousseau (2000)“Elementary Principles of Chemical Processes”, 3ª edição, John Wiley, New York P. M. Doran (2013) “Bioprocess Engineering Principles”, 2ª edição , Academic Press, New York D. M. Himmelblau (1996) “Basic Principles and Calculations in Chemical Engineering”, 6ª edição, Prentice Hall PTR, New Jersey T. C. Ducan e J. A Reimer, (1998) “Chemical Engineering Design and Analysis – An Introduction”, Cambridge University Press

TABELAS DE PRIMITIVAS

1nx

dxx1n

n +

=+

∫ ; para n≠-1 2bx)(a2b1

dx bx) a( ++ =∫

bx a b1

bx a

dxln +

+=∫ ( )bx a ln a - bx a

b

1dx

bx a

x2

+++

=∫

x ax a

2a1

x - a

dxln

22 −+=∫

xax a

xa

x - dx x a

xln

22

2

−+

+=−∫

para x2 < a2

axax ea1

dxe =∫ x - ax ln x dx ax ln =∫