capítulo 3 – o apito da fábrica

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SOCIOLOGIA PROF. MS. ____________ ESTUDO DIRIGIDO E PESQUISAS Capítulo 3 – O apito da fábrica EQUIPE MATRÍCULA NOME 1 2 3 4 5 Filme Tempos Modernos 1. Monitorando a Aprendizagem: 1. Leia o texto abaixo: “Chama-se suicídio todo caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima e que ela sabia que deveria produzir esse resultado. [...] Mas o fato assim definido interessa ao sociólogo?” Émile Durkheim, O suicídio, 1897. O mercado, adverte Durkheim, precisa de uma ética que deverá ser mais forte do que a pura lógica econômica. Deixado sem freio, sem regra, sem norma, o mercado não tem limite. Tudo se vende e tudo se compra, se houver quem compre. O papel de regulador da ética do mercado deveria ser desempenhado, nos sugere Durkheim, pelas corporações profissionais. Diferentemente dos sindicatos, nos quais se reúnem patrões de um lado e empregados do outro, as corporações unificariam as diferentes categorias interessadas no processo de produção. Dentro delas conviveriam tanto os “dirigentes” quanto os “executores”. Ou seja, tanto o dono da fábrica quanto Carlitos e seus companheiros. NOTA

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Page 1: Capítulo 3 – O apito da fábrica

SOCIOLOGIA PROF. MS. ____________ ESTUDO DIRIGIDO E PESQUISAS Capítulo 3 – O apito da fábrica

EQUIPE

MATRÍCULA NOME

1

2

3

4

5

Filme Tempos Modernos

1. Monitorando a Aprendizagem:

1. Leia o texto abaixo:

“Chama-se suicídio todo caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou

negativo, executado pela própria vítima e que ela sabia que deveria produzir esse resultado. [...] Mas

o fato assim definido interessa ao sociólogo?”

Émile Durkheim, O suicídio, 1897.

O mercado, adverte Durkheim, precisa de uma ética que deverá ser mais forte do que a pura

lógica econômica. Deixado sem freio, sem regra, sem norma, o mercado não tem limite. Tudo se

vende e tudo se compra, se houver quem compre. O papel de regulador da ética do mercado deveria

ser desempenhado, nos sugere Durkheim, pelas corporações profissionais. Diferentemente dos

sindicatos, nos quais se reúnem patrões de um lado e empregados do outro, as corporações

unificariam as diferentes categorias interessadas no processo de produção. Dentro delas conviveriam

tanto os “dirigentes” quanto os “executores”. Ou seja, tanto o dono da fábrica quanto Carlitos e seus

companheiros.

NOTA

Page 2: Capítulo 3 – O apito da fábrica

Neste texto, Durkheim indaga se o suicídio é um fato social - pois esse é o objeto que o

sociólogo estuda. Com base nas características do fato social, responda à questão levantada pelo

autor.

Partindo da ideia de que o indivíduo é produto da sociedade. Durkheim diz

que o objetivo da sociologia é o fato social, sendo este, todos os fenômenos que se

dão no interior da sociedade que apresentem algum interesse social. O fato social é

então definido como “toda maneira de fazer, fixado ou não, suscetível de exercer

sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral

na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência

própria, independente de suas manifestações individuais”. Ou seja, o homem age

está sempre condicionado pela sociedade, logo a sociedade é que explica o

indivíduo, as formas de agir apresentam um tríplice caráter: são exteriores (provem

da sociedade e não do indivíduo); são coercitivos (impostas pela sociedade ao

indivíduo); e, objetivas (têm uma existência independente do indivíduo).

Então em minha opinião, Durkheim trata o suicídio de forma não psicológica e

individual, mas de forma social, onde o suicídio só ocorre tanto pela falta da ação da

pessoa de contornar seus problemas, quanto pela pressão que está sociedade

exercida sobre ele.. É daí que Durkheim consegue definir os 3 tipos de suicídio do

ponto de vista sociológico (egoísta, altruísta e anômico).

2. Com suas palavras, defina a solidariedade mecânica e a solidariedade

orgânica.

Solidariedade Mecânica: é muito comum nas sociedades "primitivas" ou em

organizações tribais, pois nestas sociedades, os indivíduos compartilham dos

Page 3: Capítulo 3 – O apito da fábrica

mesmos ideais e valores, tanto religioso como em interesses materiais necessários a

subsistência do grupo. Ou seja, para o indivíduo, seu desejo e sua vontade são o

desejo e a vontade da coletividade do grupo, o que aumenta a harmonia social.

Solidariedade Orgânica: predomina nas sociedades "modernas", pois existe

uma maior diferenciação individual e social, principalmente nas sociedades

capitalistas. Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os

interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é

maior. Porém esse caráter individual, não enfraquece a sociedade, pois os

indivíduos terminam se unindo a procura de um objetivo comum a manutenção da

individualidade. Ou seja, os indivíduos se unem não porque se sentem semelhantes

ou porque haja consenso, mas sim porque são interdependentes dentro da

sociedade.

3. Sempre ouvimos dizer que a educação formal (a que acontece nas escolas)

e a educação informal (a que acontece no ambiente familiar, na igreja ou em

outros espaços) são fundamentais para integrar os indivíduos á sociedade –

seja porque elas unem as gerações mais novas ás mais antigas, seja porque

transmitem aos indivíduos as regras e valores da sociedade em

determinado momento. Esta afirmação está afinada como pensamento de

Durkheim, que julgava a educação um fato social de maior importância.

Você concorda com essa ideia? Argumente.

Sim. Pois só através da educação é possível transmitir as tradições às

pessoas, para adapta-las à sociedade, já que isso não ocorre biologicamente.

Page 4: Capítulo 3 – O apito da fábrica

Durante a educação é que se forma o indivíduo social. Se por um lado a educação

formal nos ensina a aceitar uma determinada língua materna, por outro temos uma

geração mais velha, que já está socializada, repassando os códigos de convivência

social à geração mais jovem. Ou seja, os dois tipos de educação tem uma

importante tarefa na nossa conformação à sociedade em que vivemos, a ponto de,

após algum tempo, tomarmos as regras impostas como pessoais e transforma-las

em hábitos.

4. Leia o texto abaixo:

A CULTURA DA MANDIOCA PELOS APURINÃ

A mandioca tem uma grande importância cultural na base alimentar para o povo Apurinã.

No interior da comunidade, cada família tem a sua roça. Como são distantes da aldeia, em certos

períodos, as famílias chegam a transferir sua morada para lá.

A lida com a mandioca se inicia na estação seca, quando os homens Apurinã preparam o

terreno da roça, fazem a limpeza e queimam, conforme o sistema de coivara.

O plantio é uma atividade que envolve toda a família: enquanto o homem abre as covas

para, junto com um filho, irem enterrando a maniva (caule da mandioca que serve de muda), a

mãe vai cobrindo as covas com terra.

Quando as raízes estão crescidas, são arrancadas da terra pelos homens, que já separam

as manivas para o próximo plantio.

São eles que levam a produção de mandioca para a aldeia, onde fica a Casa de Farinha,

local onde [esta] é fabricada.

As mulheres descascam e lavam as raízes da mandioca para os homens ralarem.

Como a quantidade a ser produzida é, em geral, grande, utilizam uma pequena máquina

rústica, chamada caititu (em alusão talvez aos catetos, porcos silvestres que atacam roças de

mandioca).

É também o homem quem espreme a massa no tipi- ti, um cilindro trançado de cipó, cuja

extremidade superior é amarrada ao alto de uma estrutura de troncos finos. Um travessão preso à

extremidade inferior vai puxando, de modo a retirar da massa todo o seu líquido.

Num grande forno abastecido a lenha, a farinha é esparramada no tacho de cobre onde,

com o auxílio de uma pá, os homens a torram. Os Apurinã consomem a mandioca na forma de

farinha, beiju e caiçurma - bebida fermentada.

A farinha associada ao peixe é a base da dieta Apurinã, que é complementada por frutas

silvestres, como piquiá, bacuri, cacau bravo, buriti, abacaba, açaí e patuá.

Museu do índio, Funai, 2009. Disponível em: http://www.museudoindio.org.br/template_01/default. asp?ID_S=33&ID_M=125. Acesso em: 18 fev. 2010.

a) Entre os Apurinã, como se dá a divisão social do trabalho ligado á

mandioca, que é o produto mais importante da alimentação do grupo?

Page 5: Capítulo 3 – O apito da fábrica

Entre os Apurinã o trabalho é dividido por gênero. Enquanto os homens são

responsáveis pela plantação, as mulheres ficam encarregadas de limpar e

descascar o alimento recolhido ao fim da colheita e passar novamente aos homes

para que eles ralem, e assim por diante.

b) Que tipo de solidariedade definido por Durkheim corresponde á sociedade

dos Apurinã?

Solidariedade Mecânica.

2. Assimilando Conceitos:

1.

Tarsila do Amaral. Operários, 1933.

a) Descreva a imagem.

Posso ver um conjunto de operários das fábricas brasileiras. A quantidade de

rostos me faz pensar na massificação do trabalho e as condições de vidas nas

cidades. Além disso, a expressão dos operários representados é de tristeza,

Page 6: Capítulo 3 – O apito da fábrica

indiferença, cansaço, representando as péssimas condições de trabalho a que estão

submetidos, e a falta de perspectivas.

b) Proponha uma interpretação para o quadro a partir da explicação que

Durkheim construiu para a relação entre indivíduo e sociedade.

Na minha opinião, no quadro de Tarsila do Amaral percebemos um dos

princípios de Durkheim que é a “coerção social”, ou seja, a força que os fatos

exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformarem-se às regras da sociedade

em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. No quadro

percebemos a aceitação no rosto dos operários, como se seu sacrifício fosse uma

regra a ser seguida, pois não há alternativa.

2.

Desempregados esperam por pão e sopa em uma longa fila

durante a Grande Depressão, Nova York, 1930.

A foto acima, tirada durante a Grande Depressão, que teve início em

1929, mostra uma fila de desempregados que esperam donativos. Com base na

imagem e no que você aprendeu sobre os conceitos de Durkheim, responda: o

fenômeno retratado pode ser considerado um “fato social”? Em caso

Page 7: Capítulo 3 – O apito da fábrica

afirmativo, aponte os três princípios básicos que formam o conceito de “fato

social” e comente como a situação retratada se relaciona com eles.

Sim. Os três princípios básicos são a Coercitividade, a exterioridade e a

generalidade. Ambos os operários passaram por estes três princípios, pois foram

obrigados, através de certo constrangimento se adaptar as regras e normas. O fato

de serem padrões exteriores aos indivíduos e independente de suas consciências e

por todos serem classificados como operários de forma coletiva, causando um efeito

de generalidade. Tudo isso relaciona estas pessoas a estes princípios e como a

grande depressão atingiu toda a sociedade, dos operários isto faz dela um fato

social.

3. Olhares sobre a sociedade:

TEXTO 1: CAÇADORES DE PIPAS

O velho campeonato de pipas era uma velha tradição de inverno no Afeganistão. O torneio começava de ma-

nhã cedo e só acabava quando a pipa vencedora fosse a única ainda voando no céu - lembro de uma vez que a

competição terminou quando já era noite fechada. As pessoas se amontoavam pelas calçadas e pelos telhados, torcendo

pelos filhos. As ruas ficavam repletas de competidores dando sacudidelas e puxões nas linhas, com os olhos fixos no céu,

se pondo em condições de cortar a pipa do adversário. Todo pipeiro tinha um assistente - no meu caso Hassan que ficava

segurando o carretel e controlando a linha.

Certa vez um gurizinho indiano, cuja família tinha acabado de se mudar para o nosso bairro, veio nos dizer

que, lá na sua terra, havia regras estritas e toda uma regulamentação para se soltar pipa. Temos que ficar em uma área

cercada e é preciso pôr em ângulo determinado com relação ao vento - disse ele todo prosa. - E não se pode usar

alumínio para fazer sua própria linha com cerol.

Hassan e eu nos entreolhamos. E caímos na gargalhada. Aquele pirralho indiano logo, logo aprenderia o que

os britânicos aprenderam no começo do século, e os russos viriam a descobrir em fins da década de 1980: que os afegãos

são um povo independente. Cultivam os costumes, mas abominam as regras. E com as pipas não podia ser diferente. As

regras eram simples: não havia regras. Empine a sua pipa. Corte a dos adversários. E boa sorte.

Só que isso não era tudo. A brincadeira começava mesmo depois que uma pipa era cortada. Era aí que

entravam em cena os caçadores de pipas, aquelas crianças que corriam atrás das pipas levadas pelo vento, até que elas

começassem a rodopiar e acabassem caindo no quintal de alguém, em uma árvore ou em cima de um telhado. Essa

perseguição poderia se tornar bastante feroz; bandos de meninos saíam correndo desabalados pelas ruas, uns

empurrando os outros como aquela gente da Espanha sobre quem li alguma coisa, aqueles que correm dos touros.

Uma vez, um garoto da vizinhança subiu em um pinheiro para apanhar uma pipa. O galho caiu com seu peso e ele

caiu de mais de dez metros de altura. Quebrou a espinha e nunca mais voltou a andar. Mas caiu segurando a pipa,

ninguém pode tirá-la dele. Isso não é uma regra. É o costume.

Khaled Hosseini. O caçador de pipas, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

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TEXTO 2: CONSCIÊNCIA COLETIVA

O conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade forma

um sistema determinado que tem vida própria; podemos chamá-lo de consciência coletiva ou comum. Sem dúvida,

ela não tem por substrato um órgão único; ela é por definição difusa em toda a extensão da sociedade, mas tem,

ainda assim, características específicas que fazem dela uma realidade distinta. [...] Do mesmo modo, ela não muda a

cada geração, mas liga umas às outras as gerações sucessivas. Ela é, pois, bem diferente das consciências

particulares, conquanto só seja realizada nos indivíduos. Ela é o tipo psíquico da sociedade, tipo que tem suas

propriedades, suas condições de existência, seu modo de desenvolvimento, do mesmo modo que os tipos individuais,

muito embora de outra maneira.

Émile Durkheim. Da divisão do trabalho social, 1893.

1. O texto 1 narra uma atividade cultural que ocorre anualmente no

Afeganistão e também na Índia. No entanto, em cada uma dessas

sociedades, o campeonato de pipas acontece de maneiras distintas. No

Afeganistão é movido pelo costume e na Índia pela regra. Com base no

texto, que diferença você observa entre o que o autor chama de costume e o

que ele chama de regra?

No Afeganistão existe esse campeonato, pois é um costume, que é aquilo

que a sociedade pratica por um determinado tempo até se torna usual. Como de fato

se tornou, tanto que virou um evento anual. Já na Índia o evento é tido como regra,

pois é composto de normas que disciplinam o comportamento social de cada

individuo participante do campeonato.

2. Um costume pode se transformar em regra e vice-versa?

O costume é uma regra informal sem normas escritas e regulamentadas, mas

uma regra psicológica imposta pela sociedade, então é possível sim um costume se

transformar numa regra e vice-versa. A diferença fundamental está na penalidade

imposta ao indivíduo que se rebela, por exemplo, multas de trânsito fazem parte das

regras legais. Já os olhares de reprovação quando comparecemos a um local com

uma roupa inadequada constituem sanções espontâneas impostas por um costume.

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3. Tanto a regra quanto os costumes fazem parte daquilo que Durkheim

chamou no Texto 2 de consciência coletiva. Esta afirmação está correta?

Justifique sua resposta.

Sim. A consciência coletiva ou comum é nada mais nada menos, que o

conjunto de regras e costumes de determinadas sociedades. Por exemplo, a cultura,

cada sociedade possui uma cultura diferente, e ela permanece ao longo do tempo.

O modo de vida de um país é diferente do outro por possuir culturas diferentes, pois

ambos possuem regras e costumes diferentes, mas se analisarmos um país por vez,

veremos que a sociedade do mesmo possui uma consciência coletiva ou comum,

pois os costumes e regras são os mesmo.

6. De olho no Enem:

1. Item d;

2. Item c;

3. Item e;

4. Item e;

5. Item c;