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FÁBRICA SOCIAL

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Livro da Fábrica Social

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FÁBRICA SOCIAL

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Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da disciplina “Trabalho de Projecto” do Curso Superior de Arquitectura da Escola Superior Artística

do Porto, no anos lectivos 2006/2007 e 2007/2008.

Ana RuivoPedro Carvalho

Samuel CarvalhoSamuel Rodrigues

Design com Dário Cannatà

Porto 2008

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Este livro é o fruto de um processo de aprendizagem e crescimento. Surge no âmbito do trabalho de fim de curso, que representa uma transição nos nossos caminhos pessoais. É um registo, forçosamente selectivo, de um processo aberto e vivo de cooperação, realizado ao longo de dois anos na Fábrica Social.

É também o resultado de uma forma de trabalhar que, desde cedo, se tornou essencial no desenvolvimento dos nossos projectos – o trabalho de grupo. Todo o nosso percurso académico foi desenvolvido em conjunto, com a partilha do espaço de trabalho, de reflexões e propostas. Criamos aquilo a que podemos chamar um extenso património comum. Os nossos métodos de trabalho são o resultado de todas estas trocas.

Para este trabalho final, procuramos um projecto com uma forte vertente prática e experimental, tendo como pano de fundo uma fábrica abandonada no centro do Porto e os objectivos que o seu proprietário, o escultor José Rodrigues, delimita para este espaço e para a cidade.

Para gerir este trabalho, criamos um método, uma matriz, capaz de articular as ideias do grupo, sem, todavia, eliminar o espaço de expressão da individualidade ou, até, das polaridades. A metáfora da nuvem contribui para captar esta dinâmica. As partículas que a constituem conferem-lhe, no seu conjunto, uma forma mais ou menos definida, mas sempre mutável. Cada partícula é a representação de uma ideia, de uma personagem, o registo de um momento... Estas agrupam-se e relacionam-se, criando zonas de maior ou menor densidade. Sendo este um sistema dinâmico e reactivo, surgem, espontaneamente, novas relações, capazes de absorver e potenciar mudanças, erros, incertezas, fricções e contradições.

Este livro é a condensação da nuvem.

Aos nossos olhos, vista de longe, a nuvem assume agora a forma de uma Fábrica Social.

Introdução

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TECIDO POR DEFEITO64

46 DESENVOLVIMETO URBANO

QUARTEIRÃO50

PLANO DE PORMENOR52

RESISTÊNCIA E CONFLITO48

TRIMONTIUM66

FÁBRICA SOCIAL32

PALIMPSESTO38

EDÍFICIO36

HISTÓRIA34

INTRODUÇÃO29

FONTINHA44

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ESTRATÉGIA178

NOÇAO DE PATRIMÓNIO92

BÚSSULA100

BIBLIOGRAFIA202

MAPA IDEOLÓGICO176

OBRA ABERTA104PORTO78

GAMP82

PORTUGAL86

ENVOLVENTE70

MAPAS68

REABILITAÇÃO90

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A Fábrica Social foi construída por volta de 1880, na cidade do Porto, e alojou, ao longo da sua existência, diferentes proprietários e actividades.

Fábrica de Chapéus | A sociedade Gonçalves, Filhos e Companhia fundou, em 1852, a Fábrica Social, desconhecendo-se a localização das suas primeiras instalações. Referenciada num almanaque de 1854-55 como “Fábrica Social de Chapéus de Seda e Castor”, esta sociedade dedicava-se à indústria da chapelaria e foi uma das mais importantes do país. Foi a primeira, em Portugal, a descobrir o processo de fabricação a vapor dos chapéus chamados cocos, que tiveram grande aceitação.

Por volta de 1880, a empresa muda de instalações. O Inquérito às Indústrias de 1881 refere-a como “...reinstalada recentemente (…) localizada no Alto da Fontinha”. Nesta fase, empregava 192 operários. No Porto desta época, além de um certo número de pequenas oficinas de chapéus, existiam apenas duas grandes fábricas: a Real Fábrica Social e a Real e Imperial Chapelaria a Vapor, na rua da Firmeza.

Em 1881, já não produzia chapéus de seda, por força da diminuição de procura, dedicando-se, antes, à produção de sacos, camisas e chapéus de feltro. Devido à complexidade do processo de preparação do feltro, a fábrica possuía um conjunto de material mecânico diverso, desde máquinas a vapor, fornos, locomóveis e caldeiras. Dada a importância da água em todo este processo de produção, a disposição dos equipamentos dependia da existência de grandes tanques e reservatórios.

Fábrica de acessórios para a Indústria Têxtil | Por volta de 1940, a fábrica mudou de proprietários, passando à produção de acessórios para a indústria têxtil, nomeadamente peças para teares.

Armazém de Plásticos | No início da década de noventa, a fábrica foi adquirida para as instalações da empresa “Representações Jafe”, dedicada à importação e distribuição de artigos à base de plástico. As obras de reabilitação então iniciadas nunca foram concluídas por esta empresa.

Atelier José Rodrigues | Em 1998, o escultor José Rodrigues instala o seu atelier de trabalho na Fábrica e, em 2006, decide reabilitar a fábrica para criar a Fundação José Rodrigues, espaço cultural para a conservação e divulgação da sua obra e para a promoção de novos artistas.

História

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A Fábrica Social é uma unidade fabril, ocupando cerca de meio hectare, implantada num grande patamar. Possui apenas uma entrada para pessoas e veículos, localizada na rua da Fábrica Social. É composta por um conjunto de edifícios que esquematicamente dividimos em três conjuntos principais 1,2 e 3, e cinco edifícios singulares A, B, C, D e E.

O conjunto 1, correspondente às primeiras construções. Quer pela centralidade, quer pela dimensão, é a principal unidade do complexo.

Constituído por pavilhões amplos, com orientação norte-sul, tem uma grande continuidade espacial através de ligações transversais. O alçado sul, fachada principal da Fábrica, com dois arcos de entrada, destaca-se pela sua escala e relação com uma praça.

O conjunto 2, de área mais reduzida, encontra-se ligado ao conjunto 1, tendo, no entanto, os pavilhões uma orientação este-oeste.

O conjunto 3, de escala mais reduzida e carácter mais íntimo, localiza-se na parte norte da Fábrica. Construído numa fase posterior, é uma tipologia mais próxima da residencial. Constitui-se por um edifício com dois pisos que se organiza em volta de um pátio e um grande tanque. A articulação entre os espaços é bastante complexa, havendo várias diferenças de cotas nos pavimentos.

O edifício A corresponde a uma pequena habitação de um piso, junto a uma pequena praça.

O edifício B, localiza-se junto ao acesso principal da Fábrica. De desenho pré-modernista, corresponde a uma habitação bastante extensa com dois pisos e um terraço amplo na cobertura.

O edifício C, ligado ao conjunto 1, corresponde a uma torre de habitação de três pisos.O edifício D, localizado no centro do complexo e ligado ao conjunto 1, corresponde a

uma torre de escritórios de três pisos e um terraço acessível com vista panorâmica sobre a cidade.

O edifício E, localizado no extremo norte da Fábrica, corresponde a uma pequena torre arte deco, da qual se destaca uma pérgula na cobertura com vistas sobre a cidade.

Edifício

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O lote encontra-se na sua maioria ocupado, com a excepção de caminhos de circulação e alguns espaços comuns. Existe um eixo norte-sul de circulação, desde a entrada principal até ao extremo norte da Fábrica e três espaços exteriores que correspondem a uma praceta junto à entrada, um pequeno espaço junto ao edifício D e um pequeno pátio no conjunto 3.

Não existem espaços verdes, com excepção de algumas árvores de crescimento espontâneo, junto ao edifício E.

No geral, os elementos que caracterizam o complexo são a predominância da estrutura pavilhonar, uma grande densidade de ocupação do terreno, uma organicidade espacial, fruto de acrescentos e ampliações, e uma relação privilegiada com a paisagem.

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Ao longo da sua existência, a Fábrica Social sofreu várias transformações e ampliações Da mudança de proprietários e actividades resultaram camadas sobrepostas, palimpsestos. Apresentamos aqui, uma síntese das principais intervenções no edifício, divididas em quatro fases cronológicas, identificadas a partir de quatro documentos principais.

1892 | A primeira fase, correspondente à fábrica de chapéus, está patente no levantamento do Porto de Telles Ferreira de 1892 ( pág. 58), primeiro documento a registar a existência da Fábrica. Nesta fase, existiam só os conjuntos 1 e 2, que, presumimos, assumiam já uma estrutura de pavilhão, e os edifícios A e B. Na zona mais a norte da fábrica ainda não havia construção. Existia, no entanto, uma grande cisterna, à volta da qual, o conjunto 3 se irá articular no futuro.

1939 | A segunda fase, correspondente à fábrica de acessórios para a indústria têxtil, regista a evolução do edifício desde a planta de 1892 até um foto aérea de 1939 (pág. 60). O conjunto 1 regulariza-se, sofrendo algumas ampliações e ganha um corpo novo a nascente. A torre C é construída, embora não se saiba a sua função original. A torre D foi ampliada, tanto em implantação, como em altura. No conjunto 3, surgem alguns edifícios térreos em volta da cisterna, que definem já a implantação das intervenções posteriores. Surge também o edifício E, embora, nesta fase, seja só um edifício térreo, sobre o qual se construirá, mais tarde, uma torre.

Palimpsesto

E

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1892 1939

1992 2007

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1992 | A terceira fase, correspondente ao armazém de plásticos, regista a evolução do edifício desde 1939 até o levantamento efectuado nesta data. Os conjuntos 1 e 2 sofreram remodelações no interior e demolições de paredes, dando uma maior continuidade espacial aos pavilhões. O edifício B sofreu uma ligeira ampliação em largura e observa-se que a torre C sofreu uma ampliação, tanto em implantação, como em altura, reconvertendo-se numa residência. A torre central D também foi ampliada, em implantação e altura. O conjunto 3 foi o que sofreu mais transformações. Metade da cisterna foi transformada numa sala, permanecendo a outra como tanque. Aos edifícios térreos existentes foi acrescentado um andar e, ligada a estes, construiu-se uma longa galeria coberta, formando um edifício em torno de um pátio. O edifício E foi transformado numa pequena casa-torre, de estilo arte déco, com um terraço acessível com uma pérgula.

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2007 | A quarta fase, correspondente ao atelier José Rodrigues, regista a evolução desde o levantamento de 1992 até uma foto aérea de 2007. Durante este período, apenas se demoliram alguns volumes da fase anterior. O conjunto 3 apresenta, nesta fase, um estado de abandono e de ruína.

O edifício da Fábrica Social evoluiu organicamente através de operações localizadas, promovidas pelos proprietários, de pequenas demolições e ampliações, sem grandes rupturas ou transformações.

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A Fontinha resulta da expansão urbana do Porto do séc. XIX.A organização do território desta zona da cidade tem origem

nos planos dos Almadas que, na segunda metade do séc. XVIII, projectaram e levaram a cabo um conjunto de obras públicas que tinham como principal objectivo o ordenamento do crescimento da cidade fora das muralhas. Numa estrutura de circulação radial, as novas vias traçadas integram-se num plano geral de regularização das velhas estradas que ligavam o Porto ao resto do território. Juntamente com as transversais, estas vias definiram a estrutura básica da cidade para além do seu núcleo medieval. Assim, foram construídos quatro grandes eixos: rua de Almada, rua de St. Catarina, rua Direita de St. Ildefonso e rua de Cedofeita. Graças a esta estrutura, pretendia-se incentivar o crescimento urbano do Porto no séc. XIX, no entanto a realidade não correspondeu às expectativas e, entre estes grandes eixos de desenvolvimento, vastas extensões de terreno ficariam por urbanizar e ocupar durante a maior parte do século.

A Fontinha, cuja toponímia evoca uma antiga fonte de água nascente, formou-se em meados do séc. XIX, no monte entre a rua de Bonjardim (antiga estrada para Guimarães) e a rua de St. Catarina (antiga rua Bella da Princesa), vias que se uniam a norte, na Praça de Aguardente (hoje Praça do Marquês).

Ao longo do séc. XIX, as actividades industriais adquiriram grande importância na cidade. Em 1852, no limiar da Regeneração, o Porto contava com 496 unidades fabris e 6.050 operários. É nos anos 70 que, como no resto do país, se verifica o mais importante surto de industrialização do século. Segundo o inquérito de 1881, empregavam-se na indústria 37.777 operários, um terço da população do Porto. A Fontinha cresce, assim, na segunda metade do séc. XIX, com a instalação de algumas fábricas, sendo a Fábrica Social a principal, e torna-se num aglomerado urbano de carácter operário.

Desenvolvimento urbano

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O crescimento demográfico e a industrialização acentuaram a diferenciação social dos espaços da cidade. As ilhas alastram no miolo dos quarteirões e em zonas degradadas da cidade. O aumento da população, através da atracção exercida pela expansão do mercado do trabalho industrial, sobre as populações da periferia rural, criou uma maior procura de alojamento, estimulando diferentes formas de especulação imobiliária. Em 1832, existiam na cidade cerca de 200 ilhas. É nas zonas correspondentes aos principais focos que se verificou maior expansão, na segunda metade do século XIX. No último quarto do século, as ilhas atingiam uma dimensão impressionante, albergando cerca de um terço da população. Várias destas ilhas surgiram na Fontinha.

Nos anos 30 e 40 do séc. XX, a zona conheceu um novo impulso urbanístico, com a abertura de novas ruas, como a de Camões, da Constituição e de Gonçalo Cristóvão.

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A Fontinha foi palco de importantes acontecimentos do movimento operário portuense na segunda metade do séc. XIX.

Com o desenvolvimento do sistema industrial, o aumento da população operária e o afastamento físico e social entre patrões e trabalhadores, desenvolvem-se novas formas de resistência e conflito. Proclamando a livre iniciativa de produzir, o liberalismo lutara pela supressão das corporações de ofícios, considerados “estorvos à indústria nacional”. A lógica da livre concorrência entre os produtores sobrepunha-se à lógica defensiva das corporações de artesãos e, por via de consequência, limitava drasticamente o direito de associação.�

Cresce, todavia, o associativismo operário entre 1852 e 1856, à escala nacional e sob a influência do despontar das ideias socialistas, na sequência dos acontecimentos de 1848 em França. Este movimento é indissociável dos problemas resultantes do dinamismo industrial que o Porto conhece e que se prendem com as relações conflituosas entre patrões industriais e operários, com o agravamento das condições de vida das camadas populares e, finalmente, com os conflitos entre empresários capitalistas e pequenos artesãos, ameaçados pela proletarização. Nos anos difíceis de 1855-56, marcados pela crise dos cereais, a crise dos vinhedos, os fluxos migratórios, as epidemias, a fome, as doenças e o desemprego, são fundadas diversas associações.

Na mesma altura, aparecem, ainda, os primeiros jornais operários que denunciam as desigualdades sociais e divulgam as ideias do socialismo utópico que, apesar de dar forma às reivindicações operárias, mantém, muitas vezes, a proximidade com a ideologia corporativa do artesanato. “Em 1875, apareceu nas imediações da Fontinha, mais concretamente na rua do Bonjardim, nas proximidades do actual largo Dr. Tito Fontes, o ‘Jornal Artístico Social’." �

Nos anos setenta, assiste-se a um novo surto reivindicativo que tem na zona da Fontinha um dos principais focos. O movimento operário adopta novos modelos de organização, mobilização e acção. Fazem-se sentir as influências socialistas da Internacional, da Comuna de Paris e do movimento operário espanhol. “O sítio onde se realizavam os maiores comícios operários desses tempos era (…) num velho edifício situado na esquina da rua de Gonçalo Cristóvão e do actual largo Dr. Tito Fontes. Defronte ficava outra casa célebre, a sede da Laboriosa em cujo salão se realizaram importantes e agitadas reuniões operárias.” �

Resistência e conflito

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“Em Abril de 1874 um pequeno núcleo de operários fundou, na rua de Santa Catarina, na esquina com a Calçada do Luciano, hoje rua da Escola Normal, a Associação dos Trabalhadores que, dois anos depois, transferiu a sua sede para o Largo da Fontinha, onde se manteve, em permanente actividade, por muitos anos mais. Nesta associação, que reunia operários dos mais diversos ramos da indústria, pontificava o cidadão francês Joseph Delarue, fabricante de pianos, que estivera implicado nos acontecimentos da Comuna, e por causa dos quais deixara França para se radicar no Porto”.�

Entre 1875 e 1877, verificam-se greves importantes no Porto, sobretudo a dos chapeleiros. Em 1875, o aparecimento do partido operário socialista traduz a adopção das directivas da Internacional, em que domina a tendência marxista, e a transformação do movimento operário em movimento político. As associações do Porto são as mais bem organizadas. Mas nos finais dos anos setenta, o movimento associativo operário conhece uma nova fase: todos os movimentos juntam-se no partido socialista.

Nessa altura, funda-se a cooperativa de Tecidos de Algodão que se instala ao lado da Associação de Trabalhadores, no Largo da Fontinha, pelo que este núcleo de socialistas passou a ser apelidado por “Grupo da Fontinha.” Todavia, por volta de 1880, este núcleo mais activo do movimento operário e socialista do Porto desmembra-se. Vários militantes afastam-se do grupo da Fontinha e formam os seus próprios núcleos. Um dos grupos acompanha o serralheiro Ermelindo António Martins, em cuja oficina da Rua das Carvalheiras se passa a reunir, com a designação da Associação União dos Trabalhadores, sob a influência do colectivismo anarquista.

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O quarteirão da Fontinha localiza-se num morro granítico, na área central da cidade do Porto, delimitado pela rua do Bonjardim, a poente, a rua de Santa Catarina, a nascente (vias históricas importantes de saída da cidade) e pelas ruas de João de Oliveira Ramos, a norte e de Gonçalo Cristóvão, a sul.

A sua estrutura actual, como se observa na Planta de Telles Ferreira de 1892 (pág. 58), encontrava-se já definida no século XIX, tendo como vias dominantes do quarteirão as ruas Bonjardim e Santa Catarina, assim como a rua de Gonçalo Cristóvão, enquanto eixo estruturante da cidade.

“Apresentando características físicas e morfológicas muito próprias, a área da Fontinha/Carvalheiras não acompanhou as dinâmicas de crescimento urbano da cidade. De facto, o seu relevo muito acentuado, que historicamente condicionou a adopção de soluções favoráveis de acessibilidade e ocupação do seu interior, e a circunstância de se constituir como formação orográfica com a mesma orientação das vias de penetração norte/sul (não as obstaculizando) contribuíram, entre outros aspectos, para o agravamento das condições de estruturação dos espaços das Carvalheiras, Fontinha e Alto da Fontinha, que assim resultam definitivamente como intersticiais”. � Assim, “parece que a área de intervenção ficou como que “enquistada” num enquadramento que remonta aos princípios deste Século”. �

No entanto, este isolamento teve consequências positivas:• A salvaguarda de um espaço de invulgar panorâmica sobre a cidade;• A manutenção de um local em que a silhueta citadina não foi alterada por construções

em altura;• A conservação de algumas construções de interessantes características arquitectóni-

cas.De facto, a fraca acessibilidade e a quase ausência de atravessamentos neste quar-

teirão são as principais condicionantes das suas especificidades: uma forte presença de espaços verdes, característica invulgar no centro da cidade; o abandono do edificado, que apresenta um carácter pouco urbano, lembrando um ambiente rural.

O sistema viário que estrutura este quarteirão caracteriza-se por ser demasiadamente periférico, uma vez que a sua penetração se limita a algumas vias que se localizam ap-enas na zona Sul do quarteirão.

O quarteirão caracteriza-se, assim, por uma periferia de frente urbana consolidada e um

Quarteirão

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interior com grandes diferenças nas zonas Norte e Sul. A zona Norte é constituída por uma série de logradouros privados, na sua maioria num

estado de abandono ou selvagem, que, conjuntamente, formam uma grande mancha verde com 3.5 hectares. Este vazio apresenta um grande potencial, enquanto estrutura ecológica de cariz urbano, necessitando, para isso, de melhores acessibilidades e de maior unidade.

A zona Sul, melhor servida em matéria de acessos e atravessamentos, tem uma maior concentração de edificado onde se encontram os equipamentos mais dinamizadores do interior do quarteirão: a escola EB1 da Fontinha e o respectivo ATL; os espaços públicos que, apesar de pouco dinamizadores e mal conservados, apresentam bastante potencial (especialmente o Largo da Fontinha), enquanto espaços nucleares de convivência ur-bana, designadamente através da promoção de relações de vizinhança.

À semelhança do que se verifica em toda a zona central da cidade do Porto, o quarteirão apresenta um elevado nível de degradação do edificado, assim como de abandono.

Sistema viário

R. João O. Ramos

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R. das Musas

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R. Gonçalo Cristovão

Escola Superior Técnica de Saúde

Fábrica Social

Escola EB1 Fontinha

Creche de S. Vincente de Paulo

ATL Fontinha

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Espaço público e equipamentos

Edifícios degrada-dos e abandonados

Área verde

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Sectores

Carvalheiras

Alto daFontinha

Fontinha

AcçõesVias existentes e vias propostas

Vias existentes

Edificaçãoproposta

SínteseEspaços verdes propostos

Equipamentos propostos

Análise do plano de pormenor Fontinha/Carvalheiras

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A Fontinha encontra-se contemplada em três documentos de planeamento urbano: o Plano Director Municipal, o Masterplan SRU e o Plano de Pormenor da Fontinha/Carvalheiras. Como o PDM e o Masterplan SRU seguem as indicações do Plano de Pormenor, fizemos uma leitura particularmente atenta deste último documento.

O plano foi desenvolvido, em 1995, no âmbito do concurso de “Ideias de elaboração do Plano de Pormenor da Fontinha/Carvalheiras”, integrado nas unidades de ordenamento L2 e L3 definidas pelo respectivo Plano Director Municipal. Elaborado pelo arquitecto Rui Mealha, foi apresentado posteriormente, em 1997, como Anteplano do Plano de Pormenor. Continuou a ser desenvolvido até 1999, mas com a mudança do executivo, o projecto não teve seguimento, apesar de várias das soluções propostas terem sido integradas no PDM de 2005.

No plano, a área de intervenção encontra-se delimitada pela rua do Bonjardim a poente, a rua de Santa Catarina a nascente, a rua de João de Oliveira Ramos a norte e a rua Gonçalo Cristóvão a sul. Devido às especificidades da zona, o plano em geral apresenta uma proposta orientada para a reabilitação. “A área em estudo apresenta assim um conjunto de características que motivam a adopção de metodologias específicas de intervenção, para reabilitação, modificação e renovação parcial das estruturas parciais em presença”�. Segundo a memória descritiva, o projecto foi definido pelas seguintes vertentes estratégicas: o desenho dos espaços colectivos de carácter vivencial, o desenho de arquitectura urbana e de soluções de infra-estruturação, a regulamentação de parâmetros urbanísticos para definir ocupações e aproveitamentos parcelares, o desenvolvimento de procedimentos de consulta destinados à negociação e o enquadramento estratégico das acções em desenvolvimento.

O plano foi dividido em três sectores de intervenção, “sectores fundamentais, a confirmar como unidades operativas a contemplar pelo projecto urbano nas suas vertentes de projecto plano, arquitectura urbana e espaços colectivos”�

Sector da Carvalheiras | Estruturado pelas ruas das Carvalheiras e de Raul Dória, este sector, com fortes afinidades com a rua Gonçalo Cristóvão, apresenta uma proposta que se apoia num princípio de continuidade ou de transição espacial e programática interior/exterior do quarteirão. Um novo espaço público (Praça da Carvalheiras) e um edifício recuado de habitação e comércio ocupam um terreno disponível na rua das Carvalheiras. A poente da praça, eleva-se uma construção de frente única para

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estacionamento, comércio e serviços, implantada contra uma escarpa e colmatando a frente de rua. O perfil das ruas das Carvalheiras e de Raul Dória sofrem beneficiações, através de realinhamentos e alargamentos.

Sector da Fontinha | Com uma malha onde predomina a habitação operária, este sector é objecto de uma estratégia de renovação através da implantação de 30 novos fogos em edifícios de frente urbana (entretanto construídos), repondo uma estrutura de quarteirão tradicional. Mantêm-se alguns conjuntos edificados, de interesse urbanístico relevante, e substituem-se estruturas edificadas consideradas deficientes, nomeadamente as casas operárias da rua da Fábrica Social e do Alto da Fontinha. O Largo da Fontinha é sujeito a uma reformulação, através do seu alargamento e requalificação. Com o objectivo de melhorar a articulação entre o equipamento escolar existente e os edifícios destinados a acolher equipamentos sócio-educativos complementares, há uma sistematização dos percursos pedonais, de que são exemplos a ligação da rua Bela da Fontinha à rua do Bonjardim e as ligações desta última, através de equipamentos, ao Alto da Fontinha.

Sector do Alto da Fontinha | Localizado na zona mais alta do morro, este sector contém um grande miolo formado por logradouros privados. A proposta apresenta uma área de índole cultural, recreativa e de lazer. É criado um jardim panorâmico, com ligações às ruas do Bonjardim, de Santa Catarina e de João de Oliveira Ramos, pontuado por equipamentos autónomos.

Propõe-se a reabilitação da Fábrica Social para equipamento cultural de grande importância e, a nascente, um edifício destinado a estacionamento, cuja cobertura constitui um espaço público, articulado com a fábrica e com o parque urbano. É também proposta a edificação de novas frentes de fechamento do quarteirão, através de edifícios de habitação e de alojamentos para estudantes.

Devido ao carácter intersticial do quarteirão, verifica-se que a mancha de acções incide principalmente no seu interior, cosendo-o e integrando-o na malha urbana. São propostos equipamentos de articulação à rede escolar e de carácter comunitário, habitação para estudantes, edifício de estacionamento, um parque urbano e o centro cultural da Fábrica Social.

Dada a debilidade dos acessos ao quarteirão, mais notória no Alto da Fontinha, o plano propõe uma reestruturação viária. Prolonga-se a rua do Alto da Fontinha, penetrando os

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logradouros, até à rua de João de Oliveira Ramos, com ligações transversais à rua do Bonjardim e de Santa Catarina.

Em conclusão, realçamos os principais aspectos positivos e negativos do plano:Destacam-se como pontos positivos: a criação do jardim panorâmico no Alto da

Fontinha; a abertura do interior do quarteirão e a sua integração na malha urbana envolvente; a criação de um sistema de equipamentos públicos.

Como principais pontos negativos, destacamos a excessiva quantidade de construção proposta, tendo em conta a situação actual de abandono e degradação do edificado no centro da cidade. O princípio que consiste em colmatar o tecido existente com uma frente urbana contínua impossibilita a implementação de novos modelos de ocupação do tecido tradicional (sobreposição de uma grelha nova à matriz antiga ou criação de zonas sem edificado). A continuidade da lógica de quarteirão fechado no Alto da Fontinha compromete o potencial do jardim proposto. Em termos de mobilidade, parece-nos errada a importância atribuída à circulação automóvel.

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1813

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1892

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1939

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2007

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Tecido por defeito define o padrão territorial que resulta de um desenvolvimento urbano não planeado, num quadro de livre-iniciativa, típico do liberalismo económico. Nele se lê, com muita evidência, as condicionantes económicas, tecnológicas e políticas de uma dada época.

No desenvolvimento urbano do Porto do séc. XIX, adoptou-se um padrão de ocupação definido pela estrutura viária, pelas características de loteamento e pelo tipo de edificado, que se manteve até hoje, organizado em torno da tripa, da frente consolidada, do logradouro, da trama burguesa.

Este padrão tem a sua génese nos planos dos Almadas. Estes incluíam projectos de fachadas uniformes, por vezes, para frentes de ruas inteiras. A ordem formal estabelecida nestes projectos impunha-se a lotes de uma grande variedade de tamanhos. Para as zonas que não estavam, ainda, loteadas foi definido um padrão de loteamento regular, com base num lote de 25 palmos (5,5 metros) de largura, habitualmente muito comprido, atingindo por vezes os 100 metros. “Depois da revolução de 1820, o novo poder político da burguesia reflectir-se-ia claramente na cidade, não só como motor económico do seu desenvolvimento mas também na sua forma física, expressando arquitectonicamente a individualidade dos diferentes lotes que compunham as ruas. No séc. XIX, a rua tornou-se uma simples adição de lotes individualmente desenvolvidos, o que se reflectia na fachada das ruas. A rua passou a caracterizar-se pela completa disparidade dos projectos individuais que a compunham ou pela repetição exaustiva do mesmo modelo”. Esta liberdade de composição expressava directamente os processos económicos de desenvolvimento da cidade e a total liberdade de acção de que dispunham os promotores urbanos.� “O lote individual passou a ser a unidade fundamental de desenvolvimento da cidade.

Tecido por defeito

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A regularidade dos lotes urbanos foi o padrão lógico para o desenvolvimento da cidade no séc. XIX e, simultaneamente, sua

consequência. Esta regularidade tornava todas as operações de planeamento económico e espacial extremamente simples. A terra tornara-se um bem negociável e o desenvolvimento da

cidade passou a ser regido pelas leis do mercado. Esta situação reflectia-se agora formalmente na cidade e representava não

só um processo diferente de desenvolvimento, mas também um conceito diferente da cidade. A filosofia liberal da livre iniciativa

dava cobertura a tais práticas e legitimava-as.” �“O estreito lote urbano de 5,5 metros, por vezes 6, de largura foi adoptado para a maior parte dos novos desenvolvimentos

urbanos do Porto do século XIX. Esta dimensão de lote aumentava o número de edifícios possíveis numa determinada

frente de rua, reduzindo, ao mesmo tempo, os custos de urbanização por unidade habitacional, adequava-se à tecnologia

de construção utilizada à época no Porto” �. Segundo esta tecnologia, a largura correspondia ao vão máximo de uma

viga de madeira, sustentada por paredes-mestras construídas de ambos os lados do lote, Contribuía igualmente para a normalização de alguns componentes de construção,

promovendo o desenvolvimento de modelos arquitectónicos que os mestres-de-obras aprenderam a construir e repetiram por

toda a cidade.Por referência aos conceitos de espaço público/privado,

produziram-se quarteirões definidos por uma frente fechada no perímetro do quarteirão, uma muralha, à face da rua, e

logradouros interiores de grandes dimensões, completamente inacessíveis à cidade.

Hoje, com o défice de espaços públicos e de espaços verdes, este tecido torna-se objecto de uma reestruturação com grande

potencial.

Page 66: Fábrica Social

66

O Trimontium descreve o sistema urbano definido pela estrutura topológica de três montes – Lapa, Fontinha e Pedreiros – e as correspondentes centralidades que originaram.

O conjunto localiza-se na zona norte da primeira cintura que envolve o centro histórico. Com orientações norte-sul, estes montes foram determinantes na expansão da cidade.

Os grandes eixos norte-sul de ligação da cidade ao resto do território passavam nos vales destes montes, adaptando-se à topologia.

Com o desenvolvimento da cidade, o povoamento acompanhou estes eixos e as centralidades foram reforçadas pela presença de grandes equipamentos, aproveitando as vantagens paisagísticas oferecidas por estes montes.

O Monte da Lapa distingue-se pela influência do conjunto formado pela Igreja da Lapa e o cemitério. Em 1755, foi construída uma pequena capela junto à estrada em direcção a Braga (hoje, rua Antero Quental), que estimulou o desenvolvimento de um pequeno aglomerado. Com a construção em 1784 da igreja actual esta centralidade ganhou mais dinamismo.

No cimo do monte, existe uma torre com um miradouro panorâmico da cidade, antiga torre de sinalização para as navegações que entravam na barra do porto.

O Monte da Fontinha (antigo Bairro Alto) situa-se entre a rua do Bonjardim e a rua de Santa Catarina, ruas que se ligavam entre si e seguiam para Guimarães. O lado do monte ligado à rua do Bonjardim desenvolveu-se primeiro, perto de uma pedreira.

O principal crescimento deu-se com a instalação da Fábrica Social no Alto da Fontinha, promovendo um aglomerado composto por um bairro operário, ilhas e pequenas habitações.

Apesar de várias tentativas de planos para criar atravessamentos este-oeste, a topologia constituiu uma forte condicionante, conduzindo à criação de um quarteirão extenso, com um grande miolo inacessível e contribuindo para o estado intersticial que, ainda hoje, se sente.

Também conhecido por Monte Tadeu (antigo Monte dos Congregados), o Monte dos Pedreiros distinguiu-se inicialmente pela presença do Convento dos Congregados.

A urbanização do monte conheceu um maior impulso com a instalação da Cooperativa dos Pedreiros, junto da rua da Alegria. Este conjunto inclui uma grande fábrica, depósitos e uma torre de água. A fábrica motivou a construção de um bairro operário e de ilhas,

Trimontium

Page 67: Fábrica Social

67

assim como atraiu muita habitação.Dos três montes foi o que acompanhou mais a modernização da cidade, através

da construção em 1969, por iniciativa da Cooperativa dos Pedreiros, de uma torre-miradouro, com diferentes funções como habitação, hotel, restaurante e espaços comerciais.

Por corresponder ao vale mais largo e com declive menos acentuado, a zona entre a Lapa e a Fontinha, ligada às principais entradas e saídas do centro da cidade (através da rua Faria Guimarães e rua de Camões), regista uma maior densidade de ocupação, com muita habitação.

O vale entre a Fontinha e os Pedreiros não teve a mesma dinâmica, já que a ocupação fica limitada à rua de Santa Catarina, gerando-se grandes quarteirões só com construção no perímetro e grandes miolos sem penetrações.

Page 68: Fábrica Social

68

Page 69: Fábrica Social

69

Este capítulo é constituído pela compilação de mapas organizados em escalas sucessivamente maiores.Em cada um, isolamos e simplificamos uma determinada dimensão da realidade para que esta se torne mais evidente.Os mapas tornam-se assim peças gráficas que transmitem valores, de uma forma imediata.

Page 70: Fábrica Social

70Sistema viário

Envolvente

Page 71: Fábrica Social

71 Metro + parques de estacionamento

Page 72: Fábrica Social

72Espaços verdes e ruas arborizadas

Page 73: Fábrica Social

73 Edificado degradado

Page 74: Fábrica Social

74Equipamentos

AESCOLA SECUNDÁRIA AURÉLIA DE SOUS

SMAS

RESERVATÓRIOS DA ÁGUA

ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA E ARTES DO ESPECTÁCULO

ESCOLA EB 2/3 AUGUSTO GIL

SILO-AUTO

ESCOLA EB1 DA FONTINHA

ESTAÇÃO DE METRO DA TRINDADE

HOSPITAL DA ORDEM DA

TRINDADE

CTT + GBINETE DO MUNÍCIPE + SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA TRINDADE

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO

MERCADO DO BULHÃO

FACULADADE DIREITO DA

UNIVERSIDADE DO PORTO

QUARTEL MILITAR

IGREJA E CEMITÉRIO DA LAPA

HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LAPA

CLUBE DESPORTIVO ACADÉMICO PORTO

COLÉGIO D. DUARTE

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA

HOSPITAL DE SANTA MARIA

EB 23 IRENE LISBOAASSOCIAÇÃO DE TÉNIS DO PORTO

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DO PORTO

ESCOLA SECUNDÁRIA ARTISTICA SOARES DOS REISIGREJA DA

TRINDADE

CENTRO COMERCIAL VIA CATARINA

ESCOLA PROFISSIONAL DE ESTUDOS ECONÓMICOS E SOCIAIS JOSÉ MOREIRA DA SILVA

CENTRO COMERCIAL CENTRAL SHOPPING

ESCOLA DE FUTEBOL HERNÂNI GONÇALVES

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PAULA FRANSINETTI

INSTITUTO PROFISSIONAL DO TERÇO

GRANDE COLEGIO UNIVERSAL

CAMPO DA CONSTITUIÇÃO

Page 75: Fábrica Social

75 Espaços públicos

Page 76: Fábrica Social

76Síntese

ESCOLA SECUNDÁRIA AURÉLIA DE SOUSA

SMAS

RESERVATÓRIOS DA ÁGUA

ESCOLA SUPERIOR DE MÚSICA E ARTES DO ESPECTÁCULO

ESCOLA EB 2/3 AUGUSTO GIL

SILO-AUTO

ESCOLA EB1 DA FONTINHA

ESTAÇÃO DE METRO DA TRINDADE

HOSPITAL DA ORDEM DA TRINDADE

CTT + GBINETE DO MUNÍCIPE + SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA TRINDADE

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO

MERCADO DO BULHÃO

ADE DIREITO DA DADE DO PORTO

QUARTEL MILITAR

IGREJA E CEMITÉRIO DA LAPA

HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LAPA

CLUBE DESPORTIVO ACADÉMICO PORTO

COLÉGIO D. DUARTE

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA VITÓRIA

HOSPITAL DE SANTA MARIA

EB 23 IRENE LISBOAASSOCIAÇÃO DE TÉNIS DO PORTO

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DO PORTO

ESCOLA SECUNDÁRIA ARTISTICA SOARES DOS REISIGREJA DA TRINDADE

CENTRO COMERCIAL VIA CATARINA

ESCOLA PROFISSIONAL DE ESTUDOS ECONÓMICOS E SOCIAIS JOSÉ MOREIRA DA SILVA

CENTRO COMERCIAL CENTRAL SHOPPING

UTEBOL HERNÂNI GONÇALVES

ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PAULA FRANSINETTI

INSTITUTO PROFISSIONAL DO TERÇO

NDE COLEGIO UNIVERSAL

CAMPO DA CONSTITUIÇÃO

Page 77: Fábrica Social

77

Page 78: Fábrica Social

78

Vias Estrutura ecológica

Ferrovias Verde público

Parques de estacionamento Verde canal

Porto

Page 79: Fábrica Social

79

Escolas Equipamentos culturais e educacionais

Limites administrativosFaculdades

Equipamentos culturais Síntese

Bonfim

28578 hab

Campanhã

38757 hab

Paranhos

48686 hab

St. Ildefonso

10044 hab

Cedofeita

24784 hab

Ramalde

37647 hab

Massarelos

7756 hab

Lordelo do Ouro

22212 hab

Aldoar

13957 hab

Nevogilde

5257 hab

Foz do Douro

12235 hab

Miragaia

2810 hab

Vitória

2720 hab

São Nicolau

2937 hab

4751 hab

Page 80: Fábrica Social

Por

to

Lisb

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Page 81: Fábrica Social

Nov

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Page 82: Fábrica Social

82

GAMP

Vias

Ferrovias

Fluxos

Estrutura ecológica

Page 83: Fábrica Social

83

PÓVOA DE VARZIM

POPULAÇÃO: 65452 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -3%

TROFA

POPULAÇÃO: 39166 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 4%

SANTO TIRSO

POPULAÇÃO: 39166 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 4%

MAIA

POPULAÇÃO: 130254 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 8%

MATOSINHOS

POPULAÇÃO: 168451 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 1%

VALONGO

POPULAÇÃO: 91274 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 6%

VILA DO CONDE

POPULAÇÃO: 75981 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 2%

PORTO

POPULAÇÃO: 238954 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -9%

GONDOMAR

POPULAÇÃO: 169239 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 3%

VILA NOVA DE GAIA

POPULAÇÃO: 300868 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 5%

SANTA MARIA DA FEIRA

POPULAÇÃO: 142295 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 5%

ESPINHO

POPULAÇÃO: 31703 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -6%

AROUCA

POPULAÇÃO: 24019 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: -8%

SÃO JOÃO DA MADEIRA

POPULAÇÃO: 21102 hab

VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 2001-2004: 2%

Densidades populacionais

População

Limites administrativos

Síntese

Page 84: Fábrica Social

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Page 85: Fábrica Social

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Page 86: Fábrica Social

86

Portugal

AEROPORTO DE FARO

AEROPORTO DA PORTELA

AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

PORTO DE LEIXÕES

PORTO DE AVEIRO

PORTO DE LISBOA

PORTO DE SETÚBAL

PORTO DE SINES

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Vias principais

TDV previsto

Portos e aeroportos

Imigração

Ferrovias

Emigração

Page 87: Fábrica Social

87

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LUXEMBURGO

ALEMANHA

FRANÇA

SUIÇAESPANHA

AEROPORTO DE FARO

AEROPORTO DA PORTELA

AEROPORTO FRANCISCO SÁ CARNEIRO

PORTO DE LEIXÕES

PORTO DE AVEIRO

PORTO DE LISBOA

PORTO DE SETÚBAL

PORTO DE SINES

Conurbações metropolitanas

Síntese do sitema urbano

Conurbações não metropolitanas

Áreas verdes protegidas

Cidades

Síntese

Page 88: Fábrica Social

88

Page 89: Fábrica Social

89

Page 90: Fábrica Social
Page 91: Fábrica Social
Page 92: Fábrica Social

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Page 94: Fábrica Social

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, no

mea

dos

suce

ssiv

amen

te n

o po

sto

de In

spec

tor-

gera

l dos

Mon

umen

tos,

def

ende

ram

for-

tem

ente

os

prin

cípi

os d

o “r

esta

uro

arqu

eoló

gico

”, im

-po

ndo

o se

u cu

mpr

imen

to p

or to

da a

Fra

nça.

Sur

giu,

no

ent

anto

, a

part

ir da

inf

luên

cia

de E

ugèn

e V

iolle

t-le

-Duc

, um

a te

ndên

cia

conh

ecid

a co

mo

“res

taur

o es

-til

ístic

o”. L

igad

o ao

rev

ival

ism

o ar

quite

ctón

ico

do s

éc.

XIX

, E

ugèn

e V

iolle

t-le

-Duc

esc

reve

u, n

a su

a ob

ra

“Dic

ioná

rio d

a A

rqui

tect

ura

Fra

nces

a”:

“res

taur

ar u

m

edifí

cio

não

é co

nser

vá-lo

, re

pará

-lo o

u re

fazê

-lo,

é re

stab

elec

ê-lo

num

est

ado

de p

leni

tude

que

pod

erá

não

ter

exis

tido

em n

enhu

m m

omen

to.”

Def

ende

u a

dest

ruiç

ão d

e to

dos

os a

cres

cent

os d

e ép

ocas

pos

-te

riore

s, d

e m

odo

a re

stitu

ir ci

entif

icam

ente

o o

rigi-

nal,

mas

rea

lizou

pro

ject

os b

asta

nte

fant

asio

sos

e cr

iativ

os, o

nde

a re

stitu

ição

era

, mui

tas

veze

s, im

ag-

inár

ia.

O r

esta

uro

do C

aste

lo d

e P

ierr

efon

ds é

um

a ob

ra

exem

plar

da

inte

nção

des

te a

rqui

tect

o em

dev

olve

r o

esta

do c

ompl

eto,

idea

l e a

bsol

uto

do e

difíc

io,

com

a

intr

oduç

ão d

e in

úmer

as a

ltera

ções

em

rel

ação

ao

orig

inal

.S

imul

tane

amen

te,

surg

iu

em

Ingl

ater

ra

outr

a te

ndên

cia

no r

esta

uro

que,

pro

tago

niza

da p

or J

ohn

Rus

kin

e W

illia

m M

orris

, fic

aria

con

heci

da c

omo

o “m

ovim

ento

ant

i-res

taur

o”.

John

Rus

kin

man

ifest

ou i

deia

s op

osta

s às

do

ar-

quite

cto

fran

cês

Vio

llet-

le-D

uc. C

onsi

dero

u os

acr

es-

cent

os d

e no

vas

eras

em

edi

fício

s an

tigos

com

o “m

entir

as a

rqui

tect

ónic

as”,

prin

cipa

lmen

te s

e es

tes

não

foss

em m

anuf

actu

rado

s. C

ontr

ario

u, d

esta

for

-m

a, a

ide

ia d

e fa

lso

hist

óric

o, u

ma

vez

que

toda

a

inte

rven

ção

sobr

e o

exis

tent

e co

nstit

uirá

ine

vita

vel-

men

te u

ma

alte

raçã

o ao

mon

umen

to n

o se

u es

tado

or

igin

al.

1790

Co

mis

são

Fra

nce

sa p

ela

Art

e e

Mo

nu

men

tos

Inst

ituiç

ão q

ue s

alva

guar

da

os m

onum

ento

s na

cion

ais

1809

An

fite

atro

de

Arl

es, F

ranç

aR

ecup

erad

o en

tre

1809

e 1

830

1811

Cat

edra

l Est

rasb

urg

oF

ranç

aR

ecup

erad

a em

181

1

Page 95: Fábrica Social

95Ent

re o

s se

us s

egui

dore

s, d

esta

ca-s

e W

illia

m M

orris

qu

e in

icio

u em

Ing

late

rra

o m

ovim

ento

de

“Art

s an

d C

rafts

”,

pret

ende

ndo

cons

erva

r as

ca

ract

erís

ticas

da

s ac

tivid

ades

art

esan

ais

e da

arq

uite

ctur

a tr

adic

io-

nal,

em o

posi

ção

à pr

oduç

ão e

m s

érie

e à

indu

stria

l-iz

ação

. E

m 1

877,

fun

dou,

em

Lon

dres

, a

Soc

ieda

de

de P

rote

cção

de

Edi

fício

s A

ntig

os q

ue,

segu

indo

as

idei

as d

e R

uski

n, d

efen

dia

a m

anut

ençã

o do

s ed

ifí-

cios

ant

igos

, ev

itand

o as

sim

fut

uros

res

taur

os q

ue

adul

tera

m o

s m

onum

ento

s.E

m It

ália

, Cam

illo

Boi

to in

fluen

ciou

toda

um

a ge

ra-

ção

de a

rqui

tect

os q

ue, p

reoc

upad

os c

om a

que

stão

da

def

esa

dos

mon

umen

tos

e da

sua

con

serv

ação

, vi

riam

a d

ar o

rigem

ao

mov

imen

to c

onhe

cido

por

“r

esta

uro

cien

tífic

o”.

Def

ende

u in

terv

ençõ

es d

e re

s-ta

uro

de n

ível

int

erm

édio

, re

agiu

aos

con

ceito

s de

V

iolle

t-le

-Duc

e à

atit

ude

de p

assi

vida

de d

efen

dida

po

r R

uski

n e

Mor

ris.

Pro

pôs,

por

sua

vez

, o

resp

eito

po

r to

das

as é

poca

s do

mon

umen

to. A

s in

terv

ençõ

es

suce

ssiv

as q

ue s

e vã

o ac

umul

ando

nos

mon

umen

-to

s se

riam

, pa

ra B

oito

, te

stem

unho

s da

sua

his

tória

, as

sim

, o

valo

r hi

stór

ico

que

poss

uem

ser

iam

o v

alor

m

áxim

o a

pres

erva

r. E

ste

é um

tem

a qu

e B

oito

de-

senv

olve

u de

um

a fo

rma

clar

a nu

ma

das

suas

obr

as

mai

s m

arca

ntes

“O

s R

esta

urad

ores

”.E

m 1

883,

rea

lizou

-se

em R

oma

o III

Con

gres

so

de A

rqui

tect

os e

Eng

enhe

iros

Civ

is q

ue e

nunc

iou,

de

uma

form

a si

stem

atiz

ada,

os

prin

cípi

os e

stab

elec

i-do

s po

r B

oito

.E

ntre

os

seus

seg

uido

res,

des

taca

-se

o ita

liano

G

usta

vo G

iova

nnon

i qu

e in

trod

uziu

, pe

la p

rimei

ra

vez.

na

disc

ussã

o, o

ter

mo

de “

patr

imón

io u

rban

o”,

prop

ondo

des

ta f

orm

a um

a sa

lvag

uard

a in

tegr

ada.

M

ais

tard

e, e

sta

noçã

o de

pat

rimón

io u

rban

o fo

i ala

r-ga

da. R

ecup

erar

-se-

iam

ass

im c

asas

, rua

s e

praç

as,

send

o de

finid

o um

con

junt

o de

reg

ras

para

est

e tip

o de

inte

rven

ções

. A

con

trib

uiçã

o de

ste

arqu

itect

o re

velo

u-se

fun

da-

men

tal,

desd

e lo

go p

orqu

e, d

eixa

ndo

de s

e lim

itar

ao m

onum

ento

arq

ueol

ogic

amen

te r

econ

heci

do,

a no

ção

de p

atrim

ónio

se

torn

a m

ais

abra

ngen

te, d

eco-

rre

de u

ma

pers

pect

iva

mai

s in

tegr

ada.

1817

Raf

fael

Ste

rn(1

774-

1820

)C

ria a

Aca

dem

ia R

eal d

a H

istó

ria P

ortu

gues

a do

s m

onum

ento

s an

tigos

1830

Lu

do

vic

Vit

et(1

802-

1873

nom

eado

insp

ecto

r-ge

ral

dos

Mon

umet

os F

ranc

eses

1823

Giu

sep

pe

Val

adie

r(1

762-

1839

)“R

esta

uro

Arq

uiol

ógic

o”In

icia

o r

esta

uro

do C

olis

eu

de R

oma

1837

Ale

xan

dre

Her

cula

no

(181

0-18

77)

Pub

lia o

art

igo

“Arq

uite

ctur

a gó

tica,

Igre

ja d

o C

arm

o em

Li

sboa

, na

revi

sta

“O P

anor

ama”

1829

Vic

tor

Hu

go

(180

2-18

85)

Pub

lica

o ar

tigo

“Gue

rre

aux

Dém

olis

seur

s”

1843

Alm

eid

a G

arre

t(1

799-

1854

)P

ublic

a o

rom

ance

“V

iage

ns

na m

inha

Ter

ra”,

ond

e re

age

pera

nte

a co

ndiç

ão d

o pa

trim

ónio

em

Por

tuga

l

1840

Vio

llet-

le-D

uc

(181

4-18

79)

“Res

taur

o E

stilí

stic

o”In

icia

a o

bra

de r

esta

uro

da

Igre

ja d

e V

ézel

ay

1817

Arc

o d

e T

ito

, Rom

aR

ecup

erad

o em

1817

por

Ste

m

1840

Mo

stei

ro d

a B

atal

ha,

Lis

boa

Rec

uper

ado

em 1

840

por

Luís

da

S. M

outin

ho d

e A

lbuq

uerq

ue

1823

Co

liseu

de

Ro

ma

Rec

uper

ado

em18

23 p

or V

alad

ier

1844

Cat

edra

l de

No

tre

Dam

, P

aris

Rec

uper

ada

em 1

844

por

Vio

llet-

le-D

uc

Page 96: Fábrica Social

96

O i

níci

o do

séc

ulo

XX

é m

arca

do p

elo

apar

eci-

men

to d

o M

oder

nism

o e

do E

stilo

Int

erna

cion

al q

ue,

em to

dos

os s

eus

pres

supo

stos

, afe

ctam

a n

oção

de

patr

imón

io.

Já m

ais

abra

ngen

te,

esta

tor

nou-

se e

s-se

ncia

lmen

te n

orm

ativ

a e

inse

rida

num

a pe

rspe

ctiv

a de

int

eres

se i

nter

naci

onal

. S

urge

ass

im a

noç

ão d

e um

PA

TR

IMÓ

NIO

HIS

RIC

O IN

TE

RN

AC

ION

AL.

Vár

ias

inic

iativ

as s

e su

cede

m n

a E

urop

a ne

ste

es-

forç

o de

nor

mal

izaç

ão.

Em

192

1, r

ealiz

ou-s

e em

Par

is o

Con

gres

so I

n-te

rnac

iona

l de

His

tória

de

Art

e, o

nde

se m

anife

stou

a

nece

ssid

ade

de e

stab

elec

er r

egra

s de

res

taur

o in

-te

rnac

iona

lmen

te a

ceite

s; e

m 1

931,

rea

lizou

-se

em

Ate

nas,

um

a co

nfer

ênci

a co

m r

esul

tado

s ef

ectiv

os

na c

oncr

etiz

ação

des

te o

bjec

tivo

com

um.

Nel

a pa

r-tic

ipar

am v

inte

paí

ses

euro

peus

e u

m d

os te

mas

dis

-cu

tidos

ser

ia a

tut

ela

e o

rest

auro

dos

mon

umen

tos

arqu

itect

ónic

os.

Des

ta c

onfe

rênc

ia,

prom

ovid

a pe

los

CIA

M

(Con

gres

sos

Inte

rnac

iona

is

de

Arq

uite

ctur

a M

oder

na),

res

ulto

u um

im

port

ante

doc

umen

to –

a

Car

ta d

e A

tena

s -

o pr

imei

ro d

ocum

ento

int

erna

cio-

nal

que

esta

bele

ceu,

nes

ta m

atér

ia,

uma

base

de

crité

rios

e di

rect

rizes

que

iria

m s

er a

bsor

vido

s pe

las

dife

rent

es le

gisl

açõe

s na

cion

ais

e eu

rope

ias

sobr

e a

salv

agua

rda

do p

atrim

ónio

arq

uite

ctón

ico.

Est

a ca

rta

reve

lou-

se e

ssen

cial

, no

sent

ido

em q

ue

desp

olet

ou o

int

eres

se e

esf

orço

de

mui

tos

país

es

no q

ue r

espe

ita à

reg

ulam

enta

ção

da a

ctiv

idad

e de

co

nser

vaçã

o e

rest

auro

dos

seu

s m

onum

ento

s.

Ent

re e

ssas

ini

ciat

ivas

des

taco

u-se

a C

arta

de

Res

taur

o Ita

liana

, de

193

2, q

ue c

onto

u co

m a

for

te

part

icip

ação

de

Gio

vann

oni,

e qu

e, a

pesa

r de

seg

uir

os p

rincí

pios

da

Car

ta d

e A

tena

s, a

cres

cent

ou à

no

ção

de p

atrim

ónio

, nã

o só

as

obra

s de

art

e, m

as

tam

bém

as

da c

iênc

ia e

tecn

olog

ia.

A II

Gue

rra

Mun

dial

e a

con

sequ

ente

des

trui

ção

de

uma

part

e si

gnifi

cativ

a do

s m

onum

ento

s pa

trim

onia

is

fora

m ta

mbé

m im

port

ante

s pa

ra q

ue, c

ada

vez

mai

s,

se e

ncar

asse

glo

balm

ente

a n

eces

sida

de d

e pr

ote-

ger

um p

atrim

ónio

com

um.

1857

Cas

telo

de

Pie

rref

on

ds,

F

ranç

aR

ecup

erad

o em

185

7 po

r V

iolle

t-le

-Duc

1851

Joh

n R

usk

in(1

819-

1900

)“A

nti-r

esta

uro”

Pub

lica

“As

pedr

as d

e V

enez

a”

1877

Will

iam

Mo

rris

(183

4-18

96)

Fun

da a

“S

ocie

dade

de

Pro

tecç

ão d

e E

difíc

ios

Ant

igos

” em

Ingl

ater

ra

1884

Cam

ilo B

oit

o(1

836-

1933

)“R

esta

uro

Cie

ntífi

co”

Apr

esen

ta a

sua

obr

a “O

s R

esta

urad

ores

Page 97: Fábrica Social

97Ces

ari

Bra

ndi

trou

xe,

nest

e co

ntex

to,

um c

ontr

ibut

o fu

ndam

enta

l. N

a su

a ob

ra “

Teo

ria d

o R

esta

uro”

, ex

-pô

s id

eias

que

fic

aram

con

heci

das

com

o “R

esta

uro

críti

co”.

Def

ende

u qu

e os

val

ores

art

ístic

os p

reva

-le

cem

sob

re o

s hi

stór

icos

, afir

man

do: ”

A c

onsi

stên

cia

físic

a da

obr

a de

art

e de

ve t

er n

eces

saria

men

te p

ri-or

idad

e po

rque

ass

egur

a a

tran

smis

são

da i

mag

em

do fu

turo

”.C

amin

ha-s

e pa

ra u

ma

visã

o on

de o

s va

lore

s pa

tri-

mon

iais

se

torn

am c

ada

vez

mai

s de

slig

ados

da

per-

spec

tiva

arqu

eoló

gica

, ci

entíf

ica

e rig

oros

a qu

e, a

entã

o, d

efin

ira a

noç

ão d

e pa

trim

ónio

.A

inda

sob

a a

mea

ça d

a gu

erra

, de

stac

am-s

e al

-gu

ns d

ocum

ento

s qu

e se

deb

ruça

m s

obre

est

a pr

ob-

lem

átic

a.E

m 1

945,

a O

NU

crio

u a

UN

ES

CO

, co

m o

obj

ec-

tivo

de g

aran

tir u

nive

rsal

men

te a

just

iça

e os

dire

itos

hum

anos

, ent

re to

das

as n

açõe

s, p

rom

oven

do a

edu

-ca

ção,

a c

iênc

ia e

a c

ultu

ra.

Def

iniu

-se

glob

alm

ente

o

conc

eito

de

patr

imón

io a

rqui

tect

ónic

o e

esta

bele

ce-

ram

-se

Con

venç

ões

e R

ecom

enda

ções

par

a a

sua

salv

agua

rda.

Des

taco

u-se

, em

par

ticul

ar,

a C

onve

nção

de

Hai

a ou

Con

venç

ão p

ara

a P

rote

cção

de

Ben

s C

ultu

rais

em

cas

o de

Con

flito

Arm

ado,

ela

bora

da e

m 1

954.

E

ste

docu

men

to r

econ

hece

o e

feito

dev

asta

dor

das

guer

ras

e de

fend

e um

a es

trat

égia

de

prev

ençã

o em

te

mpo

s de

paz

, at

ravé

s da

inv

enta

riaçã

o in

tern

acio

-na

l dos

ben

s cu

ltura

is d

e m

aior

impo

rtân

cia

e a

cria

-çã

o de

reg

ulam

ento

s e

med

idas

que

pre

vina

m a

sua

de

stru

ição

, pilh

agem

e a

ltera

ção.

Em

196

4, r

ealiz

ou-s

e em

Ven

eza,

o I

I C

ongr

esso

de

Arq

uite

ctos

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100

Para organizar as tendências ou as atitudes assumidas por vários arquitectos perante obras de reabilitação de edifícios existentes, decidimos evitar os glossários extremamente técnicos e minuciosos. Estes pecam pela sua rigidez e ineficácia na análise das obras, na sua relação com outras.

Optamos por organizar um referencial de dois eixos, ao longo dos quais dispomos as várias obras que vão surgindo como referências. As variáveis são relativas à forma, "entendida como estrutura essencial e interna".

O eixo vertical organiza as variações entre uma atitude de continuidade com a forma existente ou uma de ruptura.

O eixo horizontal organiza as variações entre ampliações ou restituições. "Novo no velho ou velho no velho ".

No extremo do 1º quadrante colocamos a obra Spliting em Englewood; no extremo do 2º quadrante colocamos o Edifício da OCAD de Wil Alsop; no extremo do 3º quadrante colocamos a reabilitação da casa dos bicos de Daniel Santa Rita e Manuel Vicente; e no extremo do 4º quadrante colocamos a reabilitação do Palácio do Freixo de Fernando Távora.

O centro representa a preexistência intocada.Esta experiência da Bússola da Reabilitação permite uma orientação intuitiva na

crescente complexidade de possibilidades perante o existente.

Bússola

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101

VELHO NO VELHONOVO NO VELHO

RUPTURA

CONTINUIDADE

12

3 4

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104

A experiência deste trabalho foi essencialmente de procura, de crescimento e de experimentação.

Obra aberta descreve o modo como este trabalho se desenvolveu em simultâneo com uma realidade nunca estável.

Chegámos à Fábrica à procura de um espaço de trabalho para nos instalarmos. Encontramos a oportunidade de um exercício de projecto. Uma ruína e um programa estimulantes. Uma antiga Fábrica chapeleira a transformar em centro de criatividade e produção artística.

As instalações para o nosso espaço de trabalho estavam disponíveis mas degradadas. Surgiu assim a oportunidade do contacto com a prática. Começamos as obras e, mais tarde, esta experiência revelou-se importante na orientação do exercício. Depois de o escritório estar concluído, começaram o projecto e as obras para o resto do edifício onde nos encontrávamos e onde se pretendia realizar mais salas de trabalho semelhantes. Mais tarde, percebemos que, como um gatilho, este edifício despoletou muito rapidamente obras por quase toda a fábrica, processo que tentamos acompanhar o mais possível, apesar de toda a inexperiência.

Propusemos finalmente que o nosso trabalho fosse a reabilitação da Fábrica Social, a criação de uma “fábrica de criatividade” e uma fundação cultural.

Ao enquadrar a Fábrica com os planos urbanos em curso ou existentes, cruzamos as propostas do plano de pormenor do Arquitecto Mealha com as propostas da SRU para a Fontinha e decidimos desenvolver quatro projectos âncoras para o quarteirão: a fundação, um parque de estacionamento, a reabilitação de habitação de tipologia pequena e um jardim panorâmico. Estes projectos surgem informados pelos desejos do cliente e dos moradores da Fontinha que, em algumas conversas e num encontro organizado, expuseram algumas carências do bairro. Os transtornos do estacionamento clandestino descontrolado e a crescente degradação das casas são as que se destacaram.

Ivan Illich e Joseph Beuys são as grandes referências. Convivialidade e Escultura Social são ideias que, já presentes nas discussões, ganham consistência como inspiração.

Obra aberta

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105

O contacto próximo com os moradores despertou-nos também para o tema da participação pública na arquitectura ou na cidade. Investigamos alguns processos semelhantes, como a experiência de intervenção social associada a uma intervenção arquitectónica em Marselha relatada por Michel Anselme, ou os processos SAAL no Porto.

Na tentativa de construir a ideia de “Fábrica Social”, e convictos de que, na obra aberta, programa é arquitectura, envolvemo-nos com outros grupos, nalgumas iniciativas públicas que explorassem o edifício enquanto ruína. Uma peça de teatro, uma exposição de arquitectura e outras iniciativas mais pequenas, ajudaram-nos a construir um programa, a conhecer o edifício e a construir uma ideia.

A participação durante uma semana num workshop de bioarquitectura com o arquitecto Johan Van Lenguen do Tibá; o contacto com este, a aprendizagem de uma nova forma de entender a arquitectura e, ainda, a construção efectiva de protótipos construtivos apropriáveis foram um ponto de viragem importante no nosso percurso pessoal e no nosso trabalho. Fortalecemos a nossa convicção numa arquitectura mais integrada com a natureza e na importância do trabalho prático para o espírito do homem.

Foi assim, com os pressupostos do exercício abalados, que tomamos a decisão de que os quatro projectos estariam localizados na Fábrica, na tentativa de construir e controlar nós próprios um projecto e um programa.

Concentramo-nos na zona mais degradada da Fábrica que não iria ser abrangida pelas obras já avançadas, destinada ao programa “Laboratório das Artes” – zona de jovens criadores.

Rapidamente, começamos as limpezas do entulho e lixo, a desmontagem de estruturas degradadas e o levantamento dessa parte da Fábrica.

Ainda sob o impulso do Workshop do Tibá, iniciamos paralelamente algumas experiências de técnicas, texturas e coloração em cimento e construímos um lavatório como protótipo.

Passamos, assim, alguns meses de trabalho essencialmente experimental e prático que nos ajudaram na nossa definição pessoal e colectiva.

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Durante as limpezas de um pequeno espaço livre no limite da Fábrica e do “laboratório das artes”, descobrimos uma passagem para um dos lotes da grande mancha verde do interior do quarteirão. Exploramos o terreno e descobrimos verdadeiramente todo o potencial deste enorme jardim esquartejado, abandonado e vedado à cidade.

Progressivamente, sentimos o impulso de sair de novo dos limites da Fábrica, uma vez que esta já se encontrava num estado avançado de reabilitação, através de quatro projectos periféricos que, em conjunto com a Fábrica, seriam elementos de regeneração urbana:

Um equipamento localizado no grande jardim vocacionado para a sua manutenção e abertura à cidade;

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A reabilitação da única zona da Fábrica ainda em ruínas para a criação de um Laboratório de fabricação pessoal;

Um parque de estacionamento e um conjunto de ateliers de apoio à Fábrica;A reabilitação do bairro operário, criando habitação para artistas residentes.

As obras da fábrica começam finalmente a chegar ao fim. Ao mesmo tempo, a vontade de estabilizar uma boa parte do trabalho convida a uma revisão de todos os temas abordados e a uma reflexão sobre todo o processo e a experiência.

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S.A.A.LEXPERIÊNCIA

ESBAP/JULHO 77

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FÁBRICA

Joseph BeuysConceiro apliado de arte - arte é vida“Todo o homem é um artista”Kunst = capital = a ideia de capacitação atravez da noção alargada da artesocial sculpture e sculpture = thinking

TibáArquitectura ao alcance de todosTecnologias e materiais apropriáveis e cológicos

Rural studioAprendizagem da arquitectura de uma forma práticaTónica na responsabilidade individual e no serviço comunitárioAjuda real das comunidadesDesenvolvimento de tecnologias e materiais low tech

Ivan IllichAutonomiaDesinstitucionalização da sociedadeConvivialidade | Ferramentas conviviaisPedagogia integrado no mundo prático do trabalhoCapacitação (por oposição à formatação)Ensinar e não educarRedes pedagógicas

AnarquitecturaEspaço desligado dos canones da arquitecturaRuptura dos limites entre a arte e a arquitectura

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SOCIAL

Mais do que um edifício, Fábrica Social é a tentativa de criar um programa, uma alternativa de cidade e, talvez, uma alternativa de sociedade. Sentimos a necessidade de criar aquilo a que chamamos um mapa ideológico. Este mapa organiza e relaciona personagens, ideas e referências de forma dinâmica. É um documento aberto; pode crescer, ramificar-se e interlaçar-se.

VernadskyNoção abrangente de ecologiaNooesfera“Mente Global”

Web 2.0Conteúdo gerado pelo utilizadorConteúdos com base na colaboração de redes sociaisOpen source

Fab LabCriação de pequenas unidades de produçãoFabricação pessoalInovação “bottom up”“Ferramentas para fazer quase tudo”

Bauhaus | Arts and CraftsArte integrada no quotidianoNão separar a noção de artesão e de artistaAuto-gestãoIntegração das Artes

Marx | MorrisNoção de alienaçãoEliminar dicotomia entre capital e trabalhoEliminar dicotomia entre trabalho e lazerEliminar dicotomia entre trabalho intelectual e manual

SituacionistasPsicogeografiaDetournement

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ESTRATÉGIA

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Estratégia

BAIRRO

FÁBRICA

JARDIM

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Muitos dos quarteirões do Porto, resultantes da expansão urbana do século XIX, estão num impasse. O tecido urbano não está adaptado àquilo que consideramos ser uma vivência urbana saudável.

Este Tecido por Defeito (pág. 64) fragmenta a cidade, dificulta a mobilidade e isola grandes áreas no interior dos quarteirões que poderiam ser integradas nos vários siste-mas urbanos (espaços públicos e culturais, estruturas produtivas, zonas verdes).

A Fontinha encontra-se também neste impasse. Todo o quarteirão é delimitado por uma frente urbana contínua. O seu interior divide-se em duas zonas: a sul, um bairro habita-cional de cariz operário, fortemente marcado pela presença das antigas ilhas e a norte, um grande numero de logradouros privados deixados ao abandono que, no seu conjunto, definem uma grande mancha verde.

O principal objectivo da nossa proposta é dar coerência à mancha verde, permitindo que esta contamine todo o quarteirão e se integre no sistema ecológico, produtivo e cultural de toda a cidade. Esta estrutura natural é, para nós, um elemento activo de reabilitação, com o potencial de se transformar num grande jardim público, que alberga actividades de produção, lazer, ensino e cultura, dando nova vida aos espaços.

Em alternativa a um plano regulador extensivo, característico dos planos de pormenor, adoptamos os princípios da “acupunctura urbana”, propondo intervenções pontuais que estimulem uma regeneração urbana orgânica e, principalmente, participada.

Propomos a criação de novas vias de penetração na mancha verde (adoptadas do Plano de Pormenor do arquitecto Mealha pág. 52) e, como intervenção principal, um campus dedicado à criatividade que tem como centro a Fábrica Social.

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Para o campus, a imagem que nos serve de referência é a das catedrais medievais. Obras em constante reconstrução que apenas faziam sentido quando integradas com unidades de produção, ensino, trabalho, serviços e habitação. Estes estaleiros funcio-navam como verdadeiras escolas de formação holística, fundadas na prática das várias dimensões da vida em comunidade. Promoviam uma verdadeira capacitação e participa-ção dos trabalhadores na transformação destas pequenas cidades.

A Fábrica é a Catedral, uma Obra Aberta que promove a capacitação dos residentes na participação activa da reabilitação da Fábrica, do tecido envolvente e do jardim.

Propõe-se assim quatro programas: A reabilitação de casas do bairro para residências de artistas, adaptando uma tipologia

tradicional a novas formas de habitar, promovendo também uma maior diversidade cul-tural e geracional.

A criação de um parque de estacionamento que permite que grande parte das ruas da Fontinha se tornem pedonais e um conjunto de novos ateliers que reforçam a vertente produtiva da Fábrica Social.

A reabilitação de uma unidade da Fábrica para um laboratório de fabricação pessoal que permite o desenvolvimento de tecnologias apropriáveis e conviviais.

Um centro de estudos do meio ambiente, tendo como objectivo a pesquisa e o desen-volvimento de novas práticas ecológicas e de regeneração da mancha verde.

Como elemento estruturante deste campus, uma rua no céu que sobrevoa a Fábrica. É uma referência visual numa zona elevada da cidade (pág. 66) mas também uma nova ligação pedonal entre a zona habitacional e o jardim. Na Fábrica, a rua no céu cria uma nova entrada, novas formas de circulação e funciona como elemento simbólico da “obra aberta”, uma grua ou uma teia de suporte para equipamentos técnicos ou intervenções artísticas.

Cria-se assim um projecto em que o caminho é em si um fim.

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FUNDAÇÃO JOS

PARQUE E

RESIDÊNCIA PARA ARTISTAS

AQUEDUTO

Ateliers

Loja

Recepção

Bar

Res

idên

cia

SecretariaAdministração

Exposição

Exposição p

Exposição p

Multiu

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SÉ RODRIGUES LABORATÓRIO

CENTRO ESTUDOS DO MEIO AMBIENTE

STACIONAMENTO + ATELIERS

Ateliers

temporária

permanente

permanente

sosArrumos

Oficinas

Oficinas Oficinas

Oficinas

Oficinas

Escritório

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Fábrica social | História• Alves, Jorge Fernandes (2002), A Indústria Portuense em Perspectiva Histórica – Actas do Colóquio, Centro Leonardo Coimbra/Faculdade de letras da universidade do Porto, Porto• (1881), Relatório apresentado ao Governador Civil do Distrito do Porto, Presidente da Comissão Distrital de Inquérito ás Industrias pela sub-comissão encarregada de visitas aos estabelecimentos industriais, Porto

Fontinha | Desenvolvimento urbano• Nonell, Anni Günther (2002), Porto, 1763/1852 a construção da cidade entre despotismo e liberal-ismo, FAUP publicações, Porto• Oliveira, J.M. Pereira de (2007), O Espaço Urbano do Porto, Edição Facsimilada da edição original de 1973, Edições Afrontamento, Porto• Ramos, Luís A. De Oliveira (2000), História do Porto, 3ª edição, Porto Editora, Porto

Fontinha | Resistência e conflito• Jornal de Noticias (2007), As tradições operárias do Bairro da Fontinha – Germano Silva, 22 de Julho, Porto• Ramos, Luís A. De Oliveira (2000), História do Porto, 3ª edição, Porto Editora, Porto

Fontinha | Quarteirão• JA, Jornal Arquitectos (1995), Concurso de Ideias, Elaboração do Plano Pormenor da Fontinha / Carvalheiras no Porto – 2º prémio Ex-aequo – Arquitectos J. Teixeira de Sousa, J. Carlos de Sousa e J. Luís Torres, Nº145/146• JA, Jornal Arquitectos (1995), Plano de Pormenor da Fontinha / Carvalheiras – Arquitectos Rui Mealha e Manuel Ribau Nunes, Nº154

Fontinha | Plano de pormenor• JA, Jornal Arquitectos (1995), Plano de Pormenor da Fontinha / Carvalheiras – Arquitectos Rui Mealha e Manuel Ribau Nunes, Nº154• Plano Director Municipal do Porto 2005• Vários (2005), Proposta de Masterplan – Revitalização Urbana e Social da Baixa do Porto - Volume 1, Sociedade de Reabilitação Urbana, Porto

Fontinha | Tecido por defeito• Teixeira, Manuel C. (1996), Habitação Popular na Cidade do Porto – As Ilhas do Porto, Edição Fundação Calouste Gulbenkian / Junta Nacional de Investigação Cientifica e Tecnológica

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Fontinha | Trimontium• Ramos, Luís A. De Oliveira (2000), História do Porto, 3ª edição, Porto Editora, Porto• Oliveira, J.M. Pereira de (2007), O Espaço Urbano do Porto, Edição Facsimilada da edição original de 1973, Edições Afrontamento, Porto

Reabilitação• Appleton, João (2003), Reabilitação de Edifícios Antigos (Patologias e técnicas de intervenção), Edições Orion, Amadora.• Architécti (2000), Restauro e Recuperações, Nº 49, Lisboa• FEUP; DGEMN (2005), 2º Seminário «A intervenção no Património. Práticas de conservação e reabilitação», FEUP publicações, Porto.• JA, Jornal Arquitectos (2003), À la recherche du temps perdu, Nº213, Ordem dos Arquitectos, Lis-boa.• Koolhaas, Rem; OMA/AMO (2004), Content, Taschen, Koln.• Peixoto, Paulo, O Património mundial como fundamento de uma comunidade humana e como re-curso das indústrias culturais urbanas, FEUC – Centro de estudos sociais, Coimbra.• Rosas, Lúcia Maria Cardoso (1995), Monumentos Pátrios. A arquitectura religiosa medieval – património e restauro (1835-1928), FLUP, Porto.

Estratégia• Ascher, François (2004), Los Nuevos Principios del Urbanismo, Alianza Editorial, Madrid• Beuys, Joseph (2004), What is Art?, Clairview Books, East Sussex• Friedman, Yona (2006), Pro Domo, Actar, Barcelona• Gershenfeld, Neil (2005), Fab, Basic Books, Nova Iorque• Hughes, Jonathan; Sadler, Simon (2000), Non Plan: Essays on Freedom, Participation and Change in Modern Architecture and Urbanism, Architectural Press, Oxford• Illich, Ivan (2000), Tools for Conviviality, Marion Boyers Publishers• Lengen, van Johan (1997), Manual do Arquitecto Descalço, Tibá, Rio de Janeiro• Lerner, Jaime (2005), Acupuntura Urbana, 2ª Edição, Editora Record, Rio de Janeiro• Loock, Ulrich (2005), anArquitectura, Público e Fundação de Serralves, Porto• Mau, Bruce (2004), Massive Change, Phaidon, Londres• Rodrigues, António Jacinto (1989), A Bauhaus e o Ensino Artístico, Editorial Presença, Porto• Rodrigues, António Jacinto (2006), Sociedade e Território, Profedições, Porto• Rodrigues, António Jacinto (1975), Urbanismo e Revolução, Afrontamento, Porto

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Fontinha | Resistência e conflito� in Ramos, Luís A. De Oliveira (2000), História do Porto, 3ª edição, Porto Editora, Porto� in Jornal de Noticias (2007), As tradições operárias do Bairro da Fontinha – Germano Silva, 22 de Julho, Porto

Fontinha | Quarteirão � in JA, Jornal Arquitectos (1995), Plano de Pormenor da Fontinha / Carvalheiras – Arquitectos Rui Mealha e Manuel Ribau Nunes, Nº154� in JA, Jornal Arquitectos (1995), Concurso de Ideias, Elaboração do Plano Pormenor da Fontinha / Carvalheiras no Porto – 2º prémio Ex-aequo – Arquitectos J. Teixeira de Sousa, J. Carlos de Sousa e J. Luís Torres, Nº145/146

Fontinha | Tecido por defeito� in Teixeira, Manuel C. (1996), Habitação Popular na Cidade do Porto – As Ilhas do Porto, Edição Fundação Calouste Gulbenkian / Junta Nacional de Investigação Cientifica e Tecnológica

Fontinha | Plano de pormenor� in JA, Jornal Arquitectos (1995), Plano de Pormenor da Fontinha / Carvalheiras – Arquitectos Rui Mealha e Manuel Ribau Nunes, Nº154

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

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Fábrica social | Palimpsesto• Levantamento do Porto de Telles Ferreira de 1892• Levantamento fotográfico aéreo do Porto de 1939• Levantamento topográfico da Fábrica Social do arquitecto Paulo Lemos de 1992• Levantamento fotográfico aéreo Google Earth de 2007

Fábrica social | Plano de pormenor• Anteplano do Plano de Pormenor Fontinha Carvalheiras

Mapas | Envolvente• Plano Director Municipal• Junta Metropolitana do Porto• Masterplan SRU

Mapas | Porto• Plano Director Municipal• Câmara Municipal do Porto

Mapas | GAMP• Instituto Nacional de Estatística• Junta Metropolitana do Porto

Mapas | Portugal• PNPOT – Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território• Centro Nacional de Informação Geográfica• Instituto Nacional de Estatística

FONTES

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