capitulo 1 - novo mundo

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Capitulo 1 Novo Mundo... Dia 21 de Fevereiro de 2012, em uma cidade no interior do Estado do Arizona, Estados Unidos, chamada SiddenTown, consideravelmente populosa, tranqüila, em um bairro de classe média, existe uma casa simples e humilde, mas com seus requintes, nela vive Marco Crisfield, um garoto com 17 anos, brasileiro, cabelos pretos e lisos com um físico nem muito acima e nem muito abaixo da média comum para um garoto da idade, olhos castanhos claros, sociável e tímido em determinados momentos, inteligente, por incrível que se possa imaginar possui dotes culinários, toca instrumentos musicais e gosta de manter tudo sempre organizado, e sua Avó Madelaine Crisfield, com 59 anos, cabelos grisalhos e encaracolados fica o dia inteiro fazendo seus crochês ou dormido no sofá por ser ela já de idade ficou para Marco a responsabilidade de cuidado, nascendo aqui o gosto pela organização e o dotes na cozinha. Marco desde pequeno presenciou seus pais brigarem até o ponto em que sua mãe foi agredida e houve assim o fim do casamento, até que no final do ano de 2011 foi enviado pelo Conselho Tutelar, órgão que cuida de crianças que não tem os devidos cuidados recebidos pelos pais, à sua avó que residia nos Estados Unidos, mãe de seu pai que era americano. Neste dia de tempo chuvoso, às 7 horas, como de costume Marcos se levantou foi ao banheiro em estado de sonolência, lavou seu rosto, quando mirou a janela, ótimo! Tempo perfeito para se começar as aulas, ao sair do banheiro em caminho à cozinha se escutou uma voz estridente: -Marco! Marco! Você já acordou? Você se esqueceu de deixar a água para os passarinhos no jardim ontem! – Disse sua avó. -Mas vovó esta chovendo lá fora, acho que os passarinhos não morrerão de sede... – respondeu Marco em tom irônico. -Irá parar de chover logo! Vá e coloque água potável para os pobres passarinhos, Marco! Suspirou ao ouvir o pedido da avó novamente, pensou por alguns instantes, mas acabou aderindo à idéia, pegou um guarda chuva que estava atrás da porta de seu quarto e juntamente uma jarra de água na cozinha e caminhou em direção a porta. Uma chuva intensa caia ao sair, céu totalmente coberto por nuvens negras, hesitou, mas criou coragem novamente abriu o guarda-chuva e foi em direção ao reservatório de água de pássaros que ficava em uma arvore no

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Primeiro capitulo de Escolhas para uma vida.

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Page 1: Capitulo 1 - Novo Mundo

Capitulo 1

Novo Mundo...

Dia 21 de Fevereiro de 2012, em uma cidade no interior do Estado do Arizona, Estados

Unidos, chamada SiddenTown, consideravelmente populosa, tranqüila, em um bairro de classe

média, existe uma casa simples e humilde, mas com seus requintes, nela vive Marco Crisfield,

um garoto com 17 anos, brasileiro, cabelos pretos e lisos com um físico nem muito acima e nem

muito abaixo da média comum para um garoto da idade, olhos castanhos claros, sociável e

tímido em determinados momentos, inteligente, por incrível que se possa imaginar possui dotes

culinários, toca instrumentos musicais e gosta de manter tudo sempre organizado, e sua Avó

Madelaine Crisfield, com 59 anos, cabelos grisalhos e encaracolados fica o dia inteiro fazendo

seus crochês ou dormido no sofá por ser ela já de idade ficou para Marco a responsabilidade de

cuidado, nascendo aqui o gosto pela organização e o dotes na cozinha.

Marco desde pequeno presenciou seus pais brigarem até o ponto em que sua mãe foi

agredida e houve assim o fim do casamento, até que no final do ano de 2011 foi enviado pelo

Conselho Tutelar, órgão que cuida de crianças que não tem os devidos cuidados recebidos pelos

pais, à sua avó que residia nos Estados Unidos, mãe de seu pai que era americano.

Neste dia de tempo chuvoso, às 7 horas, como de costume Marcos se levantou foi ao

banheiro em estado de sonolência, lavou seu rosto, quando mirou a janela, ótimo! Tempo

perfeito para se começar as aulas, ao sair do banheiro em caminho à cozinha se escutou uma voz

estridente:

-Marco! Marco! Você já acordou? Você se esqueceu de deixar a água para os passarinhos

no jardim ontem! – Disse sua avó.

-Mas vovó esta chovendo lá fora, acho que os passarinhos não morrerão de sede... –

respondeu Marco em tom irônico.

-Irá parar de chover logo! Vá e coloque água potável para os pobres passarinhos, Marco!

Suspirou ao ouvir o pedido da avó novamente, pensou por alguns instantes, mas acabou

aderindo à idéia, pegou um guarda chuva que estava atrás da porta de seu quarto e juntamente

uma jarra de água na cozinha e caminhou em direção a porta. Uma chuva intensa caia ao sair,

céu totalmente coberto por nuvens negras, hesitou, mas criou coragem novamente abriu o

guarda-chuva e foi em direção ao reservatório de água de pássaros que ficava em uma arvore no

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jardim. Ao substituir a água da chuva pela potável o impossível aconteceu, Marco percebeu que

seu guarda-chuva parara de vibrar devido aos pingos da chuva, quando se deu conta que a pesada

e forte tempestade começara a diminuir até o ponto em que não se notava mais nenhum pingo em

todo lugar. Não acredito como ela consegue prever essas coisas, era impossível disso ocorrer,

pensava Marco dando um singelo sorriso e balançando a cabeça com certo modo de indignação,

retornou para dentro de casa e ao entrar escutou novamente a voz estridente:

-Eu não disse Marco? Nunca duvide dos mais velhos, meu neto!

-Sim vovó, você estava certa novamente! – Disse Marco dando algumas risadas.

Logo após deixar o guarda-chuva em seu lugar apropriado se dirigiu a cozinha, preparou

seu café da manhã, torradas com geléia de goiaba e um copo de suco de laranja, ah café da

manhã melhor horário do dia, após escovou seus dentes e vestiu seu uniforme escolar, esse ano é

importante, decidirei minha vida nele, pensava Marco, pois, já estava no 3º ano do ensino médio

e precisava escolher que carreira deveria seguir, mas as dúvidas eram muitas que até mesmo ele

não conseguia solucioná-las.

-Vovó! Estou indo para a escola, como hoje é o primeiro dia de aula não tenho certeza se

volto para o almoço, deixei uma marmita no freezer para a senhora, só esquentar!

-Tudo bem Marco... Boa aula meu neto! – respondeu a avó.

Fechou a porta da frente de sua casa, passou seu jardim e ingressou à caminho da escola,

já fazia 1 ano desde que se mudou para os Estados Unidos, desde as atrocidades e brigas

violentas entre seus pais, imagens ainda estavam presentes em sua mente, feridas que demoraram

para ser curadas, mas Marco tentava evitar de toda maneira pensamentos que tirariam o foco

mais importantes para ele no ano, o de decidir o rumo da sua vida. Eu irei ser alguém, pensava

confiante e convicto de sua decisão, tenho que me decidir o quanto antes para saber aonde devo

me focar, e assim foi até sua escola.

Exatamente 8 horas da manhã, Marco se encontrava em frente à sua escola, é agora...

Agora que tudo vai começar, pensou e caminhou para dentro. Cumprimentava uns ou outros,

mas não tinha nenhum tipo de amizade ou afinidade, chegou a sua classe, 3º ano, no 2º andar,

entrou na sala discretamente enquanto os colegas de turma se cumprimentavam, davam risadas,

jogavam assuntos fora e comentavam como passaram as férias. Marco, imperceptível, sentou-se

em uma carteira ao lado da janela que dava vista ao pátio frontal e entrada da escola, quando

percebeu uma maior movimentação de pessoas na porta de entrada da sala, quando aquele

tumulto se abriu e entrou Jéssica Stalter, cabelos longos e encaracolados, loiros, corpo

consideravelmente esbelto para sua idade, olhos azuis, extremamente sociável, inteligência em

grau mediano, uma menina que curte cada momento da vida, valoriza os amigos, mora com os

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pais em um bairro de classe média, Ah Jéssica... Marco sentiu um calafrio na espinha, seus

pensamentos pareciam não fazer mais sentido e não pertencerem mais a ele.

-Jéssica, como foram as suas férias? O que você fez no cabelo? Você ficou mais bonita

sabia? – Perguntas vinham de todos ao redor, Jéssica não conseguia se mover direito sentou ao

lado da parede, oposto à Marco.

-Gente! Gente vai com calma é nosso primeiro dia de aula! Contem primeiro vocês como

foram as suas férias? – Dizia Jéssica dando risada e meio que envergonhada pelo tumulto estava

corada.

Enquanto isso, Marco parecia estar em outro planeta, pensamento longe, somente

admirando a menina que ele tanto era apaixonado, mas inopnadamente sentiu uma mão em seu

ombro, aquilo o estremeceu inteiro, virou rapidamente dizendo:

-Mas que brincadeira de mau gosto é es- Parou instantaneamente quando percebeu que

era seu melhor amigo, Eren Lones, cabelo castanho-claro, físico acima da média

consideravelmente forte para a idade, olhos pretos, inteligentíssimo, sociável, sabia como

contornar situações, era membro do clube de ciência e tecnologia, tinha o dom de liderar e se por

a frente para qualquer tipo de situação, vive com os pais, embora não paravam em casa devido ao

trabalho internacional que realizavam, mora em um bairro de classe alta.

- Hey, Marco! Está assustado cara? Por que esta tão em choque? – Disse Eren dando

muita risada.

-Droga Eren! – Virou a cabeça para frente e fechando os olhos deu um suspiro se devido

ao susto - Isso não é brincadeira que se faça, desde quando aparece uma mão no seu ombro

surgida do nada!

- Uhum! Sei! Brincadeira sem graça... Você que estava distraído babando pela Jéssica,

sua amada – disse Eren, ainda em gargalhadas.

Marco como num susto saltou da cadeira dizendo:

-O-O que você di-disse Eren!? E-Eu não estava babando por ninguém. Eu somente estava

pensando qual profissão e caminho irei tomar esse ano – Nisso tudo Marco estava corado de

vergonha.

- Ora Marco! Você está até vermelho depois que falei que você gosta dela, não me venha

com histórias, afinal de contas sou seu melhor amigo.

Marco deu uma risada meio que sem graça e abaixou a cabeça. Em seguida Marco

percebeu que o alvoroço em volta de Jéssica tinha acabado de forma repentina, olhou em volta

para ver o que havia ocorrido até que seu olhar encontrou o de Sarah Abnezer, melhor amiga de

Jéssica, sentada bem ao lado da amiga, longos cabelos negros e lisos, não tinha um corpo

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desenvolvido ao extremo, era razoável, tinha suas próprias formas de expressar sensualidade,

olhos verdes, inteligente, não era muito sociável, passa sempre a imagem de não precisar de

ninguém, que era capaz de fazer tudo sozinha, tem alguns amigos que podem ser contados nos

dedos, briga constantemente com os pais, é de uma família rica, mora em um bairro de classe

média, sozinha. Aquele olhar encarando Marco, era frio, sem sentimento, algo dizia irei de matar

se você continuar olhando, ele desviou o olhar logo em seguida. Que olhar fora aquele, pensei

que não sairia vivo dessa, pensava o jovem.

- É... As coisas continuam normais como sempre pelo que vejo – disse Eren – Sarah

espantando todo mundo como sempre para que sua amiga possa respirar...

- Eren... Eu nunca tinha olhado nos olhos dela, são penetrantes e amedrontadores cara... –

disse Marco ainda meio que traumatizado pelo choque de olhares.

- É Marco, ela é grossa e máscula assim mesmo, é muito autônoma também... Além do

mais eu soube que ela teve SOMENTE um namorado e este acabou traindo ela se não me

engano... – disse Eren colocando a mão no queixo ficando pensativo.

-Por que você disse SOMENTE um namorado e o que aconteceu com ele após a

descoberta da traição?

-Marco, meu caro colega, ela teve SOMENTE um, ou seja, ela não teve mais nenhum,

por que o paradeiro do primeiro ainda é desconhecido.

-D-E-S-C-O-N-H-E-C-I-D-O? – Disse Marcos dando um pulo para trás espantado – E-

Ele está mo-morto?

No meio de risadas, Eren falou:

-Não seu inocente, é brincadeira – balançando a cabeça, indignado da ingenuidade do

amigo – Na verdade sabem sim do paradeiro dele, mas foi encontrado em um hospital todo

espancado e sujo com arranhões pelo corpo.

- Ufa... – Marco suspirou.

-É talvez ela não seja uma flor que se cheire ou se brinque, não é? – Perguntou Eren

dando algumas risadas. Eis que surge uma voz feminina:

-Vamos! Vamos turma, todo em seus lugares – disse a professora Clarice entrando na

sala.

-Sejam bem vindos de volta, espero que se esforcem ao máximo esse ano, pois é

fundamental esse em suas vidas. Então comecemos já no primeiro dia de aula com matéria... –

Todos deram um grande suspiro como se estivessem dizendo, não professora, no primeiro dia de

aula não! Mas logo interrompeu a Docente:

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- Oras pessoal, vamos lá, hoje vocês já terão um almoço, na verdade uma

confraternização que a escola vai proporcionar e de graça!

A classe após o recado da professora voltou ao normal ficando novamente alvoroçada e

conversas paralelas por todos os lados até que a professora novamente chamou a atenção e após

reinar a calmaria se pôs a dar aula.

Após uma manhã inteira de aula, e acreditem no primeiro dia de aula, Marco estava

parado em frente a um quadro negro que se encontra pendurado na parede do corredor, neste

continham listas de esportes que ficariam a gosto do aluno para que se inscreva no qual mais

fosse semelhante ou lhe agrada-se mais.

-Então resolveu participar de algum esporte esse ano, Marco? – Disse Eren, chegando

juntamente.

-Bem... Acho que sim... – respondeu Marco pensativo.

-Isso é uma ótima maneira de se enturmar, amigo. Já que ano passado você não se

inscreveu em nenhum por ser novo na escola, mas agora já é praticamente veterano! – Disse

Eren em meio de risadas.

-Hey Eren! Não é para tanto também... Na verdade estou procurando me inscrever em

algum esporte por que aqui nesse País quem pratica esporte pode conseguir bolsas em incríveis

universidades... É somente para isso que eu – sendo interrompido por Eren:

-Bem Marco você que escolhe então... Só não tente se excluir da turma só por você ser

estrangeiro. Utilize sim o esporte para se enturmar, é divertido... – nisso Eren começou a andar e

sair de perto de Marco inda para a porta de saída, mas continuou dizendo – E acho que seria legal

você se inscrever no futebol, além de eu jogar, o pessoal é muito amigável, acho que seria uma

boa... – parou na porta e antes de sair falou – Pense Marco! Bem... Nos encontramos no

refeitório para a confraternização, até mais! – Enfim saiu pela porta.

Futebol... Pensava Marco, olhando para a lista de inscrição, se trancou em um momento

de reflexão interno e após alguns segundos tomou a coragem e escreveu seu nome no time de

futebol da escola, estava meio receoso, mas como ele pensara anteriormente esse ano deveria ser

diferente, porém no meio de sua reflexão motivacional quando por um instante desviou seu olhar

para o lado, Jéssica estava parada lá dizendo:

-Marco! Marco! Você esta bem? – disse Jéssica com um sorriso mínimo no rosto.

-S-Sim... – Marco não conseguiu falar direito.

-Ainda bem, pensei que você estava passando mal, você não respondeu as duas primeiras

vezes que te chamei você só ficava olhando para lista e de cabeça baixa, logo pensei, ele deve

estar passando mal! – disse ela se afastando levemente e dando sorrisos e pequenas risadas.

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Marco não dizia nada.

-Ah! Pelo visto se inscreveu no time de futebol esse ano, isso é bom, você vai se enturmar

mais com o pessoal da classe. Eu já estou pensando em entrar para o clube de música, dizem que

tocar instrumentos melhora seu desempenho escolar, não é? – Disse dando risadas.

-É não é? – Disse Marco meio que travado.

No meio do silêncio de alguns segundos após a fatídica fala de Marco se ouviu um grito –

Vamos Jéssica! Se você enrolar mais eu vou ai te buscar! Vai logo, vamos aproveitar a

confraternização, a comida é de graça! – Disse Sarah com seu jeito sério parada na porta de

saída. Jéssica afirmou com a cabeça, assinou a lista para o clube de música e se despediu

dizendo:

-Até mais Marco, talvez nos encontremos na confraternização, Tchau! – Saiu correndo

logo em seguida, se encontrou com Sarah e ambas saíram pela porta em direção ao refeitório.

Porque eu não respondi direito? Porque eu travei feito uma estatua? Como sou um inútil!

Eram perguntas que não calavam na cabeça de Marco que se incriminava pelo comportamento

inesperado de sua parte. Agora o que restava após a fatídica e fria conversa era, infelizmente para

ele, ir à confraternização, pois as mudanças, pensava, teriam de começar de algum jeito. Então

levantou a cabeça e partiu em direção à porta rumo ao refeitório.

Marco ao chegar encontrou um refeitório diferente do que ele vira ano passado, estava

todo decorado com panos, flores, mesas enfeitadas com toalhas com diversos desenhos e

gigantescas faixas de boas vindas penduradas em torno de todo estabelecimento, havia muita

gente tanto em pé quanto sentadas às mesas. Beleza! Vai ser tranqüilo para achar lugar, pensou

Marco ironicamente, mas em seguida escutou seu nome no meio da multidão, quando focou em

direção a uma mão que balançava no meio das pessoas, era Eren o convidando para se juntar à

mesa do time de futebol. Marco meio sem graça hesitou, mas vendo a vontade do amigo de ter

ele presente à mesa foi mais forte e se pôs em direção a ela. Ao chegar e se sentar à mesa as

perguntas já começaram a cair com a água cai de uma cascata:

-Então Marco! Você vai mesmo jogar no time de futebol esse ano? Que legal cara! Pode

contar com a gente – Disse Frank, cabelo loiro curto, olhos castanhos, físico típico para um

garoto atleta em seus 17 anos, era sociável, considerado o melhor jogador do time de futebol,

diziam que no ano passado o time da escola não teria ganhado o campeonato por que Frank

ficara fora da final devido a uma lesão na coxa esquerda.

-É verdade Marco! Vai ser legal cara, nós todos aqui achamos você um cara legal,

embora seja muito reservado – Disse Lance, amigo de Frank e Eren, cabelo longo e moreno, e

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um corpo não tão desenvolvido, todos diziam que quando estavam na piscina 2 ou 3 meninos o

confundiram com uma garota de costas, era sociável, divertido e algumas vezes muito sincero.

-Cale a boca Lance! Não é que ele seja reservado imbecil, ele é aluno novo e estrangeiro,

a vergonha impera sobre ele ainda mais quando ele vê pessoas desbocadas como você! – Disse

irritado Trevor, amigo de todos do time, cabelo médio e escuro, físico semelhante ao de Frank,

era sociável, porém se achava inteligente algumas vezes, diziam que era devido ao posto de

capitão do time, apesar de que quem arrumava as jogadas era o treinador e ele somente obedecia.

-Hey, hey gente! Calma aí! Não assustemos nosso novo companheiro já de plano assim! –

Interveio Eren dando algumas risadas de lado.

Enquanto essa discussão se estendia Marco não pronunciava nenhuma palavra, a imagem

da quase conversa entre ele e Jéssica passava como um filme em sua cabeça até que foi

levemente empurrado por Eren voltando à tona.

-Acorda Marco! Você não escutou nada do que falamos não é? – Disse Eren sorrindo.

-N-Não, me desculpe!

-AINDA BEM! – disseram todos dando muitas risadas

-Então, vai ficar sentado aí? Só falta você pegar sua refeição! Vá logo! – Disse Eren.

Marco levantou rapidamente e foi em direção a fila a qual ficou 10 minutos, era a maior

fila que encontrara desde que chegou ao País. Após a longa espera montou seu belíssimo prato,

com uma diversidade incrível de comidas típicas da cidade. Tudo corria bem até o momento que

Marco deu o passo para trás a fim de sair e ir em direção à mesa. Neste momento ocorreu o que o

rapaz nunca mais gostaria de vivenciar novamente. Ao virar deu de encontro com Sarah e sua

bandeja cheia de alimentos e refrigerante que conseqüentemente com a trombada caíram em sua

roupa. Por incrível que possa parecer o local inteiro ficara em silencio ao presenciar o sinistro.

Marco alguns segundos após se pronunciou meio que receado:

-De-Desculpa! Tudo bem com você? Foi sem querer!

Sarah continuava com cabeça baixa, aparentava estar olhando o uniforme todo sujo.

Marco insistiu:

-H-Hey! Vo-Você esta bem? Deixe-me te – foi interrompido brutalmente com o

levantamento da cabeça de Sarah e o olhar que o perfurava como uma lâmina, enfurecida ela

disse:

-SEU I-D-I-O-T-A! MALDITO! Você é louco, é?

Marco deu um salto para trás com o susto que levara, olhava para os lados, mas não sabia

o que fazer na situação nem desviar seu olhar conseguia ninguém em volta se movia, quando ele

pensou em dizer mais alguma coisa tudo escureceu. Algum tempo depois Marco recobrou a

Page 8: Capitulo 1 - Novo Mundo

consciência, olhou ao seu redor, percebeu que estava na enfermaria. Mas o que foi que aconteceu

e por que minha cabeça dói tanto, pensou o garoto. Levantou logo em seguida e foi em frente o

espelho, ah aquela imagem, o maior susto que tomara em sua vida, ao se olhar no espelho viu um

de seus olhos totalmente roxos, dizia ele baixo:

-O-O que foi que aconteceu com meu olho!

-Simples você tomou o direto mais lindo que eu já vi na minha vida! – Disse Eren

entrando no quarto.

-O QUE? DIRETO? – Disse Marco assustado indo para trás.

-É meu caro amigo, você tomou o soco mais lindo de toda a escola. Não sabia que ela

brigava tão bem... – Disse Eren no meio de gargalhadas.

-E-Ela? – Disse Marco pensativo.

-É MARCO! O que foi agora? Além de tomar um belo soco sofreu amnésia? Foi a Sarah

quem te bateu! Mas também em cara, justo nela você foi trombar! – Eren não conseguia parar de

dar risada.

- Nossa Eren, como você está engraçadinho demais hoje para o meu gosto! Mas pensando

bem, até que foi engraçado mesmo – disse Marco dando uma singela risada.

- Isso aí Marco, não veja tudo como algo para se desesperar ou negativo, sempre alguma

coisa, mesmo que minimamente, tem seu lado positivo e ensinamentos – Disse Eren.

-Bem... Acho que tive ensinamento mesmo, aprendi que tenho que saber brigar melhor –

Disse Marco dando risadas.

-É isso é uma verdade, além do mais, foi uma ótima maneira de começar as aulas. Tenho

certeza que você irá se enturmar mais fácil após todo esse ocorrido – Disse Eren em um tom

irônico.

Os dois depois da conversa ficaram rindo do que acontecera, por fim ao entardecer foram

embora da escola. No caminho de volta Marco balançava a cabeça de um lado para o outro com

certo modo de indignação, não acredito que tomei um soco de uma menina, justo no primeiro dia

de aula e no meio do refeitório, quando relembrava a cena Marco balançava ainda mais a cabeça

e ficava completamente envergonhado, não conversara da maneira adequada com Jéssica,

recebeu o golpe mais lindo que todos jamais viram de Sarah e como explicar para sua avó o olho

roxo? Eram pensamentos que enchiam sua cabeça.

Ao chegar a casa, passou pelo corredor, percebeu que sua avó estava na sala assistindo

seus programas e ao tentar passar com passos silenciosos ouviu:

-Então você arrumou briga na escola hoje? – Disse sua avó sentada de frente à TV.

-O-O que? N-Não arrumei nada! – Disse Marco impressionado.

Page 9: Capitulo 1 - Novo Mundo

-Então por que esta tentando passar pelas minhas costas sem fazer nenhum barulho? Se

está tão cauteloso tenho certeza de que algo ocorreu e que você não quer que eu saiba.

Marco não dizia nada, estava incrédulo que sua avó tinha tamanha perspicácia.

-Marco. Meu cara e querido neto, eu já te disse milhões de vezes. Nunca duvide ou

suspeite dos mais velhos. Temos conhecimentos que vocês mais novos nem se quer imaginam

ter, mas que no futuro também terão.

-Na verdade não foi uma briga... Foi mais para uma surra mesmo – Disse Marco

abaixando a cabeça – Eu não pude fazer nada... Não... Na verdade eu não esperava nada dela.

Sua avó permaneceu em silêncio enquanto Marco ainda se pronunciava sobre o ocorrido.

-Foi uma menina! – Gritou Marco – O que eu poderia fazer? Bater nela? Para que? Para

eu me tornar um monstro como meu pai?

Sua avó teve um arrepio que vinha do fundo da sua alma, este se converteu em algumas

lagrimas que escorreram pelo rosto flácido e antigo que muitas primaveras presenciou, Marco

logo em seguida percebeu que falara mais do que devia e tentou concertar:

-N-Não foi isso que quis dizer vovó... Não estou culpando a senhora pelas atitudes de –

Foi interrompido pela voz tremula de sua avó:

-Tudo bem meu neto, eu sei que você não quis insinuar nada... Hoje você foi o homem

que ele nunca vai ser... Ainda sim sei que errei com ele...

Marco estava paralisado, nunca vira sua avó derramar lagrimas, pior ainda, não

acreditava ter dito todas aquelas coisas. Simplesmente abaixou a cabeça, pediu desculpas e disse

que nunca mais a faria chorar novamente, que ele traria felicidade para a família algo que seu pai

e filho de sua avó nunca trouxera. Após a conversa Marco se retirou e foi para seu quarto,

trancou a porta, se jogou na cama com as mãos ao rosto dizia baixo:

-O que foi que eu disse? Por que... Por que eu disse aquilo? Droga... Primeiro dia de aula

e me acontece tudo isso! Com certeza... Com certeza esse ano promete!

Com essas falas e pensamentos misturados em sua cabeça começou mais um ano na vida

de Marco, um ano que com certeza seria diferente de todos os outros, que mudaria a vida do

jovem rapaz de uma vez por todas, um novo mundo começara.