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CAPÍTULO 1 O QUE É SER PESQUISADOR 1.1- O QUE É SER PESQUISADOR? Ser pesquisador é procurar respostas, é tornar visível o que não se vê, é conhecer a intencionalidade das coisas que existem e dos fenômenos que acontecem. O ditado popular diz que “quem procura, acha”, mas há que acrescentar, só encontra o que procura quem está consciente da busca. Em termos de pesquisa científica, o sucesso da procura é determinado pela adequação entre os dados empíricos e a hipótese formulada para explica-los. Na nossa sociedade o professor é visto como aquele que coloca em prática o que diz os pesquisadores que seguem modelos clássicos, desconhecendo a prática da sala de aula. Quando um professor é também um pesquisador (vice versa) ele agrega ao seu currículo um forte ponto positivo, pois consegue aliar prática e teoria. São vários dentre os estudiosos que defendem a interação da prática (do professor) com a teoria (do pesquisador) Em resumo: a pesquisa é procurar conhecimentos e conhecer é criar, pois o pesquisador é quem da organização aos dados e resultados da investigação, contribuindo assim para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social. A pesquisa é um trabalho criativo, que produz conhecimentos novos. Que se entende por conhecer? Que é conhecimento e de onde vem? As opiniões que cultivamos, as preferências, intuições e emoções que sentimos; as convicções, pré-conceitos e dúvidas que alimentamos; as certezas e julgamentos que acumulamos ao longo dos anos, tudo isto faz parte do conhecimento humano e é onde tudo começa, inclusive o conhecimento científico. Neste plano de experiência todas as pessoas agem e reagem através de comportamentos que são semelhantes para os membros de uma determinada sociedade ou de uma mesma cultura, isto se chama conhecimento à nível de senso comum.

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Page 1: CAPÍTULO 1  biocelular

CAPÍTULO 1 – O QUE É SER PESQUISADOR

1.1- O QUE É SER PESQUISADOR?

Ser pesquisador é procurar respostas, é tornar visível o que não se vê, é

conhecer a intencionalidade das coisas que existem e dos fenômenos que

acontecem. O ditado popular diz que “quem procura, acha”, mas há que

acrescentar, só encontra o que procura quem está consciente da busca. Em

termos de pesquisa científica, o sucesso da procura é determinado pela

adequação entre os dados empíricos e a hipótese formulada para explica-los.

Na nossa sociedade o professor é visto como aquele que coloca em prática o

que diz os pesquisadores que seguem modelos clássicos, desconhecendo a

prática da sala de aula.

Quando um professor é também um pesquisador (vice – versa) ele agrega ao

seu currículo um forte ponto positivo, pois consegue aliar prática e teoria. São

vários dentre os estudiosos que defendem a interação da prática (do professor)

com a teoria (do pesquisador)

Em resumo: a pesquisa é procurar conhecimentos e conhecer é criar, pois o

pesquisador é quem da organização aos dados e resultados da investigação,

contribuindo assim para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social.

A pesquisa é um trabalho criativo, que produz conhecimentos novos.

Que se entende por conhecer? Que é conhecimento e de onde vem?

As opiniões que cultivamos, as preferências, intuições e emoções que

sentimos; as convicções, pré-conceitos e dúvidas que alimentamos; as

certezas e julgamentos que acumulamos ao longo dos anos, tudo isto faz parte

do conhecimento humano e é onde tudo começa, inclusive o conhecimento

científico. Neste plano de experiência todas as pessoas agem e reagem

através de comportamentos que são semelhantes para os membros de uma

determinada sociedade ou de uma mesma cultura, isto se chama

conhecimento à nível de senso comum.

Page 2: CAPÍTULO 1  biocelular

Quando uma criança nasce, vamos ensinando desde muito cedo coisas

diversas para que ela cresça e saiba viver tranquilamente. Muitas destas

informações que são passadas de gerações para gerações chamamos de

senso comum, porque são informações que aprendemos sem nos dar conta e

sem querermos e sem nenhuma comprovação científica a respeito. Senso

Comum é um saber que se adquiri com a vivência e não precisa de conclusões

científicas, mas é muito útil para guiar o homem na sua vida. O senso comum é

a forma como compreendemos todas as coisas por meio do nosso convívio

social, ou seja, é o saber que se adquire através de experiências vividas ou

ouvidas no decorrer das nossas vidas.

Portanto, conhecer é dar sentido as nossas ações e reações, e criar

interpretações e é elaborar explicações que satisfaçam os dados de

observação empírica que temos. Trata-se de um conhecimento elementar,

primário, por ser muito abrangente e não classificado; o que lhe falta é

organização, estrutura, um sistema de fichamento e filtragem.

O conhecimento do senso comum é útil, necessário, indispensável mesmo para

a sobrevivência humana, mas ele é também perigoso, o perigo vem da falta de

um critério para distinguir o certo do errado, o real do ilusório, o bom do pior e

do mau, o bonito do deselegante.

Quais as formas de conhecimento ou maneiras de conhecer que

constituem a experiência humana?

Ciência: Tipo de conhecimento justificado pela observação empírica com

experimentação das variáveis que influenciam o fenômeno em estudo,

utilizando-se dos processos indutivos e dedutivos do pensamento lógico para

explicar os dados de observação em termos de causa e efeito. A

instrumentação própria da pesquisa científica é o método experimental

acompanhado da sequência de passos chamado método científico. A atitude

do pesquisador é parte dessa instrumentação: imparcial e objetivo nas

observações que registra, distanciando do fenômeno que estuda. Seu

comportamento se justifica pela natureza do fenômeno físico ou natural que

ocorre sem a sua participação, pois não depende da vontade e da imaginação

Page 3: CAPÍTULO 1  biocelular

criadora do observador. Os objetivos da pesquisa científica são três: explicar,

predizer e controlar os fenômenos do mundo físico e natural.

Em resumo: a ciência nos dá uma percepção linear, de causa e efeito, a

respeito de um mundo engajado em um processo evolutivo.

Filosofia: assim como a ciência, também a filosofia nos oferece uma visão do

mundo e da vida (idealismo, realismo, tomismo, pragmatismo, existencialismo o

fenomenologia existencial).

Religião: a religião oferece a visão de um mundo espiritual, eterno, que é onde

tudo começa e onde tudo termina.

Arte: a expressão artística pode ser vista como aspectos da própria vida

encarnados no ser humano.

1.2- O PAPEL DO CIENTISTA COMO AGENTE TRANSFORMADOR DA

SOCIEDADE

A ciência objetiva a compreensão da sociedade dinâmica e mutável através

das próprias experiências, e ao cientista incube-se a tarefa de contribuir para a

compreensão dessa realidade, através de experiências que reproduzam esse

fenômeno, de forma sistêmica, organizada e testável que possa ser usufruída

pela sociedade como um todo. Portanto, o papel social do cientista inclui

divulgar seu trabalho. Esse processo de transformação desenvolvido de forma

planejada e conforme normas estabelecidas é conhecida como metodologia

científica.

A pesquisa cientifica é de elevada importância para a formação intelectual de

qualquer acadêmico, especialmente para o estudante da licenciatura que,

consciente do seu papel de transformação social e nas mudanças das relações

educacionais, irá contribuir para o crescimento de sua ciências adquirindo

capacidade de descobrir o resultado de sua pesquisa como também de

habilitar-se a reconstruir todas as etapas percorridas pelos cientistas, e acima

de tudo, convertendo-se em agente transformador da sociedade na qual está

inserido.

Page 4: CAPÍTULO 1  biocelular

Os cientistas entendem que a ciência é universal e deve ser difundida sem

preocupação de fronteiras, de vantagens pessoais ou das instituições que a

promovem. Os resultados das pesquisas científicas são publicados em revistas

especializadas de livre circulação ou difundidos em congressos,

frequentemente de âmbito internacional, sobretudo na era moderna. Este

caráter universal da ciência, os cientistas vêm, ao longo da história,

esforçando-se zelosamente por preservar através de colaboração e

intercâmbio internacional e da livre troca de informação científica.

Historicamente, as universidades, como centros de transmissão de

conhecimentos, livre discussão e circulação de ideias e propagação da cultura,

tornaram-se veículos por excelência das atividades científicas, proporcionando

o ambiente e mentalidade necessários para o florescimento das ciências.

Um dos maiores desafios da divulgação científica é escolher corretamente a

linguagem com que você vai se dirigir à sua audiência. É fácil cair no jargão,

usar imagens impossíveis de serem compreendidas pelo público. Outra coisa

essencial é relacionar ciência à vida das pessoas. Mostrar como o cotidiano

depende das descobertas científicas, como o futuro será forjado por elas,

desde aplicações tecnológicas até questões mais fundamentais, como a origem

do universo e da vida ou o de como o cérebro cria a consciência.

Na medida em que mostramos aos jovens de todas as classes sociais a

importância da educação num mundo onde informação é o bem mais

valorizado, quando mostramos que a ciência tem a capacidade de mudar a

sociedade de forma profunda, quando educamos de modo a construir uma

sociedade capaz de decidir seu próprio futuro e não de ser manipulada por

políticos ou potências externas, fazemos nossa parte. Mesmo que nem todo

cientista deva fazer divulgação científica, já é hora de sairmos de nossas salas

e participar de forma mais ativa na educação da população como um todo. Dar

uma palestra numa escola pública, explicar para as crianças o que faz um

químico, um biólogo ou astrônomo, não custa mais do que uma tarde e pode

fazer uma enorme diferença. E vale a pena, só para ver aqueles olhares

curiosos querendo aprender mais.

Page 5: CAPÍTULO 1  biocelular

Ciência e Tecnologia

Além de sua contribuição à cultura, o desenvolvimento científico propiciou

importantes avanços tecnológicos, que tiveram profundas consequências e

repercussões sociais e também um grande impacto na relação do homem com

o meio ambiente.

Por tecnologia entendo, aqui, a atividade de criação dos meios de utilização de

recursos naturais em proveito do homem e da sociedade.

Alguns importantes avanços tecnológicos resultaram de inventos e descobertas

individuais isoladas, extremamente inteligentes e engenhosas, não-

relacionadas, diretamente, a um desenvolvimento científico. Entretanto, mais

sistematicamente, os progressos da tecnologia são fruto da aplicação de

conhecimentos científicos.

Embora distintas, principalmente quanto a seus objetivos, ciência e tecnologia

estão estreitamente correlacionadas e cada vez mais interdependentes.

Este entrelaçamento entre ciência e tecnologia, não creio que seja meramente

ocasional e acidental. A ciência, por sua natureza experimental, necessita de

aparelhos e instrumentos de medida cada vez mais sofisticados e precisos.

No passado, estes aparelhos e instrumentos eram frequentemente inventados

pelos próprios cientistas, cujo trabalho era predominantemente individual.

Avanços e novas descobertas, na área experimental, frequentemente

resultaram da introdução de novas técnicas de instrumentação e de medida.

Estas técnicas, produzidas e testadas nos laboratórios de pesquisas científicas,

são posteriormente utilizadas no desenvolvimento tecnológico. Por outro lado,

avanços na tecnologia permitem a construção de aparelhagens científicas mais

sofisticadas, com as quais novas fronteiras da ciência vão sendo abertas.

Segue alguns exemplos através da história, que ilustram esta relação. A

descoberta da máquina a vapor (Watts, 1779) teve como fundamento teórico a

lei de Boyle-Mariotte de expansão dos gases. Ela precedeu o aparecimento da

termodinâmica no início do século XIX, cujos princípios gerais foram

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formulados a partir da contribuição pioneira de Sadi Carnot, um engenheiro, e

das pesquisas de Joule, demonstrando a equivalência entre quantidade de

calor e trabalho mecânico. O advento desta ciência serviu de base para

inúmeras aplicações da máquina a vapor, que se tornou instrumento decisivo

no desencadeamento da Revolução Industrial.

Os progressos na compreensão dos fenômenos eletromagnéticos, sobretudo

devido à contribuição de Faraday (mas também de muitos outros como

Coulomb, Volta, Ampère, Biot e Savart, Gauss etc.), e que culminaram com a

completa formulação da teoria por James Clerk Maxwell, foram responsáveis

pelo enorme avanço tecnológico que resultou da utilização da corrente elétrica

e de campos magnéticos em geradores e motores elétricos, dínamos,

alternadores, transformadores e pela emergência da energia elétrica com a

construção das centrais elétricas e das linhas de transmissão.

Posteriormente, a descoberta das ondas hertzianas vinha confirmar a previsão

da teoria de Maxwell e permitiu um novo meio de comunicação através da

telegrafia e, com a invenção do diodo, da radiodifusão.

No início do século XX, ocorrem na física duas grandes revoluções que vão

dominar a evolução desta ciência durante todo o século." A primeira, a Teoria

da Relatividade, de Einstein, a Relatividade Especial (1905), que modifica os

fundamentos da Mecânica Newtoniana e a própria noção de espaço e tempo, e

a Relatividade Geral (1915), que reformula a Teoria da Gravitação, atribuindo-a

a propriedades geométricas do espaço, adquiridas pela presença de matéria ou

energia. A segunda, a Mecânica Quântica, de Heisemberg e Schrodinger

(1910), que reinterprete a mecânica em termos probabilísticos em

contraposição ao determinismo da Mecânica Newtoniana (Princípio de

incerteza, de Heisemberg). Em 1925, Dirac formula a Teoria Quântica do

Elétron, prevendo a existência das antipartículas. Desenvolvem-se a física

atômica e molecular, a mecânica estatística e a física do estado sólido e, a

partir da Segunda Guerra Mundial, a eletrônica, a física nuclear, a ótica

quântica, e a física das partículas elementares.

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Algumas descobertas importantes tiveram enormes consequências para o

progresso tecnológico: supercondutividade, semicondutores, transistores,

microondas, cavidades ressonantes, guias de ondas, lasers, ressonância

nuclear magnética, fissão nuclear e fusão nuclear.

Uma nova ciência, a ciência da informática, é criada como fruto do avanço

tecnológico na acumulação e processamento de informação em pastilhas

semicondutoras de silício e na eletrônica dos circuitos integrados.

A física de partículas elementares segue uma direção que se distancia

bastante da física experimental praticada nos laboratórios das universidades.

Para investigar o substrato mais primitivo da matéria em domínios de dimensão

cada vez menores torna-se necessário construir grandes aceleradores com

diâmetro de vários quilômetros e capazes de acelerar partículas até energias

cada vez mais altas, da ordem de bilhões e até um trilhão de Electron-Volts.

Estes laboratórios não são mais construídos e manejados por um pequeno

grupo de cientistas. Eles requerem um esforço nacional, com um orçamento

enorme, de muitos milhões de dólares, e até mesmo de grandes colaborações

internacionais.

Sua construção é projetada por desenhistas e engenheiros especializados, e

um corpo permanente de engenheiros e técnicos é utilizado no seu

funcionamento. O Centre Européen pour la Recherche Nucleaire (CERN), que

é hoje o maior laboratório de pesquisas em física de partículas elementares,

mantém um corpo de técnicos e engenheiros de mais de 2 mil pessoas, o que

é numericamente superior ao seu corpo científico. Uma experiência, cujo

projeto e execução duram vários anos, envolve a colaboração de um número

enorme de pesquisadores, mais de uma centena, provenientes de um grande

número de laboratórios e centros de pesquisa de vários países.

Os objetivos primários desses grandes laboratórios permanecem orientados

para a ciência pura e para a descoberta de novos fenômenos elementares na

fronteira da física. Entretanto, não só a interdependência entre ciência e

tecnologia torna-se cada vez mais estreita, mas também a canalização de

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recursos públicos para financiamento de tais projetos atinge proporções muito

mais elevadas.

1.3 – BIOGRAFIA DE GRANDES CIENTISTAS

Aristóteles

384 a.C., Estagira, Macedônia

322 a.C., Cálcis, Grécia

Um dos pensadores com maior influência na cultura ocidental. Foi aluno

e discípulo do filósofo Platão. Elaborou um sistema filosófico no qual

abordou e pensou sobre praticamente todos os assuntos existentes,

como a geometria, física, metafísica, botânica, zoologia, astronomia,

medicina, psicologia, ética, drama, poesia, retórica, matemática, e

sobretudo lógica.

Dos seus numerosos escritos, apenas 47 sobreviveram ao tempo,

muitos, porém incompletos.

Em 335 a.C., Aristóteles fundou, em Atenas, sua própria escola,

chamada Liceu, por estar situada nos edifícios dedicados ao deus Apolo

Lício, onde além de cursos técnicos, ministrava aulas públicas para o

povo em geral.

Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o imenso império por ele

erguido esfacelou-se. Malvisto pelos atenienses por sua origem

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macedônica, foi acusado de "ateísmo" ou "impiedade", exilou-se

voluntariamente em Cálcida, na ilha da Eubéia, onde morreu um ano

depois.

Em seus escritos sobre ética, Aristóteles define que as virtudes devem

estar sempre no meio termo, ou seja, devemos nos afastar dos extremos

para não sucumbirmos nos vícios e excessos. Na astronomia, concebeu

o sistema geocêntrico, que foi referência durante milênios. Na

psicologia, criou a divisão entre alma e intelecto.

Obras-chave:

Órganon

Física do céu, da geração e da concepção

Metafísica

Galileu Galilei

15 de fevereiro de 1564, Pisa (Itália)

08 de janeiro de 1642, Arcetri (Itália)

Em 1581 se matriculou na Universidade de Pisa para estudar medicina, depois

mudou para matemática e filosofia natural. Investigou muitas áreas da ciência e

talvez seja mais famoso por sua descoberta das quatro maiores luas de Júpiter

(ainda chamadas luas galileanas). As observações de Galileu o levaram a

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apoiar o Sistema Solar centrado no Sol, que, à época, era oposto aos

ensinamentos da Igreja Católica Romana.

Em 1633, foi julgado e obrigado a desdizer essa e outras ideias. Foi condenado

à prisão domiciliar, que durou o resto de sua vida. Durante seu confinamento,

escreveu um livro resumindo seu trabalho sobre cinemática (a ciência do

movimento).

Obras-chave:

1623 – O ensaiador

1632 – Diálogos sobre os dois principais sistemas do mundo

1638 – Discursos e demonstrações matemáticas acerca de duas novas

ciências

Isaac Newton

25 de dezembro de 1642, Wolsthorpe (Inglaterra)

20 de março de 1727, Kensington (Inglaterra)

Frequentou a escola em Grantham, antes de estudar na Trinity College,

Cambrige, onde se formou em 1665. Durante sua vida, Newton foi professor de

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matemática em Cambrige, mestre da Royal Society. Além de sua disputa com

Hooke, Newton se envolveu em uma discussão com o matemático alemão

Gottfried Leibniz sobre a prioridade no desenvolvimento de cálculo.

Concomitante ao seu trabalho científico, Newton passou um bom tempo

fazendo investigações de alquimia e interpretações bíblicas. Cristão devoto,

mas não ortodoxo, ele conseguiu evitar ser ordenado no sacerdócio, algo

geralmente exigido para alguns cargos que exerceu.

Obras-chave:

1684 – Sobre o movimento dos corpos em órbita

1687 – Philosophie Naturalis Principia Mathematica

1704 – Opticks

Charles Darwin

12 de fevereiro de 1809, Shrewsburv (Inglaterra)

19 de abril de 1882, Kent (Inglaterra)

Filho de médico, Darwin era destinado a seguir os passos de seu pai,

mas sua infância foi repleta de atividades como colecionar besouros, e

com pouca inclinação a se tornar médico, ele passou a estudar o

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sacerdócio. Uma indicação casual, em 1831, o colocou com cientista da

expedição do HMS Beagle, em viagem ao redor do mundo.

Em seguida à viagem, Darwin ganhou notoriedade científica e fama

como observador perceptivo, experimentador confiável e escritor

talentoso. Escreveu sobre arrecifes de corais e invertebrados marinhos,

principalmente as cracas, que estudou por quase 10 anos. Também

escreveu trabalhos sobre fertilização, orquídeas, plantas comedoras de

insetos e a variação entre animais domesticados e plantas. Mais

adiante, na vida, ele lidou com a origem dos humanos.

Obras-chave:

1839 – A vida do Beagle

1859 – A origem das espécies por meio da seleção natural

1871 – A descendência do homem e seleção em relação ao sexo

Gregor Mendel

22 de junho de 1822, Heinzendorf (atual República Checa)

6 de janeiro de 1884, Brno (atual República Checa)

Nascido Johan Mendel ele inicialmente estudou matemática e filosofia antes de

ingressar no sacerdócio como forma de ampliar sua formação – mudando seu

nome para Gregor e se tornando um monge agostiniano. Ele completou seus

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estudos na Universidade de Viena e voltou para lecionar no mosteiro de Brno

(hoje República Checa). Ali, Mendel desenvolveu seu interesse pela

hereditariedade – e, em vários momentos estudou ratos, abelhas e ervilhas.

Sob pressão do bispo ele abandonou o trabalho com animais e se concentrou

no cruzamento de ervilhas. Foi esse trabalho que o levou a elaborar suas leis

de hereditariedade e desenvolver a ideia crucial de que as características

herdadas são controladas por partículas discretas, mais tarde chamadas de

genes. Ele se tornou abade no mosteiro, em 1868, e parou com seu trabalho

científico. Ao morrer, seus estudos científicos foram queimados por seu

sucessor.

Obras-chave:

1866 – Experiments in Plant Hybridization

Louis Pasteur

27 de dezembro de 1822, Dôle (França)

28 de setembro de 1895, Villeneuve l'Étang (França)

Nascido em uma família francesa pobre em 1822, Louis Pasteur se tornou uma

figura tão magnânima no mundo cientifico que, ao morrer, recebeu um funeral

de chefe de Estado. Depois de estudar química e medicina, sua carreira

profissional incluiu cargos acadêmicos nas universidades francesas de

Estrasburgo e Lille.

Sua primeira pesquisa foi sobre cristais químicos, mas ele é mais conhecido no

campo da microbiologia. Pasteur mostrou que os micróbios transformam vinho

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em vinagre e azedam o leite, e desenvolveu um processo de tratamento

aquecido que os eliminava – conhecido como pasteurização. Seu trabalho com

micróbios ajudou a desenvolver a teoria moderna dos germes: a ideia de que

alguns micróbios causam doenças infecciosas. Mais adiante, na carreira, ele

desenvolveu várias vacinas e fundou o Instituto Pasteur, dedicado ao estudo da

microbiologia, que atua com sucesso até hoje.

Obras-chave:

1866 – Estudos do vinho

1868 – Estudos do vinagre

1878 – Micróbios: seu papel em fermentação, putrefação e contágio.

Dmitri Mendeleev

8 de fevereiro de 1834 em Tobolsk (Rússia)

2 de fevereiro de 1907, em São Petersburgo (Rússia)

Quando seu pai ficou cego e perdeu seu cargo de professor, a mãe de

Mendeleev passou a sustentar a família com uma fábrica de vidro. Com a

falência do negócio, ela atravessou a Rússia com seu filho de 15 anos até São

Petersburgo, para que ele tivesse educação superior.

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Em 1862, Mendeleev se casou com Feozva Nikitichna Leshcheva, mas, em

1876, ele ficou obcecado por Anna Ivanova Popova e se casou com ela antes

de finalizar o divórcio com sua primeira esposa.

Nos anos 1890, Mendeleev organizou novos padrões para a produção de

vodca. Ele investigou a química do óleo e ajudou a estabelecer a primeira

refinaria russa de petróleo. Em 1905 foi eleito membro da Royal Swedish

Academy of Science, que o indicou a um Prêmio Nobel, mas sua candidatura

foi barrada, provavelmente por causa de sua bigamia. O elemento radioativo

101, o mendelévio, foi batizado em sua homenagem.

Obra-chave:

1870 – Princípios da Química

Marie Curie

7 de novembro 1867, Varsóvia (Polônia)

4 de julho de 1934, Passy (França)

Maria Salomea Sklodowska nasceu em uma época em que a Polônia

estava sob o regime russo, e as mulheres não tinham direito à educação

superior. Ela trabalhava para ajudar a pagar a faculdade de Medicina de

sua irmã, em Paris, França, e em 1891 se mudou para lá, para estudar

matemática, física e química. Lá se casou com seu colega, Pierre Curie,

em 1895. Quando sua filha nasceu, em 1897, ela começou a lecionar

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para ajudar a manter a família, mas continuou a pesquisar com Pierre,

numa choupana adaptada. Após a morte de Pierre, ela aceitou a cadeira

que ele ocupava na Universidade de Paris e foi a primeira mulher a ter

esse cargo. Também foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel e a

primeira pessoa a ganhar um segundo Nobel. Durante a Primeira

Guerra, ajudou a estabelecer os centros radiológicos. Morreu em 1943,

de anemia, provavelmente pelas longas exposições à radiação.

Obras-chave:

1898 – Emissões de raios por compostos de urânio e tório

1935 – Radioatividade

Albert Einstein

14 de março 1879, Ulm, Württemberg (Alemanha)

18 de abril de 1955, Princeton, Nova Jersey (EUA)

Einstein teve uma formação de ensino médio um tanto

conturbada, e acabou indo estudar em Zurich Polytechnic para se

tornar professor de matemática. Sem conseguir encontrar trabalho

como professor, aceitou um emprego no Escritório de Patentes

suíço, em Berna, onde tinha tempo de sobra para desenvolver os

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estudos que publicou em 1905. Ele atribuiu o sucesso desse

trabalho ao fato de jamais ter perdido sua curiosidade infantil.

Em seguida à demonstração da relatividade geral, Einstein foi

lançado ao estrelato. Continuou a pesquisar as implicações de

seu trabalho anterior, contribuindo para inovações da teoria

quântica. Em 1933, temendo a ascensão do Partido Nazista,

Einstein preferiu não regressar à Alemanha de uma viagem ao

exterior e acabou se estabelecendo na Universidade de Princeton,

nos EUA.

Obras-chave:

1905 – Sobre um ponto de vista heurístico a respeito da produção

e transformação da luz

1915 – Teoria da gravitação generalizada

Stephen Hawking

8 de janeiro de 1942, Oxford (Inglaterra)

Stephen Hawking, responsável por contribuições fundamentais ao estudo dos

buracos negros, ocupa a cadeira de Isaac Newton como professor de

matemática na Universidade de Cambridge, e é considerado o mais brilhante

físico teórico desde Albert Einstein.

Sua história é marcada pela superação de limites. Em 1959, com 17 anos de

idade, entrou para a University College, em Oxford, onde estudou física,

concluindo o curso em 1962. No mesmo ano, Hawking descobriu que possuía

esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que enfraquece os

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músculos do corpo. Mesmo doente, continuou estudando até se tornar Ph.D.

em cosmologia pelo Trinity Hall, em Cambridge, Inglaterra (1966).

Em 1970, Hawking iniciou o trabalho sobre as características dos buracos

negros. Como resultado de sua pesquisa, descobriu que buracos negros

emitem radiação. Enquanto procura juntar as pontas entre as teorias da

relatividade e da mecânica quântica, o físico inglês afirma que a simbiose entre

o orgânico e a máquina acontecerá em breve.

Obras-chave:

1988 – Breve história do tempo

1993 – Buracos negros, universos bebês e outros ensaios