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CAPACAPA

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CAPA

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um elevado consumo interno, 188 ovos per capita, o segmento exporta boa parte da produção. Em 2011, por exemplo, foram 10,6 bilhões de ovos produzidos, 9,77 bi exportados e 2,4 bi importados.

Contudo, diante da campanha agres-siva de marketing realizada pela Wakker Dier em 2012, o setor precisou se renovar. A estratégia adotada pelos ativistas foi simples: nomear e envergonhar os super-mercados, repetidamente, além de mos-trar aos consumidores as condições por trás do frango barato nas prateleiras. Um plofkip, ou seja, uma ave que atinge 2,5 kg em apenas seis semanas de vida, apre-senta uma série de problemas, desde con-dições de vida precárias, como elevada densidade nas granjas, até mesmo pro-blemas cardíacos e imobilidade, devido ao crescimento do peito, e uma elevada utilização de antibióticos em seu cresci-mento, entre outros. Assim, o consumidor holandês tomou o novo termo como o que há de pior na criação industrial de aves.

Em face a esta enorme pressão, em 2013 a associação dos supermercados se reuniu e decidiu dar um basta na situação. Para isso, toda a indústria avícola foi con-vocada, desde plantas processadoras

Fotomontagem: f&f FEEDFOOD.COM.BR 39

ESDE O FIM DE 2015, OS MAIORES SUPER-MERCADOS DA HO-LANDA, ALBERT HEIJN E JUMBO, ASSUMI-RAM UM COMPRO-MISSO DE NÃO MAIS

COMERCIALIZAR OS CHAMADOS PLO-FKIP. DO HOLANDÊS “FRANGO EXPLO-SIVO”, ESTE TERMO TORNOU-SE SI-NÔNIMO DE AVES DE CRESCIMENTO RÁPIDO E ABATIDAS EM 35 A 42 DIAS, GANHANDO PELO MENOS 50 GRA-MAS POR DIA DE PESO. A associação ne-gativa da palavra foi imediata pela população local, sendo este o termo mais popular do país em 2012 e impactando diretamente todos os elos da indústria avícola holandesa. O motivo desta ação foi a pressão exercida por uma as-sociação de bem-estar animal chamada Wak-ker Dier, ou Animal Acordado, em português.

Tradicional no setor avícola, de acordo com o Ministério da Agricultura do país, são 709 propriedades dedicadas à avicul-tura de corte na Holanda, com mais de 46 milhões de frangos produzidos anualmente, totalizando 750 mil toneladas de carne. O consumo per capita, em 2014, estava em 18,4 kg/ano. No setor de ovos, mesmo com

PRESSÃO DE ORGANIZAÇÕES PELO BEM-ESTAR ANIMAL ABALARAM AS ESTRUTURAS DA

TRADICIONAL NAÇÃO EUROPEIA, E HOJE, APÓS CONSENSO ENTRE SETOR PRODUTIVO E

CONSUMIDORES, FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO REPRESENTAM PRATICAMENTE

100% DAS VENDAS NO PAÍS

JOÃO PAULO MONTEIRO, DA [email protected]

A NOVAAVICULTURA

D

HOLANDESAHOLANDESA

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CAPACAPA

PELA PRIMEIRA VEZ SE VÊ NA HOLANDA

UMA MENTALIDADE DE PRODUÇÃO ORIENTADA À DEMANDA DO MERCADO

Fotos: f&f

até os produtores, e foi criado o conceito “Chicken of Tomorrow”, ou o Frango do Amanhã. Uma das empresas envolvidas nesta transformação da avicultura holan-desa foi a Hubbard, companhia do grupo francês Grimaud. O diretor de Negócios Norte da Europa, Israel e Sul da África, Paul van Boekholt, explica o acordo inicial: “A indústria avícola decidiu passar a utilizar raças de crescimento lento, não sendo permi-tido um ganho genético superior a 50 gramas por dia. Além disso, os galpões teriam mais espaço para os animais e também ferra-mentas para os entreter, como pilhas de palha e cobertura de cereais no chão”.

Contudo, detentora aproximadamente 50 anos de experiência no mercado de aves de crescimento lento, a Hubbard pos-sibilitou uma mudança nas estruturas da avicultura holandesa em uma velocidade inesperada. Em pouco tempo depois, maio de 2014, o maior supermercado do país, Albert Heijn, apresentou o Frango do Amanhã aos seus consumidores; sendo seguido pelo segundo maior, o Jumbo. Juntas, as duas redes totalizam cerca de 60% do frango comercializado no país.

A aceitação foi imediata. Mesmo com um preço entre 25 e 50% superior, os con-sumidores passaram a optar pelo novo produto. Da produção inicial em 2006 de cerca de 10 mil frangos de crescimento lento por semana, hoje o número bate na casa dos 2,6 milhões por semana, repre-sentando 90% do volume total comercia-lizado pelos supermercados na Holanda. O sucesso foi tanto que em 2016 ambas as redes passaram a comercializar ape-nas este novo conceito em suas lojas, não

mais os convencionais. Outros supermer-cados menores, como Aldi e Lidl também passaram a ofertar o novo frango.

E não foram somente os consumidores a aprovarem tais mudanças. O setor produtivo também teve e tem muito a celebrar, desde os produtores de matrizes até os granjeiros, pois a genética Hubbard Premium utilizada aliada a um maior espaço para o frango gera um animal mais ativo, consequentemente, menos estressado. E, “um frango menos estressado é um produtor também menos estressado”, afirma Willy van Erp.

TODOS SATISFEITOS, DO CAMPO À MESA. Juntamente com sua esposa Ardi, Willy é o responsável pela granja Van Erp, na cidade de Sint Anthonis. À frente das tendências do mercado, o produtor utiliza genética de crescimento lento em seus gal-pões desde 2006. “Foi um experimento para saber se era possível aqui na Holanda a produção de um frango entre o conven-cional e o orgânico”, conta. Deste modo, em parceria com associações de bem-es-tar animal, frigoríficos, indústrias de ração, Hubbard e os dois principais supermercados do país, que se comprometeram a comprar 10 mil frangos por semana, o projeto teve início. “Eu e mais outros cinco produtores iniciamos a produção há 10 anos; e foi difícil pois não sabíamos se ia dar certo”, lembra Willy.

Empresa familiar com quase 100 anos de existência, este foi um desafio para os Van Erp. Originalmente uma fazenda multi proteína, com vacas leiteiras, suínos e galinhas

PAUL VAN BOEKHOLTDIRETOR DE NEGÓCIOS HUBBARD

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poedeiras, desde o início deste atual projeto eles deixaram as outras atividades e vêm atuando no sentido de expandir o negócio dos frangos de crescimento lento.

O novo galpão da propriedade, inau-gurado em 2013 e orçado em ¤ 550 mil (para efeito comparativo, analise os custos brasileiros no box ao lado), possui 2.200 m2 e recebe os pintinhos de um dia, os quais, tem acesso ao “Jardim de Inverno”, um anexo ao galpão com 25% da superfície total, onde os animais recebem luz solar e possuem um espaço adicional para se exercitarem. Levando em conta esta área externa, a densidade de ocupação do gal-pão é de 25 kg por m2.

Para o produtor, a principal mudança em relação às novas práticas diz respeito ao gosto pelo trabalho. “É muito mais pra-zeroso trabalhar com estes animais do que com os convencionais. São aves de fácil manejo e mais robustas, o que alivia o estresse”. Exemplo disso é a utilização pra-ticamente nula de antibióticos. De acordo com o proprietário, nestes 10 anos de ativi-dade, somente em um único dia foi neces-sário o uso dos medicamentos. E, levando em conta os ganhos, de acordo com Willy, os rendimentos se mantiveram no mesmo patamar da época da utilização das genéti-cas convencionais, mesmo com uma dimi-nuição da quantidade de aves produzida.

Orgulhoso de seu trabalho, uma placa à frente do galpão traz para todos poderem ler: “Kom kijken in ons pluimveebedrijf”; ou, em português, “venham ver as nossas aves”.

Willy trabalha seguindo os padrões da Sociedade Holandesa para a Proteção dos Animais, órgão responsável por certificar e garantir o bem-estar dos frangos, e comer-cializa seus animais com os supermerca-dos Albert Heijn e o Plus Supermarkt. Detentor do selo Beter Leven (Vida Melhor) uma estrela, o seu produto final tem um preço até 50% superior ao convencional nas gôndolas. Já o conceito padrão adotado pelos supermercados em 2013 (veja tabela com as diferenças na página 46) apresenta um preço 25% superior ao consumidor final.

Como é o caso do “New Standard”, o conceito do frango adotado pelo supermer-cado Jumbo. Dick Schieven, da granja Schie-ven, sediada em Zieuwent, é um exemplo. O produtor conta com um galpão de 10 mil m2 onde aloja 130 mil aves Hubbard de cresci-mento lento. Com um crescimento genético máximo de 45 gramas por dia de peso, os frangos são abatidos com idade entre 49 e 52 dias e 2,4 kg de peso vivo.

Fotos: f&f

INVESTIMENTOSBRASIL x HOLANDA

DE ACORDO com o diretor da Plasson (Criciúma/SC), Franke Hobold, a construção de um aviário com telhas isotérmi-cas e sem piso necessita de um investimento de aproxima-damente R$ 140 a 150/m2. Os equipamentos no galpão, como sistemas de alimentação, am-biência e ventilação negativa, aproximadamente R$ 130/m2. E, o gerador para falta de energia e rotoacelerador para elimina-ção de animais mortos fica em R$ 12/m2, totalizando: R$ 292/m2. O aviário holandês apto a pro-dução Beter Leven 1 estrela tem um custo de € 250/m2.

“ACREDITEI NO CONCEITO DO FRANGO DE CRESCIMENTO LENTO E VI A POSSIBILIDADE NO MERCADO PARA ESTE TIPO DE PRODUTO”, AFIRMA O AVICULTOR WILLY VAN ERP

UM DOS PIONEIROS

NA HOLANDA, GRANJA VAN ERP PRODUZ AVES DE

CRESCIMENTO LENTO DESDE 2006

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Fotos: f&f

Dick não mais produz frangos convencionais em sua propriedade, e conta que a opção pela nova genética de cres-cimento lento foi um teste: “Queria saber como realmente é, pois

havia escutado diversos pontos positivos sobre ele. Além disso, vai ao encontro à ten-dência de redução do uso de antibióticos, o que é possível com o crescimento lento, pois os animais se desenvolvem com menos pro-blemas”. O atual desafio, conta o granjeiro, é trabalhar no sentido de alcançar uma conver-são alimentar mais positiva. “A taxa dos fran-gos convencionais fica em torno de 1,48 e 1,5. Já o frango de crescimento lento apresenta 1,86. Precisamos, então, fazer estes animais crescerem com menos quantidade de ração”.

O avicultor Corné Dirven, sediado em Someren, é também outro exemplo de pro-dutor feliz com o atual momento da avicul-tura no país. Com contratos de fornecimento assinados com o supermercado Jumbo, ao ser questionado sobre se pensa em investir e passar a produzir frango orgânico ou com algum outro certificado, ele é categórico: “Estou bem assim”. Antigamente criador de patos, Corné se aproveitou de boa parte das estruturas para, em 2011, passar a criar frangos de crescimento lento. Seu galpão de 1.000 m2 aloja 13 mil aves, lotes que ficam prontos para o abate em cerca de sete sema-nas e meia, sem a utilização de antibióticos.

CONSUMIDORES SATISFEITOS. De acordo com Paul van Boekholt, o atual momento é único no mercado holandês, pois existe agora uma orientação ao mercado. “No passado, as indústrias de ração eram o mais

importante elo da cadeia produtiva, como coordenadoras de diversas empresas familia-res, de incubatórios até os granjeiros”, deta-lha o executivo. Porém, hoje, os frigoríficos, em contato direto com os supermercados, passam ao setor produtivo as demandas dos consumidores e, deste modo, pela primeira vez se vê uma mentalidade de produção orientada à demanda do mercado. “E, todo este novo conceito gerou mudanças enormes e muito rápidas no setor, com o frango de crescimento lento pulando de praticamente 0 para 100% de mercado dentro da Holanda”, informa.

Assim, além de ser positivo para a indús-tria, como pontuado anteriormente, este movimento é melhor ainda para os consumi-dores. “Todos estão satisfeitos”, garante Paul.

O primeiro ponto a se destacar em relação à qualidade do produto adquirido pelo consumi-dor é a redução dos níveis de antibióticos. “No nível de matrizes não é preciso, pois o estresse é reduzido. E, sobre os frangos de corte, o nível de estresse é completamente diferente do convencional. Essas aves de crescimento lento andam, brincam, se divertem, ou seja, não possuem o estresse de ficar o dia todo comendo, bebendo e sentadas”, aponta Paul e informa: “Dentro do conceito Beter Leven uma estrela, a média é de 0,5% dos lotes tra-tados com antibióticos; já dentro do conceito inicial do Frango do Amanhã, é menor que 10%; ou seja, o uso de antibióticos é de 5 a 10 vezes menor que na atividade convencional”.

Além da qualidade, outro efeito positivo visualizado no mercado holandês foi a maior variedade de cortes ofertados. “Até recente-mente éramos limitados a carne do peito do frango, representando 80% do consumo; e muito pouco se consumia de coxa e asas, por exemplo”, analisa Paul. Com as mudanças no setor produtivo, as plantas processadoras foram obrigadas a discutir com os supermer-cados formas de maximizar o uso das carca-ças, agora mais caras. Assim, se vê hoje nas gôndolas dos supermercados holandeses diversos outros cortes, como coxa inteira, asas, salsichas de frango, carne moída de frango – “para almondegas ou espaguete à bolonhesa”, insere Paul –, entre outros. O maior sucesso, conta o executivo, é a sobre-coxa desossada. “Este corte o consumidor não conhecia, e é extremamente saboroso e suculento, pois os animais andam e se exer-citam, o que influencia no sabor da carne”,

ATENTO ÀS TENDÊNCIAS, DICK SCHIEVEN PASSOU A PRODUZIR FRANGOS DE CRESCIMENTO LENTO EM SUA PROPRIEDADE

DE ACORDO COM CORNÉ

DIRVEN, O FRANGO DE

CRESCIMENTO LENTO É MUITO

MAIS ATIVO DO QUE O

CONVENCIONAL

ASSIM COMO NAS GRANJAS DE CORTE,AVES DE POSTURA TAMBÉM SÃO CRIADAS SEGUINDO CONCEITOS DE BEM-ESTAR ANIMAL

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opina Paul e define: “O consumidor holan-dês não conhecia na totalidade o frango, só se comprava peito. Agora eles são capazes de ver a diferenciação; assim, o ponto posi-tivo para os produtores e consumidores é a possibilidade da escolha”.

NÃO É SÓ NA CARNE, EM OVOS TAMBÉM. Além da avicultura de corte, a produção de ovos também passou por alte-rações na Holanda. Hoje, nos supermerca-dos, os consumidores podem escolher seu produto observando o sistema de classifi-cação por estrelas Beter Leven, assim como nas carnes. Atento, portanto, às tendências, um grupo de empresas e instituições, como a Sociedade Holandesa de Proteção aos Animais e o Ministério da Agricultura, se reuniu e desenvolveu em conjunto um novo conceito para aves poedeiras, o Rondeel.

Os ovos oriundos deste novo sistema são classificados com três estrelas, mesmo a pro-dução não sendo orgânica, pois as aves Ron-deel crescem levando em conta toda a ques-tão do bem-estar animal e meio ambiente, tendo suas necessidades naturais todas supri-das. Um produtor a adotar tal conceito é Dik Verbeek, localizado em Vaassen. “A granja é toda projetada e equipada pensando em permitir às aves seu comportamento natural, além de que práticas como debicamento não são aplicadas”, informa o produtor.

No total, são cinco galpões para os ani-mais passarem a noite (veja na ilustração ao lado, nº1), equipados com ninhos de pos-tura, os quais fornecem espaço vital para as necessidades primárias dos animais, como alimentação, água, repouso e colocar os ovos. Uma característica singular do sistema é a chamada porta isolada, a qual atua como uma parede lateral, e pode ser completa-

mente enrolada, no sentido de criar um clima uniforme entre o galpão do dia e o da noite.

Outro destaque fica por conta do sistema de gaiolas inspirado nas árvores, composto por diferentes níveis, o qual gera uma movi-mentação facilitada por parte dos frangos, além de permitir uma densidade de aves maior em comparação à habitação normal de chão. Também, de acordo com Paul, os ninhos integrados reduzem tanto a perda de ovos por queda como de segunda qualidade.

Já no espaço para o dia (nº2), os fran-gos se deparam com um ambiente onde podem agir naturalmente, ciscando, dei-tando e relaxando. “É o mundo natural tra-zido para dentro do sistema produtivo”, comenta Dik. Paul conta que tudo foi

UM PEITO DE FRANGO PRODUZIDO DENTRO DOS CONCEITOS DO FRANGO DO AMANHÃ, COM O PREÇO DE € 9,16/KG; ABAIXO, A MESMA PEÇA ORIUNDA DE UM ANIMAL BETER LEVEN 1 ESTRELA, COMO PREÇO DE € 12,99/KG; À DIREITA, UM PEITO DE FRANGO ORGÂNICO, COM CUSTO DE € 25,99/KG

O CONCEITO DE HABITAÇÃO RONDEEL

Fonte: Rondeel.org

GALPÕES PARA OS ANIMAIS PASSAREM A

NOITE

ESPAÇOPARA O DIA

12

ÁREA ARBORIZADA É UM TERCEIRO

ESPAÇO PARA AS AVES, ONDE ELAS PODEM CISCAR E

PASSEAR

NÚCLEO CENTRAL COM TRÊS ÁREAS: UMA PARA

TRABALHO DO AVICULTOR, OUTRA PARA OS VISITANTES

VEREM COMO O SISTEMA FUNCIONA E OUTRO ESPAÇO QUE ABRIGA EQUIPAMENTOS

PARA O CONTROLE DO CLIMA E SECADORES DE ESTERCO

3

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CAPACAPA

Fonte: Hubbard

COMPARATIVO DE CONCEITOS

Genética

Ganho médio diário (g/d)

Idade ao abate

Idade do abate na prática

Densidade máxima (kg/m2)

Nº de aves por m2

Material extra?

Acesso a ambiente externo?

Uso de janelas nos galpões?

Ritmo de dia e noite

Método de atordoamento

Crescimento rápido

± 60-65 g/d

Sem limite

35-42

42

21

Não

Não

Não

Mínimo de 6h de escuro (a qual 4h é em um período)

Elétrico + método co2 de duas fases

Crescimento lento

Máximo de 50 g/d

Sem limite

49

38

15

Fardos de palha + grãos

Não

Não

Mínimo de 6h de escuro

Elétrico + método co2 de duas fases

Crescimento lento

± 45 g/d

Mínimo de 49 dias

49-53

30

12.5

Fardos de palha + grãos

Não

Sim

Luz do dia naturalMínimo 6h de escuro

Elétrico + método co2de duas fases

Crescimento lento

± 42 g/d

Mínimo de 56 dias

56

25

10.5

Fardos de palha + grãos

Jardim de inverno

Sim

Luz do dia natural - Mínimo 8h de escuro em um período

Método co2 de duas fases

idealizado seguindo diversos estudos, e estes apontaram um comportamento natural das aves mesmo na presença de grama sintética. “Elas arranham a super-fície, ciscam grãos que são espalhados diariamente, descansam, tomam sol e vaguem livremente. Portanto, saudáveis, esses animais apresentam um rendimento elevado”, acrescenta o especialista.

A área arborizada (nº3) surge como um terceiro espaço para as aves, onde elas podem ciscar e passear. Composto por uma superfície de areia, neste recinto há aparas de madeira e troncos de árvore, gerando um

DIK VERBEEK É PROPRIETÁRIO DE UMA GRANJA RONDEEL, CONCEITO ÚNICOPARA GALINHAS POEDEIRAS

ambiente a ser explorado pelos frangos.E por fim há o Núcleo Central (nº4), que

consiste em três partes: o piso térreo, área de trabalho para o avicultor; o primeiro andar, que acomoda uma área onde os visitantes podem ver como o sistema funciona; e o segundo andar, o qual abriga os equipamentos necessá-rios para o controle do clima e também seca-dores de esterco. Lembrando ainda a presença de painéis solares no telhado, tornando o con-ceito Rondeel autossuficiente em energia.

Desenvolvido com foco em aspectos de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, Paul van Boekholt con-

clui: “Muitas facetas foram incorporadas neste projeto, como bem-estar animal, respeito ao meio ambiente, adequação à paisagem natural, segurança alimentar, saúde pública, transparência em relação à sociedade e, muito importante, um rendi-mento justo para os criadores de aves”. ■

FEITA DE MATERIAL BIODEGRADÁVEL, CAIXA DOS OVOS RONDEEL CONTA COM SETE UNIDADES, UM PARA CADA DIA DA SEMANA

Fotos: f&f

CONVENCIONALNEW AH CHICKEN

(Chicken of Tomorrow/Albert Heijn)

NEW STANDARDCHICKEN (Chicken of

Tomorrow/Jumbo)BETER LEVEN

1 estrela