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Cap. I Pré- História e Antiguidade Oriental Pré-História O homem nasceu nu, mas os animais nasceram vestidos. Os homens pré- históricos por necessidade abatiam os animais para servir de alimento e utilizava sua pele para preservação do corpo contra o frio, a poeira e o tempo, pois a vida do planeta no passado distante passou por uma sucessão de eras glaciais nas quais a Europa (velho mundo) viveu debaixo de um frio aterrador. Até as culturas paleolíticas (pedra lascada) os primitivos viviam junto às geleiras que cobriam quase todo o continente. Por causa de servir de escudo contra as forças naturais do clima, a força da natureza então o homem teve a necessidade de se cobrir. O pelo do animal , geralmente de urso e de rena, à medida que era usado pelos homens como vestes e com o passar do tempo iam se tornando mais duras, então o homem foi descobrindo vários métodos que fazia com que essa pele não se ressecasse mais garantindo a ela mais maciez e impermeabilidade, o primeiro deles foi a mastigação, logo depois passou ao método de molhar a pele e sová-la (bater) com uma clava, porém o método que mais garantiu bom resultado foi o da esfregação de gordura (retiradas de animais marinhos) nesse pedaços de pelo animal que geralmente era um retângulo que se enrolava en torno do corpo. Ainda há outro método até hoje usado: o curtimento da pele, esse método praticamente era usar a casca de uma das duas árvores (carvalho e salgueiro) as quais quando de molho em água era extraído uma substância denominada “tanino” que conseguia satisfatoriamente curtir a pele do

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Page 1: Cap i e II Apostila Proeja

Cap. I Pré- História e Antiguidade Oriental

Pré-História

O homem nasceu nu, mas os animais nasceram vestidos. Os homens pré- históricos por necessidade abatiam os animais para servir de alimento e utilizava sua pele para preservação do corpo contra o frio, a poeira e o tempo, pois a vida do planeta no passado distante passou por uma sucessão de eras glaciais nas quais a Europa (velho mundo) viveu debaixo de um frio aterrador. Até as culturas paleolíticas (pedra lascada) os primitivos viviam junto às geleiras que cobriam quase todo o continente. Por causa de servir de escudo contra as forças naturais do clima, a força da natureza então o homem teve a necessidade de se cobrir. O pelo do animal , geralmente de urso e de rena, à medida que era usado pelos homens como vestes e com o passar do tempo iam se tornando mais duras, então o homem foi descobrindo vários métodos que fazia com que essa pele não se ressecasse mais garantindo a ela mais maciez e impermeabilidade, o primeiro deles foi a mastigação, logo depois passou ao método de molhar a pele e sová-la (bater) com uma clava, porém o método que mais garantiu bom resultado foi o da esfregação de gordura (retiradas de animais marinhos) nesse pedaços de pelo animal que geralmente era um retângulo que se enrolava en torno do corpo. Ainda há outro método até hoje usado: o curtimento da pele, esse método praticamente era usar a casca de uma das duas árvores (carvalho e salgueiro) as quais quando de molho em água era extraído uma substância denominada “tanino” que conseguia satisfatoriamente curtir a pele do animal qdo demolhado nessa substância, ficando pronta, macia e durável para ser usada como veste pelo homem.

Já nessa época existiam agulhas que eram feitas de garras de animais, de marfim de mamute e presas de leão marinho, a poderemos chamar de “linha ou fio pré-históricos” eram os nervos, tendões dos animais abatidos de suas caças, que tinham muita força e não arrebentavam facilmente, assim também como fios de crina de cavalo . E assim, desde época muito remotas, o homem já preparava o que hoje conhecemos como “roupas”. Essa era a época em que o homem era caçador e coletor (frutas, gravetos pq fogueiras) e nômade, saía pela natureza afora atrás de sua sobrevivência e morando em cavernas se escondendo dos animais que poderiam ser seus predarores.

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Quando o homem deixou de ser nômade, ele passou a ser sedentário, ou seja, fixou-se ao solo, a um só local onde escolhera para viver, criando ali ao seu redor todo um modo de vida e tudo o que era imprescindível para viver e sobrviver, então passou a criar gado e desenvolveu a agricultura. O homem sedentário desenvolveu outra maneira de criar seu vestuário, a feltragem, geralmente esses eram povos que moravam em regiões de clima temperado. Somente o homem sedentário desenvolvia essa técnica, pois a feltragem (precursora da tecelagem) era feita através de teares e esses eram muito pesados para serem carregados, impossibilitando no caso do homem nômade a fazer uso dessa técnica. A feltragem consistia praticamente na utilização de fibra vegetal de árvores como a amoreira e figueira, de outras espécies se obtinham também o linho, o cânhamo e o algodão, enquanto a fibra animal era retirada de animais como o lhama, a vicunha e a alpaca.

Ainda na Idade do Bronze esses tecidos eram usados e decorados com garras, conchas, sementes e dentes de animais. A trama criada na tecelagem desse tempo era parecida com a da “cestaria”, através de cruzamento de fios diagonais, horizontais e verticais. Esses fios eram colocados em camadas alternando essas direções e depois essas camadas eram malhadas por pedras até se tornarem compactas, o tecido em si.

Antiguidade Oriental: Mesopotâmia e Egito

Mesopotâmia

Os povos montanheses (de clima frio) usavam botas fechadas e altas e vestiam túnicas com mangas longas. Na Mesopotâmia (região de clima quente) onde viveram vários povos no decorrer do tempo tais como sumérios, assírios e fenícios era diferente: não vestiam mangas nem botas, porém os povos de clima quente e de clima frio se influenciaram no âmbito do vestuário por causa das trocas de mercadorias que sempre faziam e o contato que um povo mantinha com o outro. Um outro aspecto interessante acontecia: os povos de clima quente usavam mais adornos e acessórios enquanto os de clima frio usavam mais as roupas que adornos, portanto há que se concluir que os primeiros eram mais ligados à estética, e talvez na preocupação de se hierarquizar seu povo através do grau de status e importâcia que o adorno dava ao seu usuário, enquanto os últimos eram preocupados com o caráter utilitário e funcional da veste.

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A Mesopotâmia considerada o berço da civilização humana, foi a região de clima quente e solo fértil situada entre os rios Tigre e Eufrates, e seu nome dado pelos gregos significa ”entre rios”, diversas culturas nessa região se desenvolveram: a suméria (povo que desenvolveu a escrita cuneiforme), a assíria e a babilônica.

Os sumérios por exemplo, usavam um saiote de pele com pelo de animal identificado pelos tufos de pelos visíveis do lado exterior da peça que formava vários franjados que com o tempo foi dsecendo para a bainha da peça se tornando um único frajado que servia de acabamento para o saiote, o nome dessa peça de vestuário é “Kanaukés”. Os mesopotâmios já tinham um grande desenvolvimento da arte da tecelagem, mesmo assim, se vestiam com a pele dos animais. Homens usavam o tronco nu com kanaukés curtos chegando até a altura da panturrilha enquanto as mulheres usavam trajes longos que cobriam o colo. Geralmente essas roupas que cobriam todo o corpo vestidos por ambos os sexos tinham um aspecto espiralado, pois eram enrolados ao corpo em uma espiral. Com o tempo, os homens mais simples substituíram essas peças por uma túnica com mangas.

O tecido usado na Mesopotâmia era o algodão produzido por eles ou vindo da Índia, além da lã e do linho, com o tempo também usaram a seda (provinda da China). Os adornos e acessórios eram sinal de status social já nessa época e região e isso fazia com que o povo fosse separado em posições de importância, desde as mais altas (adornos de valor) até as mais baixas (adorno simples ou nenhum adorno). Homens e mulheres tinham longos cabelos e o costume de cacheá-los, os homens também cacheavam a barba e usavam brincos. O rei, ou pessoa de maior importância nessa civilização usava a

coroa enquanto os homens comuns usavam um gorro, chamado “barrete frígio”. Os calçados eram um tipo de bota de bico fino levantado (característica oriental).

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Egito

Região também de clima quente, porém em comparação com a civilização mesopotâmica, o Egito se caracterizava por predomínio de roupas ou peças muito mais simples. No entanto, o uso de adornos era muito mais predominante que na cultura anterior, e essa característica fazia com que o Egito fosse um povo muito mais marcado pela diferenciação das classes dentro da sociedade; as jóias e adornos tinham a função de marcar o espaço social que cada um ocupava dentro dessa sociedade, geralmente os de classe mais elevada, enquanto que os menos favorecidos geralmente andavam nus.

O traje egípcio típico chama-se “chanti” (uma tanga masculina), e o traje feminino egípcio “Kalasíris” (uma túnica longa unissex). Usavam a cor natural do tecido, geralmente a cor branca ou um claro amarelado (bege ou marfim) e seus tecidos predominantes eram o linho e o algodão. Não usavam tecido de base animal pois consideravam esse tipo de tecido impuro, e proibido no Egito.

As roupas egípcias eram bem ajustadas ao corpo, muitos acreditam que pelo fato de serem costuradas nas laterais, ou por causa de um cone de cera que usavam costumeiramente sobre as perucas que tinha uma determinada função: a de untar os cabelos e o corpo á medida que o sol escaldante derretia a cera que servia como repelente contra insetos. A cera derretida garantia aos egípcios vestes mais coladas ao corpo.

Homens e mulheres raspavam as cabeças e o corpo por causa dos piolhos, e usavam sobre a cabeça perucas (feitas de cabelos naturais ou fibras vegetais como linho e palmeira) que protegia a cabeça do sol, com o tempo o uso dessa peruca também ganhou conotação de status.

Os faraós usavam o “claft” (pedaço de tecido amarrado sobre a cabeça cujas laterais serviam para emoldurar o rosto. Usavam barba postiça de cerâmica, e o “peitoral” (enorme colar que cobria as costas e o peito, feito de pedras e metais preciosos, além de contas de vidro). Os egípcios dominavam a técnica da feitura do vidro, por isso a utilização desse material em seu vestuário.

Os de classe alta usavam sandálias de dedos de palha trançada para protegê-los da areia quente, porém também andavam descalços, e esses muitas vezes eram pessoas de classe social mais baixa.

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Imagem de egípcia com cone de cera sobre a peruca. Cap.II Antiguidade Clássica

Tutancâmon e sua rainha, XVIII dinastia, 1350-1340 a.C. As roupas reais eram diferentes das usadas pelos egípcios comuns, além da coroa, do claft e das sandálias, o tecido das roupas era mais fino, usavam cintos e bordados, e peitorais de ouro e esmalte.

Kalasíris e chanti

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Rei sacerdote de Cnossos, Creta. Exemplo de como os homens assim como sa mulheres exibiam uma cintura extremamente fina que era conseguida com o uso de um cinto rígido desde a infância.

Deusa serpente do palácio em Cnossos, Creta, com saia de babados, cintura marcada e

blusa com seios à mostra.

Creta

Maior ilha situada do mar Mediterrâneo e foi a grande influência para acultura da Grécia. Só se soube sobre sua história e as questões minóicas com os achado de seu sítio arqueológico no século XIX. Na época do apogeu de Creta, grande diferença se nota entre o vestuário feminino e masculino: homens usavam roupas simples e quase primitivas (torso nu e tanga de couro, linho ou lã com cinto) e as mulheres (saias longas em formato de sino com babados sobrepostos e uma espécie de avental na frente e nas costassobre a saia, na parte superior do corpo usavam seios a mostra e uma espécie de blusa apenas com as mangas (curtas) e costurada nos ombros. Os cretenses tinham completa paixão por cores fortes como o vermelho, amarelo, azul e o roxo. Não costumavam usar nada sobre a cabeça, porém quando usavam geralmente era um turbante ou gorro.

Homens e mulheres tinham o costume de terem as cinturas bem marcadas, afuniladas desde a infância e faziam isso através de um cinto além de usarem cabelos longos em cachos, chapéus e turbantes como ornamentos. Ambos usavam sandálias em dias quentes e nos dias frios geralmente usavam botas. Como o povo de Creta era bastante evoluído no domínio da arte do metal, o uso de adornos como alfinetes, colares e brincos era muito comum.

Grécia

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Capas feminina e masculina gregas: a figura da direita veste o peplo, a figura da esquerda veste a clâmide.

Deusa “Pallas Atena” com quíton sem mangas.

Região de clima quente situada em litoral bastante recortado em ilhas na península balcânica, Creta possuía crença politeísta (acreditavam em mais de um deus) e refinado senso estético e bom gosto que influenciou grande parte do mundo ocidental. Sua cultura prosperou entre os séculos VII e I a.C. e envolveu Filosofia, democracia, arte e muitos campos do conhecimento.

O vestuário grego teve um caráter bem próprio: os drapeados elaborados. Como era um povo que se preocupava mais com valores estéticos do que com o caráter de erotismo, bastava um retângulo de tecido para que criassem sua veste: o “quíton” que significa “blusa de linho”, que tanto poderia ser de linho quanto de lã. Era uma veste que servia a ambos os sexos: as mulheres usavam-no sempre longos e os homens usavam-no mais longo em momentos festivos e curtos para o dia-a-dia. Era a túnica que podia ser colocada presa sobre os ombros (por broches ou alfinetes) e embaixo dos braços, com uma lateral fechada e a outra aberta, caindo pelo corpo em cascata, era presa na cintura por um cinto ou um cordão que largo e longo possibilitava criar formas diferentes no panejamento da peça tal como sempre vemos nas esculturas gregas o efeito blusonado (tecido do quíton puxado para cima de maneira que forme uma folga que cai sobre o cinto). Os quítons, ao contrário do

que a maioria das pessoas pensam, não eram brancos e sim de diversas cores e com o decorrer do tempo obteve mangas.

A “clâmide” (manto masculino curto e feito de lã grossa) era um complemento do vestuário grego e considerada capa militar, e o “himation” (capa longa, mais ampla e drapeada usada principalmente nos dias frios).

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A roupa feminina grega é chamada “peplo” (vestimenta tubular, aberta dos lados e com sobreposição de tecido na região da cintura. Mulheres casadas e de meia-idade usavam o peplo longo; as caçadoras, atletas e artistas usavam o peplos curtos.

Os cabelos dos homens gregos eram curtos. As mulheres usavam os cabelos soltos ou amarrados com fitas ou “chinós” (suporte que prendia o cabelo em coque na nuca). Os gregos andavam descalços na maioria das vezes, quando não, usavam sandálias amarradas nos pés e pernas.

Quíton curto com cinto duplo, séc. V a.C.

Peplo com cinto sob a dobra e adorno de cabeça.

Himation drapeado: Este músico errante está vestido apenas com o himation drapeado de forma casual. A nudez como celebração da beleza do corpo era comum nas representações de jovens deuses e moços, embora fosse mais uma convenção artística do que um fato cotiiano. Na segunda metade do século VIII a.C., entretanto, os atletas gregos abandonaram as vestimentas e passaram a competir nus.

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Dançarinos da tumba dos Leopardos usando a tebena, Tarquínia, Etrúria, 1º quartel do século V a.C.

Dançarina etrusca, final do século VI a.C. usando uma túnica com mangas e costurada.

Etrúria

Região que se localizava onde hoje é a Toscana, Itália, teve seu apogeu cultura nos séculos VII a.C. e VI a.C. Estudos acreditam que foram povos vindos da Ásia Menor que chegaram e se intalaram nessa região. São considerados antecessores dos romanos e marcaram fortemente a região com sua cultura.

Mulheres e homens etruscos usavam roupas iguais, só se diferenciando na forma e no comprimento. Túnicas longas eram usadas pelos dois sexos, enquanto as curtas apenas os homens podiam usar. Homens usavam a “tebena” (túnica drapeada de formato semi-circular ou retangular usada nos ombros e no tórax e adornada nas bordas). Mulheres só usavam tunicas longas decoradas nas bordas por cercaduras e seu manto igual a capa masculina era passada pela cabeça.

Em relação aos calçados: homens usavam botas de influência oriental e sandálias de influência grega. Os acessórios etruscos eram peças de metais preciosos e pedra valiosas: anéis, braceletes, colares, fivelas, coroas e muitos outros eram de muito bom gosto.

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Imperador Tibério, séc. I a.C. vestido com toga sobre uma túnica com mangas.

Roma

Roma situa-se na Itália, e fundada em 753 a.C., com o tempo tornou-se a Roma republucana e em seu apogeu a Roma imperial que só declinou com a invasão dos povos bárbaros.

A estética romana teve um pouco de influência grega, mas teve mais fortemente influência etrusca. A roupa romana mais conhecida é a “toga” um tipo de tebena (túnica etrusca) mais elaborada. Os romanos usavam a túnica e por cima a toga (de lã) que era extremamente volumosa e afirmava o status social do portador da peça. Quanto maior a peça ou de acordo com a cor, mais prestígio dispunha seu usuário. Pessoas mais simples e soldados não usavam toga, somente a túnica.

As roupas de batalha, eram túnicas curtas, saiote e couraça (espécie de escudo de metal no formato do tórax do homem) e a “calligae” para os pés ( um tipo de bota fechada).

As mulheres usavam túnica longa e por cima a “stola” (tipo de túnica com mangas). Usavam também a “pella” (um manto de formato retangular). A moda romana só variava mais em relação aos penteados. O luxo também é característica dos

romanos que faziam uso dos excessos em acessórios como exmplo, as jóias. Toda essa opulência foi culturalmente adquirida dos povos orientais que muito

influenciaram Roma.

Dama romana vestida com a pella.Mulher romana vestindo a traje completo romano: túnica estola e palla