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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA CANTAXANTINA E 25-HIDROXICOLECALCIFEROL E SEUS EFEITOS SOBRE OS ASPECTOS REPRODUTIVOS DE GALOS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Priscila Becker Ferreira Santa Maria, RS, Brasil 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

CANTAXANTINA E 25-HIDROXICOLECALCIFEROL

E SEUS EFEITOS SOBRE OS ASPECTOS

REPRODUTIVOS DE GALOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Priscila Becker Ferreira

Santa Maria, RS, Brasil

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

CANTAXANTINA E 25-HIDROXICOLECALCIFEROL

E SEUS EFEITOS SOBRE OS ASPECTOS

REPRODUTIVOS DE GALOS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Priscila Becker Ferreira

Santa Maria, RS, Brasil

2010

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CANTAXANTINA E 25-HIDROXICOLECALCIFEROL E

SEUS EFEITOS SOBRE OS ASPECTOS REPRODUTIVOS DE

GALOS

por

Priscila Becker Ferreira

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação

em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),

como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Pires Rosa

Santa Maria, RS, Brasil

2010

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Rurais

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova a Dissertação de Mestrado

CANTAXANTINA E 25-HIDROXICOLECALCIFEROL E SEUS

EFEITOS SOBRE OS ASPECTOS REPRODUTIVOS DE GALOS

elaborada por

Priscila Becker Ferreira

como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Zootecnia

Santa Maria, 26 de fevereiro de 2010.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pelo dom que me deste, o dom da vida, e pela

oportunidade de estar concluindo mais esta etapa.

Aos meus pais, Luiz Carlos e Maria da Glória, pela vida, pelo amor incondicional,

educação, companheirismo, compreensão, confiança, por tudo que conquistei, pois foi graças

a vocês. Vocês são meus exemplos e meu maior orgulho. Amo vocês mais que tudo!

Às minhas irmãs Débora e Andréia, por sempre estarem ao meu lado, pela amizade,

apoio, conselhos, por dividir comigo os meus sonhos. Amo vocês! Aos meus cunhados,

Volnei e Marcelo pela amizade, e ao meu sobrinho Pedro Henrique, por existir nas nossas

vidas tornando tudo mais especial. Tu és o amor da tia Pitinha!

Ao André meu namorado pelo companheirismo, pela amizade, ajuda nos trabalhos,

motivação, compreensão nos momentos mais difíceis, por festejar comigo nos momentos de

conquistas. Obrigada, por tudo que passamos juntos, por ser tão especial para mim. Adoro-te.

Às minhas amigas Juliana e Andréia, pela amizade que começou na graduação e se

manteve até os dias de hoje, também ao Renato grande colega e amigo. À vocês, obrigado por

todo apoio, parceria em todos os momentos, festas, brincadeiras, comilanças, etc ...

Às amigas Lenise Boemo e Patrícia Ebling por serem tão especiais na minha vida, sei

que sempre posso contar com a amizade de vocês. Adorooo!

À Universidade Federal de Santa Maria, ao Curso, Departamento e ao Programa de

Pós-Graduação em Zootecnia por fazer parte da minha formação profissional.

Ao orientador Professor Alexandre Pires Rosa, pelos ensinamentos, pela confiança e

pela amizade. Aos co-orientadores Irineo Zanella e João Radünz e aos professores Paulo

Rorato e Geni S. P. de Toledo pela colaboração e ensinamentos durante minha formação

acadêmica/profissional. À secretária do Programa de Pós-Graduação Olirta pela amizade e

ajuda durante o Mestrado.

À DSM Nutritional Products pelo apoio para a realização desse trabalho.

À CAPES, pelo auxílio financeiro com a concessão da bolsa de estudo.

Ao LAVIC, pela estrutura cedida para a condução desse estudo. A todos os estagiários

do Laboratório, pelo apoio na condução dos experimentos, e às funcionárias Lourdes Brittes e

Carolina Fantinel, pelo apoio e amizade.

Ao prof. Marcelo Soares e aos estagiários do Laboratório de Medicina e Reprodução

de Suínos, pela grande colaboração para realização das análises deste trabalho.

Muito obrigada!

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RESUMO

Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

Universidade Federal de Santa Maria

CANTAXANTINA E 25-HIDROXICOLECALCIFEROL E SEUS

EFEITOS SOBRE OS ASPECTOS REPRODUTIVOS DE GALOS

AUTORA: Priscila Becker Ferreira

ORIENTADOR: Dr. Alexandre Pires Rosa

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 26 de fevereiro de 2010.

Com o objetivo de avaliar o desempenho e as características seminais de galos da raça

White Plymouth Rock, alimentados com dietas contendo Cantaxantina e 25-

hidroxicolecalciferol, foi conduzido um experimento no Laboratório de Avicultura do

Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria. Foram utilizados 80

galos White Plymouth Rock de 40 a 59 semanas de idade. As aves foram submetidas a 4

tratamentos: T1 = dieta controle, T2 = dieta controle + Cantaxantina, T3 = dieta controle +

25-OH-D3, T4 = dieta controle + Cantaxantina + 25-OH-D3. Foi utilizado um delineamento

inteiramente casualizado, com quatro tratamentos com 20 repetições cada, onde cada ave foi

considerada uma repetição. A fase experimental teve duração de 140 dias, a qual foi dividida

em 5 períodos de 28 dias para avaliar o desempenho das aves. Os parâmetros avaliados foram:

peso corporal e consumo alimentar (mensurados no final de cada período), motilidade, vigor,

alterações morfológicas (mensurados duas vezes por período, com intervalo de 14 dias) e

concentração espermática. Os dados obtidos foram transformados para o ajuste da

normalidade, após foram submetidos à análise de variância, e as diferenças entre tratamentos

foram comparadas pelo teste de Tukey a 10% de significância. O consumo médio de ração

durante a fase experimental foi menor em aves que consumiram 25-OH-D3 em relação as que

consumiram cantaxantina e 25-OH-D3, mesmo assim não alterou o peso médio das aves nesta

fase. A adição de 25-OH-D3 mais Cantaxantina na dieta melhora significativamente a

concentração espermática. As alterações morfológicas do sêmen de galos são reduzidas com a

utilização de 25-OH-D3, e Cantaxantina e 25-OH-D3. Cantaxantina, 25-OH-D3, e 25-OH-D3

mais Cantaxantina, quando adicionados à dieta melhoram a motilidade e o vigor espermático.

Palavras chaves: carotenóides, 25-hidroxicolecalciferol, espermatozóides

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ABSTRACT

Dissertação de Mestrado

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia

Universidade Federal de Santa Maria

EFFECTS OF CANTHAXANTHIN AND

25-HYDROXYCHOLECALCIFEROL ON REPRODUCTIVE ASPECTS

OF MALES ROOSTERS

AUTHOR: Priscila Becker Ferreira

ADVISER: Dr. Alexandre Pires Rosa

Presentation Place and Date: Santa Maria, 26 February, 2010.

In order to evaluate the performance and seminal characteristics of the White

Plymouth Rock roosters, fed with diets containing canthaxanthin and 25-

hydroxycholecalciferol (25-OH-D3), an experiment was conducted at the Laboratory of

Poultry Department of Animal Science at The Federal University of Santa Maria. 80 White

Plymouth Rock roosters from 40 to 59 weeks of age were used in this study. Birds were

submitted to four treatments: T1 = control diet, T2 = control diet + Canthaxanthin, T3 =

control diet + 25-OH-D3, T4 = control diet + Canthaxanthin + 25-OH-D3. A completely

randomized design was used with four treatments with 20 replications of one bird. The

experimental phase (140 days) was divided into five periods of 28 days to evaluate the

performance of birds. The parameters evaluated were: body weight and food intake (measured

at the end of each period), motility, vigor, sperm concentration and morphological anomalies

(two times per period, with an interval of 14 days). Data were transformed to adjustment the

normality and after they were subjected to analysis of variance. The differences between

treatments were compared by Tukey test at 10% significance level. The average feed intake

during the experimental period was lower in birds fed 25-OH-D3 than males fed with

canthaxanthin and 25-OH-D3 diet, but the body weight was similar. The supplementation of

25-OH-D3 and canthaxanthin in diets improved the sperm concentration significantly. Males

fed with diets with 25-OH-D3 and, Canthaxanthin and 25-OH-D3 had the lowest level of

morphological anomalies in the semen. Canthaxanthin, 25-OH-D3, and Canthaxanthin and

25-OH-D3 when added to the diet improves the sperm motility and vigor of roosters.

Keywords: carotenoids, 25-hydroxycholecalciferol, sperm

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 1 - Concentração espermática de galos White Plymouth Rock nos períodos

experimentais, da 40ª a 59ª semana de idade...........................................................................45

GRÁFICO 2 - Alterações espermáticas de galos White Plymouth Rock nos períodos

experimentais, da 40ª a 59ª semana de idade...........................................................................46

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Composição centesimal e perfil nutricional dos tratamentos.............................34

TABELA 2 - Quantidade recomendada dos princípios ativos dos produtos adicionados às

dietas experimentais..................................................................................................................34

TABELA 3 - Peso corporal médio (g/ave) de galos White Plymouth Rock ao final de cada

período e peso médio total........................................................................................................39

TABELA 4 - Consumo de ração total (g/ave/período) de galos White Plymouth Rock nos

períodos e consumo médio total................................................................................................40

TABELA 5 - Motilidade espermática (%) dos galos do I ao III período de análise com as duas

coletas .......................................................................................................................................40

TABELA 6 - Motilidade espermática (%) dos galos do IV ao V período de análise com as

duas coletas e a média total .................................................................................................41

TABELA 7 - Vigor espermático dos galos do I ao III período de análise com as duas

coletas........................................................................................................................................41

TABELA 8 - Vigor espermático dos galos do IV ao V período de análise com as duas coletas

e a média total ..........................................................................................................................42

TABELA 9 - Concentração espermática (número de células x108/ml) dos galos do I ao III

período de análise com as duas coletas ....................................................................................43

TABELA 10 - Concentração espermática (número de células x108/ml) dos galos do IV ao V

período de análise com as duas coletas e a média total ...........................................................43

TABELA 11 - Alterações morfológicas dos espermatozóides (%) dos galos do I ao III período

de análise com as duas coletas .................................................................................................44

TABELA 12 - Alterações morfológicas dos espermatozóides (%) dos galos do IV ao V

período de análise com as duas coletas e a média de total........................................................44

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RELAÇÃO DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

µg e mcg micrograma (s)

mg miligrama (s)

g grama (s)

kg quilograma (s)

kcal quilocaloria (s)

µm Micrômetro (s)

µl microlitro (s)

mm milímetro (s)

cm centímetro (s)

m metro (s)

ppm partes por milhão

ppb partes por bilhão

UI unidade internacional

% valor percentual

°C grau Celsius

PB proteína bruta

ROS espécies reativas ao oxigênio

PUFAS ácidos graxos poliinsaturados

MSV membrana do saco vitelínico

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A - Foto dos galos White Plymouth Rock utilizados no experimento......................57

ANEXO B - Vista parcial do galpão experimental...................................................................57

ANEXO C - Vista parcial das unidades experimentais............................................................58

ANEXO D - Controle de temperatura ambiente dentro do aviário experimental.....................59

ANEXO E - Gráfico da variação da temperatura ambiental dentro do aviário experimental...60

ANEXO F - Ave sendo pesada no final de um dos períodos experimentais para obtenção do

parâmetro peso corporal............................................................................................................61

ANEXO G - Coleta de sêmen.................................................................................................62

ANEXO H - Manuseio do ejaculado para análise espermática..............................................62

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 15 2.1 Características reprodutivas dos galos ............................................................................ 15 2.2 Carotenóides ................................................................................................................... 21

2.3 Vitamina D e 25-OH-D3 ................................................................................................. 26 2.4 Cantaxantina e 25-hidroxicolecalciferol ......................................................................... 30

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 32 3.1 Local e Período ............................................................................................................... 32

3.2 Instalações, Aves e Manejo ............................................................................................ 32 3.3 Tratamentos .................................................................................................................... 33 3.4 Parâmetros mensurados .................................................................................................. 35

3.4.1 Peso corporal e consumo alimentar ......................................................................... 35

3.4.2 Análises espermáticas .............................................................................................. 35 3.4.2.1 Motilidade e vigor espermáticos........................................................................... 36

3.4.2.2 Concentração espermática .................................................................................... 36 3.4.2.3 Morfologia espermática ........................................................................................ 37

3.5 Delineamento experimental ............................................................................................ 37

3.6 Análise estatística ........................................................................................................... 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 39 5 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 47 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 48

7 ANEXOS ............................................................................................................................... 56

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1 INTRODUÇÃO

A evolução da avicultura no contexto mundial e a necessidade de abastecimento dos

mercados consumidores de proteína de origem animal (carne e ovos) promovem avanços no

melhoramento genético, no manejo alimentar e ambiental, na produção avícola, elevando o

potencial produtivo das aves. A garantia de alcançar a quantidade necessária de aves para o

abate e de aves para a produção de ovos de consumo, depende principalmente das matrizes de

linhagens pesadas e matrizes de linhagens leves respectivamente (Soares; Beletti, 2006).

A grande importância das matrizes, para o segmento avícola, pode ser observada pelos

índices zootécnicos do segmento, no qual o alojamento acumulado até julho de 2009 foi de

25,642 milhões de matrizes pesadas e 118,133 mil de matrizes de postura de ovos de casca

marrom (UBA, 2009). Partindo dessa realidade, as matrizes são exploradas ao máximo em

seus recursos reprodutivos.

Apesar da proporção de machos representar apenas 10% em relação à das fêmeas, os

machos contribuem com 50% da carga genética do plantel e são fundamentais para a

fertilidade. Bongalhardo et al. (1994), estudando as características seminais dos galos,

encontraram correlações positiva entre características seminais de galos e fertilidade dos ovos.

Tem-se observado, entretanto, uma queda nos parâmetros reprodutivos nos últimos

anos que poderia ser atribuída à falta de atenção ao macho reprodutor, em relação à seleção no

que se refere à fertilidade (Celeghini et al., 2001).

A nutrição é um dos fatores que afetam a fertilidade dos galos, além da temperatura

ambiente, o fotoperíodo, as patologias e o manejo, sendo que a produção de espermatozóides

e a fertilidade são influenciadas pela alimentação, tanto no período de crescimento, quanto no

de produção (Etches, 1996). Porém, segundo Danikowski et al. (2002), o manejo nutricional

das fêmeas tem recebido maior ênfase, enquanto, que a nutrição dos galos tem sido deixada

em segundo plano.

Atualmente, as informações sobre os fatores nutricionais que influenciam o

desempenho reprodutivo dos galos, não estão de acordo com a importância dos mesmos no

processo reprodutivo (Danikowski et al., 2002). Para tanto, a utilização de aditivos

alimentares, advindos da biotecnologia moderna, é primordial, pois podem aumentar a

produtividade e/ou reduzir os custos das criações avícolas, onde a alimentação representa

cerca de 70% do custo de produção (Araujo, 2005).

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Entre os aditivos que estão sendo estudados, estão os carotenóides, pois apresentam

funções antioxidantes, pigmentantes, pró-vitamina e imunomoduladoras (Williams et al.,

1998). Segundo Bendich; Olson (1989), os carotenóides não são sintetizados pelas aves então

devem ser ingeridos através da dieta, e a sua concentração na dieta está relacionada

diretamente a sua concentração nos tecidos, associando-se principalmente com os lipídios dos

tecidos e células de origem animal, incluindo membranas. Tendo em vista que os fosfolipídios

são os principais componentes lipídicos dos espermatozóides, os quais possuem altas

quantidades de ácidos graxos poliinsaturados, sugere-se que a composição de lipídios e ácidos

graxos dos espermatozóides pode ser um fator determinante das taxas de fertilidade (Martin

Rillo et al., 1996).

Estudos buscando fontes alternativas de vitamina D3 tais como 1,25(OH)2D3 e

25-OH-D3, vêm sendo realizados, pois, podem estar relacionadas com melhorias do

crescimento esquelético das aves, produção de ovos, qualidade de casca e reprodução, já que

esta vitamina está diretamente envolvida no equilíbrio de cálcio e fósforo (Smith et al. 2007).

Neste contexto, o trabalho teve como objetivo avaliar dietas contendo Cantaxantina e

25-hidroxicolecalciferol (25-OH-D3) sobre o desempenho e as características seminais de

galos da raça White Plymouth Rock.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Características reprodutivas dos galos

O sistema reprodutor do galo é basicamente constituído por testículos, epidídimos,

vasos deferentes, e falo. Diferentemente do que ocorre em mamíferos, o macho das aves não

possui órgãos reprodutores acessórios (Sesti, 2003).

Os testículos são estruturas pares, intracavitárias, localizadas na região cranial do rim

e aderidas à parede dorsal do corpo (Sesti, 2003). Correspondem a 1% do peso vivo das aves e

apresentam algumas particularidades que os diferenciam dos mamíferos. Eles estão

localizados na cavidade abdominal, a uma temperatura entre 41 e 43°C e mesmo assim ocorre

a espermatogênese (Sturkie; Opel, 1976).

Nos machos das espécies avícolas, os testículos tem a função dupla de produzir

espermatozóides (espermatogênese) e produzir e secretar hormônios esteróides. Os hormônios

reprodutivos produzidos pelos testículos são principalmente os andrógenos, sendo a

testosterona o mais importante (Sesti; Ito, 2000).

As fêmeas só apresentam o ovário esquerdo funcional, mas nos machos ambos os

testículos são funcionais. Os testículos das aves são maiores, em relação ao peso corporal, do

que dos mamíferos, sendo o esquerdo de 0,3 a 0,5 g mais pesado que o direito (Etches, 1996).

O desenvolvimento testicular do galo é caracterizado por três fases. A primeira fase é

denominada pré-puberal (1 dia de idade a 10/12 semanas) quando ocorre um grande aumento

do peso dos testículos, que passam dos 3 mg, ao primeiro dia, a 500 mg com 10 a 12 semanas

de idade. Há intensa multiplicação das células de Sertoli. A segunda, chamada fase puberal

(12 a 22/24 semanas), caracteriza-se pelo aparecimento dos primeiros espermatozóides nos

tecidos, cujo peso aumenta muito rapidamente, de forma exponencial, até alcançar 25 a 30 g,

com 22/24 semanas de idade. A terceira fase ou fase adulta, o peso dos testículos permanecem

praticamente o mesmo de 24 até 39 semanas, começando então, a decrescer a partir das 40

semanas de idade (Adjanohoun, 1994).

Segundo este autor a produção de espermatozóides atinge seu máximo entre 24 e 30

semanas de idade e, assim, permanecem até aproximadamente 40 semanas e, então, decresce

na medida em que os machos envelhecem. A queda de fertilidade com a idade é variável de

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um macho para outro, e será retardada ou acelerada por diferentes fatores ambientais e de

manejo.

Os testículos estão rodeados de tecido conjuntivo, contendo os tubos seminíferos e as

células de Leydig, dispersas entre os espaços tubulares. As células de Leydig são secretoras

de andrógenos, sendo o principal a testosterona. Os túbulos seminíferos de galos imaturos são

alinhados por uma camada simples de células de Sertoli e espermatogônias. Já os machos

maduros possuem túbulos de forma irregular, alinhados por um epitélio germinativo de

múltiplas camadas (Bakst; Bahr, 1995).

O epitélio dos túbulos seminíferos também é chamado de epitélio germinativo, pois

originará as células germinativas masculinas, que são os espermatozóides. O ciclo desse

epitélio compreende a sua proliferação, a qual é seguida de regressão. A proliferação epitelial

é também referida como espermatogênese. A espermatogênese é a citodiferenciação sofrida

pelas espermátides, para se tornarem espermatozóides (Sesti, 2003).

Na primeira etapa da espermatogênese as espermatogônias que são células diplóides e,

portanto, se dividem mitoticamente para manter constante a população de células-tronco da

espermatogênese. Estas células dão origem aos espermatócitos, que passam pelo processo de

meiose. Resultando em células haplóides, as espermátides, que sofrem uma série progressiva

de modificações estruturais e de desenvolvimento, e dão origem aos espermatozóides

(espermiogênese). As células germinativas em desenvolvimento estão associadas às células de

Sertoli, ou células sustentaculares, que as envolvem durante o desenvolvimento. Estas células

proporcionam um microambiente preciso para que ocorram as diferenciações celulares

durante a espermatogênese (Garner, 2004).

Os vários estágios da espermatogênese em espécies aviárias são de curta duração em

comparação com os mamíferos. Enquanto que, o intervalo do início da meiose até a formação

completa do espermatozóide é de, aproximadamente, 26 dias no rato e 37 dias no touro,

somente, 14 dias são necessários para o galo e o pato, 11 dias para a codorna e 14 dias para a

galinha d’angola (Marchand et al. 1997; Amir et al.,1963; Brillard,1981, apud Maciel, 2006).

Segundo Etches (1996), o número de células de Sertoli presente nos testículos é

proporcional ao tamanho e peso dos mesmos e, por isso, a produção diária de sêmen varia

com o tamanho testicular. Existe uma correlação direta entre tamanho de testículo e produção

de sêmen. Em geral, machos reprodutores de frangos de corte produzem mais sêmen que

aqueles reprodutores de poedeiras.

Os galos não possuem vesículas seminais, glândulas bulbouretrais nem próstata.

Estreitamente, justaposto a cada testículo, há uma estrutura denominada epidídimo. A região

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do epidídimo consiste em tubos eferentes que transportam o esperma desde o testículo até o

ducto epididimário, que é visível na superfície do epidídimo (Burke, 1996).

Os epidídimos dos galos não são caracteristicamente enrolados e subdivididos como a

maioria dos mamíferos. Os espermatozóides passam dos túbulos seminíferos, através dos

túbulos retos, para os ductos eferentes. A partir dos ductos eferentes, os espermatozóides

atravessam uma série de ductos conectados e, são, então, transportados para o lúmen dos

epidídimos. Em conjunto, estes ductos são denominados de região epididimária (Rutz et al.,

2007).

A região epididimária compreende os túbulos retos, ductos eferentes distais e

proximais, um túbulo curto de conexão e o ducto do epidídimo (Hess et al., 1976). Em aves,

os ductos compõem mais do que 70% da região epididimária, sugerindo que os ductos

eferentes representam um componente mais importante da região epididimária (Clulow;

Jones, 1988). As principais funções dos ductos eferentes em todas as espécies incluem

reabsorção de fluído, transporte, concentração espermática e secreção protéica (Ilio; Hess,

1994).

O ducto do epidídimo abre-se dentro do ducto deferente o qual é o primeiro local de

armazenamento de espermatozóides no galo. O ducto deferente é um tubo bastante enrolado,

o qual na sua extremidade distal, torna-se reto e dilata-se levemente, passa através da parede

da cloaca e termina como extensão semelhante a uma papila que se projeta dentro da cloaca

(Rutz et al., 2007). O falo é o órgão copulatório rudimentar do galo, é pequeno e não funciona

como órgão para penetração. O sêmen é transferido para a fêmea pelo contato do falo

rudimentar e a vagina evertida da fêmea (Burke, 1996).

O sêmen é uma mistura de células espermáticas e líquidos de transporte. Nas aves

domésticas, o ejaculado característico tem alta concentração e baixo volume. A concentração

do sêmen coletado artificialmente é muito variável, estando às células espermáticas

misturadas com líquidos secretados a partir do aparelho fálico ingurgitado e, muitas vezes

com resíduos dos sistemas digestivo e urinário. Esses fatores não são facilmente controláveis

e, em conseqüência disso, consideráveis variações no volume e na composição do sêmen têm

sido observada (Burke, 1996).

A produção diária de espermatozóides parece ocorrer em ritmo constante, da mesma

forma que o volume do ejaculado. Estes parâmetros são reduzidos quando o sêmen é coletado

com maior freqüência e com o avançar da idade (Etches, 1996)

As características seminais, tais como volume seminal, concentração espermática e

motilidade espermática são influenciadas pela idade dos galos, aumentando nas primeiras

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semanas reprodutivas até alcançar a maturidade sexual completa e, diminuindo após um

período de pico de produção (Cerolini, 1997).

Antes ou durante o alojamento das aves no aviário de produção, as características

seminais dos galos de matrizes pesadas podem ser avaliadas. De acordo com Donoghue

(1999), os procedimentos de avaliação seminal podem ser uma técnica interessante no manejo

dos galos (Hammerstedt, 1996).

Segundo Burke (1996), os espermatozóides das aves são compostos por acrossoma,

cabeça, peça intermediária e cauda. Porém, diferente dos mamíferos, a cabeça é estreita e

alongada (0,5 x 12 µm), com um pequeno acrossoma cobrindo a extremidade apical do

núcleo. Nos galos e perus, o comprimento total do espermatozóide é de cerca de 10 µm e o

diâmetro de cauda é de cerca de 0,5 µm ou ligeiramente menor, dando ao espermatozóide

uma forma filiforme.

Trabalhos sobre morfologia espermática em galos são bastante escassos e em menor

número são aqueles que relacionam esses achados a problemas reprodutivos. As anomalias

espermáticas são incompatíveis com a boa fertilidade, qualquer alteração nas características

morfológicas pode comprometer a motilidade e a sobrevivência do espermatozóide (Maciel,

2006).

Segundo Correa; Arceo (1995), a percentagem de defeitos espermáticos é maior no

início da vida reprodutiva dos galos (16%) e diminui ao alcançar a maturidade sexual (11%).

Variações no peso corporal alteram a morfologia espermática, sendo mais evidente em

animais com excesso de peso (Jaenisch, 1998).

Moss et al. (1978) afirmam que todas as amostras de sêmen das diferentes espécies

animais contem uma proporção de células anormais. Elas podem ser classificadas em

anormalidades primárias, originadas durante o desenvolvimento dos espermatozóides no

túbulo seminífero e secundárias, que são alterações que ocorrem após a formação completa do

espermatozóide, durante a passagem pelo epidídimo.

Muitos estudos têm registrado a ausência de espermatozóides morfologicamente

anormais no lúmen das glândulas hospedeiras de espermatozóides, pode ser concluído que

existe um mecanismo eficiente na seleção espermática na vagina para eliminar parte da

população espermática inicial, criando assim condições para a seleção de uma subpopulação

limitada, mas altamente selecionada de espermatozóides (Brillard, 1993).

A quantidade de espermatozóides depositados na vagina das aves excede (em bilhões)

o número de células espermáticas necessárias para fertilizar de 1 a 15 oócitos. Pesquisas

conduzidas em perus e galináceos demonstraram que somente de 1-2% da população inicial

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de espermatozóides alcançam as glândulas hospedeiras da junção útero-vaginal. Destes,

aproximadamente 1% (ou 0,0001% da dose utilizada na inseminação artificial) alcançam o

infundíbulo (Brillard; Bakst, 1990; Brillard, 1993; Bakst et al., 1994).

Os espermatozóides devem apresentar motilidade e sobreviver no ambiente vaginal

para alcançar as glândulas hospedeiras de espermatozóides (criptas que armazenam

espermatozóides na galinha durante longos períodos). Este armazenamento assegura a

disponibilidade espermática e a probabilidade de fertilização. Após ser liberado das glândulas

hospedeiras de espermatozóides e de deslocarem para o infundíbulo, os espermatozóides

devem ser capazes de se ligar e penetrar na membrana perivitelínica (camada simples não

celular que envolve o óvulo) e fertilizar o óvulo. É importante que cada etapa seja bem

sucedida para que ocorra o sucesso da fertilização (Rutz et al., 2007).

Estudos iniciais demonstraram que a migração espermática aos sítios de

armazenamento é um processo ativo onde a motilidade individual e progressiva é necessária.

Assim, espermatozóides mortos ou que não apresentam motilidade não alcançam as glândulas

hospedeiras de espermatozóides (Allen; Grigg, 1957).

A motilidade é um dos testes utilizados para avaliar a qualidade do sêmen e tem sido

considerada um bom indicador da viabilidade espermática em geral. Porém, deve ser

reconhecida como apenas um dos fatores para a estimativa da fertilidade (Gomes, 1970).

Froman; Feltman (1998 apud Maciel, 2006), afirmam que em estudo com galos

selecionados para baixa e alta motilidade espermática, observaram que estes últimos

produziram sêmen com maior capacidade fertilizante. Bowling et al. (2003), verificaram

resultado semelhante, encontrando ainda menor percentagem de anomalias espermáticas em

galos com maior motilidade espermática. Lake (1971 apud Maciel, 2006), afirma que a

variação média da motilidade espermática em galos está entre 60% e 80%.

Segundo Rutz et al. (2007) os espermatozóides possuem algumas características que

devem ser identificadas para avaliação: 1) Devem apresentar motilidade para atravessar a

vagina e alcançar as glândulas hospedeiras de espermatozóides; 2) O armazenamento de

espermatozóides nas glândulas hospedeiras pode ser quantitativamente avaliado; 3) A

capacidade dos mesmos de se ligar à membrana perivitelínica pode ser avaliada in vitro. Esta

capacidade pode ser avaliada usando um extrato solubilizado da camada perivitelínica da

gema para determinar a ligação espermática in vitro (Barbato et al., 1998); 4) O número de

espermatozóides presentes no local da fertilização no momento da ovulação pode ser

estimado.

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Segundo Cerolini et al. (1997), os espermatozóides são células especializadas

consistindo de várias estruturas de membrana. Suas propriedades físicas e integridade

funcional determinam funções fisiológicas importantes, incluindo motilidade e capacidade

fertilizante.

Entre os vários nutrientes que exercem efeito sobre a biologia dos espermatozóides

estão os lipídeos (Kelso et al., 1997). Existem poucas pesquisas relacionadas com a sua

influência sobre a fertilidade em aves. Além da função energética, os lipídeos também são

componentes celulares de membranas biológicas. Em todas as espécies, os fosfolipídios são

os principais componentes lipídicos dos espermatozóides, caracterizados por conter grandes

quantidades de ácidos graxos poliinsaturados – PUFAs, o que sugere que a composição de

lipídios e ácidos graxos dos espermatozóides pode ser um fator determinante das taxas de

fertilidade (Martin Rillo et al., 1996).

Os PUFAs são materiais oxidáveis, por possuírem duplas ligações que formam

radicais livres ao se juntarem ao O2 metabólico, dando origem aos peróxidos. Um dos

antioxidantes mais utilizados na membrana é a vitamina E, que neutraliza os radicais livres,

evitando assim os danos celulares, que ocasionam desarranjos metabólicos como, por

exemplo a inibição de atividades enzimáticas (McDowell, 1989).

Segundo Surai (2002), a composição lipídica do sêmen de aves é um fator

determinante na sua qualidade. Espermatozóides de galos apresentam um alto conteúdo de

ácidos graxos poli-insaturados. Bongalhardo et al. (2002) em um estudo constataram que a

membrana plasmática da cabeça apresentou menos ácidos graxos poliinsaturados que o corpo

espermático. A membrana plasmática da cabeça do espermatozóide contém maior nível de

esfingomielina e fosfatidilserina e menos fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina que a

membrana do corpo espermático. No espermatozóide peroxidado, a fluidez diminui e a

capacidade de fertilização também (Aitken, 1995).

Sendo o espermatozóide aeróbio, o oxigênio torna-se um elemento essencial para

manutenção de suas funções. Porém, este elemento pode ocasionar sérios danos à célula

espermática, caso esteja presente em elevadas concentrações, o que ocorre, por exemplo,

quando ocorre elevada elaboração de (ROS) espécies reativas ao oxigênio (Ortega, 2003).

Segundo Bilodeau et al. (2002), os espermatozóides e os leucócitos presentes no

sêmen são capazes de gerar ROS e que a susceptibilidade do espermatozóide aos danos

oxidativos causados pelos ROS decorrem da alta quantidade de ácidos graxos polinsaturados

presentes na sua membrana plasmática. Estes ácidos graxos são altamente predispostos ao

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ataque dos radicais livres e conseqüentemente, a peroxidação dos lipídios. A acumulação de

peróxidos de lipídios na superfície do espermatozóide causa disfunção e morte celular.

Rutz et al. (2007), afirmaram que um sistema antioxidante é crucial para a manutenção

da integridade da membrana espermática e para as propriedades fisiológicas, incluindo fluidez

de membrana, flexibilidade e permeabilidade necessária para o processo de fertilização.

Assim, um sistema antioxidante eficiente é necessário para proteger as membranas

espermáticas da ação peroxidativa.

O espermatozóide possui um sistema intracelular de defesa antioxidante contra as

ROS, que consiste principalmente, de enzimas como: superoxido dismutase (SOD), catalase,

glutationa peroxidase e redutase, bem como, antioxidantes não enzimáticos como: ácido

ascórbico e a-tocoferol (Aitken, 1995).

Surai (2002), sugeriu um sistema antioxidante para espermatozóides que inclui três

níveis de defesa, responsáveis para manter as funções espermáticas em várias condições de

estresse. A superóxido dismutase juntamente com a glutationa peroxidase e proteínas

carreadoras de metais, compreende a primeira linha de defesa antioxidante, responsável por

impedir a formação de radicais livres. Antioxidantes naturais, juntamente com a glutationa

peroxidase perfazem a segunda linha de defesa antioxidante que atua na prevenção e

neutralização da formação da cadeia e sua propagação. O terceiro nível de defesa é em um

sistema enzimático responsável pela reparação e remoção de moléculas lesadas na célula.

Em geral, o sêmen de aves contém vitamina E, vitamina C, glutationa, glutationa

peroxidase e a superóxido dismutase. A mitocôndria é responsável pela produção de energia

para manter a motilidade espermática. Durante este processo ocorre a formação de radicais

livres. Assim, a presença de glutationa peroxidade nesta região auxilia na neutralização de

radicais livres, impedindo a peroxidação lipídica e mantendo a qualidade espermática (Rutz et

al., 2007).

2.2 Carotenóides

Carotenóides são moléculas orgânicas com funções antioxidantes, pigmentantes, pró-

vitamina e imunomoduladoras. Os animais e o homem não são capazes de sintetizar esses

pigmentos, mas são capazes de fazer algumas alterações fundamentais para a estrutura

química. Tais compostos participam ainda de funções vitais, fazendo parte de pigmentos

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estruturais importantes. Vários compostos de fórmulas estruturais isoméricas ou derivados de

carotenóides têm a capacidade de serem convertidos em vitamina A (Williams et al., 1998).

Entre características químicas e biológicas dos carotenóides, encontra-se um sistema

de duplas ligações conjugadas responsáveis pelo poder corante e, pela ação antioxidante.

Apesar disso esse sistema também é responsável pela instabilidade e conseqüente

isomerização e oxidação das moléculas de carotenóides durante o processamento e a

estocagem do alimento que o contém (Rodrigues-Amaya, 1999).

Os carotenóides são quimicamente definidos como tetraterpenóides C40

(hidrocarbonetos de ocorrência natural e seus derivados), ou seja, união de oito unidades

isoprenóides (C5) de cinco átomos de carbono, formando uma cadeia carbônica de quarenta

átomos de carbono, exceto a crocetina e a bixina, que possuem menos de quarenta átomos de

carbono na cadeia carbônica. A cadeia carbônica de alguns carotenóides apresenta um ou dois

anéis β-ionona nas extremidades (Villela, 1976).

As cetonas são carotenóides que possuem grupos carbonilas ligados aos anéis iononas.

São exemplos: a equinenona (4-ceto-β-caroteno), encontrada em invertebrados marinhos; a

cantaxantina (4.4’-diceto-β-caroteno), presente em cogumelos; a astacina (3,3’,4,4’-tetraceto-

β-caroteno), responsável pela cor da carcaça de crustáceos (Morais, 2006).

Cada carotenóide possui um padrão individual de absorção, transporte no plasma e

metabolismo. Os alimentos que possuem carotenóides, ao serem ingeridos, liberam no

estômago através da ação mecânica do trato digestivo na forma de gotículas de gordura.

Posteriormente, são emulsificados em gotas menores através de sais biliares. Então os

carotenóides são incorporados em micelas compostas de ácidos biliares, ácidos graxos livres,

monoglicerídeos e fosfolipídeos que serão absorvidos pelas células da mucosa duodenal por

um mecanismo envolvendo a difusão passiva, mecanismo similar ao colesterol. Todos

carotenóides, pró-vitamínicos ou não, são incorporados aos quilomícrons e transportados da

mucosa intestinal para corrente sanguínea através do sistema linfático. Os carotenóides

também podem ser transportados por outras lipoproteínas, como a lipoproteína de alta

densidade (VLDL) (Parker, 1996).

Segundo Bendich; Olson (1989), os carotenóides são associados principalmente com

os lipídios dos tecidos e células de origem animal, incluindo membranas. Carotenóides não

são sintetizados pelas aves então devem ser ingeridos através da dieta, e a sua concentração na

dieta está relacionada diretamente a sua concentração nos tecidos. Inúmeras experiências

comprovam que um dos fatores influente na deposição de carotenóides é que haja

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disponibilidade de grupos funcionais que contenham oxigênio, como hidroxila, acetona, éster

ou outros grupos, que apresente características polares.

Dentre os carotenóides mais intensamente oxigenados destacam-se a astaxantina,

presente na levedura basidiomiceta róseo-alaranjada Xanthophyliomyces dendrorhous e a

cantaxantina pigmento das plumas do flamingo, do guará maranhense e do “champignon”

Cantharellus cinnabarinus. O consumo desses carotenóides está crescendo devido as

atividades industriais de aquicultura (“fish farmning”) e avicultura (Fontana et al., 2000).

Os carotenóides são eficientes na interação com oxigênio e são igualmente eficazes

para neutralizar os radicais livres. No entanto, a atividade antioxidante é altamente

dependente do tipo de carotenóide, da sua natureza, a quantidade de oxigênio do meio, e de

interação com outros antioxidantes (Rock et al., 1997; Edge et al., 1997).

Por apresentarem propriedades antioxidantes, os carotenóides protegem as células de

danos oxidativos provocados por radicais livres (são átomos ou moléculas altamente reativos,

contendo um ou mais elétrons desemparelhados nos orbitais externos, que formam um campo

magnético e atraem qualquer composto próximo à sua órbita externa) e por espécies reativas

de oxigênio (ROS). ROS são moléculas não radicalares derivadas do oxigênio, como peróxido

de hidrogênio (H2O2), que podem ser gerados no citoplasma, nas mitocôndrias, ou na

membrana, atacando lipídios, proteínas, carboidratos e DNA (Shami; Moreira, 2004).

A proteção antioxidante é fornecida pelos carotenóides acíclicos, que possuem nove

ou mais duplas ligações conjugadas, eles são capaz de retirar do meio espécies altamente

reativas de oxigênio (McBride, 1996). A ordem crescente de capacidade de sequestrar o

oxigênio singleto por parte dos carotenos e xantofilas é: licopeno, astaxantina ou

cantaxantina, β-caroteno ou bixina, luteína e crocina (Fontana et al., 2000).

Alguns estudos sugerem que carotenóides são capazes de funcionar eficazmente como

antioxidantes durante a incubação, mesmo na presença de oxigênio atmosférico. Em

experimentos com matrizes de corte onde todas as aves foram alimentadas com dietas ricas

em vitamina. E, foi possível ver que os efeitos antioxidantes podem ser alcançados através de

interações entre carotenóides e vitamina E (Edge et al., 1997). O nível de vitamina E no

fígado de pintos de um dia foi também significativamente elevado quando as matrizes

receberam alta quantidade de carotenóides na dieta. Sendo reflexo das propriedades

antioxidantes dos carotenóides, impedindo a depressão de níveis de vitamina E durante

períodos de estresse oxidativo, tais como o processo incubação (Surai et al., 1999).

Conforme Meléndez-Martinez et al. (2004), os carotenóides α-caroteno, β-caroteno, e

β-criptoxantina são carotenóides que possuem alta atividade pró-vitamina A, pois apresentam

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ao menos um anel ionona no final de sua estrutura. Enquanto isso, a luteína, o licopeno e a

cantaxantina tem pouca ou nenhuma atividade pró-vitamina A, pois não apresentam o anel

ionona nas suas estruturas químicas.

Segundo Garcia et al. (2002), a pigmentação resulta da deposição de xantofilas (grupo

de pigmentos carotenóides) na gema do ovo. As fontes de pigmentos carotenóides podem ser

naturais, como por exemplo, as do grupo do milho e do pimentão vermelho, entre outros.

Podem ser empregados também carotenóides sintéticos, tais como a cantaxantina 10%

(pigmento vermelho) e o etil éster beta apo-8-caroteno (pigmento amarelo). A cantaxantina,

que é o carotenóide responsável pela coloração vermelha dos flamingos e de outras espécies

de aves, vem sendo muito utilizada na alimentação de aves, buscando aumentar a coloração

da carcaça de frangos de corte e da gema dos ovos.

Angeles; Scheideler (1998), comparando duas dietas basais (glúten de milho e farelo

de alfafa) com dois níveis de xantofilas (45 e 60 ppm) e duas fontes sintéticas (carophyll

amarelo e carophyll vermelho) durante 8 semanas, observaram diferenças significativas

apenas na coloração das gemas sendo que o desempenho não foi influenciado pelo efeito dos

tratamentos. Também Baião et al. (1996), avaliando três fontes de pigmentos amarelos e duas

fontes de pigmentos vermelhos, observaram efeitos significativos sobre a pigmentação das

gemas e não sobre o desempenho.

Os ovos possuem em sua constituição aproximadamente 11% de lipídios, localizados

principalmente na gema (33 a 35%). Os lipídios presentes na gema possuem um papel

importante no desenvolvimento do embrião, servindo como fonte de energia, ácidos graxos e

vitaminas lipossolúveis. Esses lipídios sofrem instaurações adicionais no fígado do embrião

para formar ácidos graxos polinssaturados de cadeia longa (PUFAs). Altas concentrações de

PUFAs nas membranas celulares aumentam a susseptibilidade à degradação por peróxidos.

Estudos têm sugerido, que os sistemas antioxidativos dos embriões se baseiam na interação de

vários antioxidantes, e que os carotenóides são uma parte essencial nesses sistemas. Entre os

carotenóides, a cantaxantina se caracteriza pela sua atividade antioxidante relativamente

elevada. É facilmente transferida para a gema e distribuída para os tecidos do embrião (Surai,

2003).

Segundo Surai; Speake (1998), o perfil de carotenóides presentes na gema do ovo é

altamente dependente do tipo de carotenóides presentes na dieta que foi consumida pela

matriz de postura. Mas outros fatores relacionados às galinhas poedeiras, também são

importantes determinantes do perfil nutricional da gema, tais como, a eficiência de absorção

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dos diferentes carotenóides no intestino e na medida em que os carotenóides são convertidos

em vitamina A na mucosa intestinal ou do fígado (Hamilton, 1992).

Uma vez que os carotenóides não são sintetizados pelas aves, eles devem ser

absorvidos da dieta, a concentração de carotenóides nos tecidos está relacionada com sua

concentração na dieta. Durante o desenvolvimento dos óvulos, xantofilas são depositadas na

gema de ovo (Hinton et al., 1974).

Durante a embriogênese, os carotenóides são transferidos a partir da gema para os

tecidos em desenvolvimento (Plack, 1963). O embrião das aves desenvolve-se dentro de um

sistema fechado, o ovo, que contém todos os nutrientes necessários para os 21 dias do

processo de desenvolvimento embrionário (Speake et al., 1998). A gema é rica em lipídios,

vitaminas lipossolúveis E e A, e também uma gama de carotenóides (Griffin et al., 1984).

Segundo Noble; Cochi (1990), durante o desenvolvimento embrionário, os lipídios e

componentes associados são transferidos a partir da gema à membrana que envolve o saco

vitelino (MSV) por fagocitose. Dentro da MSV, os lipídios formam conjuntos com a vitamina

E, carotenóides e proteínas para formar partículas de lipoproteínas, que são liberadas na

circulação embrionária (Maldjian et al., 1995; Surai et al., 1996).

A ação da lipase lipoprotéica nos capilares do tecido adiposo do embrião e do

músculo, gera resíduos de lipoproteínas que consiste principalmente em ésteres de colesterol,

mas que também contém vitamina E e carotenóides e são depositados no fígado embrionário.

Assim, altos níveis de vitamina E e carotenóides acumulam no fígado, particularmente

durante os últimos dias de desenvolvimento do pintainho (Surai et al., 1996). O fígado,

portanto, funciona como um local de acúmulo de carotenóides durante a vida embrionária e

depois como centro de sua redistribuição deles após a eclosão. Foi demonstrado que para os

primeiros 9 dias de desenvolvimento pós-natal a concentração de carotenóides no fígado de

galinha, peru, pato e ganso diminuiu aproximadamente 3 vezes, indicando a importância das

reservas carotenóides que foram acumulados no fígado durante o desenvolvimento

embrionário (Surai et al., 1998).

Quando matrizes de corte foram alimentadas com a dieta suplementada com a luteína,

a concentração de carotenóide presente no plasma de frangos de corte foi elevada e esta

diferença em relação aos frangos que consumiram o tratamento controle foi mantida por até 5

semanas pós eclosão (Haq et al., 1995). Portanto, a dieta materna determina a concentração de

carotenóides no plasma dos pintos durante o desenvolvimento pós-natal.

Vários aspectos da ação do carotenóide podem ser considerados benéficos para o

desenvolvimento do embrião. Os carotenóides podem aumentar a capacidade antioxidante

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total disponível para o embrião, protegendo assim os tecidos em desenvolvimento dos efeitos

prejudiciais de espécies reativas de oxigênio e radicais livres (Sies; Stahl, 2003). Essa

proteção é importante, porque vários tecidos do embrião das aves são ricos em lípidos

poliinsaturados que são muito suscetíveis a peroxidação (Speake et al., 1998).

As pesquisas atuais sugerem que o embrião de aves tem acesso a um sistema

integrado, sendo o sistema antioxidante, os compostos de derivados da gema (por exemplo, a

vitamina E, carotenóides, selênio) e de compostos sintetizados pelo embrião (por exemplo,

ácido ascórbico, glutationa), resultando em vários componentes agindo em sinergia (Surai,

2002). Carotenóides podem dar grande contribuição a essa ação integrada uma vez que eles

são eficazes na captura de radicais livres, especialmente na baixa tensão de oxigênio que

prevalecem em tecidos embrionários (Rice-Evans, 1997).

Trabalhando com pintos provenientes de ovos incubados enriquecidos com

carotenóides Surai; Speake (1998), observaram uma maior resistência à peroxidação lipídica

nos tecidos dessas aves. Também no início da vida das aves os carotenóides, tem papel

importante na função imune. Em animais adultos, os carotenóides ajudam a prevenir a

infecção por reforçar respostas mediadas por células humorais (Chew; Park, 2004). Sendo um

dos papeis dos carotenóides, no desenvolvimento inicial de aves, o melhor desenvolvimento

do sistema imune pela alta concentração de carotenóides presentes na bursa após a eclosão.

Segundo Koutsos et al. (2003), a capacidade de incorporar os carotenóides dietéticos no timo,

plasma e fígado foi bastante danificado em pintos que foram privados de carotenóides durante

a vida embrionária.

2.3 Vitamina D e 25-OH-D3

Estruturalmente a vitamina D é semelhante a esteróides, por apresentar um núcleo

peridrociclopentanofenantreno. Este é composto por quatro anéis (ABCD) fundidos, porém o

rompimento da ligação C9 com C10 no anel B desta estrutura é o responsável pela

classificação da vitamina D como um seco-esteróide (composto que ocorreu a abertura de um

anel) sendo, portanto, o diferencial entre hormônios esteróides e calciferóis (Norman, 1987).

A vitamina D3 é fornecida para animais tanto através da conversão do 7-

desidrocolesterol a colecalciferol na pele ou a partir de fontes dietéticas. Uma forma derivada

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de vitamina D, tanto sintetizada internamente ou a partir de fontes dietéticas, é

metabolicamente ativada no fígado pela hidroxilação na posição 25. Esta representa a forma

de vitamina D mais abundante no plasma. O rim é o segundo local onde ocorre hidroxilação.

Ele pode ocorrer tanto na posição C-1 para fornecer 1,25 (OH) 2D3 ou no C-24 para produzir

24,25 (OH) 2D3. Embora mais de 30 metabólitos de vitamina D tenham sido descritos, a 25-

(OH)-D3, 1,25-(OH)2-D3 e 24,25-(OH)-D3 são considerados os três metabólitos ativos

(Norman, 1987).

O 25-hidroxicolecalciferol (25-OH-D3) é um composto absorvido mais rapidamente

que os outros vitâmeros D (composto com mesma atividade biológica da vitamina), indicando

que tenha, possivelmente, um mecanismo de absorção diferenciado. Essa diferenciação tem

sido atribuída ao fato de que o 25-OH-D parece utilizar, preferencialmente, o sistema porta e,

em menor quantidade, a linfa (Stamp, 1974). Entretanto, outro estudo (Dueland et al., 1983)

sugere que toda forma de vitamina D é conduzida na linfa após a absorção, porém de maneira

diferenciada, sendo a vitamina D transportada pelos quilomicrons e o 25-OH-D3 por uma

proteína transportadora de ligação própria, que tem uma acentuada afinidade por esse

composto. De qualquer forma, sabe-se que o composto 25-OH-D3 é menos dependente de bile

e mais bem absorvido que a vitamina D propriamente (Van den Berg,1997).

Hormônios como paratormônio, estrógenos e diidroxicolecalciferol coordenam as

principais atividades do metabolismo ósseo, com vistas ao seu aumento em diâmetro e

comprimento durante o crescimento das aves. Sabe-se que quantidades adequadas de vitamina

D são requeridas para crescimento normal, maturação, mineralização e manutenção do tecido

ósseo maduro (Anderson; Toverud, 1994).

Essas duas vitaminas (D2 e D3) ao se formarem ainda são inativas, daí a necessidade

de ativá-las no fígado e no rim mediante a adição de grupos hidroxila, o que resulta na forma

hormonal ativa predominante, ou seja, o 1,25–diiidroxicolecalciferol ou calcitriol (Champe et

al., 2006). Tanto o colecalciferol como o ergocalciferol após absorção pela mucosa intestinal

passam à corrente sanguínea ligados à proteína de transporte. Na forma do complexo

proteína-vitamina D, estes princípios vitamínicos são transportados até o fígado.

No fígado o colecalciferol é hidroxilado no carbono 25 pela enzima 25-hidroxilase,

dando origem ao 25-hidróxi-D3 [25-(OH)D3], enquanto que o ergosterol evoluí para 25-

hidróxiergocalciferol (25-(OH)D2). Essa primeira hidroxilação enzimática é considerada

inversamente proporcional à quantidade de pigmento da pele e diretamente proporcional à

quantidade de exposição à luz solar. A regulação da hidroxilação é dependente do conteúdo

hepático de 25-(OH)D3, daí ser considerada como uma forma de vitamina D de significativa

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importância, uma vez que sua presença no fígado reflete a respectiva reserva (Baynes;

Dominiczak, 2000).

Estes compostos mesmo em concentrações fisiológicas têm pouca atividade biológica,

necessitando de uma segunda etapa metabólica para tornarem-se ativos, o produto 25-(OH)D3

unido à proteína transportadora que tem alta afinidade e especificidade por esse metabólito, a

transcalciferina - uma alfa globulina também sintetizada pelo fígado – é transportado até os

rins (Grudtner et al., 1997). Só uma mínima quantidade de 25-(OH)D3 é encontrada

livremente, uma vez que o maior percentual se combina à fração protéica para ser

transportada até os rins, onde sofre a segunda hidroxilação, resultando no 1,25-

diidroxicolecalciferol [1,25-(OH)2D3], e 1,25- diidroxiergocalciferol [1,25-(OH) 2D2].

A vitamina D ingerida necessita ser mantida em suspensão no intestino delgado

proximal, para ser absorvida. Por ser lipossolúvel, esta vitamina depende da formação de

micelas que resultam da conjugação com os sais biliares para manter-se em suspensão no

meio aquoso do lúmen intestinal. Após ser absorvida pela membrana dos enterócitos por

difusão simples, é metabolizada e após é transportada através dos quilomícrons no sistema

linfático. Após alcançar a corrente sanguínea é incorporada ao fígado, onde é hidroxilada no

carbono, culminando com a formação da 25-(OH)D3 (Bianco et al.,1994). Entretanto, ressalta-

se que a maior parte da 25-(OH)D3 produzida é depositada no tecido adiposo, seu principal

reservatório, sendo que a deposição rápida é dependente de limitada regulação.

As ações mais importantes da vitamina D são a regulação e a manutenção dos níveis

plasmáticos de cálcio e fósforo, aumentando a captação intestinal, minimizando a perda renal

e estimulando a reabsorção óssea, quando necessário. Na célula muscular esquelética, a

vitamina D atua através do mecanismo clássico de ligação a um receptor nuclear e de ligação

a um receptor de membrana, realizando ações que envolvem o transporte de cálcio, a síntese

protéica e a velocidade de contração muscular. Existem várias evidências de que a vitamina D

participa de dois aspectos importantes da função neuro-muscular, isto é, a força muscular e o

equilíbrio. Especialmente no que se refere à célula muscular esquelética, sabe-se que a

vitamina D age através de um receptor específico exercendo ações que envolvem desde a

síntese protéica até a cinética de contração muscular (Pedrosa; Castro, 2005).

A vitamina D também pode ter influência em vários tecidos interagindo com genes

que modificam a biologia arterial, especialmente em relação à elastogênese, angiogênese e

imunomodulação. Níveis adequados de vitamina D são essenciais à saúde cardiovascular,

enquanto que os níveis tóxicos podem ter efeitos deletérios à parede artéria (Ziambra;

Dagogo-Jack, 1997).

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O embrião também metaboliza a vitamina D presente na gema do ovo, utilizando-a

para formação do seu esqueleto (Rosa et al., 2009). A importância da vitamina D está

associada ao metabolismo do cálcio, e a transferência deste da casca para o embrião. Nem

todos os metabólitos de vitamina D produzem respostas consistentes (Surai, 2003).

Soares et al. (1995), afirmam que em aves, a vitamina D2 apresenta um décimo da

atividade da vitamina D3, o que segundo Hoy et al. (1988) é devido à maior afinidade das

proteínas ligadoras de vitamina D pela forma D3 em relação à D2. A forma ativa da vitamina

D3 apresenta, também, efeitos imunomoduladores que são observados sobre a população de

linfócitos, macrófagos e células citotóxicas naturais (natural killer), como também sobre a

produção e ação das citocinas (Bertolini; Tzanno-Martins, 2000).

As vitaminas podem interagir entre si tanto a nível dietético como metabólico. Este

fato merece consideração principalmente a nível dietético. Ainda na década de 30,

pesquisadores sugeriram que havia interação entre as vitaminas lipossolúveis A, D e E tanto

no homem como em animais. Interações ocorrem entre estas vitaminas lipossolúveis devido a

sua característica física de solubilidade lipídica (Ruiz; Harms, 1988). Abawi; Sullivan (1989),

evidenciaram uma interação significativa entre as vitaminas A, E e D sobre a concentração de

vitamina E no plasma de frangos . Um excesso de vitamina D protege os pintos contra efeitos

tóxicos da vitamina A (Veltmann et al., 1986).

Soares et al. (1978) estimaram que 25-(OH)-D3 é 2,5 a 4,5 vezes mais ativa que a

vitamina D pura para pintos. A suplementação de 3 mcg/kg de 1,25-(OH)-D3 ou 1-(OH)D3

satisfizeram as exigências de D3 (Edwards et al., 1992). Baseado em vários estudos com

1,25-(OH)-D3, registraram que a 1,25-(OH)-D3 é um hormônio esteróide, sendo um composto

metabolicamente ativo da vitamina D, apresenta atividade 10 vezes superior a da vitamina D3

na prevenção e cura do raquitismo (DeLuca, 1974).

A absorção e excreção de colecalciferol e 25-(OH)-D3 é diferente. Bar et al. (1980)

registraram que a absorção total de 25-(OH)-D3 foi significativamente superior (83,6%) a do

colecalciferol (66,5%) em pintos.

Edwards et al. (1992), registraram que a vitamina D3 sintetizada no animal, quando

catalisada pela luz ultravioleta, é mais ativa do que a vitamina D3 administrada oralmente na

ração. Possivelmente a eficiência das reações de hidroxilação necessárias para converter

colecalciferol para 1,25-(OH)2-D3 pode ser reduzido com o avançar da idade das poedeiras

(Elaroussi et al., 1994).

Estudando frangos de corte e perus, Bar et al. (1980), observaram que a absorção de

25-(OH)-D3 é mais eficiente quando comparada com vitamina D3 especialmente na porção

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inicial do jejuno. Também observaram a menor secreção do metabólito para a luz intestinal,

indicando que aliada à maior taxa de absorção, 25-(OH)-D3 apresenta maior taxa de retenção

pelo organismo.

Haussler; Rasmussen (1972), em experimento com aves, avaliaram que os metabólitos

1,25-(OH)2-D3 e 25-(OH)-D3 foram, respectivamente, sete e quatro vezes mais efetivos em

relação á vitamina D3 em promover a reabsorção óssea. E segundo McNutt; Haussler (1972),

o reflexo na melhora em ganho de peso, níveis plasmáticos de cálcio e aumento das cinzas dos

ossos foram 1,3 – 2,2 vezes mais efetivos com a suplementação de 25-(OH)-D3 em relação à

vitamina D3.

2.4 Cantaxantina e 25-hidroxicolecalciferol

Scher et al. (2009a), estudando a adição de 25-OH-D3 (69 ppb de principio ativo),

Cantaxantina (60 ppm de principio ativo) e 25-OH-D3 mais Cantaxantina, na dieta de matrizes

de corte da linhagem COBB 500®. Avaliaram os efeitos desses produtos durante 20

incubações (uma por semana). E verificaram que, as matrizes alimentadas com dietas

contendo 25-OH-D3 e Cantaxantina, apresentaram melhores taxa de eclosão, eclodibilidade e

fertilidade, além de contribuir para uma redução do percentual de mortalidade embrionária

durante o período avaliado.

Avaliando a taxa de postura, o peso de ovos, o peso de albúmen, o peso de gema, a

gravidade específica, e a coloração de gema, de matrizes de corte submetidas à dietas

experimentais com adição de 25-OH-D3, Cantaxantina, e 25-OH-D3 e Cantaxantina. Rosa et

al. (2009) concluíram que a inclusão de Cantaxantina nas dietas das matrizes influenciou

apenas aumentando a pigmentação das gemas.

Utilizando ovos e embriões provenientes de matrizes de corte da linhagem COBB

500®

submetidas às dietas com adição de Cantaxantina, 25-OH-D3, e Cantaxantina e 25-OH-

D3. Scher et al. (2009b) avaliaram os níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARs), em relação aos períodos de estocagem dos ovos (0, 4, 8 e 12 dias), e em relação ao

processo de incubação, onde no dia zero de incubação foram coletadas as gemas para essa

análise, e nos dia 7, 14 e 18 de incubação coletou-se os sacos vitelínicos dos embriões, para a

realização das análises. Concluíram que a adição de Cantaxantina e Cantaxantina mais 25-

OH-D3 promoveu uma redução nos níveis de TBARs dos ovos armazenados nos diferentes

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períodos, e os embriões provenientes de matrizes suplementadas com Cantaxantina ou

Cantaxantina mais 25-OH-D3, apresentaram menores quantidades de substâncias reativas ao

ácido tiobarbitúrico até os 7 dias de incubação.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e Período

O experimento com galos White Plymouth Rock foi conduzido no Laboratório de

Avicultura (LAVIC) do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM). A cidade de Santa Maria está localizada na região central do estado do Rio Grande

do Sul.

A fase experimental teve duração de 140 dias, sendo este de 12 de agosto a 30 de

dezembro de 2008.

3.2 Instalações, Aves e Manejo

No estudo foram utilizados galos reprodutores da raça White Plymouth Rock

provenientes do plantel de aves do LAVIC (Anexo A).

Durante as fases de cria e recria todas as aves tiveram as mesmas condições de manejo

e foram submetidas às dietas com os mesmos níveis nutricionais, e fornecidas ad libitum.

Da 37ª a 39ª semana de idade, foi realizada a seleção dos galos que foram utilizados

no experimento através da avaliação fenotípica (tamanho de crista e barbela), resposta ao

estímulo da massagem abdominal para ejaculação e quantidade de sêmen ejaculado.

Na 40ª semana de idade iniciou a fase experimental, onde 80 galos previamente

selecionados foram pesados e alojados individualmente em gaiolas, e submetidos ás dietas

experimentais. Foi utilizado um aviário experimental para postura com 210 m2, com 80

gaiolas de 0,33x0,60x0,60 m (frente, profundidade e altura) para machos reprodutores,

composto de laterais teladas, cortinas e cobertura metálica. Cada gaiola possuía um bebedouro

tipo taça, e comedouro do tipo calha (Anexos B e C).

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O peso corporal dos galos no início do experimento foi em média de 2936 g. No

período experimental a ração fornecida foi previamente pesada e o arraçoamento foi realizado

diariamente às 8 horas da manhã, sendo que as aves receberam ração ad libitum.

As aves foram submetidas a um programa de iluminação crescente até 17

horas/luz/dia. A temperatura ambiente foi registrada diariamente pela manhã por meio de

termômetros de máxima e mínima localizados no interior do galpão (Anexos D e E).

Para análise dos parâmetros reprodutivos realizou-se a coleta de sêmen de todos os

galos a cada 14 dias. Para evitar a contaminação do sêmen com excretas, durante a coleta,

optou-se por um jejum de 3 horas antes do início da mesma. Dessa forma às 10 horas da

manhã os comedouros eram cobertos impedindo o acesso dos galos às dietas. As coletas de

sêmen foram realizadas a partir das 13 horas, após a coleta de sêmen os galos voltaram a ter

acesso à ração imediatamente.

As análises de motilidade e vigor espermáticos foram realizadas imediatamente após a

coleta de sêmen e, para análise de concentração espermática e alterações morfológicas o

sêmen coletado, foi armazenado em tubos Eppendorf, e posteriormente foi realizada a análise

no Laboratório de Medicina e Reprodução de Suínos do Hospital Veterinário da Universidade

Federal de Santa Maria.

3.3 Tratamentos

A fase experimental foi compreendida entre o primeiro dia da 40ª semana de idade e o

último dia da 59ª semana de idade. Neste período os galos foram submetidos aos tratamentos

que consistiram em uma dieta padrão utilizada pelo Laboratório de Avicultura (dieta

controle), e a adição de Cantaxantina através da inclusão do produto Carophyll Red®1

e

25-hidroxicolecalciferol através da inclusão do produto HyD®2

. A dieta supria as exigências

nutricionais das aves, de acordo com a fase de produção seguindo recomendações do National

Research Council (NRC, 1998), conforme mostra a Tabela 1.

1 Carophyll Red

® 10% - DSM Nutritional Products Ltd, São Paulo, SP/Brasil.

2 HyD

® - DSM Nutritional Products Ltd, São Paulo, SP/Brasil.

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TABELA 1 - Composição centesimal e perfil nutricional dos tratamentos

INGREDIENTES (%) T1 T2 T3 T4

Milho 8,2 64,72 64,72 64,72 64,72

Farelo Soja (45% PB) 23,20 23,20 23,20 23,20

Farelo Trigo 1,41 1,41 1,41 1,41

Calcário 8,62 8,62 8,64 8,62

Fosfato Bicálcico 1,15 1,15 1,15 1,15

Sal 0,40 0,40 0,40 0,40

Premix Vit. e Mineral1 0,50 0,50 0,50 0,50

Carophyll Red® 2 0,00 0,10 0,00 0,10

HyD® 3

0,00 0,00 0,15 0,15

PERFIL NUTRICIONAL

Energia metabolizável (kcal/kg) 2850

Proteína bruta (%) 17,50

Fibra bruta (%) 3,00

Cálcio (%) 2,40

Fósforo disponível (%) 0,30 1 - Premix Mineral e Vitamínico: Níveis por Kg de produto: Vit. A 2.090.000 UI; Vit. E 7,600mg; Vit. D3

332,500 UI; Vit. K3 950mg; Ácido Nicotínico 8,500mg; Vit. B1 475mg; Vit. B12 3,800mcg; Vit B2 1,900mg; Vit

B6 950mg; Ácido Fólico 237,5mg; Biotina 38mg; Colina 72.000mg; Ácido Pantotênico 3.800mg; Cobre

12.400mg; Ferro 12.000mg; Iodo 160mg; Manganês 14,000mg; Selênio 108mg e Zinco 14,000mg. 2 - Cantaxantina 10% (4.4’-diceto-β-caroteno).

3 - 25-hidroxivitaminaD3 1,25%

Os tratamentos foram: T1= dieta controle, T2= dieta controle + Cantaxantina,

T3= dieta controle +25-OH-D3 e T4 = dieta controle + Cantaxantina + 25-OH-D3, os produtos

utilizados foram adicionados na dieta conforme recomendação do fabricante (Tabela 2).

TABELA 2 - Quantidade recomendada dos princípios ativos dos produtos adicionados às

dietas experimentais

Tratamentos Cantaxantina (ppm) 25-OH-D3 (ppb)

1 0 0

2 60 0

3 0 69

4 60 69

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3.4 Parâmetros mensurados

Para avaliar o desempenho das aves subdividiu-se a fase experimental em 5 períodos

de estudo com 28 dias cada, que foram: período I – 40ª a 43ª semanas de idade, período II –

44ª a 47ª semanas de idade, período III – 48ª a 51ª semanas de idade, período IV – 52ª a 55ª

semanas de idade e período V- 56ª a 59ª semanas de idade.

Os parâmetros de peso corporal e consumo alimentar foram analisados no final de

cada período. Para avaliar os parâmetros espermáticos foram realizadas duas coletas de sêmen

por período, sendo realizadas na segunda e na quarta semana de cada período (intervalo de 14

dias).

3.4.1 Peso corporal e consumo alimentar

Para análise de peso corporal, foi realizada a pesagem individual dos galos no último

dia de cada período, a pesagem foi realizada pelas asas, em balança do tipo analógica

(Anexo F).

O consumo alimentar dos galos foi mensurado através da pesagem da ração fornecida

individualmente, e a pesagem das sobras foi realizada no último dia de cada período. Pela

diferença entre a ração fornecida às aves e as sobras, obteve-se a quantidade de ração

consumida por galo em cada período.

3.4.2 Análises espermáticas

Os parâmetros seminais foram analisados a cada 14 dias, sendo realizada a coleta de

sêmen de todos os galos no 4º dia das seguintes semanas de idade das aves: 41, 43, 45, 47, 49,

51, 53, 55, 57, 59. As coletas de sêmen foram realizadas pelo método de massagem

abdominal começando após as 13h (Anexo G), para tal o macho foi contido pelos membros

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inferiores e o peito apoiado em superfície macia sobre a gaiola conforme método descrito por

Rosa et al. (1995).

O sêmen foi coletado em tubos tipo Falcon graduados, previamente aquecidos em

“banho Maria” a 40°C, para estimar os parâmetros espermáticos referentes à motilidade,

vigor, alterações morfológicas e concentração espermática (Anexo H).

3.4.2.1 Motilidade e vigor espermáticos

Para avaliação de motilidade e vigor espermático, o sêmen recém coletado foi

pipetado sobre uma lâmina histológica e recoberto por lamínula. Em seguida foi realizada

análise em microscópio óptico, com aumento de 40x (quarenta vezes). Todo material

analisado foi mantido em placa aquecida a 40ºC.

A motilidade foi avaliada comparando-se a percentagem de espermatozóides móveis e

imóveis, registrando a percentagem de espermatozóides móveis. A técnica utilizada para

análise de motilidade espermática foi a mesma descrita por Rodenas et al. (2005). O vigor

espermático foi classificado através de escore de 0 a 5, como sugere Celeghini et al. (2001),

sendo o escore 0 equivalente a imobilidade espermática total e, o 5 à movimentação intensa,

vigorosa, progressiva e com formação de ondas.

3.4.2.2 Concentração espermática

Para análise de concentração espermática foram armazenadas amostras de 10µl de

sêmen e adicionado a 1 ml de solução de formol citrato em tubos Eppendorf. Para

determinação da concentração espermática o sêmen foi diluído na proporção de 1:100 em

formol citrato e posteriormente foi realizada a contagem de células das amostras com o uso

de hemocitometro (Câmara de Neubauer) na diagonal com o resultado expresso em número

de células por mm³ de sêmen. Para análise final o resultado foi expresso em número de

células/ml.

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3.4.2.3 Morfologia espermática

Para análise das alterações morfológicas foram armazenadas amostras de 10 µl de

sêmen e adicionado a 1 ml de solução de formol citrato em tubos Eppendorf.

Para avaliação das anormalidades dos espermatozóides, as amostras foram diluídas na

mesma proporção utilizada para avaliar a concentração espermática (1:100), posteriormente

analisadas em microscópio de contraste de fase, com aumento de 1000x (mil vezes), onde

realizou-se a contagem de 100 células, expressando as alterações morfológicas em

porcentagem. As alterações morfológicas consideradas foram de cabeça, cauda e gota

proximal, sendo determinadas apenas as alterações morfológicas totais.

3.5 Delineamento experimental

Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos com

20 repetições cada, onde cada ave foi considerada uma repetição.

3.6 Análise estatística

Primeiramente os dados foram submetidos ao teste de Normalidade, posteriormente

para ajuste da normalidade foram testadas as seguintes transformações: logaritmo na base 10

de X, arcoseno de X/100, raiz de X e raiz de X + 0,5. Após foram eleitas as transformações

que melhor se adequaram para o ajuste das variáveis, apresentando menor coeficiente de

variação. Para a análise dos parâmetros peso corporal, consumo de ração, alterações

morfológicas e concentração espermática, optou-se à transformação para ajuste da

normalidade com logaritmo na base 10 de X. Para as análises dos parâmetros motilidade e

vigor espermáticos, optou-se à transformação para ajuste da normalidade com raiz de X.

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Após o ajuste dos dados os resultados foram submetidos à análise de variância de

acordo com o modelo matemático:

Yij = μ + τi + eij , sendo:

Yij = observação das aves submetidas ao tratamento i, na repetição j;

μ = média;

τi = efeito dos tratamentos, sendo i = 1, 2, 3, 4;

eij = erro experimental não observável;

As diferenças entre tratamentos foram comparadas através do Teste de Tukey quando

as diferenças foram significativas ao nível de 10%. Os procedimentos estatísticos foram

realizados com o uso do programa estatístico SAS (2001).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O peso corporal dos galos White Plymouth Rock avaliados neste trabalho não

apresentaram diferença significativa entre os diferentes tratamentos na fase experimental total.

Entretanto na 51ª e 55ª semana de idade, as aves que consumiram Cantaxantina ou

Cantaxantina e 25-OH-D3 na dieta apresentaram um maior peso corporal em relação as que

consumiram dieta contendo 25-OH-D3 (Tabela 3). Resultado diferente do obtido por McNutt;

Haussler (1973), em um experimento onde trabalharam com adição dos metabólitos

1,25(OH)2D3 e 25(OH)D3 na dieta, e verificaram um melhor ganho de peso em aves que

consumiram 1,25(OH)2D3 e 25(OH)D3 em relação as que consumiram vitamina D

convencional.

TABELA 3 - Peso corporal médio (g/ave) de galos White Plymouth Rock ao final de cada

período e peso médio total

Tratamentos Semana

43ª 47ª 51ª 55ª 59ª Média

Controle 2900 2953 2895 ab 2991 ab 3082 2952

Cantaxantina 2967 3003 2984 ab 3058 ab 3073 3008

25-OH-D3 2850 2870 2849 b 2946 b 3040 2911

Cantaxantina+ 25-OH-D3 2933 2948 3018 a 3079 a 3119 3012

Média 2913 2944 2936 3018 3078 2970

CV % 0,79 0,93 0,85 0,69 0,96 0,75

P 0,2092 0,2361 0,0335 0,0558 0,7462 0,2136

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

Os resultados de peso corporal podem ser relacionados ao consumo de ração das aves

(Tabela 4), onde observa-se a mesma tendência dos efeitos dos tratamentos a partir do

segundo período de análise.

O consumo médio de ração da fase total do experimento, apresentado na Tabela 4, foi

influenciado pelos tratamentos, havendo um menor consumo de ração pelos galos que

consumiram dietas com adição de 25-OH-D3 em relação aos que consumiram dietas com

adição de Cantaxantina e 25-OH-D3.

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40

TABELA 4 - Consumo de ração (g/ave/período) de galos White Plymouth Rock nos

períodos e consumo médio total

Tratamentos Períodos

I II III IV V Média

Controle 3005 2956 ab 2981 b 3002 b 3021 2998 ab

Cantaxantina 3071 3090 a 3170 ab 3263 a 3059 3132 ab

25-OH-D3 2937 2884 b 2988 b 3058 ab 3009 2975 b

Cantaxantina+ 25-OH-D3 3103 3062 ab 3229 a 3213 ab 3148 3151 a

Média 3029 2998 3092 3134 3059 3064

CV % 1,03 1,11 1,28 1,30 1,62 1,03

P 0,1399 0,0659 0,0324 0,0519 0,6309 0,0704

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

A motilidade espermática é um dos parâmetros utilizados para avaliar a qualidade do

sêmen, considerado um bom indicador da viabilidade espermática e da capacidade fertilizante

dos espermatozóides (Gomes, 1970 apud Maciel, 2006). Nesse experimento, pode-se observar

que na maioria dos períodos de análise, os tratamentos tiveram influencia sobre a motilidade

espermática (%) dos galos (Tabelas 5 e 6). O tratamento controle foi inferior aos demais

tratamentos nestes períodos, e no estudo da fase experimental total confirma-se essa

tendência, onde o tratamento controle mostra-se inferior com P=0,0003.

TABELA 5 - Motilidade espermática (%) dos galos do I ao III período de análise com as

duas coletas

Tratamentos

Períodos

I II III

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Controle 90,25 91,00 b 90,00 89,00 b 91,75 91,25 b

Cantaxantina 92,50 92,00 ab 90,25 91,50 ab 92,50 92,50 ab

25-OH-D3 90,75 93,25 ab 91,50 92,25 a 92,75 93,50 a

Cantaxantina+ 25-OH-D3 89,25 93,50 a 91,25 92,00 ab 93,25 93,25 ab

Médias 90,69 92,44 90,75 91,19 92,56 92,62

CV % 2,73 1,68 2,72 2,29 1,56 1,51

P 0,2106 0,0459 0,7272 0,0552 0,4211 0,0587

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

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41

TABELA 6 - Motilidade espermática (%) dos galos do IV ao V período de análise com as

duas coletas e a média total

Tratamentos

Períodos

IV V I – V

1ª 2ª 1ª 2ª Média

Controle 92,50 b 91,00 92,50 91,50 91,40 b

Cantaxantina 93,00 ab 91,25 92,75 93,75 92,50 a

25-OH-D3 94,25 a 91,25 93,50 94,25 93,05 a

Cantaxantina+ 25-OH-D3 93,75 ab 91,25 93,25 94,25 92,80 a

Médias 93,38 91,19 93,00 93,44 92,44

CV % 1,24 1,55 1,61 2,83 0,66

P 0,0859 0,9902 0,6979 0,2258 0,0003

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

A variação média normal da taxa de motilidade em galos encontra-se entre 60% a 80%

(Lake, 1971 citado por Garner, 2004). Porém as médias observadas neste experimento foram

superiores.

Os resultados de vigor espermático (0 a 5) dos galos estão apresentados nas Tabelas 7

e 8, onde observa-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos nos períodos

de avaliação. Entretanto na análise da Tabela 8, verifica-se que o vigor espermático foi

influenciado pelos tratamentos, na fase experimental total, onde os tratamentos com adição de

Cantaxantina, 25-OH-D3, e Cantaxantina e 25-OH-D3 mostraram-se superior ao tratamento

controle com P=0,0827.

TABELA 7 - Vigor espermático dos galos do I ao III período de análise com as duas

coletas

Tratamentos

Períodos

I II III

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Controle 4,71 4,35 4,50 4,38 4,28 4,35

Cantaxantina 4,65 4,47 4,57 4,65 4,61 4,61

25-OH-D3 4,40 4,75 4,59 4,65 4,68 4,40

Cantaxantina+ 25-OH-D3 5,00 4,00 5,00 5,00 4,00 5,00

Média 4,69 4,39 4,67 4,67 4,39 4,59

CV % 6,46 7,00 6,72 6,52 7,94 5,58

P 0,3723 0,2390 0,8532 0,3748 0,2624 0,2724

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42

TABELA 8 - Vigor espermático dos galos do IV ao V período de análise com as duas

coletas e a média total

Tratamentos

Períodos

IV V I – V

1ª 2ª 1ª 2ª Média

Controle 4,32 4,24 4,38 4,37 4,38 b

Cantaxantina 4,53 4,31 4,61 4,53 4,56 a

25-OH-D3 4,53 4,21 4,44 4,40 4,55 a

Cantaxantina+ 25-OH-D3 5,00 4,00 5,00 4,00 4,57 a

Média 4,60 4,19 4,61 4,33 4,51

CV % 7,77 7,16 7,49 9,48 2,94

P 0,5588 0,9403 0,5933 0,9207 0,0827 Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

Bar et al. (1980), observaram que a absorção de 25-(OH)-D3 é mais eficiente quando

comparada com vitamina D3 convencional. Levando em consideração que a composição de

lipídios e ácidos graxos dos espermatozóides pode ser correlacionada com as taxas de

fertilidade (Martin Rillo et al., 1996), pois nos espermatozóides quando ocorre a peroxidação

lipídica, a fluidez e a capacidade de fertilização diminuem (Aitken, 1995). Os carotenóides

são moléculas orgânicas com funções antioxidantes que os animais não são capazes de

sintetizar, então devem ser ingeridos através da dieta (Edge et al., 1997). Pode-se relacionar a

melhor motilidade e vigor espermático ao fator antioxidante do carotenóide adicionado à dieta

evitando a peroxidação dos lipídios presentes na estrutura dos espermatozóides, assim como a

maior disponibilidade de vitamina D através do metabólito 25-(OH)-D3.

Galos com motilidade espermática alta produzem sêmen com maior capacidade

fertilizante (Froman; Feltman, 1998 apud Maciel, 2006), pois, há necessidade da motilidade

juntamente com o vigor progressivo dos espermatozóides para a migração até os sítios de

armazenamento de espermatozóides do sistema reprodutivo da fêmea (Allen; Grigg, 1957).

Neste estudo apresentaram melhor motilidade e vigor espermático, os galos que consumiram

dietas com Cantaxantina, 25-(OH)-D3, e Cantaxantina mais 25-(OH)-D3, podendo isso ser um

fator contribuinte para o melhor poder de fecundação dos espermatozóides dessas aves.

A concentração do sêmen coletado artificialmente é muito variável, pois existe

dificuldade de controlar os fatores que influenciam como os líquidos do sistema digestivo e

urinário, que se misturam com o sêmen no aparelho fálico (Burke, 1996).

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43

Nesse experimento observou uma interação progressiva ao passar dos períodos entre

os efeitos causados pela adição de Cantaxantina e 25-OH-D3 à dieta, promovendo uma

melhora na concentração espermática dos galos submetidos a essa dieta (Tabela 9 e 10).

TABELA 9 - Concentração espermática (número de células x108/ml) dos galos do I ao III

período de análise com as duas coletas

Tratamentos

Períodos

I II III

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Controle 4,69 4,00 b 4,67 c 3,94 c 4,61 c 5,79 b

Cantaxantina 4,82 4,31 ab 5,06 bc 5,05 b 5,02 bc 5,83 b

25-OH-D3 4,43 4,73 a 5,51 ab 5,43 b 5,65 ab 7,52 a

Cantaxantina+ 25-OH-D3 4,65 5,02 a 6,29 a 6,19 a 6,17 a 7,60 a

Média 4,65 4,52 5,38 5,15 5,36 6,69

CV % 4,37 3,71 3,56 2,56 2,57 2,46

P 0,7855 0,0034 0,0007 0,0001 0,0001 0,0001

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

Na Tabela 10, mostra que na média de todos os períodos experimentais o tratamento

controle foi inferior, seguido pelo tratamento com Cantaxantina, 25-OH-D3, e o tratamento

Cantaxantina e 25-OH-D3, o qual mostrou-se superior aos demais evidenciando a interação

positiva que ocorreu entre os dois compostos (P=0,0001).

TABELA 10 - Concentração espermática (número de células x108/ml) dos galos do IV ao

V período de análise com as duas coletas e a média dos períodos

Tratamentos

Períodos

IV V I – V

1ª 2ª 1ª 2ª Média

Controle 3,00 c 5,99 c 4,61 d 2,65 b 4,40 d

Cantaxantina 3,84 b 6,46 b 5,30 c 2,84 b 4,85 c

25-OH-D3 4,49 a 6,42 b 6,20 b 3,53 a 5,40 b

Cantaxantina+ 25-OH-D3 4,75 a 7,50 a 7,22 a 3,66 a 5,91 a

Média 4,02 6,59 5,83 3,17 5,14

CV %

P

2,09

0,0001

1,45

0,0001

2,18

0,0001

3,56

0,0001

1,04

0,0001

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Duncan (P< 0,1)

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44

Na literatura não há relatos sobre o aumento da concentração espermática de galos

com a suplementação de vitamina D na dieta, mas trabalhos realizados com suínos

suplementados com a vitamina E lipossolúvel, onde afirmam que a concentração espermática

aumenta com a suplementação na dieta de suínos (Brezezinska-Slebodzinska et al., 1995).

Nas Tabelas 11 e 12 estão os resultados de alterações morfológicas totais, onde

observa-se, que os galos submetidos à dieta contendo 25-OH-D3 e Cantaxantina mais

25-OH-D3, tiveram redução significativa (P=0,0001) nas alterações morfológicas dos

espermatozóides.

TABELA 11 - Alterações morfológicas dos espermatozóides (%) dos galos do I ao III

período de análise com as duas coletas

Tratamentos

Períodos

I II III

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Controle 25,6 28,3 a 23,7 a 13,1 a 18,2 a 24,3 a

Cantaxantina 28,2 24,4 b 19,2 b 12,5 a 16,1 b 18,3 b

25-OH-D3 24,9 20,5 c 17,2 bc 10,3 b 12,0 c 16,3 c

Cantaxantina+ 25-OH-D3 25,1 19,1 c 16,4 c 12,6 a 13,0 c 17,5 bc

Média 25,9 23,1 19,1 12,1 14,8 19,1

CV % 4,78 3,60 6,91 5,37 5,87 5,52

P 0,3841 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

TABELA 12 - Alterações morfológicas dos espermatozóides (%) dos galos do IV ao V

período de análise com as duas coletas e a média de todos períodos

Tratamentos

Períodos

IV V I – V

1ª 2ª 1ª 2ª Média

Controle 19,3 a 21,4 a 19,4 a 25,6 a 21,9 a

Cantaxantina 16,1 b 19,9 ab 17,2 ab 24,6 a 19,6 b

25-OH-D3 13,8 c 18,8 b 14,3 c 12,5 c 16,1 c

Cantaxantina+ 25-OH-D3 15,0 bc 18,7 b 15,6 bc 13,7 b 16,7 c

Média 16,0 19,7 16,6 19,1 18,6

CV % 4,53 4,21 6,67 4,01 1,84

P 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001

Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem entre si pelo Teste de Tukey (P< 0,1)

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45

Maciel (2006), afirma que as anomalias espermáticas são incompatíveis com a boa

fertilidade, pois qualquer alteração pode comprometer a motilidade e sobrevivência do

espermatozóide. O limite de até 20% de defeitos espermáticos totais é aceitável para uma boa

fertilidade. No trabalho realizado, as percentagens de anomalias morfológicas na fase

experimental total estão dentro do aceitável para uma boa fertilidade, exceto do sêmen de

galos que consumiram o tratamento controle (Surai; Wishart, 1996).

No Gráfico 1, pode-se observar que na média total da fase experimental, o tratamento

Cantaxantina e 25-OH-D3 atribuiu uma melhor concentração espermática aos galos que o

consumiram. No Gráfico 2, pode-se observar que a adição de 25-OH-D3 e Cantaxantina mais

25-OH-D3, melhoram a qualidade de sêmen. Sendo que a redução das alterações morfológicas

e a maior concentração espermática contribuem para maior fertilidade dos galos, pode-se

afirmar que estes resultados concordam com os obtidos por Scher et al. (2009a), que

trabalhando com matrizes de corte (machos e fêmeas), alimentados com dietas contendo

Cantaxantina, 25-(OH)-D3, e Cantaxantina e 25-(OH)-D3, e comparando-as com uma dieta

controle (sem os produtos), verificaram melhores taxas de fertilidade de aves que consumiram

Cantaxantina e 25-(OH)-D3 simultaneamente.

Gráfico 1 - Concentração espermática de galos White Plymouth Rock nos períodos experimentais, da 40ª a 59ª

semana de idade.

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46

Gráfico 2 - Alterações espermáticas de galos White Plymouth Rock nos períodos experimentais, da 40ª a 59ª

semana de idade.

Os melhores índices observados em alterações morfológicas e concentração

espermática devem-se, possivelmente aos fatores antioxidantes dos produtos adicionados à

dieta juntamente com a interação que ocorre entre as vitaminas lipossolúveis A, D e E no

metabolismo dos animais (Ruiz; Harms, 1988), as quais estão com maior disponibilidade no

tratamento Cantaxantina e 25-(OH)-D3. Esses fatores podem proporcionar uma redução nos

efeitos degenerativos do ROS, composto este, que os espermatozóides e os leucócitos

presentes no sêmen são capazes de gerar, pois há grande quantidade de ácidos graxos

poliinsaturados presente na composição dos espermatozóides, o que aumenta a possibilidade

de ataque dos radicais livres e conseqüentemente, a peroxidação dos lipídios, podendo levar à

morte celular (Aitken, 1995).

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5 CONCLUSÕES

Cantaxantina e 25-OH-D3 quando adicionados à dieta associados ou isoladamente

melhoram a motilidade (%) e o vigor (0 a 5) espermático de galos reprodutores.

Dietas contendo 25-OH-D3 e Cantaxantina melhoram a concentração espermática

(nº de células x108/ml) dos galos.

A utilização de 25-OH-D3 e Cantaxantina mais 25-OH-D3 reduz significativamente

incidência de alterações morfológicas dos espermatozóides de galos White Plymouth Rock.

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7 ANEXOS

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57

Anexo A - Foto dos galos White Plymouth Rock utilizados no experimento.

Anexo B - Vista parcial do galpão experimental.

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58

Anexo C - Vista parcial das unidades experimentais.

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59

Anexo D - Controle de temperatura ambiente dentro do aviário experimental.

Data T°C Mínima T°C Máxima Média Data T°C Mínima T°C Máxima Média

13/08/2008 7,0 17,0 12,0 22/10/2008 17,0 21,0 19,0

14/08/2008 10,0 17,0 13,5 23/10/2008 19,0 34,0 26,5

15/08/2008 16,0 20,0 18,0 24/10/2008 21,0 24,0 22,5

16/08/2008 16,0 25,0 20,5 25/10/2008 19,0 27,0 23,0

17/08/2008 20,0 30,0 25,0 26/10/2008 8,0 22,0 15,0

18/08/2008 14,0 19,0 16,5 27/10/2008 18,0 27,0 22,5

19/08/2008 13,0 15,0 14,0 28/10/2008 16,0 25,0 20,5

20/08/2008 16,0 18,0 17,0 29/10/2008 18,0 25,0 21,5

21/08/2008 17,0 20,0 18,5 30/10/2008 17,0 24,0 20,5

22/08/2008 14,0 15,0 14,5 31/10/2008 13,0 25,0 19,0

23/08/2008 5,0 15,0 10,0 01/11/2008 15,0 24,0 19,5

24/08/2008 7,0 19,0 13,0 02/11/2008 18,0 25,0 21,5

25/08/2008 9,0 15,0 12,0 03/11/2008 19,0 27,5 23,3

26/08/2008 6,0 14,0 10,0 04/11/2008 18,0 28,0 23,0

27/08/2008 8,0 13,0 10,5 05/11/2008 18,0 30,0 24,0

28/08/2008 17,0 31,0 24,0 06/11/2008 20,0 35,0 27,5

29/08/2008 6,0 18,0 12,0 07/11/2008 17,0 28,0 22,5

30/08/2008 3,0 18,0 10,5 08/11/2008 20,0 29,0 24,5

31/08/2008 2,0 16,0 9,0 09/11/2008 21,0 32,0 26,5

01/09/2008 8,0 27,0 17,5 10/11/2008 20,0 30,0 25,0

02/09/2008 9,0 32,0 20,5 11/11/2008 20,0 28,0 24,0

03/09/2008 27,0 30,5 28,8 12/11/2008 19,0 27,0 23,0

04/09/2008 10,0 27,0 18,5 13/11/2008 16,0 28,0 22,0

05/09/2008 7,0 17,0 12,0 14/11/2008 16,0 28,0 22,0

06/09/2008 7,0 8,0 7,5 15/11/2008 16,0 29,0 22,5

07/09/2008 6,0 8,0 7,0 16/11/2008 13,0 31,0 22,0

08/09/2008 3,0 14,0 8,5 17/11/2008 12,5 23,0 17,8

09/09/2008 7,0 20,0 13,5 18/11/2008 13,0 23,0 18,0

10/09/2008 13,0 24,0 18,5 19/11/2008 14,0 24,0 19,0

11/09/2008 17,0 24,0 20,5 20/11/2008 14,0 24,0 19,0

12/09/2008 11,0 20,0 15,5 21/11/2008 15,0 25,0 20,0

13/09/2008 11,0 18,0 14,5 22/11/2008 16,0 28,0 22,0

14/09/2008 5,0 18,0 11,5 23/11/2008 17,0 30,0 23,5

15/09/2008 5,0 20,0 12,5 24/11/2008 18,0 32,0 25,0

16/09/2008 6,0 17,0 11,5 25/11/2008 15,0 33,0 24,0

17/09/2008 7,0 20,0 13,5 26/11/2008 23,0 31,5 27,3

18/09/2008 10,0 21,0 15,5 27/11/2008 20,0 36,0 28,0

19/09/2008 11,0 23,0 17,0 28/11/2008 21,0 35,0 28,0

20/09/2008 12,0 24,0 18,0 29/11/2008 22,0 35,5 28,8

21/09/2008 10,0 17,0 13,5 30/11/2008 18,0 35,0 26,5

22/09/2008 13,0 18,5 15,8 01/12/2008 22,0 32,0 27,0

23/09/2008 9,0 24,0 16,5 02/12/2008 18,0 26,0 22,0

24/09/2008 10,0 23,0 16,5 03/12/2008 14,0 28,0 21,0

25/09/2008 11,0 24,0 17,5 04/12/2008 15,0 25,0 20,0

26/09/2008 12,5 26,5 19,5 05/12/2008 15,0 27,0 21,0

27/09/2008 15,0 27,0 21,0 06/12/2008 13,0 27,0 20,0

28/09/2008 15,0 21,0 18,0 07/12/2008 8,0 18,0 13,0

29/09/2008 15,0 29,0 22,0 08/12/2008 15,0 35,0 25,0

30/09/2008 17,0 22,0 19,5 09/12/2008 21,0 38,0 29,5

01/10/2008 15,0 23,0 19,0 10/12/2008 21,0 35,0 28,0

02/10/2008 18,0 26,0 22,0 11/12/2008 20,0 29,0 24,5

03/10/2008 9,0 24,0 16,5 12/12/2008 18,5 31,0 24,8

04/10/2008 16,0 27,0 21,5 13/12/2008 16,0 28,0 22,0

05/10/2008 12,0 27,0 19,5 14/12/2008 19,0 33,0 26,0

06/10/2008 7,0 24,0 15,5 15/12/2008 20,0 30,0 25,0

07/10/2008 8,0 20,0 14,0 16/12/2008 13,0 31,0 22,0

08/10/2008 7,0 24,5 15,8 17/12/2008 19,0 30,0 24,5

09/10/2008 10,0 21,0 15,5 18/12/2008 18,0 31,0 24,5

10/10/2008 12,0 21,0 16,5 19/12/2008 17,0 32,0 24,5

11/10/2008 19,0 28,0 23,5 20/12/2008 20,0 33,0 26,5

12/10/2008 18,0 27,0 22,5 21/12/2008 30,0 35,0 32,5

13/10/2008 20,0 31,0 25,5 22/12/2008 23,0 40,0 31,5

14/10/2008 18,0 22,0 20,0 23/12/2008 23,0 36,0 29,5

15/10/2008 21,0 20,0 20,5 24/12/2008 23,0 34,0 28,5

16/10/2008 18,0 24,0 21,0 25/12/2008 21,0 30,0 25,5

17/10/2008 16,0 20,0 18,0 26/12/2008 20,0 31,0 25,5

18/10/2008 15,0 18,0 16,5 27/12/2008 20,0 30,0 25,0

19/10/2008 14,0 21,0 17,5 28/12/2008 19,0 33,0 26,0

20/10/2008 20,0 25,0 22,5 29/12/2008 22,0 37,0 29,5

21/10/2008 20,0 31,0 25,5 30/12/2008 15,0 34,0 24,5

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60

Anexo E - Variação da temperatura ambiental dentro do aviário experimental.

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61

Anexo F - Ave sendo pesada no final de um dos períodos experimentais

para obtenção do parâmetro peso corporal.

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62

Anexo G - Coleta de sêmem.

Anexo H - Manuseio do ejaculado para análise espermática.