candomblé - curso de cantigas yorubá 2

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  • 7/27/2019 Candombl - Curso de Cantigas Yorub 2

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    O Yorb e o Candombl

    O Candombl, em sua essncia Yorb foi deturpando-se no geral com o passar dos sculos,

    desde a chegada dos primeiros negros oriundos da frica, particularmente da Nigria e do Dahom(atual Repblica Popular de Benin), sendo que os de origem Yorb foram dos ltimos a chegarem aoBrasil, j prximo ao trmino da escravido.

    Por sua diferena de maneiras (embora se diga que no) foram aproveitados em grandenmero como escravos domsticos, pois eram considerados mais refinados. Mas, com a suaadaptabilidade do to conhecido jeitinho brasileiro, moldou-se segundo a nossa personalidade,adaptando-se e forjando-nos como afro-brasileiros para nos classificarmos, se assim se pode dizer.

    A nossa religio uma das mais belas e originais manifestaes de espiritualidade, com umvasto e riqussimo naipe de nuanas, com personalidade, feio e expresso prprias, traduzidas emlinguagem tambm prpria e particularizadas, apesar de variada.

    A linguagem oral: atravs da qual se expressam os orins (cnticos), drs (rezas), ofs(encantamentos) e orks (louvaes). atravs dela que se conversa com os rs.

    Nossa religio eminentemente de transmisso oral, e a despeito disso, preservaram grandeparte dos seus rituais, cnticos e liturgia com sua lngua litrgica falada quase que fluentemente emseu bojo, pelas pessoas mais proeminentes, mas, infelizmente, em nmero bem restrito.

    A lngua oficial nos cultos Ktu, gb, Ifn e js o Yorb, que apesar disso tambmmuito utilizada nos cultos de origem Angola e Jeje, que so oriundos de pases e culturas diferentes.

    Apesar de pouco conhecido pela grande maioria dos adeptos da religio, o Yorb amplamente falado de maneira emprica apenas mecnica e meramente mimtica, repetindo-se o quefoi dito e decorado anteriormente.

    Diz algumas pessoas, que o Yorb uma lngua morta e est para o culto aos rs assimcomo o Latim est para o Catolicismo. Mas isso um engano, o Yorb uma lngua viva e dinmica

    e falado ainda nos dias atuais por cerca de 20 a 25% da populao da Nigria e possui elevadonmero de dialetos, cuja lngua oficial o Ingls, introduzido ali pelos colonizadores.No Benin, so mais ou menos 20 a 25% tambm de sua populao, dentre outros tantos

    dialetos, que falam o Yorb como sua primeira lngua ou segunda, dependendo do aculturamento.O Yorb a primeira lngua de aproximadamente 30 milhes de africanos ocidentais, e

    falada pelas populaes no Sudoeste da Nigria, Togo, Benin, Camares e Serra Leoa.A lngua tambm sobreviveu em Cuba (onde chamada de Lukumi) e no Brasil (onde

    chamada Nag), termo que inicialmente era usado pejorativamente, querendo significar "gentinha,gentalha, ral".

    parte de vrios dialetos, existe o Yorb padro, que usado para propsitos educacionais(ex. em jornais, revistas, no rdio, TV e em escolas). Esta forma padro compreendida por oradoresdos vrios dialetos que atuam como tradutores do Yorb oficial para o dialetal e vice-versa.

    No Brasil o interesse pelo Yorb d-se principalmente entre as pessoas adeptas da Religiodos rs, que recebe o nome genrico e popular de Candombl, no importando a origem, se Yorb,Fon (Jeje) ou Bantu (Angola).

    O Candombl nasceu da necessidade dos negros escravos em realizarem seus rituaisreligiosos que no princpio eram proibidos pelos senhores de escravos. E para burlar essa proibio, osnegros faziam seus assentamentos e os escondiam, preferencialmente fazendo um buraco no cho,cobrindo-os e por cima colocavam uma imagem de um santo catlico. Ento eles cantavam edanavam para seus rs, dizendo que estavam cantando e danando em homenagem quele santocatlico; da nasceu o sincretismo religioso, que foi abandonado mais tarde pela maioria dos adeptosdo Candombl tradicional, com o "trmino" da escravido e mais concretamente quando o Candomblfoi aceito como religio com a liberdade de culto garantida pela Constituio Brasileira.

    primeira vista para os leigos, o Candombl uma coisa s. Mas, no bem assim. Existemvrios grupos, onde o mais expressivo, sem dvida, o grupo Yorb (na atualidade). Na poca dotrfico de escravos, vieram muitos negros oriundos de Angola e Moambique: os Bantos, Cassanges,Kicongos, Kiocos, Umbundos, Kimbudos, de onde se originou o Candombl Angola, facilmentereconhecido por quem da religio, pela maneira diferente de falar, cantar, danar e percutir ostambores, o que feito com as mos diretamente sobre o couro com ritmos e cadncias prprios,alegres e ligeiros.

    o Candombl de onde se originou o Samba, que tomou emprestado o prprio nome, que emKimbundo significa "orao". tambm origem do "Samba de roda", que era feito como recreao,principalmente pelas mulheres, aps os afazeres rituais, danando e cantando dizeres em sua maioriajocosos e galhofeiros. Mais tarde assimilado pelo Samba de Caboclos, a j em sua verso maisabrasileirada como um culto amerndio que era feito pelos Caboclos, neste momento incorporadosem seus "cavalos" e j em idioma aportuguesado com versos chamados de "sotaque". Isto, porquequase sempre eram parbolas ou charadas que poucos entendiam, muito em voga ainda hoje.

    Acha-se que este Samba de Caboclos foi o embrio da Umbanda, onde nasceu o culto aosrs cantado e falado em portugus, fazendo assim a nacionalizao dos rs africanos, quealgumas pessoas faziam objeo por ter uma lngua estrangeira no bem aceita pelos j nascidos

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    brasileiros e que foram perdendo os conhecimentos da lngua ancestral, principalmente por causa doanalfabetismo.

    A Umbanda a mistura do culto aos rs, do Catolicismo e do Kardecismo, resultando numareligio Brasileira, que hoje em dia at exportada para os pases vizinhos, principalmente os do coneSul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, onde existem at confederaes de Umbanda e onde oBrasil est para eles, assim como a frica est para ns.

    A origem da fora cultural Yorb foi demonstrada em uma das guerras havidas entre oDahom e a Nigria, mais ou menos do meado para o final do sculo dezesseis, em que o Estado deKtu teve praticamente metade do seu territrio anexado ao Dahom como esplio de guerra, apssua populao, juntamente com a de Meko, ter sido saqueada e parte dela capturada como escravosperdurando essa anexao militar at os dias atuais.

    Como resultado dessa guerra, muitos foram capturados de ambos os lados, e foram vendidosaos portugueses como escravos. Foi quando, j ao final do sculo, comearam a chegar tantos osescravos de origem Ewe-Fon, conhecidos popularmente por Jejes, oriundos do Benin, antigo Dahom,que foram capturados pelos Yorb, como recproca dos Yorb capturados pelos Ewe-Fon, tambmvendidos como escravos. Os Yorb em sua maioria, eram oriundos de Ktu, o territrio anexado.Mas, tambm vieram negros trazidos de outras reas Yorbs como y, gb, Iles, Ifn, Abeokut,Ir, f, etc.

    Estes dois grupos (Jeje e Yorb) quando chegaram ao Brasil, continuaram inimigos ferrenhose no havia hiptese de um aceitar o outro. Mas, eram indivduos de tradies sociais religiosas tribaise no podiam sobreviver sozinhos. Ento procuraram unirem-se em virtude da condio cativa deambos. Essa unio era difcil tanto pela barreira do idioma, pois eram vrios e diferentes em dialetos,quanto pelo dio que alguns nutriam contra os outros. Do que os senhores de escravos e feitores seaproveitavam em tirar proveito para fomentar mais ainda a animosidade entre eles. Pois, os senhoresde Engenho, principalmente, temiam a unio do grande nmero de escravos, o que certamentepoderia colocar em risco a segurana dos brancos. Ento, quando eles permitiam que os negros sereunissem no terreiro para cantar e danar, estimulava-lhes a que fizessem "rodas" separadas,somente com seus compatriotas, onde os Ktu no misturavam-se aos Jejes nem Bantu e assimtambm os outros faziam o mesmo eles prprios com relao aos outros. Mas, com o tempo essattica foi deixando de dar certo, porque os negros entenderam que sua maior fraqueza era a suaprpria desunio, e resolveram se unir para facilitar um pouco sobrevivncia, unindo-se contra oinimigo comum, isto , o branco. Isso mais evidenciado com a instituio dos quilombos, que eramfocos de resistncia dos negros fujes, e que no se curvavam escravido.

    Na nossa religio ns cantamos, oramos e, at dialogamos em Yorb com pequenas frases etermos usuais do dia-a-dia nas casas de culto com a assimilao de um at vasto vocabulrio, selevarmos em considerao as condies em que se deu a preservao disto.

    de suma importncia s linguagens da nossa religio, sobretudo, a oral porque aentendendo, entenderemos os rituais e poderemos nos comunicar com os nossos rs e Ancestrais,atravs da palavra.

    Se no souber falar Yorb a pessoa falar aos emane em portugus mesmo, os rs ouviro

    e atendero da mesma maneira. O que mais importante a f e a sinceridade com que nosdirigimos a eles. Contudo, se nos comunicamos em Yorb muito mais gratificante a emoo quesentimos ao saber que o fazemos da mesma maneira que os nossos Ancestrais faziam h vriossculos atrs em nossa lngua me religiosa.

    Ento, ns louvamos, elogiamos, exaltamos, enaltecemos os imal no culto aos rs, noCandombl, de acordo com a herana a ns legada pelos nossos antepassados, negros oriundos devrios lugares d'frica, atravessando os sculos e chegando at nossos dias. As cantigas so um modode enaltecer e glorificar fatos e feitos relacionados com determinado rs, reportando-se mitologiadaquele rs.

    Louvar : elogiar, dirigir louvores, exaltar, enaltecer, etc. Isto ns o fazemos diuturnamenteno culto aos rs, de acordo com a herana a ns legada pelos nossos ancestrais negros que nosensinaram como faz-lo atravs dos sculos desde ento, da mesma maneira como eles o faziam.Essas maneiras so variadas e diversas, embora, aos olhos do leigo, possa parecer tudo a mesmacoisa.

    Dessas maneiras, a mais popular o ORIN (a cantiga-msica). Com ela ns louvamos

    qualquer orix ou imal (espritos). As cantigas so modos de enaltecer e glorificar os fatos e feitosrelacionados a determinado rs ou imal, reportando um acontecimento ligado mitologia daquelers.

    Portanto, aprender a cantar corretamente e rezar para louvar os Oris faz-se necessrio,inclusive para um maior conhecimento e entendimento das suas lendas.

    Texto de Altair TOgunAdaptado por Babalorix Fbio Ti Sang (Obagod)

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    Ex

    Es o primeiro orix a ser louvado no candombl, porque representa o princpio domovimento. Uma vez acionado preciso controla-lo, com respeito a qualquer movimento. A fome um dos motivos que leva o homem a se mover em direo a um objetivo. Es come demais. E, porcomerem as plantaes, que se diz que as formigas so de Es. Assim como a terra e osformigueiros. Os ps de qualquer animal tambm so de Es.

    Es mora nos caminhos mais diversos e controvertido. Tem um gnio travesso e faz o quelhe pedem. No tem noo de bem e de mal e se movimenta apontando o pnis para o lugar ondequer ir. No existe lugar no passado, presente ou futuro a que Es no possa ir. Tambm associado sexualidade a segunda fome humana.

    Filho primognito de Iemonj com Orunmila, o deus da adivinhao e irmo de Ogun, Xang eOxossi, era voraz e insacivel. Conseguiu comer todos os animais da aldeia em que vivia. Depoisdisso, passou a comer as rvores, os pastos, tudo o que via at chegar ao mar. Orunmila previu entoque Eu no pararia e acabaria comendo os homens, e tudo o que visse pela frente, chegando mesmoa comer o cu. Ordenou ento a Ogun que contivesse o irmo Es a qualquer custo. Para conseguirisso, Ogun foi obrigado a matar Es, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mesmoassim, depois da morte de Es, a natureza, os pastos, as rvores e os rios, tudo permaneceuressecado e sem vida, doente e morrendo. Um babala (representante de Orunmila na terra) alertouOrunmila de que o esprito de Es sentia fome e desejava ser saciado, ameaando provocar adiscrdia entre os povos como vingana pelo que Orunmila e Ogun haviam feito. Orunmila determinouento que em toda e qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orix, houvesse uma parte

    em homenagem a Es, e que essa parte seria anterior a qualquer outra, para que se mantivessesempre satisfeito e assim possibilitasse a concrdia.

    Ogun

    O orix Ogun um dos mais amados na cultura Yorub. Alm de ter sido o primeiro ferreiro,foi ele quem descobriu a fundio e inventou todas as ferramentas que existem. o patrono datecnologia e da prpria cultura, pois sem as ferramentas nada mais poderia ser inventado. At mesmoplantar, em grandes extenses, seria extremamente difcil. Tendo inventado as ferramentas, com afoice ele abriu os primeiros caminhos para o resto do mundo, o que d a ele o poder de abri-los oufecha-los. Com a faca ele fez o primeiro sacrifcio ritual, por isso sempre se louva Ogun durante estessacrifcios. Com o ancinho ele arou terras e plantou. Com a tesoura cortou peles e inventou os

    abrigos. Com o machado cortou rvores para construir abrigos. Com o martelo pode unir os troncoscom pregos, que ele inventou.Com a cunha pode levantar grandes pesos e assim aconteceu de Ogun, com a espada que

    forjou, poder guerrear e conquistar territrios para seu povo.No entanto, no quis ser rei, pois preferia os desafios ao poder. Continuou lutando e

    inventando para sempre.A guerra de Ogun, cujo nome significa exatamente guerra. Ogun nunca se cansa de lutar,

    costuma-se chamar por sua ajuda em situaes que extremamente difcil continuar lutando ouquando o inimigo extremamente forte. No se deve invocar Ogun toa, pois seu gnio eextremamente violento. um solteiro convicto. Teve muitas mulheres, mas no vive com nenhuma.Criou um filho adotivo, abandonado nas mos dele por Iansan, a deusa dos ventos e raios, que porsua vez o havia adotado de Osun, a deusa do amor e da riqueza. Um dos mitos sobre ele diz queOgun filho de Iemonj com Oduduwa. Desde criana sempre foi destemido, impetuoso, arrojado eviril, tendo se tornado sempre mais e mais um brilhante guerreiro e conquistado muitos reinos paraseu pai. No houve um s caminho que Ogun no tenha percorrido.

    Um irmo dedicado, Ogun tinha por Oxossi uma afeio muito especial, defendendo-o vriasvezes de seus inimigos e passando mesmo a morar fora de casa com Oxossi, quando este foi expulsode casa por Iemonj. Foi Ogun quem ensinou Oxossi a defender-se, a caar e a abrir seus prprioscaminhos nas matas onde reina. Ogun teve muitas mulheres, a principal delas Oy, guerreira comoele, tendo sido roubada por Xang, que seu irmo por parte de me. Ogun passou a viver sozinho,para a guerra e para a metalurgia.

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    Cantigas de Exus y, Lary ! (Viva s! Ou Salve s!)

    1A j k Barabo ago mojb, wa k sA j k Barabo ago mojb, e omod ko k kBarabo e mojb Elgbra s lnn.

    A ji qui Barab ago mojub au c xA j qui Barab ago mojub omd c cBarab mjub lbra Ex lon.Ns acordamos e cumprimentamos Barabo,A vs eu apresento meus respeitos,Que vs no faais mal.Ns acordamos e cumprimentamos BaraboA vs eu apresento meus respeitos.A criana aprende na escola ( educada, ensinada)Que a Barabo eu apresentei meu respeito, ele Senhor da Fora, o Ex dos caminhos.

    2Bar bebe Tirir lnns Tirir, Bar o bebe Tirir lnn, s Tirir.Bar bb tirir ln Ex tirirBar bb tirir ln Ex tirir, Ex TirirEx, ele realiza proezas maravilhosas,Tirir o Senhor dos Caminhos, Ex Tirir.

    3Xo Xoroque Odra, Odra bb ebo

    Xo Xoroque Odra, Odra bb eboXo Xoroque dara dara bab ebXo Xoroque dara dara bab ebOdara sobe, sobe (asceno), Odara o pai dosebsOdara sobe no fogo que ele prprio acendeu

    4s wa j wo mn mn ki wo OdraLary s wa j wo mn mn ki wo Odras awo.

    Exu a ju u m m qui u daraLari Exu a ju u m m qui u daraExu au.Exu nos olha no culto e reconhece, sabendo que oculto bom,Larie Exu nos olha no culto e reconhece sabendoque o culto bonito, vamos cultuar Exu.

    5Odra l sro, Esu Odra l sro lnnOdra l sro, Esu Odra l sro lnn

    dra l xor Exu dra l xor lndra l xor Exu dra l xor lnOdara pode tornar o caminho difcil,Ele o Senhor dos caminhos.

    6Odra s w p Exu Odra s w p lnnOdra s w p Exu Odra s w p lnnOdra x u p Exu Odra x u p lnOdra x u p Exu Odra x u p lnOdara corta e se banha demoradamente,

    Exu Odara corta e se banha demoradamente nocaminho

    7Elgbra s s kr krAkesan Bar s s kr kr.Elbra Exu x quer quereAks bar Exu x quere quere.Exu, o Senhor da Fora (do poder)Faz cortes profundos e pequenos,Aksan Exu do corpo, faz cortes profundos

    E pequenos (gbr).8A j ki ire ni s, s ka b ka b.A j ki ire ni s, s ka b ka b.A ji qui ir ni Ex, Ex c bi ca biA ji qui ire ni Exu, Exu c bi c bi.Ns acordamos e cumprimentamos felizes a Exu,E Exu conta como nascemos, Exu conta comonascemos.

    9E Elgbra Elgbra s AlyE Elgbra Elgbra s Aly lbra lbra Exu alai lbra lbra Exu alaiSenhor da Fora, Senhor do PoderSenhor da Fora, Senhor do PoderCumprimentamos o Chefe (dono do mundo)

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    Cantigas de Ogungn y, ptk or rs!

    (Salve gn, rs importante da cabea! ou, O Cabea dos rs importantes!)

    1gn j e mnriw, alkr j e mnriwgn pa l pa lnn gn j e mnriwEl ki f j w.Ogum aj manriu alcr aj manriuOgun pa l pa ln ogun aj manriu

    l qui fi j u.Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas depalmeira,Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas depalmeira,Ogun mata e pode matar no caminho, Ogun viajacoberto porFolhas novas de palmeira, o Senhor que toma banhode sangue.

    2

    wa nsir gn , r jojowa nsir gn , r jojor njjAu xir ogum ru jjAu xir ogum ru jjrum jjNs estamos brincando para Ogun com medo extremoSegredamos nosso medo, nos comportamoscalmamente, Mas com medo.

    3gn nt ew r, gn nt ew r

    Ba ss loko ri n ldegn nt ew rOgum nit eu r, ogum nit eu rBa Oxossi Ok ri naa ld, ogum nit eu rOgun tem que vender as suas ervas,Ogun tem que vender as suas ervas,Encontra-se com Oxossi nos arredores da fazendaOgun tem que vender suas ervas.

    4Alkr elnun alkr elnun

    Ae ae ae alkr elnun Alcor lnun alcor lnun A a a alcor lnun O Senhor do akor vangloria-se (de suas lutas)O Senhor do akor aquele que conta bravatas.

    5A lgn mje Ir, alda mji, mjiA lgum mej ire alda mji mjiNs temos sete Ogun em Ir o Senhor das duas espadas.

    6Sa Sa sa ogun o, gn ajo iku igbaleXa xa xa Ogun o, gn ajo eku baleOgun cortou, cortou, cortou.E foi bem recebido na terra

    7gn Onir onir gnAlakor onir, Ob de rungn Onire onire ogunAlakoro onire, Oba de orunOgun senhor de Ire, o senhor de ire e ogunProprietrio do akoro e senhor de ireRei que chega do cu

    8gn ni alagbe odmnriw odOd mnriwOgun ni alabedManriu odOd manriuOgun e o senhor da forja e caador

    Que se veste de folhas novas de palmeiraDe folhas novas de palmeira ele se veste

    9gn d ar rIr Ir gn jkr aw ad ar rIr Ir gn jOgn d ar rIr Ir Ogn jAkor w d ar rIr il ogun j Ogun de lutas que chegue a nsem feliz de IrOgun que luta de elmo que nos protege(Chegue a ns) faa a nossa casa feliz Ogun

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    Cantigas de ssOde k aro!

    Salve o caador!(Aquele de alta graduao honorfica)1Of yy figbOd figbOf yy figbOmorod

    Ofar ii fibOd fibOfar ii coxOmorodSeu arco e flecha so adequados para aflorestaPara caar na florestaSeu arco e flecha so adequados eapropriadosPara formar novos caadores

    2Arai Ode ar r okAw ns od lokOmo of k eronArai od arer okAuanis od loquOmo of aquerSenhor da Humanidade nosso bomcaadorNs o chamamos para aprendermos acaar

    Filho do arco e flecha que mata a caa3Arai Ode ar r okE omorod seke IrokArai od ar r okOni ew ligbArai od arer oquE omorod xeque irocoOnieul ibSenhor da Humanidade nosso bom

    caadorO filho do caador origina-se das folhasde irokoSenhor belo e poderoso da floresta

    4Omorod l jeniy Olwaiy

    Omorod l jeniy omorod lo igeniuaOluaiOmorod lo igeniuaOd coque

    O filho do caador aquele que pode punirSenhor da terraO filho do caador aquele que pode punir o caador que est no topo (acima de tudo)

    5Omorod kossi il arole ago mi IfOmorod kossi il arole ago mi IfKi kia OlwaiyOde kossi il arole ago mi Ifomorod cossil arole ago mi f

    omorod cossil arole ago mi fcoi coi oluaiod arole ago mi fO filho do caador no caa em casa;Ele pede licena arco e flecha.No nos castigue, no nos castigue Senhor da terraO caador pede licena para a casa.

    6Omorod lai laiOmorod ki aw j

    Agb aw bo owo lOko igbOmorod lai laiOmorod qui ua jAbauabo loco co iboOmorod oluaiFilho do caador para sempreFilho do caador para quem ns danamosNossa comunidade de agricultores o cultua na fazenda e no nobosqueO filho do caador o senhor da terra.

    7Omorod LOnOmorod Olwaiyomorod loniomorod oluaiO filho do caador o senhorO filho do caador o senhor da terra

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    8On ew on ewBru Bru BruOniu niuBer ber berEle possui veneno, Ele possui venenoQue nos amedronta (que mete medo)

    9 dar dar Irunmal dar l Bni u dar Irunmal Idar Idar irunmal Idar l b mi

    Idar irunmalEle independenteEle o irunmal independenteEle independente e pode tornar-metambmEle irunmal independente

    10Aw taf taf OdeAw taf taf AwoAw Ari

    Aw taf taf Odeau taf taf rodau taf taf auau araiau taf taf rodNosso arqueiro caadorNosso arqueiro de cor (negro)Da nossa humanidadeNosso arqueiro caador

    11

    Ode Ba n lAs Om orOd bainlAx omirO caador temO poder do segredo da gua

    12

    Lae lae on Tof OdeOde n TofLae lae oni tof dodOd ni tofO senhor caador dono do arco e flechaO caador tem o arco e flecha

    13Of Ode ob tafMa un ma un

    Of od ob tafMaun maunO caador do arco e flecha, o Rei arqueiroNo exagera, No exagera

    Cantigas de snynEw, ew !

    (Oh folhas, Oh folhas!)Kosi ew, kosi oris!

    (Sem folhas, sem orixs)

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    Prgn olow titn Prgn olow titnGbogbo prgn olow lsPrgn olow titn Peregun alau titun Peregun alau titunBobo peregun alaue lessPeregun alau titun

    Peregun o dono das folhas novas e frescasPeregun o dono das folhas novas e frescasTodos os pereguns cultuam as folhas novas e frescasPeregun o dono das folhas novas e frescas

    2

    Aw sor ki InnOd rodnPrgn olow titnaw xoro xi m

    odorodunperegun alau titunNs no cultuamos o fogoNos caminhos do rioPeregun dono das folhas novas e frescas

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    Abebe nbo, Abebe nboEw AbebeAbebe nbo, Abebe nboEw AbebeAbebe umb, abebe umbeue abebeAbebe umb, abebe umbeue abebeO abebe cultuamos, o abebe cultuamosAs folhas do abebe,

    O abebe cultuamos, o abebe cultuamosAs folhas do abebe

    4

    M jew P m sor M jew P m sor b lw mi, b lw mi

    M jew P m sorM ju p m sor M ju p m sor b lu mi, be lu miM ju p m sorEla a folha a quem demoradamente eufaloEla a folha a quem demoradamente eufaloEla me d suporte e me ajudaEla a folha a quem demoradamente eu

    falo

    5

    Er Irok izEr Irok esn iler iroko izer iroko sin ilA calma de iroko que quebra o ventoA calma de iroko que cultuamos emnossa casa

    6

    Ata k roj ew Aff k roj igb gunAta k roj ew Aff k roj igb gunata co roju eu

    a lel co roju ibogunata co roju eu a lel co roju ibogunPimenta no mais forte que a folhaVento no mais forte que a floresta de remdiosPimenta no mais forte que as folhasVento no mais forte que a floresta de remdios

    7

    Igba nb mi agu n OrAe aeIgba nb mi agu n OrAe aguIbabo x mi agu ni orAe aeIbabo x mi agu ni orAe aguCabaa faa-me crer em OrAe aeCabaa faa-me crer em Or

    Ae Agu

    8

    Itrr agu, agu itrrSa gbinitoror agu, agu itororxa gin ungida a cabaa, a cabaa ungidasomente um pouco

    9

    Agu ma Inn o pa idAgu ma Inn o pa ida Agu ma ina opa adaAgu ma ina opa ada ge no quer fogo nem faco que o matage no quer fogo nem faco que o mata

    10

    Ew, ew, ewAgu ifo to id Ifew, ew, ewagu isso to adfaFolha, folha, folhaDe agu quando quebra o vento ns cultuamos If

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    ObalwiyObaluai ou Omolu a energia que rege as pestes como a varola, sarampo, catapora e outras doenas de pele.

    Ele representa o ponto de contato do homem (fsico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. A aparncia das coisasestranhas e a relao com elas. Ele tambm rege as doenas transmissveis em geral. No aspecto positivo, ele rege e cura,atravs da morte e do renascimento.

    Diz o mito que Obaluai filho de Nan (a lama primordial de que foram feitas as cabeas oris humanas) eOxal, tendo nascido cheio de feridas e de marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, j que Nan seduziuOxal, mesmo sabendo que ele era interditado por ser o marido de Yemonj.

    Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varola, Nan o abandonou beira do mar, para que a mar cheia olevasse. Yemonj o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele atque ficasse curado. No entanto Obaluai ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram to feias que o obrigavam acobrir-se inteiramente com palhas. No se via de Obaluai seno suas pernas e braos, onde no fora to atingido.Aprendeu com Yemonj e Oxal como curar estas graves doenas. Assim cresceu Obaluai, sempre coberto por palhas,escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre srio e at mal-humorado.

    Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu s pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessemcomida e gua. Mas as pessoas assustadas com o homem coberto desde a cabea com palhas expulsaram-no da aldeia eno lhe deram nada. Obaluai, triste e angustiado, saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas.Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantaes, as mulheres ficaram estreis, as crianas cheias devarola e os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldioara o lugar, imploraram seuperdo e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.

    Ainda com fome e sede, Obaluai atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia,fazendo com que todo o mal acabasse. Ento homens os alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitashomenagens. Foi quando Obaluai disse que jamais negassem alimento e gua a quem quer que fosse, tivesse a aparnciaque tivesse. E seguiu seu caminho.

    Chegando sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixs. Como no se sentia bem entrando numa festa

    coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Ians, a deusa dos ventos, o viu nesta situaoe, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, j sem nenhuma marca, forte, cheiode energia e virilidade. E danou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluai e Ians se uniram contra o poderda morte, das doenas e dos espritos dos mortos, evitando que desgraas aconteam entre os homens.

    Os Yorub acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas principalmente que preciso ter conscincia do momento em que ele terminou, sabendo recomear aps um violento sofrimento.

    Obaluai rege tambm a fora da terra (herdado de sua filiao a Nan), a umidade dela (por sua adoo porYemonj) e as doenas das plantaes.

    smrOxumar a energia das cores, da luz, do sol aps as chuvas, do arco-ris, e por isso mesmo associado s

    serpentes, que so muito coloridas e poderosas.Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Obaluai, Nan e Oxal tiveram outro filho. Este era Oxumar.

    Contudo, como novamente eles haviam desobedecido aos preceitos de Orunmila, Oxumar nasceu sem braos e sempernas, com a forma de serpente, rastejando pela terra, e ao mesmo tempo com a forma de homem. Mais uma vezdecepcionada Nan abandonou Oxumar.

    Oxumar entretanto possua grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomover-se, possuaimensa astcia e inteligncia, aprendeu a subir em rvores, a caar para comer, a colher as batatas doces de que tantogostava, e a nadar.

    Orunmila, o deus da adivinhao do futuro, admirando-se e apiedando-se dele, tornou-o um orix belo, de setecores de luz, encarregando-o de levar e trazer as guas do cu para o palcio de Xang. Oxumar, portanto quem trazas guas da chuva e a ele que se pede que chova.

    Como seu percurso era longo, Oxal, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-ris quando tivesse essamisso a realizar. Com as guas da chuva, Oxumar traz as riquezas aos homens ou a pobreza. Oxumar vive com suairm Ew no fim do arco-ris.

    Nn

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    Nan a lama primordial, o barro, a argila da qual so feitos os homens. Dela saem seres perfeitos e imperfeitos,modelados por Oxal e cuja cabea preparada pelo sensvel Ajal.

    Dizem os mitos que antes de criar o homem, do barro, Oxal tentou cria-lo de ar e de fogo, de gua, pedra emadeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvaecia; no adquiria forma. O de fogo consumia-se,o de pedra era inflexvel e assim por diante. Foi ento que Nan se ofereceu a Oxal, para que com ela criasse os homens,impondo, contudo, a condio de que quando estes morressem fossem devolvidos a ela.

    Sendo o barro, Nan est sempre no princpio de tudo, relacionada ao aspecto da formao das questeshumanas, de um indivduo e sua essncia. Ela relacionada tambm, freqentemente, aos abismos, tomando ento ocarter do inconsciente, dos atavismos humanos. Nan tanto pode trazer riquezas como misria. Est relacionada, ainda,ao uso das cermicas, momento em que o homem comea a desenvolver cultura. Seja como for, Nan o princpio do serhumano fsico. E assim considerada a mais velha das Iabs (orixs femininos).

    Dizem os mitos que nunca foi bonita. Sempre ranzinza, instvel, sua aparncia afastava os homens, que delatinham medo. Como j vimos nos mitos de Obaluai o Oxumar , ela os gerou defeituosos, por ter quebrado umainterdio e mantido relaes sexuais com Oxal, marido de Iemanj. Abandonou a ambos, que foram criados por outrosorixs, e acabou sozinha quando Ew, para fugir de um casamento que sua me lhe impingia, foi morar no horizonte entreo cu e o mar.

    Cantigas de ObalwiyAtto! Omol Olk a j b sapada!

    (Silncio! O filho do Senhor o Senhor que grita, ns acordamos com medo e corremos de volta!)1Onl w wa ls rs

    Op ire onl w a ls rs Op ireE klb e klb sn sn sn snKlbE klb e klb sn sn sn snKlbnlu au lss orixpu ir nlu au a lss orix puir Clb Clb sim sim sim sim clb(2 x)O Senhor da terra est entre ns quecultuamos orix.Agradecemos felizes pelo Senhor da terraestar entre ns que cultuamosorix.Agradecemos felizes.Em sua pequena cabaa traz remdiospara livrar-nos das doenas.2 fom f oj r m f, aray nj jAray a nj onl, aray nj jAfm f ojr mf arai unjjArai a unjnil arai unjjEle contagioso, ele faz a limpeza.Seu olhar tira o contgio das doenas.A humanidade dana, dana a humanidadeNs danamos para o senhor da casaA humanidade dana3Omol p a jb a ko, onyOmol p a jb a ko, onyml pu a jb a c nii (2 x)Omol, vos pedimos que nos abenoe

    E nos ensine, senhor da boa memria4Olr jeny a pd, Olr paOlr jeny a pd, Olr paOlri ijninha a pad, Olorpa (2 x)O Senhor que mata, o Senhor que castigavem ao nosso encontro.5J a l ij, j a l ij, j a l ij,farad a l nj ngblJal ij jal ij jal ijAfarad al ij umblDance em nossa casa, dance. (3 x)Dando fora e energia nossa casa.Danando ele d proteo casa.6Aray a je nbo, Olbje a je nboAray a je nbo, Olbje a je nboArai aj umb, olbaj aj umb (2 x)Povo da terra, vamos comer e ador-lo, o senhor aceitoucomer.7 n a l jeny Ajgun t l jeny olwiyTl b oknrinO tl b oknrin wa ki lo kun tl b oknrinAbnilr b n je olwiy tl b oknrinn a l ijninha ajagun tl ijninha luaiTalab cunrin talab cunrin u quilocun talab cunrinAbnilr ibri nij luai talab cunrinEle pode fazer secar a cabea do homem,lev-lo embora e esculpir a cabea do homem.Ele pode fazer definhar, matar a cabea do homem. oexecutor, o que decapta sua cabea.

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    Ele o Senhor da terra, que definha edecapta o homem, ele pode nos castigar. Oguerreiro que pode castigar. Senhor daterra, que definha e decapta.8A j dglnn k wa sawo or, dg ilil, Dglnn k wa sawo or, dg ilil.A ji dagln qui u xar dag ililDagln qui u xar dag ilil

    Ao acordar pedimos licena ao senhor docaminhoAquele a quem fazemos o culto tradicional,d licena nossa casa, que pede licena no caminhoa quem ns fazemos o culto tradicional.9

    Omol p olre a wure e k bOmol p olre a wure e k bOmol pu olre aur cuab (2 x)Omol te pedimos Senhor da sorte, que use o teuFeitio para nos trazer boa sorte e sejas bem-vindo.10 jeny bb a sin e gbogbo wa l jeny bb a sin e gbogbo wa l ijninha bab a sim bb ul (2 x)Ele o pai que castiga, ns vos cultuamos, senhor, e toda nossa

    casa.11Kr nl awo, kr nl awo, s gbjeKr nl awo, kr nl awo, s gbjeCr unl au, kr unl au, x bj (2 x)Ele se dirige para ir embora do culto, ele vai embora do culto,ele aceitou comer.

    Cantigas de smrrb bo yi!

    Vamos cultuar o intermedirio que eltico(que se estica)!

    01Kke r l mi r l wa, kke r l mi r l waRa l mi r l wa, r l mi r l wa.Ququ ralmi ralu ququ ralmi ralu

    Ralmi ralau ralmi raluEm silncio, ele rasteja sobre mim,Rasteja sobre ns, rasteja sobre mim,Rasteja sobre ns.

    02smr d wa l smr d wa l o rbt, d wa l smrxumar deual xumardual rabat deual xumarO Deus do arco-ris (smr) chegou nossa

    casa,Deus do arco-ris. Ele chegou nossa casa e imenso(gigantesco). Ele chegou nossa casa, O Deus doarco-ris.

    03smr ta kr, ta kr, o ta kr

    smr ta kr, ta kr, o ta krxumar ta quere ta quere ta querexumar ta quere ta quere ta quereO Deus do arco-ris movimenta-se rapidamentePara adiante, adiante, adiante

    04Ll mo ri rbt, ll mo ri smr ,smr wll mo ri smr.Ll mor rabat ll mor xumar xumar ull mor xumarEle est sobre a casa, eu vi, ele imenso(gigantesco).Ele est sobre a casa, eu vi, Oxumar.Oxumar est sobre a casa, eu vi Oxumar

    05Alkr l mi alkr l woAlkr l mi alkr l woAlcr lmi alcor liuAlcr lmi alcor liuO Senhor do krest sobre mimO Senhor do krest sobre voc.

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    06Tmn, tmn-tmn smr a imn,Tmn, tmn-tmn smr a imnTimn timn-tman xumar a imanTimn timn-tman xumar a imanIntimamente, ns conhecemos OxumarIntimamente. Intimamente, ns conhecemosOxumar intimamente.

    07

    mntn y, mntn j mntn j, f f ofemntn y, mntn j rbt lrun

    Wul, mntn y, mntn j f f ofeAmantnhii amantn j Amantnhii amantn j fi fi fAmantnhii amantn j rabat lrun Uul amantnhii amantn j fi fi fEle conhece esta chuva , ele conhece estachuva,Ele usa feitio que o faz saltar muito alto, eleconheceEsta chuva, ele gigantesco no cu e fura a terra

    (adentra), eleConhece esta chuva, ele usa feitioQue o faz saltar muito alto.

    Cantigas de NnSl ba Nn Burk!

    Nos refugiaremos com Nn da morte ruim!

    01E Nn olwiy e pa e paE Nn olwiy e pa e pa

    nan oluuai pa pa nan oluuai pa paNan, a Senhora da terra, senhora da terra quemataNan, a Senhora da terra, senhora da terra quemata

    02E ti mn sn fn omoode, e ti mn j ,

    E ti mn sn fn omoode, e ti mn j . tman sanfum md ti man j tman sanfum md ti man jSenhora que sabe ser boa para os filhos doscaadores, ela sabe ser boa (protege).

    03d Nn ew, lew lew ed Nn ew, lew lew edi nan ni eu legua legua

    di nan ni eu legua legua A outa face (outro lado) de Nan bonita,A outra face de Nan bonita.

    04E taly j olwod ki wa jE taly j olwod ki wa j

    taliaj oluudo quiuaj taliaj oluudo quiuajSenhora que pode exasperar-nos numa viagemSenhora do rio (das margens) quando estamosviajando

    05

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    Aw l bmon ay Olko, Nn ay,Aw l bmon ay Olko, Nn ay.Au lbiman ai lc nan aiAu lbiman ai lc nan ai.Ns podemos tomar outra direo para termosalegriaDo nascimento de filhos. Nan lc (aquela quetem poderespara chamar um parente morto para aparecer comoEgngn),

    Faa-nos felizes; ns podemos tomar outra direopara termos a

    Alegria do nascimento de filhos.Nan lc faa-nos felizes.

    06 y wa r ni ayalde, y wa r ni ayalde. ua r ni aiald ua rni aiald.Ela a nossa me e amiga, ela Senhora da alta

    sociedade

    snOxum a fora dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua gua que

    mata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro que eterniza as idias dos homens nele materializada.Como as guas dos rios, a fora de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela d de beber as folhas de Ossain,aos animais de Oxossi, esfria o ao forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluai, compe a luz do arco-risde Oxumar.

    Oxum por isso associada maternidade, da mesma maneira que Yemonj. Por sua doura efeminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da gua, Oxum considerada a deusa do amor. AVnus africana.Como acontece com as guas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum, e tambm no

    podemos segura-la em nossas mos. Assim, Oxum o ardil feminino. A seduo. A deusa que seduziu a todosos orixs masculinos.Diz o mito que Oxum era a mais bela e amada filha de Oxal. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a

    todos seduzia pela graa e inteligncia. Oxum era tambm extremamente curiosa e apaixonada por um dosorixs, quis aprender com Orunmil, o melhor amigo do seu pai, a ver o futuro. Como o cargo de Olu (donodo segredo) no podia ser ocupado por uma mulher, Orunmil, j velho, recusou-se a ensinar o que sabia aOxum. Oxum ento seduziu Ex, que no pode resistir ao encanto de sua beleza e pediu-lhe que roubasse ojogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmil. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiupara a floresta em busca das Iyami Oxorong, as perigosas feiticeiras africanas, a fim de pedir tambm a elasque a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Ex h tempos, no ensinaram Oxum aver o futuro, pois sabiam que Ex j havia roubado os segredos de Orunmil, mas a fazer inmeros feitios

    em troca de que cada um deles recebessem sua parte.Tendo Es conseguido roubar os segredos de Orunmil, o deus da adivinhao se viu obrigado a partilhar comOxum os segredos do orculo e lhe entregou os dezesseis bzios com que at hoje jogam. Oxum representa,assim a sabedoria e o poder feminino. Em agradecimento a Ex, Oxum deu-lhe a honra de ser o primeiroorix a ser louvado no jogo de bzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim,Oxum tambm a fora da vidncia feminina. Mais tarde Oxum encontrou Oxossi na mata e apaixonou-sepor ele. A gua dos rios e as florestas tiveram ento um filho chamado Logun-Ed, a criana mais linda,inteligente e rica que j existiu.

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    Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausncias deste, Oxum foi seduzida pela beleza, ospresentes (Oxum adora presentes) e o poder de Xang, irmo de Oxossi, rompendo sua unio com o deus dafloresta e da caa. Como Xang no aceitou Logun-Ed em seu palcio, Oxum abandonou seu filho, usandocomo pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi v-la banhar-se no rio. Oxum pretendia abandon-losozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Ians, a deusa dos raios, que estava por perto.Oxum deu ento seu filho a Ians e partiu com Xang tornando-se, a partir de ento, umas de suas esposasprediletas e companheira cotidiana.

    OyIans a foras dos ventos, dos furaces, das brisas que acalmam, das coisas que passam como o

    vento, dos amores efmeros, sensuais, das tempestades, que assolam a existncia, mas no duram para

    sempre. Ians ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para aviva-lo mais e mais, eassim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambos tantogostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Ians era uma companheira perfeita para Ogum. Diz o mitoque Ians no podia ter filhos, por isso adotou Logun-Ed, filho abandonado por Oxum, e o criou durantealgum tempo.

    Diz o mito, tambm, que Ians era to linda que, para fugir ao assdio masculino vestia-se com umapele de bfalo, e saa para a guerra. Que era amiga to leal que foi ela a primeira a realizar uma cerimnia deencaminhamento da alma de um amigo caador ao orum (cu). Ians no parava jamais. Um dia em queXang foi visitar seu irmo Ogum e encomendar-lhe armas para a guerra, Ians (tambm conhecida comoOy) apaixonou-se por Xang, e partiu para viver com ele, deixando Logun-Ed com Ogum, que terminariade cria-lo. A partir de ento, tornou-se uma das trs esposas de Xang e com ele reina e luta, enviando seus

    ventos para limpar o mundo e anunciando a chegada dos raios e troves de seu amado.Lgn-OdeLogun-Ed, chamado geralmente apenas de Logun, o ponto de encontro entre os rios e as florestas,

    as barrancas, beiras de rios, e tambm o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentes pelasflorestas. Logun representa o encontro de natureza distintas sem que ambas percam suas caractersticas. filho de Oxossi com Oxum, dos quais herdou as caractersticas. Assim, tornou-se o amado, doce e respeitadoprncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as plantas, peixes e outros animais, sendoconsiderado ento o dono da riqueza e da beleza masculina. Tem a astcia dos caadores e a pacincia dospescadores como principais virtudes.

    Dizem os mitos que sendo Oxossi e Oxum extremamente vaidosos, no puderam viver juntos, poiscompetiam pelo prestgio e admirao das pessoas e terminaram separando-se. Ficou combinado entre eles

    que Logun-Ed viveria seis meses nas guas dos rios com Oxum e seis meses nas matas, com seu pai Oxossi.Ambos ensinariam a Logun a natureza dos seus domnios. Ele seria poderoso e rico, alm de belo. No entanto,o hbito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito da beleza do corpo de suame, de que tanto se falava nos reinos das guas, Logun-Ed vestindo-se de mulher fosse espi-la no banho.Como Oxum estivesse vivendo seu romance com Xang, tio de Logun, e Xang tivesse exigido comocondio do casamento que ela se livrasse de Logun, Oxum aproveitou a oportunidade para punir Logunabandonando-o na beira do rio. Ians o encontra, e fascinada pela beleza da criana leva Logun para casaonde, juntamente com Ogum, passa a cria-lo e educa-lo.

    Com Ogum, Logun-Ed aprendeu a arte da guerra e da forja, e com Ians, o amor a liberdade. Diz omito que Logun tinha tudo, menos o amor das mulheres, pois mesmo Ians, quando roubada de Ogum porXang, abandona Logun com seu tio, criando assim um profundo antagonismo entre Xang e Logun, j que

    por duas vezes Xang lhe tira a me.Em outro episdio Logun vai brincar nas guas revoltas (a deusa Ob, tambm esposa de Xang) eesta tenta mata-lo como vingana contra Oxum que lhe fizera uma enorme falsidade. Oxum, vendo em seujogo de bzios o que estava sucedendo com seu filho abandonado, pede a Orunmil que o salve e este, quesempre atendia s preces da filha de Oxal, faz uma oferenda a Ob que permite ento que os pescadoressalvem Logun-Ed, encarregando-o de proteger, a partir daquele dia,os pescadores, as navegaes pelos rios etodos os que vivessem beira das guas doces.

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    Cantigas de nRra Yy f d ri mn!

    (Me cuidadosa, aquela que usa coroa e olha seus filhos Rainha e Me)

    01Yy, yy, yy oya or omi wa on a t r efnE ba k s ayaba ya or omi wa on a t r efnIi ii ii I or omiu on ax tor efon

    E ob koss aiaba I or omiu on ax tor efonMame, mame, mame, nossa me dos segredos dasguas. Senhora do ax de Efon, Rainha do reinosagrado. Nossa me dos segredos das guas, Senhora doax de Efon.02K-K n omi or od, A yn m a yn mQuqu xum omixord, Anhim anhimAos poucos Oxum torna as guas dos rios sagradas.Aos poucos vos conhecemos03

    ya omi n ib odomi r ria l lI ominib domir orx llMe das guas profundas que correm nos riosOrix que paira sobre a nossa casa.04Yy e yy or od (2x)Olomi ay m or mn ff or odIi ii xord (2x)Olomi ai mxorm Fef xordMe que faz o rio ser sagradoSenhora das guas da Terra que do vidaaos filhos e torna o rio sagrado.

    05Olomi m, olomi m iyOlomi m iy nyin ayaba od. yy Alad n, n mi yy Olomima olomi maiOlomi mai nhinaba od ii .Alad Oxum, Oxum mi ii Senhoras das guas doces (sem sal)Sois a velha me do rio. mame.Oxum dona da coroa, Oxum minha me07Olwo b un OparOlwo b un iyaldeRw rw rw Olwo b un iyaldeOlb um OparOlb um ildReu reu reu Olb um ildA Senhora da espada OparSenhora da espada e primeira dama da sociedadeQue conta bravatas, senhora da espada e primeira damada sociedade

    08A ri b d omi ro, A ar wa omi roLat aj m ln omi ro, A ar wa omi roArib de omir a aru omirLati jx omoloxum omiro a aru omirNs vimos o brilho de sua coroa, a gua sagradapingou em nossos corpos para nos alimentar e nos

    preencher, filhos de Oxum, a gua sagrada pingou emns.09Omi nw m ln omi nw (2x)k -k n d oj m oj omi nw olwOminiu omoloxun ominiu (2x)Xeque-xeque naadoj maaoju ominu olouBanhem-se nas guas do rio filhos de Oxun, preso aquele que vai ao rio olha-laNs no espiamos, o banho da rica senhora.10Igb yw igb si n rw (2x)

    wa sn w yabIgb yw igb si n rwIbiu ib si oxum reuAu sim eua iabIbiu ib si oxum reuA cabaa da noiva para a bela OxumNs damos para a bela Iab11Ar wa omi wa (2x) yy n omi olwoAr wa omi waAru omiu(2x)

    O ii Oxum omi olouAru omiuNosso corpo nossa guaMe Oxum, a venervel senhora das guas12n ll imnl lomi, n llAyaba imnl lomiOxum lol imanl lm, Oxum lolAiaba imanl lm.Oxum que tratada com todas as honras,Senhora dos espritos das guas,Oxum que tratada com todas as honras.Rainha dos espritos das guas13Yy y olomi , yy y olomi .Ayaba aw iy n (2x)Iii olmi iii olmiAiab ui Oxum (2x)Me compreensvel, dona das guasOxum nossa rainha e me

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    Cantigas de yaEpa Hey! Oy Mesan run!

    (Salve Oy a me dos nove cus)

    01ya kooro nl geere-geereya kooro nl g r g rObrin pa kooro nl geere-geereya k m r lOi coro nil guer-guerOi coro unl gar garbirin xap coro nil o guer-guerOi qui a mrlOi tiniu na casa incandescendo brilhantementeOi tiniu com grande barulho afastando os raiosMulher arrasadora que ressoou na casasensualmente e inteligentementeA Oi cumprimentamos para conhece-la mais.

    02ya t ko t mu y y

    T mu yan yanOi to ko to mu i iTo mu ian ianOi que cria, cria o rodamoinhoCria o rodamoinho

    03Ta ni a pad lodo ya , od mu y-yTa ni a pad lodo ya, od mu y-yTani a pad lodo oi , odo mu i iTani a pad lodo oi, odo mu i ia

    O redemoinho do rio quem pode cessar Oi.Para que possamos voltar.

    04ya tt ya gbl,ya t-n-t ayabaya tt, ya t-n-t ya.Oi tt oi bal oi tunt aiabOi tt, Oi tunt Oi.Oi rapidamente varre a terra,Oi est no topo, a rainha.05Kooro nlti mo tu-m-b l ya yaCoro nil at motumbal oi oiOi ressoou na casa e eu a reverencieihumildemente.

    06 k gbal lr , k gbal (2x)Ada m d fi ar g ngbl k gbal lr iqui bal e lari, iqui bal (2x)Adamad far gamblO iqui bal lariNs a cumprimentamos tocando a terra que possuialto valorNs a cumprimentamos tocando a terraQue a sua espada no chegue at ns, nem useraios para cortar a casa onde vivemos.

    07ya kooro kooro , ya kooro kooro Oi coro coor, Oi coro coorOi tiniu, tiniu. Oi timiu, timiu

    08 ni laba-lb, lb On labalab, lab El (Oi) uma borboleta.

    09Olaff sor mn olaff sor mn.Oluaff sor oamam, oluaff sor omam.Dona dos ventos que sopram sobre os filhos.

    10ya d lr ni j kr ls jko nlOi d e lari onij cara losi joko unlOi chegou e ela possui alto valorEla quem pode baixar os raios e manda-losembora.

    11ya ngblr mu a ir (2x)Oi jambl jambl ara muxxr (2x)Proteja a nossa casa, senhora para quem brincamos

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    Cantigas de Lgn-dLgn akf!

    (Ele Logun, peguemos o arco e flecha)01Olw a kof r a kof r wo, a kofIj ij Lgn a kofOlu a cfar a cfar u a cfaIj ij lgun acfa.Rico senhor, pegaremos seu arco e flecha,

    Pegaremos seu arco e flecha para cultuarmos,Vamos pegar o arco e flecha e danar para Logun,Vamos pegar o arco e flecha.

    02A a ode Lgn Ode lgn n byA a ode Lgn Ode lof mnA a d lgun d lgun nibnhiA a d lgun de lfm.A a Logun caador, Logun caador assim,A a Logun caador, Logun caador tem arco e

    flechaE sabe us-los.

    03 , Lgn d l kk, , Lgn d l kk. Lgun dele coque Lgun dele coqueLogun chegou na casa e gritou alto (, ...)... Logun chegou na casa e gritou alto.

    04 inn ko d pa (2x)Bab or inn ko d pa ina ko d pBab xor ina ko d pQue o fogo no chegue a queimarPai crie dificuldadePara que o fogo no chegue a queimar

    05d loko aj nb d lokoOd loco aj umb od locO caador da fazenda, a tradio cultuamos, ocaador da fazenda

    06

    Br br lpa oj naAxa wa naBr br lpa oj naAwoBr br lapajuanaAxauana

    Br br lapajunanaAuAstutamente atira primeiro na direo do abutreE nos chama para verAstutamente atira primeiro na direo da ave

    07Ta ni mn gb lak Lgun Tan mab lacoxLogun

    Quem conduz primeiramente Logun

    08g l aw dgl l, g l aw dgl l.Agl au dagll, agl au dagll.Pedimos licena para a nossa casa,D licena para a nossa casa.

    09iy ba ni Logun d l r

    iy ba ni Logun d l wa.Ai ba nix Logun dlrAi ba nix Logun dluO rei da terra quem escolheu Logun que chegou sua casa,O rei da terra quem escolheu Logun que chegou nossa casa.

    10Lgn d k y k y, Lgn d k y k yIj ij fri ly, Lgn d k y k y

    Logun de cia cia, Logun de cia cia,Ij ij fir lia, Logun de cia ciaLogun o caador, no castiga.Quem tem a dana livremente no peito.

    11Lgn wa olr, Lgn a lanu a k njLogun u olri, Logun a lanu a qu unj

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    Logun nosso comandante, para Logun Que abrimos a boca gritando e danando.

    Sango

    Xang a fora representada pelo som do trovo, Xang a terra firme. um orix que representa opoder em todas as suas dimenses: da riqueza, da seduo, da justia, da fora fsica, da inteligncia. irmode Ogum, por parte de me, e tambm de Oxossi, sendo um filho mais caseiro e prximo de Yemonj.

    Xang apaixonou-se por sua me Yemonj, perseguindo-a por longo tempo at que ela, cansada, caiu

    e Xang a possuiu. Deste incesto nasceram outros orixs, filhos de Yemonj e Xang, entre eles os Ibejis.Xang era extremamente mulherengo e competitivo, tendo roubado as mulheres favoritas de seus dois

    irmos, s quais seduziu com sua beleza, inteligncia e poder, pois ele reinou sobre todas as terras e tevecomo esposas Osun, a deusa do amor e da beleza, roubada de Oxossi, o deus das matas, e Iansan, a sensualdeusa dos ventos e tempestades, roubada de seu irmo Ogum, o deus da guerra. Ele manteve sempre trsesposas, sendo a terceira delas a poderosa Oba, guerreira forte, a nica a enfrentar Ogum numa luta fsica(embora, perdendo a luta) e senhora dos segredos da cozinha, aos quais Xang no resistiu, embora Ob nofosse uma mulher bonita.

    Em suas lutas Xang conta sempre com a vidncia e magia da deusa dos rios, Osun , com a coragem eimpetuosidade de Iansan e com a fora bruta de Ob. Xang mora num palcio nos cus, onde prepara aschuvas para sua me Yemonj. Tem poderes secretos, e seu machado (o Ose) o portador de sua justia. O

    barulho dos troves o machado de Xang caindo do cu para fazer justia.

    Yemonja

    Yemonja considerada o princpio de tudo, juntamente com Oduduw. Iemanj o mar que alimenta,que umidifica e energiza a terra, e tambm o maior cemitrio do mundo. Representa ainda as profundezas doinconsciente, o movimento rtmico, todas as coisas cclicas, tudo que se pode repetir infinitamente. A foracontida, o equilbrio. a yab dona de todos os oris (cabeas).

    Iemanj uniu-se a Oxal, a criao, e com ele teve os filhos Ogum, Oxossi e Xang. Como seus filhos

    se afastaram, Iemanj foi aos poucos se sentindo mais e mais sozinha e resolveu correr o mundo, at chegar aOker, onde foi adorada por sua beleza, inteligncia e meiguice. L, o rei Alafin apaixonou-se por ela,desejando que se tornasse sua mulher. Iemanj ento fugiu, mas o rei colocou seus exrcitos para persegui-la.Durante sua fuga, foi encurralada por Oke (as montanhas) e caiu, cortando seus enormes seios, de ondenasceram os rios.

    Conta-se que a beleza de Iemanj tamanha que seu filho Xang no resistiu a ela e passou apersegui-la, com o desejo incestuoso de possu-la. Na fuga, Iemanj caiu e cortou os seios, dando origem asguas do mundo e aos Ibejis, filhos de Xang com Iemanj. Outro mito ainda narra a seduo em sentidocontrrio. Iemanj quem persegue seu filho Xang e este quem foge.

    Representando o inconsciente, Iemanj considerada tambm a dona das cabeas, no sentido de serela quem d o equilbrio necessrio aos indivduos para lidar com suas emoes e desejos inconscientes.

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    Cantigas de ngba ka wo, k biy si?

    Podemos olhar Vossa Real Majestade?(Porque era considerado grande honra poder olhar o ba erguendo a cabea diante dele)

    1wa dp ba dod, wa dup ba dodwa dp ba dod, wa dup ba dodAu dup ob dod au dup ob dodAu dup ob dod au dup ob dodNs agradecemos a presena do Rei que chegouNs agradecemos a presena do Rei que chegou

    2A dp ni mn ba k al ( kal)A dp ni mn ba k al w, wNil, a dp ni mn ba e k ale.Adup ni mob ecalAdp ni mob ecal u uNil adp ni moba ecal.Ns agradecemos por conhecer o Rei,Boa noite a Vossa majestade! Ele veio,Est na terra; agradecemos por conhecer o Rei.Boa noite Vossa Majestade.

    3F l f l Ymnja w kun, Ymnja wkung fir mn, ago fir mn jk w baar, baarwa d f l f l Ymnja wkun.

    Fl fl iemanj ucum iemanj ucumAgo firimam ago firimam ajac u baar baarAud fl fl iemanj ucumEla quer a terra, quer terra (cho) Yemanj vem parao mar,Yemanj nada no mar, d-nos licena para vermosatravs dosSeus olhos e conhecermos Ajak, que vem numpoderoso cavalo,Num poderoso cavalo chegou at ns, ele gosta deterra, gosta

    De cho, Yemanj (gosta) de nadar no mar.

    4ngb ngb did ngbho, d ni mSy , n oXamb xamb dide nbrr ode nimSinhii n o

    Ele executou feitos maravilhosos, feitosmaravilhososE pairou sobre gbho, os caadores sabem disto.

    5n Dda , g l rin Dda , g l rOn dada ago larOn dada ago larSenhor Dad permita-nos v-loSenhor Dad permita-nos v-lo

    6Dda mnsj mn, Dda mnsj mn fr n fr, gb lrunBb kn lnn a ri.Dada massj omam dada massoj omam fer n fer blorumBab quin lona arDad conhecedor dos filhos pela simples viso, franco, tolerante, ele vive no cu o pai que olha por ns nos caminhos

    7Bay knkn bay lBay knkn bay l

    Bay ad, Bay olwBanhi quinquim baanhi olBanhi quinquim baanhi olBanhi a pu, banhi oluD-nos um pouco de perseverana,Perseverana para que sejamos honrados,Sua coroa perseverante e rica!(D-nos perseverana e riqueza)

    8Fura tinn ba fura tinn, fura tinonr l si s jFura tinn ob fura tinn fura tinnAr los sajDesconfie do fogo, desconfie do fogo do rei,Desconfie do fogo

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    O raio a certeza de que ele queimar.

    9Iba ri, iba OnlOnil mo juba awoIb orix, ib nilnilmojubuRei Orix, rei e senhor da Terra,Senhor da Terra, meus respeitos para cultuar-vos

    10 ar in a lde oBara en j, nia r koba n ko wn so n r l oBara en j, nia r ko nka wn nb lrun krj nka wn nb lrunKrj gtnten pd w lnn nka si rel ar in a lde o

    Bara en j, nia r koOn ma, ni w jBara en j, nia r ko arain alod Bra enij eni rocoOba nunkosso nu releBra enij eni rocnic aumb lrm querejnic aumb lrmQuerej agutIten pad u lon

    Onic sirelO arain alode Bra enij eni rocOn maa, nu ejBra enij eni rocCultuam seu raio quando este os circunda; no bra(mausolu real), eles vo apresentar seus respeitosaquele que foi coroado,Vosso raio ao redor; no mausolu real eles voapresentar seus respeitos, aquele que foi coroado.Ele contou os que caram no caminho, por

    desrespeitarem-no, ele contou os que ele abenoouno caminho, que lhe deram sangue de carneiro.Ele os governa, e eles o encontram no caminho erendem-lhe seus respeitos (homenagens).

    11ba r wa f yn sn, ba r wa f yn snba ni Lay gb lrun, ba r wa f yn sn

    Ob xru finhim sim, Ob xru finhim simOb ni lai o blorum, Ob xru finhim simRei com o xre que queremos cultu-lo,Rei com o xre que queremos cultu-lo.Rei da Terra que vive no cu,Rei com o xre que queremos cultu-lo.

    13Gb y l onl lk baynnGb y lBanhii lax onil lqu baianiBanhii laxeEle possui um ax enorme, senhor da riquezaQue governa acima das coras.

    14ng pa bi r ay ay

    ng e pa bi r ay ayXang p bi ar ai aiXang p bi ar ai aiXang mata arremessando raios sobre a TerraXang mata arremessando raios sobre a Terra

    15Fr nn fr nn, Fr nn biynjM nn, m nn, Fr nn biynjFiriin firiin firiin banhiunjM in m in firiin banhiunjEle expediu rapidamente o fogo,

    Expediu rapidamente o fogo. Ele expediurapidamenteO fogo de pouca intensidade(pouca luz).No nos mande fogo, no nos mande fogo,Ele expediu fogo de pouca intensidade.

    16wre l wre l kl, wre l wre l klwre l wre l kl, wre l wre l klwa b nyin ma ri wa jal, wre l,wre l kl

    Aurl aurl cl, aurl aurl clAurl aurl cl, aurl aurl clAu b ninhiim mar au jal aurlaurl clAbenoe-nos e traga boa sorte nossa casa,Que ela no seja reoubada, abenoe-nos e tragaBoa sorte nossa casaNs que vos cultuamos, jamais veremos nossa casa

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    Roubada, abenoe-nos e traga boa sorte para nossaCasa, e que no venham ladres.

    17 f lb, lb, f lb f lb, lb, f lb f lab lab f lab f lab lab f labEle usa bolsa de couroEle usa bolsa de couro

    18 jgn wa l np jgn nlJgn wa l np jgn nlE k Ymnj g, Tapa TapaE k Ymnj g, Tapa Tapa jingan aul o jingan unlJingan aul unpu jigan unl qui iemanj ag tpa tpa qui iemanj ago tpa tpa

    Ele imenso, o maior de nossa casa, ele gigantesco,Em nossa casa o chamamos de grande entre osgigantes.Vs que cumprimentais YmnjaPedindo licena a nao Tapa.

    19ba rw l mi j j kt ktAwod r ba rwOb xreu lmi jj cutu cutu

    Aud r xe ob xreu.Rei que escolhe a beleza, Senhor que me conduzSerenamente, antes do culto chega com seu ox,O Rei que escolhe a beleza.

    20T e to r l to, ng t r l,(2x)To triol to xang toriol (2x) imensa, imensa a riqueza que eu vi,Xang, imensa a riqueza que eu vi.

    21ba n r lk od, ber mn,ba n r lk od, ba kso ayOb nix r lqu od ober omanOb nix r lqu od ob css aioEle o rei que pode despeda-lo sobreO pilo; aquele que cumprimenta militarmenteOs filhos, ele o rei que pode despeda-lo

    Sobre o pilo. Rei coroado no templo sagradoCom alegria.

    22M inn inn, m inn wa, inn inn ba ksoM inn inn, olko s aray, m inn innba kso aray, m inn, m inn inn.M in In m In In u In In ob cssM In In oloc s arai m In InOb css ari m in, m In In

    No mande fogo, no mande fogo sobre ns,Vos pedimos em vosso templo sagrado, no mandefogo;O fazendeiro pede pela humanidade, no mande ofogoRei que governa a humanidade, no mande o fogo,No mande o fogo.

    23Alkso mo juba lo si ba nyinba tan j l sb l s ba nyin.

    Alcss mojub l so ob ninhiim.Ob tanj l sib l si ob ninhiim.Aquele que nos governa, a vs meus respeitos,Ns iremos a vs, rei a quem iremos,Fazer o relatrio.

    24A sn e doba rr y l sb nyinA sn e doba rr y l sb nyin

    A sim doba arAr inhin l sib ninhiim.A sim doba arAr inhin l sib ninhiim.Ns vos cultuamos rei dos raiosQue estes raios vo para longe de nsNs vos cultuamos rei dos raiosQue estes raios vo para longe de ns

    25Aira l l,a ire l l

    A ire l l, a ire l lAir l l, a ire l lA ire l l, a ire l lAir est feliz, ele est sobre a nossa casa.Estamos felizes, ele est sobre a nossa casa.

    26Agnj ri awo gbni,

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    Agnj ri awo gbni,wre, ng wre gbni gbnigbni, wre ng wre.Aganj orix au bniAganj orix au bniAur xang aur bni bni

    bni aur xang aurAganj orix do culto gbni,Aganj orix do culto gbni,D-nos boa sorte, Xang, nos dBoa sorte, gbnigbniD-nos boa sorte, Xang, nos d boa sorte.