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LITERATURA INFANTIL: ORIGEM NO BRASIL E SUA IMPORTÂNCIA CHILD LITERATURE: ORIGIN IN BRAZIL AND ITS IMPORTANCE Juliana da Silva sobrinho- [email protected] Larissa Joaquim- [email protected] Roberta Bruno de Albuquerque- [email protected] Graduandas do Curso de Pedagogia - UniSalesiano/ Lins Dr. Adriana Monteiro PiromaliGuarizo– [email protected] Docente UniSALESIANO/ Lins RESUMO O presente artigo apresenta momentos importantes para a literatura brasileira, tais como o surgimento da literatura no Brasil e como ela vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Tem como principal objetivo apontar aos leitores a importância que a leitura diária tem para a vida dos alunos, por isso mesmo deve ser incentivada sua utilização desde os primeiros meses de vida da criança. O artigo traz à tona a importância de uma didática ritualista por parte do professor, para que os alunos se habituem à leitura e que, desta maneira, notem a importância e o espaço que a leitura possui em suas vidas. Este artigo foi escrito com base nas pesquisas que as alunas vêm desenvolvendo para o Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia. Palavras-chave: Literatura. Literatura Infanti l. História da Literatura Brasileira . ABSTRACT This article presents important moments for Brazilian literature, such as the emergence of literature in Brazil and how it has been developing over the years. Its main objective is to point out to readers the importance that daily reading has for 1

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CANAIS DE MARKETING

LITERATURA INFANTIL: ORIGEM NO BRASIL E SUA IMPORTÂNCIA

CHILD LITERATURE: ORIGIN IN BRAZIL AND ITS IMPORTANCE

Juliana da Silva sobrinho- [email protected]

Larissa Joaquim- [email protected]

Roberta Bruno de Albuquerque- [email protected]

Graduandas do Curso de Pedagogia - UniSalesiano/ Lins

Dr. Adriana Monteiro PiromaliGuarizo– [email protected]

Docente UniSALESIANO/ Lins

1

RESUMO

O presente artigo apresenta momentos importantes para a literatura brasileira, tais como o surgimento da literatura no Brasil e como ela vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Tem como principal objetivo apontar aos leitores a importância que a leitura diária tem para a vida dos alunos, por isso mesmo deve ser incentivada sua utilização desde os primeiros meses de vida da criança. O artigo traz à tona a importância de uma didática ritualista por parte do professor, para que os alunos se habituem à leitura e que, desta maneira, notem a importância e o espaço que a leitura possui em suas vidas. Este artigo foi escrito com base nas pesquisas que as alunas vêm desenvolvendo para o Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia.

Palavras-chave: Literatura. Literatura Infantil. História da Literatura Brasileira.

ABSTRACT

This article presents important moments for Brazilian literature, such as the emergence of literature in Brazil and how it has been developing over the years. Its main objective is to point out to readers the importance that daily reading has for students' lives, Therefore, its use should be encouraged from the earliest months of the child's life. The article brings to light the importance of a ritualistic teaching by the teacher, so that students get used to reading and thus notice the importance and space that reading has in their lives. This article was written based on research that the students have been developing for the Pedagogy Course Conclusion Work.

Keywords: Literature. Children's literature. History of Brazilian Literature.

INTRODUÇÃO

Justifica-se a importância da leitura por esta desenvolver conhecimento de mundo, imaginação, criatividade, inovação e experiência.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, a leitura deve ser introduzida na vida da criança a partir dos primeiros meses de nascimento, com a participação dos pais e familiares, os quais devem realizar leituras em voz alta, na mais tenra idade, para que a criança seja um futuro leitor proficiente. Isto posto, espera-se que a criança, ao ingressar na vida escolar, desde a Educação Infantil, tenha contato com a leitura diariamente, para que a leitura, desse modo, seja parte de sua formação (BRASIL, 2017).

Atualmente, as pessoas buscam mais praticidade, pois, com a correria do dia a dia, não há muito tempo disponível para momentos de leitura. Nos momentos em que se lê, a leitura, com raríssimas exceções, é buscada por meios de fácil acesso e compactos, meios modernos da tecnologia, o que gera, na maioria das vezes, uma leitura superficial, sem fundamentos ou sem qualquer conteúdo de aprendizagem (NÉRI; MORENO, 2012).

Com o aumento da tecnologia digital, muitas pessoas acabam deixando os livros de lado em busca de informações online. Dados da edição de 2015, da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, apontam que 30% da população brasileira nunca sequer comprou um livro. Quando foi perguntado o que gostavam de fazer no tempo livre, 73% da população questionada respondeu assistir à televisão, apenas 24% da população questionada respondeu ler livros (RODRIGUES; MARIA FERNANDA, 2016).

Para Lajolo:

Somos um povo telespectador; não somos nem nunca fomos um país de leitores. Somos um povo sem tradição escrita. E estamos chegando à era do descartável, quando a literatura, como prática, corre o risco de tornar-se igualmente descartável (1982, p. 95).

Em outras palavras, muitos veem a leitura como sinônimo de algo cansativo, e isso decorreda falta de estímulo e gestão inadequada das aulas com leitura.

Geralmente, as aulas de leitura são algo forçado, de escolha do professor e de nenhum interesse do aluno, que tem de fazer uma leitura de determinado livro em um espaço de tempo determinado e, ainda, muitas vezes, fazer uma espécie de texto analítico ou crítico que, muito provavelmente, será objeto de uma “nota”.

Nesse contexto, o aluno cresce achando que leitura só serve para isso, para ser analisado, criticado, pensar no que o autor estava pensando quando escreveu aquele texto, “[...] cobrança nunca foi passaporte ou aval pra vontade, descoberta ou pro crescimento de ninguém” (ABRAMOVICH, 1997, p. 148), mas, quando, na verdade, a leitura deve ser algo ensinado de maneira livre, sem cobranças e obrigações, ouvindo o que as crianças têm a dizer sobre o que gostariam de ler ou escutar, buscando maneiras de alcançar o previsto.

Desenvolver o ensino da literatura infantil na sala de segunda etapa da Educação Infantil favorece a inserção da leitura na vida de uma criança, pois a literatura infantil encoraja as crianças a imaginarem um mundo diferente, que possa ter desde bonecas falantes até espiga de milho com paletó, como na obra de Monteiro Lobato (1882-1948), que criava suas histórias espelhando-se em um mundo onde queria viver (LAJOLO; ZILBERMAN, 1987).

Para que uma pessoa possa se envolver em uma atividade de leitura é necessário que sinta que é capaz de ler, de compreender o texto que tem em mãos, tanto de forma autônoma como contando com ajuda de outros mais experientes que atuam como suporte e recurso (SOLÉ, 1998, p. 42).

A literatura infantil é o alicerce principal para as crianças iniciarem o gosto pela leitura, durante sua construção de conhecimento de mundo, por meio de diversos gêneros textuais.

1 SIGNIFICADO DE LITERATURA

Para poder dar continuidade a este trabalho de conclusão de curso é necessário, primeiramente, compreender o significado de literatura. No dicionário Aurélio de língua portuguesa (FERREIRA, 2001, p. 461), literatura significa: “1. Arte de compor trabalhos artísticos em prosa ou verso; 2. O conjunto de trabalhos literários dum país ou duma época”.

Em latim, literatura significa uma instrução, um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as técnicas da gramática, da retórica e da poética. Literatura, no sentido original, significa letras, e levar em consideração seu uso histórico, durante muito tempo, significava apenas aquilo que era projetado através da escrita, porém literatura deve ser tratada na questão artística, junto com a música, artes plásticas e afins. (DIANA, 2015)

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e, portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso. (PESSOA, 1999, p. 117.)

Historicamente, a literatura deu-se início de maneira oral, quando as palavras escritas ainda não faziam parte da vida das pessoas e os humanos vivam em tribos, lutando com as forças da natureza, e quando suas primeiras canções e histórias eram transmitidas através da voz, apesar de sua origem etimológica vir do latim "litteris", que significa "Letras". Quando os humanos começaram a se familiarizar com símbolos dotados de significados, passaram a transmitir seus conhecimentos através de desenhos e símbolos feitos nas paredes das cavernas. (MARTINS, 2015)

Quando Aristóteles descreve os gêneros literários em sua obra Arte Poética, ele a chama de poesia, palavra de origem grega, que era usada como sinônimo de processo criativo. Porém, mais tarde, a palavra poesia passou a significar um gênero próprio. Aristóteles acreditava que toda criação artística era uma imitação, uma recriação da vida. Essa imitação da vida é conhecida como mimese, esse termo surgiu com a tentativa de Platão de definir o vocábulo em seus diálogos. (MARTINS, 2015)

Literatura é a técnica de usar as palavras com criatividade e originalidade, assim como o pintor usa tintas para fazer um quadro e levar sua mensagem ao mundo, o literato faz uso das palavras para expressar suas ideias e emoções. O artista das palavras pode retratar uma realidade objetiva ou, simplesmente, criar um mundo subjetivo, interpretando a realidade a seu modo, que seria a verossimilhança, que é algo passível de uma verdade, e não uma verdade absoluta. A realidade literária pode estar em desacordo com a realidade sensível, objetiva. (ARAUJO, 2018)

Durante o estudo de mimeses, dá-se a entender de que a literatura é uma imitação da vida, que a literatura seria uma mera arte de imitação, porém literatura é a forma mais complexa de conhecimento, ao utilizar um movimento literário, uma escrita literária, não está imitando a vida, mas, sim, recriando uma nova vida, dessa maneira, a arte não imita a vida e sim recria uma nova vida. (PIRES, 2017)

A literatura é mais do que decodificar códigos, deve despertar emoções. De acordo com Rildo Cosson, pode-se afirmar que:

A literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar e a expressar o mundo por nós mesmos. E isso se dá porque a literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um conhecimento a ser reelaborado, ela é a incorporação do outro em mim sem renúncia da minha própria identidade. [...] A experiência literária não só nos permite saber da vida por meio da experiência do outro, como também vivenciar essa experiência. Ou seja, a ficção feita palavra na narrativa e a palavra feita matéria na poesia são processos formativos tanto da linguagem quanto do leitor e do escritor. (2006, p. 17)

A literatura é de grande serventia para a natureza ao redor do homem, e a história e a literatura são elementos comuns entre si e de extrema importância para o homem em busca de um futuro melhor. (MARTINS, 2015)

Literatura é uma mistura entre o processo cultural e artístico, quando se pensa em cultura, cultura é tudo aquilo que o homem faz com a natureza ao seu redor, arte é também aquilo que o homem faz com a natureza ao seu redor, mas pensando na questão do belo, da estética. Por esse motivo, a literatura é considerada uma arte. A literatura se reveste de grande importância, porque é a expressão do ser humano e da vida, e porque retrata épocas, costumes e ideias de um tempo já passado. (JAMILK, 2018)

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de língua portuguesa:

A literatura não é cópia do real, nem puro exercício de linguagem, tampouco mera fantasia que se asilou dos sentidos do mundo e da história dos homens. Se tomada como uma maneira particular de compor o conhecimento, é necessário reconhecer que sua relação com o real é indireta. Ou seja, o plano da realidade pode ser apropriado e transgredido pelo plano do imaginário como uma instância concretamente formulada pela mediação dos signos verbais (ou mesmo não verbais conforme algumas manifestações da poesia contemporânea). (BRASIL 1997, p. 29)

Literatura é um objeto social, precisa ser produzida e lida, através dela pode-se conhecer como era uma determinada época no mundo ao se ler um livro publicado anos antes, pode-se reconhecer como era a sociedade da época, e pode-se aprender com os erros e atitudes dos personagens, podendo trazer a experiência para a vida atual. (JAMILK, 2016)

2. A LITERATURA BRASILEIRA

A literatura brasileira originou-se da literatura grega e romana que, ao longo de sua construção, passou por diversos gêneros literários. A literatura brasileira começou com a chegada dos portugueses no século XV, marcada pelo Quinhentismo, com a literatura de informação e de catequese, com o propósito de informar a nobreza de Portugal sobre as novas terras e catequisar os nativos, já que os portugueses colonizadores não aceitavam a religião dos nativos. Um dos principais nomes de autores literários da época e que simbolizava a literatura da informação foi Pero Vaz de Caminha (1450-1500) que é considerado o primeiro autor do primeiro texto literário do Brasil, com “A Carta de Pero Vaz de Caminha” datada no dia 01 maio de 1500, informando o descobrimento de novas terras ao Rei Dom Manuel I de Portugal. (VILARINHO, 2018)

Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer (CAMINHA, 1500, apud MARQUES; BERUTTI; FARIA, 2001, p.1 ).

E outro autor que representa a literatura de catequese foi o jesuíta Padre José de Anchieta (1534-1597), com sua chegada ao Brasil em 1553, utilizava a literatura para converter os índios ao cristianismo. (VILARINHO, 2018)

A literatura Barroco surgiu no final do século XVI e início do século XVII, literatura caracterizada pelos contrastes, dilemas e oposições. O homem era desafiado a mudar e ir contra a reforma, preservava a religião em busca da salvação divina. O autor Bento Teixeira (1561-1618), considerado o início literário do Barroco brasileiro, no ano de 1594, assassinou sua esposa, e durante sua prisão redigiu o poema “Prosopopeia” (1601), que deu início ao Barroco brasileiro. ( GOMES, 2015).

Na segunda metade do século XVII, iniciou o período literário Arcadismo, com referências à mitologia grega, características reformistas, segundo o livro “História Concisa da Literatura Brasileira” (2006) de Alfredo Bosi, houve dois momentos do Arcadismo no Brasil o Ideológico com influencias filosóficas do Iluminismo e o Poético que valorizava a natureza e mitologia. (MARINHO, 2019).

Entre o final do século XVIII e até o final do século XIX, foram caracterizadas pelo Romantismo, que visava à visão do mundo centrada em si mesmo, obras construídas retratando dramas pessoais. Esse período foi marcado pela Independência do Brasil (1822), também marcado por um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias (1823-1864), poema que ressalta os valores naturais do Brasil e demonstra aversão aos valores de portugueses. (ARAUJO, 2017)

Ainda no século XIX até o século XX, surgiu o Realismo período que seguiam tendências filosóficas do Positivismo, os escritores eram inversos do período literário Romantismo e assumiram uma postura cientifica aos fatos. Nesse período foi de Machado de Assis (1839-1908), que é considerado um dos melhores escritores brasileiros, suas primeiras obras literárias de foram publicadas como folhetins de jornais da época, entre suas obras estão os livros mais conhecidos do Brasil “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881) e “Dom Casmurro” (1900), Machado de Assis até seu decesso deixou para a literatura brasileira mais de 200 contos, 10 romances, entre outras demais publicações de diversos gêneros. Sobras focavam-se na escravidão, mulheres, filosofia, solidão, homossexualidade, papeis social e loucura. (NACIMENTO, 2016)

O Simbolismo também surgiu no século XIX, que teve uma caraterística de reviver o Romantismo, inspirado pela atmosfera mística, mental e espiritual. O Simbolismo literário brasileiro se iniciou com prosa e poesia de Cruz e Sousa (1861-1898). (NACIMENTO, 2016)

No século XX se inicia o Modernismo, responsável por transformações nas mais diversas manifestações artísticas, entre elas, a literatura. O Modernismo foi constituído por três fases. A primeira (1922-1930), caracterizou-se pela reconstrução da cultura brasileira, abolição da visão de colonizados, ironia e crítica social.Um dos escritores da primeira fase do Modernismo foi Oswald de Andrade (1890–1954), considerado revolucionário e uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. (SILVA, 2018)

A segunda fase do Modernismo (1930-1945) caracterizou-se pelo interesse por temas nacionalistas, romance focado diretamente nos fatos, romance de caráter documental, uma das escritoras dessa fase foi Cecília Meireles (1901-1964), que é considerada a primeira grande escritora da literatura brasileira, abordando, em suas obras, reflexão filosófica e existencial. Também exerceu atividades na educação, fundando a primeira biblioteca infantil do Brasil. Foi com o livro “Viagem” (1937), que Cecília Meireles se consagrou na literatura brasileira no Modernismo. Outro escritor que marcou essa segunda fase do Modernismo (e que até hoje é lembrado e é considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira é o escritor Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)), com linguagem objetiva em suas obras, poemas, livros em prosa e alguns de temática infantil. (SILVA, 2018)

A terceira e última fase do Modernismo (1945-1960), essa fase também conhecida por Geração 45, que caracterizou na literatura brasileira por regionalismo universal, objetivismo, valorização da métrica e da rima, liberdade e metalinguagem. Entre os escritores esta Guimarães Rosa (1908-1967), foi um dos principais representantes do regionalismo brasileiro, utilizado uma linguagem popular, Guimarães Rosa inovou a literatura. E, também,Clarice Lispector (1920-1977), que até os dias atuais é consagrada, sua escrita foi marcada pela inovação, pelo tom intimista, o indivíduo, com sentimentos e sensações em suas obras. (SILVA, 2018)

Entre os séculos XX e XXI surge a literatura Contemporânea, vários movimentos e grupos procuraram novos caminhos para a literatura brasileira em busca de transformações do mundo. Entre os escritores literários dessa nova escola literária esta Lygia Fagundes Telles (1923), é considerada uma das maiores romancistas e contistas da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles é a primeira mulher brasileira a ser indicado ao Prêmio Nobel de Literatura, também é uma das representantes do movimento pós-modernista. Uma de suas obras é o livro “Ciranda de Pedra” (1954),que traduzo comportamento humano e seus relacionamentos, faz reflexões a respeito da vida dos personagens e de seus conflitos, que leva a uma reflexão do leitor sobre si mesmo e sobre a condição humana. (ARAUJO, 2018)

É de se evidenciar que a Literatura brasileira está presente desde o descobrimento do Brasil em 1500, passou por diversas escolas literárias, com um número grande de escritores renomados, como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Monteiro Lobato, Joé de Alencar, Clarice Lispector, Graciliano Ramos entre outros escritores que fizeram obras eternas na Literatura brasileira. (CASTRO, 2018)

3. A LITERATURA INFANTIL

Antes do século XVI, as crianças da nobreza eram vistas como adultos em miniaturas, elas compartilhavam com os adultos os mesmos lugares, independentemente da situação, inclusive durante as aulas, que os nobres recebiam, não havia discernimento entre as crianças e os adultos. (ARIÈS, 1986)

Conforme Ariés (1986, p.187):

A escola medieval não era destinada as crianças, era uma espécie de escola técnica destinada à instrução dos clérigos [...]. Ela acolhia da mesma forma e indiferentemente as crianças, os jovens e os adultos, precoces ou atrasados, ao pé das cátedras magistrais.

No final do século XVII, foram escritos os primeiros livros direcionadosàs crianças, mas não poderiam ser considerados literatura, eram escritos especificamente aos professores, neles havia valores, hábitos e ensinava a como enfrentar a realidade social que eles viviam. Nessa época as crianças ainda eram vistas como adultos em miniaturas. (ZILBERMAN, 1985)

No século XVIII, o conceito de criança foi se modificando, deixou de ser considerado adulto em miniaturas e passou a ter um ramo de literatura especificas para elas, e esse tipo de literatura foi denominado literatura infantil. (LEITE, 2017)

Durante o século XIX, começaram a se preocupar com o desenvolvimento da criança, e a literatura infantil surgiu com finalidade pedagógica, para transmitir valores e normas que aquela sociedade tinha. (LEITE, 2017)

No Brasil a valorização do livro só foi dada com o intuito de mostrar às crianças bons exemplos pedagógicos de como viver em uma sociedade.

A literatura infantil é um instrumento motivador e desafiador capaz de transformar o ser humano ativo, responsável pela sua própria aprendizagem. (GENOVEVA,2013)

De acordo Rildo Cosson:

É justamente para ir além da simples leitura que o letramento literário é fundamental no processo educativo. Na escola, a leitura literária tem a função de nos ajudar a ler melhor, não apenas porque possibilita a criação do hábito de leitura ou porque seja prazerosa, mas sim, e sobretudo, porque nos fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz, os instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo feito linguagem. (2007, p. 30).

A primeira relação que a criança tem com um texto é oralmente, seja ela conduzida por um dos seus familiares ou não. "É realizada por meio de contos de fadas, trechos bíblicos, historias fictícias, livros grandes ou curtos, antigos o novos, mas sempre por meio de sujeito” ( ABRAMOVICH , 2006, p. 17)

Ler historias para as crianças é poder vivenciar situações vividas pelos personagens e também provocar o imaginário delas, é conseguir ter a sua curiosidade respondida e também encontrar ideias para solucionar problemas que os personagens vivem, com a literatura a criança começa a se identificar com os personagens das historias de acordo coma fase que cada um está passando, e com isso os ajuda a escolher melhor opção para cada uma delas. ( ABRAMOVICH , 2006, p. 17).

Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)), os professores deverão introduzir a literatura, de forma com que contribua para crescimento e a identificação da criança, e oferecer aos alunos formas de soluções de problemas, despertando a curiosidade, autonomia e a criatividade, esses 3 elementos são fundamentais na sociedade em que se vive. (BRASIL, 1998).

É à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer, plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (LAJOLO, 2008, p.106, apud, PAIVA e OLIVEIRA, 2010, p.23).

"É por meio da leitura que se conhece outros lugares, outras culturas, maneiras de como as pessoas se comportavam naquela época, é ter conhecimento de outras matérias sem estar em uma aula especifica para tal assunto e sem deixar com que a litura se torna uma aula” (ABRAMOVICH, 2006, p. 17).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):

É importante que o trabalho com o texto literário esteja incorporado às práticas cotidianas da sala de aula, visto tratar-se de uma forma específica de conhecimento. Essa variável de constituição da experiência humana possui propriedades compositivas que devem ser mostradas, discutidas e consideradas quando se trata de ler as diferentes manifestações colocadas sob a rubrica geral de texto literário. (BRASIL, 1997, p. 29).

Durante as aulas cabe o professor conduzir os caminhos que levarão os alunos a se apaixonarem pela literatura, e deverá ser feita de forma leve, aos poucos, utilizando diferentes formas para chamar a atenção delas, mostrando que a literatura pode sim virar algo prazeroso.

CONCLUSÃO

A partir da pesquisa desenvolvida para realizar o trabalho de conclusão de curso e, dessa maneira, desenvolver o artigo,pode-se concluir que a literatura, trabalhada, sistematicamente, a partir dos anos iniciais da educação infantil,tem bastante importância para o desenvolvimento de prazer pela leitura por parte do aluno.

O artigo traz à mostra momentos importantes da literatura no Brasil, desde seu surgimento, na antiga Grécia, até sua vinda para o Brasil, junto com os Portugueses, o estudo da literatura realça o significado de sua palavra e sua representação artística.

Destaca-se a importância do papel do professor na manipulação das aulas com literatura, e como deve ser realizado o trabalho para um melhor envolvimento com as crianças. A partir dos livros lidos e das ideias aqui expostas, destaca-se como a criança se envolve com a literatura quando trabalhada de maneira sistemática e ritualística, e a importância da participação dos alunos durante as aulas com literatura, é importante que os alunos, mesmo que crianças pequenas tenhamcerta autonomia, na hora de manusear os livros e, durante visitas a bibliotecas, e como essa autonomia faz com que os alunos criem mais gosto pela literatura, pois ela passa a perceber que também pode escolher os livros que mais gostem e não só aquele que o professor escolhe.

Em conclusão, o artigo conta a história e o desenvolvimento da literatura, e como tal arte é importante para todos.

REFERÊNCIA

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1993.

ARIÉS, PHILIPPE. História social da criança e da familia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

BRASIL. Ministério da Educação Básica. Base nacional comum curricular. Brasília, DF: MEC, 2017.

LAJOLO, Marisa. O que é literatura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1995.

LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil brasileira. São Paulo: Ática, 1987.

MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. Historia moderna através de textos. São Paulo: contexto, 2001.

RODRIGUES; MARIA FERNANDA, Estradão. 2016. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/blogs/babel/44-da-populacao-brasileira-nao-le-e-30-nunca-comprou-um-livro-aponta-pesquisa-retratos-da-leitura/. Acesso em: 23 set. 2018.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.