café conillon

17
Cultura – Café Conillon As regiões produtoras de café conillon no Brasil estão no Espirito Santo (zonas baixas), em Minas Gerais (Vale do Rio Doce e Zona da Mata), estado de Rondônia, estado da Bahia (região do Litoral Sul e Extremo Sul) e estados do Pará, Acre, Pernambuco, Rio de Janeiro. No Brasil há um parque cafeeiro de conillon de 850 milhões de pés (21% do total cafeeiro), estimando-se que 140 milhões de pés não entraram em produção (1997 - 1998). Espirito Santo é responsável por 70% do parque (600 milhões de pés), Rondônia (com 200 milhões), Bahia (com 16 milhões), Minas Gerais e Mato Grosso 10 milhões (cada) entre outros. A safra do país situa-se em 4,7 milhões de sacas / ano (20% da produção brasileira) sendo o Espirito Santo responsável por 70% da safra média (3.200 mil sacas/ano), Rondônia (com 1.100 mil sacas), Bahia (com 170 mil sacas), Minas Gerais (com 60 mil sacas) e Mato Grosso (com 50 mil sacas). Assegurados os números relativos ao parque cafeeiro o potencial produtivo à alcançar é de 6,4 milhões de sacas/ano. A produção mundial de cafés "robusta" - a brasileira incluída - alcança 23 a 29 milhões de sacas/ano (1993-1998) com média de 27 milhões de sacas/ano, o que representa 28% da produção mundial total de café. Os países principais produtores mundiais de cafés "robusta" (milhões de saca/ano), são Indonésia (6,6), Brasil (4,3), Vietnã (3,8), Costa do Marfim (3,5), Uganda (3,4). Até 1980 as exportações brasileiras eram mínimas; entre 1980 e 1985 o volume exportado médio anual foi de 1.095 mil sacas/ano que passaram a 1,7 milhão de sacas/ano no período 1986-90, e no período 1991-95 a média anual subiu para 2,4 milhões de sacas/ano caindo para 1 milhão de sacas/ano (1995- 96) em decorrência de oferta de preços mais competitivos no mercado e aumento de produção de países asiáticos (Vietnã). O Brasil espera alcançar exportações acima de 1 milhão (1998) e objetiva conseguir exportações de 5 milhões de sacas/ano.

Upload: debora-valente-dos-santos

Post on 07-Dec-2015

215 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

agricultura cafeicultura

TRANSCRIPT

Cultura Caf Conillon

Cultura Caf ConillonAs regies produtoras de caf conillon no Brasil esto no Espirito Santo (zonas baixas), em Minas Gerais (Vale do Rio Doce e Zona da Mata), estado de Rondnia, estado da Bahia (regio do Litoral Sul e Extremo Sul) e estados do Par, Acre, Pernambuco, Rio de Janeiro.

No Brasil h um parque cafeeiro de conillon de 850 milhes de ps (21% do total cafeeiro), estimando-se que 140 milhes de ps no entraram em produo (1997 - 1998). Espirito Santo responsvel por 70% do parque (600 milhes de ps), Rondnia (com 200 milhes), Bahia (com 16 milhes), Minas Gerais e Mato Grosso 10 milhes (cada) entre outros. A safra do pas situa-se em 4,7 milhes de sacas / ano (20% da produo brasileira) sendo o Espirito Santo responsvel por 70% da safra mdia (3.200 mil sacas/ano), Rondnia (com 1.100 mil sacas), Bahia (com 170 mil sacas), Minas Gerais (com 60 mil sacas) e Mato Grosso (com 50 mil sacas). Assegurados os nmeros relativos ao parque cafeeiro o potencial produtivo alcanar de 6,4 milhes de sacas/ano.

A produo mundial de cafs "robusta" - a brasileira includa - alcana 23 a 29 milhes de sacas/ano (1993-1998) com mdia de 27 milhes de sacas/ano, o que representa 28% da produo mundial total de caf. Os pases principais produtores mundiais de cafs "robusta" (milhes de saca/ano), so Indonsia (6,6), Brasil (4,3), Vietn (3,8), Costa do Marfim (3,5), Uganda (3,4).

At 1980 as exportaes brasileiras eram mnimas; entre 1980 e 1985 o volume exportado mdio anual foi de 1.095 mil sacas/ano que passaram a 1,7 milho de sacas/ano no perodo 1986-90, e no perodo 1991-95 a mdia anual subiu para 2,4 milhes de sacas/ano caindo para 1 milho de sacas/ano (1995-96) em decorrncia de oferta de preos mais competitivos no mercado e aumento de produo de pases asiticos (Vietn). O Brasil espera alcanar exportaes acima de 1 milho (1998) e objetiva conseguir exportaes de 5 milhes de sacas/ano.

Os principais mercados importadores do caf conillon brasileiro so os Estados Unidos da Amrica do Norte, Argentina e Canad (1997).

Usos do Caf Conillon Brasileiro: a. Exportao sob forma de gro

b. Industrializao como caf solvel (exportado em sua maioria)

c. Industrializao como caf torrado e modo em ligas ou misturas com caf arbica para consumo interno. O principal uso do caf conillon na indstria de solvel (80% da matria prima das industrias de solvel no Brasil).

Botnica/Descrio das Plantas:O caf conillon uma "variedade" ou cultivar da espcie Coffea canephora Pierre, Dicotyledonae, Rubiaceae; na roa, o conillon vulgarmente chamado Canelo. Essa cultivar por seu elevado vigor e porte da planta - sua robustez - colocada no grupo dos cafs "robusta".

Planta com porte que pode alcanar 5 m de altura; apresenta grande perfilhamento (ramos ladres) que a torna planta multicaule. As folhas so maiores (cor verde mais clara e nervuras mais salientes) que as do caf arbica; nos perodos secos elas pendem para baixo agrupando-se umas sobre as outras dificultando a perda de gua. Sistema radicular pivotante (um pio para mudas provenientes de sementes) e 2 a 10 pies (mudas de estacas), fino e bastante volumoso (com 85% das razes distribuindo-se at 20cm. de profundidade). A florao ocorre de maneira concentrada (uma florada principal + 2 pequenas), ocorre at a ltima roseta na extremidade do ramo. A fecundao das flores cruzada sendo importante a boa movimentao dos ventos e insetos na abertura das flores (sem chuvas ou irrigao artificial).

Frutos com tamanho, formato e cor variados de planta para planta. Podem ser grandes, mdios ou pequenos, no formato arredondado ou comprido (acanoado), cor variando de vermelho-escuro a rosa-claro quando maduros. Os gros tem endosperma verde-claro, cobertos com uma pelcula cor marrom, so ricos em cafena, tem elevado teor de slidos solveis; tem formato "moka" (25 a 40%) e os restantes so gros chatos. Do incio da florao at a maturao decorrem 315 dias.

Formao do Cafezal:Produo de mudas: Para constituir um cafezal comercial as mudas de caf devem:

a. Ter boa capacidade gentica (segundo origem do material reprodutivo):

b. Ter caractersticas agronmicas (bom sistema radicular, vigor, tamanho adequado, sanidade, outras), que resultam em lavouras produtivas dotadas de caractersticas comerciais, desejveis. A obteno de mudas de cafeeiro conillon feita atravs do uso de sementes ou de estacas (mudas clonais).

Mudas provenientes de sementes: Plantas fornecedoras de sementes devem ser vigorosas, de maturao precoce, com folhas mais estreitas, com boa carga de frutos de tamanho mdio a grande; evitar colher frutos em plantas com incidncia elevada da doena ferrugem e plantas com qualquer nvel de incidncia da doena mancha manteigosa. Os frutos devem ser colhidos em vrias plantas selecionadas com idade de 8 anos e devem ser misturados.

Despolpar os frutos, deixar em gua por 12 horas (para retirar a pouca mucilagem), lav-los e colocar para secar. As sementes podem ser secas ao sol no primeiro dia at enxugar a gua exterior; em seguida so colocadas sombra, reviradas todos os dias at que apresentem 15 a 20% de umidade. Manter as sementes em camadas finas, em local arejado e trat-las com fungicidas (contra bolor) e inseticida (contra a broca). Armazenada em condies normais as sementes perdem poder germinativo aps 2 meses; para conserv-las viveis deve-se trat-las contra broca (inseticidas base de endossulfan - Thiodan, outros) e contra bolores (fungicidas base de mancozeb - Dithane, Manzate a 0,2%) e depois acondicionar em sacos plsticos bem fechados e com pequenos furos. Assim a semente mantm-se vivel por 8 a 10 meses.

O semeio deve ser feito diretamente em sacolas de polietileno preto, com dimenses 20 x 11 x 0,05 cheias com mistura (substrato) de 800 litros de terra + 200 litros de esterco de curral + 5kg de superfosfato simples + 1kg de cloreto de potssio + 2kg de calcrio dolomtico. Os sacos so dispostos em canteiros de 1,2m. de largura (mximo) em viveiros de meia sombra com laterais protegidas do sol. As sementes so colocadas em gua por 1 a 2 dias e semeadas juntas no centro da sacola, a 1cm. de profundidade e cobertas com o substrato. Em regies quentes deve-se tratar as sementes com o produto, monocerem (Pencicuram - 2a3g./kg de semente) logo antes do semeio. No incio da germinao deve-se usar calda aquosa a 0,1% do monocerem aplicando-se 2 a 4 litros de calda/m2 de canteiro.

A irrigao 1-2 vezes por dia tem que ser mantida, o controle do mato feito pelo arranquio manual das ervas; para grandes viveiros indica-se o uso de herbicidas em aplicaes em pre-emergncia (pulverizador costal manual com bico leque) como oxifluorfen (Goal) calda com 0,5l. do produto comercial em 100 litros de gua. Essa calda aplicada logo aps o semeio do caf e o substrato deve estar mido.

Quando as plantinhas tiverem o 1 par de folhas verdadeiras efetua-se raleamento, cortando-se a mais fraca embaixo; deve-se proceder a separao das sacolas colocando-se um bambu entre as fileiras. Em caso de surgimento de deficincias nutritivas ou que as mudas no mostrem desenvolvimento conveniente diluir 20g. de frmula NPK 20-0-10 em 10 litros de gua molhando-se 3-4m2 de canteiro. Deficincias de magnsio, zinco, boro so supridas com solues dos sulfatos desses elementos, juntamente com caldas de inseticidas e fungicidas.

As doenas mais comuns em viveiros so a rizoctoniose e a cercosporiose. Para controlar a rizoctoniose deve-se tratar a semente (pr-plantio), reduzir a irrigao, ralear a sombra e usar o Pencicuram a 0,1% nas reboleiras; para evitar a cercosporiose e tambm o tombamento das plantinhas usar produtos agroqumicos variados intercalando o uso de fungicidas cpricos (a 0,3%) com benomyl (Benlate 50 a 0,1%) com mancozeb (Dithane ou Manzate a 0,3%), com aplicaes de 15 em 15 dias. No caso de cercosporiose associar ao fungicida um suprimento de adubo contendo nitrognio e potssio.

Pragas como grilos e formigas (que cortam a muda) ou lagartas e lesmas (que comem folhas) podem ser controladas com carbaryl (Sevin, Carvim), triclorfom (Dipterex) ou Slugit, ou ainda piretrides.

A produo de mudas de sementes leva 4 meses.

Mudas provenientes de estacas (mudas clonais)

As vantagens das mudas de estaca so:a. Permitem a reproduo fiel das caractersticas das plantas matrizes (fornecedoras de estacas).

b. Permitem a elevao da produtividade do cafezal e formao de clones uniformes na maturao

c. Permitem a reduo e incidncia de doenas e reduo da formao de ramos ladres.

As desvantagens soa. Perda por morte (menor volume de razes finas) no plantio;

b. Formam lavouras mais sensveis estiagens (razes menos profundas);

c. Custo de produo mais elevado;

d. Transmisso de doenas pelo material vegetativo (estaca).

O uso de mudas clonais objetiva a melhoria da lavoura conillon pelo alcance da uniformidade desejvel entre as plantas; a muda clonal obtida pelo enraizamento de ramos ortotropicos (estacas) de plantas matrizes selecionadas. Sugere-se ao produtor a obter mudas clonais de viveiristas credenciados por rgos oficiais interessados em agricultura.

O sistema mais usado em grandes produtores comerciais consiste na manuteno das mudas em viveiros com meia sombra (com cobertura lateral com sombrite ou palha de coqueiro) tendo micro asperso (gotas pequenas) como sistema de irrigao programada em espaos curtos para manter umidade elevada. A nvel de produtor utiliza-se de viveiro comum, coberto com folha de coqueiro (um pouco mais sombeado no 1 ms), irrigao com mangueira tipo Santeno ou com regador (6 a 8 molhaduras/dia).

A produo de mudas de estaca obedece a:

a. Escolha de matrizes: de alta produo, bom tamanho dos frutos, sem sinais da doena mancha manteigosa, com folhas mais estreitas, que se apresentem mais verdes no perodo seco. Escolhe-se e marca-se a planta na pr-colheita e verifica-se tudo por 2 safras seguidas. Escolhe-se de 15 a 20 plantas matrizes.

b. Escolha de estacas: seleciona-se ramos ortotrpicos ou ramos ladres, que crescem na vertical saindo do caule e das hastes principais. Cada planta pode fornecer 300 estacas/ano.

c. Coleta e preparo das estacas: os ramos so colhidos (com tesoura de poda) de plantas-matrizes ou de jardins clonais e colocados em baldes ou tambores com gua; elimina-se ramos laterais, corta-se parcialmente a folha para 1/3 do limbo foliar e divide-se o ramo produzindo estacas de 5-6cm.

d. Tratamento de estaca Enviveiramento: a estaca mergulhada em calda fungicida (Benlate 50 a 0,1% ou Rovral a 0,3%) e gua sanitria por 2 minutos. O enviveiramento feito em canteiros de rea ou tubetes at enraizarem e brotarem (70-90 dias); ento so transplantados para sacolas (de 13 x 22 x 0,05) de polietileno.

A produo de mudas de estacas leva 3 meses quando as mudas estaro aptas ao plantio.

Necessidades da PlantaCondies de clima: Originrio de regies baixas, quentes e midas da bacia do rio Congo (frica) o Coffea canephora est adaptado condies de temperatura elevada. Faixa de temperatura entre 22C e 26C ao longo do ano adequada para o conillon vegetar e produzir bem.

As reas aptas do plantio do cafeeiro devem ter uma precipitao pluviometrica entre 1.000 e 2.000mm/ano; regies com dficit hdrico superior a 200mm/ano devem receber irrigaes artificiais. Altitude mxima de 500m. para os plantios.

Solos: As seguintes caractersticas de solo so importantes:

a. Evitar solos rasos com menos de 1,5m. de profundidade, os mal drenados e aqueles com adensamento logo abaixo da superfcie.

b. O solo deve ter capacidade de armazenar gua e reter nutrientes em estado de disponibilidade determinados por textura e estrutura adequadas do solo. Evitar solos excessivamente argilosos ou extremamente arenosos.

c. Terras com mediana e alta fertilidade; terras com baixa fertilidade recebem calagem, adubaes que podem torna-las produtivas.

Plantio:

Escolha da rea: Na escolha da rea verificar condies do solo, exposio das reas ao sol (menos iluminadas pelo sol da tarde), menos batidas por ventos dominantes. Colher amostras de solo para anlise e recomendaes do laboratrio.

Preparo do terreno/cova: Em reas planas a ligeiramente onduladas efetua-se uma arao profunda complementada por gradagem; em reas inclinadas ou para pequenos plantios o preparo manual com roadas e/ou capina. Se indicado o calcrio dolomitico ser aplicado metade da dose antes da arao e o resto antes da gradagem.

Em reas mecanizveis abre-se sulcos (com sulcador) a 50cm de profundidade onde se coloca calcrio, adubo fosfatado e esterco- . Com sub-solador de 3 hastes (tracionado a trator) efetua-se sub-solagem, alargamento do sulco, mistura do adubo terra e fechamento do sulco.

Em reas de trabalho manual o operrio abre covas individuais com dimenses 40cm x 40cm x 40cm com enxada, distribui o adubo na parte de terra tirada do terreno e enche a cova com a mistura.

Para adubao bsica indica-se por metro linear de sulco ou por cova 200-400g de calcrio, 150-400g de superfosfato simples e 30-50g de cloreto de potssio, 5 a 10 litros de esterco de curral bem curtido. Em terrenos fracos aplicar 5-10g de sulfato de zinco, 5 a 10g de brax, 5 a 10g de sulfato de cobre e 20-30g de sulfato de mangans, por cova.

As recomendaes para espaamento so:

Plantio adensado: 2m a 2,5m x 1m (1 planta por cova); plantio largo: 3,5 - 4,5m x 0,5-1,0m (1 planta por cova).

Deve-se plantar no incio do perodo chuvoso e quente, com mudas com idade de 4 a 6 meses ou com 4 a 6 pares de folhas e usar sombra como proteo para a muda.

O plantio feito em covetas abertas sobre o sulco preparado ou no meio das covas a 15-20cm de profundidade; o solo em volta da muda deve ser protegido com cobertura morta de 3cm de altura. Com 2 pedaos de folha de palmeira faz-se a cobertura superior da muda.

Conduo das hastes: Indica-se a conduo de 3 a 8 hastes paralelas (novos troncos). Nos espaamentos mais adensados deixar 3 a 4 hastes/planta; nos espaamentos mais abertos deixar 4 a 8/hastes por planta.

Tratos Culturais:Controle de ervas daninhas: Entre novembro e maro deve-se proceder ao controle de ervas (poca da sua maior atividade); critica a fase de granao mxima dos frutos (dezembro a fevereiro) quanto a concorrncia das ervas. Trs a quatro capinas manuais ou 1 a 2 aplicaes de herbicidas em ps-emergncia resultam em controle do mato.

O herbicida aplicado com pulverizador costal manual dotado de bico leque 110.01 (150 a 200 litros de calda por hectare) ou bico leque 110.02 (aplica-se 400 a 500 litros de calda/hectare). Para reas com mecanizao utiliza-se do aplicador tratorizado PH (com protetores). Indica-se herbicidas base de glifosato, sulphosate 2,4 D ou suas misturas.

Podas: Por ter intensa formao de hastes e por ser conduzido sem desbrotas na formao o conillon deve ser podado. As podas so chamadas recepa, desbate lateral e poda de produo.

Recepa: tipo baixa o corte do tronco do cafeeiro a 30-40cm de altura e indicada para renovar completamente a planta. A nova brotao deixa 4 a 8 hastes por planta (1 ano).

Desbate lateral: poda ramos vergados para o meio da rua. feita anualmente e til no inicio do "fechamento"; aps a 3 safra e a 1,5m de altura (com faco ou foice).

Podas de produo: em reas pequenas ou onde houver disponibilidade de mo-de-obra, a partir da 3 ou 4 safra e aps colheita, elimina-se hastes que produziram muito e que se encontram esgotadas. A operao executada com faco ou serra de poda.

Adubaes:

Na formao do cafezal:

No ps plantio: por 2 a 3 vezes, aplicar 2 a 3g de N e K2O, por vez/planta.

No 1 ano de campo: entre outubro e fevereiro aplicar por 3 vezes, 5 a 10g de N e K2O/vez/planta.

No 2 ano de campo: entre outubro e fevereiro aplicar por 3 vezes 10-20g de N e K2O/vez/planta.

Obs.: para cobrir deficincias de nutrientes: Entre outubro e novembro e entre janeiro e fevereiro efetuar 2 pulverizaes foliares com sulfato de zinco (0,6%), acido brico (0,5%), sulfato de mangans (0,5%), oxicloreto de cobre (0,3%).

Na lavoura adulta (adubao de produo): esta adubao feita seguindo o padro de produtividade na lavoura sacas de caf por hectare.

Quadro 1 ; Adubao de produo

Padro

(Sacas/ha)Doses de Nutrientes Kg/hectare

N P2O5 K2O

10 2080 12015 3080 120

20 40150 25030 50150 250

40 70250 45060 80250 - 450

N = nitrognio; P2O5 = Fsforo = K2O = potssio

A aplicao da adubao inicia-se em outubro indo at fevereiro com o total fracionado em 3 vezes; em terrenos arenosos fracionar mais vezes.

Calagem na lavoura adulta:

Amostras de solo devem ser tiradas profundidades de 0 a 20cm e 20 a 40cm, a cada dois anos para verificao da necessidade de correo do solo. Se necessrio utilizar-se do calcrio dolomitico a ser aplicado a lano na faixa prxima linha do cafeeiro em lavouras abertas e em rea total em lavouras mais fechadas e plantios adensados.

Pragas:As pragas mais srias do caf conillon so a broca-do-caf, as cochonilhas e o caro vermelho; entre as doenas destaca-se a mancha manteigosa.

Broca do caf: Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) Coleoptera, Scolytidae

O adulto um pequeno besouro de colorao castanho-escuro com 1,12 a 1,75mm de comprimento; o inseto penetra no fruto pela sua "coroa", abre galeria at o interior da semente onde pe ovos que liberam lagartinhas. H destruio parcial ou total das sementes, que perdem valor comercial. Na entressafra a broca permanece em gros remanescentes no cafeeiro e gros existentes no solo.

o principal problema fitossanitrio do conillon; a praga ocorre no incio do crescimento do fruto (dezembro a janeiro) e vai at a colheita. O ataque aumenta, substancialmente a partir do incio da maturao dos frutos. Os prejuzos comeam pela derrubada de frutos novos (60%), reduo do peso do gro e presena de gros imperfeitos (perfurados e quebrados); ataques severos reduzem o peso da saca de caf beneficiado de 27Kg para 20 Kg.

Controle: Colheita bem feita na safra anterior (com repasse 15 a 20 dias aps), iniciar colheita mais cedo possvel e em plantas com maturao precoce, so aes culturais.

Iniciar o controle qumico com baixa infestao (janeiro - fevereiro) efetuando amostragem dos frutos; quando porcentagem de ataque for de 3 a 5% de frutos atacados iniciar aplicao de agroqumicos. Iniciado cedo o controle feito atravs de 2 pulverizaes com intervalo de 30 a 60 dias.

Agroqumicos base de endossulfan (Thiodan, Endossulfol, ...), formulao CE 35% (concentrado emulsionavel com 35% de princpio ativo) com dosagem de 1,5,a,2,0 litros por hectare tem sido eficiente. A aplicao tem que ser feita com bom volume de calda (300-400l.) procurando atingir a parte mais interna da planta, onde esto os frutos.

caro vermelho: Oligonychus ilicis (McGregor, 1919) - Acari, Tetranychidae.

O aracndeo visvel a olho nu, tem 0,38mm de comprimento, fmea bem avermelhada, ciclo evolutivo 11 a 17 dias. Vive nas pginas superiores da folha do cafeeiro, raspando-as; atacadas, as folhas perdem o brilho e tornam-se bronzeadas. Em decorrncia h reduo da rea foliar destinada fotossntese, h deformaes e queda de folhas.

A ocorrncia do caro d-se nos meses de estiagem (inverno) ou durante veranicos; chuvas e irrigaes reduzem, grandemente, a populao do caro vermelho.

Controle: Aplicar acaricidas smente em condies de ataque grave ou de estiagem. Enxofre molhvel ( Kumulus, Thiovit, Microzol

(3-6Kg por ha), Ethion (Ethion 500 CE - 0,8 l./ha) Triazophos (Hostathion 400 - 0,6l/ha), Fentiom (Lebaycid 500 - 1,0l/ha) so alguns agroqumicos indicados para controle do caro vermelho. Importante que um bom volume de calda seja aplicado sobre as folhas, e uma a duas aplicaes, com intervalo de 15 dias podem controlar a praga. reas mais insolaradas, mais secas e prximas estradas devem ser mais visadas pelo controle.

OBS.: eventualmente pode ocorrer o ataque do caro da leprose do citrus no conillon que pode se tornar problema futuro.

Cochonilhas:

a. Verde - Coccus viridis (Green, 1889) Homoptera, Coccidae

b. Branca ou dos frutos - Planoccocus citri (Risso, 1813) Homoptera, Pseudococcidae

c. De placa - Orthezia praelonga, Homoptera, Ortheziidae.

d. Da raiz - Dismycoccus cryptus (Hempel, 1918)

Verde: Inseto de colorao verde clara, habita plantas novas e isoladas, atacando ramos e folhas novas (nervura principal) sugando a seiva.

Branca: inseto branco pulverulento, jovens rosados, ataca ramos novos, folhas, botes e rosetas de frutos (base do fruto) sugando seiva.

De placa: fmea branca, comprida, vive na pgina interior da folha e base dos ramos. Causa desequilbrio srio em estiagens, prolongadas. O seu ataque severo, sugando a seiva, pode matar o cafeeiro .

Da raiz: fmeas so ovais com 17 apndices laterais pulverulentos de cada lado do corpo; tem colorao rosada ou cinza esverdeada envolvidas por cerosidade branca. Vivem nas razes do cafeeiro sugando a seiva.

Controle: O controle natural das cochonilhas exercido pela ao das joaninhas, do bicho-lixeiro e de fungos. O controle qumico indicado:

Cochonilhas verde: tratar focos com produtos base de malation (Malatol 50 E), de parathion metilico (Folidol 600), dimetoato (Perfekthion 40) em caldas a 0,2 a 0,5% misturados a leo mineral a 1,0 - 1,5%.

Cochonilhas branca: produtos de uso via tronco como imidacloprid (Confidor 70) e fumigantes como diclorvos (DDVP), paratiom metilico (Folidol 600) podem ser eficazes.

De placas: deve-se usar o acefato (Orthene), diazinom (Diazinom) e fenpropathrin (Meothrin) como controladores da cochonilha.

Doenas:- Mancha manteigosa: agente causador fungo Colletotrichum coffeanum

A doena ocorre com intensidade no caf conillon e que atinge somente as plantas suscetveis que existam no meio da lavoura. Nas folhas novas aparecem manchas circulares de cor verde clara, com aspecto oleoso, menos brilhantes que a superfcie da folha e com 2 a 10mm de dimetro. Em estgio avanado ,necrose apresenta-se no centro das manchas que coalescem (juntam-se) e a folha cai. Em ramos e frutos surgem leses menores, deprimidas e necrticas de cor marrom-clara e bordas irregulares. Folhas e ramos novos so objeto de ataques mais intensos. Folhas caem, ramos secam progressivamente e d-se a morte da planta.

Com o passar do tempo, em lavouras adultas (com mais de 4 anos) as plantas muito suscetveis j esto mortas.

Controle: No se indica controle qumico mais sim as seguintes aes culturais:

a. Separar, no viveiro, mudas de sementes que mostrem sintomas da doena;

b. Colher sementes de plantas de lavouras acima de 6 anos;

c. Para mudas de estacas tomar ramos de plantas no afetadas pela mancha manteigosa.

Outras doenas: Ferrugem: a planta mostra certa resistncia doena que tem ao limitada por fatores climticos nas regies de plantio. Pulverizaes com fungicidas protetores (cupricos), feitas de janeiro a agosto (4 aplicaes) so bem vindas; juntar acaricida, base de enxofre, calda cprica.

Equipamentos aplicadores:

Geralmente nas pequenas lavouras utiliza-se de pulverizadores costais manuais dotados de bico leque (para aplicaes de herbicidas ao solo) ou bico cone (para aplicaes copa da planta) para deposio da calda em folhas, ramos e penetrao na copa da planta. De ordinrio o pulverizador tem deposito de 20 litros para calda e deve ser calibrado pelo operrio que vai pulverizar.

Cultivo Intercalar / Associao de Culturas:Feijo, milho, arroz, outras, so lavouras indicadas para consrcios na formao do cafezal notadamente naqueles em que se usa irrigao; outra opo a fruteira de ciclo curto - mamoeiro, maracujazeiro, bananeira - que plantada um pouco antes ou juntamente com o cafeeiro.

A associao de culturas de forma permanente ou semi-permanente - frutferas florestais - alternativa vlida para reduzir riscos econmicos e melhorar o ambiente para as culturas.

Irrigao:Deve-se levar em conta:

a. Como irrigar (sistemas);

b. Quando irrigar (pocas);

c. Como operar a irrigao;

d. Quanto custa irrigar?

a. Sistemas de irrigao: do tipo localizado; (gotejamento convencional ou adaptado) ou tipo em rea total; (asperso autopropelidos, pivs).

b. poca: entre o abotoamento e a granao dos frutos (principalmente at a florao)

c. Definio do volume de gua a aplicar e o emprego correto dos equipamentos (operar a irrigao).

Colheita/Rendimentos/Preparo do Caf:Colheita - Deve ser feita na poca em que os frutos - sua maioria - encontram-se no estado de cereja (maduros), com pequena parcela de frutos verdes ou secos. Normalmente a partir de abril / maio - conforme ano e situao da lavoura - inicia-se a colheita que pode estender-se por 2-3 meses.

A colheita praticada atravs da derria no pano (plantas mais altas e abertas) ou em peneira (cafeeiro jovem). Em seguida derria faz-se a abanao do material colhido (eliminao de folhas, ramos, resduos finos) e a medio do material colhido feita em sacas de 80 litros (4 latas).

Rendimentos - 350 litros (210 Kg) de frutos colhidos do 60Kg (1 saca) de gros beneficiados. Cada litro de caf maduro contm 850-870 frutos. No caf coco (seco) cada 40Kg rende 25 a 28Kg de gros (60-68%). Cada litro de caf coco pesa 540 gramas.

De lavouras boas, racionalmente conduzidas, deve-se esperar rendimentos acima de 40 sacas/ha de caf beneficiado; em lavouras com uso de prticas rotineiras deve-se buscar 20 sacas/hectare.

Preparo do caf - Vindos da colheita os frutos so colocados a secar (sem tirar a casca) em terreiros ou em secadores. A lavagem, separao indicada para colheitas atrasadas (com muitos frutos secos) e com frutos brocados (que flutuam).

O despolpamento (via mida) usado para frutos destinados produo de sementes. Quando a umidade dos gros estiver em 13% a seca dos gros estar completada. A operao d-se nos meses de maio a agosto.

Seco o caf deve ser depositado granel em tulhas ou deve ser ensacado e armazenado em paiois (com isolamento do cho). O caf seco deve ficar em "coco" at o seu beneficiamento.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:MATIELLO J.B. - Caf ConIllonMAA/SOR/PROCAF/PNFCRio de Janeiro - RJ 1998

MATIELLO ET ALLI - Cultivo do Caf na BahiaMinistrio da Indstria e Comrcio - I.B.C.Rio de Janeiro - 1998

BAYER S.A. Correio Agrcola 1 / 82So Paulo - S.P.

Editora Agronmica Ceres - Manual de Entomologia AgrcolaSo Paulo - 1978