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CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS - CPEDeC SAÚDE, EDUCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: NOVOS DIRECIONAMENTOS E PERSPECTIVAS ISSN 1809 - 5399

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  • CADERNOS DE

    PESQUISA E EXTENSO

    DESAFIOS CRTICOS -

    CPEDeC

    SADE, EDUCAO E

    ADMINISTRAO: NOVOS

    DIRECIONAMENTOS E

    PERSPECTIVAS

    ISSN 1809 - 5399

  • 2

    ISSN 1809 - 5399

    REVISTA INTERDISCIPLINAR DA

    FACULDADE ESTCIO DE SERGIPE

    ESTCIO FaSe

    ANO 7 V.12 N.12 julho/dezembro de 2013 Aracaju

  • 3

    PUBLICAO SEMESTRAL

    Ficha Catalogrfica: elaborada pela Biblioteca da Faculdade Estcio de Sergipe Estcio FaSe

    Revista Interdisciplinar da Faculdade Estcio de Sergipe-Estcio FaSe

    Cadernos de Pesquisa e Extenso Desafios Crticos CPEDeC, ano 7, v.12, n.12,

    Jul./dez.---------Aracaju: Faculdade Estcio de Sergipe Estcio FaSe, 2013.

    108 p.

    Periodicidade: Semestral

    ISSN online: 1809 - 5399

    1. Cincias Sociais e Aplicadas 2. Cincias Humanas 3. Cincias da Sade. Titulo.

    CDU 009(05)

    CPEDeC Aracaju v.12 n.12 p.108 jul./dez. 2013

    O CPEDeC no se responsabiliza pelas opinies emitidas pelos autores.

    Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a

    prvia autorizao da ESTCIO FaSe.

  • 4

    CPEDeC

    REVISTA INTERDISCIPLINAR DA FACULDADE ESTCIO DE SERGIPE

    ESTCIO FaSe

    Direo Geral da Estcio FaSe

    Prof. Me. Paulo Rafael Monteiro Nascimento

    Direo Acadmica

    Prof. Me. Fernando Luiz de Arajo Monteiro

    Conselho Consultivo

    Prof.Me. Paulo Rafael Monteiro Nascimento

    Prof. Ps.doc. Hortncia de Abreu Gonalves

    Conselho Editorial

    Prof. Me. Dayse Coelho de Almeida

    Prof. Me. Eduardo Carpejani

    Prof. Dr. Orlando Pedreschi Neto

    Prof. Me. Maria Tereza Ettinger Oliveira

    Prof. Me. Amintas Figueiredo Lira

    Prof Dr Llian de Lins Wanderley

    Conselho Cientfica

    Prof. Me. Betnia Costa Leite

    Prof. Dr. Daniela Carvalho Almeida da Costa

    Dr. Llian de Lins Wanderley

    Dr. Hlio Mrio Arajo

    Comisso de Reviso

    Prof. Me. Rosilene Pimentel S. Rangel

    Prof Esp.Michelle de Arajo Ges

    Prof Esp. Veronice de Ftima Silva Barreto

    Comisso de Projeto Grfico

    Prof. Esp. Cleberton Carvalho Soares

    RP Adnia Santos Andrade

    Instituio

    Faculdade Estcio de Sergipe Estcio FaSe

    Rua Teixeira de Freitas, n.10

    Cep. 49020-530 Bairro: Salgado Filho

    Fone: (79) 3246-8100 Aracaju - Se

    Home page: http://portal.estacio.br/unidades/faculdade-estacio-de-

    sergipe/campi/se/aracaju/sergipe/revista-cientifica.aspx

    E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]

  • 5

    EDITORIAL

    Desafiar criticamente a cincia e da avanar para novas conquistas e inovaes requer a

    tomada de conhecimento do que j se pesquisou e produziu, a fim de instrumentalizar aqueles

    que pretendem se alinhar com o processo civilizatrio da sociedade e alcanar metas no seu

    campo profissional, como contribuio ao aumento da qualidade de vida dos seres humanos.

    Nessa perspectiva, a reviso bibliogrfica o primeiro passo quando se busca o conhecimento

    do objeto a pesquisar, sendo indubitavelmente um fator motivador na alavancagem do

    desenvolvimento tcnico e cientfico dos diversos setores da atividade humana.

    O Caderno de Pesquisa e Extenso Desafios Crticos CPEDeC, em sua edio de nmero

    doze do perodo julho a dezembro de 2013, congrega dez trabalhos que procuram mostrar o

    estado da arte da produo acadmica no mbito da fisioterapia, da gesto socioambiental

    empresarial e da educao distncia, temas que assumiram posio de destaque na sociedade

    moderna.

    A primeira constatao que motivou uma reviso na literatura especfica de certo modo

    obvia, uma vez que partiu da premissa de estar a problemtica ambiental entre as

    preocupaes que afligem a sociedade. Apresenta, porm, um vis bem particular, pois focado

    nas novas abordagens que denotam a responsabilidade das empresas com a qualidade do meio

    ambiente e compatvel com a gesto empresarial moderna.

    A maior parte dos trabalhos, contudo, trata dos avanos da cincia em prol da reabilitao dos

    acometidos por paralisias decorrentes de traumas cerebrais, do desenvolvimento dos

    portadores de necessidades especiais, das limitaes fsicas dos idosos, e dos que so

    submetidos imobilidade por deficincias permanentes ou eventuais. Para esses pacientes a

    Fisioterapia sozinha ou aliada com variadas tcnicas e recursos externos a esse campo

    desenvolveu a laserterapia para cicatrizao das lceras de presso e para a acelerao da

    regenerao das estruturas nervosas, a Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) e a

    Eletroestimulao, entre outras, e a fisioterapia aqutica como mtodo de fortalecimento de

    pacientes idosos, visando a preveno de quedas e a cura de leses por acidentes.

    Dois trabalhos focaram a condio dos portadores da Sndrome de Down. Um desses aborda

    tcnicas como a equoterapia, que propicia de modo eficiente a independncia e o rpido

    desenvolvimento fsico e social das crianas, e outro que busca no acervo bibliogrfico a

    compreenso do aparelho fonador, em face da hipotonia da musculatura orofacial e da

    macroglossia ou cavidade oral pequena, responsveis por problemas na fala de crianas com

    essa deficincia.

    Por fim, complementando o conjunto de estudos temticos bem oportunos nos dias atuais um

    dos trabalhos investiga o papel da educao distncia, concluindo que cada vez mais as

    tecnologias so empregadas em benefcio da aprendizagem, e que essa modalidade de

    educao talvez seja o mais importante canal para a obteno de informaes e

    conhecimentos.

    Llian de Lins Wanderley

    Professora Doutora da Universidade Federal de Sergipe

    Ps-Doutoranda do Programa de Ps-Graduao em

    Geografia da Universidade Federal do Cear

  • 6

    CPEDeC

    CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSO DESAFIOS CRTICOS

    ISSN 1809 5399 online

    ISSN 1808-8511 impresso

    v. 12 n. 12 jul./dez. 2013

    www.revistadesafioscriticos.fase-se.edu.br

    ADMINISTRAO Responsabilidade Socioambiental Empresarial: um Estudo de Reviso sobre as Novas Abordagens de Gesto Socioambiental

    Karina Andrade Sampaio Silva.............................................................9

    Maria Tereza Ettinger Oliveira

    Marlia Barbosa de Azevedo Fontes

    EDUCAO Anlise da Modalidade Educao Distncia Como Poltica Educativa: Abordagem Conceitual

    Eduardo Jorge Novaes Schoucair.......................................................20

    FISIOTERAPIA Tratamento Fisioteraputico na Subluxao do Ombro em Pacientes Hemiplgicos: Reviso Bibliogrfica

    Carlos Giovanni Souza Barbosa.........................................................31

    Tnia dos Santos Matos

    Elaine Andrade de Jesus

    Reabilitao na Paralisia Facial Perifrica: Reviso Bibliogrfica

    Ana Carolina Silva Santos..................................................................39

    Laiza Michelle Matos da Penha

    Elaine Andrade de Jesus

    Influncia do Tratamento Fisioteraputico para a Paralisia

    Cerebral: Reviso da Literatura

    Itala Maria Santos Silva......................................................................49

    Kathlen Moura Teles

    Elaine Andrade de Jesus

    Os Benefcios do Laser no Processo de Cicatrizao das lceras de

    Presso: Uma Reviso da Literatura

    Josinalva Fonseca dos Santos .............................................................58

    Elaine Andrade de Jesus

    Influncia da Fisioterapia na Preveno de Quedas em Idosos:

    Reviso Bibliogrfica

    Karlis Mirtis Morais de Jesus..............................................................67

    SUMRIO

  • 7

    Ana Paula dos Santos

    Elaine Andrade de Jesus

    Os Benefcios da Fisioterapia Aqutica em Pacientes Idosos:

    Reviso de Literatura

    Sammy de Almeida Santos.................................................................76

    Sheila Teixeira Taveira Elaine Andrade de Jesus

    Interveno Fisioteraputica na Sndrome de Down: Uma Reviso

    de Literatura

    Gerlaine Vieira....................................................................................83

    Thallytha Barros

    Elaine Andrade de Jesus

    LETRAS A Importncia do Aparelho Fonador para Crianas com Sndrome de Down (SD)

    Denise Arajo de Jesus.......................................................................92

    Jane Arajo Kruschewisky

    Michelle de Araujo Goes

    NORMAS PARA

    SUBMISSO

    Linha Editorial...............................................................................104

    Estilo de Apresentao dos Artigos..............................................104

    Estilo de Apresentao das Resenhas...........................................108

  • 8

    ARTIGOS

  • 9

    RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL:

    UM ESTUDO DE REVISO SOBRE AS NOVAS ABORDAGENS DE GESTO

    SOCIOAMBIENTAL

    Karina Andrade Sampaio Silva1

    Maria Tereza Ettinger Oliveira2

    Marlia Barbosa de Azevedo Fontes3

    RESUMO

    O presente estudo trata da responsabilidade socioambiental empresarial, destacando as novas

    abordagens de gesto socioambiental. A anlise parte da premissa de que a problemtica

    ambiental assumiu uma posio de destaque entre as preocupaes que afligem a sociedade e,

    nas ltimas dcadas, o processo industrial vem passando por uma constante reavaliao. Em

    virtude do exposto, esse estudo objetiva verificar, na literatura, as evidncias das

    contribuies da responsabilidade socioambiental nas atuais abordagens empresariais. A

    metodologia empregada foi a reviso bibliogrfica, cuja trajetria metodolgica se apoiou em

    leitura exploratria. A reviso de literatura mostra que a seriedade da degradao ambiental

    est transformando a discusso das questes ambientais em matria obrigatria em diversas

    reas do conhecimento humano. No cenrio empresarial, a gesto socioambiental fator

    primordial na valorizao da questo ambiental, pois incentiva o processo produtivo aliando a

    produtividade e com a sustentabilidade. As estratgias de gesto socioambiental consistem em

    um conjunto de medidas e procedimentos que permitem reduzir e controlar os impactos

    introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente.

    Palavras-chave: Crise Ambiental. Gesto Ambiental. Responsabilidade Socioambiental

    Empresarial

    I INTRODUO

    A problemtica socioambiental ganhou maior intensidade em pesquisas e estudos nos

    ltimos anos e, atualmente, tem se destacado em debates pelo mundo, em que frequentemente,

    a mdia registra o agravamento dos impactos ambientais, tais como: poluio dos recursos

    hdricos, aquecimento global, efeito estufa, desmatamento, chuvas cidas, aumento da gerao

    de resduos slidos, degradao ambiental, entre outros.

    Os estudos de Adissi e Almeida Neto (2013) mostram que os desastres ambientais e

    a discusso sobre suas causas esto ocupando cada vez mais espao nos meios de

    comunicao, reconhecendo-se que as aes humanas so um dos principais problemas que

    tm afetado negativamente os recursos ambientais. Pesquisas revelam que a situao do

    cenrio ambiental demonstra o evidente interesse pelo estudo da questo socioambiental, visto

    que a ao humana tem causado impactos negativos ao ambiente, provocando mudanas em

    grande escala na vida diria, capazes de afetar a qualidade de vida da populao e a

    1 Graduanda do Curso de Administrao da Faculdade Estcio de Sergipe. E-mail: [email protected]

    2Mestre em Administrao de Recursos Humanos, docente da Faculdade Estcio de Sergipe. E-mail:

    [email protected] 3 Especialista em Gesto de Marketing e Bacharel em Administrao com nfase em Anlise de Sistemas pela

    Universidade Tiradentes UNIT; coordenadora do curso de Tecnologia em Gesto Pblica e professora do

    Curso de Administrao da Faculdade Estcio de Sergipe Estcio Fase Aracaju-Sergipe. E-mail:

    [email protected]

  • 10

    sobrevivncia de outras espcies, cujas consequncias so em nvel global (LEITE, 2008;

    CHAVES; BATALHA, 2006; NOVAES, 2008; DIAS, 2008).

    Como consequncia observa-se que os problemas socioambientais afetam

    diretamente a qualidade de vida da humanidade. Torna-se importante para a sociedade e para

    a continuidade de operao dos sistemas produtivos em geral a proteo ao meio ambiente. As

    razes que justificam tal afirmao so numerosas: estabelecimento de termos legais, melhora

    da imagem da empresa atravs da responsabilidade socioambiental, reposta do mercado e,

    principalmente, a possibilidade de retorno financeiro.

    Diversos estudos de nvel nacional e internacional vm defendendo a necessidade de

    integrar esforos nas vrias reas para o desenvolvimento de intervenes de conscientizao

    ambiental (TACHIZAWA, 2011; DIAS, 2008). Assim, a seriedade da degradao ambiental

    est transformando a discusso das questes ambientais em matria obrigatria em diversas

    reas do conhecimento humano.

    No Brasil, a discusso acerca da crise ambiental comeou a ganhar notoriedade a

    partir de 1960, quando diversos pesquisadores, influenciados por uma srie de fatores que

    contribuam para o aumento dos problemas ecolgicos, passaram a estudar a ao do homem

    no meio socioambiental. Adentrando a dcada de 1970, a Organizao das Naes Unidas

    (ONU) organiza a Conferncia da Biosfera (1968) e a Conferncia de Estocolmo (1972),

    eventos estes que discutiram, com maior nfase, os problemas polticos, sociais e econmicos

    e suas influncias diretas sobre o meio ambiente.

    A partir da a crise ambiental ganhou maior visibilidade, com um alerta sobre a

    necessidade de coibir o crescimento urbano desenfreado, sob pena de haver total degradao

    no meio ambiente.

    Em virtude do exposto, passou a haver uma maior preocupao por parte das

    empresas em conciliar o processo produtivo com a conservao e qualidade socioambiental,

    sendo este um dos maiores desafios que as empresas enfrentam: investir em desenvolvimento

    sustentvel, por meio de estratgias de Responsabilidade Socioambiental que podem trazer

    benefcios para o meio ambiente e a sociedade em geral.

    Assim, a problemtica socioambiental assumiu uma posio de destaque entre as

    preocupaes que afligem a sociedade e, nas ltimas dcadas, vem passando por um processo

    constante de reavaliao.

    A aproximao e vivncia com o tema evidenciou um vasto campo de pesquisa, o

    que permitiu o seguinte questionamento: quais as novas abordagens da gesto socioambiental

    que contribuem para reduzir os impactos ambientais ocasionados pelas empresas?

    A fim de responder ao questionamento, o objetivo desse estudo verificar na

    literatura as evidncias das contribuies da Responsabilidade Socioambiental nas atuais

    abordagens de gesto empresarial. Como objetivos especficos foram traados: analisar a

    evoluo da crise socioambiental; destacando os termos da conscientizao socioambiental;

    descrever os conceitos bsicos, os benefcios e objetivos da Responsabilidade Socioambiental

    nas empresas; investigar os processos organizacionais aliados aos princpios da

    Responsabilidade Socioambiental empresarial e analisar a importncia da Responsabilidade

    Social na minimizao dos problemas socioambientais.

    O interesse pela temtica decorrente da percepo de que, apesar dos nmeros de

    estudos acerca dessa temtica, ainda h uma necessidade de discutir o tema em virtude dos

    questionamentos que o mesmo sucinta, analisando as produes cientficas desenvolvidas nos

    ltimos anos (2008-2013), estruturando em trs tpicos, abordando os aspectos histricos e

    conceituais da responsabilidade socioambiental das empresas, bem como verificando a

    importncia da Responsabilidade Socioambiental na minimizao dos problemas

    socioambientais.

  • 11

    A metodologia empregada foi a reviso bibliogrfica, cuja trajetria metodolgica se

    apoiou em leitura exploratria. No primeiro momento foram selecionadas diversas fontes, em

    base de dados cientficos: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), consultadas por

    meio do site da Biblioteca Virtual e Google acadmico, bem como a Biblioteca da Faculdade

    Estcio de Sergipe, utilizando as seguintes palavras chaves: Responsabilidade Socioambiental

    Empresarial, Crise Ambiental e Gesto Socioambiental. Foram inclusos artigos e publicaes

    acerca do tema, no perodo de 2008 a 2013, em lngua portuguesa, sendo excludos artigos e

    publicaes anteriores a essa data.

    Esse trabalho relevante socialmente, pois a responsabilidade socioambiental , na

    atualidade, um dos princpios sensveis da cidadania e condio essencial da sustentabilidade,

    e devendo ser o principal objetivo das organizaes: cuidar e preservar o meio ambiente.

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 A Crise Socioambiental

    Os fatores como a intensificao da industrializao, a exploso demogrfica, o

    aumento da produo industrial e do consumo em massa, aliados urbanizao e

    modernizao agrcola, foram decisivos para a evoluo histrica do desenvolvimento

    humano, e tambm para configurao da crise socioambiental.

    Braga et al. (2008) traam uma anlise acerca da relao existente entre os principais

    componentes da crise ambiental: populao, recursos naturais e poluio. O primeiro

    contribui para crise ambiental a partir do seu crescimento desigual, que leva a astronave (o

    planeta) a utilizar seus recursos de forma desordenada, gerando um desequilbrio ambiental.

    O segundo, os recursos naturais, vm sendo explorados de forma invivel, uma vez que o

    progresso tecnolgico e a expanso demogrfica vm degradando o meio ambiente, pois

    necessita a cada dia de uma maior quantidade de matrias-primas para suprir suas

    necessidades. E, finalmente, a poluio, configurada atravs de vrios poluentes que

    contaminam o ambiente.

    Gasparini (2008) entende que existe um paralelo entre economia e meio ambiente.

    Para esse autor, toda e qualquer deciso econmica gera um impacto ao ambiente, e toda

    alterao nele causa, ainda que pequena, um impacto econmico. Tal compreenso foi

    ignorada por muito tempo pelo setor produtivo, bem como os efeitos negativos das suas

    atividades antrpicas no meio ambiente.

    A ao humana no ambiente trouxe srias consequncias para vida no planeta, dentre

    elas, a degradao ambiental. Snchez (2008) conceitua a degradao ambiental, como sendo,

    qualquer modificao adversa dos processos, funes ou componentes ambientais, que afeta a

    qualidade ambiental. O autor, ainda refora a ideia de que a qualidade ambiental se refere a

    uma medida realizada com base em indicadores, da condio de um determinado ambiente

    com relao aos requisitos e necessidades humanas e de outras espcies.

    Para Silva (2010) atravs da degradao ambiental ocorre a destruio dos elementos

    que compem o meio ambiente, a derrubada das matas, bem como com a contaminao por

    meio de substncias qumicas que alteram a sua qualidade, impedindo o seu uso natural,

    sendo um exemplo dessa situao a poluio.

    Na compreenso de Braga et al (2008, p. 67),

    [...] os efeitos da crise ambiental podem ter carter localizado, regional ou

    global, sendo os mais conhecidos e perceptveis os locais ou regionais, os

    quais, em geral, ocorrem em reas de grande densidade populacional ou

    atividade industrial, correspondendo s aglomeraes urbanas em todo o

    planeta.

  • 12

    O aumento da degradao ambiental fomentou debates por governos, grupos

    ecolgicos, tcnicos, empresrios e cidados comuns. Todavia, a crise ambiental uma

    questo que j vem sendo discutida desde longas dcadas. A partir das dcadas de 1940 e

    1950, comeou o movimento ambientalista na Frana, Holanda e Inglaterra, onde se discutiam

    os ideais conservacionistas e preservacionistas, defendendo a intocabilidade das reas ainda

    inexploradas e o uso racional dos recursos como melhor soluo, tratando-se, j neste

    momento, da questo do desenvolvimento sustentvel (JACOBI, 2008).

    No Brasil, a discusso acerca da crise ambiental comeou a ganhar notoriedade a

    partir de 1960, diversos pesquisadores, influenciados por uma srie de fatores como

    problemas ecolgicos passaram a estudar a ao do homem no meio socioambiental.

    Adentrando a dcada de 1970, a Organizao das Naes Unidas (ONU) organiza a

    Conferncia da Biosfera (1968) e a Conferncia de Estocolmo (1972), eventos estes que

    discutiram, com maior nfase, os problemas polticos, sociais e econmicos e suas influncias

    diretas sobre o meio ambiente (SILVA JNIOR, 2007).

    Assim, a crise ambiental ganhou maior visibilidade a partir da dcada de 1960, de

    acordo com Almeida Neto, Oliveira e Braga (2013), essa dcada trouxe um despertar mundial

    para a necessidade de que a sociedade humana regulamentasse as aes e intervenes de

    empreendedores pblicos e privados sobre o meio ambiente.

    A partir deste momento, a sociedade em geral foi tomando nova conscincia dos

    riscos potenciais decorrentes do contnuo progresso tecnolgico e o modo em que eles afetam

    o meio em que vivem, atravs das drsticas consequncias.

    importante destacar que a Conferncia das Naes Unidas sobre o meio ambiente,

    realizada em Estocolmo, na Sucia, em 1972, foi o primeiro grande evento da ONU a discutir

    questes ambientais, realizada durante a Guerra Fria, porm o encontro no chegou a definir

    polticas efetivas por causa das divergncias entre os pases do bloco capitalista e os do socia-

    lista (DIAS, 2008).

    Segundo Dias (2008), com a ampliao dos debates sobre o meio ambiente, na

    segunda metade do sculo XX, passaram a ser elaborados estudos sobre o meio natural,

    associados ao interesse pela situao do ser humano, tanto no plano da comunidade como no

    das necessidades individuais de vida e subsistncia, destacando-se a relao entre os

    ambientes artificiais e os naturais.

    O debate ambiental ganha impulso em 1992, com a Conferncia das Naes Unidas

    sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro com a Eco-92 ou Rio 92

    fazendo-se novos balanos dos problemas ambientais e estabelece a Conveno sobre

    Mudanas Climticas - que mais tarde deu origem ao Protocolo de Kyoto -, sendo aprovada a

    Agenda 21, um plano de ao com metas para a melhoria das condies ambientais do planeta

    (DIAS, 2008).

    Uma dcada depois da Eco-92, foi realizado em 2002, o frum mundial denominado

    Rio+10, em Johanesburgo, na frica do Sul, onde a cpula mundial discutiu sobre o

    Desenvolvimento Sustentvel e a partir deste momento, se disseminou a ideia de

    desenvolvimento ecologicamente sustentvel, definindo como aquele que responde s

    necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de responder

    s suas necessidades.

    A conscincia ambiental ganhou impulso no sculo XX, no ps-guerra, uma vez que

    este momento histrico acabou por gerar efeitos que definiram o quadro mundial atual,

    inclusive efeitos ambientais que provocaram uma mudana de valores, dando origem a

    diversas iniciativas sociais que tinham como objetivo criar alternativas e reagir diante os

    problemas resultantes da degradao (CAMARGO, 2008).

    Por meio dos movimentos descritos a sociedade vem experimentando modificaes

    significativas no seu comportamento, frente nova percepo da realidade ambiental e social,

  • 13

    decorrentes das repercusses do crescimento e desenvolvimento urbano e a fomentao de

    inmeros problemas ecolgicos.

    Segundo Medina (2008), com a ampliao dos debates sobre o meio ambiente, foram

    elaborados estudos sobre o meio natural, integrados ao interesse pela situao do ser humano,

    tanto no plano da comunidade como no das necessidades individuais de vida e subsistncia,

    destacando-se a relao entre os ambientes artificiais e os naturais.

    Neste cenrio, alm dos movimentos ambientalistas, o setor privado e a sociedade

    civil comearam a intervir nas questes sociais, configurando em gesto ambiental.

    2.2 Gesto Ambiental

    Cada vez mais, as questes ambientais esto se tornando matrias obrigatrias em

    diversas reas do conhecimento humano. A globalizao, a internacionalizao dos padres

    de qualidade ambiental, a conscientizao crescente da sociedade e a disseminao da

    educao ambiental revelam o quanto urgente encontrar formas de solucionar ou minimizar

    a crise ambiental, buscando estratgias de preservao do meio ambiente e melhoria da

    qualidade de vida da populao em escala global (TACHIZAWA, 2011).

    Em virtude dos impactos ambientais causados pela ao do homem, surge a

    necessidade do desenvolvimento da gesto ambiental, haja vista que atravs dela possvel

    alcanar um processo produtivo mais consciente com o meio ambiente.

    A gesto ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos bem

    definidos que, se aplicados permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um

    empreendimento sobre o meio ambiente (VALLE, 2012).

    Diante do exposto, verifica-se que h um grande desafio para as organizaes

    promoverem aes que visam uma convivncia coerente possvel com o meio ambiente como

    um todo, seja no gerenciamento e controle dos processos produtivos, nos aspectos ambientais

    significativos adversos, ou mesmo nas aes compensatrias quando no h como evitar o

    impacto ambiental para o meio ambiente.

    Na viso de Tachizawa (2011), em virtude dos impactos ambientais gerados por

    grandes corporaes, a gesto ambiental tornou-se um importante instrumento gerencial para

    capacitao e criao de condies de competitividade para as organizaes, qualquer que

    seja o seu segmento econmico.

    Estudos revelam que a gesto ambiental tornou, nos ltimos tempos, uma importante

    ferramenta de modernizao e competitividade para as indstrias brasileiras. O crescimento

    desta viso at o reconhecimento como instrumento gerencial veio suplementar abordagem de

    comando e controle, que desde sua introduo, h quase duas dcadas, vinha sendo a nica

    estratgia para garantir a qualidade ambiental no pas.

    Neste novo panorama, os gestores ambientais de um processo produtivo necessitam

    partilhar do entendimento de que deve existir um objetivo comum, e no um conflito, entre

    desenvolvimento econmico e proteo ambiental, tanto para o momento presente como para

    as geraes futuras.

    Segundo Adissi e Almeida Neto (2011, p. 09), na gesto ambiental em unidades

    produtivas, o gestor desenvolve:

    [...] esforos para identificar os aspectos ambientais significativos, isto ,

    aqueles capazes de provocar impactos ambientais relevantes; especificar as

    formas de controle desses aspectos, considerando custos e eficincia, alm

    de implantar e manter soluo mais sustentvel para neutralizar as aes

    danosas do aspecto identificado.

  • 14

    Portanto, as razes que motivam a adoo de procedimentos de gesto ambiental

    so praticamente uniformes por caracterstica organizacional, variando no que se refere

    necessidade de conformidade com a poltica nacional ambiental.

    Uma das estratgias utilizadas por essas organizaes para conseguir resultados

    satisfatrios atravs do Sistema de Gesto Ambiental (SGA). Por meio deste sistema, as

    empresas tm conseguido maior valorizao de mercado (NUNES, 2008, p. 12).

    Neste cenrio, cada vez mais, as grandes empresas vm buscando conquistar o

    reconhecimento de sua Gesto Ambiental com a certificao na norma ISO 14001. De acordo

    com DAvignon (2009, p. 16), a srie ISO 14000 um conjunto de 28 normas relacionadas a

    Sistemas de Gesto Ambiental, elas abrangem seis reas bem definidas: sistema de Gesto

    Ambiental; auditorias Ambientais, avaliao de Desempenho Ambiental; rotulagem

    Ambiental; aspectos ambientais nas Normas de Produtos e a anlise do Ciclo de Vida do

    Produto.

    A norma ISO 14001 estabelece algumas premissas bsicas, entre elas, a necessidade

    de que a empresa estabelea parmetros para a rea ambiental. Outro ponto fundamental e

    que a norma pode ser aplicada a qualquer organizao independente de sua atividade, origem,

    cultura ou localizao. O foco da norma est no meio ambiente e visa preveno da

    poluio levando em considerao as necessidades socioeconmicas (DONAIRE, 2008, p.

    28).

    A ISO 14001 uma norma de gerenciamento que se configura em um processo de

    organizao das atividades de uma companhia e tem como principais caractersticas:

    A norma ISO 14.001 pode ser utilizada por qualquer tipo de organizao,

    industrial ou de servio, de qualquer porte, de qualquer ramo de atividade.

    Pr-ativa: seu foco na ao e no pensamento pr-ativo, em lugar de reao

    a comandos e polticas de controle do passado. Refora o melhoramento da

    proteo ambiental pelo uso de um nico sistema de gerenciamento

    permeando todas as funes da organizao (GILBERT, 2008, p.12).

    A partir das caractersticas da norma citada, a empresa promove a implementao,

    manuteno e melhoria do sistema de gesto ambiental, verifica o atendimento poltica

    ambiental estabelecida pela empresa e ao cumprimento da legislao aplicvel e

    compromissos assumidos, permite tambm que a sociedade tenha a visibilidade de

    cumprimento destas aes, principalmente, atravs da certificao da empresa junto aos

    rgos competentes.

    Os requisitos esto relacionados regulamentao legal e/ou tcnica aplicvel aos

    aspectos ambientais de uma organizao. Reis (2008, p. 29) enfatiza que os benefcios obtidos

    por meio da ISO 14001, principalmente, diz respeito melhoria ambiental e ganhos

    econmicos a partir da certificao, apesar dos investimentos financeiros com treinamentos,

    medies, possveis consultorias, entre outros. Tais benefcios ocorrem devido reduo de

    desperdcios com o gerenciamento de resduos, o uso racional dos recursos e o gerenciamento

    de energia, gera uma receita superior ao investimento.

    Reis (2008, p. 29) descreve alguns dos inmeros benefcios trazidos a partir da

    implantao bem sucedida de um SGA:

    Melhorar o gerenciamento das questes ambientais e para mostrar o comprometimento com a proteo ambiental;

    Facilitar a obteno de emprstimo internacional pode estar condicionado implantao do SGA;

    Atenuao perante tribunais em caso de demanda judicial, com demonstrao de evidncia do comprometimento e esforos realizados;

  • 15

    Aumento da vantagem competitiva;

    Melhora a adequao a legislao ambiental da organizao;

    Facilita a preveno da poluio e conservao dos recursos;

    Conquista de novos clientes e ou mercados;

    Reduz os custos operacionais;

    Permite o envolvimento e conscientizao dos empregados, com o aumento da moral da equipe;

    Ganho de aumento da confiana dos clientes;

    Facilita o atendimento exigncias contratuais dos clientes;

    Melhoria do desempenho ambiental;

    Permite o desenvolvimento de padres voluntrios para a melhoria do desempenho ambiental, se antecipando as novas exigncias legais,

    devido publicao de novas legislaes ambientais.

    Portanto, as normas ISO da srie 1400 representam uma valiosa estratgia gerencial,

    contribuindo para a reduo de custos e o aumento da conscientizao ambiental de todos que

    compem uma organizao, como tambm clientes e toda a comunidade, promovendo os

    recursos necessrios para controlar e reduzir os impactos ambientais resultantes das atividades

    organizacionais.

    Nesse contexto, ganhou destaque a responsabilidade socioambiental, uma vez que,

    ela auxilia os gestores empresariais na conduo das polticas ambientais de uso gerencial.

    2.3 Responsabilidade Socioambiental Empresarial

    Nas organizaes, a responsabilidade socioambiental representa um diferencial

    competitivo, j que agrega valores e dissemina a imagem de empresa cidad, ganhando maior

    visibilidade junto sociedade. Para Nascimento (2008), as empresas esto descobrindo que

    assumir compromissos sociais gera vantagens competitivas e resultados favorveis para seus

    negcios. Mas tambm os consumidores passaram a valorizar e adquirir produtos e servios

    de empresas que adotam prticas de responsabilidade socioambiental.

    A sociedade e as empresas assumiram compromissos sociais para gerar melhoria na

    qualidade de vida e vantagens competitivas e resultados favorveis para seus negcios.

    A responsabilidade socioambiental considerada uma das principais estratgias para

    alavancar o crescimento organizacional. As empresas socialmente responsveis so agentes

    de uma nova cultura empresarial e de mudana social; produtora de valor para todos

    (colaboradores, acionistas, comunidade, entre outros); e diferenciadas e de maior potencial de

    sucesso e longevidade. Por conta disso, ela caminha lado a lado com as modernas tcnicas de

    gesto empresarial, cujo objetivo a gerao de valor para todos os que interagem com a

    empresa, tendo como foco a melhoria da qualidade das relaes, do convvio social e do

    sucesso empresarial (NASCIMENTO, 2008).

    A responsabilidade socioambiental ganhou maior visibilidade, como um alerta sobre

    a necessidade das empresas investirem em aes ambientais. A partir disso, a nfase voltou-se

    para o desenvolvimento sustentvel que representa a concretizao de um modelo de

    desenvolvimento pautado por relaes sociais e ambientais em que a natureza, os direitos

    humanos, a cidadania, a solidariedade e a tica sejam atendidas, prezando pela sobrevivncia

    dos seres vivos e integridade ambiental (NASCIMENTO, 2008).

    A responsabilidade socioambiental das empresas tem o compromisso de, segundo

    Melo Neto (2009), de assegurar o acesso efetivo aos bens, servios e riquezas da sociedade.

    Ela se desenvolve por meio da integrao negociada entre o mercado e a sociedade civil. Por

    isso que praticar a responsabilidade social uma postura imprescindvel e fator de

    competitividade, sobrevivncia e sucesso empresarial, Portanto, o exerccio transparente da

  • 16

    responsabilidade social no apenas um bom negcio, mas, no mundo globalizado,

    fundamental ao sucesso do prprio negcio e a sobrevivncia empresarial.

    Portanto, as empresas mais preocupadas com o ambiente socioambiental tomam

    conscincia de que a sociedade est questionando no a empresa em si, mas o sentido do

    desenvolvimento econmico que ela traz. Neste contexto, uma empresa de destaque

    ultrapassa, segundo Fernandez (2008), os limites de apenas oferecer produtos de qualidade,

    empregos, tecnologias, bom atendimento, preos bons. Ela deve ampliar sua atuao para a

    rea social, envolvendo-se socialmente com a comunidade na qual se insere. Esta a prova

    fundamental do compromisso a empresa com a responsabilidade social.

    A esse respeito, comentam Sics e Castelar (2009) sobre a necessidade de haver

    maior investimento em qualidade de vida e bem-estar social, estratgia fundamental a

    consecuo de um meio ambiente adequado, em que se respeite s necessidades das

    coletividades e, sobretudo, que haja uma integrao das pessoas afetadas, garantindo sua

    participao nesse processo. Neste contexto, a responsabilidade social desempenha um

    importante papel com resultados significantes.

    Diversos autores vm sinalizando a importncia do uso sustentvel dos recursos

    ambientais, levando em considerao as condies de sustentabilidade e equilbrio ecolgico,

    entre os seguintes fatores: resultado econmico, mnimos impactos ambientais e culturais e da

    comunidade (NASCIMENTO, 2008).

    Ao que se mostra, a presso gerada pelas necessidades de consumo o que define os

    objetivos do planejamento territorial, e no a capacidade de suporte do ambiente e os

    impactos da atividade transformadora. Pode-se inferir, ento, que sociedades pautadas

    exclusivamente pelo incentivo ao consumo desenfreado tm poucas chances de harmonizar

    explorao e conservao (TACHIZAWA, 2011).

    Os aspectos descritos revelam que no cenrio organizacional, a competitividade entre

    as empresas cada vez mais acirrada em virtude do desenvolvimento de novos princpios e

    mtodos de gesto, treinamento e informaes. evidente tambm que as empresas buscam

    melhoria dos processos produtivos, mas tambm deve focar sua ateno na questo

    socioambiental. Por essa razo, um dos principais desafios para as empresas desenvolver

    uma proposta de gesto socioambiental, fundamentado nos princpios da responsabilidade

    socioambiental aliando o processo produtivo proteo e conservao socioambiental.

    O gerenciamento dos problemas ambientais decorrentes dos processos

    organizacionais no deve ter ao corretiva, mas sim uma ao educativa, criando condies

    para que as empresas envolvidas na cadeia produtiva possam exercer sua responsabilidade

    socioambiental sem produzir impactos socialmente negativos (SCHIMDHEINY, 2008). No resta dvida de que a atividade organizacional bem ordenada ocupa um papel relevante

    para o desenvolvimento de uma regio. Todavia, este processo requer compromisso com o meio

    ambiente e maiores investimentos nesta rea, a fim de minimizar ou superar os impactos ambientais

    causados pela produo. Por essa razo, o setor organizacional hoje, no pode ser encarado como uma

    atividade comercial ou empresarial em desenvolvimento, mas sim como uma estratgia que alia o

    lucro ao desenvolvimento sustentvel.

    Nesse sentido, a viabilidade do gerenciamento das questes ambientais e o

    aperfeioamento contnuo dos processos organizacionais, proporcionam a harmonizao dos

    impactos oriundos dos processos produtivos sobre o meio ambiente, na medida em que so

    introduzidos procedimentos que permitam uma administrao adequada das relaes entre

    suas atividades e o meio-ambiente.

    Diante dos aspectos descritos, acrescenta-se a necessidade de conhecer as

    dificuldades e os avanos no gerenciamento dos impactos ambientais, aspecto que se constitui

    uma estratgia competitiva focada na gesto socioambiental, a partir da implantao de

    procedimentos mais especficos para mitigar os impactos ambientais causados pelas diversas

  • 17

    atividades produtivas desenvolvidas por setores organizacionais diversos, conforme enfatiza

    Sanchez (2008).

    Portanto, as prticas de Responsabilidade Socioambiental so importantes

    estratgias que servem de estmulo para que um nmero cada vez maior de empresas busque

    utilizar esse recurso. Por conta disso, as organizaes devem levar em considerao que as

    aes de responsabilidade socioambiental comeam por aes de cidadania e que suas aes

    sociais so apenas a base de sustentao da empresa. Logo, as aes sociais so consequncia

    da Responsabilidade Socioambiental que garante uma srie de benefcios para as empresas,

    principalmente, melhor imagem perante a sociedade.

    3 CONSIDERAES FINAIS

    A anlise desenvolvida evidencia que as questes ambientais sempre foram e

    continuam a ser latentes na atualidade. Por essa razo, a Constituio Federal Brasileira de

    1988 estabeleceu normas direcionais problemtica ambiental, dando as diretrizes de

    preservao e proteo dos recursos naturais incluindo nelas a fauna e flora, bem como, as

    normas de promoo da educao socioambiental, definindo o meio ambiente como bem de

    uso comum do povo.

    Apesar dos avanos da legislao brasileira, a realidade mostra um aumento

    considervel de agravos ambientais decorrentes do processo de industrializao e

    urbanizao.

    Diante da problemtica ambiental, a responsabilidade das empresas investir em

    Gesto Socioambiental, aliando desenvolvimento econmico e proteo ambiental. Por essa

    razo, o desenvolvimento econmico deve estar focalizado em uma poltica de

    sustentabilidade, considerando as crescentes preocupaes com o ambiente, a melhoria da

    qualidade de vida da sociedade e a percepo das alteraes que as atividades produtivas

    provocam no meio socioambiental, a fim de que o consumo ocorra nos moldes da

    sustentabilidade.

    O desenvolvimento sustentvel o elo que une a preveno do meio ambiente, a

    promoo da justia social e o retorno econmico. Para tanto, exigido das empresas

    dedicao e aes efetivas para se alcanar essa ideia. Sendo assim, a concluso desse

    trabalho apresenta como principal recomendao busca incessante de melhorias e medidas

    eficazes que contribuam com a reduo dos agravos ambientais, por meio da prtica da

    responsabilidade social ambiental.

    Nesse sentido, a gesto socioambiental aplicada s empresas atende aos requisitos de

    boas prticas de responsabilidade socioambiental, contemplando a preservao de recursos

    naturais. No somente uma estratgia de produzir de forma ecologicamente sustentvel,

    primeiramente uma ao econmica e lucrativa, sem a necessidade de investimentos elevados

    em estruturas e equipamentos. Ela apresenta considervel contribuio para o meio ambiente,

    reduz perdas de insumos e matria prima, melhora qualidade do produto e gera mudanas no

    ambiente organizacional em virtude das novas condies de trabalho e envolvimento dos

    colaboradores. Constatando assim, a reduo de custos, reutilizao e venda de subprodutos e

    tratamento de rejeitos.

  • 18

    CORPORATE ENVIRONMENTAL RESPONSIBILITY: A STUDY ON THE

    REVIEW OF ENVIRONMENTAL MANAGEMENT NEW APPROACHES

    ABSTRACT

    The present study talks about corporate social and environmental responsibility, highlighting

    new approaches to environmental management. The analysis takes as its premise the idea that

    the environmental issue has assumed a prominent position among the concerns that plague

    society and, in recent decades, the process industry has been undergoing constant

    reassessment. Thus, this study aims to verify in the literature the contributions of

    environmental responsibility in the approaches current business. The methodology used was

    the bibliographic review, whose trajectory methodology relied on exploratory reading. The

    literature review shows that the seriousness of environmental degradation is transforming the

    discussion of environmental in issues compulsory in various areas of human knowledge. In

    the business scenario, the environmental management is a key factor in valuing environmental

    issue because it encourages the production process combining productivity and sustainability.

    Environmental management strategies consist of a set of measures and procedures that reduce

    and control the impacts introduced by a project on the environment.

    Keywords: Environmental Problems. Environmental Management. Corporate Social

    Responsibility.

    REFERNCIAS

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  • 20

    ANLISE DA MODALIDADE EDUCAO DISTNCIA COMO POLTICA

    EDUCATIVA: ABORDAGEM CONCEITUAL

    Eduardo Jorge Novaes Schoucair4

    RESUMO

    O ensino distncia teve seu incio no sculo XV, quando Johannes Guttenberg inventou a

    imprensa na Alemanha. Porm, a consolidao da mesma deu-se somente com o advento da

    internet, perodo em que a educao distncia passou de mtodo para modalidade, e assim

    consolidou-se como uma nova opo de aprendizagem. Diante desta realidade, vrias

    discusses sobre sua importncia foram estimuladas. Este artigo norteado por esta questo,

    tem como objetivo analisar a modalidade educao distncia como poltica educativa,

    fazendo assim uma abordagem conceitual. Foram delineados como objetivos especficos:

    identificar as caractersticas e geraes da modalidade educao distncia; verificar as

    vantagens, desvantagens e tecnologias da modalidade educao distncia e mostrar a

    evoluo da modalidade educao distncia no exterior e no Brasil. A metodologia utilizada

    baseou-se quanto natureza em pesquisa bsica. Quanto aos objetivos a mesma foi alicerada

    por um estudo exploratrio-descritivo, e finalmente quanto aos procedimentos em

    bibliogrfica. A pesquisa teve como questo problemtica investigar at que ponto a

    modalidade educao distncia contribui como poltica educativa como processo de ensino-

    aprendizagem. Ao final, conclu-se que cada vez mais as tecnologias so empregadas em

    benefcio da aprendizagem, e a educao distncia talvez seja o mais importante canal deste

    processo para a obteno de informaes e conhecimentos.

    Palavras-Chave: Ensino distncia. Evoluo. Tecnologia.

    1 INTRODUO

    No se pode falar hoje em educao sem mencionar-se a modalidade Educao

    Distncia - EaD, a qual vem ganhando cada vez mais espao no mundo e se firmando de

    forma definitiva como uma opo de ensino. A referida modalidade foi trilhada por vrias

    fases dentre elas: o ensino por correspondncia; computadores em rede local nas

    universidades; uso de mdias de armazenamento como videoaulas, CD-ROM; uso intensivo

    de teleconferncias via satlites, etc.

    Diante deste contexto, pode-se afirmar que a educao distncia uma realidade

    mundial que veio para ficar, prova disso a constatao a cada ano do crescente nmero de

    alunos matriculados, criao de novas universidades abertas e oferta de cursos em todo o

    mundo, sejam nos nveis tcnicos, graduao ou ps-graduao, o que consolida de forma

    significativa a educao distncia como uma nova opo de aprendizagem.

    Entretanto, a modalidade educacional em questo ainda vista por parte de alguns

    tericos de forma preconceituosa em virtude da fuga aos parmetros da educao tradicional

    como horrios fixos, aulas presenciais, realizao de seminrios, etc., o que muitas vezes pode

    comprometer na opinio destes, a qualidade do ensino. Por outro lado, profissionais que

    atuam de forma efetiva ou que j tiveram algum tipo de experincia com a modalidade

    4 Graduado em Cincias Econmicas pela Universidade Tiradentes - UNIT. Especialista em Estatstica pela Universidade Federal de Sergipe-UFS. Professor da Faculdade Estcio de Sergipe-Estcio Fase. E-mail-

    [email protected]

  • 21

    distncia afirmam que nos cursos on-line as oportunidades de troca de informaes so muito

    grandes, o que garante de forma efetiva a interao dos alunos.

    Na educao distncia, o professor deixa de ser o supervisor e assume o papel de

    mediador potencializando o processo de aprendizagem. Assim, na EaD com qualidade, a

    relao professor/aluno pode ser superior a convencional, uma vez que a presena do

    professor suprida por uma tutoria e pelo acompanhamento contnuo do desempenho do

    aluno.

    Acreditamos que a eficincia do ensino a distncia depende no somente da

    sequncia didtica, mas tambm da organizao do contedo, em que a tecnologia permite a

    criatividade, e o aluno no pode ser colocado apenas como simples consumidor de

    informao, mas como parte do processo educativo.

    2 CONSIDERAES SOBRE O QUE EAD E SUA ORIGEM

    Existem atualmente vrias denominaes de como a educao distncia

    conhecida em determinadas partes do mundo, assim, segundo Perriault (1996 apud

    BELLONI, 2006) poderamos afirmar que:

    Educao distncia um termo genrico que inclui o elenco de estratgias

    de ensino e aprendizagem referidas como educao por correspondncia,

    ou estudo por correspondncia em nvel ps-escolar de educao, no

    Reino Unido; como estudo em casa, no nvel ps-escolar, e estudo

    independente, em nvel superior, nos Estados Unidos; estudos externos,

    na Austrlia; e como ensino distncia, pela Open University. Na

    Frana, referido como tele-ensino ou ensino a distncia; e como

    estudo a distncia e ensino a distncia, na Alemanha; educao

    distncia, em espanhol, e tele educao, em portugus.

    Porm, independente da denominao que seja dada a esta modalidade mundo a fora,

    o que realmente vem ser educao distncia? Entendemos como sendo um processo de

    ensino-aprendizagem mediado por tecnologias de comunicao, em que professores e alunos

    esto separados espacialmente e ou temporalmente.

    Vale ressaltar, contudo, que h variaes na forma e intensidade de interao, pois de

    forma generalizada, a EaD pode ser realizada de diversas maneiras. Os cursos podem ser

    totalmente distncia, ou seja, sem nenhum encontro direto entre o professor e o aluno, como

    tambm, semipresencial, caracterizado pelo contato entre aluno e professor, caso haja

    necessidade de desenvolver uma determinada atividade, em determinado local durante alguns

    perodos.

    certo que, independente da forma e da intensidade de interao, a EaD dispe de

    diversos modos de promover a mesma, seja por intermdio de correspondncia, como foi no

    incio do seu surgimento, no qual o contato entre aluno e professor feito com o envio de

    impressos pelo correio; aulas por transmisses de rdio, TV aberta, a cabo ou por satlites;

    videoconferncias, etc.

    Teoricamente, qualquer meio que se possa utilizar para promover interao e troca de

    contedo entre duas pessoas pode servir. Porm, a educao distncia via internet

    propriamente chamada de ensino on-line, que tem tornado a modalidade mais eficaz e

    atraente. Os recursos de comunicao que a rede mundial de computadores tem

    disponibilizado vm tornando a EaD muito semelhante aos tradicionais cursos presenciais. Os

    bate-papos virtuais, ou chats, contando inclusive com a possibilidade de o interlocutor ser

    visto por meio de cmeras conectadas aos computadores, as webcams, alm dos fruns de

    discusso, aproximam as partes. A banda larga via cabo, linha telefnica ou satlites facilitam

  • 22

    a tarefa. E os computadores portteis, os notebooks, aliados s redes sem fio, ou wireless,

    permitem muita mobilidade ao alunado. Tambm auxiliam na interao a facilidade de

    operao das plataformas dos cursos on-line e os programas de computador utilizados como

    ferramentas no cotidiano das aulas. Esses softwares permitem a produo e troca de

    documentos de forma muito rpida.

    Assim, independente de onde estejamos, podemos considerar a EaD como uma

    relao ensino-aprendizagem, porque apesar de professores e alunos no estarem juntos,

    fisicamente, seja total ou parcialmente, esto conectados por tecnologias, principalmente as

    telemticas, como a internet e ou semelhantes. Por outro lado, consideramos uma modalidade

    educacional, porque a mediao didtico-pedaggica ocorre com a utilizao de tecnologias

    de informao e comunicao, onde professores e alunos desenvolvem atividades educativas

    em lugares e ou tempos diversos.

    Quanto a sua origem, muitos tericos datam o surgimento da EaD no mundo no

    sculo XV, quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa na Alemanha, utilizando

    caracteres mveis para a composio de palavras. At aquele momento, a produo de livros

    era realizada manualmente e era extremamente onerosa, dificultando o acesso ao universo do

    conhecimento.

    Segundo Litwin (2001), no incio do sculo XX, o aperfeioamento dos servios de

    correio, a agilidade dos meios de transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnolgico

    aplicado ao campo da comunicao e da informao, influenciaram de forma decisiva nos

    destinos da educao distncia.

    Aps as dcadas de 60 e 70, a educao distncia, embora mantendo os materiais

    escritos como base, passou a incorporar de forma articulada e integrada o udio e o

    videocassete, as transmisses de rdio e televiso, o videotexto, o computador e, mais

    recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim, como

    mecanismos de gerao de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes

    linguagens) e instrumentos para fixao de aprendizagem com feedback imediato (programas

    tutoriais informatizados).

    A verdade que muito se tem escrito e falado sobre educao distncia. Dessa

    forma, o que no podemos deixar de ressaltar que a atual modalidade j faz parte inclusive

    das atenes pedaggicas em todo o mundo. Ela surgiu da necessidade do preparo

    profissional e cultural de milhes de pessoas que, por vrios motivos, no podem freqentar

    um estabelecimento de ensino presencial, e no restam dvidas que vem evoluindo atravs

    das tecnologias disponveis em cada momento histrico, as quais influenciam o ambiente

    educativo e a sociedade.

    2.1 Caractersticas e Geraes da EaD

    Gradativamente, os computadores e a internet cada vez mais vm ganhando espao

    nas salas de aula em todo mundo, no como forma de substituir o professor, mas, sobretudo

    com o objetivo de colaborar com o processo ensino-aprendizagem. Por meio da interao das

    novas tecnologias, possvel promover atividades em que o aluno se sinta parte do processo

    educacional, podendo consequentemente, interagir atravs da troca de ideias com professores

    e especialistas em diferentes localidades.

    Uma das caractersticas marcantes da educao distncia que por se tratar de uma

    modalidade baseada na responsabilidade do aluno pelo seu processo cognitivo, a mesma

    mais disseminada junto ao pblico adulto, por este valorizar de forma mais significativa a sua

    autonomia e autoaprendizagem.

    importante salientar ainda, que mediante esta realidade, cabe ao aluno da EaD ser

    autodisciplinado e automotivado, da a importncia de se voltar referida modalidade de

  • 23

    ensino essencialmente a este pblico alvo, para que dessa forma ele possa superar os possveis

    desafios presentes na relao ensino-aprendizagem.

    Segundo Litwin (2001), a EaD caracteriza-se fundamentalmente pelo

    estabelecimento de uma comunicao de mltiplas vias, onde suas possibilidades ampliam-se

    em meio s mudanas tecnolgicas como uma modalidade alternativa para superar limites de

    tempo e espao.

    Ainda de acordo com a autora supra, a modalidade a distncia vem se redefinindo na

    base do impacto dos novos desenvolvimentos tecnolgicos, onde computadores cada vez mais

    sofisticados; instalao de redes; extenso da fibra tica; habilidades requeridas para o uso da

    tecnologia; e a formao no campo da informtica oferecida atravs da mdia, instalam novas

    formas culturais que produzem impacto nos modos de conhecer e aprender.

    De acordo com Rosa (2001), existem algumas caractersticas do ensino distncia no

    que diz respeito s variveis: alunos; docentes; comunicao/recursos e

    estrutura/administrao (Quadro 1 ).

    Quadro 1: Caractersticas da EaD VARIVEIS CARACTERSTICAS

    Alunos

    Heterogneos quanto idade e qualificao

    Populao dispersa

    Escolha do local de estudo

    A maioria do pblico alvo trabalha

    A maioria do pblico alvo adulta

    Realiza-se menor interao social

    A educao atividade secundria

    Tempo parcial

    Docentes

    Suporte e orientao da aprendizagem

    Recurso substituvel parcialmente

    Basicamente, produtor do material

    Habilidades e competncias so menos conhecidas

    Os problemas anteriores dependem do sistema como um todo

    Comunicao/Recursos

    Ensino multimdia

    Comunicao diferenciada em espao e tempo

    Oficinas e laboratrios de outras instituies

    Uso massivo de meios

    Estrutura/Administrao

    Mltiplas unidades e funes

    Menos docentes e mais administrativos

    Intensa relao entre docentes e administrativos

    Os administrativos so basicamente insubstituveis

    Muitos alunos por curso

    Tende a ser mais democrtica no acesso de alunos

    Altos custos iniciais, mas menos elevados em funo da varivel

    aluno

    Fonte: ROSA, Vanderley Flor da. Educao continuada a distncia, um estudo de caso. So Carlos, 2001.

    Pertinente evoluo da educao distncia em funo da tecnologia de

    transmisso de informao adotada, segundo Moore (1996 apud ROSA, 2001), a evoluo da

    mesma pode ser dividida em trs geraes. A primeira refere-se gerao textual,

    caracterizada pelo modelo por correspondncia baseado na tecnologia impressa no incio do

    sculo XIX. A segunda foi denominada gerao analgica, modelo baseado atravs dos

    recursos de programas radiofnicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vdeo e material

    impresso. Nesta fase, vale ressaltar a Telescola em Portugal. E finalmente a terceira gerao e

    atual, a gerao digital, caracterizada por ambientes interativos, com a eliminao do tempo

    fixo para acesso educao. A comunicao assncrona em tempos diferentes e as

    informaes so armazenadas e acessadas em tempos diferentes sem perder, contudo a

    interatividade.

  • 24

    Na atual gerao, os meios disponveis so dentre outros:

    teleconferncia,

    chat,

    fruns de discusso

    correio eletrnico

    weblogs

    espaos wiki e

    plataformas de ambientes virtuais. Possibilitando dessa forma uma total interao multidirecional entre alunos e tutores,

    superando assim a distncia social, bem como a distncia geogrfica.

    2.2 Vantagens, Desvantagens e Tecnologias da EaD

    Apesar da educao distncia j ser considerada uma realidade em todo o mundo e

    estar ganhando cada vez mais popularidade, a referida modalidade por representar uma

    mudana significativa de paradigma ao sair do ensino tradicional para o novo, apresenta

    algumas vantagens e desvantagens quanto sua acessibilidade. Assim, de acordo com Ikeda e

    Cavalheiro (2005), o quadro 2 retrata de forma generalizada esse panorama.

    Quadro 2: Vantagens e Desvantagens da EaD VANTAGENS DESVANTAGENS

    Flexibilidade de tempo e local. Isolamento dos alunos, impossibilitando a

    socializao com os demais.

    Economia proporcionada quando comparada aos mtodos

    tradicionais de ensino, sala de aula.

    Falta de preparo dos professores e dos tutores do

    ensino a distncia.

    Remoo de barreiras ao acesso informao. Excesso de expectativa, com promessa demais e

    entrega de menos.

    Reduo do efeito timidez, que compromete o aprendizado

    nos mtodos tradicionais de ensino.

    Baixa quantidade de comunicao humana

    despendida e a falta de interao nas atividades

    desenvolvidas.

    Possibilidade de o aluno aprender em seu prprio ritmo. Baixa credibilidade em relao a esta forma de

    ensino.

    Praticidade da forma como os assuntos so abordados. Falta de qualidade nas ferramentas de aprendizado

    disponveis.

    Rompimento de barreiras geogrficas e sociais. Possvel inadequao dos critrios de avaliao

    utilizados.

    Fonte: Adaptado de Ikeda e Cavalheiro, 2005

    Fazendo uma anlise das vantagens propostas pelos autores, certo que os benefcios

    mencionados, anteriormente, atuam de forma significativa no processo ensino-aprendizagem,

    uma vez que o alunado encontra-se diante de um ensino com maior praticidade, podendo o

    mesmo estudar dentro do seu prprio ritmo, alm de uma comunicao proporcionada por

    meio da mdia eletrnica.

    Por outro lado, apesar da certeza de que essa realidade chegou para ficar,

    paralelamente as vantagens, ainda existem aqueles que as vm de forma preconceituosa,

    muitas vezes devido falta de informao, porm, diante da atual sociedade digital em que

    nos encontramos, uma coisa certa, no d mais para sermos totalmente contra a EaD, pois

    esta j se transformou em todo o mundo como um meio a mais de se adquirir conhecimento.

    Sabemos, contudo, que o caminho a ser trilhado na busca pelo pleno sucesso da

    educao distncia ainda grande, desafios ainda estaro presentes nesta caminhada, porm,

    o mais importante para que se alcance o seu real objetivo e total credibilidade que os cursos

    tenham propostas, metodologias e pblico alvo, sendo necessrio para tanto o ajuste dessas

  • 25

    variveis, em que o cuidado para que no haja o nivelamento por baixo torne-se

    imprescindvel.

    Atrelado a todo esse novo processo educacional nos deparamos com a sua mola

    mestra, a tecnologia, e dentro deste contexto, segundo Litwin (2001), percebemos nitidamente

    que desde o surgimento da educao distncia, as diferenas tecnolgicas presentes a esta

    modalidade contriburam para definir os suportes fundamentais dessa nova proposta. Como j

    foi visto no tpico geraes da EaD, no incio tivemos como ferramentas os livros e cartilhas,

    em seguida a televiso e o rdio, mais tarde o aparecimento dos udios e vdeos e atualmente

    a incorporao das redes de satlites, o correio eletrnico, os programas desenvolvidos para os

    suportes informticos e a utilizao da internet. Entretanto, para que haja uma interatividade

    em um curso ministrado no formato on-line, necessrio dispor de algumas funcionalidades,

    tais como chats integrados, sistemas de teleconferncia e tecnologias streaming, atravs das

    quais contedos de udio e ou vdeo so disponibilizados em tempo real. Cursos

    desenvolvidos dentro dessas tecnologias permitem ao aluno, por exemplo, acompanhar

    seminrios ou ver o professor em uma tela acompanhando o resumo do que ele explana,

    fazendo perguntas e comentrios. Elas misturam Web e TV. Essa interatividade deve se

    desenvolver entre todos os participantes do grupo, ou seja, professor-aluno, aluno - professor

    e aluno-aluno. Ressaltamos ainda, que os cursos on-line tambm devem investir nas

    ferramentas assncronas, como os fruns, troca de e-mails e as listas de discusso.

    Ressaltamos que grande parte dos cursos so compatveis com os browsers mais conhecidos

    do mercado, como Internet Explorer, Mozila, Firefox,etc. e utilizam principalmente a

    plataforma Windows.

    Dentro desse contexto, percebemos que o desenvolvimento da tecnologia favorece o

    enriquecimento das propostas do ensino distncia, resolvendo de maneira significativa um

    dos problemas da EaD, a interatividade, alm de identificar novas atividades cognitivas, visto

    que as tecnologias de forma permanente vo gerando possibilidades diferentes, permitindo

    ainda uma comunicao sncrona e assncrona.

    A seguir, atravs do quadro 3, retrataremos segundo Bryant et al.(2005), apud Ikeda

    e Cavalheiro (2005), as principais tecnologias voltadas a educao distncia concernentes ao

    formato, modo de transmisso, autonomia do ritmo do aprendiz e caractersticas.

    Quadro 3: As Tecnologias da EaD

    FORMATO

    MODO DE

    TRANSMISSO

    AUTONOMIA

    DO RITMO

    DO APRENDIZ

    CARACTERSTICAS

    Estudo por

    correspondncia

    Assncrono Alta Aprendiz e tutor se comunicam via e-mail.

    TV Comercial

    Assncrono

    Alta

    Aprendiz deve assistir ao programa, mas pode grav-lo e assisti-

    lo quando quiser. No h interao pessoal entre o tutor e o

    aprendiz.

    TV Interativa Sncrono Baixa Cmeras nos locais do tutor e aprendiz. H interao entre

    ambos.

    Classe Virtual Sncrono Baixa Cmeras no local do tutor.

    Classe

    possibilitada pela

    Web

    Sncrono e

    Assncrono

    Mdia

    Ferramentas de administrao de cursos como Blackboard,

    sesses de discusso, bate-papos on line, atendimento on-line,

    grupos virtuais, etc.

    Classe baseada na

    Web

    Sncrono e

    Assncrono

    Baixa Dirigida por software, ambiente sncrono, onde o aprendiz no

    controla o ritmo.

    Fonte: BRYANT, Stephanie M; KAHLE, Jennifer B; SCHFER, Brad A. A distance education: a review of the

    contemporary literature. Issues. Accouting Education, v.20, n3, p.259, 2005.

  • 26

    2.3 Evoluo da EaD no Exterior e no Brasil

    A educao distncia passou por diferentes fases desde o seu surgimento. Inicialmente,

    caracterizando-se por meio dos cursos por correspondncia, e hoje essencialmente caracterizado pelo

    uso macio das novas tecnologias, mais precisamente a utilizao da internet, marco da era digital.

    Ao longo da histria, devido necessidade da busca pelo novo, o mundo aos poucos foi

    aderindo a este modelo educacional, e o que comeou inicialmente como sendo um simples mtodo de

    ensino, j que no incio era tido como um processo de tcnica, portanto limitado, terminou se

    transformando em uma nova modalidade dentro do processo ensino-aprendizagem, estando presente

    hoje de forma significativa em grande parte do mundo.

    Vale ressaltar, portanto, que o aluno que se interessa em participar desta modalidade de

    ensino, tem que ter alguns requisitos tais como: motivao intensa e grande senso de responsabilidade;

    proatividade nas intervenes em fruns e discusses; disciplina para criar e manter novos horrios e

    rotina; alguma experincia no uso de computadores e navegao na internet; prazer quanto ao uso de

    tecnologias de informao e comunicao e acima de tudo disponibilidade para lidar com elas; ter

    acesso ilimitado internet seja em casa ou no trabalho, e proficincia na lngua. Salientamos ainda

    que, h mais de 30 anos, existem instituies pelo mundo especializadas no ensino distncia dentro e

    fora do pas de origem, e que atravs do advento da internet, a partir de 1995, houve um

    fortalecimento significativo desse canal, no qual atualmente a maioria das universidades abertas se

    apoia.

    Diante do exposto, apresentaremos a seguir os registros pertinentes aos principais

    acontecimentos quanto evoluo da educao distncia no exterior, ressaltando, destaque ao Japo,

    Espanha e Portugal. Japo por ser considerado o pas mais desenvolvido em termos hi-tech. Espanha e

    Portugal, por estarem mais prximos do Brasil, e consequentemente por serem os mais procurados

    pelos brasileiros.

    1833 - Registro da primeira experincia na Sucia com o curso bsico de contabilidade.

    1840 Criao na Europa, da primeira escola de ensino por correspondncia: Sir Isaac Pitman

    Correspondence Colleges no Reino Unido.

    1856 Fundao do primeiro Instituto de Ensino de Lnguas por correspondncia, na Alemanha.

    1874 Implantao do ensino distncia nos Estados Unidos com a Weeleyan University.

    1939 Fundao do CNED, Center National d Education a Distance na Frana.

    1946 A Universidade de South frica (UNISA) leciona os primeiros cursos superiores de educao

    distncia.

    1948 Primeira lei sobre escolas de ensino por correspondncia na Noruega, iniciando o controle do

    Estado sobre as escolas privadas de ensino por correspondncia.

    1969 Fundao da Open University no Reino Unido.

    1972 Fundao da UNED, Universidade Nacional de Educacin a Distncia na Espanha. A UNED

    uma universidade pblica e est presente atualmente, em 60 centros na Espanha, e em 20

    centros no estrangeiro, nomeadamente em Bata, Berlim, Berna, Bruxelas, Buenos Aires,

    Caracas, Lima, Londres, Malabo, Mxico, Paris e So Paulo. considerada a segunda maior

    universidade europia com mais de 150.000 estudantes, e desde 1997, est associada a

    UNESCO promovendo o desenvolvimento do ensino distncia.

    1972 Implantao do Programa de Universidade Aberta atravs da Universidade Autnoma do

    Mxico.

    1974 A Universidade Aberta Allma Iqbal, inicia curso de formao para docentes via a distncia no

    Paquisto.

    1977 Criao da Universidade Estatal a Dstncia da Costa Rica.

    1977 Criao da Universidade Nacional Aberta da Venezuela.

    1978 Fundao do National Institute of Multimedia Education no Japo. Em 2007, foi inaugurada a

    primeira universidade ciberntica do Japo, prevendo atividades exclusivamente pela internet,

    tanto para a freqncia das aulas quanto para a realizao das provas. Esta localizada na

    cidade de Fukuoka, ao sul do Japo. Oferece cursos de graduao com durao de 4 (quatro)

    anos nas reas de tecnologia da Informao e Bens Culturais. As aulas so transmitidas em

    udio-vdeo, e os materiais, como textos de apoio e anotaes, encontram-se disponveis para

    download na internet. A capacidade de 100 professores e de aproximadamente 1.300 alunos,

  • 27

    essa preocupao com o nmero reduzido de matriculados para preservar a qualidade do

    ensino, pelo menos nos primeiros anos de atuao.

    1980 Criao da Universidade Aberta de Sri Lanka, com o objetivo de atender setores importantes

    para o desenvolvimento do pas, ofertando cursos voltados a profisses tecnolgicas e

    formao docente.

    1983 Criao da Universidade Estatal Aberta e a Distncia da Colmbia.

    1983 Criao da Universidade Aberta Sukhothiai Thommathirat, que conta atualmente com cerca de

    300.000 alunos em diferentes setores e modalidades.

    1984 Criao da Universidade Aberta de Terbuka na Indonsia, fundada com o objetivo de atender a

    forte demanda de estudos superiores.

    1985 Criao da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi na ndia.

    1988 Fundao da Universidade Aberta de Portugal. Tem a sua sede em Lisboa e delegaes no

    Porto e em Coimbra. Quanto oferta de cursos, os mesmos so divididos em licenciatura (1

    ciclo), mestrado (2 ciclo) e doutoramento (3 ciclo) Atualmente so disponibilizadas 12

    (doze) cursos para licenciatura, tais como: Cincias da Informao e da Documentao,

    Cincias do Ambiente, Estudos Artsticos, Gesto de Lnguas, Literatura e Cultura Estudos

    Portugueses, etc. No mestrado so oferecidos 04 reas de estudos, como: Cincias e

    Tecnologias; Cincias Sociais e Gesto; Educao e Ensino Distncia e Humanidades. J o

    doutoramento conta atualmente com a realizao de 06 cursos. A partir de 2007 a

    Universidade Aberta de Portugal passou a oferecer todos os seus cursos em regime on line

    atravs da plataforma e-learning.

    1991 Criao do EDEN, European Distance Education Network, baseado na Declarao de

    Budapeste.

    1993 Criao da International Commission Of Education for the Twenty-First Century, no mbito da

    UNESCO, presidida por Jacques Delors.

    Um enfoque especial ser dado a duas instituies, a Open Univertity e o MIT Massachusetts

    Institute of Technology.

    No primeiro momento ser feita uma abordagem em uma das instituies que mais se

    destaca no oferecimento de cursos distncia no mundo, The Open University, considerada como a

    maior universidade da Europa e uma das mais prestigiadas das universidades abertas devido

    seriedade e qualidade dos cursos oferecidos. Criada em 1969, comeou suas atividades na dcada de

    70 com cerca de 80 alunos, sendo utilizado como recursos o ensino por correspondncia e a

    transmisses de rdio e TV pela BBC, empresa estatal de comunicao da Inglaterra. Em 1980 j

    contava com cerca de 70.000 alunos, tendo uma mdia de 6.000 discentes se graduando ao ano.

    Atualmente, a OU, como conhecida internacionalmente, conta hoje com cerca de 250.000 alunos,

    The Open University serviu de referncia para o surgimento de universidades abertas em vrios pases

    do mundo, a exemplo da Open Polytechnic na Nova Zelndia e a Open University Heerlen na

    Holanda.

    Concernente ao MIT Massachusetts Institute of Technology, fundado em 1861, o mesmo

    um centro universitrio de educao e pesquisa privado localizado em Cambridge, Massachustts, nos

    Estados Unidos. O MIT um dos lderes mundiais em cincia e tecnologia. Dentre seus proeminentes

    departamentos e escolas, destacam-se: Sloan School of Management, Lincoln Laboratory, Computer

    Science and Artificial Intelligence Laboratory, Media Lab e Whitehead Institute. O MIT investe de

    forma significativa nas reas de pesquisa em computao e microeletrnica. Ao longo dos seus anos

    de funcionamento, estabeleceu contato com outras universidades, governos e empresas em todos os

    pases do mundo. Oferece ainda a seus estudantes de mestrado e doutorado um total de seis residncias

    com as mesmas caractersticas e os mesmos servios que as residncias para estudantes de licenciatura

    e curso superior de curta durao. O MIT dedica uma grande parte de seu oramento para ajudar os

    estudantes a financiar seus estudos nessa instituio. Em 2006, a universidade investiu

    aproximadamente US$ 42 milhes em bolsas de estudo. Por ter como uma de suas propostas expandir

    os cursos que oferece, o MIT neste mesmo ano publicou ainda 1.400 cursos alm de receber mais de

    25.000 mensagens via e-mail, reconhecendo que so lderes em fornecer informaes gratuitas pela

    Web. At 2006, 61 membros ou ex-membros da comunidade do MIT haviam recebido o Prmio

    Nobel. Atualmente, possui um consrcio com diversas universidades, principalmente na Espanha e

    Portugal. Porm, fazer parte desta famlia no tarefa fcil, pois para ingressar no MIT torna-se

  • 28

    necessrio a realizao de trs exames: o SAT I (Scholastic Aptitude Test), que so testes de admisso

    que fazem parte do processo de seleo para o ensino superior americano. TOEFL (Test of English as

    a Foreign Language), no caso da lngua materna no ser o ingls, e o SAT II (Teste de matrias

    especficas). Por ser uma das melhores instituies dos EUA em proporcionar educao aos estudantes

    de todo o mundo, seus programas de mestrado e doutorado so dos mais completos e importantes dos

    Estados Unidos. Destacam-se o mestrado nas reas de Cincia, Engenharia, Arquitetura, Urbanismo,

    Administrao e Negcios e Meio Ambiente. Quanto aos programas de doutorado, destacam-se as

    reas de Filosofia e Cincias.

    No Brasil, a presena da modalidade data do incio do sculo passado, onde a seguir, ser

    mostrado de forma generalizada um apanhado da Educao Distncia, destacando vrios projetos

    que contriburam para a sua disseminao.

    1904 - escolas privadas internacionais comearam a oferecer cursos pagos por correspondncia.

    1934 Edgard Roquete Pinto instalou a Rdio-Escola Municipal no Rio de Janeiro. Os alunos tinham

    acesso prvio a folhetos e esquemas de aula. Utilizava-se tambm a correspondncia para

    estabelecer contato com os alunos.

    1939 criado o Instituto Universal Brasileiro em So Paulo.

    1941 criada a primeira Universidade do Ar, que durou dois anos.

    1947 criada a Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo Senac, Sesc e emissoras associadas.

    1961/65 Foi criado o movimento de Educao de Base (MEB), pela Igreja catlica e o governo

    federal, que passou a utilizar um sistema radioeducativo: educao, conscientizao,

    politizao e educao sindicalizada.

    1970 Institui-se o Projeto Minerva, um convnio entre a Fundao Padre Landell de Moura e a

    Fundao Padre Anchieta para produo de textos e programas.

    1972 O governo federal enviou a Inglaterra um grupo de educadores, tendo frente o conselheiro

    Newton Sucupira. O relatrio final marcou uma posio reacionria s mudanas no sistema

    educacional brasileiro, colocando um grande obstculo implantao da universidade aberta e

    a distncia no Brasil.

    Na dcada de 70, a Fundao Roberto Marinho institui um programa de Educao supletiva a distncia

    para o 1 e 2 graus.

    1992 Foi criada a Universidade Aberta de Braslia (Lei 403/92), com possibilidade de atingir trs

    campos distintos:

    a) Ampliao do conhecimento cultural

    b) Educao continuada

    c) Ensino superior

    2006 O MEC lana a Universidade Aberta do Brasil (UAB), um sistema integrado por universidades

    pblicas que se valem da metodologia de ensino distncia para atender camadas com

    dificuldades no acesso formao universitria, com prioridade para professores e demais

    profissionais da rede bsica de ensino.

    2007- O MEC elabora a Rede e-Tec, proposta de EaD para o Ensino Mdio, com oferta de cursos

    tcnicos de nvel mdio distncia, pblicos e gratuitos, em regime de colaborao entre

    Unio, estados e municpios.

    2011- A UAB oferece o primeiro mestrado em rede nacional, o profissional em matemtica, voltado

    para a formao de docentes em matemtica da escola bsica.

    3 CONCLUSO

    A emergncia de um novo tipo de estudante universitrio, na modalidade distncia, na

    atual conjuntura, j uma realidade a qual no podemos fugir. fundamental que discusses amplas e

    baseadas em dados esclarecedores possam traar o real impacto da insero desse alunado na vida

    acadmica e universitria.

    Cada vez mais as tecnologias so empregadas em benefcio da aprendizagem, e a educao

    distncia talvez seja o mais importante canal deste processo de obteno de informaes e

    conhecimentos.

  • 29

    No h dvidas de que essa ferramenta est minimizando distncias e derrubando muitas

    fronteiras at ento existentes, passando a ser um meio fascinante para a promoo da educao e do

    treinamento distncia.

    Dessa forma, a modalidade a distncia passa a ser norteada por trs variveis imprescindveis

    que so: conhecimento, habilidade e informao atravs de tecnologias web.

    O que h de novo na aplicao das novas tecnologias da EaD voltado para os cursos de

    graduao, que atravs da Internet todas as possibilidades so envolvidas dando nova modalidade

    maior interao.

    O ritmo acelerado da sociedade tecnolgica rico de possibilidades, por isso, obriga os

    educadores e governantes a buscarem respostas pedaggicas para se adequar chamada sociedade

    tecnolgica e/ou da informao.

    ANALYSIS MODE DISTANCE EDUCATION AS EDUCATIONAL

    POLITICS: CONCEPTUAL APPROACH

    ABSTRACT

    Distance learning had its beginning in the fifteenth century, when Johannes Gutenberg

    invented the printing press in Germany, however, its consolidation occurred only with the

    advent of the internet, during which distance education passed from method to method, and

    thus established itself as a new learning option. Given this reality, several discussions were

    stimulated its importance. This article is guided by this question aims to analyze the mode

    distance education as educational policy, thus a conceptual approach. Were outlined specific

    objectives: to identify the characteristics of generations and distance education mode; Check

    the advantages, disadvantages and technologies of distance education mode and show the

    evolution of the mode distance education abroad and in Brazil. The methodology used was

    based on the nature in basic research. As to the objectives it has been founded by a descriptive

    exploratory study, and finally about the procedures in the literature. The research was

    problematic investigate to what extent the mode distance education contributes to education

    policy as a process of teaching and learning. At the end we find that more and more

    technologies are employed for the benefit of learning, and distance education is perhaps the

    most important channel of the process of obtaining information and knowledge.

    Key Words: Distance Learning. Evolution. Technology.

    REFERNCIAS

    BELLONI, Maria Luiza. Educao distncia. So Paulo: Editora Autores Associados, 2006.

    BRYANT, Stephanie M; KAHLE, Jennifer B; SCHFER, Brad A. A distance education: a review of the

    contemporary literature. Issues in Accouting Education, v.20, n3, p.259, 2005.

    GOUVA, Guaracira; OLIVEIRA, Carmem Irene. Educao a distncia na formao de

    professores.Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006.

    IKEDA,Ana Akemi; CAVALHEIRO, Constantino. Reflexes sobre as contribuies do ensino a

    distncia. Disponvel em: . Acesso em: 25 ago. 2013

    LITWIN, Edith.educao a distncia. Temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto

    Alegre: Artmed, 2001.

    NISKIER, Arnaldo. Histrico da EaD. Disponvel em:

    . Acesso em: 28 ago. 2013.

  • 30

    PRETI, Oreste.Educao a distncia:Braslia: Lber Livro, 2005.

    ROSA, Vanderley Flor da. Educao continuada a distncia, um estudo de caso. So Carlos, 2001.

    Dissertao (mestrado) Instituto de Cincias Matemticas e de Computao, da Universidade de So

    Paulo, USP.

  • 31

    TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO NA SUBLUXAO DO OMBRO EM

    PACIENTES HEMIPLGICOS: REVISO BIBLIOGRFICA

    Carlos Giovanni Souza Barbosa5

    Tnia dos Santos Matos6

    Elaine Andrade de Jesus7

    RESUMO

    A hemiplegia a principal sequela causada pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), que

    ocorre quando h uma interrupo do fluxo sanguneo arterial para o crebro, sendo de origem

    isqumica ou hemorrgica. O hemiplgico tem como caracterstica a espasticidade, que

    aumenta a rigidez dos msculos, dificultando as aes dos mesmos. Por ser a articulao mais

    mvel do sistema msculo esqueltico, o ombro sofre com frequentes subluxaes. O objetivo

    deste estudo evidenciar os diversos tipos de tratamentos utilizados pela Fisioterapia, que

    mais se mostraram eficazes para os pacientes hemiplgicos que sofrem subluxao no ombro.

    Foram pesquisadas em sites como Scielo, MedLine e Lilacs e revistas especializadas, atravs

    de palavras chaves como: subluxao, tratamento fisioteraputico, hemiplgico,

    physiotherapeutic, subluxation e outros, terapias convencionais como a Cinesioterapia e

    Eletroterapia, atravs de tcnicas como Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) e

    Eletroestimulao respectivamente, alm do recurso de algumas rteses, tendo a Kinesio

    Taping como o mais utilizado. Concluiu-se que as tcnicas estudadas so eficazes para

    pacientes hemiplgicos que sofrem com a subluxao de ombro, tendo cada uma delas sua

    importncia em determinado momento da reabilitao, auxiliando tambm na diminuio de

    dependncia para realizao das atividades da vida diria.

    Palavras-Chave: Hemiplgico. Subluxao. Tratamento Fisioteraputico.

    1 INTRODUO

    Sndrome neurolgica complexa, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) envolve

    anormalidade ordinariamente sbita do funcionamento cerebral decorrente de uma interrupo

    do fluxo sanguneo por um trombo ou mbolo em 60 a 85% dos casos, que so os de origem

    isqumica. Pode ocorrer tambm de cunho hemorrgico, seja parenquimatoso ou

    subaracnideo. O AVC continua a ser uma das principais causas de incapacidade e morte de

    pessoas de todas as raas e etnias. A doena atinge 15 milhes de pessoas mundialmente a

    cada ano. Destes, seis milhes falecem. Nos pases desenvolvidos, o AVC a terceira causa

    de morte e motivo mais importante de incapacidade crnica. Nos ltimos anos a doena atinge

    cada vez mais pessoas na faixa etria produtiva (BEZERRA, 2012).

    responsvel por grandes prejuzos neurolgicos e incapacidades funcionais que

    limitam atividades pessoais no ambiente social, profissional e familiar. Os pacientes

    geralmente apresentam como conseqncia fsica a hemiplegia ou hemiparesia, que

    5 Graduando em Fisioterapia pela Faculdade Estcio de Sergipe Estcio Fase. Aracaju-Sergipe.

    6 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Estcio de Sergipe Estcio Fase. Aracaju Sergipe.