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CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DESAFIOS CRÍTICOS - CPEDeC SAÚDE, EDUCAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: NOVOS DIRECIONAMENTOS E PERSPECTIVAS ISSN 1809 - 5399

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CADERNOS DE

PESQUISA E EXTENSO

DESAFIOS CRTICOS -

CPEDeC

SADE, EDUCAO E

ADMINISTRAO: NOVOS

DIRECIONAMENTOS E

PERSPECTIVAS

ISSN 1809 - 5399

2

ISSN 1809 - 5399

REVISTA INTERDISCIPLINAR DA

FACULDADE ESTCIO DE SERGIPE

ESTCIO FaSe

ANO 7 V.12 N.12 julho/dezembro de 2013 Aracaju

3

PUBLICAO SEMESTRAL

Ficha Catalogrfica: elaborada pela Biblioteca da Faculdade Estcio de Sergipe Estcio FaSe

Revista Interdisciplinar da Faculdade Estcio de Sergipe-Estcio FaSe

Cadernos de Pesquisa e Extenso Desafios Crticos CPEDeC, ano 7, v.12, n.12,

Jul./dez.---------Aracaju: Faculdade Estcio de Sergipe Estcio FaSe, 2013.

108 p.

Periodicidade: Semestral

ISSN online: 1809 - 5399

1. Cincias Sociais e Aplicadas 2. Cincias Humanas 3. Cincias da Sade. Titulo.

CDU 009(05)

CPEDeC Aracaju v.12 n.12 p.108 jul./dez. 2013

O CPEDeC no se responsabiliza pelas opinies emitidas pelos autores.

Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a

prvia autorizao da ESTCIO FaSe.

4

CPEDeC

REVISTA INTERDISCIPLINAR DA FACULDADE ESTCIO DE SERGIPE

ESTCIO FaSe

Direo Geral da Estcio FaSe

Prof. Me. Paulo Rafael Monteiro Nascimento

Direo Acadmica

Prof. Me. Fernando Luiz de Arajo Monteiro

Conselho Consultivo

Prof.Me. Paulo Rafael Monteiro Nascimento

Prof. Ps.doc. Hortncia de Abreu Gonalves

Conselho Editorial

Prof. Me. Dayse Coelho de Almeida

Prof. Me. Eduardo Carpejani

Prof. Dr. Orlando Pedreschi Neto

Prof. Me. Maria Tereza Ettinger Oliveira

Prof. Me. Amintas Figueiredo Lira

Prof Dr Llian de Lins Wanderley

Conselho Cientfica

Prof. Me. Betnia Costa Leite

Prof. Dr. Daniela Carvalho Almeida da Costa

Dr. Llian de Lins Wanderley

Dr. Hlio Mrio Arajo

Comisso de Reviso

Prof. Me. Rosilene Pimentel S. Rangel

Prof Esp.Michelle de Araujo Goes

Prof Esp. Veronice de Ftima Silva Barreto

Comisso de Projeto Grfico

Prof. Esp. Cleberton Carvalho Soares

RP Adnia Santos Andrade

Instituio

Faculdade Estcio de Sergipe Estcio FaSe

Rua Teixeira de Freitas, n.10

Cep. 49020-530 Bairro: Salgado Filho

Fone: (79) 3246-8100 Aracaju - Se

Home page: http://portal.estacio.br/unidades/faculdade-estacio-de-

sergipe/campi/se/aracaju/sergipe/revista-cientifica.aspx

E-mail: [email protected]

mailto:[email protected]

5

EDITORIAL

Desafiar criticamente a cincia e da avanar para novas conquistas e inovaes requer a

tomada de conhecimento do que j se pesquisou e produziu, a fim de instrumentalizar aqueles

que pretendem se alinhar com o processo civilizatrio da sociedade e alcanar metas no seu

campo profissional, como contribuio ao aumento da qualidade de vida dos seres humanos.

Nessa perspectiva, a reviso bibliogrfica o primeiro passo quando se busca o conhecimento

do objeto a pesquisar, sendo indubitavelmente um fator motivador na alavancagem do

desenvolvimento tcnico e cientfico dos diversos setores da atividade humana.

O Caderno de Pesquisa e Extenso Desafios Crticos CPEDeC, em sua edio de nmero

doze do perodo julho a dezembro de 2013, congrega dez trabalhos que procuram mostrar o

estado da arte da produo acadmica no mbito da fisioterapia, da gesto socioambiental

empresarial e da educao distncia, temas que assumiram posio de destaque na sociedade

moderna.

A primeira constatao que motivou uma reviso na literatura especfica de certo modo

obvia, uma vez que partiu da premissa de estar a problemtica ambiental entre as

preocupaes que afligem a sociedade. Apresenta, porm, um vis bem particular, pois focado

nas novas abordagens que denotam a responsabilidade das empresas com a qualidade do meio

ambiente e compatvel com a gesto empresarial moderna.

A maior parte dos trabalhos, contudo, trata dos avanos da cincia em prol da reabilitao dos

acometidos por paralisias decorrentes de traumas cerebrais, do desenvolvimento dos

portadores de necessidades especiais, das limitaes fsicas dos idosos, e dos que so

submetidos imobilidade por deficincias permanentes ou eventuais. Para esses pacientes a

Fisioterapia sozinha ou aliada com variadas tcnicas e recursos externos a esse campo

desenvolveu a laserterapia para cicatrizao das lceras de presso e para a acelerao da

regenerao das estruturas nervosas, a Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) e a

Eletroestimulao, entre outras, e a fisioterapia aqutica como mtodo de fortalecimento de

pacientes idosos, visando a preveno de quedas e a cura de leses por acidentes.

Dois trabalhos focaram a condio dos portadores da Sndrome de Down. Um desses aborda

tcnicas como a equoterapia, que propicia de modo eficiente a independncia e o rpido

desenvolvimento fsico e social das crianas, e outro que busca no acervo bibliogrfico a

compreenso do aparelho fonador, em face da hipotonia da musculatura orofacial e da

macroglossia ou cavidade oral pequena, responsveis por problemas na fala de crianas com

essa deficincia.

Por fim, complementando o conjunto de estudos temticos bem oportunos nos dias atuais um

dos trabalhos investiga o papel da educao distncia, concluindo que cada vez mais as

tecnologias so empregadas em benefcio da aprendizagem, e que essa modalidade de

educao talvez seja o mais importante canal para a obteno de informaes e

conhecimentos.

Llian de Lins Wanderley

Professora Doutora da Universidade Federal de Sergipe

Ps-Doutoranda do Programa de Ps-Graduao em

Geografia da Universidade Federal do Cear

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CPEDeC

CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSO DESAFIOS CRTICOS

ISSN 1809 5399 online

ISSN 1808-8511 impresso

v. 12 n. 12 jul./dez. 2013

www.revistadesafioscriticos.fase-se.edu.br

ADMINISTRAO Responsabilidade Socioambiental Empresarial: um Estudo de Reviso sobre as Novas Abordagens de Gesto Socioambiental

Karina Andrade Sampaio Silva.............................................................9

Maria Tereza Ettinger Oliveira

Marlia Barbosa de Azevedo Fontes

EDUCAO Anlise da Modalidade Educao Distncia Como Poltica Educativa: Abordagem Conceitual

Eduardo Jorge Novaes Schoucair.......................................................20

FISIOTERAPIA Tratamento Fisioteraputico na Subluxao do Ombro em Pacientes Hemiplgicos: Reviso Bibliogrfica

Carlos Giovanni Souza Barbosa.........................................................31

Tnia dos Santos Matos

Elaine Andrade de Jesus

Reabilitao na Paralisia Facial Perifrica: Reviso Bibliogrfica

Ana Carolina Silva Santos..................................................................39

Laiza Michelle Matos da Penha

Elaine Andrade de Jesus

Influncia do Tratamento Fisioteraputico para a Paralisia

Cerebral: Reviso da Literatura

Itala Maria Santos Silva......................................................................49

Kathlen Moura Teles

Elaine Andrade de Jesus

Os Benefcios do Laser no Processo de Cicatrizao das lceras de

Presso: Uma Reviso da Literatura

Josinalva Fonseca dos Santos .............................................................58

Elaine Andrade de Jesus

Influncia da Fisioterapia na Preveno de Quedas em Idosos:

Reviso Bibliogrfica

Karlis Mirtis Morais de Jesus..............................................................67

SUMRIO

7

Ana Paula dos Santos

Elaine Andrade de Jesus

Os Benefcios da Fisioterapia Aqutica em Pacientes Idosos:

Reviso de Literatura

Sammy de Almeida Santos.................................................................76

Sheila Teixeira Taveira Elaine Andrade de Jesus

Interveno Fisioteraputica na Sndrome de Down: Uma Reviso

de Literatura

Gerlaine Vieira....................................................................................83

Thallytha Barros

Elaine Andrade de Jesus

LETRAS A Importncia do Aparelho Fonador para Crianas com Sndrome de Down (SD)

Denise Arajo de Jesus.......................................................................92

Jane Arajo Kruschewisky

Michelle de Araujo Goes

NORMAS PARA

SUBMISSO

Linha Editorial...............................................................................104

Estilo de Apresentao dos Artigos..............................................104

Estilo de Apresentao das Resenhas...........................................108

8

ARTIGOS

9

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL:

UM ESTUDO DE REVISO SOBRE AS NOVAS ABORDAGENS DE GESTO

SOCIOAMBIENTAL

Karina Andrade Sampaio Silva1

Maria Tereza Ettinger Oliveira2

Marlia Barbosa de Azevedo Fontes3

RESUMO

O presente estudo trata da responsabilidade socioambiental empresarial, destacando as novas

abordagens de gesto socioambiental. A anlise parte da premissa de que a problemtica

ambiental assumiu uma posio de destaque entre as preocupaes que afligem a sociedade e,

nas ltimas dcadas, o processo industrial vem passando por uma constante reavaliao. Em

virtude do exposto, esse estudo objetiva verificar, na literatura, as evidncias das

contribuies da responsabilidade socioambiental nas atuais abordagens empresariais. A

metodologia empregada foi a reviso bibliogrfica, cuja trajetria metodolgica se apoiou em

leitura exploratria. A reviso de literatura mostra que a seriedade da degradao ambiental

est transformando a discusso das questes ambientais em matria obrigatria em diversas

reas do conhecimento humano. No cenrio empresarial, a gesto socioambiental fator

primordial na valorizao da questo ambiental, pois incentiva o processo produtivo aliando a

produtividade e com a sustentabilidade. As estratgias de gesto socioambiental consistem em

um conjunto de medidas e procedimentos que permitem reduzir e controlar os impactos

introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente.

Palavras-chave: Crise Ambiental. Gesto Ambiental. Responsabilidade Socioambiental

Empresarial

I INTRODUO

A problemtica socioambiental ganhou maior intensidade em pesquisas e estudos nos

ltimos anos e, atualmente, tem se destacado em debates pelo mundo, em que frequentemente,

a mdia registra o agravamento dos impactos ambientais, tais como: poluio dos recursos

hdricos, aquecimento global, efeito estufa, desmatamento, chuvas cidas, aumento da gerao

de resduos slidos, degradao ambiental, entre outros.

Os estudos de Adissi e Almeida Neto (2013) mostram que os desastres ambientais e

a discusso sobre suas causas esto ocupando cada vez mais espao nos meios de

comunicao, reconhecendo-se que as aes humanas so um dos principais problemas que

tm afetado negativamente os recursos ambientais. Pesquisas revelam que a situao do

cenrio ambiental demonstra o evidente interesse pelo estudo da questo socioambiental, visto

que a ao humana tem causado impactos negativos ao ambiente, provocando mudanas em

grande escala na vida diria, capazes de afetar a qualidade de vida da populao e a

1 Graduanda do Curso de Administrao da Faculdade Estcio de Sergipe. E-mail: [email protected]

2Mestre em Administrao de Recursos Humanos, docente da Faculdade Estcio de Sergipe. E-mail:

[email protected] 3 Especialista em Gesto de Marketing e Bacharel em Administrao com nfase em Anlise de Sistemas pela

Universidade Tiradentes UNIT; coordenadora do curso de Tecnologia em Gesto Pblica e professora do

Curso de Administrao da Faculdade Estcio de Sergipe Estcio Fase Aracaju-Sergipe. E-mail:

[email protected]

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sobrevivncia de outras espcies, cujas consequncias so em nvel global (LEITE, 2008;

CHAVES; BATALHA, 2006; NOVAES, 2008; DIAS, 2008).

Como consequncia observa-se que os problemas socioambientais afetam

diretamente a qualidade de vida da humanidade. Torna-se importante para a sociedade e para

a continuidade de operao dos sistemas produtivos em geral a proteo ao meio ambiente. As

razes que justificam tal afirmao so numerosas: estabelecimento de termos legais, melhora

da imagem da empresa atravs da responsabilidade socioambiental, reposta do mercado e,

principalmente, a possibilidade de retorno financeiro.

Diversos estudos de nvel nacional e internacional vm defendendo a necessidade de

integrar esforos nas vrias reas para o desenvolvimento de intervenes de conscientizao

ambiental (TACHIZAWA, 2011; DIAS, 2008). Assim, a seriedade da degradao ambiental

est transformando a discusso das questes ambientais em matria obrigatria em diversas

reas do conhecimento humano.

No Brasil, a discusso acerca da crise ambiental comeou a ganhar notoriedade a

partir de 1960, quando diversos pesquisadores, influenciados por uma srie de fatores que

contribuam para o aumento dos problemas ecolgicos, passaram a estudar a ao do homem

no meio socioambiental. Adentrando a dcada de 1970, a Organizao das Naes Unidas

(ONU) organiza a Conferncia da Biosfera (1968) e a Conferncia de Estocolmo (1972),

eventos estes que discutiram, com maior nfase, os problemas polticos, sociais e econmicos

e suas influncias diretas sobre o meio ambiente.

A partir da a crise ambiental ganhou maior visibilidade, com um alerta sobre a

necessidade de coibir o crescimento urbano desenfreado, sob pena de haver total degradao

no meio ambiente.

Em virtude do exposto, passou a haver uma maior preocupao por parte das

empresas em conciliar o processo produtivo com a conservao e qualidade socioambiental,

sendo este um dos maiores desafios que as empresas enfrentam: investir em desenvolvimento

sustentvel, por meio de estratgias de Responsabilidade Socioambiental que podem trazer

benefcios para o meio ambiente e a sociedade em geral.

Assim, a problemtica socioambiental assumiu uma posio de destaque entre as

preocupaes que afligem a sociedade e, nas ltimas dcadas, vem passando por um processo

constante de reavaliao.

A aproximao e vivncia com o tema evidenciou um vasto campo de pesquisa, o

que permitiu o seguinte questionamento: quais as novas abordagens da gesto socioambiental

que contribuem para reduzir os impactos ambientais ocasionados pelas empresas?

A fim de responder ao questionamento, o objetivo desse estudo verificar na

literatura as evidncias das contribuies da Responsabilidade Socioambiental nas atuais

abordagens de gesto empresarial. Como objetivos especficos foram traados: analisar a

evoluo da crise socioambiental; destacando os termos da conscientizao socioambiental;

descrever os conceitos bsicos, os benefcios e objetivos da Responsabilidade Socioambiental

nas empresas; investigar os processos organizacionais aliados aos princpios da

Responsabilidade Socioambiental empresarial e analisar a importncia da Responsabilidade

Social na minimizao dos problemas socioambientais.

O interesse pela temtica decorrente da percepo de que, apesar dos nmeros de

estudos acerca dessa temtica, ainda h uma necessidade de discutir o tema em virtude dos

questionamentos que o mesmo sucinta, analisando as produes cientficas desenvolvidas nos

ltimos anos (2008-2013), estruturando em trs tpicos, abordando os aspectos histricos e

conceituais da responsabilidade socioambiental das empresas, bem como verificando a

importncia da Responsabilidade Socioambiental na minimizao dos problemas

socioambientais.

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A metodologia empregada foi a reviso bibliogrfica, cuja trajetria metodolgica se

apoiou em leitura exploratria. No primeiro momento foram selecionadas diversas fontes, em

base de dados cientficos: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), consultadas por

meio do site da Biblioteca Virtual e Google acadmico, bem como a Biblioteca da Faculdade

Estcio de Sergipe, utilizando as seguintes palavras chaves: Responsabilidade Socioambiental

Empresarial, Crise Ambiental e Gesto Socioambiental. Foram inclusos artigos e publicaes

acerca do tema, no perodo de 2008 a 2013, em lngua portuguesa, sendo excludos artigos e

publicaes anteriores a essa data.

Esse trabalho relevante socialmente, pois a responsabilidade socioambiental , na

atualidade, um dos princpios sensveis da cidadania e condio essencial da sustentabilidade,

e devendo ser o principal objetivo das organizaes: cuidar e preservar o meio ambiente.

2 REFERENCIAL TERICO

2.1 A Crise Socioambiental

Os fatores como a intensificao da industrializao, a exploso demogrfica, o

aumento da produo industrial e do consumo em massa, aliados urbanizao e

modernizao agrcola, foram decisivos para a evoluo histrica do desenvolvimento

humano, e tambm para configurao da crise socioambiental.

Braga et al. (2008) traam uma anlise acerca da relao existente entre os principais

componentes da crise ambiental: populao, recursos naturais e poluio. O primeiro

contribui para crise ambiental a partir do seu crescimento desigual, que leva a astronave (o

planeta) a utilizar seus recursos de forma desordenada, gerando um desequilbrio ambiental.

O segundo, os recursos naturais, vm sendo explorados de forma invivel, uma vez que o

progresso tecnolgico e a expanso demogrfica vm degradando o meio ambiente, pois

necessita a cada dia de uma maior quantidade de matrias-primas para suprir suas

necessidades. E, finalmente, a poluio, configurada atravs de vrios poluentes que

contaminam o ambiente.

Gasparini (2008) entende que existe um paralelo entre economia e meio ambiente.

Para esse autor, toda e qualquer deciso econmica gera um impacto ao ambiente, e toda

alterao nele causa, ainda que pequena, um impacto econmico. Tal compreenso foi

ignorada por muito tempo pelo setor produtivo, bem como os efeitos negativos das suas

atividades antrpicas no meio ambiente.

A ao humana no ambiente trouxe srias consequncias para vida no planeta, dentre

elas, a degradao ambiental. Snchez (2008) conceitua a degradao ambiental, como sendo,

qualquer modificao adversa dos processos, funes ou componentes ambientais, que afeta a

qualidade ambiental. O autor, ainda refora a ideia de que a qualidade ambiental se refere a

uma medida realizada com base em indicadores, da condio de um determinado ambiente

com relao aos requisitos e necessidades humanas e de outras espcies.

Para Silva (2010) atravs da degradao ambiental ocorre a destruio dos elementos

que compem o meio ambiente, a derrubada das matas, bem como com a contaminao por

meio de substncias qumicas que alteram a sua qualidade, impedindo o seu uso natural,

sendo um exemplo dessa situao a poluio.

Na compreenso de Braga et al (2008, p. 67),

[...] os efeitos da crise ambiental podem ter carter localizado, regional ou

global, sendo os mais conhecidos e perceptveis os locais ou regionais, os

quais, em geral, ocorrem em reas de grande densidade populacional ou

atividade industrial, correspondendo s aglomeraes urbanas em todo o

planeta.

12

O aumento da degradao ambiental fomentou debates por governos, grupos

ecolgicos, tcnicos, empresrios e cidados comuns. Todavia, a crise ambiental uma

questo que j vem sendo discutida desde longas dcadas. A partir das dcadas de 1940 e

1950, comeou o movimento ambientalista na Frana, Holanda e Inglaterra, onde se discutiam

os ideais conservacionistas e preservacionistas, defendendo a intocabilidade das reas ainda

inexploradas e o uso racional dos recursos como melhor soluo, tratando-se, j neste

momento, da questo do desenvolvimento sustentvel (JACOBI, 2008).

No Brasil, a discusso acerca da crise ambiental comeou a ganhar notoriedade a

partir de 1960, diversos pesquisadores, influenciados por uma srie de fatores como

problemas ecolgicos passaram a estudar a ao do homem no meio socioambiental.

Adentrando a dcada de 1970, a Organizao das Naes Unidas (ONU) organiza a

Conferncia da Biosfera (1968) e a Conferncia de Estocolmo (1972), eventos estes que

discutiram, com maior nfase, os problemas polticos, sociais e econmicos e suas influncias

diretas sobre o meio ambiente (SILVA JNIOR, 2007).

Assim, a crise ambiental ganhou maior visibilidade a partir da dcada de 1960, de

acordo com Almeida Neto, Oliveira e Braga (2013), essa dcada trouxe um despertar mundial

para a necessidade de que a sociedade humana regulamentasse as aes e intervenes de

empreendedores pblicos e privados sobre o meio ambiente.

A partir deste momento, a sociedade em geral foi tomando nova conscincia dos

riscos potenciais decorrentes do contnuo progresso tecnolgico e o modo em que eles afetam

o meio em que vivem, atravs das drsticas consequncias.

importante destacar que a Conferncia das Naes Unidas sobre o meio ambiente,

realizada em Estocolmo, na Sucia, em 1972, foi o primeiro grande evento da ONU a discutir

questes ambientais, realizada durante a Guerra Fria, porm o encontro no chegou a definir

polticas efetivas por causa das divergncias entre os pases do bloco capitalista e os do socia-

lista (DIAS, 2008).

Segundo Dias (2008), com a ampliao dos debates sobre o meio ambiente, na

segunda metade do sculo XX, passaram a ser elaborados estudos sobre o meio natural,

associados ao interesse pela situao do ser humano, tanto no plano da comunidade como no

das necessidades individuais de vida e subsistncia, destacando-se a relao entre os

ambientes artificiais e os naturais.

O debate ambiental ganha impulso em 1992, com a Conferncia das Naes Unidas

sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro com a Eco-92 ou Rio 92

fazendo-se novos balanos dos problemas ambientais e estabelece a Conveno sobre

Mudanas Climticas - que mais tarde deu origem ao Protocolo de Kyoto -, sendo aprovada a

Agenda 21, um plano de ao com metas para a melhoria das condies ambientais do planeta

(DIAS, 2008).

Uma dcada depois da Eco-92, foi realizado em 2002, o frum mundial denominado

Rio+10, em Johanesburgo, na frica do Sul, onde a cpula mundial discutiu sobre o

Desenvolvimento Sustentvel e a partir deste momento, se disseminou a ideia de

desenvolvimento ecologicamente sustentvel, definindo como aquele que responde s

necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das geraes futuras de responder

s suas necessidades.

A conscincia ambiental ganhou impulso no sculo XX, no ps-guerra, uma vez que

este momento histrico acabou por gerar efeitos que definiram o quadro mundial atual,

inclusive efeitos ambientais que provocaram uma mudana de valores, dando origem a

diversas iniciativas sociais que tinham como objetivo criar alternativas e reagir diante os

problemas resultantes da degradao (CAMARGO, 2008).

Por meio dos movimentos descritos a sociedade vem experimentando modificaes

significativas no seu comportamento, frente nova percepo da realidade ambiental e social,

13

decorrentes das repercusses do crescimento e desenvolvimento urbano e a fomentao de

inmeros problemas ecolgicos.

Segundo Medina (2008), com a ampliao dos debates sobre o meio ambiente, foram

elaborados estudos sobre o meio natural, integrados ao interesse pela situao do ser humano,

tanto no plano da comunidade como no das necessidades individuais de vida e subsistncia,

destacando-se a relao entre os ambientes artificiais e os naturais.

Neste cenrio, alm dos movimentos ambientalistas, o setor privado e a sociedade

civil comearam a intervir nas questes sociais, configurando em gesto ambiental.

2.2 Gesto Ambiental

Cada vez mais, as questes ambientais esto se tornando matrias obrigatrias em

diversas reas do conhecimento humano. A globalizao, a internacionalizao dos padres

de qualidade ambiental, a conscientizao crescente da sociedade e a disseminao da

educao ambiental revelam o quanto urgente encontrar formas de solucionar ou minimizar

a crise ambiental, buscando estratgias de preservao do meio ambiente e melhoria da

qualidade de vida da populao em escala global (TACHIZAWA, 2011).

Em virtude dos impactos ambientais causados pela ao do homem, surge a

necessidade do desenvolvimento da gesto ambiental, haja vista que atravs dela possvel

alcanar um processo produtivo mais consciente com o meio ambiente.

A gesto ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos bem

definidos que, se aplicados permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um

empreendimento sobre o meio ambiente (VALLE, 2012).

Diante do exposto, verifica-se que h um grande desafio para as organizaes

promoverem aes que visam uma convivncia coerente possvel com o meio ambiente como

um todo, seja no gerenciamento e controle dos processos produtivos, nos aspectos ambientais

significativos adversos, ou mesmo nas aes compensatrias quando no h como evitar o

impacto ambiental para o meio ambiente.

Na viso de Tachizawa (2011), em virtude dos impactos ambientais gerados por

grandes corporaes, a gesto ambiental tornou-se um importante instrumento gerencial para

capacitao e criao de condies de competitividade para as organizaes, qualquer que

seja o seu segmento econmico.

Estudos revelam que a gesto ambiental tornou, nos ltimos tempos, uma importante

ferramenta de modernizao e competitividade para as indstrias brasileiras. O crescimento

desta viso at o reconhecimento como instrumento gerencial veio suplementar abordagem de

comando e controle, que desde sua introduo, h quase duas dcadas, vinha sendo a nica

estratgia para garantir a qualidade ambiental no pas.

Neste novo panorama, os gestores ambientais de um processo produtivo necessitam

partilhar do entendimento de que deve existir um objetivo comum, e no um conflito, entre

desenvolvimento econmico e proteo ambiental, tanto para o momento presente como para

as geraes futuras.

Segundo Adissi e Almeida Neto (2011, p. 09), na gesto ambiental em unidades

produtivas, o gestor desenvolve:

[...] esforos para identificar os aspectos ambientais significativos, isto ,

aqueles capazes de provocar impactos ambientais relevantes; especificar as

formas de controle desses aspectos, considerando custos e eficincia, alm

de implantar e manter soluo mais sustentvel para neutralizar as aes

danosas do aspecto identificado.

14

Portanto, as razes que motivam a adoo de procedimentos de gesto ambiental

so praticamente uniformes por caracterstica organizacional, variando no que se refere

necessidade de conformidade com a poltica nacional ambiental.

Uma das estratgias utilizadas por essas organizaes para conseguir resultados

satisfatrios atravs do Sistema de Gesto Ambiental (SGA). Por meio deste sistema, as

empresas tm conseguido maior valorizao de mercado (NUNES, 2008, p. 12).

Neste cenrio, cada vez mais, as grandes empresas vm buscando conquistar o

reconhecimento de sua Gesto Ambiental com a certificao na norma ISO 14001. De acordo

com DAvignon (2009, p. 16), a srie ISO 14000 um conjunto de 28 normas relacionadas a

Sistemas de Gesto Ambiental, elas abrangem seis reas bem definidas: sistema de Gesto

Ambiental; auditorias Ambientais, avaliao de Desempenho Ambiental; rotulagem

Ambiental; aspectos ambientais nas Normas de Produtos e a anlise do Ciclo de Vida do

Produto.

A norma ISO 14001 estabelece algumas premissas bsicas, entre elas, a necessidade

de que a empresa estabelea parmetros para a rea ambiental. Outro ponto fundamental e

que a norma pode ser aplicada a qualquer organizao independente de sua atividade, origem,

cultura ou localizao. O foco da norma est no meio ambiente e visa preveno da

poluio levando em considerao as necessidades socioeconmicas (DONAIRE, 2008, p.

28).

A ISO 14001 uma norma de gerenciamento que se configura em um processo de

organizao das atividades de uma companhia e tem como principais caractersticas:

A norma ISO 14.001 pode ser utilizada por qualquer tipo de organizao,

industrial ou de servio, de qualquer porte, de qualquer ramo de atividade.

Pr-ativa: seu foco na ao e no pensamento pr-ativo, em lugar de reao

a comandos e polticas de controle do passado. Refora o melhoramento da

proteo ambiental pelo uso de um nico sistema de gerenciamento

permeando todas as funes da organizao (GILBERT, 2008, p.12).

A partir das caractersticas da norma citada, a empresa promove a implementao,

manuteno e melhoria do sistema de gesto ambiental, verifica o atendimento poltica

ambiental estabelecida pela empresa e ao cumprimento da legislao aplicvel e

compromissos assumidos, permite tambm que a sociedade tenha a visibilidade de

cumprimento destas aes, principalmente, atravs da certificao da empresa junto aos

rgos competentes.

Os requisitos esto relacionados regulamentao legal e/ou tcnica aplicvel aos

aspectos ambientais de uma organizao. Reis (2008, p. 29) enfatiza que os benefcios obtidos

por meio da ISO 14001, principalmente, diz respeito melhoria ambiental e ganhos

econmicos a partir da certificao, apesar dos investimentos financeiros com treinamentos,

medies, possveis consultorias, entre outros. Tais benefcios ocorrem devido reduo de

desperdcios com o gerenciamento de resduos, o uso racional dos recursos e o gerenciamento

de energia, gera uma receita superior ao investimento.

Reis (2008, p. 29) descreve alguns dos inmeros benefcios trazidos a partir da

implantao bem sucedida de um SGA:

Melhorar o gerenciamento das questes ambientais e para mostrar o comprometimento com a proteo ambiental;

Facilitar a obteno de emprstimo internacional pode estar condicionado implantao do SGA;

Atenuao perante tribunais em caso de demanda judicial, com demonstrao de evidncia do comprometimento e esforos realizados;

15

Aumento da vantagem competitiva;

Melhora a adequao a legislao ambiental da organizao;

Facilita a preveno da poluio e conservao dos recursos;

Conquista de novos clientes e ou mercados;

Reduz os custos operacionais;

Permite o envolvimento e conscientizao dos empregados, com o aumento da moral da equipe;

Ganho de aumento da confiana dos clientes;

Facilita o atendimento exigncias contratuais dos clientes;

Melhoria do desempenho ambiental;

Permite o desenvolvimento de padres voluntrios para a melhoria do desempenho ambiental, se antecipando as novas exigncias legais,

devido publicao de novas legislaes ambientais.

Portanto, as normas ISO da srie 1400 representam uma valiosa estratgia gerencial,

contribuindo para a reduo de custos e o aumento da conscientizao ambiental de todos que

compem uma organizao, como tambm clientes e toda a comunidade, promovendo os

recursos necessrios para controlar e reduzir os impactos ambientais resultantes das atividades

organizacionais.

Nesse contexto, ganhou destaque a responsabilidade socioambiental, uma vez que,

ela auxilia os gestores empresariais na conduo das polticas ambientais de uso gerencial.

2.3 Responsabilidade Socioambiental Empresarial

Nas organizaes, a responsabilidade socioambiental representa um diferencial

competitivo, j que agrega valores e dissemina a imagem de empresa cidad, ganhando maior

visibilidade junto sociedade. Para Nascimento (2008), as empresas esto descobrindo que

assumir compromissos sociais gera vantagens competitivas e resultados favorveis para seus

negcios. Mas tambm os consumidores passaram a valorizar e adquirir produtos e servios

de empresas que adotam prticas de responsabilidade socioambiental.

A sociedade e as empresas assumiram compromissos sociais para gerar melhoria na

qualidade de vida e vantagens competitivas e resultados favorveis para seus negcios.

A responsabilidade socioambiental considerada uma das principais estratgias para

alavancar o crescimento organizacional. As empresas socialmente responsveis so agentes

de uma nova cultura empresarial e de mudana social; produtora de valor para todos

(colaboradores, acionistas, comunidade, entre outros); e diferenciadas e de maior potencial de

sucesso e longevidade. Por conta disso, ela caminha lado a lado com as modernas tcnicas de

gesto empresarial, cujo objetivo a gerao de valor para todos os que interagem com a

empresa, tendo como foco a melhoria da qualidade das relaes, do convvio social e do

sucesso empresarial (NASCIMENTO, 2008).

A responsabilidade socioambiental ganhou maior visibilidade, como um alerta sobre

a necessidade das empresas investirem em aes ambientais. A partir disso, a nfase voltou-se

para o desenvolvimento sustentvel que representa a concretizao de um modelo de

desenvolvimento pautado por relaes sociais e ambientais em que a natureza, os direitos

humanos, a cidadania, a solidariedade e a tica sejam atendidas, prezando pela sobrevivncia

dos seres vivos e integridade ambiental (NASCIMENTO, 2008).

A responsabilidade socioambiental das empresas tem o compromisso de, segundo

Melo Neto (2009), de assegurar o acesso efetivo aos bens, servios e riquezas da sociedade.

Ela se desenvolve por meio da integrao negociada entre o mercado e a sociedade civil. Por

isso que praticar a responsabilidade social uma postura imprescindvel e fator de

competitividade, sobrevivncia e sucesso empresarial, Portanto, o exerccio transparente da

16

responsabilidade social no apenas um bom negcio, mas, no mundo globalizado,

fundamental ao sucesso do prprio negcio e a sobrevivncia empresarial.

Portanto, as empresas mais preocupadas com o ambiente socioambiental tomam

conscincia de que a sociedade est questionando no a empresa em si, mas o sentido do

desenvolvimento econmico que ela traz. Neste contexto, uma empresa de destaque

ultrapassa, segundo Fernandez (2008), os limites de apenas oferecer produtos de qualidade,

empregos, tecnologias, bom atendimento, preos bons. Ela deve ampliar sua atuao para a

rea social, envolvendo-se socialmente com a comunidade na qual se insere. Esta a prova

fundamental do compromisso a empresa com a responsabilidade social.

A esse respeito, comentam Sics e Castelar (2009) sobre a necessidade de haver

maior investimento em qualidade de vida e bem-estar social, estratgia fundamental a

consecuo de um meio ambiente adequado, em que se respeite s necessidades das

coletividades e, sobretudo, que haja uma integrao das pessoas afetadas, garantindo sua

participao nesse processo. Neste contexto, a responsabilidade social desempenha um

importante papel com resultados significantes.

Diversos autores vm sinalizando a importncia do uso sustentvel dos recursos

ambientais, levando em considerao as condies de sustentabilidade e equilbrio ecolgico,

entre os seguintes fatores: resultado econmico, mnimos impactos ambientais e culturais e da

comunidade (NASCIMENTO, 2008).

Ao que se mostra, a presso gerada pelas necessidades de consumo o que define os

objetivos do planejamento territorial, e no a capacidade de suporte do ambiente e os

impactos da atividade transformadora. Pode-se inferir, ento, que sociedades pautadas

exclusivamente pelo incentivo ao consumo desenfreado tm poucas chances de harmonizar

explorao e conservao (TACHIZAWA, 2011).

Os aspectos descritos revelam que no cenrio organizacional, a competitividade entre

as empresas cada vez mais acirrada em virtude do desenvolvimento de novos princpios e

mtodos de gesto, treinamento e informaes. evidente tambm que as empresas buscam

melhoria dos processos produtivos, mas tambm deve focar sua ateno na questo

socioambiental. Por essa razo, um dos principais desafios para as empresas desenvolver

uma proposta de gesto socioambiental, fundamentado nos princpios da responsabilidade

socioambiental aliando o processo produtivo proteo e conservao socioambiental.

O gerenciamento dos problemas ambientais decorrentes dos processos

organizacionais no deve ter ao corretiva, mas sim uma ao educativa, criando condies

para que as empresas envolvidas na cadeia produtiva possam exercer sua responsabilidade

socioambiental sem produzir impactos socialmente negativos (SCHIMDHEINY, 2008). No resta dvida de que a atividade organizacional bem ordenada ocupa um papel relevante

para o desenvolvimento de uma regio. Todavia, este processo requer compromisso com o meio

ambiente e maiores investimentos nesta rea, a fim de minimizar ou superar os impactos ambientais

causados pela produo. Por essa razo, o setor organizacional hoje, no pode ser encarado como uma

atividade comercial ou empresarial em desenvolvimento, mas sim como uma estratgia que alia o

lucro ao desenvolvimento sustentvel.

Nesse sentido, a viabilidade do gerenciamento das questes ambientais e o

aperfeioamento contnuo dos processos organizacionais, proporcionam a harmonizao dos

impactos oriundos dos processos produtivos sobre o meio ambiente, na medida em que so

introduzidos procedimentos que permitam uma administrao adequada das relaes entre

suas atividades e o meio-ambiente.

Diante dos aspectos descritos, acrescenta-se a necessidade de conhecer as

dificuldades e os avanos no gerenciamento dos impactos ambientais, aspecto que se constitui

uma estratgia competitiva focada na gesto socioambiental, a partir da implantao de

procedimentos mais especficos para mitigar os impactos ambientais causados pelas diversas

17

atividades produtivas desenvolvidas por setores organizacionais diversos, conforme enfatiza

Sanchez (2008).

Portanto, as prticas de Responsabilidade Socioambiental so importantes

estratgias que servem de estmulo para que um nmero cada vez maior de empresas busque

utilizar esse recurso. Por conta disso, as organizaes devem levar em considerao que as

aes de responsabilidade socioambiental comeam por aes de cidadania e que suas aes

sociais so apenas a base de sustentao da empresa. Logo, as aes sociais so consequncia

da Responsabilidade Socioambiental que garante uma srie de benefcios para as empresas,

principalmente, melhor imagem perante a sociedade.

3 CONSIDERAES FINAIS

A anlise desenvolvida evidencia que as questes ambientais sempre foram e

continuam a ser latentes na atualidade. Por essa razo, a Constituio Federal Brasileira de

1988 estabeleceu normas direcionais problemtica ambiental, dando as diretrizes de

preservao e proteo dos recursos naturais incluindo nelas a fauna e flora, bem como, as

normas de promoo da educao socioambiental, definindo o meio ambiente como bem de

uso comum do povo.

Apesar dos avanos da legislao brasileira, a realidade mostra um aumento

considervel de agravos ambientais decorrentes do processo de industrializao e

urbanizao.

Diante da problemtica ambiental, a responsabilidade das empresas investir em

Gesto Socioambiental, aliando desenvolvimento econmico e proteo ambiental. Por essa

razo, o desenvolvimento econmico deve estar focalizado em uma poltica de

sustentabilidade, considerando as crescentes preocupaes com o ambiente, a melhoria da

qualidade de vida da sociedade e a percepo das alteraes que as atividades produtivas

provocam no meio socioambiental, a fim de que o consumo ocorra nos moldes da

sustentabilidade.

O desenvolvimento sustentvel o elo que une a preveno do meio ambiente, a

promoo da justia social e o retorno econmico. Para tanto, exigido das empresas

dedicao e aes efetivas para se alcanar essa ideia. Sendo assim, a concluso desse

trabalho apresenta como principal recomendao busca incessante de melhorias e medidas

eficazes que contribuam com a reduo dos agravos ambientais, por meio da prtica da

responsabilidade social ambiental.

Nesse sentido, a gesto socioambiental aplicada s empresas atende aos requisitos de

boas prticas de responsabilidade socioambiental, contemplando a preservao de recursos

naturais. No somente uma estratgia de produzir de forma ecologicamente sustentvel,

primeiramente uma ao econmica e lucrativa, sem a necessidade de investimentos elevados

em estruturas e equipamentos. Ela apresenta considervel contribuio para o meio ambiente,

reduz perdas de insumos e matria prima, melhora qualidade do produto e gera mudanas no

ambiente organizacional em virtude das novas condies de trabalho e envolvimento dos

colaboradores. Constatando assim, a reduo de custos, reutilizao e venda de subprodutos e

tratamento de rejeitos.

18

CORPORATE ENVIRONMENTAL RESPONSIBILITY: A STUDY ON THE

REVIEW OF ENVIRONMENTAL MANAGEMENT NEW APPROACHES

ABSTRACT

The present study talks about corporate social and environmental responsibility, highlighting

new approaches to environmental management. The analysis takes as its premise the idea that

the environmental issue has assumed a prominent position among the concerns that plague

society and, in recent decades, the process industry has been undergoing constant

reassessment. Thus, this study aims to verify in the literature the contributions of

environmental responsibility in the approaches current business. The methodology used was

the bibliographic review, whose trajectory methodology relied on exploratory reading. The

literature review shows that the seriousness of environmental degradation is transforming the

discussion of environmental in issues compulsory in various areas of human knowledge. In

the business scenario, the environmental management is a key factor in valuing environmental

issue because it encourages the production process combining productivity and sustainability.

Environmental management strategies consist of a set of measures and procedures that reduce

and control the impacts introduced by a project on the environment.

Keywords: Environmental Problems. Environmental Management. Corporate Social

Responsibility.

REFERNCIAS

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20

ANLISE DA MODALIDADE EDUCAO DISTNCIA COMO POLTICA

EDUCATIVA: ABORDAGEM CONCEITUAL

Eduardo Jorge Novaes Schoucair4

RESUMO

O ensino distncia teve seu incio no sculo XV, quando Johannes Guttenberg inventou a

imprensa na Alemanha. Porm, a consolidao da mesma deu-se somente com o advento da

internet, perodo em que a educao distncia passou de mtodo para modalidade, e assim

consolidou-se como uma nova opo de aprendizagem. Diante desta realidade, vrias

discusses sobre sua importncia foram estimuladas. Este artigo norteado por esta questo,

tem como objetivo analisar a modalidade educao distncia como poltica educativa,

fazendo assim uma abordagem conceitual. Foram delineados como objetivos especficos:

identificar as caractersticas e geraes da modalidade educao distncia; verificar as

vantagens, desvantagens e tecnologias da modalidade educao distncia e mostrar a

evoluo da modalidade educao distncia no exterior e no Brasil. A metodologia utilizada

baseou-se quanto natureza em pesquisa bsica. Quanto aos objetivos a mesma foi alicerada

por um estudo exploratrio-descritivo, e finalmente quanto aos procedimentos em

bibliogrfica. A pesquisa teve como questo problemtica investigar at que ponto a

modalidade educao distncia contribui como poltica educativa como processo de ensino-

aprendizagem. Ao final, conclu-se que cada vez mais as tecnologias so empregadas em

benefcio da aprendizagem, e a educao distncia talvez seja o mais importante canal deste

processo para a obteno de informaes e conhecimentos.

Palavras-Chave: Ensino distncia. Evoluo. Tecnologia.

1 INTRODUO

No se pode falar hoje em educao sem mencionar-se a modalidade Educao

Distncia - EaD, a qual vem ganhando cada vez mais espao no mundo e se firmando de

forma definitiva como uma opo de ensino. A referida modalidade foi trilhada por vrias

fases dentre elas: o ensino por correspondncia; computadores em rede local nas

universidades; uso de mdias de armazenamento como videoaulas, CD-ROM; uso intensivo

de teleconferncias via satlites, etc.

Diante deste contexto, pode-se afirmar que a educao distncia uma realidade

mundial que veio para ficar, prova disso a constatao a cada ano do crescente nmero de

alunos matriculados, criao de novas universidades abertas e oferta de cursos em todo o

mundo, sejam nos nveis tcnicos, graduao ou ps-graduao, o que consolida de forma

significativa a educao distncia como uma nova opo de aprendizagem.

Entretanto, a modalidade educacional em questo ainda vista por parte de alguns

tericos de forma preconceituosa em virtude da fuga aos parmetros da educao tradicional

como horrios fixos, aulas presenciais, realizao de seminrios, etc., o que muitas vezes pode

comprometer na opinio destes, a qualidade do ensino. Por outro lado, profissionais que

atuam de forma efetiva ou que j tiveram algum tipo de experincia com a modalidade

4 Graduado em Cincias Econmicas pela Universidade Tiradentes - UNIT. Especialista em Estatstica pela Universidade Federal de Sergipe-UFS. Professor da Faculdade Estcio de Sergipe-Estcio Fase. E-mail-

[email protected]

21

distncia afirmam que nos cursos on-line as oportunidades de troca de informaes so muito

grandes, o que garante de forma efetiva a interao dos alunos.

Na educao distncia, o professor deixa de ser o supervisor e assume o papel de

mediador potencializando o processo de aprendizagem. Assim, na EaD com qualidade, a

relao professor/aluno pode ser superior a convencional, uma vez que a presena do

professor suprida por uma tutoria e pelo acompanhamento contnuo do desempenho do

aluno.

Acreditamos que a eficincia do ensino a distncia depende no somente da

sequncia didtica, mas tambm da organizao do contedo, em que a tecnologia permite a

criatividade, e o aluno no pode ser colocado apenas como simples consumidor de

informao, mas como parte do processo educativo.

2 CONSIDERAES SOBRE O QUE EAD E SUA ORIGEM

Existem atualmente vrias denominaes de como a educao distncia

conhecida em determinadas partes do mundo, assim, segundo Perriault (1996 apud

BELLONI, 2006) poderamos afirmar que:

Educao distncia um termo genrico que inclui o elenco de estratgias

de ensino e aprendizagem referidas como educao por correspondncia,

ou estudo por correspondncia em nvel ps-escolar de educao, no

Reino Unido; como estudo em casa, no nvel ps-escolar, e estudo

independente, em nvel superior, nos Estados Unidos; estudos externos,

na Austrlia; e como ensino distncia, pela Open University. Na

Frana, referido como tele-ensino ou ensino a distncia; e como

estudo a distncia e ensino a distncia, na Alemanha; educao

distncia, em espanhol, e tele educao, em portugus.

Porm, independente da denominao que seja dada a esta modalidade mundo a fora,

o que realmente vem ser educao distncia? Entendemos como sendo um processo de

ensino-aprendizagem mediado por tecnologias de comunicao, em que professores e alunos

esto separados espacialmente e ou temporalmente.

Vale ressaltar, contudo, que h variaes na forma e intensidade de interao, pois de

forma generalizada, a EaD pode ser realizada de diversas maneiras. Os cursos podem ser

totalmente distncia, ou seja, sem nenhum encontro direto entre o professor e o aluno, como

tambm, semipresencial, caracterizado pelo contato entre aluno e professor, caso haja

necessidade de desenvolver uma determinada atividade, em determinado local durante alguns

perodos.

certo que, independente da forma e da intensidade de interao, a EaD dispe de

diversos modos de promover a mesma, seja por intermdio de correspondncia, como foi no

incio do seu surgimento, no qual o contato entre aluno e professor feito com o envio de

impressos pelo correio; aulas por transmisses de rdio, TV aberta, a cabo ou por satlites;

videoconferncias, etc.

Teoricamente, qualquer meio que se possa utilizar para promover interao e troca de

contedo entre duas pessoas pode servir. Porm, a educao distncia via internet

propriamente chamada de ensino on-line, que tem tornado a modalidade mais eficaz e

atraente. Os recursos de comunicao que a rede mundial de computadores tem

disponibilizado vm tornando a EaD muito semelhante aos tradicionais cursos presenciais. Os

bate-papos virtuais, ou chats, contando inclusive com a possibilidade de o interlocutor ser

visto por meio de cmeras conectadas aos computadores, as webcams, alm dos fruns de

discusso, aproximam as partes. A banda larga via cabo, linha telefnica ou satlites facilitam

22

a tarefa. E os computadores portteis, os notebooks, aliados s redes sem fio, ou wireless,

permitem muita mobilidade ao alunado. Tambm auxiliam na interao a facilidade de

operao das plataformas dos cursos on-line e os programas de computador utilizados como

ferramentas no cotidiano das aulas. Esses softwares permitem a produo e troca de

documentos de forma muito rpida.

Assim, independente de onde estejamos, podemos considerar a EaD como uma

relao ensino-aprendizagem, porque apesar de professores e alunos no estarem juntos,

fisicamente, seja total ou parcialmente, esto conectados por tecnologias, principalmente as

telemticas, como a internet e ou semelhantes. Por outro lado, consideramos uma modalidade

educacional, porque a mediao didtico-pedaggica ocorre com a utilizao de tecnologias

de informao e comunicao, onde professores e alunos desenvolvem atividades educativas

em lugares e ou tempos diversos.

Quanto a sua origem, muitos tericos datam o surgimento da EaD no mundo no

sculo XV, quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa na Alemanha, utilizando

caracteres mveis para a composio de palavras. At aquele momento, a produo de livros

era realizada manualmente e era extremamente onerosa, dificultando o acesso ao universo do

conhecimento.

Segundo Litwin (2001), no incio do sculo XX, o aperfeioamento dos servios de

correio, a agilidade dos meios de transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnolgico

aplicado ao campo da comunicao e da informao, influenciaram de forma decisiva nos

destinos da educao distncia.

Aps as dcadas de 60 e 70, a educao distncia, embora mantendo os materiais

escritos como base, passou a incorporar de forma articulada e integrada o udio e o

videocassete, as transmisses de rdio e televiso, o videotexto, o computador e, mais

recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim, como

mecanismos de gerao de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes

linguagens) e instrumentos para fixao de aprendizagem com feedback imediato (programas

tutoriais informatizados).

A verdade que muito se tem escrito e falado sobre educao distncia. Dessa

forma, o que no podemos deixar de ressaltar que a atual modalidade j faz parte inclusive

das atenes pedaggicas em todo o mundo. Ela surgiu da necessidade do preparo

profissional e cultural de milhes de pessoas que, por vrios motivos, no podem freqentar

um estabelecimento de ensino presencial, e no restam dvidas que vem evoluindo atravs

das tecnologias disponveis em cada momento histrico, as quais influenciam o ambiente

educativo e a sociedade.

2.1 Caractersticas e Geraes da EaD

Gradativamente, os computadores e a internet cada vez mais vm ganhando espao

nas salas de aula em todo mundo, no como forma de substituir o professor, mas, sobretudo

com o objetivo de colaborar com o processo ensino-aprendizagem. Por meio da interao das

novas tecnologias, possvel promover atividades em que o aluno se sinta parte do processo

educacional, podendo consequentemente, interagir atravs da troca de ideias com professores

e especialistas em diferentes localidades.

Uma das caractersticas marcantes da educao distncia que por se tratar de uma

modalidade baseada na responsabilidade do aluno pelo seu processo cognitivo, a mesma

mais disseminada junto ao pblico adulto, por este valorizar de forma mais significativa a sua

autonomia e autoaprendizagem.

importante salientar ainda, que mediante esta realidade, cabe ao aluno da EaD ser

autodisciplinado e automotivado, da a importncia de se voltar referida modalidade de

23

ensino essencialmente a este pblico alvo, para que dessa forma ele possa superar os possveis

desafios presentes na relao ensino-aprendizagem.

Segundo Litwin (2001), a EaD caracteriza-se fundamentalmente pelo

estabelecimento de uma comunicao de mltiplas vias, onde suas possibilidades ampliam-se

em meio s mudanas tecnolgicas como uma modalidade alternativa para superar limites de

tempo e espao.

Ainda de acordo com a autora supra, a modalidade a distncia vem se redefinindo na

base do impacto dos novos desenvolvimentos tecnolgicos, onde computadores cada vez mais

sofisticados; instalao de redes; extenso da fibra tica; habilidades requeridas para o uso da

tecnologia; e a formao no campo da informtica oferecida atravs da mdia, instalam novas

formas culturais que produzem impacto nos modos de conhecer e aprender.

De acordo com Rosa (2001), existem algumas caractersticas do ensino distncia no

que diz respeito s variveis: alunos; docentes; comunicao/recursos e

estrutura/administrao (Quadro 1 ).

Quadro 1: Caractersticas da EaD VARIVEIS CARACTERSTICAS

Alunos

Heterogneos quanto idade e qualificao

Populao dispersa

Escolha do local de estudo

A maioria do pblico alvo trabalha

A maioria do pblico alvo adulta

Realiza-se menor interao social

A educao atividade secundria

Tempo parcial

Docentes

Suporte e orientao da aprendizagem

Recurso substituvel parcialmente

Basicamente, produtor do material

Habilidades e competncias so menos conhecidas

Os problemas anteriores dependem do sistema como um todo

Comunicao/Recursos

Ensino multimdia

Comunicao diferenciada em espao e tempo

Oficinas e laboratrios de outras instituies

Uso massivo de meios

Estrutura/Administrao

Mltiplas unidades e funes

Menos docentes e mais administrativos

Intensa relao entre docentes e administrativos

Os administrativos so basicamente insubstituveis

Muitos alunos por curso

Tende a ser mais democrtica no acesso de alunos

Altos custos iniciais, mas menos elevados em funo da varivel

aluno

Fonte: ROSA, Vanderley Flor da. Educao continuada a distncia, um estudo de caso. So Carlos, 2001.

Pertinente evoluo da educao distncia em funo da tecnologia de

transmisso de informao adotada, segundo Moore (1996 apud ROSA, 2001), a evoluo da

mesma pode ser dividida em trs geraes. A primeira refere-se gerao textual,

caracterizada pelo modelo por correspondncia baseado na tecnologia impressa no incio do

sculo XIX. A segunda foi denominada gerao analgica, modelo baseado atravs dos

recursos de programas radiofnicos e televisivos, aulas expositivas, fitas de vdeo e material

impresso. Nesta fase, vale ressaltar a Telescola em Portugal. E finalmente a terceira gerao e

atual, a gerao digital, caracterizada por ambientes interativos, com a eliminao do tempo

fixo para acesso educao. A comunicao assncrona em tempos diferentes e as

informaes so armazenadas e acessadas em tempos diferentes sem perder, contudo a

interatividade.

24

Na atual gerao, os meios disponveis so dentre outros:

teleconferncia,

chat,

fruns de discusso

correio eletrnico

weblogs

espaos wiki e

plataformas de ambientes virtuais. Possibilitando dessa forma uma total interao multidirecional entre alunos e tutores,

superando assim a distncia social, bem como a distncia geogrfica.

2.2 Vantagens, Desvantagens e Tecnologias da EaD

Apesar da educao distncia j ser considerada uma realidade em todo o mundo e

estar ganhando cada vez mais popularidade, a referida modalidade por representar uma

mudana significativa de paradigma ao sair do ensino tradicional para o novo, apresenta

algumas vantagens e desvantagens quanto sua acessibilidade. Assim, de acordo com Ikeda e

Cavalheiro (2005), o quadro 2 retrata de forma generalizada esse panorama.

Quadro 2: Vantagens e Desvantagens da EaD VANTAGENS DESVANTAGENS

Flexibilidade de tempo e local. Isolamento dos alunos, impossibilitando a

socializao com os demais.

Economia proporcionada quando comparada aos mtodos

tradicionais de ensino, sala de aula.

Falta de preparo dos professores e dos tutores do

ensino a distncia.

Remoo de barreiras ao acesso informao. Excesso de expectativa, com promessa demais e

entrega de menos.

Reduo do efeito timidez, que compromete o aprendizado

nos mtodos tradicionais de ensino.

Baixa quantidade de comunicao humana

despendida e a falta de interao nas atividades

desenvolvidas.

Possibilidade de o aluno aprender em seu prprio ritmo. Baixa credibilidade em relao a esta forma de

ensino.

Praticidade da forma como os assuntos so abordados. Falta de qualidade nas ferramentas de aprendizado

disponveis.

Rompimento de barreiras geogrficas e sociais. Possvel inadequao dos critrios de avaliao

utilizados.

Fonte: Adaptado de Ikeda e Cavalheiro, 2005

Fazendo uma anlise das vantagens propostas pelos autores, certo que os benefcios

mencionados, anteriormente, atuam de forma significativa no processo ensino-aprendizagem,

uma vez que o alunado encontra-se diante de um ensino com maior praticidade, podendo o

mesmo estudar dentro do seu prprio ritmo, alm de uma comunicao proporcionada por

meio da mdia eletrnica.

Por outro lado, apesar da certeza de que essa realidade chegou para ficar,

paralelamente as vantagens, ainda existem aqueles que as vm de forma preconceituosa,

muitas vezes devido falta de informao, porm, diante da atual sociedade digital em que

nos encontramos, uma coisa certa, no d mais para sermos totalmente contra a EaD, pois

esta j se transformou em todo o mundo como um meio a mais de se adquirir conhecimento.

Sabemos, contudo, que o caminho a ser trilhado na busca pelo pleno sucesso da

educao distncia ainda grande, desafios ainda estaro presentes nesta caminhada, porm,

o mais importante para que se alcance o seu real objetivo e total credibilidade que os cursos

tenham propostas, metodologias e pblico alvo, sendo necessrio para tanto o ajuste dessas

25

variveis, em que o cuidado para que no haja o nivelamento por baixo torne-se

imprescindvel.

Atrelado a todo esse novo processo educacional nos deparamos com a sua mola

mestra, a tecnologia, e dentro deste contexto, segundo Litwin (2001), percebemos nitidamente

que desde o surgimento da educao distncia, as diferenas tecnolgicas presentes a esta

modalidade contriburam para definir os suportes fundamentais dessa nova proposta. Como j

foi visto no tpico geraes da EaD, no incio tivemos como ferramentas os livros e cartilhas,

em seguida a televiso e o rdio, mais tarde o aparecimento dos udios e vdeos e atualmente

a incorporao das redes de satlites, o correio eletrnico, os programas desenvolvidos para os

suportes informticos e a utilizao da internet. Entretanto, para que haja uma interatividade

em um curso ministrado no formato on-line, necessrio dispor de algumas funcionalidades,

tais como chats integrados, sistemas de teleconferncia e tecnologias streaming, atravs das

quais contedos de udio e ou vdeo so disponibilizados em tempo real. Cursos

desenvolvidos dentro dessas tecnologias permitem ao aluno, por exemplo, acompanhar

seminrios ou ver o professor em uma tela acompanhando o resumo do que ele explana,

fazendo perguntas e comentrios. Elas misturam Web e TV. Essa interatividade deve se

desenvolver entre todos os participantes do grupo, ou seja, professor-aluno, aluno - professor

e aluno-aluno. Ressaltamos ainda, que os cursos on-line tambm devem investir nas

ferramentas assncronas, como os fruns, troca de e-mails e as listas de discusso.

Ressaltamos que grande parte dos cursos so compatveis com os browsers mais conhecidos

do mercado, como Internet Explorer, Mozila, Firefox,etc. e utilizam principalmente a

plataforma Windows.

Dentro desse contexto, percebemos que o desenvolvimento da tecnologia favorece o

enriquecimento das propostas do ensino distncia, resolvendo de maneira significativa um

dos problemas da EaD, a interatividade, alm de identificar novas atividades cognitivas, visto

que as tecnologias de forma permanente vo gerando possibilidades diferentes, permitindo

ainda uma comunicao sncrona e assncrona.

A seguir, atravs do quadro 3, retrataremos segundo Bryant et al.(2005), apud Ikeda

e Cavalheiro (2005), as principais tecnologias voltadas a educao distncia concernentes ao

formato, modo de transmisso, autonomia do ritmo do aprendiz e caractersticas.

Quadro 3: As Tecnologias da EaD

FORMATO

MODO DE

TRANSMISSO

AUTONOMIA

DO RITMO

DO APRENDIZ

CARACTERSTICAS

Estudo por

correspondncia

Assncrono Alta Aprendiz e tutor se comunicam via e-mail.

TV Comercial

Assncrono

Alta

Aprendiz deve assistir ao programa, mas pode grav-lo e assisti-

lo quando quiser. No h interao pessoal entre o tutor e o

aprendiz.

TV Interativa Sncrono Baixa Cmeras nos locais do tutor e aprendiz. H interao entre

ambos.

Classe Virtual Sncrono Baixa Cmeras no local do tutor.

Classe

possibilitada pela

Web

Sncrono e

Assncrono

Mdia

Ferramentas de administrao de cursos como Blackboard,

sesses de discusso, bate-papos on line, atendimento on-line,

grupos virtuais, etc.

Classe baseada na

Web

Sncrono e

Assncrono

Baixa Dirigida por software, ambiente sncrono, onde o aprendiz no

controla o ritmo.

Fonte: BRYANT, Stephanie M; KAHLE, Jennifer B; SCHFER, Brad A. A distance education: a review of the

contemporary literature. Issues. Accouting Education, v.20, n3, p.259, 2005.

26

2.3 Evoluo da EaD no Exterior e no Brasil

A educao distncia passou por diferentes fases desde o seu surgimento. Inicialmente,

caracterizando-se por meio dos cursos por correspondncia, e hoje essencialmente caracterizado pelo

uso macio das novas tecnologias, mais precisamente a utilizao da internet, marco da era digital.

Ao longo da histria, devido necessidade da busca pelo novo, o mundo aos poucos foi

aderindo a este modelo educacional, e o que comeou inicialmente como sendo um simples mtodo de

ensino, j que no incio era tido como um processo de tcnica, portanto limitado, terminou se

transformando em uma nova modalidade dentro do processo ensino-aprendizagem, estando presente

hoje de forma significativa em grande parte do mundo.

Vale ressaltar, portanto, que o aluno que se interessa em participar desta modalidade de

ensino, tem que ter alguns requisitos tais como: motivao intensa e grande senso de responsabilidade;

proatividade nas intervenes em fruns e discusses; disciplina para criar e manter novos horrios e

rotina; alguma experincia no uso de computadores e navegao na internet; prazer quanto ao uso de

tecnologias de informao e comunicao e acima de tudo disponibilidade para lidar com elas; ter

acesso ilimitado internet seja em casa ou no trabalho, e proficincia na lngua. Salientamos ainda

que, h mais de 30 anos, existem instituies pelo mundo especializadas no ensino distncia dentro e

fora do pas de origem, e que atravs do advento da internet, a partir de 1995, houve um

fortalecimento significativo desse canal, no qual atualmente a maioria das universidades abertas se

apoia.

Diante do exposto, apresentaremos a seguir os registros pertinentes aos principais

acontecimentos quanto evoluo da educao distncia no exterior, ressaltando, destaque ao Japo,

Espanha e Portugal. Japo por ser considerado o pas mais desenvolvido em termos hi-tech. Espanha e

Portugal, por estarem mais prximos do Brasil, e consequentemente por serem os mais procurados

pelos brasileiros.

1833 - Registro da primeira experincia na Sucia com o curso bsico de contabilidade.

1840 Criao na Europa, da primeira escola de ensino por correspondncia: Sir Isaac Pitman

Correspondence Colleges no Reino Unido.

1856 Fundao do primeiro Instituto de Ensino de Lnguas por correspondncia, na Alemanha.

1874 Implantao do ensino distncia nos Estados Unidos com a Weeleyan University.

1939 Fundao do CNED, Center National d Education a Distance na Frana.

1946 A Universidade de South frica (UNISA) leciona os primeiros cursos superiores de educao

distncia.

1948 Primeira lei sobre escolas de ensino por correspondncia na Noruega, iniciando o controle do

Estado sobre as escolas privadas de ensino por correspondncia.

1969 Fundao da Open University no Reino Unido.

1972 Fundao da UNED, Universidade Nacional de Educacin a Distncia na Espanha. A UNED

uma universidade pblica e est presente atualmente, em 60 centros na Espanha, e em 20

centros no estrangeiro, nomeadamente em Bata, Berlim, Berna, Bruxelas, Buenos Aires,

Caracas, Lima, Londres, Malabo, Mxico, Paris e So Paulo. considerada a segunda maior

universidade europia com mais de 150.000 estudantes, e desde 1997, est associada a

UNESCO promovendo o desenvolvimento do ensino distncia.

1972 Implantao do Programa de Universidade Aberta atravs da Universidade Autnoma do

Mxico.

1974 A Universidade Aberta Allma Iqbal, inicia curso de formao para docentes via a distncia no

Paquisto.

1977 Criao da Universidade Estatal a Dstncia da Costa Rica.

1977 Criao da Universidade Nacional Aberta da Venezuela.

1978 Fundao do National Institute of Multimedia Education no Japo. Em 2007, foi inaugurada a

primeira universidade ciberntica do Japo, prevendo atividades exclusivamente pela internet,

tanto para a freqncia das aulas quanto para a realizao das provas. Esta localizada na

cidade de Fukuoka, ao sul do Japo. Oferece cursos de graduao com durao de 4 (quatro)

anos nas reas de tecnologia da Informao e Bens Culturais. As aulas so transmitidas em

udio-vdeo, e os materiais, como textos de apoio e anotaes, encontram-se disponveis para

download na internet. A capacidade de 100 professores e de aproximadamente 1.300 alunos,

27

essa preocupao com o nmero reduzido de matriculados para preservar a qualidade do

ensino, pelo menos nos primeiros anos de atuao.

1980 Criao da Universidade Aberta de Sri Lanka, com o objetivo de atender setores importantes

para o desenvolvimento do pas, ofertando cursos voltados a profisses tecnolgicas e

formao docente.

1983 Criao da Universidade Estatal Aberta e a Distncia da Colmbia.

1983 Criao da Universidade Aberta Sukhothiai Thommathirat, que conta atualmente com cerca de

300.000 alunos em diferentes setores e modalidades.

1984 Criao da Universidade Aberta de Terbuka na Indonsia, fundada com o objetivo de atender a

forte demanda de estudos superiores.

1985 Criao da Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi na ndia.

1988 Fundao da Universidade Aberta de Portugal. Tem a sua sede em Lisboa e delegaes no

Porto e em Coimbra. Quanto oferta de cursos, os mesmos so divididos em licenciatura (1

ciclo), mestrado (2 ciclo) e doutoramento (3 ciclo) Atualmente so disponibilizadas 12

(doze) cursos para licenciatura, tais como: Cincias da Informao e da Documentao,

Cincias do Ambiente, Estudos Artsticos, Gesto de Lnguas, Literatura e Cultura Estudos

Portugueses, etc. No mestrado so oferecidos 04 reas de estudos, como: Cincias e

Tecnologias; Cincias Sociais e Gesto; Educao e Ensino Distncia e Humanidades. J o

doutoramento conta atualmente com a realizao de 06 cursos. A partir de 2007 a

Universidade Aberta de Portugal passou a oferecer todos os seus cursos em regime on line

atravs da plataforma e-learning.

1991 Criao do EDEN, European Distance Education Network, baseado na Declarao de

Budapeste.

1993 Criao da International Commission Of Education for the Twenty-First Century, no mbito da

UNESCO, presidida por Jacques Delors.

Um enfoque especial ser dado a duas instituies, a Open Univertity e o MIT Massachusetts

Institute of Technology.

No primeiro momento ser feita uma abordagem em uma das instituies que mais se

destaca no oferecimento de cursos distncia no mundo, The Open University, considerada como a

maior universidade da Europa e uma das mais prestigiadas das universidades abertas devido

seriedade e qualidade dos cursos oferecidos. Criada em 1969, comeou suas atividades na dcada de

70 com cerca de 80 alunos, sendo utilizado como recursos o ensino por correspondncia e a

transmisses de rdio e TV pela BBC, empresa estatal de comunicao da Inglaterra. Em 1980 j

contava com cerca de 70.000 alunos, tendo uma mdia de 6.000 discentes se graduando ao ano.

Atualmente, a OU, como conhecida internacionalmente, conta hoje com cerca de 250.000 alunos,

The Open University serviu de referncia para o surgimento de universidades abertas em vrios pases

do mundo, a exemplo da Open Polytechnic na Nova Zelndia e a Open University Heerlen na

Holanda.

Concernente ao MIT Massachusetts Institute of Technology, fundado em 1861, o mesmo

um centro universitrio de educao e pesquisa privado localizado em Cambridge, Massachustts, nos

Estados Unidos. O MIT um dos lderes mundiais em cincia e tecnologia. Dentre seus proeminentes

departamentos e escolas, destacam-se: Sloan School of Management, Lincoln Laboratory, Computer

Science and Artificial Intelligence Laboratory, Media Lab e Whitehead Institute. O MIT investe de

forma significativa nas reas de pesquisa em computao e microeletrnica. Ao longo dos seus anos

de funcionamento, estabeleceu contato com outras universidades, governos e empresas em todos os

pases do mundo. Oferece ainda a seus estudantes de mestrado e doutorado um total de seis residncias

com as mesmas caractersticas e os mesmos servios que as residncias para estudantes de licenciatura

e curso superior de curta durao. O MIT dedica uma grande parte de seu oramento para ajudar os

estudantes a financiar seus estudos nessa instituio. Em 2006, a universidade investiu

aproximadamente US$ 42 milhes em bolsas de estudo. Por ter como uma de suas propostas expandir

os cursos que oferece, o MIT neste mesmo ano publicou ainda 1.400 cursos alm de receber mais de

25.000 mensagens via e-mail, reconhecendo que so lderes em fornecer informaes gratuitas pela

Web. At 2006, 61 membros ou ex-membros da comunidade do MIT haviam recebido o Prmio

Nobel. Atualmente, possui um consrcio com diversas universidades, principalmente na Espanha e

Portugal. Porm, fazer parte desta famlia no tarefa fcil, pois para ingressar no MIT torna-se

28

necessrio a realizao de trs exames: o SAT I (Scholastic Aptitude Test), que so testes de admisso

que fazem parte do processo de seleo para o ensino superior americano. TOEFL (Test of English as

a Foreign Language), no caso da lngua materna no ser o ingls, e o SAT II (Teste de matrias

especficas). Por ser uma das melhores instituies dos EUA em proporcionar educao aos estudantes

de todo o mundo, seus programas de mestrado e doutorado so dos mais completos e importantes dos

Estados Unidos. Destacam-se o mestrado nas reas de Cincia, Engenharia, Arquitetura, Urbanismo,

Administrao e Negcios e Meio Ambiente. Quanto aos programas de doutorado, destacam-se as

reas de Filosofia e Cincias.

No Brasil, a presena da modalidade data do incio do sculo passado, onde a seguir, ser

mostrado de forma generalizada um apanhado da Educao Distncia, destacando vrios projetos

que contriburam para a sua disseminao.

1904 - escolas privadas internacionais comearam a oferecer cursos pagos por correspondncia.

1934 Edgard Roquete Pinto instalou a Rdio-Escola Municipal no Rio de Janeiro. Os alunos tinham

acesso prvio a folhetos e esquemas de aula. Utilizava-se tambm a correspondncia para

estabelecer contato com os alunos.

1939 criado o Instituto Universal Brasileiro em So Paulo.

1941 criada a primeira Universidade do Ar, que durou dois anos.

1947 criada a Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo Senac, Sesc e emissoras associadas.

1961/65 Foi criado o movimento de Educao de Base (MEB), pela Igreja catlica e o governo

federal, que passou a utilizar um sistema radioeducativo: educao, conscientizao,

politizao e educao sindicalizada.

1970 Institui-se o Projeto Minerva, um convnio entre a Fundao Padre Landell de Moura e a

Fundao Padre Anchieta para produo de textos e programas.

1972 O governo federal enviou a Inglaterra um grupo de educadores, tendo frente o conselheiro

Newton Sucupira. O relatrio final marcou uma posio reacionria s mudanas no sistema

educacional brasileiro, colocando um grande obstculo implantao da universidade aberta e

a distncia no Brasil.

Na dcada de 70, a Fundao Roberto Marinho institui um programa de Educao supletiva a distncia

para o 1 e 2 graus.

1992 Foi criada a Universidade Aberta de Braslia (Lei 403/92), com possibilidade de atingir trs

campos distintos:

a) Ampliao do conhecimento cultural

b) Educao continuada

c) Ensino superior

2006 O MEC lana a Universidade Aberta do Brasil (UAB), um sistema integrado por universidades

pblicas que se valem da metodologia de ensino distncia para atender camadas com

dificuldades no acesso formao universitria, com prioridade para professores e demais

profissionais da rede bsica de ensino.

2007- O MEC elabora a Rede e-Tec, proposta de EaD para o Ensino Mdio, com oferta de cursos

tcnicos de nvel mdio distncia, pblicos e gratuitos, em regime de colaborao entre

Unio, estados e municpios.

2011- A UAB oferece o primeiro mestrado em rede nacional, o profissional em matemtica, voltado

para a formao de docentes em matemtica da escola bsica.

3 CONCLUSO

A emergncia de um novo tipo de estudante universitrio, na modalidade distncia, na

atual conjuntura, j uma realidade a qual no podemos fugir. fundamental que discusses amplas e

baseadas em dados esclarecedores possam traar o real impacto da insero desse alunado na vida

acadmica e universitria.

Cada vez mais as tecnologias so empregadas em benefcio da aprendizagem, e a educao

distncia talvez seja o mais importante canal deste processo de obteno de informaes e

conhecimentos.

29

No h dvidas de que essa ferramenta est minimizando distncias e derrubando muitas

fronteiras at ento existentes, passando a ser um meio fascinante para a promoo da educao e do

treinamento distncia.

Dessa forma, a modalidade a distncia passa a ser norteada por trs variveis imprescindveis

que so: conhecimento, habilidade e informao atravs de tecnologias web.

O que h de novo na aplicao das novas tecnologias da EaD voltado para os cursos de

graduao, que atravs da Internet todas as possibilidades so envolvidas dando nova modalidade

maior interao.

O ritmo acelerado da sociedade tecnolgica rico de possibilidades, por isso, obriga os

educadores e governantes a buscarem respostas pedaggicas para se adequar chamada sociedade

tecnolgica e/ou da informao.

ANALYSIS MODE DISTANCE EDUCATION AS EDUCATIONAL

POLITICS: CONCEPTUAL APPROACH

ABSTRACT

Distance learning had its beginning in the fifteenth century, when Johannes Gutenberg

invented the printing press in Germany, however, its consolidation occurred only with the

advent of the internet, during which distance education passed from method to method, and

thus established itself as a new learning option. Given this reality, several discussions were

stimulated its importance. This article is guided by this question aims to analyze the mode

distance education as educational policy, thus a conceptual approach. Were outlined specific

objectives: to identify the characteristics of generations and distance education mode; Check

the advantages, disadvantages and technologies of distance education mode and show the

evolution of the mode distance education abroad and in Brazil. The methodology used was

based on the nature in basic research. As to the objectives it has been founded by a descriptive

exploratory study, and finally about the procedures in the literature. The research was

problematic investigate to what extent the mode distance education contributes to education

policy as a process of teaching and learning. At the end we find that more and more

technologies are employed for the benefit of learning, and distance education is perhaps the

most important channel of the process of obtaining information and knowledge.

Key Words: Distance Learning. Evolution. Technology.

REFERNCIAS

BELLONI, Maria Luiza. Educao distncia. So Paulo: Editora Autores Associados, 2006.

BRYANT, Stephanie M; KAHLE, Jennifer B; SCHFER, Brad A. A distance education: a review of the

contemporary literature. Issues in Accouting Education, v.20, n3, p.259, 2005.

GOUVA, Guaracira; OLIVEIRA, Carmem Irene. Educao a distncia na formao de

professores.Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006.

IKEDA,Ana Akemi; CAVALHEIRO, Constantino. Reflexes sobre as contribuies do ensino a

distncia. Disponvel em: . Acesso em: 25 ago. 2013

LITWIN, Edith.educao a distncia. Temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto

Alegre: Artmed, 2001.

NISKIER, Arnaldo. Histrico da EaD. Disponvel em:

. Acesso em: 28 ago. 2013.

30

PRETI, Oreste.Educao a distncia:Braslia: Lber Livro, 2005.

ROSA, Vanderley Flor da. Educao continuada a distncia, um estudo de caso. So Carlos, 2001.

Dissertao (mestrado) Instituto de Cincias Matemticas e de Computao, da Universidade de So

Paulo, USP.

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TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO NA SUBLUXAO DO OMBRO EM

PACIENTES HEMIPLGICOS: REVISO BIBLIOGRFICA

Carlos Giovanni Souza Barbosa5

Tnia dos Santos Matos6

Elaine Andrade de Jesus7

RESUMO

A hemiplegia a principal sequela causada pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), que

ocorre quando h uma interrupo do fluxo sanguneo arterial para o crebro, sendo de origem

isqumica ou hemorrgica. O hemiplgico tem como caracterstica a espasticidade, que

aumenta a rigidez dos msculos, dificultando as aes dos mesmos. Por ser a articulao mais

mvel do sistema msculo esqueltico, o ombro sofre com frequentes subluxaes. O objetivo

deste estudo evidenciar os diversos tipos de tratamentos utilizados pela Fisioterapia, que

mais se mostraram eficazes para os pacientes hemiplgicos que sofrem subluxao no ombro.

Foram pesquisadas em sites como Scielo, MedLine e Lilacs e revistas especializadas, atravs

de palavras chaves como: subluxao, tratamento fisioteraputico, hemiplgico,

physiotherapeutic, subluxation e outros, terapias convencionais como a Cinesioterapia e

Eletroterapia, atravs de tcnicas como Facilitao Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) e

Eletroestimulao respectivamente, alm do recurso de algumas rteses, tendo a Kinesio

Taping como o mais utilizado. Concluiu-se que as tcnicas estudadas so eficazes para

pacientes hemiplgicos que sofrem com a subluxao de ombro, tendo cada uma delas sua

importncia em determinado momento da reabilitao, auxiliando tambm na diminuio de

dependncia para realizao das atividades da vida diria.

Palavras-Chave: Hemiplgico. Subluxao. Tratamento Fisioteraputico.

1 INTRODUO

Sndrome neurolgica complexa, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) envolve

anormalidade ordinariamente sbita do funcionamento cerebral decorrente de uma interrupo

do fluxo sanguneo por um trombo ou mbolo em 60 a 85% dos casos, que so os de origem

isqumica. Pode ocorrer tambm de cunho hemorrgico, seja parenquimatoso ou

subaracnideo. O AVC continua a ser uma das principais causas de incapacidade e morte de

pessoas de todas as raas e etnias. A doena atinge 15 milhes de pessoas mundialmente a

cada ano. Destes, seis milhes falecem. Nos pases desenvolvidos, o AVC a terceira causa

de morte e motivo mais importante de incapacidade crnica. Nos ltimos anos a doena atinge

cada vez mais pessoas na faixa etria produtiva (BEZERRA, 2012).

responsvel por grandes prejuzos neurolgicos e incapacidades funcionais que

limitam atividades pessoais no ambiente social, profissional e familiar. Os pacientes

geralmente apresentam como conseqncia fsica a hemiplegia ou hemiparesia, que

5 Graduando em Fisioterapia pela Faculdade Estcio de Sergipe Estcio Fase. Aracaju-Sergipe.

6 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade Estcio de Sergipe Estcio Fase. Aracaju Sergipe.

7 Mestre em Sade e Ambiente pela Universidade Tiradentes; professora do curso de Fisioterapia da Faculdade

Estcio de Sergipe Estcio FaSe. Aracaju - Sergipe. E-mail: [email protected]

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correspondem paralisia completa ou parcial dos msculo