caderno especial retrata santa cruz

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Quarta-feira, 28 de setembro de 2011 133 anos Um retrato da cidade Conhecida pela Catedral São João Batista, Oktoberfest, Túnel Verde e qualidade de vida, Santa Cruz do Sul completa hoje 133 anos de emancipação político- administrativa. Com uma economia crescente, o município se destaca por vários aspectos em praticamente todas as áreas. Neste aniversário, conheça um pouco mais sobre esse que é um dos principais polos do Rio Grande do Sul. Rodrigo/Ag. Assmann

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Caderno especial retrata Santa Cruz em seus 133 anos. Publicação circulou hoje(28/09/2011) encartada no jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul - RS

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Page 1: Caderno especial retrata Santa Cruz

Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

133 anos

Um retrato da cidadeConhecida pela Catedral São João Batista, Oktoberfest, Túnel Verde e qualidade de vida, Santa Cruz do Sul completa hoje 133 anos de emancipação político-administrativa. Com uma economia

crescente, o município se destaca por vários aspectos em praticamente todas as áreas. Neste aniversário, conheça um pouco mais sobre esse que é um dos principais polos do Rio Grande do Sul.

Rodr

igo/

Ag. A

ssm

ann

Page 2: Caderno especial retrata Santa Cruz

Terra de boas oportunidadesSanta Cruz do Sul

Da pequena vila formada por

imigrantes de origem alemã, Santa Cruz do

Sul se tornou uma das principais cidades gaúchas. Crescimento

da economia e dos índices de qualidade

de vida é retratado por números

2 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Com uma população de 118.374 habitantes, Santa Cruz do Sul não

se destaca apenas pelo número de moradores. Os mais recentes indicadores relacionados ao potencial de desenvolvimento revelam as mudanças pelas quais o município passou ao longo dos 133 anos de emancipação político-administrativa, comemorados hoje. Formada em sua maioria por pessoas com idade entre 20 e 39 anos (38.503 habitantes) – a chamada faixa economicamente ativa –, a cidade vem apresentando um rápido crescimento, especialmente na última década. Embora a economia seja baseada na produção de tabaco, herança dos imigrantes, outros setores também apresentaram expansão

significativa. A construção civil, onde a cada dia se multiplicam as obras, contribui para puxar os indicadores de emprego e renda. Indústrias metalmecânicas, químicas, fábricas de móveis, artigos de borracha e até mesmo de brinquedos fornecem para importantes mercados mundiais e ainda resultam no recolhimento de tributo aos cofres públicos, o que se reflete em investimentos na saúde, educação, desenvolvimento rural e infraestrutura. Além da economia, Santa Cruz do Sul se revela pulsante no eixo social. Ações voltadas à qualidade de vida e iniciativas populares alinhadas às mais recentes tendências mundiais ganham força, como é o caso do movimento Santa Cruz Novos Rumos.Para seguir nesse caminho de

crescimento, uma novidade que surge nesses 133 anos é a reorganização da geografia urbana. Desde o início do ano está valendo a nova denominação dos bairros, o que, além de agrupar regiões com características semelhantes, também preserva traços do passado. Nesta edição especial de aniversário, a Gazeta do Sul apresenta informações sobre o perfil dos bairros e histórias de pessoas que vivem em diferentes pontos da cidade. As reportagens foram produzidas tendo como base o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, banco de dados dos governos municipal, estadual e de órgãos como o Banco Central. O resultado pode ser conferido nas páginas a seguir.

61.431é a população feminina

56.943é a população masculina

13.184pessoas vivem em áreas rurais. Destas, 6.801 são homens

11.444 domicílios (a maioria) são ocupados por dois moradores, em média

794 quilômetros quadrados é a área total do município

48.482 imóveis estão na base de cobrança do IPTU

SANTA CRUZ

Rodr

igo/

Ag. A

ssm

ann

Page 3: Caderno especial retrata Santa Cruz

Novo traçado facilita localizaçãoEm ordem

Redução de 46 para 36 bairros contemplou as exigências do Ministério das

Cidades e organizou a divisão da zona urbana de Santa Cruz. Mudanças

não alteraram características locais

3Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O QUE MUDOU

Fusões Ana Nery = Figueira + Ana Nery + Piratini + Faxinal (parte)Santo Inácio = Santo Inácio + VerenaLinha Santa Cruz = Linha Travessa Aeroporto + Linha Santa CruzVárzea = Várzea + NavegantesProgresso = Vila Santo Antônio do Sul + Capão da CruzPedreira = Pedreira + Santuário (parte)Faxinal Menino Deus = Menino Deus + Faxinal (parte)Esmeralda = Esmeralda + LiberdadeSanta Vitória = Harmonia + Cristal + Glória + ImigranteSão João = São João + Ohland

Novos nomesBonfim – Bom FimCastelo Branco – Vila NovaGermânia – Entrada Rio PardinhoSchulz – Vila SchulzMargarida – Margarida Aurora

Divisão e criaçãoCountry – Country e João AlvesDo Parque

Outros bairrosGoiás, Centro, Senai, Avenida, Higienópolis, Universitário, Bom Jesus, Arroio Grande, Independência, Monte Verde, Belvedere, Renascença, Jardim Europa, Aliança, Dona Carlota, Rauber, Santo Antônio, Santuário (parte)

Embora tenha dividido opiniões e causado confusão entre alguns

moradores nos primeiros meses em que entrou em vigor, a lei 6.104, de 22 de dezembro de 2010, tem o intuito de facilitar a localização, o aproveitamento dos recursos e o atendimento às necessidades da comunidade. Para isso, a normativa prevê novos limites e denominações aos bairros da zona urbana de Santa Cruz do Sul. As modificações desenvolvidas pela equipe da Divisão de Geoprocessamento – que integra o Departamento do Desenvolvimento Urbano da Secretaria de Planejamento e Coordenação – atendem às exigências do Ministério das Cidades e levam em conta aspectos como área, população e características geográficas. Segundo as regras, para a formação de um novo bairro, o território não pode ter menos de 1,5 quilômetro quadrado e a

população deve ser superior a 650 habitantes por quilômetro quadrado. A área precisa contar ainda com algum elemento urbano, como posto de saúde, escola, posto policial ou igreja. No entanto, o estudo realizado pela equipe de Geoprocessamento apontou apenas seis bairros de acordo com a lei – de 46 existentes no último mapa, cujo traçado permaneceu por 12 anos. Com a redução para 36 bairros, houve a fusão de dez, que receberam novos nomes. Cinco bairros mudaram as denominações, um foi dividido, dois foram criados e todos tiveram seus limites alterados. Além de contemplar a legislação, o novo mapa pretende organizar a cidade, facilitar a implementação de políticas sociais, o levantamento estatístico do IBGE e o trabalho dos Correios, já que antes uma só rua chegava a ter oito CEPs.

Page 4: Caderno especial retrata Santa Cruz

Patrimônio original conservadoLinha Santa Cruz e Várzea

4

O mais antigo bairro da cidade

evoluiu: hoje, abrange também a Travessa Aeroporto. No entanto, muitos

moradores ainda mantêm hábitos

rurais como forma de preservar o legado

dos imigrantes

Pelo novo traçado, a Linha Santa Cruz abrange também a Linha Travessa Aeroporto. Embora a primeira seja maior, com 1.775 domicílios a mais, é na Travessa que se concentra a maioria idosa: em média 10,3% acima de 65 anos contra 5,9% da Linha Santa Cruz. Já na faixa etária dos zero a 4 e até 14

anos, a antiga Picada Velha apresenta números mais expressivos: 7,7 e 19,7 respectivamente, contra 5,4 e 13,8 da Travessa. Em direção a Vera Cruz, o Bairro Várzea se originou do Várzea somado ao Navegantes. Juntas, as regiões contemplam 1.629 domicílios, 764 homens e 865 mulheres.

Fronteiras ampliadas

Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Linha Travessa Aeroporto523 domicílios

257 homens

266 mulheres

2,7 moradores por domicílio

Linha Santa Cruz2.298 domicílios

1.128 homens

1.170 mulheres

2,9 moradores por domicílio

LINHA SANTA CRUZ

Várzea1.020 domicílios

478 homens

542 mulheres

3 moradores por domicílio

Navegantes609 domicílios

286 homens

323 mulheres

3,1 moradores por domicílio

VÁRZEA

Em 19 de dezembro de 1849, dois anos após a colonização de Santa Cruz

do Sul, os imigrantes alemães deram início à história da Linha Santa Cruz – na época Alte Pikade (Picada Velha). Em choupanas e ranchos cobertos de palha de jerivá, os primeiros habitantes cultivaram mandioca, milho, feijão, batata e introduziram a cultura do tabaco, iniciada com sementes cubanas. Outro legado dos imigrantes são patrimônios históricos como a rua mais antiga de Santa Cruz, o prédio da cooperativa, a Cruz dos

Assmann e a escola mais antiga do município, hoje denominada Escola Estadual de Ensino Fundamental Affonso Pedro Rabuske.Aos 81 anos, Ely Hauth lembra da movimentação nesses pontos como se fosse ontem. Seu marido, Guido Hauth, falecido há dois anos, foi líder comunitário durante muito tempo. Pela posição que ocupava na localidade, dirigiu a cooperativa e esteve à frente de muitas evoluções, como a chegada da energia elétrica em meados de 1950 e a chegada da água por volta de 1965. A década

de 1960 também ficou gravada na lembrança de Ely por um motivo especial: a compra da primeira televisão, instrumento que, segundo ela, foi muito útil no aprendizado da língua portuguesa. “Vim morar na Picada Velha em 1951 com a esperança de saber português, já que a localidade era próxima da cidade. Mas, para a minha surpresa, os vizinhos também só falavam em alemão”, relembra. Outra dificuldade foi a aceitação do casamento. Evangélica, Ely sofreu com as críticas da família ao se mudar de Sinimbu para a

Brun

o Pe

dry

Linha Santa Cruz, onde a maioria era católica. Hoje, os obstáculos são o tempero das suas histórias. Entre um causo e outro, uma pausa para tratar os animais, paixão que mantém Ely ativa na roça. A fábrica de calçados que era capitaneada pelo marido hoje segue nas mãos do mais velho dos três filhos homens. Com orgulho, ela também fala da filha, dos nove netos e seis bisnetos.

Page 5: Caderno especial retrata Santa Cruz

Distantes, mas com semelhançasSanto Inácio e São João

Geografi camente afastados –um mais ao Norte e outro ao

Sul–, Santo Inácio (que incorporou o Verena) e São

João (englobando o Ohland) possuem números parecidos

em torno dos seus moradores

Pontos em comum

5Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Santo Inácio 1.532 domicílios

736 homens

796 mulheres

2,9 moradores por domicílio

Verena4.252 domicílios

1.931 homens

2.321 mulheres

2,5 moradores por domicílio

SANTO INÁCIOSão João 1.140 domicílios

571 homens

569 mulheres

3,1 moradores por domicílio

Ohland2.060 domicílios

1.041 homens

1.019 mulheres

3 moradores por domicílio

SÃO JOÃOAlém de vizinhos, o Bairro Santo Inácio e o antigo Verena compartilham

semelhanças. Ambos possuem mais mulheres e uma média bem próxima de crianças até 4 anos de idade. A maior disparidade está no público acima de 65 anos: no Santo Inácio são 12,8%, enquanto no Verena são 8,3%. A presença de famílias do interior, que inclusive participaram da formação do bairro, pode ser uma possível explicação para a presença marcante da terceira idade. Elton Breunig, por exemplo, deixou a Linha Andrade Neves em 1979 para tentar a vida em Santa Cruz. Conhecido como Muçum, ele teve sorte. Não só conquistou o primeiro emprego no bar Sulzbacher –

um dos estabelecimentos mais conhecidos da época – como ainda acertou a loteria esportiva, cujo prêmio foi dividido entre os amigos que participaram do bolão. Com o dinheiro construiu o bar Benfica, há 25 anos, batizado para homenagear um time de futebol da época. A tranquilidade do Santo Inácio ajudou para que o local fosse escolhido tanto como sede para o bar quanto para residência. Segundo Muçum, há mais de uma década a região era formada por muitos terrenos e poucos moradores. Embora seja ponto de referência, o Benfica atrai pessoas de vários bairros. Antigamente, a principal atração eram os torneios de canastra, que chegavam a reunir mais de 40 duplas.

Ainda que o Verena seja maior em termos de domicílios, foi o Santo Inácio que batizou a fusão dos bairros. Juntos, eles somam 5.784 residências, 2.667 homens e 3.117 mulheres. Em comparação ao Santo Inácio, o São João conta com um número

superior de moradores até 14 anos. São 6,4% entre zero e 4 anos e 22,4% de zero a 14 anos, enquanto no bairro que abraçou o Verena são 4,2% e 14,65 respectivamente. Com índices bem semelhantes, o Ohland também passou a fazer parte do São João, e na soma, ambos contam com 3,2 mil domicílios.

Page 6: Caderno especial retrata Santa Cruz

União que faz a diferençaAna Nery e Pedreira

Bairros são conhecidos pela

relação de amizade entre vizinhos.

Como consequência surgem associações

de moradores bem consolidadas

e conquistas de melhorias para a

comunidade

Com a inclusão do Figueira, Piratini e parte do Faxinal, de fato o Ana Nery passou a ser um dos bairros mais populosos da cidade. São 7.719 domicílios ao todo, e a área do antigo Faxinal concentra a maioria dos moradores até 4 anos (6,4%) e entre zero e 14 anos (22%). No entanto, deve ser considerada a separação do Faxinal em duas partes – uma pertencente ao Ana Nery e outra ao Faxinal Menino Deus. Os números,

porém, ainda não foram divididos.Uma situação parecida ocorre no Bairro Pedreira, que abraçou parte do Santuário. De acordo com o novo traçado, são 3.758 domicílios ao todo – considerando 2.002 do Santuário, cujos índices ainda correspondem ao mapa sem a divisão. O que chama atenção é que o antigo Santuário é um dos poucos bairros onde a maioria dos moradores é formada por homens.

Um novo perfi l populacional

6 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Serviços de saúde e segurança são indispensáveis para uma

boa qualidade de vida. Quando estabelecimentos desse porte são instalados próximo às residências, os moradores sentem os reflexos positivos. O Bairro Ana Nery, por exemplo, leva o mesmo nome do hospital sediado na Rua Pereira Cunha. Próximo da instituição, um módulo da Brigada Militar está prestes a ser substituído por outro posto em melhores condições. A obra será construída com recursos do governo federal, dentro da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Proprietária de uma loja de autopeças em frente à sede dos policiais, Lianete Frantz, 50

anos, mora no local há 20 e, por isso, lembra de quando ainda nem havia projeto de erguer o módulo. “No lugar do prédio e da praça que existem hoje não havia nada”, recorda. Como um dos líderes comunitários, o marido, Rubem Frantz, 69 anos, teve importante participação na busca pelo posto policial. “As reuniões sempre aconteciam aqui na loja”, conta.A possibilidade de criar uma rotatória em uma das ruas também mobilizou a comunidade. Segundo Lianete, a união da vizinhança inclusive é a marca registrada do bairro. “A maioria já se conhece, poucos são moradores recentes”, argumenta. A relação de amizade fica evidente nos dias de sol, quando as rodas de chimarrão se formam na praça e em alguns

Figueira900 domicílios

424 homens

476 mulheres

2,7 moradores por domicílio

Ana Nery905 domicílios

415 homens

490 mulheres

2,7 moradores por domicílio

Piratini1.240 domicílios

582 homens

658 mulheres

2,9 moradores por domicílio

Faxinal*4.674 domicílios

2.417 homens

2.257 mulheres

3 moradores por domicílio

ANA NERY

*O Bairro Faxinal teve uma parte incluída no Ana Nery e outra no Menino Deus. A quantidade de habitantes que fi cou em cada local ainda não foi especifi cada. Por isso, a contagem utilizada como parâmetro é resultado do último levantamento do IBGE em 2010, antes da divisão.

Pedreira1.756 domicílios

864 homens

892 mulheres

3,3 moradores por domicílio

Santuário2.002 domicílios

1.016 homens

986 mulheres

3,2 moradores por domicílio

PEDREIRA

pontos da calçada. O movimento de carros e pedestres evidencia o crescimento do bairro, que, segundo Lianete, não era tão tumultuado há alguns anos. Como comerciante, ela vê com bons olhos o desenvolvimento da região onde mora. “Isso favorece quem vive aqui, porque aqui tem tudo, não é preciso se deslocar para o Centro. O aumento populacional também incentiva melhorias nas estruturas e o consumo em lojas como a nossa”, analisa.

Brun

o Pe

dry

Parabéns Santa Cruz do Sul pelos seus133 anos de desenvolvimento e qualidade

de vida para o seu povo!

Parabéns Santa Cruz do Sul pelos seus133 anos de desenvolvimento e qualidade

de vida para o seu povo!

Rua Presidente Campos Sales, 515 - Fone/Fax: 51 2106-3000

Page 7: Caderno especial retrata Santa Cruz

Famílias junto dasgrandes empresas

Progresso e Esmeralda

Ao redor do berçário industrial, bairros

sentem os refl exos do crescimento da cidade. Geração de

emprego e renda nas empresas do

setor fumageiro é uma das vantagens

que benefi ciam os moradores

Mais saúde

7Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ESMERALDAEsmeralda3.274 domicílios

1.573 homens

1.701 mulheres

2,9 moradores por domicílio

Liberdade954 domicílios

475 homens

479 mulheres

3 moradores por domicílio

Capão da Cruz209 domicílios

106 homens

103 mulheres

3,1 moradores por domicílio

PROGRESSO

Vila Santo Antônio do Sul – As informações a respeito dessa área não estavam disponíveis no banco de dados consultado.O Brasil lidera o ranking

de exportação de tabaco, além de ser o segundo

maior produtor, perdendo apenas para a China. Só a região Sul responde por mais de 95% do total produzido, sendo o Rio Grande do Sul responsável por 51%. Em Santa Cruz do Sul, as empresas do ramo fumageiro se concentram no Distrito Industrial. Por consequência, os bairros que rodeiam a área sentem o reflexo do crescimento da região. No recém-criado Progresso, por exemplo, está a Souza Cruz, onde muitos moradores conquistaram oportunidade de emprego e renda nos períodos de entressafra.Não é à toa que a localidade foi assim denominada. Nela, está inserida a antiga Vila Santo Antônio do Sul e o Bairro Capão da Cruz. Só neste último, a

média de moradores idosos e de até 4 anos era próxima: 7,7% e 7,2% respectivamente. Nos 209 domicílios, 18,7% dos moradores tinham de zero a 14 anos e a maioria, 74,2% entre 15 e 64 anos.Morador da região desde que nasceu, Gabriel Augusto Ferreira, 30 anos, viu o Progresso fazer jus ao nome com o qual foi batizado. Segundo ele, o maior incremento pode ser visto na educação. “As estruturas melhoraram muito. Tem mais salas de aula, oficinas de computação e ginásio.” Já as crianças contarão, em breve, com uma nova escola municipal de educação infantil. A obra de 900 metros a ser construída no antigo Santo Antônio do Sul será erguida com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento. Também pelo PAC estão previstos investimentos em áreas de lazer

Entre as bandeiras levantadas pelos moradores está a luta por melhorias na saúde. Conforme Ferreira, até hoje o bairro não conta com um posto próprio. Por isso, a unidade do Esmeralda é utilizada com frequência. No Esmeralda, inclusive está prevista a construção de uma nova Unidade de Pronto-Atendimento da cidade. O espaço de 700 metros quadrados terá recursos do PAC e cobrirá, além do bairro, outros pontos da região, com previsão de até 150 atendimentos por dia. O Esmeralda agora também engloba o Liberdade, totalizando 4.228 domicílios.

com praças, quadras de esportes, pista de caminhada e playground.Vice-presidente do Progresso, Ferreira atualmente honra a tradição de envolvimento com o bairro repassada pela família. O gosto pelas causas da comunidade vem do pai, que já trabalhou como presidente da localidade. “Gosto da comunicação com as pessoas, de estar no meio de tudo”, conta Ferreira, que também integra o conselho de fiscalização do PAC.

Page 8: Caderno especial retrata Santa Cruz

Oportunidades para todosFaxinal Menino Deus e Santa Vitória

Projetos sociais relacionados à

educação, esporte e cultura são

desenvolvidos para oferecer assistência

aos moradores e promover qualidade

de vida em bairros localizados na Zona

Sul de Santa Cruz

Sem fronteiras

8 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Outro foco de diversos projetos sociais são os bairros Harmonia, Cristal, Glória e Imigrante, que atualmente formam o Santa Vitória, com um total de 5 mil domicílios. Junto com o Ana Nery, o Santa Vitória é a fusão que mais acumulou bairros.Dos quatro, o menor é o Harmonia, com 754 residências. O Glória aparece como o maior, com 1.638 casas. O Cristal se destaca com o maior número de moradores até 14 anos: 30,5%. Já o Imigrante é o que concentra a minoria idosa: 3,8% acima de 65 anos.

SANTA VITÓRIAHarmonia754 domicílios

373 homens

381 mulheres

3,2 moradores por domicílio

Cristal1.329 domicílios

637 homens

692 mulheres

3,3 moradores por domicílio

Glória1.638 domicílios

761 homens

877 mulheres

3,5 moradores por domicílio

Imigrante1.279 domicílios

652 homens

627 mulheres

3,4 moradores por domicílio

Um dos principais desafios dos bairros mais populares é retirar crianças e

adolescentes das ruas. Embora seja essencial o desenvolvimento de políticas públicas em favor da infância e da juventude, projetos sociais realizados a partir de iniciativas particulares também são fundamentais. Entre as vantagens ainda está o incentivo à educação e à prática de esportes, duas modalidades trabalhadas com frequência em ações solidárias.No Faxinal Menino Deus, por exemplo, o acesso à língua estrangeira já é realidade desde 2005, quando nasceu o projeto Menino Deus Fala Inglês. Na época, o bairro ainda não havia se unido a uma parte do Faxinal, conforme estabelecido pelo novo mapa de Santa Cruz. Só no antigo traçado eram 2.498 domicílios, sendo 30% da população

Sabr

ina

Rodr

igue

s

FAXINAL MENINO DEUSMenino Deus2.498 domicílios

1.242 homens

1.256 mulheres

3,6 moradores por domicílio

Faxinal (parte)*4.674 domicílios

2.417 homens

2.257 mulheres

3 moradores por domicílio

*Não foram especifi cados os totais de moradores em cada uma das partes divididas, por isso se apresentam os totais da última contagem realizada pelo IBGE.

composta por jovens até 14 anos. Cerca de 50 participam, por semestre, da iniciativa promovida pelo instituto de idiomas Schütz & Kanomata, programa Universal Leaf Cidadão e associação de moradores. Segundo a assistente social do programa, Carla Berny, a ideia surgiu justamente pela necessidade de afastar os jovens da rua.Nas aulas, ministradas uma vez por semana por professores estrangeiros, os alunos têm contato não apenas com outro idioma, como também com outras culturas. “É um intercâmbio de conhecimentos, pois os instrutores estrangeiros também têm a oportunidade de conhecer a realidade brasileira. É essa troca baseada na solidariedade que deixa o projeto bonito”, define a professora Takako Kanomata Schütz.

Os resultados positivos também fazem o trabalho valer a pena. Aluno do projeto desde 2008, José Vitor Lopes, 14 anos, conquistou nas aulas muitos mais do que um rico vocabulário: fluente no inglês, ele já tem traçado o planejamento para o futuro. “Quero fazer comércio exterior, trabalhar na Copa do Mundo e fazer intercâmbio”, conta, determinado, antes de demonstrar uma conversação em inglês.

ParabénsParabéns

Page 9: Caderno especial retrata Santa Cruz

Mudanças apenas no nomeMais do que

reorganizar o mapa da cidade, a lei que prevê novos limites

aos bairros também altera algumas

denominações. A escolha dos novos

nomes contou com a participação da

comunidade

9Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ao contrário do que geralmente é defendido pelo senso comum, não são apenas as chaminés das

grandes indústrias e a movimentação de carros nas ruas que sinalizam a presença do desenvolvimento em uma cidade. Talvez o maior desafio seja aproveitar as potencialidades regionais, o que implica conhecer a fundo as peculiaridades de cada parte do território. Para facilitar essa localização, além das nomenclaturas atribuídas às fusões, muitos bairros ganharam novas denominações. Ainda assim, todos mantêm suas identidades, que as tornaram conhecidos e consolidados na comunidade regional. Dentre eles, o mais expressivo em termos de domicílios

é o Schulz, antes Vila Schulz. Com 3.236 residências, é formado principalmente por mulheres – são 1.760 contra 1.476 homens – e pessoas entre 15 e 64 anos (71,6%).Já o público da terceira idade, classificado a partir dos 65 anos pela Organização Mundial da Saúde, está mais concentrado ao norte de Santa Cruz. Dos 107 homens e 131 mulheres moradores do Bairro Germânia – nome atribuído à Entrada Rio Pardinho –, 13,4% se enquadram nessa faixa etária.Na região central, Bonfim e Margarida possuem características semelhantes, como a mesma quantidade de pessoas entre zero e 4 anos. Em ambos os bairros, 5,3% das pessoas têm essa idade. O antigo Bom Fim, porém, é um pouco maior: são 2.801 domicílios, sendo

2,7 a média de habitantes por residência. De 1.326 homens e 1.475 mulheres, 16,9% têm de zero a 14 anos; 74,2% de 14 a 65 anos e 8,9%, mais de 65 anos.Antes chamado de Margarida Aurora, o Margarida apresenta 2.592 domicílios e uma média de 2,9 moradores por residência. São 18,7% entre zero e 14 anos; 72,9% de 15 a 64 anos e 8,4% com mais de 65 anos. Já o Vila Nova agora é Castelo Branco e tem, em termos proporcionais, um maior número de moradores por domicílio: três para 1.883 residências. Dos cinco bairros que receberam novos nomes, é no Castelo Branco que está a maior porcentagem de pessoas entre 15 e 64 anos: 75%; 6% de zero a 4; 19,2% de zero a 14 e 5,8% com mais de 65.

238 domicílios

107 homens

131 mulheres

2,9 moradores por domicílio

GERMÂNIA

3.236 domicílios

1.476 homens

1.760 mulheres

2,9 moradores por domicílio

SCHULZ

2.592 domicílios

1.248 homens

1.344 mulheres

2,9 moradores por domicílio

MARGARIDA

1.883 domicílios

920 homens

963 mulheres

3 moradores por domicílio

CASTELO BRANCO

2.801 domicílios

1.326 homens

1.475 mulheres

2,7 moradores por domicílio

BONFIM

Identidade preservada

Page 10: Caderno especial retrata Santa Cruz

Diversidade no coração da cidade

Centro

10

Região com maior número de domicílios,

Centro de Santa Cruz concentra

grande parcela dos estabelecimentos

comerciais, opções de lazer durante 24 horas e ainda pode

ser considerado uma área residencial

Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As queixas quanto ao volume do som que sai de carros e casas noturnas

contrastam com a tranquilidade presente em diversas partes do bairro onde ficam bancos, lojas, supermercados, bares, lancherias, padarias, farmácias, consultórios médicos, escritórios de advocacia e outros tantos estabelecimentos. É no Centro de Santa Cruz do Sul que, 24 horas por dia, pessoas de todos os tipos circulam num vaivém pulsante. A região tem peculiaridades a cada momento do dia, de segunda a sexta-feira, e muda aos sábados e domingos. No começo das manhãs, quando o sol ainda nem apareceu direito, já se ouvem os primeiros passos apressados nas calçadas e o ronco dos motores de carros, ônibus ou caminhões. É a vida começando, e seus personagens entram em cena. Com o passar das horas o agito aumenta, as ruas ficam tomadas por veículos e o trânsito ganha características de grandes cidades com direito a congestionamento, buzinas estridentes e estresse entre motoristas e pedestres. É assim no início da manhã, perto do meio-dia, na hora de voltar para o trabalho depois do almoço e à tardinha. E não seria diferente em uma cidade onde existem 39.197 automóveis e 17.425 motos e motonetas, segundo o Detran. Fora o trânsito, nas calçadas circulam consumidores, trabalhadores e pessoas em busca de algum produto ou serviço oferecido na área central. Para

8.753 domicílios

3.803 homens

4.950 mulheres

2,3 moradores por domicílio

CENTRO

isso, o comércio apresenta uma diversidade sem par na região, o que contribui para Santa Cruz do Sul ser conhecida como polo no Vale do Rio Pardo. Se de segunda a sexta-feira durante o dia o atrativo é formado pela variedade comercial, à noite e aos fins de semana são os bares, lancherias e casas noturnas

que fervilham, especialmente no verão. Instalados no circuito formado pela Marechal Floriano ou Avenida do Imigrante e ruas paralelas, esses estabelecimentos dão uma característica festiva ao Centro. E mesmo com tudo isso, esse bairro, onde 73,4% dos habitantes têm entre 14 e 64 anos e os

domicílios apresentam a menor média de moradores da cidade – 2,3 pessoas –, mantém suas características de origem. Embora os prédios se multipliquem, casas ainda resistem e preservam traços arquitetônicos da época de formação da cidade, com árvores plantadas há décadas e o canto de pássaros nas praças e quintais.

Sabr

ina

Rodr

igue

s

Rua Venâncio Aires, 360 - Santa Cruz do SulFone: (51) 3711-3140

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Nossa homenagem a todos ossanta-cruzenses que acreditam

nesta terra. Parabénspelos 133 anos!

Nossa homenagem a todos ossanta-cruzenses que acreditam

nesta terra. Parabénspelos 133 anos!

ão Digital

ás em PVC

Page 11: Caderno especial retrata Santa Cruz

Testemunha de muitas mudanças11Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A barbearia do Omero é um ponto conhecido na Borges de Medeiros.

Poucos metros a separam da Marechal Floriano e da Praça da Bandeira. A sala usa parte da estrutura que um dia foi ocupada pelo Colégio Mauá, é pequena, bem iluminada e com um cheiro refrescante de loção pós-barba. Nas quase três décadas em que está instalado naquele ponto, centenas de clientes apararam o bigode, cortaram o cabelo ou simplesmente trocaram algumas palavras com Omero Kist, 73 anos, 52 dedicados à profissão. Um dos barbeiros mais antigos de Santa Cruz do Sul, ele presenciou as mudanças pelas quais o Centro passou ao longo dos anos. Nascido em Rio Pardo, construiu a vida e criou os dois filhos no eixo da Marechal Floriano. Na Júlio de Castilhos, próximo ao Quiosque, teve uma das primeiras lotéricas da cidade. “Vi muita coisa mudar. Quando cheguei, só a principal – como também era chamada a Marechal Floriano – era calçada, recorda. Prédios não existiam. As

construções ainda tinham muitas características residenciais e os carros eram escassos. Morador do edifício Dona Paula, o primeiro a ser construído em Santa Cruz, Omero Kist é um personagem conhecido no Centro. Diariamente percorre os poucos metros que separam o apartamento da barbearia, local onde passa a maior parte do seu dia. É ali também que ele mantém uma espécie de ‘restaurante para pássaros’ na calçada, onde sempre tem ração e água para alimentar as aves. “Cuido delas porque gosto, e elas deixam o lugar mais alegre.

PERFIL

dos moradores do Centro têm entre zero e 4 anos

deles já passaram dos 65 anos

4,3%

14,9%

Acho que até me trazem sorte”, descontrai. Enquanto vai contando as histórias e aparando a barba do cliente Reinaldo Castro – que recém havia chegado de Porto Alegre

para passar alguns dias em Santa Cruz –, Omero Kist elenca as vantagens do lugar onde vive. “Já me acostumei com o movimento de carros. Tenho supermercado, comércio e tudo que preciso ao

redor de casa. Não saberia morar em outro bairro”, afirma. Talvez por gostar tanto do Centro, seu Omero planeje parar só aos 108 anos. “Até lá vou trabalhar, depois vou dar uma viajada”, brinca.

Sabr

ina

Rodr

igue

s

Page 12: Caderno especial retrata Santa Cruz

Próximos e com algo em comum

Família reunida em casa e no trabalho

Goiás e Avenida

Geografi camente, Goiás e Avenida estão colados e, embora fi gurem

entre os bairros mais tradicionais de Santa Cruz do Sul, possuem diferenças em termos de perfi l populacional

e desenvolvimento comercial

12 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nos 14 anos em que moram no Goiás, Fernando e Virgínia Faller acompanharam uma série de mudanças, especialmente no entorno da casa onde vivem na Rua São José. Dono de uma oficina, ele percebeu o movimento de carros aumentar e também conquistou mais clientes. Ao mesmo tempo se multiplicaram as lojas de veículos, surgiram novos pontos comerciais e até mesmo uma casa noturna que costuma atrair centenas a cada festa. “No começo estranhamos o movimento, mas hoje estamos acostumados”, acrescenta Virgínia. Da residência onde vivem, os Faller contemplam todos os dias a grande quantidade de árvores que circunda a cidade. “Temos um lugar agradável para viver. Seria interessante contarmos com mais opções de supermercados, farmácia e até uma padaria”, completa o mecânico.

2.797 domicílios

1.297 homens

1,5 mil mulheres

2,7 moradores por domicílio

GOIÁS

3.099 domicílios

1.418 homens

1.681 mulheres

2,6 moradores por domicílio

AVENIDA

Quem está em busca de carro, seja ele novo ou usado, provavelmente

vai circular pelas ruas do Bairro Goiás. É nesse ponto que se concentra a maior quantidade de lojas de veículos de Santa Cruz do Sul. Há praticamente uma por esquina em determinados quarteirões. Também é por ali que diariamente milhares de pessoas chegam e saem da cidade pela Estação Rodoviária. A grande quantidade de estabelecimentos comerciais, contudo, não interfere na característica residencial do bairro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, são 2.797 domicílios. Porém, o que chama a atenção é que nessa região se concentra a maior quantidade de pessoas com 65 anos ou mais. São 17,4% dos moradores nessa faixa etária. Ao lado, ligado pela Rua São José, está o Avenida, que leva o nome do time campeão gaúcho da Segunda Divisão. No bairro altamente esportivo, também há um diversificado comércio, com supermercados, lojas e empresas, que também movimenta centenas de pessoas. O contraste com o Goiás, porém, está justamente no perfil populacional. No Avenida há a maior concentração de pessoas entre 15 e 64 anos, com 75,2% dos habitantes nessa faixa. Um ponto semelhante entre os bairros vizinhos é a média de residentes por domicílio. No Goiás estão 2,7 pessoas e no Avenida, 2,6. Além disso, o primeiro tem 4% de crianças entre zero e 4 anos e o segundo, 3,9%.

Uma casa azul na esquina das ruas Salgado Filho e João Carlos Frantz é um dos pontos mais conhecidos do Bairro Avenida. Ali moram Iraci e Vilson Wächter, donos de uma borracharia e lavagem de carros. A família, que tem na residência o próprio negócio, mora no Avenida há 27 anos. Durante tanto tempo, os Wächter e os quatro filhos conquistaram amigos e estreitaram os laços com o bairro. “Hoje não me imagino vivendo em outro ponto de

Santa Cruz”, diz Iraci enquanto faz o polimento de um carro. A tranquilidade do lugar, o supermercado perto de casa e ainda a facilidade para se deslocar até o Centro são alguns dos pontos positivos destacados pela família. Claro, algumas melhorias, segundo ela, poderiam deixar o bairro ainda mais agradável. “Uma área de lazer para as crianças seria bom, pois evitaria que jogassem futebol na rua e se arriscassem”, diz.

Uma nova paisagem

Foto

s: S

abri

na R

odri

gues

Ramiro Barcelos, 1044 - Fone: 2109-1513

Page 13: Caderno especial retrata Santa Cruz

Onde os moradores são vizinhos da natureza

Higienópolis, Monte Verde, Belvedere

Paralelo ao desenvolvimento urbano, algumas

regiões de Santa Cruz mantêm características

típicas de uma cidade do interior. Em três

bairros, a riqueza da fauna e da fl ora

remete à tranquilidade e à paisagem rural

13Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Com um expressivo número de indústrias, comércio movimentado e o turismo

fortalecido por eventos como a Oktoberfest e estruturas como o Autódromo Internacional, Santa Cruz do Sul assumiu características tipicamente urbanas. No entanto, alguns pontos da cidade preservam até hoje peculiaridades interioranas, tais como a tranquilidade transmitida pela natureza. Regiões como o Higienópolis, Monte Verde e Belvedere são marcadas justamente pela presença do Cinturão Verde, também conhecido como o pulmão de Santa Cruz. Dos três bairros, o maior é o Higienópolis, com 2.392 domicílios. A área ainda se destaca pelos moradores com mais de 65 anos: a média é de 11,5%, enquanto Monte Verde e Belvedere apresentam 5,8% e 5,4% respectivamente. Ainda assim, o Higienópolis é habitado em sua maioria por pessoas de 15 a 64 anos, com média de 74%. Entre elas está o publicitário Andreas Popovich Bernauer. Aos 28 anos, ele mora na cidade com os pais e a irmã desde os 10. Além da transferência do pai, a busca por qualidade de vida também motivou a mudança da família. “Em 1992 vim de São Paulo, porque a empresa do meu pai abriu uma filial em Santa Cruz. Cansados da cidade grande e seus problemas, viemos curtir a tranquilidade que é acentuada no Higienópolis”, conta. Encantado com as diferenças em relação à capital paulista, Bernauer salienta o canto dos pássaros, a

2.392 domicílios

1.121 homens

1.271 mulheres

2,9 moradores por domicílio

HIGIENÓPOLIS

966 domicílios

468 homens

498 mulheres

3 moradores por domicílio

MONTE VERDE

904 domicílios

439 homens

465 mulheres

3,1 moradores por domicílio

BELVEDERE

presença de tucanos e até mesmo macacos. O Parque da Gruta, por exemplo, é um dos pontos do bairro onde ele mais gosta de passear com a namorada. Já os amigos ainda frequentam a sua casa como nos tempos de infância. Com uma bela vista para a cidade, a residência de Bernauer

continua como o ponto de encontro da turma. Na infância, brincadeiras como pega-pega, esconde-esconde e carrinho predominavam nas reuniões. Hoje, a amizade permanece e é fortalecida em festas e jantares. “Como acontece em todos os bairros cedo ou tarde, o Higienópolis

está tendo que ser reciclado. Um dia já foi mais valorizado. Hoje, é um bairro de antigas casas de famílias, mas acredito que ele está se renovando. Sinto que novos moradores começam a chegar, mais construções começam a surgir, algumas inclusive comerciais”, analisa.

Sabr

ina

Rodr

igue

s

Page 14: Caderno especial retrata Santa Cruz

Sossego em plena zona urbana

Jardim Europa, Country e João Alves

Bairros formados próximos da

natureza, mas não muito distantes do

Centro, apresentam rápido crescimento,

indicando que a tranquilidade é valorizada por

aqueles que procuram por novas moradias

14 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

517 domicílios

264 homens

253 mulheres

2,8 moradores por domicílio

JARDIM EUROPA

870 domicílios

443 homens

427 mulheres

3,1 moradores por domicílio

COUNTRY

A busca por tranquilidade e conforto parece estar entre as preferências daqueles que investem na construção

ou compra da casa própria. A tendência é confirmada pelo rápido crescimento da cidade em direção às zonas um pouco mais afastadas do Centro. O contato com a natureza em plena área urbana é um dos principais atrativos de bairros como Jardim Europa e Country e João Alves.Foi o que chamou a atenção de Cristiano André Machado, 35 anos. Natural de Três de Maio, na região noroeste do Estado, ele veio a Santa Cruz com a família em 1998 por razões profissionais. “A cidade foi escolhida porque, além de bela, oferece muitas oportunidades com a existência de um centro universitário e a proximidade com Porto Alegre”, justifica.A experiência na cidade começou na

Avenida do Imigrante. Em 2005, a notícia do lançamento do residencial Jardim das Hortênsias no Jardim Europa chamou a atenção da família, que decidiu investir no local. “O que motivou a compra, principalmente, foi a beleza e a tranquilidade. Temos um ritmo muito acelerado de trabalho. O dia a dia é exaustivo e não há nada melhor do que chegar em casa e poder relaxar. Isso é qualidade de vida”, aponta Cristiano. Radicado no bairro desde fevereiro deste ano, Cristiano comenta que a casa ainda não está totalmente concluída. Ainda assim, a família já colhe os bons frutos da mudança. O filho pequeno, acostumado com a rotina de apartamento, agora aproveita o espaço para andar de bicicleta, passear e brincar. “Logo que chegamos, estranhamos o silêncio. Éramos

os únicos moradores da quadra, e agora mais duas obras já estão em andamento, além de todas as outras que estão a pleno vapor no bairro”, compara.A residência de Cristiano está entre os 517 domicílios do Jardim Europa que, embora seja uma das regiões menos populosas, já demonstra grande potencial de crescimento. Dos moradores, 7,5% têm até 4 anos; 19,7% entre zero e 14 anos; 75,2% de 15 a 64 anos e 5% acima de 65.Bem próximo, o Country também atrai cada vez mais habitantes. No novo mapa, o bairro foi dividido em Country e João Alves. Os números, porém, ainda não foram separados. No total, a área que envolve ambos os bairros conta com 870 residências; 6,6% moradores até 4 anos; 17,4% entre zero e 14; 72,4% de 15 a 64 e 10,2% com mais de 65.

Rodr

igo/

Ag. A

ssm

ann

BULE ENGEN

HARIA

Parabéns Santa Cruz do Sul,terra de alegria e de um povo hospitaleiro!

Uma homenagem

Rua Borges de Medeiros, 558Fone/Fax: (51) 3713-3122

[email protected]

Page 15: Caderno especial retrata Santa Cruz

Localizaçãoprivilegiada

Universitário, Renascença e Independência

Bairros com localização próxima

a universidades apresentam

características semelhantes, como

a movimentação de estudantes, em

especial nos períodos de início e término

do ano letivo

15Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

3.409 domicílios

1.579 homens

1.830 mulheres

2,5 moradores por domicílio

UNIVERSITÁRIO

2.391 domicílios

1.154 homens

1.237 mulheres

2,8 moradores por domicílio

INDEPENDÊNCIA

2.443 domicílios

1.175 homens

1.268 mulheres

3 moradores por domicílio

RENASCENÇA

Boa conservação, ventilação, luminosidade, vista e acessibilidade são alguns dos critérios básicos

capazes de valorizar um imóvel independente do perfil do comprador ou inquilino. Mas talvez o mais importante seja a localização. Residências próximas a supermercados, hospitais e outros serviços tendem a ser mais procuradas. Nesse quesito, regiões que cercam universidades saem ganhando. Em Santa Cruz do Sul, um bairro inclusive foi batizado com um nome sugestivo. Trata-se do Universitário, que tem 3.409 domicílios, a maioria ocupada por moradores entre 15 e 64 anos (75,2%). Também às margens da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) estão o Independência e o Renascença, que, embora vizinhos, apresentam números bem distintos. Dos 1.154 homens e 1.237 mulheres que habitam o Independência, 5,1% têm até 4 anos; 16,4% de zero a 14 anos; 76,8% entre 15 e 64 anos e 6,9% mais de 65. No Renascença, a média muda para 6,8% das pessoas com até 4 anos; 21,2% de zero a 14; 73,7% entre 15 e 64 anos e 5% com mais de 65 anos.Além da localização, outra semelhança que une os três bairros é a

movimentação constante de estudantes, em especial nos períodos de início e término do ano letivo. E é isso que justifica a admiração da acadêmica Jéssica Castro pelo Universitário, onde mora desde março de 2009. Natural de Sobradinho, ela veio a Santa Cruz para cursar Publicidade e Propaganda. Nos primeiros meses a intimidade com o bairro era maior, já que Jéssica estudava e estagiava na Unisc. Agora, a futura publicitária divide a sua rotina com o Centro, onde trabalha, e com a universidade. Ainda assim, ela atribui ao Universitário a formação de grandes

amizades. “Por ser mais próximo da Unisc, na maioria das vezes as reuniões são na minha casa. Quando alguém precisa de um lugar para ficar, também é acolhido aqui. Isso facilita o relacionamento com vizinhos e colegas”, explica. Por isso, morar no bairro segue no seu planejamento para o futuro. “Gosto do bairro e depois de formada pretendo fazer outra graduação, sem pausa. Por isso, meu plano é continuar morando aqui”, adianta.

Page 16: Caderno especial retrata Santa Cruz

Ações em prol da qualidade de vida

Bom Jesus e Senai

Comunidades como as formadas

por moradores dos bairros Bom

Jesus e Senai são atendidas por

projetos realizados pelo poder público,

com o objetivo de oferecer uma melhor

qualidade de vida

16 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O significativo crescimento industrial de Santa Cruz do Sul implicou

em um aumento considerável de migrantes da zona rural e de outros municípios. Como consequência, surgiram as vilas populares, dentre as quais se destacou o Camboim. Formado em sua maioria por afrodescendentes, o local de nome indígena era considerado a maior vila operária da cidade. Devido à distância do Centro e ao rápido crescimento, o Camboim logo transformou-se no primeiro bairro de periferia de Santa Cruz, sendo então batizado de Bom Jesus.

Segundo a assistente social Maira Meira Pinto, organizadora do livro Bairro Bom Jesus: Uma experiência de extensão universitária, o crescimento populacional e a falta de políticas públicas aumentaram o processo de favelização e periferização das cidades, o que contribuiu para a consolidação de um estigma sobre algumas localidades. No caso do Bom Jesus, uma série de ações sociais visa a reverter essa visão. Só a Secretaria Extaordinária do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criada exclusivamente para tratar do desenvolvimento da Zona Sul da cidade, prepara projetos que somam R$ 71 milhões com recursos do governo federal. Foi anunciada neste ano a autorização para a construção de um Centro de Referência em Assistência Social (Cras) – que demandará um investimento de R$ 490 mil por parte da união – e uma área

de lazer com praças, quadras de esportes, pista de caminhada e playground.

Na área da segurança pública, a Brigada Militar instalou recentemente uma base comunitária no bairro a fim de combater a criminalidade. A sustentabilidade também está garantida pela Cooperativa Uniforte, projeto que gera emprego e renda para mulheres costureiras.

Moradora do Bom Jesus há 35 anos, Maria Elisa de Oliveira sente o impacto das melhorias. “Quando viemos morar aqui eram só trilhos, agora tem até paralelepípedo. Não tenho do que reclamar”, relata. Aos 54 anos, a dona de casa mora com a filha, o genro e três netos. Os outros seis filhos estão nas redondezas, assim como a mãe, que mora na mesma rua.

Com a família por perto, Maria Elisa conta que quase não frequenta outras regiões da cidade. E nem pretende. “Me sinto bem aqui e conheço todo mundo, já me acostumei com essa rotina, que está cada vez melhor”, afirma. Para ela, a principal reforma foi o aterro na BR-471, que impediu a invasão da água na sua casa em dias de chuva.

5.706 domicílios

2.755 homens

2.951 mulheres

3,3 moradores por domicílio

BOM JESUS

3.705 domicílios

1.673 homens

2.032 mulheres

2,8 moradores por domicílio

SENAI

Números evidenciam crescimento

O Bom Jesus é o maior bairro em extensão geográfica e também o mais populoso de Santa Cruz. São 5.706 domicílios, 2.755 homens e 2.951 mulheres. Embora a maioria tenha entre 15 e 64 anos, em comparação a outros bairros o Bom Jesus tem uma das menores médias de moradores nessa faixa etária: 66,1%. Até 4 anos são 7,2%; de zero a 14 são 25,2% e 8,7% têm mais de 65.

Outro bairro foco de ações sociais é o Senai que, embora vizinho do Bom Jesus, apresenta dados bem distintos: 4,3% da população tem até 4 anos; 15,4% de zero a 14; 70,4% entre 15 e 64 e 14,1% acima de 65 anos.

Brun

o Pe

dry

Sete de Setembro, 661 – Centro (Próximo à Igreja Evangélica) - Fone: 3056-3605

Sindicato dos Trabalhadoresnas Indústria da Construção

e do Mobiliário de Santa Cruz do Sul

Page 17: Caderno especial retrata Santa Cruz

Lugares com vida própriaArroio Grande e Aliança

A distância do Centro aliada ao aumento

populacional resultou no crescimento de

alguns bairros que, com a oferta de

serviços variados, passaram a se

consolidar como verdadeiras

cidades à parte

17Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

5.284 domicílios

2.484 homens

2,8 mil mulheres

2,8 moradores por domicílio

ARROIO GRANDE

2.753 domicílios

1.321 homens

1.432 mulheres

3 moradores por domicílio

ALIANÇAA presença de serviços de alimentação, saúde, segurança e lazer em

uma só região é um verdadeiro convite à comodidade. Com supermercados, hospital, Brigada Militar, praças e comércio próximos um do outro, raras são as vezes em que há motivos para se distanciar do local. Por ironia, Sílvia Regina Wunder, 45 anos, não saiu do seu bairro nem mesmo para nascer. Moradora do Arroio Grande, ela conta que nasceu em casa com a ajuda de uma parteira. A casa, diga-se de passagem, é a mesma em que Sílvia vive até hoje – com o marido e a filha de 20 anos. “É maravilhoso morar aqui, é muito tranquilo. A maioria dos vizinhos é antiga e todos me viram crescer”, diz. Além da moradora Sílvia, o Arroio Grande também cresceu. Quem vive há algum tempo nesse bairro, considerado uma cidade à parte dentro de Santa Cruz, provavelmente deve lembrar de algumas estradas de

chão e do longo espaço entre uma casa e outra. “Na minha rua só havia cinco casas, onde na frente passava uma patrola, que descarregava uma areia que virava a diversão da criançada”, recorda.Apesar do aumento populacional do bairro – que soma um dos maiores números de domicílios da zona urbana –, a pacata rotina típica de interior deixou resquícios. Segundo Sílvia, as antigas brincadeiras de rua praticamente preteridas pelas novas tecnologias não deixaram de ser realidade para as crianças do Arroio Grande.

MelhoriasCom características bem parecidas, o Aliança também preserva algumas tradições e se destaca pelo rápido crescimento. A conclusão das obras de um ginásio de esportes e de uma nova escola municipal de educação infantil deve beneficiar, em breve, moradores até 4 anos e de zero a 14, que somam 5,9% e 21,4% respectivamente. Já a população entre 15 e 64 anos soma 73,7%, enquanto os idosos respondem por 5%.

Sabr

ina

Rodr

igue

s

Page 18: Caderno especial retrata Santa Cruz

Indicadores de primeiro mundoMortalidade infantil

Taxa de mortalidade infantil em Santa Cruz do Sul fi gura

como uma das menores do mundo. Estrutura oferecida

pelas redes de saúde pública e privada

proporciona cuidados desde o período

pré-natal

18 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Entre os objetivos do milênio elencados pela Organização das Nações Unidas

(ONU) está a redução do índice de mortalidade infantil. A taxa global já caiu de 101 óbitos por mil nascimentos em 1990 para 74 em 2007. O progresso é notável, mas insuficiente para que a meta seja alcançada com redução das mortes em dois terços, ou seja, chegando a menos de 50 a cada mil nascimentos.Nesse cenário, Santa Cruz do Sul destaca-se com índices verificados

apenas em países considerados altamente desenvolvidos. Segundo os mais recentes levantamentos, 3,51 crianças até 5 anos morrem a cada mil nascimentos. O número é resultado da combinação de ações que envolvem programas de saúde pública desenvolvidos com as mães desde o início da gestação, como o Primeira Infância Melhor (PIM).Outro fator considerado decisivo é a ampla rede composta por médicos e serviços disponibilizados na rede privada,

o que também auxilia nos cuidados. Atualmente existem 81 estabelecimentos de saúde em Santa Cruz do Sul, sendo 32

públicos e 49 privados. São 430 leitos para internação, 23 em UTI e destes, oito exclusivos para crianças.No Brasil, a taxa de óbitos registrada a cada nascimento é de 19,88 por mil, enquanto no Rio Grande do Sul é de 10,50. Para se ter ideia do que isso representa, de acordo com registros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef, o Canadá tem índice de 6,1 mortes. Na Suiça, a taxa é de 4,4 a cada mil nascimentos.

é a taxa de óbitos por mil nascidos vivos em Santa Cruz

do Sul. No Rio Grande do Sul, o índice é de 10,50 e a média do

Brasil é de 19,88

3,51NÚMEROS

Jana

ína

Zilio

/Ban

co d

e Im

agen

s/GS

Rua Mal. Floriano, 600Fone: (51) 3715-5776

Na data em que completa

133 anos como cidade,

temos a maior satisfação

em parabenizar a população

de Santa Cruz do Sul,

uma cidade que encanta e

acolhe pessoas das

mais diversas localidades!

PARABÉNS SANTA CRUZ! Fazer parte desta terra, enche de orgulho e satisfação.

Parabéns Santa Cruz do Sul!

Page 19: Caderno especial retrata Santa Cruz

Riqueza brota das lavourasTabaco

Com um valor bruto de R$ 104,2

milhões, safra de tabaco colhida em

2010 garantiu bons resultados para as

4,6 mil famílias produtoras de

Santa Cruz do Sul e manteve referência

em qualidade

19Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

R$ 104,2milhões é o valor bruto da safra de tabaco em Santa Cruz do Sul em 2010

21,7mil pessoas se ocupam com a produção realizada por 4,6 mil famílias

20,7mil toneladas é o volume colhido

7,9 mil hectares são plantados em 3,5 mil propriedades com tamanho médio de 13,1 hectares

NÚMEROSA restrição ao consumo de cigarros, tanto no Brasil quanto no exterior,

ainda não interferiu de forma significativa no desempenho da lavoura de tabaco em Santa Cruz do Sul e nos demais municípios do Vale do Rio Pardo. Embora em um cenário de incertezas, a safra 2010 se encerrou com um valor bruto de R$ 104,2 milhões no município.A produção ficou na casa das 20,7 mil toneladas e ocupou 7,9 mil hectares em 3,5 mil propriedades. Com números dessa proporção, o tabaco plantado em diferentes pontos do interior, principalmente por famílias descendentes dos colonizadores, movimenta uma das mais importantes e promissoras indústrias do Rio Grande do Sul: a fumageira. Responsáveis pelo beneficiamento das folhas, as empresas têm fora do Brasil seus maiores clientes. Principal produto embarcado, o tabaco in

natura corresponde a uma boa parcela dos US$ 955,1 milhões obtidos com as exportações.Outra prova de que a atividade fumageira tem significativa participação no desempenho econômico de Santa Cruz, entre as principais indústrias do município estão Philip Morris

– responsável por 59,25% do valor adicionado fiscal de 2010 –, Souza Cruz (3,89%) e JTI Tabacos (3,8%). Também são

essas empresas que respondem por uma significativa parcela das contratações e geração de novos postos de trabalho no município.

Inor

/Ag.

Ass

man

n

Page 20: Caderno especial retrata Santa Cruz

Diversidade que estimula o desenvolvimento

Economia

Variedade comercial, opções de produtos e serviços, ampla rede

bancária e novos empreendimentos

impulsionam indicadores

relacionados ao potencial econômico

da cidade

20 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Um dos indicadores relacionados à qualidade de vida é chamado

Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), e no que depender de seu desempenho, Santa Cruz do Sul tem se destacado. Com um crescimento constante, essa medida aumenta a cada ano e quanto mais próxima de 1, melhor.De acordo com a média histórica, o índice aumentou de 0,689 em 1991 para 0,773 em 2008. Entre os segmentos com melhores taxas no Idese estão educação, renda,

saneamento e saúde, todos com valores próximos ou superiores aos do Rio Grande do Sul. O comportamento acima da média é indicativo de ações realizadas pelo poder público – com recursos próprios ou captados por meio de repasses de outras esferas governamentais – ou da iniciativa privada. Do orçamento municipal em 2010, R$ 27,9 milhões (20,6%) foram para a saúde e R$ 35,1 milhões (25,7%) para a educação.A geração de emprego e renda também anda no ritmo do

crescimento. O mais recente balanço indicou que em 2011 foram 19.505 admissões e 11.342

demissões, uma variação de 23,89%. No primeiro semestre, período de contratações temporárias nas indústrias fumageiras, o saldo foi de 8.163 contratações. Com mais postos de trabalho, a economia colhe resultados expressivos. Em 2010 as operações de crédito somaram R$ 1,43 bilhão e a poupança, R$ 441,2 milhões. O PIB per capita de Santa Cruz do Sul fechou em R$ 27,1 mil em 2008, enquanto no Rio Grande do Sul foi de R$ 18,3 mil e no Brasil, R$ 15,9 mil.

é a soma das operações de crédito realizadas em 2010 em

Santa Cruz do Sul

estão depositados em cadernetas de poupança em 22 agências

bancárias

R$ 1,43 bilhão

R$ 441,2 milhões

NÚMEROS

Rodr

igo/

Ag. A

ssm

ann

w w w. c a m i n h o d o p e c a d o . c o m . b r

Page 21: Caderno especial retrata Santa Cruz

Além da produção de tabacoFontes de renda

Embora as indústrias fumageiras sejam

as principais empregadoras e

geradoras de renda, outros segmentos também ajudam a

fortalecer a economia local, inclusive

com exportação de mercadorias

21Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O comércio recheado de opções e a quantidade de estabelecimentos na área

gastronômica ajudam a mensurar o potencial econômico de Santa Cruz do Sul. Com uma atividade primária diversificada, a cidade também possui uma ampla planta industrial que movimenta outros setores e amplia o retorno para os cofres públicos. Entre as maiores empresas locais, a Metalúrgica Mor figura na segunda posição, atrás da cigarreira Philip Morris. Uma das mais tradicionais indústrias

santa-cruzenses, ela é conhecida especialmente pela linha de produtos destinados ao lazer. Os artigos em borracha da Mercur e os brinquedos fabricados pela Xalingo são outros artigos made in Santa Cruz que puxam os índices de exportação. Ainda figuram na lista das grandes a Excelsior Alimentos e a distribuidora de bebidas Lambert.A importância da atividade industrial se reflete em números. Um deles é o Índice de Retorno de ICMS, calculado com base no

pagamento do tributo estadual pelas empresas. Em 2011 ele ficou em 1,523424, e para o próximo ano a previsão é de 1,570000, o que representará um acréscimo de R$ 2,2 milhões na arrecadação municipal. Ao mesmo tempo em que gera divisas para as finanças públicas, a atividade produtiva contrata mão de obra e paga salários, o que se reflete em consumo. Com esse potencial elevado, novos empreendimentos surgem a cada instante, o que também estimula a produção de renda.

539indústrias funcionam em Santa Cruz do Sul

3.579estabelecimentos comerciais estão registrados na Prefeitura

3.667prestadores de serviços e 2.421 trabalhadores autônomos desenvolvem atividades no município

NÚMEROS

Rodr

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Parabéns a esta terra de gente valorosa

e empreendedora, a qual temos orgulho

em servir para alavancar ainda mais o nosso

pujante setor produtivo-empresarial!

Dr. Dartagnan L. Costa.

ADVOGADOS:

Dra. Elena Brum

Dr. Leandro K. Stein

Mestres, Especialistas e MBA e. a. Fundação

Getúlio Vargas/Chicago University

Page 22: Caderno especial retrata Santa Cruz

Investimentos brotam em todos os setores

Diversidade

22

Das indústrias fumageiras aos

empreendimentos da área gastronômica

e de lazer, cidade recebeu importantes

investimentos e tendência é de que

transformações continuem

acontecendo

Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os números relacionados à quantidade de empresas instaladas em Santa

Cruz do Sul comprovam a diversificação da atividade produtiva e comercial. Ao mesmo tempo, ao se observar a quantidade de obras em andamento, verifica-se o potencial para atração de investimentos em todas as áreas. Embora ao longo da história tenham se concretizado megainvestimentos, nos últimos anos se consolidaram obras responsáveis por movimentarem milhares de reais na cidade. Na área comercial, a inauguração de uma filial do supermercado Big – estimada em R$ 45 milhões – mudou a paisagem da Rua Ernesto Alves, onde

ficavam os antigos pavilhões da Souza Cruz. A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) também marcou presença nessa onda de investimentos e construiu um centro de distribuição de mercadorias no Distrito Industrial. Ainda em obras, a nova fábrica da Philip Morris – orçada em R$ 113 milhões – tem movimentado a economia local. Recentemente a multinacional confirmou a construção de um laboratório e prevê aplicar mais R$ 11 milhões. Fora os projetos com grandes volumes de recursos, ainda são verificadas melhorias em boa parte do comércio da área central. Além dos maiores investimentos em reorganização das empresas, são constantes as inovações adotadas pela construção civil e a chamada

arquitetura comercial, o que torna os estabelecimentos mais atraentes. A inauguração de uma filial da rede de lanchonetes Subway e a vinda de uma loja Marisa confirmam a atração de investimentos. Nessa mesma tendência, o ramo automotivo vem passando por significativas melhorias, com a abertura de concessionárias concebidas de acordo com os padrões internacionais das principais montadoras. Outro fator que comprova o interesse dos investidores por Santa Cruz é a busca de informações a respeito da cidade. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico costuma ser sondada por empresas, inclusive indústrias

multinacionais, que estão planejando investimentos no Brasil. Além disso, a pasta mantém uma rotina de reuniões com potenciais investidores, sejam eles locais ou de fora, o que, além de fomentar o mercado de trabalho, gera novos impostos e ainda estimula melhorias em praticamente todos os segmentos.

1 cigarreira

18 fumageiras

34 metalúrgicas

36 moveleiras

27 indústrias alimentícias

64 do ramo de vestuário

4 químicas

59 padarias

3.579 comerciais

3.667 serviçosFonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico

EMPRESAS

Rodr

igo/

Ag. A

ssm

ann

Rua Carlos Trein Filho, 269Santa Cruz do Sul (51) 3715-2993

Rua Tenente Coronel Brito 537(51) 3715-4142

Parabéns Santa Cruz do Sulpelos 133 anos de progresso!

Fazer parte desta terra nosenche de satisfação!

Page 23: Caderno especial retrata Santa Cruz

As descobertas de um americanoOpção

Professor em uma escola de línguas, David Green mora

em Santa Cruz desde o começo do ano e, embora ainda

estranhe algumas situações e hábitos locais, tem gostado do que encontra no seu novo dia a dia

A chegada

23Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As referências de amigos a respeito de Santa Cruz do Sul e sobre o estilo de vida brasileiro despertaram a

curiosidade do professor David Green. Nascido no estado de West Virginia, nos Estados Unidos, ele viveu na Flórida, onde cursou Psicologia. Viajou por 25 países a bordo de um cruzeiro e desde o começo do ano está morando na cidade.“Minha situação é diferente daquelas pessoas que vão para outro país a fim de fazerem intercâmbio. Escolhi morar no Brasil e trabalhar aqui”, conta. Contratado por uma escola de línguas, Green ministra aulas de inglês diariamente. Nos momentos de folga, estuda português e francês. O resultado dos cursos tem o ajudado a realizar tarefas simples, como ir ao supermercado ou lavanderia e, naturalmente, a se comunicar com seus alunos. “Às vezes vou em lojas onde peço informações sobre produtos. Não compro nada, mas aproveito para praticar o português”, diverte-se.Mas a vida em Santa Cruz não se resume apenas ao trabalho. David Green já tem amigos e gosta de conhecer coisas novas. Já percebeu, por exemplo, que a cidade tem característica festeira com seus bares e boates. Mas também notou que a população é dedicada ao trabalho e organizada.“São estilos diferentes daqueles vistos nos Estados Unidos. Lá existe uma pressão muito grande para se fazer tudo em pouco tempo. Os brasileiros, pelo que vi, também fazem seu trabalho de maneira esforçada, mas não são como os americanos em termos de pressa”, compara. A diferença, para ele, se reflete em qualidade de vida. “As pessoas aqui parecem mais felizes, e estou gostando.”

Sem planos de trocar de cidade, David Green já faz projetos para seu futuro. Recentemente iniciou um curso pré-vestibular, pois pretende se candidatar a uma vaga em medicina. Entretanto, parou com as aulas pois a rotina estava sendo cansativa. “Além do trabalho com inglês na escola, eu precisava aprender tudo em português. Em muitos casos tinha que traduzir os conteúdos para entender. Então optei por suspender o pré-vestibular.”Enquanto vai se adaptando ao novo modo de vida, o professor americano aproveita para conhecer a cultura local. Já entendeu o que é comemorado no dia 20 de setembro e está ansioso para conhecer a Oktoberfest. “Disseram que é uma das maiores do mundo.” E por falar em hábitos gaúchos, David já se acostumou com o churrasco, que conheceu logo nos primeiros dias no Estado. Outro costume que ele vem incorporando é o chimarrão. “No começo achei estranho o hábito de compartilhar a bebida, mas hoje já tenho erva-mate em casa.”

David Green, 24 anos, está no Brasil desde o dia 29 de dezembro do ano passado. Os primeiros cinco dias no Rio Grande do Sul foram passados na casa de amigos em Venâncio Aires. Depois ele se instalou em Santa Cruz. Até então, as informações que tinha a respeito do Brasil eram mínimas.

Quando chegou ao Brasil, David Green ficou na casa de amigos até se instalar no apartamento onde mora, em Santa Cruz. As lembranças desses primeiros dias são divertidas.Sem conseguir falar quase nada em português, ele chegava a ficar com dor de cabeça em certos momentos. “Até a boca doía na tentativa de conversar”, lembra. Mas o que não sai de sua lembrança é a boa acolhida que teve por todos os locais onde passou. “As pessoas aqui são mais calorosas e nos tratam bem, algo muito diferente do que eu estava acostumado”, compara.Passeios com os amigos brasileiros têm se tornado mais frequentes. Entre eles está uma ida a Sinimbu. “Gostei da cidade e do camping existente lá”, relembra. Outro momento de lazer destacado por ele em sua página no Facebook é a competição de paintball em Santa Cruz.

Bem acolhidoBr

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A Mila Papelaria & Artesanato deseja que esta cidade prossiga com seus encantos

e diversidades e que a magia deste lugar seja sempre preservada.

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Page 24: Caderno especial retrata Santa Cruz

24 Quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Carinho que vem de berçoDe volta

A busca pelo sucesso profi ssional é um

dos principais motivos que levam pessoas do interior às metrópoles. No

entanto, o desejo de obter qualidade de

vida atrai muitos moradores de volta

às origens

Quando as origens falam mais alto

Ao mesmo tempo em que são elogiadas

enquanto sinônimos de tranquilidade e beleza, as cidades do interior também apresentam algumas desvantagens em relação às metrópoles. Quem pretende seguir certas carreiras ou estudar determinada graduação nem sempre encontra opções suficientes em municípios pequenos, por mais evoluídos que sejam. A busca pela realização profissional é inclusive um dos principais motivos que atraem sonhadores às grandes cidades. Mas talvez não seja o bastante para sustentar a tão almejada qualidade de vida.Embora a expressão seja subjetiva, seguidamente é associada à segurança, espaços para lazer e presença de natureza. Esse é um dos aspectos que encantam o santa-cruzense Júlio César Mattos Pedroso. “É realmente incrível ouvir pássaros todos os dias e ainda poder ver as estrelas”, admira-se. Depois de

morar por 18 anos consecutivos em São Paulo – onde se formou em Comunicação Visual na Faculdade Anhembi/Morumbi e em Produção de Moda pela Faculdade Armando Alvares Penteado –, Mattos retornou em 2006 à terra natal, onde trabalha como cabeleireiro e maquiador. “O que mais me encanta aqui, além da proximidade com minha família e reminiscências infantis, é a qualidade de vida que temos e a beleza natural desta região”, afirma.

Na capital paulista, Mattos atuou na produção de modelos, manequins, atores e jornalistas de tevê em emissoras como Rede Globo, Bandeirantes, People + Arts e Discovery Channel, além de trabalhos cinematográficos. Ainda que a experiência tenha sido uma oportunidade de aprendizado e crescimento – tanto profisional quanto pessoal –, a mudança de cidade motivada pelo desejo de trabalhar com moda não apagou o sentimento e carinho por Santa Cruz. Pelo contrário. O apreço pelo ritmo da cidade falou mais alto na hora de decidir um local para sediar o seu estúdio de beleza. “Me tornei melhor, mais flexível e ponderado a ponto de me sentir à vontade para voltar e conviver com muito prazer com a cidade, que, depois de tanto tempo, também já estava muito evoluída e diferente”, observa.

■ Edição: Dejair Machado [email protected] • Textos: Dejair Machado e Roseane Bianca • Diagramação: Rodrigo Sperb

Há mais de 100 anos o Tênis Clube vem oferecendo suasdependências para o convívio esportivo e social dos santa-cruzenses.

Parabéns pelos 133 anos!

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