2º aniversÁrio ediÇÃo especial...especial de protecção da capela de santa cruz (carta 2.1 da...

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Freguesia do Bonfim Pela sua proximidade as Juntas de Freguesia são os arautos dos interesses das Populações. Além do apoio social a Junta do Bonfim dedica uma grande atenção à Educação e ao Desporto. Parabéns ao Académico Futebol Clube pela Comemoração do seu 1.º Centenário -Setembro 2011 O Presidente Armindo Teixeira ANIVERSÁRIO EDIÇÃO ESPECIAL VINHO DO PORTO, TURISMO, CULTURA, FC PORTO OU A UNIVERSIDADE. A INVICTA INTERNACIONALIZA-SE 8 de Julho de 2011 Ano III | Edição nº 106 Preço: 1,20 Director Interino: Miguel Ângelo Pinto Sai à Sexta / PÁG S 19 A 30 www.grandeportoonline.com PORTO O QUE VALE ESTA MARCA NATURAL DO PORTO MAFALDA RAINHA DO PÓQUER EM LAS VEGAS / PÁG 13 EM TODO O PAÍS ALFÂNDEGA É O MELHOR CENTRO DE CONGRESSOS / PÁG 7 EM CASTELO DE PAIVA CONCESSIONÁRIA DOURO LITORAL FUNCIONA EM SEDE VAZIA / PÁG 11

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Page 1: 2º ANIVERSÁRIO EDIÇÃO ESPECIAL...Especial de Protecção da Capela de Santa Cruz (carta 2.1 da planta de Condicionantes). Esta alteração será objecto de publicação no Diário

Freguesia do BonfimPela sua proximidade as Juntas de Freguesia são os arautos dos interesses das Populações.Além do apoio social a Junta do Bonfi m dedica uma grande atenção à Educação e ao Desporto.Parabéns ao Académico Futebol Clube pela Comemoração do seu 1.º Centenário -Setembro 2011

O Presidente Armindo Teixeira

ANIVERSÁRIO EDIÇÃO ESPECIAL2º

VINHO DO PORTO, TURISMO, CULTURA, FC PORTO OU

A UNIVERSIDADE. A INVICTA INTERNACIONALIZA-SE

8 de Julho de 2011Ano III | Edição nº 106

Preço: 1,20Director Interino: Miguel Ângelo Pinto

Sai à Sexta

/ PÁG S 19 A 30

www.grandeportoonline.com

PORTOO QUE VALE ESTA MARCA

NATURAL DO PORTO

MAFALDA RAINHA

DO PÓQUER EM LAS VEGAS

/ PÁG 13

EM TODO O PAÍS

ALFÂNDEGA É O MELHOR

CENTRO DE CONGRESSOS

/ PÁG 7

EM CASTELO DE PAIVA

CONCESSIONÁRIA DOURO LITORAL

FUNCIONA EM SEDE VAZIA

/ PÁG 11

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DIFERENÇAS À MESA 8 Julho 2011

PEDRO JOSÉ [email protected]

ANTÓNIO RILO (FOTOS)[email protected]

“A CP informa que, por não estarem reunidas as condições para a continui-dade da exploração, a par-tir de 10 de Julho de 2011 o serviço no trajecto Valen-ça / Vigo / Valença será su-primido”. A CP anunciou desta forma a supressão de uma ligação internacional e o GP aproveita para lan-çar o debate sobre a sua

viabilidade e a política de transportes.

Para Álvaro Costa, do-cente na FEUP e especia-lista em transportes, “foi a decisão que tinha de ser to-mada no enquadramento organizativo que existe e pela forma como foi feita a programação de investi-mentos”.

Era uma linha “con-denada há muito”. O ca-minho-de-ferro “não é concorrencial com os ou-tros modos de transporte e é caro operar da forma

como se opera”. O docente defende que se devia dei-xar a operação aos priva-dos.

Nuno Gomes Lopes, da Comboios XXI - Associa-ção de Utentes dos Com-boios de Portugal, sur-preende-se por ver que algumas linhas ainda fun-cionam com certos resulta-dos operacionais, mas não consegue perceber “como se pode atacar tanto o ca-minho-de-ferro quando muitas vezes nem se fazem investimentos” nas linhas.

Entre Porto e Vigo, a viagem demorava 3h20. “A grande questão é que ao se fechar a ligação Va-lença-Vigo está a colocar-se também em causa Via-na-Valença. Qualquer dia Viana perde o comboio”, teme Nuno Gomes Lopes, acrescentando que o Nor-te “já é um deserto ferro-viário”.

Álvaro Costa lamenta que em Portugal “não haja” um quadro mental aberto à gestão destes equipamen-tos e serviços (por parte

de associações ou do pró-prio poder local). “Pensa-se que só a CP pode ope-rar”, critica. E diz ainda que o que lhe causa confusão é a forma “por vezes um pou-co leviana como se acaba com estas linhas fazendo uma análise da viabilida-de um pouco incorrecta e redutora que ignora outros objectivos e hipóteses de viabilização a nível local”.

Para Nuno Gomes Lopes, “não é normal estarmos a restringir a utilização dos transportes públicos desta

maneira”, afunilando o le-que de opções.

PORTAGENSPor outro lado, seria “mui-

to mais lógico” portajar as entradas nas cidades do que as SCUT. O professor exemplifica: “Uma porta-gem colocada na VCI cria valor. Se tiver um carro a menos à entrada do Porto porque essa pessoa optou por ir de metro, há conduto-res que nem se importam de pagar porque sentem o valor de circularem melhor”.

MenuO anúncio da CP, de supressão da ligação ferroviária entre Porto e Vigo, foi o mote para um almoço que juntou Álvaro Costa, especia-lista em transportes e professor na Facul-dade de Engenharia da Universidade do Porto, e Nuno Gomes Lopes, da direcção da Comboios XXI - Asso-ciação de Utentes dos Comboios de Portugal. Além do escrutínio desta decisão, em cima da mesa estive-ram temáticas como os efeitos da introdu-ção de portagens nas SCUT, a intermodalida-de dos transportes do Porto (não esquecendo a entrada dos privados) e o projecto do TGV, cuja ligação Lisboa-Madrid foi suspensa pelo Governo.

Supressão da ligação ferroviária Valença-Vigo “coloca em causa a linha Viana-Valença”Comboios∑ Utentes temem efeito dominó nas linhas ferroviárias. Álvaro Costa diz que a ligação a Vigo estava “condenada há muito”

Álvaro Costa, professor na FEUP, e Nuno Gomes Lopes, da Associação Comboios XXI, debatem sistema de transportes a Norte

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Diferenças à Mesa8 Julho 2011

A balança entre a ne-cessidade de serviço pú-blico e a viabilidade co-mercial é de difícil equi-líbrio. Nuno Gomes Lopes recupera a ima-gem de um hospital para enquadrar o serviço de transporte público: “Não tem de ser rentável, tem de proporcionar o me-lhor serviço ao menor custo”.

E como é que se pode convencer um privado a entrar no modelo de gestão? O especialista

em transportes, Álva-ro Costa, também re-corre a um exemplo: “A Ryanair é subsidiada, mas cria valor. O Estado pode subsidiar um priva-do como subsidia a Rya-nair”. O próprio Metro do Porto “cria valor em termos sociais”, pelo que “não mete impressão ser subsidiado pelo Estado”, reforça. A criação de va-lor “é o critério que deve estar na base” do apoio estatal.

Por outro lado, a inte-

gração dos privados na intermodalidade da rede portuense “facilitaria” a cadeia de ligações, tudo dependendo do acordo para a “distribuição da receita”, sobretudo no que toca às grandes dis-tâncias.

INTRODUÇÃO DO PASSE “Z1” NA REDE

Em tempo de conten-ção de despesas, acaba por ser o utente a pagar a factura? O responsável da Associação Comboios

XXI, Nuno Gomes Lopes, defende, por exemplo, que a bilhética do Metro do Porto deveria contem-plar um passe Z1 (mais barato porque também mais concentrado em termos territoriais), em vez de se iniciar na Z2.

No seu entender, seria “a grande revolução do Metro do Porto” e uma forma de estimular todo o eixo Boavista-Trindade, quer no que toca à utiliza-ção do Metro, quer dos próprios autocarros.

Privados “A criação de valor deve ser o critério na base do apoio do Estado”

TGV Ligação Lisboa-Madrid “não deve fazer-se mesmo havendo dinheiro”

O mapa de ligações de alta velocidade já fez cor-rer muita tinta e o Gover-no anunciou a suspensão da ligação Lisboa-Ma-drid. Será que o projecto deve ser adiado ou será mesmo desnecessário?

Na óptica de Álvaro Costa, “não deve fazer -seo que está programa-do, mesmo havendo di-nheiro”. Os investimen-tos, diz, devem ser pensa-dos em função do “valor”

que vão criar. Nuno Gomes Lopes re-

cua ao início da discus-são, quando a proposta ibérica incluía cinco li-nhas de maneira a “ca-lar as pessoas do Norte”. “O que queriam cons-truir seria a ligação Lis-boa-Madrid, que foi a única a sobreviver a tudo isto”, acusa. A solução em “T”, que englobava as linhas Lisboa-Porto e Aveiro-Salamanca, se-

ria “a mais viável”, con-sidera. O representante da Associação Comboios XXI acrescenta que a li-gação Lisboa-Madrid re-presenta um prejuízo anual de dois milhões de euros: “Não há uma racionalidade inerente, nenhuma razão técni-ca, mas sim um esvazia-mento”. Critica a “opção centralista” latente des-de o início deste proces-so e conclui que a estra-

tégia seguida é “de luxo e descabida” porque Por-tugal é o “único” País da Europa onde o caminho-de-ferro está a regredir e, por conseguinte “não há uma cultura do caminho-de-ferro que alimente a da alta velocidade”.

Álvaro Costa crê que a ligação Lisboa-Porto “se justificava principalmen-te porque iria valorizar as mercadorias e suburba-nos” da Linha do Norte.

ÁLVARO COSTA

Há uma falta de cultura da sociedade civil e das empresas para aceitar outras soluções de gestão

Já se fecharam uma série de linhas dizendo-se que se ia fazer grandes investimentos e depois não se fez nada. Considero isso escandaloso.

As pessoas não pensaram nas consequências da introdução de portagens na A28

Se fica mais caro ter o público a operar, ponha-se o privado na operação.

NUNO GOMES LOPES

A falta de utili-zação da ferro-via é uma ques-tão cultural e até tem a ver com o status.

Uma mobilida-de moderna e sustentável tem a ver com a in-termodalidade e a diversidade da oferta.

A introdução do passe ‘Z1’ na rede seria a grande revolução do Metro e estimulava o eixo Boavista-Trindade

A proposta das cinco linhas de TGV foi para calar as pesso-as do Norte. A que queriam construir seria a ligação Lis-boa-Madrid

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AVISO

Alteração por adaptação do

Plano Director Municipal de Santo Tirso

António Alberto de Castro Fernandes, Presidente da Câma-ra Municipal de Santo Tirso torna público, para efeitos do disposto no artigo 149º do Decreto de Lei nº 380/99, de 22 de Setembro, que, sobre proposta da Câmara Municipal de 15 de Junho de 2011, a Assembleia Municipal de Santo Tirso aprovou em sessão ordinária de 28 de Junho de 2011, ao abrigo do disposto no artigo 97º do Decreto-Lei nº 380/99, de 22 de Setembro, a alteração por adaptação do Plano Di-rector Municipal, resultante da entrada em vigor da Zona Especial de Protecção da Capela de Santa Cruz (carta 2.1 da planta de Condicionantes).Esta alteração será objecto de publicação no Diário da Re-pública.

Santo Tirso, 29 de Junho de 2011

António Alberto de Castro Fernandes

A ABRIR 8 Julho 2011

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JOÃO [email protected]

Nortenhos e galegos que não se conformam com a decisão da CP de encer-rar a ligação ferroviária internacional Porto-Vigo, marcada para este domin-go. A medida está a ser for-temente contestada pela associação de utentes As-sociação Comboios XXI que, em articulação com movimentos de cidadãos galegos, organiza amanhã uma manifestação no Por-to e em Valença.

De manhã, pelas 11h30, está marcada uma acção de protesto na estação de Campanhã, antes do em-barque no comboio Inter-Regional 853 com destino a Valença, que também será palco de uma manifesta-ção. O regresso ao Por-to está marcado para as 19h38, naquela que será a última viagem da história da linha Porto-Vigo, que em 2013 iria celebrar o seu centenário.

A empresa justifica a decisão pelos “elevados prejuízos” que este servi-ço representa: segundo os números da CP, o défice mensal é de cerca 19.600 euros, o que corresponde a um défice anual de cer-ca de 235.000 euros. A ver-

dade é que esta não é a pri-meira vez que a CP anuncia o fim da ligação Porto-Vi-go, que esteve prestes a ser interrompida no Verão de 2005. Na altura foram tam-bém motivos relacionados com a fraca procura que le-varam a CP a tentar acabar com este serviço, mas os protestos que se levanta-ram do lado espanhol, so-bretudo das autoridades galegas, obrigaram a em-presa a recuar.

De acordo com a Asso-ciação Comboios XXI, na passada quarta-feira, o pri-meiro comboio do dia da linha Porto-Vigo transpor-tou 101 passageiros para a

Galiza, tendo o revisor passado mais de 300 euros em bilhetes para o percur-so Tui-Vigo, enquanto o úl-timo da tarde, com origem em Vigo, levou 53 pessoas até Valença. Curiosamente, nas duas viagens o revisor apareceu, algo que, segun-do os utentes, era raro nes-ta linha, onde a CP se quei-xa de ter somado prejuízos atrás de prejuízos.

ATAQUE AO NORTEEntretanto, o presiden-

te da Câmara de Viana do Castelo classificou como “mais um ataque de Lis-boa ao Norte” a supressão da ligação, precisamente

na zona de fronteira “mais movimentada do País”. O socialista José Maria Cos-ta falava à margem de uma iniciativa promovida em Viana do Castelo pelo Eixo Atlântico, que reúne muni-cípios do Norte de Portugal e da Galiza. “Numa região tão turisticamente impor-tante, já tínhamos sofrido um ataque em 2010, com as portagens, e agora surge outro. Com duas medidas recentes estão a tentar aca-bar com o trabalho de mui-tos anos feito por autarcas e duas figuras importantes para os dois países: Braga da Cruz e Manuel Fraga Iri-barne”, apontou o autarca.

Linha Porto-Vigo despede-se com protestos dos dois ladosContestação ∑ Manifestações amanhã contra a decisão da CP

Rating Câmara do Porto não renova com a FitchO presidente da Câmara

do Porto, Rui Rio, afirmou ontem que a autarquia não renovou o contrato com a agência de ‘rating’ por ter “uma dificuldade tre-menda” em trabalhar com quem não considera sério. “Tenho visto esta recente notícia da Moody’s [redu-ção do nível atribuído à dí-vida pública portuguesa] da mesma maneira que vi outras e que me levaram,

enquanto presidente da Câ-mara do Porto, pura e sim-plesmente, a não renovar o contrato com a agência de ‘rating’ que tínhamos, já que não considero que se-jam atitudes sérias. Eu te-nho uma dificuldade tre-menda em trabalhar com quem não considero sério”, disse Rui Rio à Agência Lusa, à margem da apre-sentação do livro “Não Basta Mudar as Moscas”,

de Jaime Ramos. Segundo o presidente da Câmara do Porto, quando as agências de ‘rating’ fazem isto, “ob-viamente não estão a fazer um trabalho sério”.

Com esta consideração, adiantou, a Câmara do Por-to, que admite que terá sido a primeira a pedir um ‘ra-ting’ em Portugal, é tam-bém a primeira que não renovou o contrato – “por-que para isto não estou”,

enfatizou. O contrato que Rui Rio agora não reno-vou era com a Fitch. Mais do que não considerar um trabalho sério o das enti-dades em causa, Rio avan-ça: “Considero que é um trabalho que há-de estar subordinado a alguns in-teresses”. Por esta razão, justifica, não renovou os contratos. “Esta é a melhor resposta que se pode dar”, diz Rui Rio.

PORTO CANALDestino Norte reforça aposta de mostrar o que de melhor se faz e acontece na RegiãoMais uma vez, o “Destino Norte”, vai estar no sábado no Porto Canal, a partir das 12h00, com a apresentadora Mariana D’Orey. Durante 55 minutos, o programa vai ex-plorar e divulgar a gastronomia, a natureza, a saúde e o bem-estar, assim como a religião e a cultura no Norte. Para o Porto Canal, “a beleza das suas paisagens, a ri-queza das suas tradições e a diversidade da sua cultura são marca registada” da Região, que tem muito por ex-plorar. Através deste programa, o Porto Canal pretende mostrar a “multiplicidade turística do Norte”, apresentar destinos e informar os espectadores sobre a “actualida-de turística” desta região. Durante o programa de 9 de Julho, o Museu da Pedra, o Paços dos Duques de Gui-marães e o Parque de Lamego são alguns dos destinos que o “Destino Norte” vai apresentar. O que se preten-de, segundo Sónia Balieiro, coordenadora do programa, é “visitar e dar a conhecer locais que estão muito perto e que normalmente as pessoas não sabem que existem”. O objectivo do “Destino Norte” é “promover o Norte como destino turístico de excelência”. O café Majestic e o ho-tel Aquapura Douro Valley, considerado um dos melho-res do mundo, são outros destinos que o Porto Canal vai mostrar. Para a emissão deste sábado estão prepara-das vários pontos de reportagem sobre o Norte do País e o “Destino Norte” vai estar no Parque Biológico de Gaia. Não só vai ser explorado o recinto, como também vai poder ouvir-se o director do mesmo, e ficar a saber o que pode ser visto naquele local, e qual a sua impor-tância para a região Norte. A par destes ingredientes, o “Destino Norte” tem ainda uma rubrica de enoturismo, onde todas as semanas se faz uma visita e é dada a co-nhecer uma quinta produtora de vinhos na companhia de um especialista, que faz, além da visita, uma prova de vinhos. Este sábado são visitadas a Quinta de Carapeços e a Quinta do Logarinho, que fazem parte do concelho de Amarante, e que Hildérico Coutinho, enófilo, vai ajudar a conhecer.ANA RITA SILVA

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Publicidade8 Julho 2011

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JOÃO [email protected]

Está marcada para ama-nhã uma reunião da co-missão permanente e da comissão distrital alarga-da do PSD/Porto onde Marco António Costa anunciará se avança ou não para um novo manda-to à frente da maior distri-tal laranja do País. Entre os social-democratas a con-vicção é a de que o recém-empossado secretário de Estado da Segurança So-cial e da Solidariedade vai mesmo apresentar-se a vo-tos no próximo dia 22 de Julho.

Apesar de ter vindo a ser pressionado para não avançar e de em Abril do ano passado ter afirma-do que pretendia abando-nar o cargo, Marco Antó-nio Costa não deverá que-rer deixar a distrital num mandato que será decisi-vo para preparar as elei-ções autárquicas de 2013. “É bom para o distrito e

essencial para a estratégia do partido para as próxi-mas autárquicas”, explica ao GP fonte do PSD/Porto, acrescentando que se o an-tigo vice-presidente da Câ-mara de Gaia for a votos, a estrutura dirigente da dis-trital não sofrerá mudan-ças significativas.

No entanto, caso deci-

da dedicar-se exclusiva-mente ao Governo, Mar-co António Costa já tem em carteira vários nomes para a sua sucessão. Aliás, a reunião de amanhã po-derá também servir pre-cisamente para discutir o perfil do futuro líder da distrital. Os vice-presiden-tes do PSD/Porto Alberto

Santos (também presiden-te da Câmara de Penafiel), Adriano Rafael Moreira (também deputado à As-sembleia da República) e Miguel Santos, deputado e director de campanha no distrito do Porto nas últi-mas legislativas (cujo tra-balho já foi publicamente elogiado por Marco Antó-

nio) são alguns dos putati-vos sucessores do antigo número dois de Luís Filipe Menezes.

A verdade é que se Mar-co António não for can-didato, “o mais provável”, adianta a mesma fonte, é surgir mais do que uma candidatura oriunda de uma concelhia forte como

a do Porto ou de Gaia. A possibilidade de Rui Rio, o arqui-rival de Menezes e companhia, interferir no processo parece colocada de lado. “Não me parece que isso seja possível, até porque tanto na comis-são permanente como na

alargada, a concelhia do Porto está bem represen-tada”, explica.

MENEZES RECANDIDATO À CONCELHIA

Tal com a distrital, o PSD/Gaia também ante-cipou o seu acto eleitoral para o dia 22 para eleger uma nova comissão polí-tica, liderada actualmente por Luís Filipe Menezes. Nos últimos tempos, a hi-pótese de o autarca aban-donar a estrutura chegou a ser colocada, falando-se in-clusivamente para a suces-são o nome do seu filho e deputado à Assembleia da Republica, Luís Menezes. No entanto, Menezes pai reflectiu e já anunciou que vai avançar para um novo mandato, para assim tam-bém poder acompanhar a sua própria sucessão na câmara, à qual, em virtude da lei da limitação de man-datos, não poderá ser no-vamente candidato, daqui por dois anos.

Marco António Costa revela amanhãse vai a votos nas eleições do PSD/PortoDúvida ∑ Secretário de Estado da Segurança Social antecipou o escrutínio para o próximo dia 22

MPN Pinto da Costa pode integrar comissão organizadora do congresso“Ao Norte falta um gran-

de partido, com gente credível, que não vá para Lisboa só para fazer núme-ro, só para se baixar ou le-vantar nas votações”. As palavras de Jorge Nuno Pinto da Costa, proferidas na semana passada duran-te a conferência promovi-da pela TSF para assinalar os 20 anos de emissões a partir do Porto, foram re-cebidas pelo Movimen-to Pró-Partido do Norte (MPN) como uma mensa-gem de “inequívoco apoio” ao movimento “que não é o Partido do Norte”, mas que quer sê-lo efectiva-mente.

Pedro Baptista, presi-dente da Comissão Coor-

denadora, lembra que o MPN é apenas “um movi-mento para constituir um partido do Norte” e afirma que se revê inteiramente nas palavras do presidente do FC Porto, que sempre se mostrou favorável à cria-ção de um partido que de-fenda os interesses da Re-gião. “O Norte precisa de um partido forte, que con-gregue as pessoas livres, que não virem as agulhas mal cheguem a Lisboa. É preciso dar um salto quali-tativo na consciência poli-tica dos nortenhos, que se-jam capazes de criar uma força política autónoma que defenda a Região, in-dependentemente de ser mais à esquerda ou à direi-

ta, independentemente de correlações ideológicas”.

CONVERSASBaptista revela que fo-

ram várias as conversas com o presidente do FC

Porto sobre o projecto do MPN e que ele só não es-teve presente no jantar do Conselho Nortenho, ocor-rido em Maio, por incom-patibilidades de agenda. E adianta ainda que é inten-

ção do movimento reunir as pessoas mais represen-tativas dos “diversos nor-tes do Norte e das diver-sas actividades da Região e sensibilidades ideológi-cas” para integrarem a co-missão organizadora do congresso fundador do partido, que poderá rea-lizar-se ainda este ano. Pinto da Costa será, “ob-viamente”, um dos con-vidados. “Nós somos uma espécie de comissão instaladora. Agora, é pre-ciso é que essas pessoas apareçam e se predispo-nham a tomar essa atitude, porque o que os chamados notáveis do Norte têm fei-to não tem sido isso – ou remetem-se ao silêncio,

andam à procura da sua portinhola privada para Lisboa ou têm andado no seio ou nas bordas dos par-tidos do arco do poder”, defende Pedro Baptista, acrescentando que afas-tar-se-á “suavemente” do processo, caso seja neces-sário.

NOVA REUNIÃO NO DIA 16

À margem disso, a co-missão coordenadora do movimento volta a reunir-se no dia 16 de Julho, para constituir grupos de tra-balho que terão como mis-são aproximar o MPN dos movimentos sociais e de juventude.JOÃO QUEIROZ

Marco António tem liderado a Distrital do PSD/Porto com excelentes resultados eleitorais

Presidente do FC Porto defende um partido forte no Norte

Alberto Santos, Adriano Rafael ou Miguel Santos podem entrar na corrida à Distrital

ANTÓNIO RILO

ANTÓNIO RILO

ACTUAL 8 Julho 2011

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Actual8 Julho 2011

PORTO Tribunal Administrativo e Fiscal obriga Câmarae ex-SMAS a contribuírem para a Caixa de ReformasO Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto jul-gou procedente uma providência cautelar que obriga a Câmara do Porto e a empresa municipal Águas do Porto a retomarem a comparticipação para a Caixa de Reformas dos Trabalhadores dos ex-SMAS. “Julga-se a providência procedente” e “condenam-se as rés no pagamento das contribuições previstas (…) já vencidas e a vencer até integral reposição do equilíbrio finan-ceiro”, refere a sentença do TAF, datada de terça-feira. O não pagamento da parte correspondente à entidade patrimonial remonta já ao mês de março de 2010. Caso tenha de fazer face a todos os seus encargos, a Caixa de Reformas, Pensões e Socorros dos Empregados dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento es-gotará o seu fundo no prazo máximo de um ano. Recu-sando os argumentos da autarquia e da sua empresa de águas – sucessora dos SMAS -, o TAF entende que não se aplica ao caso uma recomendação do Tribunal de Contas sobre financiamento de prestações sociais ou de cuidados de saúde em complemento ou acumulação com os sistemas públicos de proteção social com idên-ticas coberturas.

MATOSINHOSImpresa já começou a mudar-se para a casa novaA nova sede do grupo Impresa no Norte do País já co-meçou a receber os novos inquilinos. Alguns serviços do grupo liderado por Pinto Balsemão começaram a ser transferidos esta semana para o antigo matadou-ro municipal de Matosinhos, nomeadamente o semaná-rio Expresso e a revista Visão. A SIC só deverá mudar-se, ao que tudo indica, em Setembro ou Outubro próxi-mos. A nova casa nasceu de um acordo entre o grupo de comunicação social e a câmara de Matosinhos, em Julho de 2009, que se comprometeu a reabilitar e adaptar o edifício do antigo matadour, na Rua de Afon-so Cordeiro, em Matosinhos-Sul, e a arrendá-lo por oito mil euros mensais, durante um período de 15 anos, renovável. Na altura, 2010 era a data apontada para a conclusão da obra, mas o processo sofreu alguns atra-sos que só permitiram que a delegação Norte da em-presa de Carnaxide começasse apenas agora a mudar de instalações. A obra de requalificação do matadou-ro implicou um investimento de quase dois milhões de euros à câmara municipal. O que significa que, no final do contrato, o Município não terá ainda abatido o inves-timento realizado. Ao fim de 15 anos, quando as partes poderão ou não renovar o acordo, as rendas pagas pelo grupo Impresa vão totalizar 1,44 milhões de euros. Ou seja, menos 510 mil euros do que o valor investido na recuperação do edifício. O negócio já mereceu algumas críticas por parte da Oposição ao Executivo. J.Q

Ex-líbris do Porto com 150 anos de históriaO Edifício da Alfândega

Nova, no Porto, é a casa do Centro de Congressos que toma o mesmo nome. “So-mos o único está inserido numa zona que é Patrimó-nio da Humanidade”, su-blinha o director executi-vo, Gouveia Santos. Trata-se de um ícone histórico e

arquitectónico da cidade, que se estende por 36 mil quadrados às margens do Douro, e que completou, em 2010, 150 anos do início da sua construção. Cen-tro comercial e económi-co da antiga urbe, projecto do arquitecto francês Jean Colson, o edifício come-

çou a ser construído em 1859, mas só ficou concluí-do vinte anos depois.

FIM DAS ALFÂNDEGAS

Com o passar dos anos, a actividade alfandegária foi desaparecendo, até que em 1994 o edifício, do es-

tilo neoclássico, passou a ser gerido pela Associação do Museu dos Transpor-tes e Comunicações. Nos anos 90, o projecto do ar-quitecto Souto Moura deu-lhe uma nova dimensão, abrindo caminho para aquilo que ele é hoje: es-paço de cultura.

JOÃO [email protected]

O Porto voltou a vencer no Estádio da Luz. Não, desta vez não foi no fute-bol, como aconteceu nas duas últimas visitas do clube azul e branco. Des-ta vez, a vitória foi do Cen-tro de Congressos da Al-fândega do Porto que foi distinguido com o prémio de Melhor Centro de Con-gressos do País, numa gala promovida pela ExpoE-ventos Portugal-Show 2011, que decorreu no estádio do Benfica. O Centro de Con-gressos de Tróia, o Centro de Congressos do Estoril, o Convento do Beato, o Pa-vilhão Atlântico e… o Está-

dio da Luz completavam a lista de nomeados.

Integrada na programa-ção da ExpoEventos Por-tugal-Show 2011, a quarta edição da Gala dos Even-tos, realizada no âmbi-to de uma parceria com a Apecate – a associação do sector – e a revista “Event Ponint”, teve como palco o Estádio da Luz no pas-sado dia 1 de Julho. O júri era composto por um pai-nel de diversas persona-lidades do sector e esco-lheu o Centro de Con-gressos da Alfândega do Porto como o melhor do País. Um “prémio profun-damente justo”, segundo Carlos de Brito, presidente do Conselho de Adminis-

tração da Associação do Museu dos Transportes e Comunicações (AMTC) que gere o edifício: “O Por-to tem o melhor clube, os melhores centros de inves-tigação, os melhores arqui-tectos e agora tem o me-lhor centro de congressos do País. É uma afirmação do Porto e de um centro de congressos, que é a entida-de que mais contribui para o turismo de negócios da cidade”, argumenta.

FALTA APOIOPara o antigo ministro

da Defesa de Cavaco Sil-va e antigo vereador da câ-mara do Porto, é mais fá-cil ser reconhecido sendo do Porto em Lisboa, do que

ser reconhecido no Porto: “As forças vivas da cida-de talvez não reconheçam nem apoiem devidamente o Centro de Congressos da Alfândega. E o apoio não tem que ser necessaria-mente económico, porque tudo aquilo que aqui se gas-ta é dinheiro gerado aqui”.

O Centro de Congressos movimenta cerca de 300 mil pessoas anualmen-te e recebe uma média de cerca de duas centenas de eventos por ano. O Museu dos Transportes e das Co-municações e o Museu das Alfândegas, que coabitam no imponente Edifício da Alfândega Nova, recebem, em média, 30 mil visitas por ano.

Melhor centro de congressosDistinção ∑ Alfândega vence concorrência a nível nacional

O Centro de Congressos da Alfândega foi considerado o melhor do País

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Actual 8 Julho 2011

ANA [email protected]

As portas só abriram ontem ao público, mas há muito que os portuenses espreitam pelas janelas do Hotel Intercontinental Porto. O coro de ahs e ohs de espanto e admiração foi dando alento ao avançar das obras. O cinco estrelas nasceu dentro do antigo Palácio das Cardosas, edi-fício mítico da cidade, há muito ocupado por escri-tórios e um banco. “O inte-rior estava completamente descaracterizado.Não ha-via nada que fosse do palá-cio”, explicou ao GRANDE PORTO Teresa van Zeller, relações públicas do hotel. A documentação existente sobre o interior era escas-sa, nomeadamente no que diz respeito a fotografias ou gravuras, pelo que o tra-balho de mimetização não foi possível. “A informação é pouca, nem sequer sabe-mos com certeza que par-te do palácio foi habitada”, confirmou a RP.

O espírito e a sumptuo-

sidade do interior do hotel foram pensados pelo afa-mado designer de interio-res Alex Kravetz, que op-tou por usar materiais de artesãos portugueses.

MATÉRIAS-PRIMAS PORTUGUESAS

Desde as tapeçarias, pas-sando pelo mobiliário, até às rosáceas dos tectos e aos chãos trabalhados em már-more, sem esquecer a bai-xela da Vista Alegre, tudo é nacional.

“Tentámos que a decora-ção elegante e clássica re-flectisse aquilo que pode-ria ser o palácio nos dias de hoje”, assegurou a directo-ra do Intercontinental Por-

to, Pilar Monzon. A preocupação do gru-

po vai muito para além do que é material. A história e a cultura do Porto, que encantaram Pilar quando aceitou o desafio de lide-

rar o hotel, não foram des-curadas. Uma das apostas mais vibrantes é a abertu-ra do Café Astória, um dos mais tradicionais e míti-cos da cidade, encerrado nos anos 70. A localiza-

Intercontinental já abriu as portas e transborda requinte Hotek∑ Unidade de luxo funciona no antigo Palácio das Cardosas

O novo hotel está de face voltada para a sala de visitas da cidade do Porto, a Avenida dos Aliados

ção é a mesma, dentro do palácio, com entrada pela Praça da Liberdade. Para além dos hóspedes do ho-tel, o Astória está aberto a todos aqueles que o qui-serem frequentar. Os pre-ços é que são um bocadi-nho proibitivos, principal-mente em época de crise. Um café custa 2,5 euros, 90 cêntimos se for ao balcão. “O preço é o mesmo que se pratica nas outras uni-dades de cinco estrelas no Porto”, explica a directora, que reconhece tratar-se de um espaço para uma visi-ta prolongada “e não para um café rápido”. Enquanto o restaurante do hotel não abrir, o que deverá aconte-cer daqui a duas semanas, o Astória vai servir janta-res e vai estar aberto até às 23h. “Os nossos horários são flexiveis e adaptam-se às necessidades dos clien-tes. Se percebermos que te-mos gente para jantar no Astória às três da manhã ficamos encantados”, as-segura Pilar.

“SÓ FALTAM OS CLIENTES”O bar das Cardosas,

nome votado no Facebook depois de um desafio lan-çado pelo hotel, é um ver-dadeiro regalo para a vis-ta. Com uma decoração clássica, ostenta um tecto magnificamente trabalha-do à mão onde se aglome-ram centenas de rosáceas em estuque. A atmosfera é a de uma biblioteca e o ambiente é o de um wine bar. A mistura resulta num espaço de requinte, muito acolhedor, onde as poltro-nas e o balcão de madeira compõem o cenário.

Nos andares superio-res ficam os 105 quartos de luxo que o Intercontinen-tal Porto tem para ofere-cer. Com áreas generosas,

os quartos têm uma de-coração em tons de azul, castanho e beje, e as fo-tografias do Porto antigo são uma constante. A liga-ção ao Porto e à Região é evidente ainda na escolha dos sabonetes. Todos Ach Brito, claro! O quarto an-dar está reservado para as 16 suites, todas duplex, sen-do que duas são presiden-ciais. A diária oscila entre os 141 e os 1280 euros.

OCUPAÇÃO EM SETEMBRO RONDA 70%

E se em Julho a taxa de ocupação não chega aos 20 por cento, em Agosto já rondará os 35 e em Se-tembro chegará aos 70 por cento. “Queremos começar com calma e depois ir cres-cendo”, explicou a directo-ra, que apesar da contenção está com grande expectati-va em relação à abertura. “Há tanto tempo que temos o hotel a ganhar forma. Só faltam mesmo os clientes. Assim vazio não é a mes-ma coisa”.

Quarteirão das Cardosaspor reabilitarQuem estiver no hall principal do hotel e olhar pelo painel envidraçado que tem à frente pode achar que esté em Beirute. Mas não. É só o interior ruinoso do quarteirão das Cardosas, um espaço à espera de intervenção da SRU e do Porto Vivo. A directora do hotel acredita que vai ser ainda necessário um ano e meio para que tudo esteja arranjado.

A decoração cuidada e o requinte são imagens de marca

Investimento é superiora 30 milhões de eurosO Intercontinental Hotels Group investiu cerca de 30 milhões de euros para instalar um hotel de luxo no antigo Palácio das Cardosas. Serão criados cerca de 75 postos de trabalho directos. O hotel ocupa 11 mil metros quadrados do quarteirão e destina-se essen-cialmente aos mercados de Portugal, Espanha, Rei-no Unido, resto da Europa, Brasil e Estados Unidos.

Históriado palácioO Palácio das Cardo-sas começou por ser um mosteiro dos fra-des Lóios. Nos finais do sec. XVIII o conven-to atingia um estado de degradação que exigia uma reforma urgente. As obras co-meçaram em 1798 e incluía o levantamen-to de uma nova facha-da. Mas as convul-sões do princípio do século XIX ditaram a fuga da Ordem Reli-giosa e as obras fica-ram a meio. O Mostei-ro é vendido em hasta pública e comprado por Manuel Cardoso dos Santos, um bur-guês abastado, com a condição de este aca-bar as obras da fron-taria. Passado pouco tempo, o comerciante morre e os seus bens passam para a sua mulher e suas três filhas, conhecidas como as Cardosas.

FOTOS: IVO PEREIRA

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Festa Porto Prideno Sá da Bandeira

Já tem planos para a noite de amanhã, 9 de Julho? Não? Então tome nota: o Teatro Sá da Ban-deira recebe, a partir das 22 horas, mais uma edi-ção da festa Porto Pride, dirigida a todos os gays, lésbicas, bissexuais, tran-sexuais e heterossexuais descomplexados.

Vão participar os per-formers Saradiva, Na-tasha Semmynova e Lady Slim, os DJ’s Luís “Britney” e Jordann, um DJ Set especial de Nuno Cacho e actuação de Sina Key, a voz de Sérgio Del-gado.

Este ano, o Porto Pride vai oferecer dois jantares (para duas pessoas cada) aos dois primeiros casais do mesmo sexo que no evento provem estar ca-sados segundo a lei por-tuguesa. Irá também ofe-recer cinco cortes de ca-belo e diversos vouchers de dez por cento de des-conto patrocinados pelos cabeleireiros Anjos Ur-banos.

O Porto Pride 2010 foi o evento LGBT que reu-niu mais representações oficiais de associações

e grupos desde sempre em Portugal (20 no total). O Porto Pride 2009 tam-bém o tinha feito.

A entrada custa 10 euros e inclui oferta da primeira bebida (entra-das pagas no local, não há pré-venda de ingressos). Irá ainda proceder-se à entrega de um donativo do Porto Pride 2010 à As-sociação Sol.

O parque de estaciona-mento coberto e guarda-do da Praça D. João I esta-rá disponível para todos e todas que participem no Porto Pride com a tarifa exclusiva de dois euros das 23 horas às oito ho-ras. A tarifa exclusiva não está disponível para pa-gamentos por Via Verde. Existe um número limi-tado de talões de descon-to e é obrigatória a apre-sentação do talão de par-que na festa para poder beneficiar desta tarifa re-duzida.

No mesmo dia, pe-las 15 horas, realiza-se a 6ª Marcha do Orgulho LGBT do Porto, com iní-cio previsto para a Praça da República.PEDRO JOSÉ BARROS

JOÃO [email protected]

A Câmara do Porto quer passar a atribuir uma ver-ba aos bombeiros voluntá-rios da cidade em função da quantidade de serviços prestados. A proposta che-gou às mãos dos presiden-tes das duas corporações na reunião da passada se-gunda-feira que decorreu com o vereador respon-sável pela área da Protec-ção Civil, Manuel Sampaio Pimentel. A resposta dos bombeiros está dependen-te dos valores que a autar-quia prometeu apresentar brevemente.

A intenção da Câmara, apurou o GRANDE POR-TO, é passar a transferir para bombeiros Volun-tários e Portuenses uma verba de acordo com o nú-mero de serviços que cada uma poderá prestar, dei-xando assim de transfe-rir anualmente para cada uma das duas corporações os 37.500 euros estipula-dos no anterior contrato, que o Executivo decidiu não renovar por conside-rar que os objectivos não eram cumpridos.

A proposta obteve reac-ções diferentes por parte das corporações. O presi-dente dos Bombeiros Vo-

luntários do Porto, Jaime Madureira, considera-a “séria e muito aceitável”, sendo, à partida, “uma boa solução” para as duas partes. “Vamos ter aces-so a uma verba que nos vai permitir honrar os com-promissos que já estavam

incluídos no nosso orça-mento”, explica o respon-sável.

PORTUENSES MAIS CAUTELOSOS

O p r e s i d e n t e d o s Portuenses prefere ser mais cauteloso e aguar-

dar pelos valores que a autarquia vai apresentar. “Se for uma verba próxima daquela que recebíamos anteriormente, penso que será pacifico aceitarmos a proposta. Se for um va-lor mais baixo será mais complicado…”, argumenta Carlos Pereira.

Os valores a atribuir pela Câmara estão de-pendentes dos resultados de uma outra reunião en-tre os comandantes das duas corporações e o co-mandante do batalhão dos Sapadores Bombeiros, na passada quarta-feira. O en-contro serviu para serem discutidos, entre outros te-mas, as necessidades dos Sapadores, os serviços que os voluntários poderão prestar, a sua disponibili-dade e o material que cada corporação tem à sua dis-posição. “Em função daqui-lo que resultar da reunião, nós faremos uma avaliação e procederemos a um cál-culo do número de servi-ços que poderão ser reali-zados para a Câmara e aí, sim, veremos se a proposta efectivamente nos interes-sa para assumir a respon-sabilidade de garantirmos o socorro, em função das contrapartidas financei-ras que daí advirão”, revela Carlos Pereira.

Câmara quer contrato por objectivos com bombeirosPorto ∑ Câmara recua e apresenta nova proposta às duas corporações

Corporações de voluntários estão a analisar a proposta

PALÁCIO DE CRISTAL Feira alternativa põe visitantes à gargalhadaUm “encontro meditativo pela paz”, que inclui uma gar-galhada orquestrada, um megaconcerto meditativo e uma meditação coletiva em silêncio, é o ponto alto da Feira Alternativa Porto 2011, que se realiza entre hoje e domingo, no Palácio de Cristal. No evento estão previs-tos 33 espectáculos.

CMP e Paulo Morais trocam acusaçõesANA RITA SILVA

A Câmara Municipal do Porto (CMP) anunciou que não existe nenhum inqué-rito pendente derivado das acusações de Paulo Mo-rais, ex-vereador do Urba-nismo, junto da Procura-doria-geral da República, desde 2005, que envolvam o Executivo.

Em conferência de Im-prensa, Gonçalo Gonçalves,

actual vereador do Urba-nismo e da Mobilidade da Câmara Municipal do Por-to, referiu que as acusações feitas por Paulo Morais não têm qualquer fundamen-to, tendo sido “arquivadas após competente investiga-ção”, e que as mesmas são fruto de quem tenta “gran-jear notoriedade pessoal à custa de um discurso pri-mário e populista”.

Paulo Morais, ex-verea-

dor da Câmara Municipal do Porto tem feito denún-cias sobre pressões de par-tidos, governos e emprei-teiros para o licenciamento de obras que não têm con-dições para isso.

Em declarações ao GP, Paulo Morais confirmou que foi alvo de pressões para licenciar obras que não reuniam condições para o efeito, assim como disse ter chumbado pro-

cessos, que depois da sua saída foram aprovados. Pelo facto de o Ministério Público não ter consegui-do deduzir as acusações, isso não significa que “as mesmas não existam”. Pau-lo Morais vê com “pena” e “mágoa” o arquivamento de alguns dos processos, o que o leva a crer que a “jus-tiça em Portugal não fun-ciona” e que o seu estado é “calamitoso”.

ANTÓNIO RILO

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Actual8 Julho 2011

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Actual 8 Julho 2011

Valongo Novo hospital abre em Novembro

O Grupo Trofa Saúde anunciou a abertura, em Novembro, do Hospital Privado de Alfena (HPA), em Valongo, que resulta de um investimento de cerca de 30 milhões de euros.

Segundo fonte do grupo, o HPA será “a única uni-dade privada de saúde de Valongo com um serviço de Urgência 24 horas/365 dias em especialidades como Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna e Anestesia”.

“Além de disponibili-zar o serviço de urgência de Cirurgia Geral, Ortope-dia, Imagiologia e Banco de Sangue com presença físi-ca até às 24 horas e apoio nocturno em prevenção, o HPA garante ainda apoio permanente à grávida”, re-feriu a mesma fonte.

O HPA vai criar 400 no-vos postos de trabalho e contará com um quadro médico superior a 200 pro-fissionais.

Em 2012, esta unidade prevê realizar 4.500 diárias de internamento, 3.000 ci-rurgias, 300 partos, 60 mil consultas, 25 mil atendi-mentos no Serviço de Ur-gência, 20 mil exames em imagiologia e 60 mil trata-mentos de fisioterapia.

A unidade terá 97 ca-mas de internamento, blo-co operatório com quatro salas, duas salas para gas-troenterologia, Unidade de Cuidados Intensivos com seis quartos e um bloco de partos com quatro salas.

Irá ainda disponibilizar, entre outras valências, con-sulta externa em 42 espe-cialidades.

Transportes STCP admite subir tarifas

A STCP admitiu vir a aumentar os tarifários dos títulos de transporte monomodais até ao final do ano.

Paulo Sá, vogal do con-selho de administração da Sociedade de Trans-portes Colectivos do Por-to (STCP), afirmou, du-rante a conferência de Imprensa de apresenta-ção dos resultados dos primeiros cinco meses de 2011, que a empresa encara como uma ne-cessidade a “eliminação de alguns títulos” mono-modais. Além desta pos-sibilidade, a STCP pediu, também, que fosse reali-zada uma “reformulação profunda do zonamen-to do Andante”, devido a algumas confusões ge-radas por aquele título

de transporte. Paulo Sá referiu que foi feita uma proposta específica, em Novembro de 2010, rela-tivamente a possíveis au-mentos, que têm como objectivo “diminuir o ‘gap’ tarifário relativo [diferença de tarifário]” que existe actualmente, uma vez que é, segundo o vogal da empresa, “re-lativamente injusto para algumas pessoas”.

Neste momento, de acordo com números avançados pela presi-dente do conselho de ad-ministração da empre-sa, Fernanda Meneses, do total de cerca de 109 milhões de passageiros transportados ao longo de 2010, 82 por cento dos mesmos utilizavam um serviço de assinatura.

Maia Autarquia contesta arrendamento

A Câmara da Maia con-testou o arrendamento, no último dia de funções do anterior executivo, de um edifício da zona in-dustrial para reinstalar o tribunal, e pediu inqué-ritos à ministra da Justi-ça e ao procurador-ge-ral da República. Para o presidente da autarquia, Bragança Fernandes (PSD), a solução adopta-da para o tribunal colo-ca os interesses da Maia “em plano secundário” em favor de interesses que “não são claros”.

“Duvidamos mesmo que coincidam com o in-teresse público”, disse.

O bastonário da Or-dem dos Advogados e os grupos parlamenta-res serão também cha-mados a intervir, segun-

do Bragança Fernandes, que admite que os ser-viços camarários não li-cenciem o edifício para um tribunal, já que foi construído para escritó-rios.

“Não aceitamos e ja-mais aceitaremos a trans-ferência dos serviços de justiça do centro da ci-dade para a zona indus-trial”, afirmou o autarca, numa conferência de Im-prensa.

Em causa está um con-trato de arrendamento, com data de 20 de Ju-nho, celebrado entre a Nova Casa – Imobiliá-ria e Construções, SA, - um fundo imobiliário - e o Instituto de Gestão Fi-nanceira e de infra-es-truturas do Ministério da Justiça (IGFI/MJ).

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DR

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Actual8 Julho 2011

PEDRO JOSÉ [email protected]

A AEDL – Auto Estra-das do Douro Litoral, SA, concessionária da A43, A41 e A32 tem a sede so-cial no número 22 da Rua da Boavista, em Castelo de Paiva. Só que no 1º - C des-se prédio não trabalha nin-

guém. Não há um telefo-ne, secretárias ou cadeiras. Segundo o vereador Pau-lo Teixeira, o único activo presente é mesmo “uma lâmpada e duas tomadas”. O também ex-presidente da Câmara acusa a AEDL de “usar” o município como se este fosse um “pa-raíso fiscal” e exige que a

autarquia obrigue empre-sas que não criem empre-go no concelho a pagarem derrama (imposto sobre os lucros).

Devido à sua interiori-dade e para estimular o investimento, Castelo de Paiva isenta as empresas do pagamento de derrama. Mas para beneficiarem da

isenção, as empresas “têm de ter trabalhadores e mas-sa salarial no concelho”, re-fere Paulo Teixeira. Não é o caso da AEDL, cuja estru-tura accionista é composta pela Brisa (45%), Teixeira Duarte (18%), Alves Ribei-ro (12,3%), Construtora do Tâmega (12,3%), e a ZAGO-PE com 12,3%.

Paulo Teixeira consi-dera o caso “escandalo-so”, tanto que as três vias passam nos concelhos de Paredes, Valongo, Gaia, Gondomar, Santa Maria da Feira, S.J. da Madeira e Oliveira de Azeméis. “Al-

guém que me explique porque decidiram colocar a sede em Castelo de Paiva e não em nenhum dos con-celhos por onde passam a A41, a A43 e A32? Será que não foi para fugirem ao pa-gamento da derrama nes-tes concelhos?”, atira.

AUTARCA DESCONHECE

O presidente da Câma-ra, Gonçalo Rocha, desco-nhecia por completo a si-tuação. Diz que a isenção do pagamento de derrama “é uma boa medida” e tem ajudado a diminuir o nú-

mero de desempregados (cerca de 1500 neste mo-mento). A medida foi apro-vada à luz “da boa fé e da captação de investimen-tos”, mas “é bastante ne-gativo que alguém venha para o concelho só para beneficiar disso sem criar postos de trabalho”. Admi-te, por isso, “criar mecanis-mos que penalizem essas empresas ou pelo menos as obriguem a dar alguma coisa às entidades compe-tentes”. Pondera “mudar as regras desde que isso não prejudique quem já fixou postos de trabalho”.

Não há ninguém a trabalhar na sede da Auto Estradas do Douro LitoralVereador Paulo Teixeira acusa concessionária de “usar” Castelo de Paiva para não pagar derrama.Câmara pondera “mudar as regras” e penalizar empresas que não criem emprego no concelho

AEDL “Queríamos estar na áreade influência da concessão”

Quem quiser contactar a AEDL tem de telefonar, na verdade, para Lisboa. Na Teixeira Duarte remete-ram o GRANDE PORTO para a Brisa. Fonte oficial da AEDL diz que à data em que foi adjudicada a con-cessão Douro Litoral, os accionistas da AEDL “es-tavam, simultaneamente, a concorrer ao concurso público internacional para a atribuição da concessão Túnel do Marão, localizada na mesma área geográfica”. “Como tal, a sede localiza-da em Castelo de Paiva, um dos concelhos abrangidos pela concessão Douro Lito-

ral, poderia servir as duas concessionárias”, refere.

A AEDL não conse-guiu a concessão do Túnel do Marão e “deixou de se justificar a instalação, na sede de Castelo de Paiva, de serviços administrati-vos e financeiros próprios para servir apenas a uma concessionária, bem como a criação das condições logísticas necessárias para aí se realizarem as reuni-ões de assembleia-geral e do conselho de administra-ção da AEDL”, diz a mes-ma fonte.

E por que é que ainda as-sim se manteve a sede so-

cial a Norte? “Uma vez que a AEDL é uma participada da empresa Brisa, optou-se por utilizar as instalações e serviços administrativos e financeiros de que esta empresa já dispunha, ten-do a AEDL, para o efeito, celebrado um contrato de gestão administrativa e fi-nanceira com esta empre-sa. A AEDL manteve, po-rém, a sua sede social em Castelo de Paiva, pois sem-pre considerou fazer senti-do estar sediada num dos concelhos da área de influ-ência da concessão Douro Litoral”, diz a AEDL.PEDRO JOSÉ BARROS

A sede vazia da Auto Estradas do Douro Litoral deveria funcionar neste edifício

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Publicidade 8 Julho 2011

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Actual8 Julho 2011

JOÃO [email protected]

Foi a primeira jogadora do País a ser patrocinada por uma sala de póquer e esta semana sagrou-se a primeira mulher portu-guesa ao garantir a me-lhor participação de sem-pre num evento das World Series of Poker (WASOP), que decorre em Las Ve-gas, EUA, ao terminar o torneio feminino na 13.ª posição - resultado que lhe valeu ainda o título de melhor europeia na com-petição. Ela é Mafalda de Castro Lopes, a “muran-guita” no mundo das “blin-ds” e dos “all in”, que de promessa passou a reve-lação portuguesa no mais popular jogo de cartas do mundo.

No mais conceituado torneio de póquer femi-nino, que juntou mais de mil jogadoras e alguns dos mais sonantes nomes, a jo-vem de 25 anos, natural do Porto, fez história, ao al-cançar um lugar entre as

14 finalistas, o que lhe per-mitiu amealhar qualquer coisa como 8.697 dólares. Apesar de já ter participa-do em dezenas de torneios e vencido alguns deles, Mafalda não hesita: este, que decorre até 19 de Ju-

lho na capital mundial do entretenimento, escreve-se com letras de ouro. “É o campeonato do mundo de póquer feminino, por isso estou muito orgulhosa do jogo que fiz e da maioria das minhas decisões. Foi, sem sombra de dúvida, o melhor torneio da minha carreira”.

O sucesso não se expli-ca apenas pela concentra-ção máxima e pela aten-

ção que prestou a todos os factores do jogo. Há mais, muito mais, para além disso, porque no póquer, como diz Mafalda, o êxi-to faz-se de 20 por cento de sorte e 80 de talento: “É precisa sorte nas cartas e

no jogo que consegues al-cançar, mas é preciso inte-ligência para jogar bem o jogo e, mais ainda, quando tens uma mão baixa”.

HOMENS VS MULHERES

Uma jogadora calma e agressiva, ponderada, pa-ciente e tranquila. É assim que se define a “murangui-ta”: “Jogo o meu jogo, es-colho as minhas mãos, na

posição certa, no momen-to certo e contra os jogado-res certos”. Características que Mafalda nem sempre encontrou na maior par-te das adversárias que foi deixando para trás. “De-pois de passar horas a jo-gar este torneio, creio que as mulheres me oferece-ram menos resistência do que os homens. Por outro lado, sinto que os homens, a jogar com mulheres, têm tendência a abusar mais, ou seja, colocam-nos mais pressão, porque acham que nós desistimos mais facilmente do jogo...”.

Não é o seu caso. O feito alcançado não deixa men-tir e o seu talento, certa-mente, não passou des-percebido a algumas das prestigiadas salas do mun-do que também estão em Las Vegas. Mafalda garan-te que está “muito conten-te” na equipa da Betfair e que o telefone ainda não tocou, mas no póquer, tal como no futebol, o que hoje é mentira amanhã pode ser verdade…

Rainha do póquer é do Porto e faz história em Las VegasDistinção ∑ Mafalda Castro Lopes alcançou o melhor resultado europeuno campeonato do mundo que decorre na capital americana do jogo

A concentração na hora de apostar as fichas do póquer

Mafalda e os seus dois amoresO que têm em comum a Farmácia e o póquer? Apa-rentemente, nada. Mas têm tudo, na vida de Mafalda. São os seus dois amores: um será a profissão, o ou-tro é um “hobbie para a vida”. A jovem portuguesa é licenciada em Farmácia, está agora a estudar Ciên-cias Farmacêuticas e quer trabalhar naquilo que es-tudou. Mafalda não perspectiva um futuro construído apenas à custa do póquer, como tantos que há por esse mundo fora. “Quero trabalhar no meu ramo e isso não implica abdicar do póquer e o que me vai fazer feliz futuramente é conseguir conjugar estas duas paixões”.

Para Mafalda, o êxito no póquer faz-se de 20% de sorte e 80% de talento. É preciso inteligência para jogar bem, em especial quando se tem uma mão baixa

ANTÓNIO RILO

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OPINIÃO 8 Julho 2011

ficha técnicaDIRECÇÃO INTERINA: Miguel Ângelo Pinto | EDITORES: Isabel Cristina Costa | REDACÇÃO: Ana Caridade, João Queiroz, Pedro José Barros, Pedro Sales Dias, Sérgio Pires | FOTOGRAFIA: António Rilo SECRETÁRIA DE REDACÇÃO : Ana Luísa Barroso - [email protected] | DEPARTAMENTO COMERCIAL: Cátia Matos (Assistente Comercial), Carla Ferreira e Pedro Magalhães - [email protected] DIRECÇÃO GERAL: Alfredo Barbosa | DEPARTAMENTO GRÁFICO: Pedro Cunha, Tiago Cunha | CONTACTOS: Praça Coronel Pacheco, 33, 4050-453 Porto TELEFONE: 22 206 14 10 | FAX: 22 2025036CORRESPONDÊNCIA: Apartado 4130, E. C. Município Porto, 4002-001 Porto REGISTO PROVISÓRIO NA ERC Nº 125709 | IMPRESSÃO: Unipress | DISTRIBUIÇÃO: Vasp | TIRAGEM: 12 000 | DEPÓSITO LEGAL: 298025/09PROPRIEDADE: Sojormedia Norte SA | CONTRIBUINTE Nº 508 853 540 | CAPITAL SOCIAL 50 mil euros | DETENTORES DE MAIS DE 10% DO CAPITAL: Rogério Gomes | ADMINISTRAÇÃO: Francisco Rebelo dos Santos e Rogério Gomes | DEPARTAMENTO FINANCEIRO: Ângela Gil (Direcção), Catarina Branquinho, Patrícia Santos, Gabriela Alves e João Machado - [email protected] | DEPARTAMENTO DE MARKETING: Catarina Fonseca e Catarina Silva - [email protected] | DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS: Sónia Vieira - [email protected] DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: Tiago Fidalgo (Direcção) e Hugo Monteiro - [email protected] | UNIDADE DE PROJECTOS: Lúcia Silva (Direcção) e Joana Baptista (Coordenação) - [email protected]

FRANCISCO JOSÉ ALVESMédico e escritor

CRÓNICA

FRANCISCO JAIME QUESADOGestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

MÁRIO DORMINSKYvereador CM Gaia

Dizia-me um amigo, ainda a semana passada: “quem me dera estar a tra-balhar nos Estados Uni-dos”. Aí o envolvimento das empresas na vida cul-tural é total. O Estado criou uma “Lei do Mecenato” ca-paz de atrair a atenção dos privados e, estes aderem com frequência a muitas das propostas que lhe são feitas.

Por cá a situação é afli-tiva. Milhares de empre-sas são “familiares”, sejam elas pequenas ou até mé-dias. Nem sequer contra-tam um licenciado com o medo que este possa vir a dominar a “sua”empresa. Assim perde-se em quali-dade, modernidade, produ-tividade e imagem. Quanto às grandes multinacionais, estas já só trabalham via Madrid, Paris, Suiça ou

Helsínquia (!!) onde cen-tralizam a sua actividade de marketing/imagem e publicidade. A estas em-presas, só mesmo grandes projectos internacionais realizados em Portugal é que lhes podem chamar a atenção – um Europeu de Futebol, uma Expo. Mas se virmos bem, nem uma Ca-pital Europeia da Cultura, como Guimarães, os atrai para se envolverem en-quanto patrocinadores. E o pior é que estas empresas não estão particularmente interessadas em trabalhar a sua imagem em Portugal...dada a população diminuta que temos. Quanto às em-

presas portuguesas com algum poder económico, muito embora tenham um tipo de prática próxima das suas congéneres europeias, algumas (poucas) dão uns pequenos passos em rela-ção ao apoio a alguns even-tos realizados em Portugal. Talvez essa forma de estar no mercado exista porque há uma maior aproxima-ção aos públicos que pre-tendam atrair e um maior conhecimento do potencial retorno de imagem que po-derão obter. E alguns bons exemplos se podem citar de excelente relação en-tre empresas portuguesas e eventos. Veja-se a Super

Bock e o Fantasporto, um autêntico “case study” para o meio. Mas infelizmente é quase excepção. Ou então a Optimus, a TMN e ultima-mente a Sumol, a Delta e a Super Bock com os Festi-vais de Música de Verão.

E o porquê desta situa-ção? Tal como já em tempos disse…porque é mais fácil para uma agência de ima-gem ou de marketing fazer uma campanha de meios tradicional, através da rá-dio, da TV e da imprensa, do que estar a desenvolver acções que implicam “es-tar no terreno” para tirar o melhor partido possível de imagem do evento que patrocinam. Mas fica aqui mais uma pergunta…estan-do o Governo a fazer “cor-tes” em tudo o que pode e, a pobre da Cultura, a man-ter o seu contínuo digito 0,

vírgula qualquer coisa no orçamento, porque é que continuamos a ter uma Lei de Mecenato Cultural que beneficia exclusivamente o Estado, esquecendo to-talmente a importância fundamental desta para os produtores culturais pri-vados.

É urgente a criação de uma nova Lei capaz de agradar a esses agentes e sobretudo às empresas de forma às poder cativar para o apoio à Cultura. Quem seria o grande beneficiá-rio desta lei, para além dos próprios eventos? Seria o Estado, que assim poderia reduzir um pouco os seus gastos (melhor dizendo, investimentos) na área de produção cultural. E não nos podemos esquecer que, no fundo, um país, uma ci-dade…faz-se de cultura!

Ninguém ousa criticar o gover-no. Nem os apoiantes, nem a opo-sição, nem a imprensa, ninguém. Temos na memória o que foi o cessante, a Grécia, o fantasma da banca rota. Não há alternativas. Vive-se o sentimento generalizado “ou este consegue ou é o diabo”, e com ele vamos fechando os olhos ao que, evidentemente, está erra-do, esperando, sempre fomos um povo de fé, sermos nós a estar er-rados. Enquanto muda a face me-diática do país, quer nos entrevis-tados quer nos entrevistadores, as-sistimos às primeiras intervenções dos ministros e ficamos de boca aberta com o que se diz. Espera-se que sejam afastados com a descul-pa de a sua nomeação ter sido um erro de avaliação, mas não, apesar de o que dizem ser capaz de fazer rir (ou chorar) as pedras da calça-da, continuam com cara impávida a gerir o nosso futuro.

“Não me tratem por ministro, tratem-me pelo nome próprio…”. Este senhor não conhece: “Aqui ao leme sou mais do que eu, sou um povo que quer o mar que é teu…”, porque se conhecesse saberia o erro que está a cometer. Tal ati-tude é discutível na presidência do conselho de administração de uma qualquer empresa, é inacei-tável num ministro.

“Há muitas terras por trabalhar, temos de criar uma bolsa de ter-ras e os proprietários serão res-sarcido de alguma forma, uma renda, quem sabe…” Ora aí está, sem mais nem menos resolve-se o problema da agricultura, com a fantástica figura da bolsa de ter-ras, quer os proprietários quei-ram quer não, e depois decide-se o que se faz…

São pormenores, eu sei, mas que pormenores, e em que áreas! Não quero fazer de Velho do Res-telo, mas não são bons começos.

O estado de graça!

A Comissão Europeia abriu ao Governo Portu-guês a oportunidade de uma Reprogramação do QREN. No contexto da actual Baixa Execução e no meio de uma profunda crise financeira internacio-nal, continua a ser eviden-te no nosso país a falta de um Modelo de Desenvol-vimento que seja partilha-do sob a forma de Contrato Estratégico entre o Estado e a Sociedade Civil. Os ac-tores económicos e sociais (Municípios, Empresas, Universidades, Centros de Inovação) preocupam-se unicamente com a sua sobrevivência conjuntural e com isso desperdiçam a oportunidade única de fa-zer do QREN uma apos-ta sustentada para o futu-

ro do país. Impõe-se por isso um Novo Ciclo para o QREN.

O QREN não pode ser interpretado pelos actores nacionais como mais um instrumento financeiro utilizável para dar cober-tura a uma crescente fal-ta de financiamento nos circuitos tradicionais. Em tempo de crise financeira, impõe-se mais do que nun-ca um verdadeiro “choque operacional” que condu-za a mudanças claras e ne-cessárias: desactivação das actividades empresariais sem valor, aposta maciça

numa formação / educa-ção que produza quadros reconhecidos pelo merca-do, fixação de investimen-tos e talentos nas regiões mais desfavorecidas, cria-ção de um contexto com-petitivo moderno volta-do para a criatividade das pessoas e a qualidade de vida das cidades. O QREN dispõe dos instrumentos financeiros que poderão ajudar a alavancar toda esta Agenda de Mudança que queremos para o nos-so país.

É por isso que a aposta numa “Estratégia Colecti-

va” para o futuro tem que ser a marca desta nova fase do QREN. Um sinal de aposta nas políticas do co-nhecimento, centradas em territórios inteligentes e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhado-res criativos”. Ideias mui-to simples e claras e para as quais mais não é neces-sário do que um pacto de “cumplicidade estratégi-ca” e “convergência opera-cional” entre todos os que têm responsabilidades – actores públicos, empre-sas, Universidades e Cen-tros de Saber. O QREN não pode ser interpretado como um mero instrumen-to conjuntural de resposta a uma crise estrutural mas antes como uma aposta es-trutural capaz de alterar a

conjuntura no futuro. Portugal não perder

esta oportunidade de al-teração do seu paradig-ma de desenvolvimen-to estratégico através da dinamização de um Novo Ciclo para o QREN. Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser ac-cionados mecanismos de rápida absorção das ver-bas disponíveis. Mas não a qualquer preço. Sob pena de se estar a hipotecar o fu-turo. O QREN tem duma vez por todas que se as-sumir como um factor es-tratégico de convergência positiva do país face aos novos desafios duma eco-nomia global complexa e exigente. É tempo por isso de uma Nova Agenda para o QREN.

A Reprogramação do QREN

Para quando uma nova lei do mecenato cultural?

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Opinião8 Julho 2011

NORTE&SUL

NORTE

PEDRO MADEIRA FROUFEJurista e docente universitário

EDITORIAL

MIGUEL ÂNGELO [email protected]

SUL

DADOS DOS CENSOS 2011

PORTO É A CAPITAL DE DISTRITO

QUE MAIS POPULAÇÃO

PERDE/ PÁGS 16 E 17

1 de Julho de 2011Ano II | Edição nº 105

Preço: 1,20Director Interino: Miguel Ângelo Pinto

Sai à Sextawww.grandeportoonline.com

PONTES DO PORTO MAIS SATURADAS DO QUE AS DE LISBOA

ANTÓNIO RILO

CARLOS BRITOO centro de con-gressos da Alfân-dega foi considera-do o melhor do País no seu género. Uma justa distinção para o esforço da equipa liderada por Carlos Brito.

LUÍS FILIPE MENEZESCom a saída de Marco António Cos-ta para o Governo, o presidente da Câmara de Gaia toma em mãos o partido no concelho. Para defender o trabalho feito.

STCPApesar da clara desvantagem que tem em relação à Carris, o aumen-to dos preços na STCP não é uma boa notícia. E a conta cai sobre os utentes, como é habitual.

SAMPAIOPIMENTELO vereador da Câmara do Porto quer chegar a um acordo com os bombeiros voluntá-rios da cidade. Uma questão de bom senso que se aplaude.

A 3 de Julho de 2009 come-çava a aventura do GRANDE PORTO. A expectativa era alta. O que nos propunhamos fazer era ocupar um espaço vazio na Comunicação Social da Região, ou seja, dar voz e imagens a pro-tagonistas que, regra geral, pas-sam ao lado do fluxo noticioso. Conseguimos atingir o nosso objectivo. Dois anos volvidos, o GRANDE PORTO assume-se como uma voz da região, atento às cada vez maiores de-sigualdades que vão cercean-do o Norte. Esta é uma verdade incontornável. Há décadas que a Região sofre com a exacerba-da macrocefalia da capital, con-denado a contentar-se com uns restos que vão cainda da mesa da Administração Central.

Projectos estruturantes e de grande sucesso, como o Me-

tro do Porto, acabaram asfixia-dos financeiramente em prol de opções mais do que duvido-sas em termos de investimento público. Por isso, o GRANDE PORTO bate-se, e tem essa luta no seu estatuto editorial, pela Regionalização. Esta reforma administrativa é absolutamen-te vital para se esbaterem as ac-tuais assimetrias regionais que têm conduzido o País a um pla-no inclinado intolerável.

Pela medida de quem manda em Lisboa, há muito que o ra-ting do Norte está pelas ruas da amargura. O Norte continua a ser esse pedaço de território di-fuso, acima do Mondego, onde tudo é classificado por atacado, não se cuidando que as pesso-as do Porto, de Viana do Caste-lo ou de Bragança têm as suas idiossincrasias próprias e são

orgulhosas delas. Por isso, a luta pela Regionalização é cada vez mais premente e é urgente com-bater ideias feitas sobre os cus-tos ou a dimensão do País. No actual estado de desigualdade, Portugal é grande de mais.

E a verdade é que há indica-dores que acabam por contra-dizer muitos dos argumentos esgrimidos pelos inimigos da Regionalização. É no Norte que está parte substancial das ex-portações nacionais. É desta Região que saem os principais produtos que levam o nome de Portugal além-fronteiras. Daí termos escolhido como tema central desta edição a marca Porto. O Vinho do Porto, o FC Porto, a Universidade do Por-to ou a Casa da Música são es-teios de um esforço de interna-cionalização que tem dado fru-tos notáveis, designadamente ao nível do turismo. Desperdi-çar este potencial é, no mínimo, criminoso.

O GRANDE PORTO, em conjunto com os seus leitores e anunciantes, vai fazendo a sua parte. A garantia que aqui dei-xamos é de que vamos continu-ar esta luta semanal pela Região onde estamos inseridos, sem ti-tubear perante as dificuldades. Porque também é nos momen-tos de dificuldade que se vê bem alto a fibra do Norte.

Dois anos volvidos, o GRANDE

PORTO assume-se como uma voz da Região, atento às cada vez maiores

desigualdades que vão cerceando o

Norte. Há décadas que a Região sofre com a exarcebada

macrocefalia da capital, condenada a contentar-se com

os restos que vão caindo da mesa

da Administração Central.

Dois anos sempre na luta

Anteontem, a Moody’s baixou o “rating” da dívida soberana portuguesa, clas-sificando-a como “lixo”. On-tem, cortou o “rating” das garantias estatais prestadas a algumas instituições de crédito. Logo se levantou, entre nós, uma espécie de sentimento generalizado de orgulho ferido, de descon-sideração (para connosco) e de injustiça. Choveram os impropérios contra as tene-brosas agências de “rating”, ressurgindo, simultanea-mente, o discurso de des-credibilização das ditas en-tidades. O Primeiro – Minis-

tro desabafou, revelando ter sentido, com tal corte, um “murro no estômago”.

Ora, bem vistas as coi-sas, só nos magoam, com murros em sentido figura-do, quem nós deixamos. E, a avaliar pelas reacções, nós deixamos que aquelas agên-cias nos magoem! Na reali-dade, pensando abstracta-mente naquilo que nós en-tendemos ser uma espécie

de justiça moral das relações financeiras, aquelas entida-des não têm credibilidade. Não me esqueço do seu contributo (interessado e parcial) no eclodir da cri-se de 2008. Será pedagógi-co, a este respeito, rever, por exemplo, o documentário “Inside Job”. Nele apare-cem essas agências desres-ponsabilizando-se dos er-ros de avaliação que come-

teram, em relação a gigantes da banca e da finança que, poucos dias depois de se-rem notados com um “ra-ting” positivo máximo, fa-liram. As ditas agências di-ziam, simplesmente, que tal classificação, por elas atri-buída a verdadeiros “flops”, era, apenas, a uma mera opi-nião. A opinião delas. Claro que as relações de controlo existentes entre certos gru-pos financeiros mundiais, que ganham objectivamen-te com a crise e tais agên-cias, são no mínimo, mui-to pouco transparentes. Relembre-se, inclusivamen-

te, que um dos principais ac-cionistas indirectos da PT, a saber, o Capital Group, é, também, o maior accionis-ta da Standard & Poor’s e controla 10% da Moody’s. Existirá também uma guer-ra (latente) ao Euro e, nessa medida, é notória a falta de sentido de integração que, ultimamente e perante a cri-se, os Estados-membros têm ostentado! Agora, realistica-mente, na perspectiva que interessa às agências de “ra-ting”, o corte na classifica-ção com que nos brindaram será desrazoável e injusto? A perspectiva daquelas en-

tidades será apenas a do in-teresse e da segurança habi-tual dos investidores, alheia, portanto, a razões etéreas (nesta óptica) de uma abs-tracta “justiça moral”.

No futebol, quando apre-ciamos o desempenho expectável de um “ponta de lança”, queremos saber, so-bretudo, se ele marca golos, fácil e habitualmente. Não nos interessa se é especial-mente “bom de bola” ou se, nos treinos, é muito visto-so e empenhado…. Quan-to a nós, também temos que marcar mesmo no jogo, não apenas nos treinos!

O “rating” do avançado que ainda (não) marca golos

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PAINEL 8 Julho 2011

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SIM

Estado não vai conseguir defender sectores estratégicos

Ilda FigueiredoEurodeputada CDU

No entender de Ilda Figueiredo, eurodeputada eleita pela CDU, o fim das golden share vai enfraque-cer o papel regulador do Estado, uma vez que vai dificultar o con-trolo do Estado sobre sectores es-tratégicos.

As empresas estratégicas em sectores como a energia, ou as co-municações, em que o Estado de-tém participações especiais (as chamadas golden share), vão es-tar sujeitas, segundo a eurodeputa-da da CDU, a propostas de compra vindas do estrangeiro sobre as em-presas portuguesas que não têm a mesma dimensão nem a mesma força que grupos europeus.

Ilda Figueiredo considera que, com o fim das golden share, o Es-tado vai ter “dificuldade em defen-der sectores estratégicos, funda-mentais para o desenvolvimento económico” e colocar nas “mãos de estrangeiros” o futuro das em-presas (em áreas como o emprego ou os preços) onde o Estado tinha direitos especiais.

Para a eurodeputada, o Estado não devia “aceitar o fim das gol-den share” e acrescenta que um, dia mais tarde, com outra política, deve “exigir-se o controlo do Esta-do”, o que pensa que não vai acon-tecer com o actual Governo.

É preciso valorizar as entidades de regulação

Manuel dos SantosEconomista

O economista Manuel dos San-tos não acredita que o fim das gol-den share enfraqueça o papel re-gulador do Estado, até porque, de-fende, há outros mecanismos para regular os sectores. Como o fim das golden share era uma obriga-ção assumida com a troika, a medi-da era “inevitável”, sublinha.

Para o economista, as golden share são “instrumentos de con-trolo já ultrapassados e inefica-zes, a não ser em contextos, inde-sejáveis, de ruptura”. O Estado, diz, vai ter que conseguir a regulação através do “funcionamento eficaz, tempestivo, competente, indepen-dente e autónomo das respectivas entidades, no quadro do respeito pelas regras do mercado interno”.

Manuel dos Santos diz ser ne-cessário fortalecer as entidades de regulação e valorizar os seus poderes. Mesmo sem as golden share, o Estado, se tiver necessi-dade de intervir nas empresas nas quais tem participação, vai poder fazê-lo através de outros mecanis-mos, afirma.

O fim das golden share vai, no entender de Manuel dos Santos, permitir aumentar o valor das em-presas e a participação do Estado nas mesmas. As golden share “não tinham um papel assim tão impor-tante”, defende.

68,6%

31,4%

O fim das golden share vai enfraquecer o papel regulador do Estado?31,4% (11 respostas) responderam SIM68,6% (24 respostas) responderam NÃO

O Painel é

uma iniciativa

do GRANDE

PORTO e é

formado por

um conjunto de

personalidades

que todas

as semanas

responde a

uma pergunta

sobre a

actualidade

que é enviada

pela Direcção

do jornal

por meio

electrónico.

Os resultados

são publicados

neste espaço

como

contributo para

uma discussão

mais informada

sobre os temas

que geram

controvérsia

na sociedade

portuguesa

JAIME TOGAResponsável distrital PCP

Retira a possibilidade de o Estado in-tervir em empresas estratégicas para o País. É mais um acto de submissão aos interesses dos grupos económicos con-tra os interesses do povo e do País. Mais uma decisão que justifica o protesto e a indignação.

MÁRIO MELO ROCHAProfessor universitário

Sim. Mas as golden share - como há anos escrevi - já deviam ter desaparecido por induzirem factores de perturbação nos mercados, além de violarem o direito comunitário.

MANUEL PIZARRODeputado PS

Sim. Esta é um medida imposta pela União Europeia e está consagrada no acordo com a troika. Mas, os efeitos po-sitivos para o interesse nacional das gol-den share suplantam largamente os seus riscos. Veja-se o caso recente da venda da participação da PT na Vivo. O fim dessas golden share vai reduzir a capaci-dade reguladora do Estado e acabará por prejudicar as pessoas e as empresas.

JOÃO SEMEDODeputado BE

Sim. A regulação dos mercados pelo Es-tado é uma miragem e uma construção ideológica para iludir duas realidades: são os mercados que regulam o Estado e os reguladores estão capturados pelos poderes que deviam regular. Sem as gol-den share, o Estado vê fragilizada a sua capacidade de colocar a economia ao serviço do interesse comum.

ARMÉNIO PEREIRAGestor

Sim. A medida tomada é decente e faz-nos acreditar na seriedade e transparên-cia deste Governo. Corrige um sistema monopolista e centralizador.

FORTUNATO FREDERICOPresidente da APICCAPS

Sim. O papel do Estado é a capacidade de defender os interesses do País quan-do devem ser defendidos.

PEDRO TRIGOJurista

Claro que sim!... Sou absolutamen-te contra a alienação das golden sha-re nas principais empresas do País!... Somos um país falido (ou quase) e os nossos melhores empresários não têm neste momento pulso financeiro para segurarem esses activos em mãos na-cionais!... E ainda por cima são os mais rentáveis!... A manutenção dos centros de decisão, num mundo financeiro as-sassino e descontrolado e desregulado, é fundamental. Todas as outras políticas orçamentais, monetárias ou cambiais já não nos pertencem.

JOSÉ CASTRODeputado BE Porto

Sim. O fim dos “direitos especiais” do Estado, principalmente o de vetar altera-ções estatutárias, nas empresas estraté-gicas, vai facilitar o domínio da PT, Galp e EDP plas multinacionais e fragilizar ainda mais os direitos dos consumido-res.

JÚLIO CARDOSOActor

Naturalmente que sim. Na independên-cia de um país estão muitas vertentes e a economia é das principais. As golden share são crivos à lavagem de dinheiros e a domínios estrangeiros que mani-pularão lucros a seu bel-prazer. A glo-balização será interessante com países livres, independentes e senhores do seu destino.

BELMIRO MAGALHÃESMem. PCP da Ass. Metro. Porto

Sim. Todas as decisões que contribuam para a perda de influência do Estado em empresas estratégicas são negativas. O objectivo por trás desta decisão é pôr fim ao que resta de limitações à especu-lação dos grandes grupos económicos. Esta decisão confirma a subordinação dos poder político ao poder económi-co. Um governo patriótico deve romper com este rumo criminoso.

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Painel8 Julho 2011

NÃO

| ISABEL CRISTINA COSTA |

É opinião da maioria dos participantes no Painel GRANDE PORTO desta semana que não é através das golden share que o Estado desempenha o seu papel regulador. Logo, o fim destes direitos especiais na PT, na EDP e na Galp, anunciado esta semana pelo Governo, não vai enfraquecer a função reguladora.

Há quem defenda que “quem arbitra não deve parti-cipar no jogo” e que os diversos sectores devem ser, por isso, regulados por entidades “independentes”. E quem recorde que essas entidades já existem, no-meadamente a Anacom, a Autoridade da Concorrên-cia e a ERSE, cujos poderes de regulação devem ser

postos em prática. Há, contudo, quem alerte que o fim das golden share vai acabar com a possibilidade de o Estado intervir em empresas estratégicas e permitir o seu domínio por multinacionais. Do lado do “Sim”, fica o alerta: “O Estado vê fragilizada a sua capacidade de colocar a economia ao serviço do interesse comum”.

Papel regulador do Estado não depende de direitos especiais O dono da bola nunca foi bem visto

De “special one” a accio-nista ordinário. Com e sem golden share ou direitos especiais. Especiais por-que com uma ninharia de acções pode sempre dar o murro na mesa.

É bom ou mau? Dizem que as golden share do Es-tado em empresas como a EDP, a PT e a Galp Energia permitiam-lhe defender sectores estratégicos para o País.

Mas o que fazer, então, ao princípio da transparên-cia, varremos para debaixo do tapete quando convém?

No mercado de capitais, as regras do jogo devem ser claras (aliás, como em tudo na vida). Ou seja, o princípio ‘cada acção um voto’ deve valer para todos, chama-se a isso democra-cia accionista.

O novo Governo pôs fim às golden share porque “es-tes direitos especiais são incompatíveis com a liber-dade de movimentos de capitais e com a promoção da concorrência”. O me-morando de ajuda exter-na também fala nisso. E se puxarmos pela cabecinha, quantas vezes Bruxelas nos puxou as orelhas por causa das golden share do Estado?

Pois é, há que deixar o mercado funcionar. Quem é que quereria entrar em empresas onde, indepen-dentemente do número de acções, quem manda é o Estado português?

Faz-me lembrar a histó-rio do puto que é o dono da bola. Se ele não joga nin-guém joga. Ao primeiro dia vai para casa amuado, ao segundo deprimido, mas ao terceiro percebe que tem que lutar pelo seu lu-gar na equipa.

Moral da história, só ten-do consciência do seu real valor é que o menino po-derá evoluir como jogador. Mesmo que não tenha jei-to para a coisa terá que ir a jogo. É que as regras quan-do nascem são para todos.

RESPONDERAM NÃO AINDA:

Paulo Cutileiro Correia | Bernardino Vasconcelos | Couto dos Santos | Nuno Montenegro | Rui Moreira

HERMÍNIO LOUREIROPres. da CM Oliveira de Azeméis

Não. A economia deve respirar. Já chega de maus exemplos nos últimos 6 anos de socialismo. O Estado deve sair das empresas.

SAMPAIO PIMENTELVereador CDS/PP da CM Porto

Claro que não. É provavelmente a me-dida mais higiénica que algum governo toma na economia portuguesa no pós 25 de Abril.

LUÍS MIGUEL NOVAISAdvogado

Não. O papel regulador deve manifes-tar-se por actos de soberania constitu-cional e legal e não por falsas aparên-cias.

JORGE CATARINOMédico

Não. Ao nível da CE, as golden share es-tão proibidas há muito tempo. Precisa-mos de regulamentação dos mercados financeiros, harmonização fiscal e go-vernação económica comum, mais fede-ralismo e mais Europa.

DIOGO FEIOEurodeputado CDS/PP

Não. As golden share, para além de con-trárias ao direito comunitário, apenas serviam para determinar um peso ex-cessivo ao Estado na direcção de socie-dades anónimas. Quem faz a regulação são os reguladores independentes.

JOÃO PAULO MEIRELESPresidente JDS Porto

Não. Além de desaconselháveis e até de-senquadradas do quadro comunitário, pouco acrescentam ao papel regulador do Estado que não necessita de ser exer-cido com participações com ou sem di-reitos especiais.

MANUEL QUEIRÓProfessor universitário

Não. A imediata descida em bolsa mos-tra que o papel das golden share era o de manter um quase monopólio. Ao con-trário do papel regulador, que devia de-fender a concorrência.

ANTÓNIO BORGESPresidente da CM Resende

Não. Essa situação obriga a um forte acréscimo da regulação porque é essen-cial que todos em qualquer ponto do ter-ritório tenham igual acesso a serviços que têm dimensão geral e pública. Se não for assim, haverá outras facturas a pagar e pesadas.

PAULO MORAISProfessor universitário

Não. Pelo contrário. Quem arbitra não deve participar no jogo. É essencial que os diversos sectores sejam doravante regulados por entidades independentes dos vários poderes, políticos ou empre-sariais. E a independência não permite a participação.

JOSÉ MANUEL RIBEIROPS

Não. O que tem enfraquecido o papel re-gulador do Estado é a promiscuidade de papéis e a falta de reguladores fortes e escrutinados pelo Parlamento!

JOÃO ANACORETA CORREIAAdvogado

Não. Não é através das golden share que se deve fazer a regulação. A regulação deve ser independente e não depen-dente do Governo (que geria as golden share).

RICARDO ALMEIDAConselheiro nacional do PSD

Não. As golden share são a maior aber-ração económica a que assistimos nos últimos anos. A forma indigente como o Estado controla a Portugal Telecom, por exemplo, leva a que a Economia nacio-nal não seja atractiva para investidores internacionais ou mesmo para investi-dores nacionais. O Estado deverá apos-tar em políticas públicas que melhorem a concorrência e acabem com os gran-des monopólios económicos.

ANTÓNIO REISActor

Não. Estado perde soberania económi-ca, mas não é menos verdade que esta medida estava incluída no acordo com a troika.

PAULO RAMALHOVereador PSD da CM Maia

Não, porque as golden share não ser-vem, por si só, para afirmar o papel re-gulador do Estado, quando muito, para fazer valer algumas orientações estra-tégicas ou interesses. Daí que a própria União Europeia as considere ofensivas das regras da concorrência.

CÉSAR OLIVEIRAPresidente da AM Gaia

Não. O verdadeiro regulador tem de ser o rigor da governação do país e o empenhamento e tolerância de todos os portugueses.

JOÃO COSTAPresidente da ATP

Não. O Estado não exerce o seu papel de regulador através das golden sha-re. Estas serviriam para influenciar, condicionar ou bloquear decisões que o Estado, através do Governo de cada mo-mento, considerasse importantes. Perde essa prerrogativa. Mas torna a situação mais transparente, deixa de ter um po-der de intervenção desproporcionado e valoriza as suas participações.

RUI AMARALMilitante PSD

De modo nenhum. As golden share, que são ilegais nos termos do Direito Euro-peu, não são nem nunca foram conce-bidas como regulador de grandes em-presas em mercados protegidos ou de mercados não sujeitos a concorrência suficientemente capaz. No caso portu-guês, o Estado dispõe desses mecanis-mos estatutários na PT (telecomunica-ções), na GALP (combustíveis) e EDP (distribuição de energia). Ora, cada um destes sectores tem reguladores criados por lei, respectivamente a Anacom, a Autoridade da Concorrência e a ERSE. Por manifesta vontade do último Go-verno, todos esses reguladores abstive-ram-se de usar os respectivos poderes. A extinção das golden share valoriza automaticamente todas as acções, uma vez que elimina um privilégio inaceitá-vel de um accionista extremamente mi-noritário.

PEDRO BAPTISTAPres. Movimento Partido Norte

Não. Vai impedir manipulações gover-namentais directas.

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PAULO VILA MAIOR | Docente da Universidade Fernando Pessoa

HORIZONTES 8 Julho 2011

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Jogo assimétricoO grau de alheamento

dos cidadãos com os pro-gramas eleitorais é social-mente conhecido. Os po-líticos sabem-no, o que se permite abusar nos anún-cios cirúrgicos de entre-tenimento das comunica-ções ou de promessas.

Os trinta e sete anos de democracia representati-va ainda não permitiram a transparência das (in) verdades dos políticos. O anúncio do primeiro-ministro do sacrifício es-pecial aos portugueses é sintoma real. Em campa-nha foi inquirido por uma criança e menosprezou, pela suposta insensatez, os cortes nos subsídios de natal. Os portugueses já perceberam a pressa da máquina governativa: as medidas de austeridade têm que ser lançadas na opinião pública em fle-cha; a dormência social e o período de férias, no quintal ou na tenda de campismo, facilitarão os processos de internaliza-ção dos sacrifícios. O Ou-tono soprará folhas pin-tadas de cores telúricas e fomentará os atos orga-nizados de luta e descon-tentamento social.

Com a renúncia de Fer-nando Nobre de deputa-

do da Assembleia da Re-pública fica não só prova-do o desprezo pelo voto do povo, como demons-trada, a febre à segun-da figura de representa-ção do estado. Depois de duas tentativas ao cargo e, das táticas dos parti-dos na eleição, com pro-váveis indicações de bas-tidor, percebe-se o erro de ‘casting’ democrático e cívico. Além de ter ig-norado a apresentação e discussão da matriz de governação da próxima legislatura, ensaiou pro-blemas para se retirar de cena. Os supostos inde-pendentes são tratados nas máquinas dos parti-dos com soslaio e outras geometrias de domação. Quando os eventuais car-gos são de relevo, os re-sultados são por exemplo este: o líder sugere e a vo-tação não respeita. Terá havido convição? Ou a ideia era não ficar mal na fotografia da governação, sabendo o resultado es-perado?

Os cortes na máquina

administrativa, assentes na fusão de freguesias e ‘jamais’ nos municí-pios – fazendo jus à cul-tura instalada do muni-cipalismo – estão na for-ja, sem que na prática, se conheça a ineficiência fi-nanceira das freguesias. Conhecido é o quadro de problemas estruturais dos municípios, a par do endividamento financei-ro do setor empresarial local. Ainda muita tinta irá correr, estando, a má-quina da AMNP pronta para resistir à supramu-nicipalização de atribui-ções e competências.

A notícia de encerra-mento da linha Porto-Vi-go virá da inviabilidade financeira. A pressão da Galiza para que o gover-no espanhol a mantenha, evidencia disfunciona-lidades dos agentes na defesa de interesses da região. Os interesses na gestão do aeroporto são bem diferentes. O pri-meiro dorme com passi-vos. O segundo apresen-ta lucros.

LUÍS MAMEDEUrbanista e Mestre em Gestão Pública

11 (ONZE) PROPOSTAS MÍNIMAS sobre a “CPLP/ Comunidade Lusófona” e 1 (UMA) PROPOSTA MÁ-XIMA sobre a Presidência da mesma por Luís Inácio LULA DA SILVA

(Continuação do artigo publicado na edição de 24 de Junho)

4Avançar para a cria-

ção de um Parlamento Lusófono, símbolo maior das democracias moder-nas (cujo primeiro Presi-dente pelo menos hono-ris causa bem merecia ser

essa grande personalidade apaixonadamente lusófona que dá pelo nome de Antó-nio de Almeida Santos), de um Banco Lusófono, num tempo em que a verdadei-ra economia política é mui-to justamente reconhecida como a base real das socie-dades e de umas Forças Ar-madas que assegurassem a existência de uma demo-crática e desenvolvimentis-ta “Pax Luspphona”! E para quando o aparecimento (de que a tão badalada privati-

zação da TAP poderia for-necer ótima oportunida-de) de uma grande “Com-panhia Aérea Lusófona”?

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Tornar a entrada do Bra-sil para membro perma-nente do Conselho de Se-gurança da ONU como um objetivo prioritário, o que, além de “digno e justo” no âmbito da reconfiguração da Nova Ordem Internacio-

nal, seria também mais que “racional e salutar” do pon-to de vista da afirmação da Lusofonia e da Comunida-de Lusófona, sendo o caso do Brasil cada vez mais pa-radigmático, na medida em que terá de saber asso-ciar o seu emergente papel de grande potência local e global (no “Mercosul”, nos “BRIC”, na “ONU”, etc.) ao seu insubstituível papel de motor da Lusofonia!

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Tomar definitivamente a sério a questão da Língua Portuguesa e não permitir, sob nenhum pretexto, que

uma das pouquíssimas lín-guas potencialmente uni-versais do século XXI seja tantas vezes internacional-mente reduzida ao lugar e papel de uma língua qua-se insignificante. Quan-do é que os Países e Povos lusófonos darão o verda-deiro sentido às palavras de Fernando Pessoa: «Minha Pátria é a Língua Portugue-sa»? Nunca serão assaz lou-vados todos os discursos ex-teriores sempre em Portu-guês do Ex-Presidente Lula da Silva e o tão breve como emblemático discurso de José Mourinho, também em Português, na aceitação do prémio de melhor treinador de futebol do mundo…

E , n e s t e c a m p o linguístico, qualquer alian-ça do Português e do Espa-nhol em vistas de um patri-mónio e domínio comuns, não obstante todas as apa-rências e apesar de todas as conscientes boas inten-ções, será sempre a alian-ça de Fausto com Mefistó-feles.

A Língua Portuguesa precisará cada vez menos e sofrerá cada vez mais desta aliança para se im-por como uma das grandes línguas universais do sécu-lo XXI. Ser-me-á permitido deixar de novo este aviso à cegueira ou à ingenuidade dos Lusófonos?

Continua na próxima edição

Quo Vadis, Lusofonia?FERNANDO DOS SANTOS NEVESReitor da Universidade Lusófona do Porto

A governação da zona euro: um anacronismo?

A persistência da crise da dívida pública tem motiva-do críticas à governação da zona euro. Há quem rejeite os objectivos que norteiam a União Económica e Mone-tária (UEM): inflação redu-zida, predomínio da política monetária, euro forte, rigor nas finanças públicas, des-valorização do crescimento económico e do desempre-go. E há quem se atire aos actores que conduzem a política económica da zona euro. Tomando por junto os objectivos e as instituições relevantes, o diagnóstico é sombrio: a UEM tornou-se presa do anacronismo.

Pode ser cedo para fa-zer a avaliação definitiva dos resgates à Grécia, Ir-landa e Portugal. A resina temporal que importa não se esgota num ano, exige uma decantação demora-da das políticas adoptadas (três a cinco anos). Com o protesto contra a cegueira da UEM e o apelo a novas orientações macroeconó-micas (crescimento e em-prego; flexibilidade da polí-tica orçamental), pedem-se resultados imediatos. Sem, contudo, cuidar de anteci-par os seus efeitos tardios.

Esquecem-se que a paciên-cia é uma virtude.

As críticas também atin-gem a arquitectura insti-tucional da UEM: o BCE tem poderes excessivos e não é sujeito a fiscalização democrática; os governos nacionais têm pouca mar-gem de manobra na políti-ca orçamental; logo, o BCE é o protagonista e os gover-nos nacionais são actores secundários; e o Parlamen-to Europeu passa ao lado do controlo democrático da zona euro. Estas apre-ciações negativas são tão aceitáveis quanto as prefe-rências pessoais por este ou aquele modelo institucional da própria UE.

A meu ver, o problema não reside no modelo de governação da UEM. Está no modelo institucional da própria UE. É um modelo obsoleto por depender de instituições que cuidam dos interesses nacionais (Con-selho Europeu e Conselho de Ministros). Não se deve ao modelo de governação da UEM a incapacidade de dar uma resposta aos pro-blemas sentidos na zona euro; a obsolescência re-sulta de interesses terçados por países ensimesmados, numa clara denegação do europeísmo.

O que está em fa l -ta? Uma visão europeia descomprometida.

Não se deve ao modelo de governação da UEM a incapacidade de dar uma resposta aos problemas sentidos na zona euro; a obsolescência resulta de interesses terçados por países ensimesmados, numa clara denegação do europeísmo.

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Rua Direita das Campinas, 319 (ao Pinheiro Manso) | PortoTelf.: 226 101 362Horário de funcionamento | 2ª a Sáb – 9h às 19h30

Rua Guilhermina Suggia, 196 | (às Antas) | PortoTelf.: 225 029 6963ª a Sáb – 9h30 às 19h30

AMARCAMARCAPORTOPORTOÉ o nome mais referenciado lá

fora sempre que se fala do Norte de Portugal. O Porto é sinónimo de cultura, de bom vinho, de gente hospitaleira, de investigação, de

conhecimento e de bom futebol. Mas poderá a cidade afirmar-se como marca de uma região mais vasta, que vai de Viana do Castelo a Aveiro? Poderá aglutinar traços

identitários comuns e projectar o território além fronteiras? Ouvi-mos especialistas de vários sec-tores e as opiniões convergem: o caminho é a MARCA PORTO.

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Por: PEDRO JOSÉ BARROS

PORTO: MARCA COM NOTORIEDADEVisibilidade internacional já existe

A boa notícia: a marca Porto existe, garantem os peritos de marketing e economistas. A notícia ‘as-sim-assim’: precisa de ser mais e melhor trabalhada. Falar hoje da marca Porto é falar de visibilidade in-ternacional, de marcos arquitectónicos, estruturas e serviços capazes de chamar pessoas. De uma cidade que aprende a “pulsar” cultural e socialmente, sem fi-car refém do trabalho. Falta solidificar a economia e fixar durante mais tempo quem nos visita. Para vin-gar dentro e fora de portas, a marca pode sacar mui-tos trunfos: um vinho ímpar, um clube de futebol vi-torioso, turismo em crescimento, uma academia líder, um aeroporto premiado e um porto seguro. É tempo de pôr as cartas na mesa.

Que características definem, afinal, a identidade da marca Porto? Carlos Brito, professor de marketing na Faculdade de Economia do Porto (FEP) dá uma ajuda na análise. Uma cidade pode valer essencialmente por seis coisas: “pela notoriedade internacional, pelo seu potencial para gerar bons negócios e bons empregos, pelas pessoas, pelo local, pelos seus serviços e infra-estruturas e pela sua pulsação. “.

O Porto marca pontos em quase todas. Está “bem posicionada” em termos de notoriedade, associan-do-se, no nome, a pontas-de-lança muito conhecidos como o Vinho do Porto e o FC Porto. Menos bem na capacidade para atrair bons quadros, “tendo vindo a perder importância nos últimos 20 anos neste ca-pítulo”, muito por culpa “da má política económica seguida pelos vários governos e da falta de atenção para com os sectores que operam na área dos bens transaccionáveis”. Ressentindo-se desta perda de

importância económica, “a grande maioria dos qua-dros vai para Lisboa ou para o exterior”, constata o professor.

No âmbito das pessoas, o Porto “sempre soube re-ceber bem” os visitantes, mesmo que no início a in-tegração possa não ser fácil. Quanto ao local, aos as-pectos físicos da cidade (arquitectura, arruamentos e espaços verdes), o Porto “tem melhorado franca-mente” e é hoje “um sítio bem mais agradável para viver do que há dez anos”. Corrigiram-se lacunas de acessibilidade, de mobilidade interna (desenvolveu-se o Metro do Porto, por exemplo) e estabeleceu-se “um roteiro” arquitectónico de excelência, cheio de pontos de passagem obrigatórios, como a Casa da Música e Serralves.

Serviços e lazerAquilo que Carlos Brito designa de pré-requisitos,

os serviços públicos e privados e as infra-estruturas existentes, encontram no Aeroporto Francisco Sá Carneiro um expoente importante. Para quê? Para a “captação de turistas” e a afirmação da marca no Noroeste peninsular, não esquecendo o contributo do novo Terminal de Cruzeiros de Leixões. A Univer-sidade do Porto desempenha neste quadro um pa-pel fundamental, “não só enquanto centro de saber e inovação (garante um terço da produção científica portuguesa), como também na captação de estudan-tes estrangeiros”.

E “é preciso que o coração da cidade bata”, ilustra o docente. Não contam só os monumentos e o trabalho: o Porto precisa de viver à noite e de ser um local “onde

há coisas para fazer”. Aqui, a cidade “está a melhorar claramente”, com a explosão da movida nas Galerias de Paris e a multiplicação da oferta de actividades.

Carlos Brito conclui que a marca Porto “existe, mas não está a ser bem trabalhada pelas autoridades com-petentes”, impondo-se uma menor dispersão por vá-rias marcas, uma promoção integrada. A seu ver, as grandes âncoras da marca são a academia, a sua ca-pacidade turística, sendo necessário trabalhar para “reter o turista” mais dias, e a oportunidade das in-dústrias criativas para o desenvolvimento de negó-cios com novo potencial e estrutura de custos.

ÍconesSegundo o professor Cadima Ribeiro, da Universi-

dade do Minho, especialista em desenvolvimento re-gional, a promoção deve centrar-se em três ou quatro ícones, como “elementos fortes e diferenciadores” da marca: o Vinho do Porto, o FC Porto, o centro histó-rico, que é reconhecido pela UNESCO, e alguns ele-mentos “associados a uma imagem cultural forte e moderna” - Serralves e a Casa da Música.

Resultados preliminares de um inquérito promo-vido junto de estrangeiros, em que se lhes pergunta-va o que é que a palavra Porto sugere, apontam para que a maioria tenha respondido “vinho”, revela Pedro Quelhas Brito, docente de marketing na FEP. Já Luís Delfim, também da FEP, especialista em economia do turismo, diz que a marca Porto tem hoje “uma no-toriedade enorme” e que o seu sucesso depende de uma promoção que não seja parcelar, mas sim inte-grada e conjunta.

Futebol Clube do Porto, vinho do Porto, uma universidade líder e um aeroporto premiado promovem a marca dentro e fora de portas

Rui Moreira, presidente da Asso-ciação Comercial do Porto, defen-de a uniformização da designa-ção da marca na palavra Porto, em vez da prevalência da palavra “Oporto” a nível internacional. Além dos símbolos que habitu-almente se associam à marca, considera “crucial” a aposta na arquitectura: não apenas a con-temporânea, mas valorizar por exemplo “a intervenção dos in-gleses e alemães no desenho dos jardins do Porto” e a “pérola que é o centro histórico”. O responsá-vel, agora também presidente da Porto Vivo, reforça a necessidade de olhar para o património clas-sificado.

Uma marcaque vale

muitos milhões

Designação “Oporto”

não ajuda

Não se conhecem estudos sobre a va-lia económica da marca Porto, mas os dados relativos aos ganhos de alguns dos seus elementos dizem-nos que a soma não é nada modesta. O turis-mo do Norte facturou 219 milhões de euros em 2010. Só em venda de jogadores nas últimas cinco épocas, o FC Porto facturou perto de 200 mi-lhões de euros. As exportações da Re-gião valeram mais de 13 mil milhões de euros, com as indústrias do couro, têxteis, vestuário e automóveis na li-nha da frente. A indústria das bebidas gerou mais de 496 milhões de euros no mesmo ano. Com as actividades de investigação científica e de desen-volvimento arrecadou-se mais de 870 mil euros, segundo o INE.

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O EMBAIXADOR PORTUGUÊSVinho do Porto

Falar de Portugal é falar de vi-nho do Porto. O embaixador por-tuguês é conhecido em todo o mundo e as caves, em Vila Nova de Gaia, continuam a atrair turis-tas das mais variadas nacionali-dades. E são muitos os que sobem o rio Douro para conhecer a pri-meira região vinícola demarcada e reconhecida do mundo. Além dis-so, convém lembrar que em 2001 a UNESCO elevou o Alto Douro Vi-nhateiro a Património da Huma-nidade.

Hoje, o grande desafio do vi-nho do Porto é conseguir atrair novos consumidores e mercados. Soluções? Para o primeiro caso, pedem-se “inovações” do género Portonic, isto é, vinho do Porto misturado com água tónica para ser bebido em bares e discotecas. No segundo caso, fala-se como nunca na China.

Outra novidade a registar no sector é que os produtores de vi-nho do Porto estão a investir tam-

bém no enoturismo (turismo do vinho) como forma de atrair mais visitantes para o Douro e para o centro histórico de Vila Nova de Gaia, onde as grandes casas de vi-nho do Porto estão ora a construir unidades hoteleiras, ora a investir na renovação das caves.

Para além das próprias marcas, a promoção do vinho do Porto é feita pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), que quer ser transformado em Entidade Públi-ca Empresarial (EPE). “É inadmis-sível que um organismo que é total e exclusivamente financiado pelo sector de vinho do Porto e Douro esteja sujeito às regras e aos con-dicionamentos que marcam hoje o sector público do Estado”, dizia há tempos Isabel Marrana, directora-geral da Associação de Empresas de Vinho do Porto (AEVP).

É que o IVDP está obrigado à ca-tivação de 20 por cento do seu or-çamento para cumprir as regras de equilíbrio orçamental. Segun-

do a AEVP, isso representa 1,5 milhões de euros e é uma verba que os responsáveis da associa-ção gostariam de ver aplicada num plano de promoção para “manter os consumidores actuais e captar as gerações futuras”.

Falta dizer que uma garrafa de vinho do Porto surpreende sem-pre pela riqueza e intensidade de

aroma, sabor e cores. Daí a exis-tência de um conjunto de desig-nações que possibilitam a identi-ficação dos diferentes tipos de Vi-nho do Porto (ruby, tawny, branco, rosé). Nas categorias especiais, a jóia da coroa é o Porto Vintage porque é atractivo em pratica-mente todas as fases da sua vida em garrafa.

É um dos nomes portugueses mais conhecidos em todo o mundoe o melhor anfitrião de Portugal para os que nos visitam

Por: ISABEL CRISTINA COSTA

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O vinho do Porto está de regresso às perdas. Depois de em 2010 ter crescido em valor e em quantidade pela primeira vez em dez anos, eis que nos primeiros cinco meses deste ano regis-ta uma quebra de 9,2 por cento em valor e de 9,3 por cento em quantidade face a igual período do ano passado.

Ou seja, de Janeiro a Maio, o vinho do Porto atingiu vendas de 110 milhões de euros. O volu-me comercializado ficou-se pelos 2,9 milhões de caixas de nove litros.

Os resultados são preocupantes, uma vez que a retracção faz-se sentir nos principais merca-dos, como é o caso da França, da Holanda, da Bélgica, de Portugal, do Reino Unido e dos Es-tados Unidos.

E nem as categorias especiais escapam, pois caem tanto em valor (menos 10,6 por cento) como em quantidade (-14,3 por cento). No total,

as categorias especiais atingiram vendas de 35 milhões de euros.

No seu principal mercado, a França, a quebra nas vendas é de 11,3 por cento em valor e de 10,6 por cento em quantidade. Para se perceber a im-portância do mercado francês basta dizer que nos primeiros cinco meses deste ano as vendas atin-giram os 30 milhões de euros. A Holanda, que é o segundo mercado em valor, consumiu em igual período 15 milhões de euros de vinho do Porto.

No caso do mercado nacional - Portugal ocupa a quarta posição do ranking dos principais com-pradores mundiais de vinho do Porto -, há a re-gistar um decréscimo de 18,4 por cento em valor e de 21,3 por cento em quantidade.

Mas nem tudo são más notícias. Há mercados onde o vinho do Porto continua a marcar pontos e isso está a acontecer em Espanha, no Brasil e na Alemanha.

No país vizinho, o crescimento em valor é de 10,9 por cento e em quantidade de 10,8 por cen-to comparativamente a período homólogo de 2010. De referir que o mercado espanhol está no oitavo lugar em termos de principais clien-tes de vinho do Porto.

Relat ivamente ao merc ado brasi leiro, que entrou recentemente para o “top 10” do vi-nho do Porto, a subida em valor é de 33,5 por cento e em quantidade de 32,2 por cento. Ape-sar de as vendas, de Janeiro a Maio, serem de apenas dois milhões de euros, o Brasil é tido pelo sector como um mercado prioritário e onde se investido em variadas acções de pro-moção. Já no mercado alemão, o aumento em valor é de 7,2 por cento e em quantidade de nove por cento.

A Alemanha figura no sétimo lugar do ranking dos principais clientes de vinho do Porto.

VENDAS SENTEM A CRISEQuantidade e Valor

Nos primeiros cinco meses do ano, o vinho do Porto perdeu terrenonos seus principais mercados

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Por: SÉRGIO PIRES

O MUNDO AZUL E BRANCOFutebol Clube do Porto

Se no início dos anos 80 o FC Porto era visto por muitos como um mero clube regional, a subida à presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, em 1982, veio transformar por completo a realidade azul e branca e dar dimensão internacional ao FC Porto, como um dos principais embaixadores do desporto português.

A conquista da Taça dos Campeões Europeus (subsequentemente da Supertaça Europeia e da Taça Intercontinental) em 1987 transpuseram os dragões para o patamar de grande de pleno direi-to do futebol português, com os constantes títulos internos a ajudarem ao domínio portista na década de 90 (onde o FC Porto foi o primeiro clube a conse-guir cinco títulos de campeão nacional seguidos) e no século XXI.

Se o FC Porto já era um clube de referência até à viragem de milénio, maior ficou desde então. Sob o comando de Pinto da Costa, os dragões lançaram-se na construção do Estádio do Dragão, com capaci-dade para 50 mil espectadores (que acolheu o jogo inaugural do Euro’2004) e desportivamente foram simplesmente arrebatadores, tanto a nível interno (algo que já vem sendo habitual), como no plano internacional: as conquistas da Liga dos Campe-ões (2003/04), da Taça UEFA (2002/03) e da Taça Intercontinental (2004) deram ainda mais dimen-

são ao clube fundado em 1893 com o nome da cida-de, tal como êxitos mais recentes na última época de 2010/11, como a conquista da Liga Europa, que colocaram o clube nesta época no terceiro lugar do ranking mundial de clubes elaborado pelo Institu-to de História e Estatística do Futebol, atrás apenas dos colossos espanhóis Barcelona e Real Madrid.

1,9 milhões de dragõesOs êxitos desportivos (em particular os 69 títu-

los no futebol) estão intimamente ligados com a expansão de um clube que é símbolo da região no País e do País no estrangeiro. Se o domínio a nível nacional é incontestável, fora de portas os dragões impuseram-se como um dos grandes do futebol europeu.

Em todo o caso, o jornalista especializado em economia Camilo Lourenço pensa que os 52 títulos no futebol sob o consulado de Pinto da Costa nos últimos 29 anos deveriam ter maior tradução em termos de adeptos. “Depois de se ter afirmado no plano desportivo, o FC Porto teria a ganhar na sua expansão se não tivesse um discurso e uma práti-ca tão marcadamente regionalista, mas essa estra-tégia continuará a ser seguida, como se comprova pela aquisição do Porto Canal”, sublinha o jornalis-ta, para quem Pinto da Costa deve alterar o discur-

so e as mentalidades dos adeptos para capitalizar por todo o País a marca FC Porto e preparar o clube para rivalizar com o Benfica como maior clube na-cional em termos de massa adepta dentro de”10 ou 15 anos”, caso continue nesta senda de vitórias.

Certo é que o enorme crescimento da marca FC Porto nos últimos anos tem sido uma realidade. Além da aquisição do Porto Canal e da criação de um museu do clube (que captará milhares de visi-tantes estrangeiros ao ano), que deverá ser inaugu-rado em 2012, o grupo económico do FC Porto tem hoje em dia empresas como a Porto Estádio, a Porto Comercial ou a Porto Seguros.

Certo é que os dragões têm aumentado a sua base de apoio em grande medida nos últimos anos: Actu-almente o clube conta com cerca de 115 mil sócios e um estudo da empresa alemã Sports+Markt, pu-blicado em 2009, estimou o número de simpatizan-tes portistas em Portugal em 1,3 milhões (menos que os 2,2 milhões do Benfica, mas mais que os 1,1 milhões do Sporting). O mesmo estudo feito junto de 9.600 adeptos de futebol, entre os 15 e 69 anos, em 16 países revela que, em termos mundiais, o FC Porto é o 44.º clube com mais adeptos no mundo (e o segundo português), com 1,9 milhões de simpati-zantes, naquela que é uma prova cabal da grandeza que uma máquina de sucesso soube gerar.

Em cerca de 30 anos, o FC Porto deixou de ser um clube regional para transformar-se no grande embaixador do futebol português fora de portas

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OUTRAS PERSPECTIVAS SOBRE A MARCA

A marca FC Porto é também reconhecida no mercado de transferências como um selo de qualidade. A tal ponto que nos últimos cinco anos a SAD realizou um encaixe financeiro pró-ximo dos 200 milhões de euros com transac-ções de passes de jogadores. No cimo da lista estão jogadores como Anderson (31,5 milhões) ou Pepe (30 milhões), sendo que o FC Porto recentemente recebeu o valor recorde de 15 milhões de euros pela transferência de um trei-nador, André Villas-Boas. Também em termos de gastos o FC Porto é recordista em Portugal. Hulk, por exemplo, foi o jogador mais caro con-tratado por um clube português, ao custar na totalidade 19 milhões de euros (sendo que tem uma cláusula de rescisão de 100 milhões). Já o orçamento da equipa de futebol para esta épo-ca de 2011/12 é de 90 milhões de euros, o mais alto de sempre de um clube nacional.

Um dos aspectos mais importantes no que toca à expansão da marca passa pelo impacto nacional e internacional que ela tem. O FC Por-to tem perto de centena e meia de filiais e dele-gações de norte a sul do país e nos quatro can-tos do mundo, até em locais inusitados como Muyuka, nos Camarões ou Tânger, em Marro-cos. Além das várias delegações portistas nas ex-colónias africanas, no território de Goa (Ín-dia) e em países de grandes núcleos de emigra-ção portuguesa, como França, Suíça, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Venezuela, Brasil ou África do Sul, há filiais do FC Porto com registos competitivos interessantes. É esse o caso do FC Porto de Macau, que tem um equipamento e um símbolo decalcados dos portistas e que na época anterior se sagraram vice-campeões da primeira divisão de futebol do território sob administração chinesa.

A grandeza do FC Porto em termos desportivos não se esgota nos 69 títulos oficiais conquista-dos no futebol (sete deles internacionais, mais do dobro dos dois rivais de Lisboa). Os dragões também têm dado cartas noutras modalidades, tendo-se sagrado no último ano campeões na-cionais seniores em hóquei em patins (conquis-tando o 10.º título consecutivo), andebol (3.º título consecutivo) e basquetebol. Porém, além das modalidades colectivas que habitualmente se disputam no Dragão Caixa (pavilhão de 2000 lugares inaugurado em 2007), os dragões tam-bém têm conquistas recentes na natação e no bilhar. A formação é outra das grandes mais-va-lias do FC Porto, que só no projecto Dragon For-ce (escolinhas de futebol) tem inscritos mais de 800 crianças na sua escola-mãe, tendo aberto outras cinco em Portugal recentemente e pre-parando o lançamento de outras fora do País.

FC PORTOAs fortunas do futebol A diáspora portista Eclectismo e juventude

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PORTO É ÂNCORA NO TURISMOCidade é um dos mais importantes destinos da Península

Agentes e responsáveis do sector afirmam que tem vindo a recuperar terreno face ao Algarve

Quando se trata de promover o Norte no exte-rior, nomeadamente na área do turismo, o Porto surge à cabeça enquanto marca indubitável, in-dependentemente do concelho a que se refere o projecto, de acordo com os vários agentes ligados ao turismo contactados pelo GRANDE PORTO. “A marca Porto é, sem dúvida, uma marca âncora vendável, especificamente, sob o ponto de vista turístico. A importante e privilegiada localização geográfica (nas margens do rio Douro e banhada pelo Oceano Atlântico), aliada à diversidade cul-tural da cidade do Porto contribuem decisiva-mente para o elevado número de turistas que ele-gem esta Região como local privilegiado de férias, funcionando como a principal alavanca turística de toda a Região do Norte de Portugal”, considera o presidente da Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Melchior Moreira.

O responsável diz mesmo que o Porto tem vin-do a constituir-se “de facto, como uma das prin-cipais cidades da Península Ibérica”, conquista que parece beneficiar também da “localização estratégica, do aeroporto Francisco Sá Carnei-ro e do novo porto de Leixões”. Também a As-sociação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT), defende o valor da marca Porto no sector do Turismo. “É uma marca mui-to vendável. Existem dois valores associados ao Porto que por si só fazem dele uma marca vendá-vel. Um é o vinho do Porto e o outro é o FC Porto. O clube é de facto o nosso grande embaixador e tenho pena que não esteja a ser aproveitado pelo sector do turismo como uma canal preferencial”, refere o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto Barros. Nesse sentido, o líder da associação diz mesmo que é esse o caminho e que já tem mes-mo algumas ideias para apresentar ao clube azul e branco. “É um clube conhecido mundialmente. É uma marca. Temos que nos associar a eles para que todos consigamos ganhar alguma coisa com isso”, sugere.

A Associação Portuguesa de Agências de Via-gens e Turismo salienta também o enorme “po-tencial” da Região e destaca os seus pontos mais fortes. “A cidade, a paisagem e a cultura presen-tes na região duriense e até, de uma forma mais alargada, todo o Norte de Portugal, são activos importantíssimos no domínio da oferta turística. A hotelaria tem vindo a registar um desenvolvi-mento positivo em termos de quantidade e quali-dade, a par de outras infra-estruturas a nível das acessibilidades e dos equipamentos que permi-tem satisfazer diversos segmentos de procura. City-Breaks, circuitos, turismo natureza, turis-mo cultural (incluindo naturalmente o vinho e a gastronomia), congressos e incentivos são alguns

exemplos”, revela o presidente da APAVT, João Passos.

Há mesmo quem ache que o Porto e Norte de Portugal estão a recuperar algum terre-no face à maior apetência de destinos como o Algarve e as ilhas. “O Porto é uma marca muito vendável, não fôssemos nós até ter-mos o Vinho do Porto e o Douro que é uma região que tem muita força. Face ao traba-lho de alguns anos agora estamos a recu-perar perante destinos como o Algarve e a Madeira”, diz, por seu lado, Maria José Silva, da direcção da APAVT, mais ligada ao turis-mo no Porto através da Representação de Agências de Viagens e Formação em Turis-mo e da agência Turinvicta.

Melhorar a promoção da Região no exteriorApesar das vozes vastamente positivas

em torno do desenvolvimento do turismo na Região, há também quem ache que é pos-sível fazer ainda melhor. “Não obstante, existe, claramente, um potencial de desen-volvimento em termos de promoção que permitirá consolidar o Porto e Norte de Portugal nas posições cimeiras a nível eu-ropeu. Neste sentido, destacamos a futura Loja Interactiva do aeroporto Sá Carneiro e o Welcome Center da Cidade do Porto que constituem dois projectos âncora que a bre-ve prazo serão uma realidade na Região”, sublinha Melchior Moreira num ponto em que é acompanhado também pela APAVT, estrutura que “defende a necessidade de racionalizar recursos, o que passa por uma concentração dos esforços num número mais reduzido de marcas. “A nível interna-cional entendemos não fazer sentido a pro-liferação existente de marcas turísticas, que não têm capacidade, por si só, de impor -see, por outro lado, criam uma imagem re-talhada do País e das suas regiões que con-funde, mais do que esclarece, os mercados. Nesta perspectiva, entendemos que a apos-ta de uma marca como o Porto, centralidade de uma região mais alargada, seria mais efi-caz”, alerta a APAVT.

Maria José Silva considera que é mesmo essencial dinamizar a cooperação “entre os vários players” e melhorar a dinâmica para agir em conjunto mesmo a nível nacio-nal. “Temos de aproveitar agora um grande equipamento que temos que é o porto de Leixões e investir em grande medida no seu potencial”, sugere a dirigente.

Por: PEDRO SALES DIAS

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A VENCER DESDE 2006Aeroporto Sá Carneiro é um dos melhores do mundo

15 de Outubro de 2005: é parcialmente inaugurado o novo terminal, após cinco anos de obras. É uma data que marca a história do “Sá Carneiro”. Estava dado o primeiro passo para o sucesso que tornou aquele que é hoje o mais importante aeroporto do Noroeste Peninsular, outrora precário e obsoleto e com más li-gações, num dos melhores da Europa e do Mundo, co-leccionando prémios quase à mesma velocidade com que tem aumentado o número de passageiros.

Em 2006, ano em que fica totalmente operacio-nal, o novo terminal, que aumenta a capacidade do aeroporto para acolher cerca de seis milhões de pas-sageiros por ano, é distinguido como a melhor obra portuguesa em aço. No mesmo ano, o aeroporto é premiado com o título de terceiro melhor da Europa e também do mundo na sua classe de cinco milhões de passageiros, no ranking promovido pela Associa-ção Internacional de Aeroportos (ACI), que mede a qualidade dos serviços prestados em 90 aeroportos de todo o mundo, com base em inquéritos à satisfação dos passageiros. No ano seguinte, sobe ao mais alto lugar do pódio, coroado como o melhor do Velho Con-tinente e como o terceiro do mundo na sua categoria. Em 2008, é o primeiro classificado no ranking dos aeroportos do Noroeste Peninsular, à frente de Vigo, Santiago e Corunha, transportando mais passageiros do que os três em conjunto. Chega 2009 e chega mais um prémio, com mais um terceiro lugar no ranking europeu. Novo ano, nova vitória: a ACI considera-o o segundo melhor da Europa e o quinto mundial na sua categoria de tráfego. O “Sá Carneiro” tomou, definiti-vamente, o gosto aos prémios.

Mas 2010 foi ainda mais histórico. O aeroporto, que nos primeiros anos de vida adoptou o mesmo nome da freguesia maiata onde nasceu (Pedras Rubras),

despede-se do ano com mais um recorde e o melhor resultado de uma história de 66 anos: por ele passa-ram 5. 280. 812 milhões de passageiros.

Uma ascensão meteórica também patrocinada pelo sucesso na atracção de rotas low cost, espe-cialmente trazidas pela companhia irlandesa “Rya-nair” (que só no ano passado transportou cerca de 30 por cento do total de passageiros), e que teve uma repercussão assinalável no turismo da região, num momento em que a crise económica atinge a re-

gião de forma particularmente mais aguda do que a generalidade do País.

O “Sá Carneiro” está, portanto, vez mais próximo de esgotar a sua capacidade, tendo a ANA já anun-ciado uma série de investimentos que vão permitir, segundo a empresa, aumentar em mais de 50 por cento a resposta à procura prevista para o final de 2012, mas que de acordo, com alguns especialistas são insuficientes para aquilo o que espera no aero-porto no futuro.

Construído nos finais do século XIX, o maior porto artificial português representa 25 por cento do comércio externo por via marítima, e por lá passam cerca de três mil navios por ano. Em Março registou o maior volume de sempre de mercadoria movimentada: mais de 1,6 mi-lhões de toneladas passaram por Leixões, con-tribuindo para que encerrasse o primeiro tri-mestre com um crescimento de 12 por cento. Um mês depois, o porto viu ser inaugurado o novo terminal de cruzeiros que contempla um cais com capacidade para a acostagem de na-vios até 300 metros de comprimento e um cais fluvio-marítimo para a acostagem de embar-cações que permitam proporcionar itinerários turísticos no Rio Douro a partir de Leixões.A obra corresponde apenas à primeira fase de um investimento que até 2013 dotará o Porto de uma nova estação de passageiros e de um edifício que irá albergar o espaço dedicado à produção e divulgação científica através do Pólo do Mar do Parque de Ciência e Tecnologia da UP.

Porto de Leixões

Por: JOÃO QUEIROZ

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ENTRE A ELITE EUROPEIAUniversidade do Porto

O estatuto de capital portuguesa do conheci-mento que Coimbra manteve durante séculos mudou, definitivamente, de casa. A viagem de-morou cerca de duas décadas. Foi o tempo de que a Universidade do Porto (UP) precisou para abrir-se à cidade, ao País e ao mundo, actuali-zar-se, modernizar-se e começar a globalizar-se. Hoje, altura em que comemora o seu cente-nário, a UP - que na cidade do Porto tem como vizinhas algumas instituições privadas de refe-rência como a Universidade Católica, a Fernando Pessoa, a Portucalense ou a Lusíada - é a maior e mais prestigiada universidade portuguesa, está no restrito lote das melhores da Europa e ambi-ciona colocar-se, na próxima dezena de anos, en-tre as 100 melhores do mundo.

Os números não mentem e os rankings inter-nacionais publicados em 2010 também não des-

Ambição é figurar entre as 100 melhores do mundo na próxima década

Por: JOÃO QUEIROZ

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mentem o crescimento que a aca-demia portuense tem conhecido nos últimos anos. No “Performance Ranking of Scientific Papers for World Universities”, tido como um dos mais prestigiados “barómetros” de produção científica no Ensino Superior, a UP prossegue a escala-da verificada desde 2007, reforçan-do a sua presença entre as 350 me-lhores universidades do mundo e 150 europeias. O ranking elaborado pelo “Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan” avalia o desempenho (produtivida-de, o impacto e a excelência da pes-quisa) das universidades ao longo dos últimos 11 anos, atribui-lhe o estatuto de maior produtor de Ciên-cia nacional ao conseguir a melhor prestação das universidades portu-guesas: 328ª posição mundial e 141ª a nível europeu.

No “QS World University Ranking” – que avalia vários parâmetros de qualidade de ensino, nomeadamen-te a qualidade da pesquisa univer-sitária, da empregabilidade dos li-cenciados e o compromisso com a

internacionalização – a UP evoluiu da posição 501-600, em 2009, para a posição 451-500, na edição 2010. Já no “Academic Ranking of World Universities”, criado pela Univer-sidade de Jiaotong, de Xangai, na China, baseando-se em resultados de investigação, na qualidade da educação (e na qualidade da ins-tituição”, a UP figura entre o lugar 401 e o 500, tal como a Universida-de de Lisboa.

Não é por acaso, portanto, que a UP é actualmente considera-da a maior instituição de ensino e investigação científica de Por-tugal. Não é por acaso que 76 que por cento dos docentes e investi-gadores são doutorados, que to-dos os anos mais de dois mil estu-dantes estrangeiros a escolhem a para completar a sua formação su-perior, nem é por acaso que é res-ponsável por mais de 20 por cento do artigos científicos portugueses indexados anualmente na ISI Web of Sciense. A UP já não cabe só no Porto, nem no País, a marca UP já é internacional.

A UP tornou-se uma marca também a nível internacional pela investigação científica que produz. Não é de estranhar, por isso, que os seus laboratórios subscrevam mais de um quinto dos artigos científicos por-tugueses ou que mais de metade das suas 69 unidades de investigação tivessem sido classificadas com “Excelente” ou “Muito Bom” nas mais recentes avaliações inde-pendentes internacionais.Entre as unidades eleitas encontram-se o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPA-TIMUP), o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto) e o Centro Interdisciplinar de Investi-gação Marinha e Ambiental (CIIMAR).Não são, por isso, raras as vezes que os seus projectos são premiados, os seus investi-gadores distinguidos e muitos deles são despertam a cobiça dos grandes laborató-rios da Europa e do Mundo. Ainda recente-mente, por exemplo, a UP foi considerada a número um na investigação sobre o cancro do estômago, graças a um estudo realiza-do pelo IPATIMUP, liderado pelo reputado cientista portuense Sobrinho Simões, ten-do superado instituições tão conceituadas como Harvard, Oxford ou Cambridge…

14Faculdades, um “busi-ness school” (a Escola de Gestão do Porto) e 69 unidades de inves-tigação integram o campus da UP

30 milEstudantes (6.500 dos quais em pós-gradu-ações) frequentam os 273 cursos de licen-ciatura, mestrado in-tegrado, mestrado e doutoramento

1913Estudantes estrangei-ros (7% do total) estu-dam na UP, benefi-ciando dos protocolos de cooperação que a UP mantém com mais de 500 universidades estrangeiras

Investigaçãocomo missão

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Por: ANA CARIDADE

“PESSOAS PROCURAM O GENUÍNO”Indústrias Criativas

Foi preciso e Presidente da República falar do cluster das Indústrias Criativas existente no Porto para o País ficar a saber que por cá existem ideias.

Para percebermos de que forma é que as in-dústrias criativas podem ajudar a consolidar a marca Porto fomos falar com Carlos Martins, presidente da Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Caritivas desde Março deste ano. Segundo o responsável, “a economia suporta-da nas indústrias criativas tem como matéria-prima o conhecimento simbólico, a capacidade de produzir novas percepções” e o Porto, en-quanto cidade e região, “tem um enorme capi-tal simbólico” que, na óptica de Carlos Martins “está subaproveitado ao nível da economia”. “Falamos do cinema, da fotografia, do design, mas também de recursos mais maduros, como a arquitectura ou a música”.

Como realça, “as coisas não se vendem por elas próprias” e, para além de articulação, é preciso “haver comunicação” entre as diferen-tes áreas que fazem parte do universo das in-dústrias criativas.

A marca Porto não se limita, porém, às fron-teiras do concelho. Trata-se de uma região que vai de Viana do Castelo até Aveiro, um univer-so de três milhões de pessoas que partilham uma identidade colectiva. “O Porto está sempre

presente como matéria aglutinadora desse arco identitário”, realça Carlos Martins. E acrescen-ta: “À escala internacional, é a única marca da região que tem força”. Nesse sentido, avançou, a ADDICT vai deixar de usar a expressão Norte e passar a utilizar a marca Porto. “O Porto não substitui os outros territórios, mas é importan-te que ao nível internacional se articulem numa comunicação integrada que, pensamos nós, de-vria incluir também a Galiza”.

Para Carlos Martins, a pergunta já não é “será que o Porto vende lá fora?”, mas sim “como va-mos vender o Porto lá fora?”. “A exportação de bens e serviços triplicou nos últimos anos. Te-mos que estar no mercado global”, assegura.

Para isso a ADDICT conta com as caracte-rísticas ímpares da cidade e da Região. “O Por-to possui uma marca identitária como poucas cidades em Portugal e no mundo apresentam. Hoje, como há 500 anos, o Porto mantem-nas e isso é o nosso petróleo”. Numa altura em que assistimos a um mundo cada vez mais globali-zado, “as cidades são cada vez mais iguais” e o Porto “resistiu a essa padronização”. “As pesso-as procuram o que é único e genuíno”, garan-te, enquanto desfia uma lista de características que tornam a cidade apelativa. “Temos uma paisagem urbana única e de um enormíssimo valor. Ninguém lhe é indiferente e é muito for-

te do ponto de vista simbólico. Depois temos um espaço de produção de conhecimento, em grande parte suportado pela Universidade do Por-to, que nos envolve numa atmosfera de emergência criativa”.

E depois há a força das gentes, no seu conjunto, que “nunca se vergou ao centra l ismo e manteve sempre o seu carácter li-beral”. “Mesmo em contexto de crise, as pesso-as não desis-tem e essa d i men são de energia emergente está mui-to presente no Porto. Há uma energia única empre-endedora e re-sistente”.

Marca identitária do Porto é a única da Região reconhecida a nível internacional

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Mercado Fim das golden share é positivo

O fim dos direitos espe-ciais do Estado em empre-sas como a EDP, a PT e a Galp Energia “é um grande contributo para a credibi-lização e dinamização do mercado de capitais por-tuguês”.

Para o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, “o Estado tem de jogar as regras do jogo, deve assu-mir o papel de regulador e de accionista na estrita proporção das acções que tem”, disse ainda durante um almoço-debate promo-vido anteontem pela Fun-dação AEP - Associação Empresarial de Portugal.

“Não são só as empresas em causa que podem ter benefício, mas o mercado de capitais como um todo e o Estado também nas empresas que queira vir a privatizar”, continuou.

Além disso, “é mais fá-cil captar estrangeiros se o Estado não mandar nas empresas para além da proporção da posição ac-

cionista que queira reter”, sustentou o presidente da CMVM perante cerca de meia centena de empresá-rios sentados à mesa.

AS AGÊNCIAS DE RATING

“Foi a regulação e a legislação da União Europeia que deu às agên-cias de rating a importân-cia que elas têm”, argu-mentou Carlos Tavares. Segundo o ex-ministro da economia de Durão Bar-roso, foi o sistema “endo-geneizou a sua importân-cia”. Ou seja, “a importân-cia das agências de rating deveria ser reduzida” e as contas públicas “devem ser as mais transparentes de todas”.

Sobre o tema do almo-ço-debate, “Financiamen-to das Empresas”, susten-tou que “é preciso criar condições para que haja entidades independentes que concorram no finan-ciamento das empresas e na captação da poupan-ça”. I.C.C.

ISABEL CRISTINA [email protected]

A Sogrape também vai ter um hotel no centro his-tórico de Gaia. Fernando Guedes, administrador da Sogrape e neto do funda-dor da empresa de Avin-tes (Vila Nova de Gaia), re-velou ao GRANDE POR-TO que o investimento no enoturismo “está em fase de projecto, ainda não deu entrada na Câmara Mu-nicipal de Gaia”, e é tido como “um complemento” ao negócio de vinhos.

Sem querer adiantar muito mais, Fernando Guedes disse apenas que “o enoturismo é uma rea-lidade” que a Sogrape não pode ignorar, lembrando que “as três caves do gru-po (Ferreira, Sandeman e Offley) recebem 250 mil visitantes por ano”.

Com um volume de ne-gócios de 190 milhões de euros em 2010 e o vinho do Porto a pesar 35 por cen-to, a Sogrape considerou o ano transacto “muito bom em termos globais”.

Quanto a 2011, Fernando Guedes adianta que o pri-meiro semestre é de crise no mercado nacional. Para compensar este decrésci-mo nas vendas em Portu-gal, a Sogrape “reforçará

a actividade exportado-ra”. O mercado português pesa cerca de 25 por cento nas contas do grupo.

A Sogrape, que expor-ta para mais de uma cen-tena de países, abriu em 2010 um escritório comer-cial em Xangai porque “a China é um mercado de futuro e de investimento” para a Sogrape.

A distribuição própria estende-se, ainda, aos Es-tados Unidos, Angola, Rei-no Unido e Hong Kong.

Em termos de produção própria, além de Portugal, a Sogrape está na Argen-tina (empresa Finca Flich-man), no Chile (Los Bol-

bos) e na Nova Zelândia (Framingham).

INTERNACIONALIZAÇÃO É PRIORIDADE

Fernando Guedes subli-nha que hoje, o desafio da terceira geração à frente da Sogrape é a internacio-nalização.

Mas não tem sido fácil afirmar os vinhos portu-gueses lá fora. “É preciso, acima de tudo, bastante visão, ter uma estratégia de médio e longo prazo”, adianta, para acrescentar de seguida: “Somos um país pequeno, temos que nos virar para fora. A gran-de dificuldades que senti-

mos é que Portugal é mui-to pequeno lá fora. Além de qualidade, é preciso ter dimensão”, dizia na confe-rência “Portugal com Nor-te”, organizada pela TSF.

O grupo Sogrape co-mercializa 82 milhões de garrafas por ano. Entre as marcas mais conheci-das estão a Mateus Rosé, Planalto, Gazela e Grão Vasco. No vinho do Porto tem a Sandeman, Offley e Ferreira.

As exportações repre-sentam 75 por cento do negócio, sendo natural que daqui a uns anos te-nham uma expressão ain-da maior.

Sogrape com hotel para Gaia em fase de projectoEnoturismo ∑ Será complemento ao negócio de vinhos

Fernando Guedes diz que o desafio da terceira geração na Sogrape é a internacionalização

MADEIRATecniwood com pólo em Paços de FerreiraO grupo Tecniwood vai expandir a sua ac-tividade a Paços de Ferreira, tida como a “Capital do Móvel”, onde contará com um novo pólo de distribuição. O objectivo é estar próximo do maior centro de negó-cios de mobiliário do País, bem como da Galiza. Com este novo espaço, que se de-dicará exclusivamente à distribuição de folha de madeira, a Tecniwood prevê atin-gir um volume de negócios de 1,3 milhões de euros. Com instalações em Braga, Lei-ria e Lisboa, emprega 80 pessoas e tem uma carteira com mais de 6.000 clientes. Em 2010, a empresa apurou vendas de 28,4 milhões de euros.

INOVAÇÃOUE apoia biotecnologia da PóvoaÉ português um dos 42 projectos que irão ser financiados pela União Europeia (UE) no âmbito do Programa Competitividade e Inovação de 2010. O projecto da Ambisys, empresa de biotecnologia ambiental lo-calizada na Póvoa de Varzim, consistiu na construção de um reactor para tratamen-to de águas residuais com elevado teor de gordura. Já estão abertas as candidaturas para os financiamentos de 2011, que se irão situar nos 38 milhões de euros. O pra-zo de apresentação de propostas termina a 8 de Setembro de 2011 ( http://ec.europa.eu/environment/eco-innovation/getting-funds/call-for-proposals/).

VESTUÁRIOSonae leva a Zippy até ao EgiptoA Sonae reforçou a sua presença inter-nacional com a entrada da Zippy (moda infantil) no Egipto. A primeira loja Zippy no Cairo “enquadra-se na estratégia de crescimento acelerado”, adianta a em-presa em comunicado. Para a Sonae SR, “a chegada da Zippy ao Egipto é um passo importante no projecto de expansão da Sonae no Médio Oriente, que prevê a aber-tura de um número considerável de lojas Zippy até 2014 em vários países da região (onde opera com o nome Ziddy)”. A en-trada da Sonae SR no Egipto foi realizada em regime de franchising através de uma parceria com o Fawaz Alhokair Group.

VINHOPoças distinguida na São Francisco A Poças foi “Melhor Produtor de Portugal” na edição deste ano da The San Francisco International Wine Competition, na Cali-fórnia (EUA), onde viu dois dos seus vinhos premiados com o “double gold”, o mais alto galardão da competição. O Poças Vin-tage 2003 e o Poças Colheita 1976 foram os eleitos, sendo que o último foi ainda considerado o “Melhor Vinho Fortificado” da prova. A 31ª edição do The San Fran-cisco International Wine Competition, tida como a maior competição internacional de vinhos dos Estados Unidos, teve a concur-so 4.184 vinhos provenientes de mais se 1.200 produtores de 29 países.

Carlos Tavares aplaude “democracia accionista”

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IVO PEREIRA

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ISABEL CRISTINA [email protected]

O percurso profissional de António Pires de Lima, que está na presidência da Unicer há cinco anos, “tem sido feito abraçando a cau-sa da indústria nacional”. Mas, para o “político não executivo” (como se auto-intitulou, visto ser militan-te do CDS-PP), falar do que é nacional é bom - tema do jantar-debate promovido na passada terça-feira pela APGEI - Associação Por-tuguesa de Gestão e Enge-nharia Industrial, na Fun-dação Dr. António Cuper-tino de Miranda -, implica, acima de tudo ter produtos de qualidade.

Pires de Lima disse mes-mo que “é perigoso” ape-lar ao consumo portu-guês pelo factor patrióti-co. O presidente da Unicer defende que a escolha dos consumidores tem que ba-sear-se no mérito dos pro-

dutos, sem proteccionis-mos. E explicou que para a Unicer “o teste ácido à sua actividade é a liberdade do consumidor em escolher o produto na prateleira”.

António Pires de Lima aproveitou, também, para apelar ao Governo quanto tocou no tema proteccio-

nismo. É que a reciproci-dade exige-se, apontando dois países em concreto: Brasil e Angola.

“Não é aceitável que os produtos brasileiros sur-jam facilmente nas prate-leiras dos supermercados e os produtos portugue-ses não consigam entrar

no mercado brasileiro”, atirou.

No caso de Angola, Pires de Lima apontou a falta de reciprocidade quando se trata de acolher projectos portugueses. O gestor está a tentar abrir uma fábrica de cerveja em Angola des-de que chegou à Unicer.

REDUZIR TSU NA ORDEM DOS 10%

“A redução da Taxa So-cial Única (TSU) vai impli-car um rombo orçamental com impacto reduzido”, é a opinião de Pires de Lima, que defende uma redução “não inferior a dez por cen-to” para que haja, no seu en-tender, impacto na compe-titividade das empresas.É que só assim haverá um impacto mais directo nas exportações e custará 700 milhões de euros.

Mas gostaria de ver a me-dida “bem estudada para não pôr em causa a saúde dos contribuintes portu-gueses”.

Quanto ao facto de a agência de rating Moody’s ter atirado Portugal para o nível “lixo”, Pires de Lima, ironizou: “As agências de rating insistem em down-gradizar ao mesmo ritmo que os nossos governos au-mentam os nossos queri-dos impostos”.

“O que é nacional é bom” mas só se tiver mérito próprioDebate ∑ António Pires de Lima, presidente da Unicer, diz que factor patriótico pode ser perigoso

Apoio Paços de Ferreira vê aprovado novo pólo empresarial É a maior candidatu-

ra individual alguma vez aprovada para o concelho de Paços de Ferreira. Tra-ta-se do Pólo 5 da “Cidade Empresarial de Paços de Ferreira”, que corresponde a um investimento total de 7,8 milhões de euros, sen-do o co-financiamento de 6,3 milhões de euros .

O contrato entre o “ON.2 - O Novo Norte” (Programa Operacional Regional do Norte) e a

Câmara Municipal de Pa-ços de Ferreira foi assina-

do ontem na “Capital do Móvel”.

Para a autarquia, o Pólo 5 complementa a oferta, no arco metropolitano do Porto de solo industrial qualificado para empresas de média e grande dimen-são, assim como de “start-ups” tecnológicas.

O projecto engloba uma área total de 210 mil me-tros quadrados, distri-buídos pelas freguesias de Ferreira, Carvalhosa e Freamunde. De referir que 171 mil metros quadra-

dos dizem respeito a área de acolhimento empre-sarial nova, zona virgem. Os restantes 35 mil metros quadrados correspondem a uma área industrial já existente em Freamunde, que será reestruturada e qualificada com este pro-jecto.

O Pólo 5 faz parte de uma rede de oito áreas de acolhimento, que consta de um plano de acção defi-nido pela CCDR-N. I.C.C.

ELECTROMECÂNICAPinto & Cruz aumenta vendas para 60 milhõesA Pinto & Cruz facturou cerca de 60 milhões de euros em 2010, regis-tando um crescimento de cerca de 19 por cen-to face ao ano anterior. O resultado líquido foi de um milhão de euros. A empresa conta com com 432 colaboradores e instalações no Porto, Benavente, Póvoa de Sta. Iria, Ponta Delga-da, Bragança, Coimbra e Lagoa.

COOPERAÇÃOLacticoop assina comUniversidade de AveiroA Lacticoop assinou um protocolo de colabora-ção com a Universida-de de Aveiro para obter ganhos de competitivi-dade. Em causa está a criação de duas plata-formas integradas que permitam, por um lado, a definição e controlo de rotas e a optimização de consumos e, por outro lado, a melhoria da qua-lidade do leite e seus de-rivados.

RectificaçãoNa sequência da pu-blicação da notícia intitulada “Promover jogos de futebol é negó-cio para mãe empreen-dedora”, publicada na edição do dia 1 de Ju-lho de 2011, o GRANDE PORTO vem rectificar que na Quinta do Fojo (Gaia) não se realizará o Torneio Ibérico de Fute-bol, mas sim o Footgolf Tournament, um even-to desportivo organiza-do em parceria entre a Events2Win e a Quinta do Fojo. O Torneio Ibéri-co de Futebol ainda não tem local de realização.

Pires de Lima gostaria que o Governo se empenhasse na reciprocidade com Angola e Brasil

O contrato foi assinado ontem em Paços de Ferreira

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DESPORTO8 Julho 2011

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Endividamento dos clubes cresceu 500 milhões de euros numa décadaFutebol ∑ Liga apresentou ontem estudo da Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto e faz alerta vermelho aos clubes para encontrarem alternativas à banca para se financiarem

SÉRGIO [email protected]

O alerta foi lançado on-tem por Fernando Gomes, presidente da Liga de Clu-bes, que ontem na apresen-tação de um estudo levado a cabo pela Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto, em as-sociação com a consulto-ra financeira Deloitte, su-blinhou a necessidade de o futebol profissional recor-rer a alternativas ao crédi-to bancário sob o risco de entrar em colapso.

“O actual sistema funcio-na enquanto existe capaci-dade dos clubes e confor-to dos bancos. Quando um desses lados treme, o edi-fício perde alicerces e ten-derá a abrir fissuras que o podem levar ao chão”, su-blinhou Fernando Gomes, que advertiu sobre a insus-tentabilidade do actual mo-delo de endividamento e sobre as alternativas, como a possibilidade de as SAD fazerem empréstimos obri-gacionistas (como aconte-ceu recentemente com o FC Porto) ou criarem par-cerias com fundos de jo-gadores, para resolverem o défice nas contas, que é substancial para os clubes dos grandes campeonatos

europeus pela falta de re-ceitas televisivas.

Segundo o estudo da Universidade Católica, as dívidas dos clubes profis-sionais portugueses au-mentaram 500 milhões de euros numa década, ape-sar de os activos também terem crescido de forma substancial.

A construção de patri-

mónio (estádios, centros de estágio, etc...) e dos plan-téis permitiu duplicar os activos dos grandes clubes portugueses desde 2004 de 418 milhões de euros para 880 milhões de euros, o que ocorreu sobretudo com o recurso ao crédito bancário.

Em todo o caso, e de acordo com os dados do

mesmo estudo, actualmen-te o futebol português vale 320 milhões de euros, o que equivale a cerca de 0,2 por cento do PIB do País, o que mesmo assim representa uma proporção superior ao dos cinco grandes campeo-natos europeus (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França), cujos proventos televisivos têm um peso

substancialmente maior na estrutura de receitas.

Feito o diagnóstico, a Liga pretende agora discutir um plano de acção integrado para o futebol profissional, que começará a ser debati-do no I Congresso Interna-cional do Futebol Profissio-nal, cuja realização Fernan-do Gomes prometeu para este ano de 2011.

Fernando Gomes, presidente da Liga, prometeu um congresso para reflectir sobre os problemas futebol até ao final deste ano

IVO PEREIRA

NÚMEROS

500 MILHÕESA dívida dos clubes portugueses aumentou em dez anos para 500 milhões de euros, o que decorreu de um extrordinário recurso ao crédito bancário para saciar as necessidades financeiras.

880 MILHÕESTotal em valores de activos dos clubes, que duplicou face a 2004, quando os activos das SAD eram apenas de 418 milhões de euros. Os valores dos plantéis e estádios contribuíram para o aumento.

55 MILHÕESMesmo considerando as transferências de jogadores este foi o prejuízo (em milhões de euros) das SAD dos clubes portugueses na época de 2009/10.

320 MILHÕESÉ o valor atribuído à Primeira Liga de futebol, o equivalente a 0,2 por cento do PIB, num comparativo superior ao dos cinco maiores campeonatos europeus.

ESTÁGIODragões na AlemanhaO FC Porto chegou on-tem a Marienfeld (Ale-manha), onde vai rea-lizar um estágio de dez dias e três jogos parti-culares, o primeiro dos quais já no próximo do-mingo (18h portuguesas) frente ao Gutersloh.Pinto da Costa, não via-jará até à Alemanha, sendo o director-geral, Antero Henrique, a lide-ra a comitiva.

MERCADOFalcao prestes a renovarO ponta-de-lança Rada-mel Falcao, que está a disputar a Copa América ao serviço da Colômbia, está na fase final das ne-gociações para renovar contrato com o FC Porto e subir a cláusula de res-cisão de 30 milhões para 45 milhões de euros. O próprio jogador revelou ontem que está “muito bem” no FC Porto.

A nova imagemdos dragõesAzul e branca, naturalmente, mas com novo design. É esta a nova camisola do FC Porto, apresentada na passada ter-ça-feira, no hotel Yeatman. O equipamento de treino adopta o cinzento e o alternativo é mais escuro do que em épocas ante-riores, com a cor azul marinho a dominar os calções e a camiso-la, que tem motivos roxos.

JOSÉ COELHO/LUSA

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Desporto 8 Julho 2011

AUTOMOBILISMOTiago Monteiro subiu ao pódio na etapa do WTCC do Circuito da BoavistaO piloto portuense Tiago Monteiro conseguiu finalmen-te um bom resultado na sua terceira visita ao Circuito da Boavista, no Porto, ao conseguir um terceiro e um quarto lugar nas duas corridas da etapa portuense do Mundial de Turismo (WTCC), que decorreram no passado domingo no traçado citadino da Cidade do Porto. Os bons resulta-dos do português, nas provas vencidas pelos Chevrolet de Alan Menu e Robert Huff, respectivamente, fizeram Tiago Monteiro regressar ao quarto lugar da classificação geral do Mundial de Turismo, completada que está a sexta das doze etapas do mundial da FIA, que em 2013 promete vol-tar a animar as ruas do Porto.

CICLISMOTrofa vai ser ponto de partida da primeira etapa da Volta a PortugalA cidade da Trofa vai acolher pela primeira vez a parti-da da 73.ª Volta a Portugal, que estará na estrada de 4 a 15 de Agosto. No dia 5 de Agosto o pelotão da Volta a Por-tugal vai fazer-se à estrada a partir da Nova Estação de caminhos-de-ferro trofense. A autarquia da Trofa assinou um protocolo com a organização da Volta para incluir uma partida, uma chegada e uma passagem de etapas da Vol-ta pelo concelho, num prazo máximo de três anos. Este acordo requer um investimento de 15 mil euros por parte da Câmara da Trofa, já que os restantes 85 mil euros são financiados pelos fundos comunitários para o projecto de requalificação dos parques municipais.

Boxe Guerreiro do Norte faz último combate num centro comercialSÉRGIO [email protected]

“O Guerreiro do Norte” vai pendurar as luvas em grande estilo. Aos 32 anos, após duas décadas ligadas ao boxe e mais de 190 com-bates, 27 deles como pro-fissional, Nuno Cruz vai despedir-se do seu público com um evento inédito em Portugal: um combate de boxe num centro comer-cial, mais propriamente no Porto Gran Plaza.

O pugilista vai tornar-se promotor de eventos de boxe e de novos talentos. Ganhou o gosto por esta ac-tividade quando promoveu uma gala de boxe na Ribei-ra, que juntou cerca de cin-co mil entusiastas da mo-dalidade e amanhã, pelas 18h30, não espera afluência menor no centro comercial da Baixa da cidade: “O rin-gue já está montado e há muita curiosidade das pes-soas em verem boxe num ambiente destes. Além dis-so, a entrada é gratuita e es-tou ciente de que vai estar uma assistência próxima das cinco mil pessoas. Vão muitos amigos meus, a mi-nha família e outros co-nhecidos, já que sou uma pessoa querida na Ribeira”, sublinha Nuno Cruz, que vai defrontar Carlos Faria, um jovem profissional, que

está a promover: “O Carlos tem muito futuro, mas será a altura dele provar contra mim o que vale...”

Nuno destacou-se na sua carreira como peso médio ligeiro (categoria de -66,5 quilos), em que se sagrou várias vezes campeão na-cional e até campeão do mundo de profissionais pela confederação WBA. Além deste palmarés, tem outras honras na carreira, como o facto de ter sido o único pugilista português a participar numa gala (em Paris) promovida pelo nor-te-americano Don King, agente de Mike Tyson e outros pesos-pesados da modalidade, ou a partici-par na gala Super Six, uma das principais competições do boxe europeu, disputa-da em Helsínquia.

Porém, o maior orgulho de Nuno é ser conhecido por todos como o “Guer-reiro do Norte”, alcunha que lhe está gravada até nos calções e que deve a um momento de inspira-ção de um comentador de um canal desportivo: “Num dos meus combates um comentador da Sport-Tv disse: ‘Vejam as ima-gens deste bravo ‘Guerrei-ro do Norte’. Daí em diante, eu adoptei o nome e toda a gente começou a chamar-me assim.”

Nuno Cruz vai fazer amanhã o último combate da carreira

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Cultura8 Julho 2011

ANA RITA SILVA

A Câmara Municipal de Matosinhos, em colabora-ção com a Cooperativa da Árvore, vai apresentar o IV Simpósio de Pintura/Escultura Matosinhos 2011, intitulado “O Mar: Uma po-esia dos Seres Marinhos”. Patente até 12 de Julho, na Galeria Municipal, vão po-der ser vistos os trabalhos dos artistas Alberto Péssi-mo, Isaque Pinheiro, José Emidio e Rui Anhaory. O tema escolhido para este ano foi o mar, lembrando as ligações de Matosinhos a este universo, o que já aconteceu em edições an-teriores desta iniciativa.

O simpósio apresen-ta, em 2011, a fusão entre a pintura e escultura, uma novidade, já que em anos anteriores os trabalhos re-sumiam-se à pintura. Em comunicado, a organiza-ção revela que esta fusão tem o objectivo de “fazer interagir” estas duas lin-guagens, e obter, assim, “um conjunto de peças

tridimensionais, em que as duas expressões se con-jugarão, bem como as pró-prias personalidades artís-ticas dos autores”. A ideia da organização é que os ar-tistas, tendo como inspira-ção estruturas marinhas, consigam obter trabalhos que se envolvam numa “poética relacionada com

o mar e a sua riqueza for-mal e poética”.

MOSTRAR O PROCESSO CRIATIVO

Fernando Rocha, verea-dor da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, diz ao GRANDE PORTO que a ideia do simpósio é “mostrar às pessoas como

é o processo criativo dos artistas plásticos”. Na Ga-leria Municipal, as pesso-as vão poder ver os quatro artistas, que têm nome no mercado, criarem as suas obras. Algumas destas criações vão ter que ser fei-tas no exterior da galeria, devido à utilização de ma-teriais pesados. Desta for-

ma, mostrando o proces-so de desenvolvimento das obras, pretende-se, segun-do o vereador da Cultura, “aproximar as pessoas do processo criativo”.

O primeiro desafio que se impõe aos artistas, de acordo com Fernando Ro-

cha, é a reutilização de ma-teriais do Centro de Reco-lha de Resíduos da Câmara Municipal de Matosinhos, que estes escolheram para desenvolver as suas obras. Através daquilo que nor-malmente as pessoas con-sideram “lixo”, como por exemplo, restos de cadei-ra, de estruturas de ferro, máquinas de lavar, os artis-

tas vão desenvolver as suas obras. O vereador da autar-quia de Matosinhos refe-re, que apesar de saber que a ideia não é original, uma vez que já se fizeram ini-ciativas com a utilização de material reciclado, podem sair deste simpósio obras muito interessantes, e “al-gumas peças que vão pro-duzir efeitos muito bons”.

REAPROVEITAR O LIXO

A ideia é passar, também, uma mensagem ambiental aos utentes da galeria. Mos-trar-lhes que “aquilo que à primeira vista parece lixo pode ser reaproveitado para outras funções”. Fer-nando Rocha conta que vai poder ver-se, por exemplo, a transformação da cabe-ceira de uma cama num peixe.

As obras resultantes des-te simpósio vão, posterior-mente, estar expostas em espaços públicos pela cida-de de Matosinhos, para que todos os matosinhenses as possam ver.

Simpósio de pintura e esculturaem Matosinhos com materiais reutilizadosExposição ∑ O evento estará patente até ao próximo dia 12 na Galeria Municipal

Entre Margens é um evento “âncora” do Douro“Entre Margens” é um

projecto que tem por base diversas exposições de foto-grafia em espaços públicos no Porto, Lamego, Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real e Mirandela. A inauguração teve lugar na Praça dos Leões e nos Alia-dos, no Porto, sobre o tema “Um Douro no Feminino”, com fotografias de Inês d’Orey, Luísa Ferreira, Céu Guarda e Pauliana Valente Pimentel.

Esta iniciativa vai con-tar com 60 exposições fei-tas em espaços públicos, ao ar livre, nestas cidades, durante três anos. As fotó-grafas vão ainda apresen-tar os seus trabalhos em

exposições individuais, sendo que a primeira será Céu da Guarda, em Santa Marta de Penaguião, hoje (sexta-feira). Para além da obra das quatro fotógrafas vão poder ver-se, também, trabalhos de dois fotógra-fos emergentes, Marcos Oliveira e Vera Carmo. As memórias da terra onde se encontra cada exposição também vão ser avivadas através de imagens de ar-quivo, de forma a valorizar o seu conteúdo histórico.

Para Nuno Ricou Sal-gado, da organização do evento, o “Entre Margens” tem uma “lógica territo-rial” e tem como função “redescobrir e trabalhar

novas linhas de novas di-nâmicas culturais no Alto Douro Vinhateiro”. A ideia é conseguir através da cria-ção de novos conteúdos culturais levar as pessoas que vivem nestas zonas, mas também as de fora, a redescobrir as suas terras. Nuno Salgado diz que não são agentes turísticos, no entanto, refere que o objec-tivo é “colaborar no sentido de atrair visitantes”.

NOVOS PÓLOSA organização quer que

o “Entre Margens” seja um evento “âncora” na Re-gião Demarcada do Douro e que se criem “novos pó-los de produção cultural

no quadro da dinamização das Indústrias Criativas na Região”. Este projecto as-senta no envolvimento da comunidade local, num ponto de vista externo e na recolha de memória exis-tente sobre a região. Para isso vão desenvolver-se trabalhos com as escolas e universidades, realizar-se workshops, residências artísticas, apresentações de filmes e exposições de fotografia histórica, entre outras actividades.

Nuno Ricou Salgado re-velou que pretende que os espaços públicos ao ar livre sejam locais de fruição cul-tural, que devem ser visita-dos, até porque têm outros

pontos complementares e que vão “fomentar a pró-pria circulação da região”. O “Entre Margens” vai dar

uma “leitura mais contem-porânea, assim como criar valor na Região”, conclui.ANA RITA SILVA

Fernando Rocha, vereador da Cultura da Câmara de Matosinhos

Uma das imagens da fotojornalista Céu Guarda

O simpósio apresenta este ano a fusão entre pintura e escultura

IVO PEREIRA

ANTÓNIO RILO

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Cultura 8 Julho 2011

ANTÓNIO RILO

Já são conhecidos os três finalistas da segunda edi-ção do Prémio Internacio-nal Fundação Casa da Mú-sica/Suggia: Michael Pe-trov, da Guildhall Scholl of Musica & Drama, do Reino Unido; Jacob Shaw, da Aca-demia Real de Música Di-namarquesa, da Dinamar-ca, e Ildikó Szabó, da Aca-demia de Música Ferenc Liszt, da Hungria.

Nesta segunda edição do

Prémio Internacional Fun-dação Casa da Música/Sug-gia participaram oito jovens violoncelistas oriundos de prestigiados conservatórios e escolas superiores de Por-tugal, França, Lituânia, Bél-gica, Alemanha, Reino Uni-do, Dinamarca e Hungria. Durante os últimos dois dias, em sessões abertas ao público, os músicos apre-sentaram-se em recital a solo. Nestas provas, fo-

ram escolhidos os três vio-loncelistas que vão disputar a final num concerto com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, no qual interpretam uma obra à sua escolha. Antecedendo o anúncio do vencedor, é es-treada a nova obra da Jovem Compositora em residência 2011, Ângela Ponte.

O júri deste concurso é constituído pelos violonce-listas Madalena de Sá e Cos-ta – Presidente honorária do Prémio Internacional Fun-dação Casa da Música/Sug-gia –, Paulo Gaio Lima, Da-vid Geringas – antigo aluno de Mstislav Rostropovich e vencedor da International Tchaikovsky Competition –, e pelo pianista Pedro Bur-mester.

Ildikó Szabó, de 18 anos, foi admitida aos 11 anos da Classe de Talentos Excep-cionais da Academia Franz Liszt, em Budapeste. Um ano depois, deu o seu pri-meiro recital no prestigian-

te Palácio das Artes de Bu-dapeste e tem tocado em cidades de toda a Europa, nomeadamente no Mozar-teum de Salzburgo, La Fe-nice de Veneza, Conserva-tório de Lausanne e Auer Concert Hall de Blooming-ton.

Em 2008, com 14 anos, editou o seu primeiro CD para a editora Hungaraton Classic: Dances of the Elves, uma colectânea de peças virtuosas para violoncelo.

VIOLONCELISTA PROMISSOR

Com 23 anos, o britânico Jacob Shaw tem-se afirma-do como um dos violonce-listas mais promissores da sua geração. Apresentou-se em alguns dos festivais de música mais importan-tes da Europa e as suas in-

terpretações são transmi-tidas frequentemente por emissoras internacionais. Nesta temporada, fez a sua estreia escandinava com a Sinfónica de Aarhus, gra-vada pela Rádio Dinamar-quesa. Estreou-se na Ásia, em 2009, com um concerto no Japão, e brevemente fará digressões à China e Co-reia do Sul. Durante os seus estudos em Londres, Paris e Augsburg, foi premiado em importantes concursos europeus. Ganhou recen-temente o prémio da Fon-dation d’Enterprise Ban-que Populaire em Paris, que apoia o seu desenvol-vimento profissional.

Michael Petrov, de 21 anos, estuda na Guildhall School of Music and Dra-ma. Natural da Bulgária, co-meçou a estudar violoncelo

aos seis anos, tendo-se es-treado, no ano seguinte, em concerto com a Orquestra de Câmara Orpheus. De-pois de vários sucessos em concursos e concertos na Bulgária e Alemanha, foi- lhe cedido um violoncelo da Fundação Rostropovi-ch, em 2002.

Em 2005, foi-lhe atribuí-da uma bolsa para estudar na Escola Yehudi Menuhin com Thomas Carroll. Nes-se período, tocou o Concer-to em Ré maior de Haydn com os London Mozart Players no Menuhin Hall e participou em masterclas-ses de Mstislav Rostropo-vich. Em 2009 e 2010 rece-beu o Guilhermina Suggia Gift, atribuído pelo Musi-cians Benevolent Fund, e em 2010 ganhou ainda o Prémio Muriel Taylor.

Seleccionados os finalistas do Prémio SuggiaCasa da Música ∑ Participaram oito jovens violoncelistas

A Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música vai acompanhar o concerto final

Danyel Guerra e “O Céu sobre Berlin”A 13 de Agosto assina-

lam-se 50 anos do início da construção do Muro de Berlim. A aproximação da data levou o jornalista Danyel Guerra a re-divul-gar a sua obra “O Céu so-bre Berlin”.

Em 2009, quando foi lan-çado, decorriam 20 anos da queda da estrutura e 23 desde que partira em re-portagem para Berlim, com o objectivo de cobrir um congresso mundial de sindicatos. A viagem ficou marcada por uma série de peripécias. Foi o único jor-nalista a aterrar em Berlim Ocidental, quando devia ter ido para o outro lado

do muro, mas conseguiu atravessar o check-point a pé e fazer o seu trabalho. “Transformei tudo isso numa narrativa que mis-tura ficção e realidade, um croniconto”, explica. Criou um alter-ego que se deita numa noite, em Setembro de 1986, e acorda em No-vembro de 1989, assistindo à queda do muro e trans-formando o acontecimen-to na sua “grande reporta-gem”.

A obra compila vários textos. Em “Pedra Lasca-da”, reflecte sobre “outros muros de separação” que perduram ou foram entre-tanto criados, como o que

foi erguido na Cisjordânia pelo regime israelita.

Pululam pela obra cita-ções de artistas musicais, de Roger Waters aos The Who e U2. E de filósofos e de ícones da arquitectura,

como Antoni Gaudí, que abre o texto “Homenagem a Catalunya”. O autor rela-ta viagens que fez a Bilbao, Barcelona e Oviedo.

Eleva-se também contra “a arrogância histórica” es-panhola face aos feitos dos navegadores lusos, recor-rendo a exemplos como a descoberta do Brasil (Vicente Pinzón “chegou antes, mas foi Pedro Álva-res Cabral quem colocou o padrão”). E lembra que foi Fernão de Magalhães o pri-meiro a “assumir o desa-fio de ir à Índia navegando para Ocidente”, planean-do a viagem e seguindo por mar desconhecido. P.J.B.

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as nossassugestões

vinil

DESTAQUES ROTEIRO8 Julho 2011

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LIVROUma questão de atraçãoDavid Nicholls

Brian Jackson, estudante universitário, chegou à facul-dade com um desejo mais forte do que o da aquisição de conhecimentos: ser uma estrela do concurso mais famoso da TV. Mas o seu avanço no Desafio Universi-tário é de certo modo travado pela sua atracção crescen-te pela sedutora Alice Har-binson, que luta para deixar a sua marca como actriz. E, à medida que os obstácu-los impedem a sua relação, Brian fica cada vez mais con-vencido de que só um suces-so esmagador no concurso o fará conquistá-la.

DISCOChicoChico Buarque

Após cinco anos de espera, Chico Buarque lança novo CD de inéditos. O disco, que traz dez faixas, leva o nome do próprio, Chico, e tem par-ticipações especiais de João Bosco em “Sinhá”, de Thais Gulin em “Se eu soubesse” e Wilson das Neves em “Sou eu”, parceria de Chico e Ivan Lins e sucesso já consagra-do na voz de Diogo Noguei-ra. Dessa vez, Chico home-nageia os Blues e a Bossa, sem esquecer o Samba. Mais um trabalho funda-mental de um nome maior da música brasileira.

DVDBlue ValentineDerek Cinafrance

Blue Valentine é a histó-ria da descoberta do amor e do amor que se perde, em momentos do passado e do presente. Este retra-to tocante e honesto conta com Ryan Gosling e Michel-le Williams, nos papéis de Dean e Cindy, um casal que passa uma noite longe da filha, na tentativa de sal-var o seu casamento. Jus-tapostos com cenas lúdicas que traçam o seu namoro romântico de seis anos, Gos-lin e Williams viajam através do desgosto brutal de pro-messas quebradas e de um amor que acabou.

Pedro Abrunhosa esta-rá em Amarante na noi-te de 9 de Julho, para um concerto que terá lugar no Largo de S. Gonçalo, com início marcado para as 22 horas. Nos últimos anos, Abrunhosa editou livros, realizou ciclos de conferências, trabalhou com músicos de vários géneros e geografias. Por exemplo, Viagens” contou com a participa-ção de Maceo Parker, sa-xofonista de James Bro-wn. Para o álbum “Tem-po”, Pedro trabalhou em Minneapolis, Memphis e Nova Iorque com toda a banda de Prince, os New Power Generation, e Tom Tucker, o seu engenhei-ro principal, com os quais fez uma digressão. Apre-sentou-se em espectácu-lo com Caetano Veloso e tocou com outros músi-cos brasileiros como Le-nine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, Syang, Rio Soul. “Luz”, editado em Junho de 2007, voltou a ter a participação dos The Hornheads, a sec-ção de sopros de Prince, depois de terem já parti-

cipado nos discos “Tem-po” e “Palco”. Em Julho de 2007, Nelly Furtado incluiu “Tudo O Que Eu Te Dou” na sua playlist, destacando-a como uma das suas canções prefe-ridas de sempre. Pedro Abrunhosa cantou em dueto com a luso-cana-diana.

Agora, aguarda-se a edição de um álbum, “Brasil Canta Pedro Abrunhosa”, em que as canções do músico do Porto vão aparecer nas vozes de alguns dos mais destacados intérpretes

do além-Atlântico. Para além de tudo isto, Pedro Abrunhosa possui desde há alguns anos um mag-nífico estúdio de grava-ção, o Boom Studios, em Vila Nova de Gaia, e um selo discográfico com o mesmo nome, pelo qual foi lançado o álbum de es-treia dos Varuna.

MÚSICA É IDEOLOGIAPedro Abrunhosa con-

sidera que a música não é neutra. É uma ideologia de fraternidade: não se é músico sem o sentido de pertencer a uma família e

sem se estar comprome-tido com o mundo. Para ele, a música é uma via-gem que não se faz sozi-nho, apesar de o ter leva-do aos limites da origina-lidade e a lugares que lhe são exclusivos. Mas, com estes princípios e com es-tes valores, torna-se mais fácil perceber que é um daqueles criadores para quem o “Longe” não é uma distância – é sempre uma meta, uma missão, um objectivo. Não esta-rá só, certamente. Basta para isso que continue-mos a ouvi-lo.

Pedro Abrunhosa leva “Longe” a AmaranteConcerto ∑ Digressão promove o último álbum do cantor

Canções como chave de Vida

Em meados dos anos setenta, Stevie Wonder vivia em estado de graça. Depois de uma década debitando êxitos na Motown, o músico iniciara com ‘Where I’m Coming From’, em 1971, uma nova fase da carreira, produzindo os seus próprios discos, insuflando-os, tal como Marvin Gaye, com aspectos e comentários sobre a realidade social norte-americana e impressões sobre o lado pessoal da sua vida. Trabalhos como ‘Mu-sic Of My Mind’, ‘Talking Book’ ou ‘Innervisions’, muito elogia-dos, elevaram-no à condição de superestrela. A sofisticação das composições e dos arranjos, alia-dos a uma voz ‘soulful’ e elástica e o génio para fundir estilos e gé-neros, articulando-os numa visão musical própria, assente num po-sitivismo contagiante, trouxe-lhe a admiração do público, da crítica e dos pares.

No pico da sua popularidade, Stevie lançou em 1976 ‘Songs In The Key Of Life’, um LP duplo que de imediato se transformou num clássico. O brilhantismo e a exuberância do disco excedia tudo o que se poderia esperar, mesmo vindo de um talento úni-co como Wonder. Para além de soberbas canções sobre o amor e os relacionamentos (Joy Insi-de My Tears, Summer Soft, Or-dinary Pain, Isn’t She Lovely), o álbum compaginava ainda preo-cupações de ordem social (Black Man, Pastime Paradise, Village Ghetto Land) e reflexões espi-rituais e humanitárias (Have A Talk With God, Saturn, Love’s In Need Of Love Today). Ou-vido como um todo, ‘Songs In The Key Of Life’ impressiona ainda hoje pela audácia, pelo ar-rojo do projecto e pela magnitu-de da visão artística de Stevie. Essencial.

PAULO FERNANDES SILVA

[email protected]

Pedro Abrunhosa é dos músicos portugueses que mais discos vendeu

Teatro CCVF apresenta Macbeth, de Shakespeare“Macbeth”, de William

Shakespeare, é a mais re-cente produção do Teatro Oficina que está em cena até domingo, no jardim do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

Depois do sucesso de “Sonho de Uma Noite de Verão” (em Julho do ano passado), o Teatro Ofici-na volta a invadir o jar-dim do CCVF, desta vez para apresentar “Macbe-th”, também do mestre William Shakespeare. Com encenação de Mar-cos Barbosa, “Macbeth” marca o arranque do Te-

atro Estúdio, estrutura te-atral criada no âmbito da Capital Europeia da Cul-tura Guimarães 2012, em colaboração com o Tea-tro Oficina.

Nunca em teatro o trânsito do mal pelo mun-do foi encenado de forma mais concisa e carrega-da como em “Macbeth” de William Shakespeare, o seu drama ao mesmo tempo mais curto e poe-ticamente mais denso. A versão apresentada pelo Teatro Oficina concen-tra ainda mais o drama shakespeariano da am-

bição e do homicídio, fe-chando o círculo dos vi-vos e dos seres fantásti-cos para caber na roda do trabalho de apenas 12 ac-tores.

MEMÓRIASPara adensar o ritu-

al, a lenda ancestral que Shakespeare procurou para ilustrar a fome de po-der dos dois sexos apare-ce também mais chegada à nossa lenda, completada com orações e práticas da memória da nossa cultu-ra que ecoam com as que o autor de língua inglesa

foi buscar às raízes do seu folclore, e da sua tradição mágica e religiosa.

A peça conta com a interpretação de Alheli Guerrero, Ana Sofia Gou-veia, André Júlio Teixeira, Ângela Marques, Antó-nio Jorge, Diana Sá, Emí-lio Gomes, Ivo Bastos, Manuel Tur, Sara Costa, Sara Pinto Pereira e Tiago Correia. Nesta produção, participam também os actores que frequenta-ram a Turma de Criação Teatral promovida pelo Teatro Oficina ao longo do último ano.

ANTÓNIO RILO

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8 Julho 2011

DIÁRIO DO GOSTO

ACADEMIA DO GOSTO

O Belo Solar de PouveAli em Famalicão, pouco depois de virar para a Pêga, ergue-se no gave-to de uma curva apertada em dire-cção a S. Miguel de Seide, um por-tão altivo e fidalgo que nos recebe com uma alameda rasgada para um terreiro ensolarado e prazenteiro. No desfraldar do terreiro ergue-se um pequeno e antigo Solar que é uma das mais bonitas peças do pa-trimónio familiar do Minho.Existe nesta bela Casa de Pouve, propriedade do nosso bom Amigo António Lencastre Cruz, uma tra-dição bonita. A de criar vínculos re-gulares através da mesa. Assim foi com o saudoso e querido João Len-castre, um gastrónomo e gestor ho-teleiro de muitas paragens que deixou ainda mais saudades, assim é com um grupo de amigos que se revezam em surpreender os outros com um prato original. Temos tido o privilégio de mensalmente nos des-locarmos a Pouve, nas primeiras se-gundas-feiras do mês, onde o grupo de convivas se reúne para um bom momento tertuliano e para o des-frute de algumas das melhores iguarias do Norte.O anfitrião oferece a casa. Ou mel-hor, de todas as belíssimas depen-dências da casa o anfitrião escolheu, e bem … a cozinha. Bonita, airosa e de boa alvenaria, com uma lareira generosa e uma elegante mesa de-bruçada sobre a lareira e assente numa ara elevada. Vamos à petisca-da que aqui se faz com o esmero e a

devoção que estão apenas reserva-dos aos Amigos. Relatamos, por economia apenas as duas últimas jornadas. Omitiremos o nome dos “Chefs”, para que as fãs que certa-mente surgiriam em grande núme-ro os não venham a molestar.Primeiro dia - entrada com um Brás, de grande feitura, porque apesar da simplicidade é preciso mão fina pa-ra sair a preceito. A batata no seu ponto certo de fritura a envolver no azeite que refogou com cebola às rodelas e dois dentes de alho corta-dos finos. O bacalhau que não quer muito lume e que apenas se deve deixar lascar. E, finalmente, os ovos mal batidos que cobrem a fritada e se não devem esfarrapar nem deixar passar. Deixado assim húmi-

do e colorido, recebe a bênção da salsa fresca, da pimenta branca moí-da e da azeitona preta. E vem para a mesa em travessa oferecida e sucu-lenta. O prato de substância foi uma belíssima Chanfana, prato que re-quer amanho e trabalho de véspe-ras e, depois lume, muito lume e condimentação certa no concílio entre o vinho, e as ervas de cheiro (um bocadinho de alecrim alegra sempre). Veio a desfazer-se no mol-ho espesso e suculento com a carne vergada, a deixar-se cortar à colher. Grande prato da nossa cozinha re-gional, feito por mãos de Mestre aqui em Pouve.Na Jornada seguinte, uma novida-de – uma feijoada de cogumelos com um estrugido amplo de cebo-

la, com pimento vermelho, courget-te, cenoura (que entra logo) e cogu-melos que imitam na perfeição a textura da tripa, sem um sabor tão sublinhado. Para que o grupo não pareça de orientações mais “leves”, a feijoada foi bem acolitada com umas generosas costeletas de vitela de se deixaram amaciar com o suco do feijão a namorar um arroz bem feito, com base puxada de alho.Nas sobremesas pontifica sempre o anfitrião. Com um queijinho fresco ou de ovelha, uma compota de amêndoa e abóbora caseira e outros mimos que a casa dá para além da enorme simpatia e hospita-lidade. Uma vénia a Pouve, um be-líssimo Solar do Minho que não per-deu a tradição de bem receber.

CONCURSO DE VINHOS VERDESTerminam no próximo dia 10 de Jul-ho as inscrições para a quarta edição do concurso “Vinhos Verdes e Gas-tronomia”, e no qual só poderão par-ticipar restaurantes de Portugal Continental.O objectivo deste concurso é pro-mover o vinho verde em harmoni-zação com a gastronomia regional assim, como incentivar o consumo de vinhos de qualidade reconheci-da.Os restaurantes que estarão a con-curso devem apresentar uma ou duas ementas com entrada, prato principal e sobremesa.

FEIRA ALTERNATIVA CHEGOU AO PORTOA partir de hoje e até dia 10 de Julho o Palácio de Cristal, no Porto, vai re-ceber as propostas mais verdes com mercados de alimentação natural, turismo rural, artesanato, entre outras áreas.Este é o primeiro ano que a Feira Al-ternativa se realiza no Porto, uma vez que é já tradição em Lisboa nos últimos seis anos.Desta forma, os interessados em conhecer mais sobre modos de vida saudáveis e alternativos, poderão fi-car a par das novidades do mercado nas áreas de alimentação natural, ar-tesanato ambiental, turismo rural, medicinas alternativas, desenvolvi-mento pessoal e ecologia e susten-tabilidade.Hoje, Sexta-feira, a Feira Alternativa funciona das 14h às 21h e Sábado e Domingo das 10h às 21h.

FEIRA DA GASTRONOMIADE BRAGATermina no próximo Domingo, dia 10 de Julho, o 3º Festival de Gastro-nomia de Braga que se realiza no Parque da Ponte (junto ao Parque de Exposições). Este ano, o evento tem como principal novidade uma feira de artesanato, de forma a mos-trar o que de melhor se continua a fazer em Portugal.Na área gastronómica, esta acção está dedicada especialmente à co-zinha e produtos regionais portu-gueses, contando com 4 restauran-tes que durante os dias do evento vão apresentar cerca de 20 especia-lidades. Para além dos restaurantes e artesa-nato, a Feira Gastronómica de Braga apresenta ainda uma zona com vá-rios stands dedicados à promoção e venda de produtos tradicionais de todo o país, e muita animação.

Gastronomia e comércio na ExpotrofaAté Domingo, dia 10 de Julho, a Trofa mostra o que de melhor se faz no Concelho, apresentando as suas associações, empresas e gas-tronomia.A realizar já a sua 8ª edição, este ano, a Expotrofa preparou um programa especial com muita ani-mação e aumentou ainda o es-paço, ocupando o Parque Nossa Senhora das Dores e o Dr. Lima Carneiro. Desta forma, a Expotrofa apresenta 200 stands com asso-ciações, empresas, artesãos e tas-quinhas, reunidas num recinto com cerca de sete hectares.Para a organização, os principais

objectivos desta mostra passam pela divulgação e promoção do

tecido económico e empresarial do concelho, assim como dinami-

zar o movimento associativo da região. Durante os dias em que decorre o evento, a Expotrofa con-ta ainda com um programa de animação muito recheado, onde todas as noites sobem ao palco artistas locais, sendo que cada uma das noites é da responsabili-dade de cada uma das oito fre-guesias que compõem o concel-ho da Trofa, promovendo assim, o seu próprio património artístico e cultural. Na animação, destaque para a presença de Tony Carreira que marcou presença com um grande espectáculo na abertura do certame.

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Coordenação e edição de Alfredo Barbosa, docente da Universidade Fernando Pessoa

| VIAGENS NO TEMPO |

| MÉDIA-MÚNDI |

Alfredo BarbosaConsultor

e Doutorando da UFP

Joaquim FernandesHistoriador

e docente da UFP

MÉDIA8 Julho 2011

Vivemos num tempo de manifestações contra o “establishment” económi-co, financeiro, político e mediático, particularmente sentido nas principais cida-des espanholas. E aí os jor-nalistas têm sido vítimas de reacções violentas dos ma-nifestantes, que os acusam de estarem “feitos” com as classes dominantes.

SIMPATIZANTES DA COMUNICAÇÃO

As redes sociais vieram alterar a relação mediática, que deixou de ser dirigida de um para todos e passou a ser canalizada de todos para todos, em qualquer lu-gar e para todo o universo onde chegue, sem interfe-rências, a Internet.

A acção dos jornalis-tas como mediadores tem sido, gradualmente, substi-tuída pela espontaneidade de utilizadores de mensa-gens, por uma espécie de adeptos, simpatizantes, da comunicação, sendo ex-cluídos os técnicos, aque-les que estão (ou deviam estar) habilitados.

Não é necessária quali-ficação especial para gra-var uma imagem e difun-di-la imediatamente atra-vés da Web. Não há filtros.

A intervenção “censo-ra” verifica-se posterior-mente, depois da “coisa” comunicada, e dos efeitos perversos, nefastos, demo-lidores, terríveis que ela possa ter originado.

“UTOPIA POSITIVA DE DEMOCRACIA DIRECTA”

A esta “coisificação” me-diática, os média e os seus técnicos não têm forma de resistir nem de responder, porque cada pessoa pode mediatizar o que pretender (onde a Internet não sofrer qualquer tipo de bloqueio). Podem ser biliões de seres humanos a comunicar...

Os jovens que se ma-nifestam (numa praça de Madrid ou Barcelona, do Cairo ou de Tunes, de Lis-boa ou de Atenas) contra

“o que está estabelecido” podem, ou não, ser prota-gonistas de “uma utopia positiva de democracia directa”, como o interpre-ta Daniel Innerarity (cate-drático de Filosofia e Po-lítica da Universidade de Saragoça). Da esquerda à direita, da esquerda mais radical ao ultra-liberalis-mo direitista, os jovens manifestantes recusam a intervenção mediática organizada e abominam a regulação. Defendem, nesse seu comportamen-to, aparentemente genuíno e libertador, o caos em vez da sociedade estabelecida, que não lhes dá as respos-tas pretendidas, que não lhes proporciona continui-dade para as qualificações académicas conseguidas, que lhes oferece ordena-dos miseráveis, que não lhes garante estabilidade no emprego, que os põe à mercê de especuladores, de gananciosos, de gente sem escrúpulos.

CREDULIDADE, NÃO!

Mas a opinião públi-ca não se pode construir caoticamente, com uma Internet onde reina a con-fusão, em que se confun-de o que é atributo, em que

não se percebe o que é qua-lidade, em que não se aten-de à característica de quem ou do que é crível, em que se mistifica e despreza a confiabilidade. Em que não existe credibilidade. Ensi-na-nos o Latim que “credi-bilitas” significa o que é de acreditar, o que é de con-

fiança. Reflectimos sobre credibilidade e não acerca de credulidade, que nos re-mete para a tendência em acreditar em tudo o que se lê ou que se ouve de ou-trem. Não pretendemos ser ingénuos nem levar a inge-nuidade à casa dos outros, porque, na verdade, o jor-

nalismo não é “credulitas”; não é crença, fé, facilidade em crer. O jornalismo não é tolice; nem desconfiança.

MUITO ESFORÇO PESSOAL

A arte de comunicar mediaticamente impõe credibilidade – e para a ter vai ser, cada vez mais, pre-ciso muito esforço pesso-al de quem comunica, de quem informa, de quem medeia (o jornalista é um mediador), de quem inter-medeia (o jornalista é inter-mediário). Independente-mente das utopias. Que são as que agora vemos, como já foram outras. Mas sem-pre a sociedade humana re-sistiu ao caos. Se assim não fosse, já não existiria

Em boa hora se deu à es-tampa o 2º volume dos “Dispersos” ( 1880-1884 ) de Sampaio Bruno, compêndio de notas vivas, sem paliati-vos, do estado inerme e de-crépito de uma colectividade chamada Portugal, “nação condenada”, nas derradei-ras décadas do século XIX. Do vasto elenco de reflexões do publicista e filósofo res-salta, súbito, um diagnósti-co “dejá vu”, ou seja, réplica da que vivemos hoje: “me-

diocridade da classe políti-ca, clientelismo, degeneres-cência dos partidos, corrup-

ção, acentuado desequilíbrio das contas públicas, eleva-do endividamento, degrada-ção do ensino, gritantes de-sigualdades sociais, pesada tributação, imprensa super-ficial”.

A rebeldia do precoce pensador portuense mani-festa-se nas suas crónicas as-sertivas em defesa do ideário republicano, esgotado que estava, insistia ele, o regime constitucional monárquico. Nas páginas de “A Discus-

são” – Diário Democrático da Manhã, de 7 de Junho de 1884, o texto “Numa hora tris-te” marca um retrato cruel da identidade nacional que pa-rece perpetuar-se, incólume às conjunturas temporais e às terapias ideológicas de cir-cunstância: “o país chegou de desilusão em desilusão a um estado verdadeiramente comativo de sistemática in-diferença, em que o cansaço de tudo e de todos se refugia num desespero tranquilo”. E

inequívoco, sem tergiversar, Sampaio Bruno aditava: “o povo português e uma massa inerte, passiva, sem coesão e sem conhecimento da soli-dariedade que prende o seu destino peculiar ao destino geral da nação”.

Ao tempo, Bruno acusava as classes médias de “cinis-mo e desmoralização, flutu-ando entre o sr. Fontes e o sr. Braamcamp” e vice-versa… Aprenderemos com a His-tória?

O diagnóstico de Sampaio Bruno em 1884

Credibilidade

A arte de comunicar mediaticamen-te impõe credibilidade – e para a ter vai ser, cada vez mais, preciso muito esforço pessoal de quem comunica, de quem informa, de quem medeia (o jornalista é um mediador), de quem intermedeia (o jornalista é intermedi-ário). Independentemente das utopias.

Ao tempo, Bru-no acusava as classes médias de “cinismo e desmoralização, flutuando entre o sr. Fontes e o sr. Braamcamp” e vice-versa… Aprenderemos com a História?

DR

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ROTEIROS 8 Julho 2011

MÚSICA TEATRO

Está aí a edição deste ano do Festival Marés Vivas. Pela Praia do Cabedelo, em Gaia, vão passar, dia 14, Xutos e Pontapés, Manu Chao, Natiruts, Anaquim e Pitt Broken; dia 15, Moby, Skunk Anansie, Expensive Soul, Os Classificados e Mendes e João Só; e dia 16, The Cranberries, Mika, Aurea, Tindersticks, Mia Rose, Os Azeitonas e Marcelinho da Lua com Fernanda Porto.Praia do Cabedelo, Vila Nova de GaiaDias 14 a 1625€ (45€ passe 3 dias comprado até dia 14; 50€ passe 3 dias)

“Um acto de revisitação pedagógica e um gesto de celebração cénica” da commedia dell’arte é o que procura ser “Ritratti di commedia dell’arte”, que o Teatro Nacional São João recebe dia 13. Ali apresentado no âmbito do Festival de Almada, o espectáculo, de Ferruccio Soleri e Luigi Lunari, conta com a interpretação de Ferruccio Soleri e com a colaboração da actriz Io Appolloni.Teatro Nacional São João, PortoDia 13, 21h307,5€-16€

RITRATTI DI COMMEDIA DELL’ARTE

2º PRÉMIO SUGGIAA 2ª edição do Prémio Internacional Casa da Música/Suggia volta a reunir jovens violoncelistas europeus. Os três finalistas actuam na companhia da Orquestra Sinfónica e sob a direcção do violoncelista e maestro Michael Sanderling.Casa da Música, PortoHoje, 21h0010€ (25€ com jantar)

FESTIVAL MARÉS VIVAS

JUNTABERTANo âmbito do projecto cultural “JUNTAberta”, da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, o Coro do Colégio do Rosário sobe ao palco da igreja matriz local. Direcção musical de Pedro Teixeira e com Luísa Ferreira ao piano.Igreja Matriz de Leça da Palmeira, MatosinhosHoje, 21h30Entrada livre

MAIA GARAGE SESSION 2011As Festas do Concelho da Maia levam ao Monumento à Comunidade Maiata a final do concurso de Bandas de Garagem “Maia Garage Session 2011”.Monumento à Comunidade Maiata, MaiaHoje, 21h30Entrada livre

O QUE É ISSO QUE A MÚSICATEM DENTRO?No TTHSC vai responder-se a “O que é isso que a música tem dentro?”. Por alunos, professores e especialistas. Em forma de música.. Teatro Helena Sá e Costa, PortoHoje, 22h003,5€-10€

FESTIVAL DE MÚSICA DE ESPINHOProssegue, em Espinho, o Festival Internacional de Música. Hoje, com a actuação de Renaud Capuçon (violino) e Frank Braley (piano). Amanhã, sobem ao palco David Geringas (violoncelo) e Pedro Burmester (piano). Domingo, o espectáculo, já esgotado, está a cargo de MozART Group, que apresentará um concerto de música e humor, inédito no FIME. Vai juntar em palco Filip Ja lar e Michał Sikorski (violino), Paweł Kowaluk (viola), Bolek Błaszczyk (violoncelo).Auditório de EspinhoHoje, amanhã e domingo, 22h007€

BOSSA A BORDOFábio Meneghesso e Carlos Veiga apresentam hoje, no Hard Club, o espectáculo “Bossa a Bordo”. Em comum têm a paixão pela Bossa Nova.Hard Club, PortoHoje, 22h305€

ORLANDO SANTOS & JAHMMINApresentado como uma das grandes revelações do reggae/soul nacional, Orlando Santos actua, hoje, na Casa da Música. Tornou-se conhecido como vocalista e guitarrista dos Jahmmin. Casa da Música, PortoHoje, 22h30Entrada livre

RECITAIS SILVA MONTEIROO Ciclo de recitais Silva Monteiro leva amanhã ao Museu Romântico do Porto a Orquestra de guitarras do Curso de Música Silva Monteiro. Museu Romântico da Quinta da Macieirinha, PortoAmanhã, 17h00Entrada livre (lotação limitada)

D. GIOVANNIO Coliseu do Porto acolhe, amanhã, “D. Giovanni”, ópera em dois actos com libreto de Lorenzo da Ponte. Direcção artística de António Salgado e direcção musical de António Saiote. Uma encenação de Nuno M. Cardoso e Marcos Barbosa.Coliseu do PortoAmanhã, 21h0010€-40€

FERRO GAITAOs Ferro Gaita actuam, amanhã, na Casa da Música, espaço ao qual prometem levar o melhor do funaná, ritmo cabo-verdiano. A primeira parte do espectáculo está a cargo de Miroca Paris.Casa da Música, PortoAmanhã, 22h0020€

HEAVENWOOD/GODOG/CHAOSIN PARADISEOs Heavenwooh regressam ao palco do Hard Club, desta feita para apresentarem o mais recente trabalho, “Abyss Masterpiece”. Actuam ainda Godog e de Chaos in Paradise.Hard Club, PortoAmanhã, 22h30Entrada livre

DJ RUI PIMENTAA Casa da Música volta a receber um dos membros da equipa de DJ’s 7 Magníficos. O palco vai ser, amanhã, de Rui Pimenta, dono de uma loja de discos de vinil, que vai dedicar a noite ao garage rock, hip-hop old school e new wave.Casa da Música, PortoAmanhã, 22h30Entrada livre

MARCO RODRIGUESNo âmbito do Dia do Concelho 2011, Arcos de Valdevez acolhe, amanhã, um concerto do fadista Marco Rodrigues. Deverá interpretar, entre outros, temas do mais recente trabalho, “Tantas Lisboas”.Casa das Artes de Arcos de ValdevezAmanhã, 22h30Entrada livre

CINEMUERTEOs CineMuerte apresentam amanhã, no Plano B, o trabalho “Wild Grown”. A apresentação deste álbum - o terceiro longa-duração do grupo - antecede a digressão internacional que arranca em Setembro.Plano B, PortoAmanhã, 23h00

CHARLES LLOYD NEW QUARTET Um concerto de Charles Lloyd New Quartet assinala, domingo, o arranque, em Serralves, de mais uma edição de Jazz no Parque, que comemora, este ano, o 20º aniversário.Serralves, PortoDomingo, 18h0010€

SONÓPOLISNa Casa da Música é apresentado Sonópolis, “um espectáculo multicultural que anualmente festeja a cidade”. Resulta do encontro de vários projectos artísticos, formativos e comunitários. Direcção musical de Paul Griffiths e Pete Letanka.Casa da Música, PortoDomingo, 18h00Entrada livre

A ESCOLA VAI À CASAOs concertos do ciclo “A Escola vem à Casa” regressam ao palco da Casa da Música, que acolhe, dia 13, um espectáculo protagonizado pelo Conservatório do Vale do Sousa.Casa da Música, PortoDia 13, 21h30Entrada livre

ATLANTIHDASeis músicos e uma fadista “contam” a história dos Atlantihda. Vão juntar-se, dia 14, na Casa da Música, para mais uma viagem pelo mundo da música nacional e internacional, com destaque para a música tradicional e rural e para o fado.Casa da Música, PortoDia 14, 22h30Entrada livre

OS 39 DEGRAUSO Mimarte - Festival de Teatro de Braga leva, esta noite, ao Theatro Circo, “Os 39 Degraus”. Esta adaptação do clássico de Hitchcock, “Os 39 Degraus” leva ao palco quatro actores que, sozinhos, desempenham mais de 100 personagens.Theatro Circo, BragaHoje, 21h303€

O POÇO“O Poço”, espectáculo que estreia hoje no Cace Cultural do Porto, tem como pano de fundo o suicídio no meio rural. Tem texto de José Carretas e encenação de Pedro Fiuza. Música original de David Tibet /Current 93.Cace Cultural do PortoTer. a dom., 22h00Hoje a dia 31Informações: 926260470

ILHA DO TESOUROO Teatro Art’Imagem repõe o espectáculo “História da Ilha do Tesouro de Stenvenson”, desta vez no espaço Beyner 85 (Rua do Breyner, 85), no Porto. Com texto de Jorge Louraço Figueira e encenação de José Leitão.Espaço Breyner 85, PortoHoje, amanhã e domingo, 21h305€

A PEDRANo Estúdio Zero continua a apresentar “A Pedra”, de Marius von Mayenburg. Uma encenação de Cristina Carvalhal cuja acção decorre depois da queda do Muro de Berlim. Com tradução de Ricardo Braun.Estúdio Zero, PortoHoje e amanhã, 21h45Domingo, 16h00

MCBETH “Macbeth”, de William Shakespeare, é a mais recente produção do Teatro Oficina. Está pelo jardim do CCVF até domingo. O espectáculo é ali levado por uma dúzia de actores.Centro Cultural Vila Flor, GuimarãesHoje, amanhã e domingo, 21h305€-7,5€

O OUTROA partir de “O estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde”, de Robert Louis Stevenson, Ana Luena e Marta Lapa encenaram “O Outro”, que explora premissa de que o Homem transporta em si pulsões antagónicas. Fundação Porto Social, PortoHoje, amanhã e domingo, 22h00

4 PEÇAS CURTASNo Hard Club é apresentado, dia 12, o espectáculo “4 Peças Curtas”. Composto pelas mini-peças “Do dever de deslumbrar”, “Memória de Peixe”, “Relação ao Minuto” e “Nascido e criado”.Hard Club, PortoDia 12, 22h00

ENTRADADE ARTISTAS 8.8“Entrada de Artistas 8.8” é uma peça escrita e interpretada pelos alunos finalistas da Licenciatura em Teatro/Encenação e Interpretação da ESAP.Teatro Nacional São João, PortoDias 14 a 16, 21h303€

o TheatroEsta e us”

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Roteiros8 Julho 2011

TEMPO LIVRECURTAS DANÇA OUTROCINEMA

FESTAS NA MAIA

A Maia está em festa. Até dia 11, acolhe as Festas da Maia que incluem uma série de actividades e iniciativas, entre as quais se destacam a 15ª Feira de Artesanato da Maia e a VI Feira do Livro da Maia. A feira de artesanato inclui, para além da participação de quase duas centenas de artesãos, animação musical. Já a feira do livro oferece livros a preços reduzidos, assim como animação e oficinas para os mais novos.Parque Central da MaiaPraça do Doutor José Vieira de Carvalho, MaiaAté dia 11

FEIRA ALTERNATIVAO Palácio de Cristal acolhe a primeira edição da Feira Alternativa Porto. O certame inclui workshops, aulas, terapias, massagens e muitos espectáculos. Programa: http://terraalternativa.com/2010.Palácio de Cristal, PortoHoje a domingo3€-5€

FESTAS EM SANTO TIRSOUm concerto de Mickael Carreira assinala o início, esta noite, das Festas de Santo Tirso, as Festas de S. Bento. O evento prolonga-se até dia 10 com outros espectáculos.Praça 25 de Abril, Santo TirsoHoje a domingoEntrada livre

FESTIVALDA FRANCESINHAEm Mafamude, Gaia, é possível visitar-se, até domingo, o 1º Festival da Francesinha. Oito stands divulgam diferentes especialidades de francesinha.Jardim Soares dos Reis, Mafamude, Gaia12h00 às 02h00Até dia 10

QUE VERGONHA RAPAZES!Miguel Guilherme regressa às Quintas de Leitura com o “Que vergonha rapazes!”. O espectáculo parte de textos extraídos de “Antologia do Humor Português”, organizada por Nuno Artur Silva e Inês Fonseca Santos. Teatro Campo Alegre, PortoDia 14, 22h00

19º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE VILA DO CONDE CAMINHOS DO INTI

O Grupo de Danças Andinas Intichaski celebra, amanhã, o 10 aniversário com um espectáculo no Europarque, em Santa Maria da Feira. “Pelos caminhos do Inti” dá continuidade ao trabalho de divulgação da cultura e das tradições da América andina que o grupo tem vindo a desenvolver nos últimos 10 anos. O espectáculo de amanhã propõe uma viagem imaginária pelos Andes e a Amazónia, “desde a profundidade dos seus rios e bosques, para conhecer as histórias, mitos e contos populares que se identificam com todos os latino-americanos”.Europarque, Santa Maria da FeiraAmanhã, 21h307€

BALLET SOLIDÁRIOA Escola de Ballet de Leça da Palmeira realiza, amanhã, um espectáculo de dança. Promovido pelo Lions Clube de Leça da Palmeira com o apoio da Câmara de Matosinhos, procura angariar fundos para a Liga Portuguesa Contra o CancroCine Teatro Constantino Nery, MatosinhosAmanhã, 21h30

KARUNANo Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, sobe ao palco o espectáculo “Karuna”. É apresentado pela Companhia de Dança Girassol - Escola de Dança de Castelo de Paiva.Teatro Ribeiro Conceição, LamegoDomingo, 16h005€

A CAIXA DE TAMPA AZULCriado a partir do conto “A Arca do Tesouro”, de Alice Vieira, “A Caixa de Tampa Azul” sobe ao palco do CCVF. Com música de Eurico Carrapatoso, é apresentado por Asas de Palco.Centro Cultural Vila Flor, GuimarãesDias 13 e 14, 22h0010€

AMORAGAPEROSDepois de ter estreado a vertente dança do palco do Hard Club, “Amoragaperos” regressa àquele espaço do Porto. Mais uma vez, a dança contemporânea a fazer uma reflexão sobre o amor.Hard Club, PortoDia 14, 22h00

AO AR LIVRE

Famalicão acolhe, até ao final do mês, sessões de cinema ao ar livre. O jardim da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide, foi o palco escolhido para as sessões, que decorrem sempre à sexta-feira. Está prevista a exibição dos seguintes filmes: “Imparável”, de Tony Scott (hoje); “A Cidade”, de Ben Aflleck (dia 15); “Vais conhecer o homem dos teus sonhos”, de Woody Allen (dia 22); e “Entrelaçados”, de Byron Howard (dia 29).Casa de Camilo, S. Miguel de Seide, FamalicãoHoje, 21h45Até dia 29Entrada livre

DOMICÍLIO CONJUGALA Casa das Artes de Famalicão acolhe nova sessão do ciclo “Já não há cinéfilos?!”, no âmbito do qual será exibido “Domicílio conjugal”, de François Truffaut.Casa das Artes de FamalicãoHoje, 21h30Entrada livre

ALGURESSofia Coppola assina o filme que o CCVF exibe domingo. “Algures” (na foto) conta a história de Johnny Marco (Stephen Dorff), uma típica estrela de cinema de Hollywood que ficou com a filha Cleo, 11 anos, a seu cargo.Centro Cultural Vila Flor, GuimarãesDomingo, 21h45

LA FLÛTE ENCHANTÉEProssegue, no Museu de Cinema de Melgaço, a homenagem a Ingmar Bergman. Até dia 17, exibe “La flûte enchantée”, deste realizador sueco.Museu de Cinema de Melgaço10h00 e 14h00Até dia 17

Vila do Conde prepara-se para transformar-se na “capital nacional da cultura cinematográfica”. A edição deste ano “abraça” a fusão entre o cinema e a música, incluindo um programa de sessões de cinema e de filmes-concerto que melhor pretendem exemplificar essa relação entre as duas artes. Para amanhã, está prevista a estreia absoluta em Portugal de “Politist Adjectiv”, de Corneliu Porumboiu, e a estreia mundial de “Estrada de Palha”, de Rodrigo Areias, musicado por Legendary Tigerman e Rita Red Shoes.

Dia 9

- 15h30 – Sala 1CurtinhasCurtas Pixar + Filme-Concerto- 17h00 – Sala 2Curtinhas M9Dia 10

- 11h00 – Sala 2Curtinhas M6- 15h00 – Sala 2Filmes ESMAE- 15h30 – Sala 1Curtinhas M3- 17h00 – Sala 1Corneliu Porumboiu In Focus12:08 A ESTE DE BUCARESTE- 18h30 – Sala 2Corneliu Porumboiu In FocusPE ARIPILE VINULUI; CALATORIE LA ORAS; VISUL LUI LIVIU- 20h00 – Sala 2Competição Internacional 3- 21h30 – Sala 1Da Curta à LongaTHE SOUND OF NOISE- 22h00 – Sala 213º VIDEORUN RESTART- 23h00 – Sala 1Panorama Nacional 1ANGSTDia 11

- 11h00 – Sala 2Panorama Europeu – Noruega- 15h00 – Sala 2Corneliu Porumboiu In FocusDEBATE COM JOÃO LOPES- 17h00 – Sala 2Pierre Clémenti In FocusSOLEIL; VISA DE CENSURE NO. X- 18h30 – Sala 2Competição Internacional 9- 20h00 – Sala 2Competição Internacional 5- 21h30 – Sala 1Competição Internacional 1- 22h00 – Sala 2Pierre Clémenti In FocusAS ILHAS ENCANTADAS- 23h00 – Sala 1Panorama Nacional 2I- 23h45 – Sala 2Competição Internacional 8Dia 12

- 11h00 – Sala 2Panorama Europeu: FinlândiaBest of Tampere- 15h30 – Sala 1Take One! Festival em FocoRencontres Henri Langlois- 20h00 – Sala 2Competição Internacional 7- 21h30 – Sala 1Competição Internacional 2- 22h00 – Sala 2Stereo (Concerto/Performance)THE SECRET MUSEUM OF MANKIND- 17h00 – Sala 2Take One! Escola em Foco- 18h30 – Sala 2Take One! Competição 1- 23h00 – Sala 1Competição Nacional 1- 23h45 – Sala 2Competição Internacional 4- 00h30 – Sala 1Competição Vídeos Musicais

Dia 13

- 11h00 – Sala 2Panorama Europeu: CroáciaTransitions and Generations- 15h00 – Sala 2Panorama Nacional 3 – Super 8- 17h00 – Sala 1Competição Internacional 3- 18h30 – Sala 2Take One! Competição 2- 20h00 – Sala 2Competição Nacional 1- 21h30 – Sala 1Competição Internacional 4- 22h00 – Sala 2StereoBefore MTV There Was Bruce ConnerCOSMIC RAY; VIVIAN; BREAKAWAY; MONGOLOID; AMERICA IS WAITING; MEA CULPA; TELEVISION ASSASSINATION; LOOKING FOR MUSHROOMS (LONG VERSION); VALSE TRISTE; HIS EYES HIS ON THE SPARROWS; EASTERN MORNING- 23h00 – Sala 1Competição Nacional 2- 23h45 – Sala 2Competição Internacional 6- 00h30 – Sala 1Stereo CurtasVELVET UNDERGROUND’S FIRST PUBLIC APPEARANCE; INVOCATION OF MY DEMON BROTHER; FUNKY SQUAREDANCE; BY THE KISS; MUSIC FOR ONE APARTMENT AND SIX DRUMMERS; BEGONE DULL CARE; CHET’S ROMANCEDia 14

- 11h00 – Sala 2Panorama Europeu – Polónia- 14h30 – Centr. MemóriaClube Addict- 17h00 – Sala 1Competição Internacional 5- 18h30 – Sala 2Competição Experimental 1- 20h00 – Sala 2Competição Nacional 2- 21h30 – Sala 1Competição Internacional 6- 22h00 – Sala 2StereoJem Cohen Music WorksSPIRIT - PATTI SMITH; NIGH TSWIMMING – R.E.M.; WINTER MOVEMENT (FOUR SEASONS) – ORPHEUS ORCHESTRA; FROM FUR CITY – CAT POWER; ONE MINUTE FILMS; GLUE MAN – JC/FUGAZI; LITTLE FLAGS; NYC WEIGH TS & MEASURES; NIGH T SCENE NEW YORK; NICE EVENING, TRANSMISSION DOWN; ANECDOTAL EVIDENCE; HALF THE BATTLE-23h00 – Sala 1Competição Nacional 3- 23h45 – Sala 2Competição Internacional 1- 00h30 – Sala 1Pierre Clémenti In FocusStereo Filme-ConcertoGALA DROP; POSITANOTeatro Municipal, Solar - Galeria de Arte Cinemática e Centro de Memória, Vila do CondeAmanhã a dia 17www.curtas.pt

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Coordenação e edição de Alfredo Barbosa, docente da Universidade Fernando Pessoa

CAMPEÃO DE CANOAGEM É ALUNO DE REABILITAÇÃO PSICOMOTORA DA UFP-PONTE DE LIMA

Fernando Pimenta continua a brilharFerna ndo P imenta

sagrou-se vice-campeão (medalha de prata) da Europa de canoagem, em sub-23 K1 1000 me-tros, nas provas que de-correram em Zagreb, na Croácia, em 2 de Julho. No mesmo campeonato, arrecadou ainda a me-dalha de bronze em K2 500 metros. Este ano é a décima vez que o limia-no sobe ao pódio, nos 20 pódios conseguidos por Portugal em 2011.

Aluno de Reabilitação Psicomotora da Univer-sidade Fernando Pessoa (UFP-Unidade de Ponte

de Lima), Fernando Pi-menta conquistara, duas semanas antes, em Bel-

grado, na Sérvia, o títu-lo de campeão europeu (medalha de ouro) em

K4, na distância olímpica de 1000 metros, e conse-guira a medalha de bron-

ze em K1 1000. Nos eu-ropeus sub-23 de 2010, já tinha alcançado duas me-dalhas em três provas.

Nos Mu ndia is , em Agosto, em que se decide o apuramento para Lon-dres’2012, Fernando Pi-menta espera apurar-se em K4 e K1.

CURRÍCULO BRILHANTE

Resultados desportivos mais relevantes de Fer-nando Pimenta: 2010 – vice-campeão do Mun-do K2 500m; medalha de bronze no Campeonato

da Europa K2 500m; me-dalha de prata na II Taça do Mundo K2 500m; cam-peão da Europa de Sub23 K2 500m; medalha de bronze no Campeona-to da Europa de Sub23 K2 200m; medalha de bronze no Campeonato do Mundo Sub23 K1 Ma-ratona; 2009 – campeão da Europa de Sub23 K1 1000m; vice-campeão do Mundo de Maratona de Sub23 K1; campeão da Eu-ropa de Sub23 K1 1000m; 2007 – campeão da Euro-pa de Juniores K1 1000m; vice-campeão da Europa de Juniores K1 500m.

Reconhecimento automático do diploma de Arquitectura e Urbanismo

O “Grupo de Peritos para a Avaliação dos Diplomas em Arqui-tectura” da Comissão Europeia reconheceu (em 9 de Setembro de 2010), por unanimidade, as qualificações profis-sionais dos graduados do Mestrado em Arqui-tectura e Urbanismo da Universidade Fernando Pessoa (UFP) para exer-cerem a profissão em todos os Estados-Mem-bros da UE.

A consequente inte-gração deste mestrado na lista dos cursos in-cluídos na Directiva Europeia 2005/36/CE, relativa às Qualifica-ções Profissionais (con-forme Comunicação da Comissão publicada no “Jornal Oficial da União Europeia” de 14 de De-zembro) permite a to-dos os alunos formados em Arquitectura e Ur-

banismo pela UFP be-neficiar do reconheci-mento automático do seu diploma a nível eu-ropeu, assumindo-se em Portugal como um dos primeiros Mestrados In-tegrados (Bolonha) na área da Arquitectura a ser listado no anexo V, ponto 5.7.1. da Directiva 2005/36/CE.

Ao nível nacional, o reconhecimento auto-mático deste diploma é consagrado no arti-go 2.º do “Regulamento de Inscrição” da Ordem dos Arquitecto: “(…) po-dem inscrever-se como membros efectivos desta Ordem os cidadãos por-tugueses, assim como os nacionais de outros Es-tados membros da UE, com título de formação em Arquitectura inscri-to na Directiva Europeia 2005/36/CE, de 7 de Se-tembro”.

MESTRADOS SOB DIRECTIVA EUROPEIA CONS-CIÊNCIASA presente edição da

revista “Cons-Ciências 04” é essencialmente composta pelas comu-nicações apresentadas ao 3º Simpósio “Fron-teiras da Ciência”, de-dicado em 2009 ao Ano Internacional da Astro-nomia. O evento, deno-minado “A Humanida-de e o Cosmos”, visou, em particular, projec-tar as diferentes tendên-cias que, nas próximas décadas, possam vir a definir o modo de ser e de estar da espécie hu-mana, no âmbito do seu crescente envolvimento com as actividades no espaço exterior, anteci-pando as consequências de ordem f ilosóf ica, científica, social, cul-tural e religiosa implí-citas na exploração do cosmos, bem como com a emergência de novos horizontes para nos de-safiar.

Os coordenadores são Joaquim Fernandes e Nelson Lima Santos.

Índice: “It was tomor-row, or humankind, from one frontier to the other”, Jacques Ar-

nould; “Natureza da mente, meditação e con-templação segundo a tradição do Dzogchen” ou “Grande perfeição”, Paulo Borges; “Cosmo-logical thinking: cultu-ral heritage and chal-lenge”, Orfeu Bertolami; “O sentimento de si e o problema da identidade pessoal – reflexões em torno da questão da pes-soa na cultura oriental”, Carlos João Correia; “Astrobiology and pans-permia”, Chandra Wi-ckramasinghe; “A Hu-manidade à procura de si no Universo”, Alfredo Dinis; “Nas fronteiras da Ciência: as partículas fundamentais e o Uni-verso”, Carlos Herdeiro; “Electrodinâmica fluí-dica: interpretação das forças electromagnéti-cas e de inércia em ter-mos hidromecânicos”, Alexandre A. Martins; “The concept of levels of reality and its rele-vance for non-reduction and personhood”, Basa-rab Nicolescu; “As sava-nas africanas do céu: a guerra infinita contra a fauna sobrenatural”,

Manuel Curado; “The international year of As-tronomy 2009”, Pedro Russo; “O fenómeno da ética e o futuro pós-hu-mano: breaking the fi-nal spell”, David G. San-tos; “Procura de vida em Marte: futuras mis-sões ao planeta verme-lho”, Zita Martins; “A diferenciação cósmi-ca do humano”, Carlos H. do C. Silva; “Outras

crenças, outras consci-ências – a era do ‘Cisne Negro?”, Teresa Toldy; “Discos voadores: en-tre a crença e o conhe-cimento”, Carlos Reis e Ubirajara Rodrigues; “O fundo musical da Histó-ria: memória, sagrado e tradição indígenas”, Sérgio Neves Dantas; “Exoconsciousness and psychopathology”, Re-becca Hardcastle.

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Vida & Sociedade

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Coordenação e edição de Alfredo Barbosa, docente da Universidade Fernando Pessoa

DUARTE PINHEIRODocente do Instituto Camões em Itália

PEDRO BARATAEspecialista em Ciências Farmacêuticas (*)

O dramaturgo Euge-ne O’Neill escrevera em “Lazarus Laughed” que “A vida é para cada ho-mem uma cela solitária cujas paredes são espe-lhos” e é assim que a per-sonagem protagonista de “A Pantera”, Kate, vê re-fletido o seu mundo de imagens e histórias.

Kate é uma escritora atraente - “Tinha trinta e quatro anos mas pare-cia mais jovem: não era só a pureza do rosto mas o corpo esbelto, os seios e as nádegas firmes, a perfeição nas pernas.” (p. 15) - que procura em

Dublin inspiração (per-sonagem) para uma nova história. Essa inspiração tem o nome de Tom, um ator de teatro com uma peça em exibição no Ab-bey Theatre: “Numa noi-te de Setembro, na escu-ridão do Abbey Theatre em Dublin, Kate encon-trou a sua personagem.” (p. 9). O envolvimento

amoroso com Tom é a fonte do seu novo roman-ce; “ela dormira com um actor para escrever um livro.” (p. 75). Mas Kate esquece-se de “que era feita de sombras, podia quase inconscientemen-te invocar a luz” (p. 15) e transporta consigo as as-sombrosas origens irlan-desas. Afinal, o seu pai

(Byrne) era um conheci-do dramaturgo irlandês e a peça representada por Tom “tinha três per-sonagens, dois homens e uma mulher” (p. 9). Este é, no fim de contas, um regresso a casa de quem nunca daí terá saído e a personagem protago-nista acaba por ser outra que não Kate.

Sem descurar uma re-flexão sobre a problemá-tica da identidade, repro-pondo ao leitor o mito do andrógino enunciado por Platão em “O Banquete”, Ana Teresa Pereira vem confirmar que, cada vez

mais, as suas narrati-vas têm como base uma

construção de espessu-ra teatral; a autora con-segue recuperar ainda o interesse pela cultura e o espaço Irlanda, já calcor-reado entretanto em “O Mar de Gelo” (2005). Re-ferências a W. H. Auden e a Jack Butler Yeats preen-chem a atmosfera dubli-nense e apenas as longas citações em gaélico po-dem parecer excessivas num texto que é, prova-velmente, o mais autor-referencial de toda a sua obra. O fascínio também reside aí.

(Escrito ao abrigo do novo acor-

do ortográfico.)

Geis, a maldição de um regresso a casa

Autor: Ana Teresa PereiraTítulo: A PanteraEdição: Relógio D’ÁguaP. V. P. : 14 €

REPRESENTAM 45 MIL MILHÕES DE LUCROS POR ANO

União Europeia quer combater falsificação de medicamentos

No passado dia 1 de Julho, foi publicada no Jornal Oficial da União Europeia (UE) a Directiva 2011/62/UE do Parlamen-to Europeu e do Conselho de 8 de Junho de 2011 que altera a Directiva 2001/83/CE, que estabelece um có-digo comunitário relativo aos medicamentos para uso humano, a fim de im-pedir a introdução na ca-deia de abastecimento le-gal de medicamentos fal-sificados.

A Directiva, cujo rela-tório foi elaborado pela eurodeputada portugue-

sa Marisa Matias, visa im-plementar um sistema de controlo dos medicamen-tos, desde o momento da sua produção até ao con-sumidor final, e contem-pla as vendas de medica-mentos pela Internet. Esti-pula-se que este controlo de medicamentos tam-bém deverá ser feito à saí-

da da UE e prevê a aplica-ção de um regime de san-ções aos falsificadores.

Note-se o destaque dado à venda de medica-mentos e produtos de saú-de pela Internet:

“A Directiva visa im-plementar um sistema de controlo dos medicamen-tos, desde o momento da

sua produção até ao con-sumidor final e contempla as vendas de medicamen-tos pela Internet. Estipu-la-se que este controlo de medicamentos também deverá ser feito à saída da UE e prevê a aplicação de um regime de sanções aos falsificadores”, sugerindo medidas inovadoras:

“A venda ilegal de medi-camentos ao público atra-vés da Internet representa uma importante ameaça para a saúde pública, uma vez que os medicamentos falsificados podem chegar ao público por esta forma.

É necessário enfrentar esta ameaça. Para o efei-to, é preciso ter em conta que as condições específi-cas para a venda a retalho de medicamentos ao pú-blico não foram harmoni-zadas a nível da União, ra-zão pela qual os Estados-Membros podem impor condições para o forneci-mento de medicamentos ao público dentro dos li-mites do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).”

De acordo com fontes oficiais, desde 2005, hou-ve um aumento de 400

por cento nas apreensões de medicamentos falsi-ficados e estima-se que, pelo menos, um por cento dos medicamentos vendi-dos nas farmácias da UE é falsificado, representando 45 mil milhões de euros por ano de lucros, para al-gumas redes de criminali-dade internacionais.

Todos os profissionais de saúde, e os farmacêu-ticos em particular, são chamados a ter um pa-pel activo na luta contra a contrafacção de medi-camentos e os demais ci-dadãos devem estar vigi-lantes preferencialmente adquirindo os seus medi-camentos em farmácia ou, em alternativa, em locais devidamente acreditados e de confiança.

(*) Docente da UFP e membro da Direcção da SRP da Ordem dos

Farmacêuticos.

RECENSÃO

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08 | JUlHO | 2011

Impresso em papel que incorpora 30 por cento de fibra reciclada, com tinta ecológica de base vegetal

NORTEGLOBAL

PERFIL

CRÓNICASDO EXÍLIOMANUEL [email protected]

DR

Vítor Espírito Santo vive na “super-tradicional” e templária Quioto, perto da agitada e moderna Osaka, segunda cidade nipónica

PEDRO JOSÉ [email protected]

Sair da zona de conforto e aterrar noutra realidade, num sítio muito particular. Sujeitarmo-nos a contrastes e a um quotidiano de extre-mos. Olhar em volta e dei-xarmo-nos fascinar pelo que vemos, mesmo quando às vezes não nos identificamos muito com isso. Vítor Espí-rito Santo aceitou o desafio. Deixou-se ir. Sem dominar a língua, fez as malas e foi para o Japão. Missão: termi-nar o doutoramento em En-genharia de Tecidos e Célu-las Estaminais.

Não tem os olhos em bico. Os de ocidental deci-fram uma sociedade nipóni-ca moldada por característi-cas muito diferentes das que conhecia, como o “respeito pela hierarquia e pelas pes-soas mais velhas”. Ali, “po-dem detestar o que fazes, mas nunca te vão dizer, és tu que acabas por perceber que estás a fazer algo de er-rado”: o olhar arrefece, dis-tancia-se...

Morou sozinho quatro meses. Agora divide um apartamento com dois ja-poneses e uma tailandesa. Comunicam em inglês. Vive na cidade de Quioto, perto de Osaka. A primeira é “su-per-tradicional, histórica e muito conhecida pelos tem-plos”. A segunda, um “sím-bolo da modernidade, da cultura pop dos néons, dos grandes edifícios e da agi-tação”, descreve. Gosta das duas dimensões, da calma de Quioto e da confusão de Osaka.

Ser ‘rookie’ no idioma não significa perder-se para sempre. A sobrevivência faz-

se de pequenas dicas. No Ja-pão há restaurantes com ré-plicas em plástico dos pra-tos servidos, colocadas nas montras. Assim, não se aflija

se não souber se ali se come carne ou se é um espaço ve-getariano, já não fica às ara-nhas na hora de tirar a bar-riga de misérias. Além dis-so, os japoneses “são muito prestáveis e usam muito os gestos”, conta.

INVESTIGAÇÃOUma das experiências

mais fortes para Vítor foi a tragédia que se abateu so-bre Fukushima (terramoto, tsunami e desastre nuclear). Quioto está longe, não a vi-veu fisicamente, mas sen-tiu uma enorme estranheza. Na segunda-feira seguinte ao sismo, e enquanto não ti-rava os olhos das notícias,

os colegas “continuavam a trabalhar como se nada fos-se”. “Foi o momento em que me senti menos japonês”, um tanto ou quanto “lost in translation”, confessa de for-ma cinematográfica. De um lado, a pressão externa que lhe chegava. Do outro, a cal-ma nipónica que admira.

Rewind. Vítor escolheu um curso – Engenharia Bio-médica – que combinava vá-rias áreas de interesse. Está ligado ao grupo de investi-gação 3B’s (Biomateriais, Biodegradáveis e Biomimé-ticos), da Universidade do Minho, dirigido pelo profes-sor Rui Reis. Vítor especia-lizou-se na área da regene-ração de osso e cartilagem, mas o potencial da enge-nharia de tecidos vai mui-to além disso, abrangendo elementos como os rins ou o cérebro.

Normalmente, a estraté-gia seguida quando há um problema no osso passa por exemplo pela substituição por uma prótese metálica, que tem uma duração limi-tada. “O nosso objectivo é desenvolver biomateriais que possam ser colocados na zona afectada e que as cé-lulas estaminais estimulem a regeneração do tecido ós-seo afectado”, explica Vítor Espírito Santo. Como os ma-teriais são biodegradáveis, “vão desaparecer deixando lá o tecido regenerado”.

O trabalho deste investi-gador foca-se na interacção entre biomateriais, células estaminais e agentes bioacti-vos, no sentido de promover a regeneração do osso e da cartilagem, cujo desapareci-mento progressivo (devido ao avanço da idade) afecta boa parte da população.

Bracarense investiga regeneração óssea no Japão

VÍTOR ESPÍRITO SANTOTem 26 anos e é natural de Braga. Integrou a primeira fornada de alunos que se licenciou em Engenharia Biomédica pela Universidade do Minho. Está a terminar o doutoramento em Engenharia de Tecidos e Células Estaminais na Universidade de Quioto.

O verdadeiro lisboeta…Não sei ainda se o meu exílio lisbo-

eta está a terminar ou não (não está fácil ter emprego no Porto) mas dei-xem-me contar uma história que mos-tra bem o que é um lisboeta. Ou apa-rentado.

Aqui há uns dois meses, uma amiga ligou-me a pedir se podia ir almoçar com ela e com outra pessoa, profes-sor de Direito mais ou menos conhe-cido. Com certeza. O professor esco-lheu o restaurante, marcou o dia e a hora e lá fui com a minha amiga que o conhecia bem. Comeu-se de forma razoável, o professor queria escrever no jornal onde eu era director, ao que acedi e no fim percebi que ele ia dei-xar a minha amiga pagar o almoço. Claro que intervim e paguei eu, perto de 100 euros. Tudo bem, já me aconte-ceu pior em muitos lados.

O professor mandou-me dois tex-tos, dos quais publiquei um, e na se-mana passada enviou o terceiro. Man-dei-lhe um mail a dizer que ia deixar de ser director e, se me permitisse, passava a colaboração dele ao novo director. A resposta, pela mesma via, foi esta: “meu caro Manuel Queiroz, certamente que pode passar a minha colaboração ao novo director. Muito obrigado. Foi um gosto conhecê-lo. Cumprimentos do …”. Li o mail e o que compreendi foi que tinha gosta-do de me conhecer, mas já não me co-nhecia mais. Nem um “à disposição”, nem um “se precisar de alguma coisa, diga”, nem mesmo “continuaremos em contacto”. Zero. O “gostei”, no pas-sado, sem futuro.

Não preciso desse professor para nada, antes pelo contrário. Não es-pero voltar a vê-lo na vida porque as nossas vidas não se cruzarão. Mas a educação é uma coisa que ainda acho importante.

Por acaso, o tal professor nem é mesmo de Lisboa. É de Coimbra. Mas está há muito em Lisboa, está “alis-bonado” como diz um amigo meu e ri-me já com vários lisboetas a con-tar a história. Nomeadamente com a minha amiga.

Para este fim-de-semana estão previstas temperaturas que podem chegar aos 30 graus de máxima, não descendo abaixo dos 17 graus. O céu estará pouco nublado.

Tempo: céu pouco nublado