caderno especial o debate-198 de macaé

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1 O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SEXTA-FEIRA, 29 DE JULHO DE 2011

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Caderno especial de aniversário da cidade de Macaé, do Jornal O Debate.

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Page 1: Caderno especial O Debate-198 de macaé

1O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Page 2: Caderno especial O Debate-198 de macaé

2 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

O início da colonização da

Área ocorreu em 1627, quando

a Coroa Portuguesa concedeu

aos Sete Capitães, militares

portugueses que lutaram na

expulsão dos franceses da

Baía de Guanabara, as terras

entre o Rio Macaé e o Cabo de

São Tomé. O núcleo inicial de

Macaé progrediu apoiado na

economia canavieira, em torno

da antiga Fazenda dos Jesuítas

de Macaé (1630), constituída

de engenho, colégio e capela

situada no Morro de Santana.

Até fins do século XVII,

no entanto, os esforços de

colonização de Macaé não

surtiram efeito, mantendo a

cidade desprotegida. Em 1725,

piratas franceses chegaram a

se estabelecer no Arquipélago

de Santana, de onde passaram

MACAÉ TORNOU-SE UMA DAS MAIORES POTÊNCIAS DO PAÍS

A história da emancipação de Macaé teve início em

1813 quando, em homenagem a Dom João VI,

recebeu o nome de Vila de São João. De acordo

com informações do secretário de Acervo do Patrimônio

Histórico, professor Ricardo Meirelles, ele nunca esteve no

município para receber a honra.

O município foi crescendo ano após ano e prosperou e

em 1846, Macaé deixou de ser uma simples vila que vivia

no regime monárquico para viver no regime republicano.

No entanto, de acordo com o historiador Ricardo Meirelles,

isso ocorreu em 1874, quando o município passou a ser

uma comarca, com Justiça e Fórum.

“Por algum tempo a cidade ficou estacionada, pois

apesar de ter entrado no regime republicano, ainda vivia

com hábitos da monarquia. Vale ressaltar que nessa época

o forte da nossa economia era a cana de açúcar e na

ocasião tínhamos até o Porto de Imbetiba para escoar a

produção”, informou.

Apesar de ter a permissão de viver em um regime

republicano, o município de Macaé passou a ter uma

estrutura política com prefeito e com a existência da Câmara

Municipal, em 1899, pois segundo os registros históricos da

época, existia um pouco de resistência para se colocar em

prática o regime republicano.

A história registrou como o primeiro prefeito de Macaé,

o juiz de Direito, João Francisco Moreira Neto. No entanto,

segundo o historiador Ricardo Meirelles, essa informação

ainda está sendo verificada se é verídica ou não.

O professor Ricardo Meirelles informa que havia uma

certa desavença entre Alfredo Backer e Nilo Peçanha

que não aceitava muito os símbolos utilizados na

época pela república.

“Em 1910, por ordem do governador também conhecido

na época como presidente da província, Alfredo Backer, se

Macaé não utilizasse a organização proposta pela república

seria punido e não teria nenhum ofício, bem como pedidos

solicitados de melhoria”, contou.

Outro fato marcante na história do município foi a vinda

do presidente Washington Luiz em Macaé. Macaense, ele

esteve presente em 1927 na inauguração da usina de luz

em Glicério, onde o evento

contou com a presença de

ilustres políticos da época.

O historiador conta que

figuras ilustres na história

do Brasil estiveram em

Macaé, como o imperador

Dom Pedro II, o filho de

Duque de Caxias e Álvaro Marins, desenhista conceituado

na época que fez várias revistas e caricaturas.

Além do aspecto político, o historiador Ricardo Meirelles

destaca que Macaé sempre foi muito importante para

economia do país. “Nossa cidade passou por todos os ciclos

econômicos. O açúcar, café, criação de gado e agropecuária.

a saquear o litoral. Com a

expulsão dos jesuítas, a partir

de 1759, a região passou

a receber novos imigrantes,

proporcionando o surgimento

de novas fazendas e

engenhos, o que motivou

sua emancipação, o que

se deu com a edição de

Alvará de 29 de julho

de 1813, sob o nome de

São João de Macaé, cujo

território foi desmembrado

dos atuais municípios de

Cabo Frio e Campos. Sua

instalação deu-se em 25 de

janeiro de 1814. No período

imperial, a vila evoluiu

rapidamente, favorecida pela

posição geográfica e maior

acessibilidade ao Norte

Fluminense, passando à

categoria de cidade em 1846.

O alicerce da economia

de Macaé foi, por muitos

anos, o cultivo da cana de

açúcar, que respondeu por

um crescimento demográfico

expressivo nos séculos XVIII

e XIX. O município chegou

a desempenhar o papel de

porta de entrada e saída do

Norte Fluminense, favorecido

pela ligação com Campos

dos Goytacazes, através da

construção do canal Macaé-

Campos, com 109 quilômetros

de extensão, para auxiliar o

escoamento da produção, que

era transportada até o Rio de

Janeiro a partir do Porto de

Imbetiba, chegando a operar,

até 1875, com cinco barcos

a vapor. A partir desta data,

o transporte da produção

regional se fez a partir de via

INÍCIO DA COLONIZAÇÃOférrea, o que provocou um

novo impulso na economia

de Macaé. Hoje, a rodovia

desempenha a função de

ligação entre ambas.

Até o início do século XX,

a economia do município se

fundamentava na produção

da cana de açúcar, do café,

na pecuária e na extração

do pescado. No período

republicano, a cidade foi

mantida como sede do

município de Macaé, embora

tenha sofrido várias alterações

na malha distrital. Os distritos

de Conceição de Macabu

e Macabuzinho vieram a

constituir o município de

Conceição de Macabu, em

1952; Carapebus e Quissamã

ganharam autonomia

municipal mais recentemente.

Macaé, depois de tantos fatos históricos que marcaram a sua

trajetória de emancipação, ainda continua crescendo e recebendo

pessoas de todo o mundo(...)

colonização de Macaé não colonização de Macaé não

surtiram efeito, mantendo a surtiram efeito, mantendo a

cidade desprotegida. Em 1725, cidade desprotegida. Em 1725,

piratas franceses chegaram a piratas franceses chegaram a

se estabelecer no Arquipélago se estabelecer no Arquipélago

de Santana, de onde passaram de Santana, de onde passaram

Nós sofremos também em 1929, quando aconteceu a grande

crise mundial com a quebra da bolsa de valores de Nova

Iorque que afetou o mundo todo. Na ocasião, o presidente

Getúlio Vargas determinou

que várias plantações de

café fossem queimadas e

Macaé também sofreu com

essa ordem”, destacou.

Macaé, depois de

tantos fatos históricos que

marcaram a sua trajetória

de emancipação, ainda continua crescendo e recebendo

pessoas de todo o mundo, principalmente com a implantação

da Petrobras no município no ano de 1978.

E da antiga Macaé, pacata e de histórias curiosas, hoje

quem vive aqui pode viver em uma cidade onde o antigo

convive com a modernidade em perfeita harmonia.

Page 3: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 3O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ

A origem do nome do município de Macaé possui

duas versões. A informação foi passada pelo

secretário do Acervo do Patrimônio Histórico, o

historiador Ricardo Meirelles. A primeira versão defendida

por alguns historiadores é de que o nome

da cidade teria origem de uma palmeira

que dava um fruto, como uma espécie de

coco, chamada macaba doce.

Nos livros pesquisados disponíveis no

município há pouca informação detalhada

sobre a origem real do nome Macaé.

No entanto, na Biblioteca Municipal, a

informação encontrada é de que existe um

acordo entre tupinólogos de que o mais

provável é que o termo provenha do popular

e delicioso “coco de catarro”, ou seja, do fruto

da macabaíba, a imponente “Phoenix Dactylifera”, que sobre

um campo azul ornamenta a bandeira da cidade.

Já a outra versão seria de que o nome de Macaé teria

origem dos índios Goytacás, para denominar o rio deste

nome que significaria “Rio dos Bagres”. Essa espécie

de índios era conhecido como guerreiro, robusto e alto e

possuíam a pele mais clara do que os Tupinambás, tribo que

segundo os estudiosos também teria habitado o município.

De acordo com dados registrados pelo IBGE, o nome teria

origem de “miqui é”- Rio dos Bagres.

“Outra curiosidade que a gente pode ressaltar é que na

bandeira de Macaé podemos observar as

duas figuras, a macaba doce e também os

dois bagres”

ORIGEM DO NOME MACAÉ POSSUI DUAS VERSÕES

Para o professor Ricardo Meirelles, a versão mais correta

seria realmente a do “Rio dos Bagres”, uma vez que o município

possuía muitos peixes da espécie do bagre que por muitos

anos foi encontrado com fartura nos mares macaenses.

Ele acrescentou ainda que a afirmação

dele é baseada em sua própria vivência

de que, nos anos 60, pescava-se muito

na atual Avenida Presidente Sodré

também conhecida como Rua da Praia.

A bandeira de Macaé foi desenhada

por Darwin Silveira Pereira e significa

a formosura e a majestade e traz a

dimensão especificada na gráfica que

de acordo com os registros históricos

acompanhava o projeto elaborado pelo

desenhista e realmente representa as

duas versões aceitas que originaram o nome de Macaé que

são o desenho de uma palmeira macabayba, estilizada com

seus frutos e ainda os bagres, um de cada lado da bandeira.

Ricardo Meirelles informou ainda que o historiador macaense

Antônio Alvarez Parada, aceitou as duas possibilidades. No

entanto, ele enfatiza que a versão do bagre é mais densa e é

uma prova viva de que os índios habitavam as terras de Macaé.

“Tem uma pesquisa que foi realizada por especialistas,

que comprovam a existência desses índios. No entanto, há

a possibilidade de que seja de outra tribo. Mas, infelizmente

não temos como comprovar pois os estudos ainda não foram

mais aprofundados e concluídos”, conclui.

Page 4: Caderno especial O Debate-198 de macaé

4 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 20114 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

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O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 5O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 5O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Page 6: Caderno especial O Debate-198 de macaé

6 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

VISITA DE D. PEDRO II MOVIMENTA MACAÉ E CONCEDE TÍTULO DE VISCONDE

cidade mais duas vezes, em 1875 e por último, no ano de

1877. Outros moradores da cidade também ganharam

títulos de nobreza neste dia, como

tenente-coronel Joaquim de Souza

Meirelles, fazendeiro, foi agraciado

como Comendador da Ordem de São

Bento de Aviz, de Cristo e da Rosa.

Já o presidente da Câmara Municipal

de Macaé, Henrique Coelho Antão,

Francisco Domingues de Araújo, José

Leite Guimarães e Jacome Prospero

Ratton, passaram a ser Cavaleiros da

Ordem de Cristo. Por último, Manoel

Domingues de Araújo, foi condecorado como

Cavaleiro da Ordem da Rosa.

Porém, não foi somente pela hospedagem que o

Barão virou Visconde, José Carneiro da Silva sempre

foi um personagem influente na política da região. Nascido

em Quissamã, no ano de 1788, serviu no regimento

das milícias, chegando ao posto de tenente-coronel,

participando da luta pela independência do Brasil. Após

esse período de guerra contra Portugal, Carneiro da Silva

tornou-se chefe da 14ª legião da Guarda Nacional.

Em 1837, conseguiu a aprovação pelo governo provincial

de sua proposta de construção de um canal que permitisse

o transporte de açúcar de Campos até o porto de Imbetiba

em Macaé. Logo após receber, através de um decreto

imperial, o título de Barão de Araruama, assumiu a

empreitada das obras que se iniciaram oficialmente em 1º

de outubro de 1844, durando até 1861.

José Carneiro da Silva não ficou restrito somente ao

comércio e a política, foi também um intelectual autodidata

que realizou observações científicas e publicou ensaios

filosóficos. Segundo historiadores, apesar de ter recebido

apenas a educação fundamental, o que era comum à

época, ficou conhecido entre os intelectuais do Rio como

um homem culto, que lia em francês e latim, e que possuía

conhecimentos profundos de filosofia, história e geografia.

A família do Visconde de Araruama não foi influente

somente nos séculos passados. Seu ramo político

perdurou até os dias atuais. Um exemplo claro disso, foi o

primeiro prefeito de Quissamã, antes distrito de Macaé.

Após sua emancipação, o primeiro prefeito da cidade,

eleito em 1989, foi Octávio Carneiro da Silva, bisneto de

João Caetano Carneiro da Silva, que por sua vez, foi filho

do Visconde de Araruama.

Nessas histórias é possível observar a natureza da

região de ter relevância no cenário nacional. Seja com uma

visita do Imperador ou com títulos de nobreza concedidos a

alguns moradores da cidade.

cidade mais duas vezes, em 1875 e por último, no ano de cidade mais duas vezes, em 1875 e por último, no ano de

1877. Outros moradores da cidade também ganharam 1877. Outros moradores da cidade também ganharam

títulos de nobreza neste dia, como títulos de nobreza neste dia, como

tenente-coronel Joaquim de Souza tenente-coronel Joaquim de Souza

Meirelles, fazendeiro, foi agraciado Meirelles, fazendeiro, foi agraciado

como Comendador da Ordem de São como Comendador da Ordem de São

Francisco Domingues de Araújo, José Francisco Domingues de Araújo, José

Leite Guimarães e Jacome Prospero Leite Guimarães e Jacome Prospero

Ratton, passaram a ser Cavaleiros da Ratton, passaram a ser Cavaleiros da

Ordem de Cristo. Por último, Manoel Ordem de Cristo. Por último, Manoel

Domingues de Araújo, foi condecorado como Domingues de Araújo, foi condecorado como

Cavaleiro da Ordem da Rosa.Cavaleiro da Ordem da Rosa.

Porém, não foi somente pela hospedagem que o Porém, não foi somente pela hospedagem que o

M acaé, teve, em toda sua história,

ilustres cidadãos, até um Presidente

da República, porém um deles

também merece destaque, José

Carneiro da Silva, condecorado

pelo Imperador Dom Pedro II,

durante sua primeira visita a

cidade, em 1847, como Visconde

de Araruama. Para entender a

importância do título e também

a nomeação pelo Imperador, é

preciso remontar o fato.

Aos 21 anos, o monarca D. Pedro

II realizou uma viagem ao norte do

Rio de Janeiro para inspecionar a construção

do canal Macaé-Campos. Como a viagem da

capital para Campos dos Goytacazes era muito longa,

paradas eram necessárias para descanso e reabastecimento

dos mantimentos levados durante o trajeto. Uma dessas

paradas era Macaé, uma pequena e nova cidade na época

que, ao receber a notícia da vinda do Imperador, tentou

fazer o melhor para recebê-lo.

Quando chegou à cidade, D. Pedro II hospedou-se na

casa de Francisco Domingues de Araújo, apontada pelos

textos históricos como a mais luxuosa residência de Macaé.

Durante sua visita, o Imperador concedeu o tradicional rito

monárquico de “beija-mão” que consistia em a população

ir ao encontro do soberano líder da nação e beijar sua

mão. Após esse ritual, o Imperador realizou um passeio a

cavalo pelas ruas da cidade, sendo muito saudado pelos

moradores de Macaé.

Durante sua estadia em Macaé, o Imperador também

participou de uma audiência na Câmara Municipal. Durante

a passagem de D. Pedro II pela cidade, um cortejo o seguia,

dando vivas pela sua estadia em Macaé. Por onde passava,

o monarca escutava e via a alegria do recebimento da visita

imperial por parte dos moradores da cidade.

Após esse dia na cidade, D. Pedro II seguiu para a

propriedade de José Carneiro da Silva, já Barão de Araruama

desde 1844, onde foi recebido pela família de Carneiro da

Silva com grande festa, por estar recebendo a autoridade

máxima do Império. Depois de passar a noite no local, no dia

seguinte, o monarca seguiu viagem rumo a Campos.

Quando já estava em Campos, em 15 de abril de 1847,

D. Pedro II resolveu conceder vários títulos de nobreza. A

João Carneiro da Silva, irmão de José, o Imperador concedeu

o título de Barão de Ururaí. Para o Barão de Araruama, D.

Pedro II o tornou Visconde com Grandeza, sendo assim, o

primeiro macaense a receber esse título de nobreza. Após

essa primeira viagem a Macaé, D. Pedro II ainda visitou a

Page 7: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 7O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

U ma visita ilustre marcou o nome de Macaé no

desenvolvimento da Teoria da Evolução das

Espécies. Pai do Evolucionismo, o cientista inglês

Charles Darwin, em expedição ao Brasil, escolheu Conceição

de Macabu, então território macaense,

como seu refúgio de repouso para

seguir sua viagem por 12 municípios

fluminenses. A passagem de Darwin por

Macaé, em abril de 1832, inclui relatos

do próprio cientista, relembrados

recentemente, em 2008, através do

projeto Caminhos de Darwin, que refez

o trajeto percorrido pelo evolucionista

inglês em sua visita ao Rio de Janeiro.

“(...) Dormimos na Venda do Mato,

duas milhas (3,2 km) ao sul da foz do rio

Macaé. Senti-me indisposto a noite toda.

Não foi preciso muita imaginação para

figurar os horrores de adoecer em um

país estrangeiro, incapaz de pronunciar

uma só palavra e de obter ajuda médica

(...)”, escreveu Charles Darwin, em

seu diário de bordo, revelando o seu

desconforto quanto ao desgaste da

viagem e dificuldade de comunicação.

"(...) Deixamos Sossego, cruzamos

o rio Macaé e dormimos na Venda de

Mato. À noite, caminhei pela

praia e desfrutei da vista de uma

arrebentação alta e violenta”observou o pai do

evolucionismo, segundo manuscrito publicado.

CHARLES DARWIN ENCONTRA REFÚGIO EM CONCEIÇÃO, ENTÃO TERRITÓRIO MACAENSE

Exausto, o cientista encontrou em

Conceição de Macabu as condições

favoráveis para se recuperar e seguir

viagem. Darwin permaneceu em

Conceição de Macabu, na

época território de Macaé,

desde a noite de 12 até 19

de abril de 1832, hospedado

na Fazenda Sossego. Em outro

relato, ele cita seu apreço pelas

belezas naturais da cidade.

A passagem de Charles

Darwin pelos diferentes

países por ocasião de sua

Exausto, o cientista encontrou em Exausto, o cientista encontrou em

Conceição de Macabu as condições Conceição de Macabu as condições

favoráveis para se recuperar e seguir favoráveis para se recuperar e seguir

viagem. Darwin permaneceu em viagem. Darwin permaneceu em

Conceição de Macabu, na Conceição de Macabu, na

época território de Macaé, época território de Macaé,

desde a noite de 12 até 19 desde a noite de 12 até 19

de abril de 1832, hospedado de abril de 1832, hospedado

na Fazenda Sossego. Em outro na Fazenda Sossego. Em outro

relato, ele cita seu apreço pelas relato, ele cita seu apreço pelas

belezas naturais da cidade. belezas naturais da cidade.

A passagem de Charles A passagem de Charles

Darwin pelos diferentes Darwin pelos diferentes

países por ocasião de sua países por ocasião de sua

desde a noite de 12 até 19 desde a noite de 12 até 19

de abril de 1832, hospedado de abril de 1832, hospedado

na Fazenda Sossego. Em outro na Fazenda Sossego. Em outro

relato, ele cita seu apreço pelas relato, ele cita seu apreço pelas

A passagem de Charles A passagem de Charles

Darwin pelos diferentes Darwin pelos diferentes

países por ocasião de sua países por ocasião de sua

viagem ao redor do mundo foi objeto de diversas pesquisas, entre elas o

projeto Caminhos Darwin. Em 2009, comemorou-se o bicentenário de seu

nascimento e os 150 anos do lançamento do livro Origem das Espécies pela

Seleção Natural. Muitos desconheciam a importância da sua estada no Brasil

para o desenvolvimento da sua teoria ou sequer sabiam de sua passagem por

terras brasileiras em 1832.

Com apenas 23 anos recém-completos, Darwin conheceu o Brasil, em sua

segunda parada após deixar a Inglaterra. Ele avistou os rochedos de São Pedro

e São Paulo em 16 de fevereiro e Fernando de Noronha no dia 20 de fevereiro.

Depois seguiu para a Bahia e daí para o Rio de Janeiro, onde chegou em 4 de

abril e partiu em 5 de julho. Além da atual Capital, o trajeto de Charles Darwin

pelo Estado do Rio incluiu cidades como Maricá, Saquarema, Araruama, São

Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Barra de São João, Macaé, Conceição de Macabu,

Rio Bonito e Itaboraí, encerrando em Niterói.

Page 8: Caderno especial O Debate-198 de macaé

8 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 9O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

D o apogeu ao processo de decadência. De

acordo com relatos históricos, a implantação

do Teatro Santa Isabel - o primeiro da

cidade, foi fruto de uma iniciativa da população da

época. A construção do prédio data de 1864 a 1865

e a inauguração em 7 de janeiro de 1866.

A história começa em 12 de agosto de 1864, quando

um grupo ligado às atividades cênicas e que lutavam

pelo progresso da cidade se juntaram e fundaram nesta

mesma data a Sociedade Philo - Scenica Macahense

que tinha à frente o Dr. Constantino José Gonçalves.

A principal meta do grupo era a construção de

um teatro, e para isso foi criado um quadro de sócios

proprietários que participavam com cotas estipuladas

em dez mil réis. Antes da criação dessa sociedade os

espetáculos teatrais que ocorriam na cidade ficavam

restritos a apresentações em residências amplas ou

salões de usos diversos.

Após alguns meses de criação da Sociedade Philo,

em 15 de outubro foi lançada a pedra fundamental da

obra para comemorar o consórcio da Princesa Isabel

com o conde d`Eu. Ainda segundo a história, o espaço

recebeu o nome de “Santa Isabel” em homenagem a

princesa e tal fator resultou em algumas confusões,

pois acreditava-se que a Alteza Imperial teria vindo

a Macaé para a inauguração, no entanto não há

nenhuma documentação que comprove a informação.

A peça de estreia do Teatro foi feita por amadores

da própria cidade por meio da Sociedade Philo, com o

drama de Burgain, em quatro atos, “Os Três Amores”.

1866 - o ano Em QUE macaÉ GanHoU o sEU

PrimEiro tEatro De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio

Histórico de Macaé e professor de história, Ricardo Meirelles

grandes peças foram apresentadas no Santa Isabel, entre

elas “O Homem do Princípio ao Fim”, com a atriz Fernanda

Montenegro e Sérgio Brito e a peça “Lampeão de Gás”, com

Vanda Lacerda.

“Foram duas peças de sucesso, a primeira foi um sucesso

nacional com a participação de uma das grandes estrelas do

teatro nacional, que é a Fernanda Montenegro e a segunda

que foi uma peça policial, na época grande sucesso no Rio.

Ambas no final dos anos 60”, explicou.

Atualmente o prédio encontra-se totalmente

descaracterizado em virtude das diversas reformas e

acréscimos sofridos. No entanto, de acordo com Ricardo

Meirelles, existe uma parte do prédio que está intacta. “É

a parte onde os atores passavam para chegar até o palco.

Essa não foi afetada pelas reformas”, explicou.

a concorrÊncia E o que foi um grande sucesso

começou a perder o seu

espaço na cidade com a

inauguração do Cine Teatro

Taboada, em 1936. Segundo

Ricardo, com a chegada

do Taboada, o Santa Isabel

O Teatro foi inaugurado em 7 de janeiro mesmo sem

a obra estar totalmente concluída e após um tempo,

passou a ser utilizado também como cinema, recebendo o nome de

Cine-teatro Santa Isabel

passou a ser considerado

de qualidade de filme de

faroeste e para prender a

população passou a oferecer

filmes em série, com

exibições às quartas-feiras e

aos domingos.

Já o Cine Taboada

conquistava seu público

com filmes de amor e com

grandes atores. “Eram

plateias diferentes, o Taboada

atendia a uma classe e o

Santa Isabel, a outra”, disse.

Page 9: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 9O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 9O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

D o apogeu ao processo de decadência. De

acordo com relatos históricos, a implantação

do Teatro Santa Isabel - o primeiro da

cidade, foi fruto de uma iniciativa da população da

época. A construção do prédio data de 1864 a 1865

e a inauguração em 7 de janeiro de 1866.

A história começa em 12 de agosto de 1864, quando

um grupo ligado às atividades cênicas e que lutavam

pelo progresso da cidade se juntaram e fundaram nesta

mesma data a Sociedade Philo - Scenica Macahense

que tinha à frente o Dr. Constantino José Gonçalves.

A principal meta do grupo era a construção de

um teatro, e para isso foi criado um quadro de sócios

proprietários que participavam com cotas estipuladas

em dez mil réis. Antes da criação dessa sociedade os

espetáculos teatrais que ocorriam na cidade ficavam

restritos a apresentações em residências amplas ou

salões de usos diversos.

Após alguns meses de criação da Sociedade Philo,

em 15 de outubro foi lançada a pedra fundamental da

obra para comemorar o consórcio da Princesa Isabel

com o conde d`Eu. Ainda segundo a história, o espaço

recebeu o nome de “Santa Isabel” em homenagem a

princesa e tal fator resultou em algumas confusões,

pois acreditava-se que a Alteza Imperial teria vindo

a Macaé para a inauguração, no entanto não há

nenhuma documentação que comprove a informação.

A peça de estreia do Teatro foi feita por amadores

da própria cidade por meio da Sociedade Philo, com o

drama de Burgain, em quatro atos, “Os Três Amores”.

1866 - o ano Em QUE macaÉ GanHoU o sEU

PrimEiro tEatro De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio

Histórico de Macaé e professor de história, Ricardo Meirelles

grandes peças foram apresentadas no Santa Isabel, entre

elas “O Homem do Princípio ao Fim”, com a atriz Fernanda

Montenegro e Sérgio Brito e a peça “Lampeão de Gás”, com

Vanda Lacerda.

“Foram duas peças de sucesso, a primeira foi um sucesso

nacional com a participação de uma das grandes estrelas do

teatro nacional, que é a Fernanda Montenegro e a segunda

que foi uma peça policial, na época grande sucesso no Rio.

Ambas no final dos anos 60”, explicou.

Atualmente o prédio encontra-se totalmente

descaracterizado em virtude das diversas reformas e

acréscimos sofridos. No entanto, de acordo com Ricardo

Meirelles, existe uma parte do prédio que está intacta. “É

a parte onde os atores passavam para chegar até o palco.

Essa não foi afetada pelas reformas”, explicou.

a concorrÊncia E o que foi um grande sucesso

começou a perder o seu

espaço na cidade com a

inauguração do Cine Teatro

Taboada, em 1936. Segundo

Ricardo, com a chegada

do Taboada, o Santa Isabel

O Teatro foi inaugurado em 7 de janeiro mesmo sem

a obra estar totalmente concluída e após um tempo,

passou a ser utilizado também como cinema, recebendo o nome de

Cine-teatro Santa Isabel

passou a ser considerado

de qualidade de filme de

faroeste e para prender a

população passou a oferecer

filmes em série, com

exibições às quartas-feiras e

aos domingos.

Já o Cine Taboada

conquistava seu público

com filmes de amor e com

grandes atores. “Eram

plateias diferentes, o Taboada

atendia a uma classe e o

Santa Isabel, a outra”, disse.

Page 10: Caderno especial O Debate-198 de macaé

10 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201110 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A história de Manoel da Motta Coqueiro é rodeada

de mistérios e chama uma grande atenção

porque muitos dizem que ele teria sido o último

enforcado no Brasil, em agosto de 1855, mas de acordo com

o historiador e atual subsecretário de Acervo e Patrimônio

Histórico de Macaé, Ricardo Meirelles,

depois de Motta Coqueiro mais duas

pessoas foram enforcadas. “A única

diferença é que essas duas pessoas não

eram conhecidas publicamente como

ele”, ressaltou.

Para contar mais um pouco desta

história intrigante e rica em detalhes, o

historiador abriu as portas do Solar dos

Mellos para a equipe de reportagem do Jornal O DEBATE,

onde mostrou grande conhecimento sobre o assunto.

Ricardo contou que Motta Coqueiro vivia do que plantava

e colhia em sua fazenda. Ele era casado com Úrsula das

Virgens Cabral e possuía

cinco vastas propriedades

rurais, entre elas, a fazenda

do Bananal, situada no atual

município de Conceição de Macabu, que na época fazia

parte da Freguesia de Nossa Senhora das Neves, que hoje

conhecemos como Macaé.

Motta Coqueiro e Úrsula eram quase sempre listados

entre os fazendeiros ricos de Macaé, mas Meirelles

ressalta que mesmo assim, o casal não estava entre

os mais importantes da região. Em 1847 eles foram

convidados a participar de uma festa realizada em

Quissamã, onde Motta Coqueiro chegou a cumprimentar

o Imperador Dom Pedro II. A festa foi feita para 300

convidados, o que para a época era considerado um

número muito grande. O que chamou a atenção, foi que

Motta Coqueiro foi convidado para a ocasião, mesmo não

sendo um dos grandes fazendeiros do município.

motta coQUEiro: EXEcUÇÃo QUE FEZ HistÓria no BrasiL

Segundo o professor Ricardo Meirelles, Motta Coqueiro não teria sido o último enforcado no Brasil

Em agosto de 1855, Motta

Coqueiro foi julgado e

condenado pelo crime. “Muitas

coisas estranhas aconteceram

em seu julgamento, uma delas

foi o fato de que escravos

nunca poderiam testemunhar

contra os seus senhores,

mas no julgamento dele

uma das escravas de Motta

Coqueiro testemunhou contra

ele, o que contribuiu e muito

para sua condenação”, disse

Ricardo Meirelles.

Após ser condenado, Motta

Coqueiro voltou a Macaé para

a execução, que aconteceu na

Praça da Luz, onde hoje está

1855: condEnaÇÃo E EXEcUÇÃo Em PraÇa PÚBLica

situado o Colégio Estadual Luiz

Reid. Ricardo contou que Motta

Coqueiro saiu da Rua Dr. Télio

Barreto, onde ficava o Paço

Municipal, foi andando com

a Guarda Vigilante até o local

de execução e foi enforcado

em praça pública, na presença

de milhares de pessoas. “Uma

condenação dessas naquele

tempo era uma coisa muito

exposta, um acontecimento

onde todos tinham que

comparecer”, disse.

Muitos dizem que, antes

de ser enforcado, Motta

Coqueiro teria jogado uma

maldição na cidade, dizendo

que Macaé teria 100 anos

de não progresso. “Por conta

desta lenda, muitas pessoas

acreditam que de fato esta

maldição deu certo. Quando

a Petrobras chegou na cidade,

coincidiu com os 100 anos.

Mas se pegarmos a história

de Macaé, antes da Petrobras,

já havia um progresso cultural

e econômico acontecendo.

Mas não adianta provar

com a história, porque a

história que o povo cria é mais

interessante do que

a verdadeira”.

Embora não tenha

nenhuma documentação que

comprove isto, Ricardo disse

ainda que é provável que o

corpo de Motta Coqueiro tenha

sido enterrado nos arredores

onde hoje é o Cemitério de

Santana. “Essa história, assim

como muitas outras é muito

rica, mas infelizmente temos

uma população bastante

modificada. A grande maioria

não é mais original de Macaé,

e a história acaba ficando

mais apagada. Neste ponto

de vista, perdeu um pouco da

sua força lendária, como tinha

para os antigos macaenses”,

completou o historiador

Ricardo Meirelles.

Em 1852, numa noite chuvosa, o colono Francisco

Benedito e toda sua família foram mortos a golpe de

facões por um grupo de bandidos, escapando somente

Francisca, a filha grávida. Além da

chacina, os criminosos ainda colocaram

fogo na casa. Ricardo Meirelles contou

também que naquele dia chovia bastante

e o fogo não se alastrou, o que provocou

um cenário chocante, onde os corpos

não foram totalmente queimados,

ficando expostos. “Foram ao todo, oito

pessoas assassinadas, sendo o colono, sua esposa e mais

seis filhos, três adolescentes e três crianças”, detalhou.

Após o crime, Motta Coqueiro foi considerado

o mandante da chacina e era chamado de monstro,

ficando conhecido como “A Fera de Macabu”. “O mais

impressionante disso tudo é que, ele em nenhum momento

“Foram ao todo, oito pessoas assassinadas,

sendo o colono, sua esposa e mais seis

filhos, três adolescentes e três crianças”

disse se foi ele ou não, simplesmente não se defendeu da

acusação. Este mistério, esta coisa enigmática é que dá o

sabor a essa história”, disse Ricardo.

Segundo Meirelles, o que foi especulado na

época foi a possibilidade de ter sido sua esposa

Úrsula, a mandante do crime, já que se sentiu

traída e não aceitava o que o marido havia

feito. Mesmo assim, Motta Coqueiro foi preso

como principal suspeito dos assassinatos.

“Para intensificar ainda mais todo esse

mistério, é que ele teve a possibilidade de fuga

quando foi transferido para Campos dos Goytacazes.

Fazendeiros de Campos e pessoas da mesma

classe social de Motta queriam fazer com que ele não fosse

punido e deram a ele a oportunidade de fugir, pegando um

navio para sair do Brasil, mas ele se recusou e ficou preso

aguardando o julgamento.

coLono dE motta coQUEiro E FamÍLia assassinados

Com o fim do tráfico

negreiro e a Lei Eusébio

de Queirós, assim como

vários outros fazendeiros

da época, Motta Coqueiro

iniciou a prática do regime

de parceria com colonos

livres. Em uma de suas

fazendas foi chamado

para trabalhar o meeiro

Francisco Benedito da

Silva, que levou sua família

junto. O que se sabe é que,

uma das filhas do colono,

que se chamava Francisca

FiLHa dE coLono EnGraVida dE motta coQUEiro

teve um caso amoroso com

Motta Coqueiro, e após

este envolvimento ela ficou

grávida.

Sabendo do que havia

acontecido, o pai de

Francisca buscou vantagens

junto ao patrão, pedindo

dinheiro por conta da

gravidez de sua filha. A

partir deste momento, vários

conflitos surgiram entre os

dois. Francisco chegou a

agredir Motta Coqueiro com

a ajuda de amigos.

11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

HosPitaL sÃo JoÃo Batista:

Uma HistÓriaPara sE PrEsErVar

O hospital da Irmandade São João Batista possui 139 anos

de existência e muita história para ser preservada pelos

macaenses. Localizado na região central da cidade, ele

ocupa um quarteirão da Praça Veríssimo de Melo e foi fundado pelo

lusitano Antônio Joaquim D Andrade.

De acordo com dados registrados pelo acervo do hospital, Antônio

veio morar muito jovem na Vila de São João Batista de Macaé,

onde viveu até a sua morte. Ele montou um pequeno negócio para

vender cuscuz nas ruas da cidade, onde ganhou

o apelido de “Casculeiro” e passou a chamar-

se Antônio Joaquim D Andrade Casculeiro, no

entanto, sem nenhuma degradação da imagem

do honrado português.

A história conta que no mês de novembro

de 1862, como ainda estava solteiro, procurou

um cartório para registrar em seu testamento,

a quantia de dois contos de réis que fossem

depositados no Banco do Brasil. O dinheiro foi

deixado com o objetivo principal de dar início

a construção de uma Casa de Caridade com a

finalidade de socorrer principalmente os mais

necessitados do município.

Em dezembro de 1867 foi lançada a pedra

fundamental da obra do futuro hospital que

atenderia mais tarde a população macaense,

onde ocorreu muitos nascimentos e outros

procedimentos médicos na época.

Os registros históricos informam ainda que a Irmandade de São

João Batista de Macaé, foi idealizada para administrar o Hospital Casa

de Caridade que nasceu no dia 22 de maio de 1872, em solenidade

presidida pelo Juiz Municipal, Dr. Carlos de Souza Silveira, nomeado

para Macaé a pedido do Duque de Caxias, conforme relata em carta.

O primeiro Provedor eleito para coordenar a Irmandade foi o Dr. Bueno,

homenageado com o nome de rua no bairro da Imbetiba.

A partir dessa data, o hospital começou a funcionar e cresceu

atendendo a muitos moradores de Macaé e região circunvizinhas.

A partir de 1º de agosto de 1954, passou a contar com o apoio das

religiosas pertencentes a Associação das Filhas de Maria do Horto.

As primeiras irmãs que chegaram ao município para realizar o

atendimento aos doentes foram as irmãs Maria Leocádia, Maria do

Carmo e Maria Inocência.

O escritor macaense Antonio Alvarez Parada relatou em um dos

seus livros: “Se da grandeza do bom lusitano surgiu a Casa de Caridade,

nessa mesma bondade ela tem se mantido até hoje, com o auxílio de

seus dirigentes, de seu dedicado corpo de médicos e da eficiência das

freiras que lhes prestam serviços. O Velho Hospital, por todos esses

anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”

Provedor da Casa de Caridade de Macaé há 21 anos, o médico

Leandro Mattos, lembra ainda que o hospital realizava atendimento

médico de toda a população que morava no entorno da

cidade, sempre oferecendo os melhores recursos da

medicina que existiam na época.

Pessoas que despontam no cenário político, empresários,

atletas, entre outros, nasceram no São João Batista. Ele ressalta

ainda que o Hospital São João Batista sempre foi pioneiro

em intervenções cirúrgicas inéditas no município, como

a videolaroscopia, artroscopia, artroplastia de quadril e de

ombro, bariátrica (redução de estômago), bucomaxilofacial,

e intervenções cardiácas em adultos e crianças.

Além disso, o provedor Leandro Mattos ressalta que

o Hospital São João Batista também foi o pioneiro na

implantação da UTI Neo Natal e Câmera Hiperbárica,

utilizada no tratamento de pacientes que possuem feridas

que não cicatrizam provocadas, por exemplo, por úlceras

varicosas e serviço de oncologia.

Atualmente o Hospital João Batista conta com 170

leitos, 420 funcionários. São realizadas uma média de

450 cirurgias mensais.

“O Velho Hospital, por todos esses anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”

Page 11: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 11O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

HosPitaL sÃo JoÃo Batista:

Uma HistÓriaPara sE PrEsErVar

O hospital da Irmandade São João Batista possui 139 anos

de existência e muita história para ser preservada pelos

macaenses. Localizado na região central da cidade, ele

ocupa um quarteirão da Praça Veríssimo de Melo e foi fundado pelo

lusitano Antônio Joaquim D Andrade.

De acordo com dados registrados pelo acervo do hospital, Antônio

veio morar muito jovem na Vila de São João Batista de Macaé,

onde viveu até a sua morte. Ele montou um pequeno negócio para

vender cuscuz nas ruas da cidade, onde ganhou

o apelido de “Casculeiro” e passou a chamar-

se Antônio Joaquim D Andrade Casculeiro, no

entanto, sem nenhuma degradação da imagem

do honrado português.

A história conta que no mês de novembro

de 1862, como ainda estava solteiro, procurou

um cartório para registrar em seu testamento,

a quantia de dois contos de réis que fossem

depositados no Banco do Brasil. O dinheiro foi

deixado com o objetivo principal de dar início

a construção de uma Casa de Caridade com a

finalidade de socorrer principalmente os mais

necessitados do município.

Em dezembro de 1867 foi lançada a pedra

fundamental da obra do futuro hospital que

atenderia mais tarde a população macaense,

onde ocorreu muitos nascimentos e outros

procedimentos médicos na época.

Os registros históricos informam ainda que a Irmandade de São

João Batista de Macaé, foi idealizada para administrar o Hospital Casa

de Caridade que nasceu no dia 22 de maio de 1872, em solenidade

presidida pelo Juiz Municipal, Dr. Carlos de Souza Silveira, nomeado

para Macaé a pedido do Duque de Caxias, conforme relata em carta.

O primeiro Provedor eleito para coordenar a Irmandade foi o Dr. Bueno,

homenageado com o nome de rua no bairro da Imbetiba.

A partir dessa data, o hospital começou a funcionar e cresceu

atendendo a muitos moradores de Macaé e região circunvizinhas.

A partir de 1º de agosto de 1954, passou a contar com o apoio das

religiosas pertencentes a Associação das Filhas de Maria do Horto.

As primeiras irmãs que chegaram ao município para realizar o

atendimento aos doentes foram as irmãs Maria Leocádia, Maria do

Carmo e Maria Inocência.

O escritor macaense Antonio Alvarez Parada relatou em um dos

seus livros: “Se da grandeza do bom lusitano surgiu a Casa de Caridade,

nessa mesma bondade ela tem se mantido até hoje, com o auxílio de

seus dirigentes, de seu dedicado corpo de médicos e da eficiência das

freiras que lhes prestam serviços. O Velho Hospital, por todos esses

anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”

Provedor da Casa de Caridade de Macaé há 21 anos, o médico

Leandro Mattos, lembra ainda que o hospital realizava atendimento

médico de toda a população que morava no entorno da

cidade, sempre oferecendo os melhores recursos da

medicina que existiam na época.

Pessoas que despontam no cenário político, empresários,

atletas, entre outros, nasceram no São João Batista. Ele ressalta

ainda que o Hospital São João Batista sempre foi pioneiro

em intervenções cirúrgicas inéditas no município, como

a videolaroscopia, artroscopia, artroplastia de quadril e de

ombro, bariátrica (redução de estômago), bucomaxilofacial,

e intervenções cardiácas em adultos e crianças.

Além disso, o provedor Leandro Mattos ressalta que

o Hospital São João Batista também foi o pioneiro na

implantação da UTI Neo Natal e Câmera Hiperbárica,

utilizada no tratamento de pacientes que possuem feridas

que não cicatrizam provocadas, por exemplo, por úlceras

varicosas e serviço de oncologia.

Atualmente o Hospital João Batista conta com 170

leitos, 420 funcionários. São realizadas uma média de

450 cirurgias mensais.

“O Velho Hospital, por todos esses anos, tem prestado serviços que a pena humana não poderá descrever.”

Page 12: Caderno especial O Debate-198 de macaé

12 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201112 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Page 13: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 13O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 13O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Page 14: Caderno especial O Debate-198 de macaé

14 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201114 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Macaé deu origem a diversas personalidades

ilustres no mundo da política e da cultura,

como por exemplo, o músico Benedito Lacerda.

O município completa 198 anos, com muita história de

personalidades ilustres. A cidade não poupou qualidade

em termos de talento para o

país, especificamente nas áreas

política, cultural e musical.

Instrumentista e compositor,

Benedito Lacerda nasceu no dia

14 de março de 1903 e residiu no

bairro Imbetiba. Aos oito anos

de idade começou a aprender

flauta. Iniciou as atividades

musicais, em sua cidade natal,

como integrante da Banda Nova

Aurora. Aos 17 anos, mudou-

se para o Rio de Janeiro, onde

residiu no bairro Estácio.

Para garantir o sustento,

em 1922 ingressou na Polícia

Militar, onde podia também

continuar sua atividade musical, participando, de 1923 a

1925, da banda do batalhão. Para o sustento da família,

Benedito Lacerda tocava em cinemas, bares, emissoras de

rádio, residências, mas isto não lhe dava retorno suficiente

para suportar com tranquilidade as despesas com o aluguel

e suprir as necessidades de um chefe de família. Por isso,

passou por momentos de sérias dificuldades chegando até

mesmo a morar no porão de uma casa, no bairro do Catumbi.

Naquela década, Benedito

costumava tocar em um bar,

atrás do Mercado de Peixe de

Macaé. Atualmente, conhecido

como 'Bico da Coruja', é um

expoente do samba e do

chorinho, considerado um

ótimo lugar para se apreciar

uma música de boa qualidade.

E tudo isso se deve ao seu

fundador, Wallace Agostinho,

que descobriu na necessidade

do ganha pão um novo estilo

de vida e um lugar de difusão

da música.

Segundo Walace, mesmo

sem ter por objetivo tocar

profissionalmente, um

BEnEdito LacErda: considErado Um dosmaiorEs GÊnios da mÚsica BrasiLEira

Foi parceiro musical de Aldo Cabral, Herivelto Martins,

Bide, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Ary Barroso, entre outros.

Não podemos deixar de comentar a famosa dupla que formou

com Pixinguinha, no início da década de 40.

Destacou-se também pelas marchinhas de Carnaval

e pela atuação como fundador da União Brasileira de

Compositores e dirigente da Sociedade Brasileira de

Autores, Compositores e Escritores de Música.

De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio

Histórico, Ricardo Meirelles, conta-se que Benedito

apareceu em um momento em que, mais uma vez,

Pixinguinha sofria com suas dívidas. Já fazendo sucesso

com a música Jardineira, Benedito Lacerda lhe ofereceu

parceria. Sem muita opção, Pixinguinha aceitou, tendo de

abrir mão de sua flauta para tocar o saxofone”, comenta.

O historiador destaca também que Benedito acabou

sendo seu principal parceiro, ficaram juntos mais ou

menos cinco anos, de 1946 a 1950, tempo suficiente para

gravar 15 discos.

“A dupla se separou porque Benedito teve de fazer a

campanha política de Ademar de Barros, em São Paulo.

Com isso, todo o lucro foi até que satisfatório, permitindo

a Pixinguinha pagar a maior parte de suas dívidas. E

Pixinguinha tirou a conclusão de que foi bom ter trocado a

sua flauta pelo saxofone”, lembra.

Para Ricardo Meirelles, Benedito foi um homem vivo,

inteligente, atento, pontual e sagaz. Macaé é uma cidade

rica de cultura, cujas histórias de vida são motivos de

orgulho para os que nasceram e para os que vieram morar

no município” relata.

em termos de talento para o

país, especificamente nas áreas

política, cultural e musical.

Benedito Lacerda nasceu no dia

14 de março de 1903 e residiu no

bairro Imbetiba. Aos oito anos

de idade começou a aprender

flauta. Iniciou as atividades

determinado grupo de amigos

batizou o local com o nome

'Bico da Coruja', onde com o

passar do tempo começou

a ser solicitado para se

apresentar em eventos.

O bar virou referência

de boa música e bom papo,

amigos e clientes começaram

a propor projetos musicais,

aproveitando o clima do

lugar. “Foram iniciados

aqui diversos, dentre os

quais podemos destacar: O

Corredor Cultural Benedito

Lacerda, parceria com

Sentrinho em shows, inclusive

de nosso mestre maior João

HEranÇa dEiXada Por BEnEditoNogueira, no qual o 'bico'

fez a abertura, primeiro CD

do Bico da Coruja, shows de

artistas aqui no Bico: Henrique

Cazes, grupo Abraçando

Jacaré, Matutos de Cordeiro,

Cristina Buarque, Ronaldo

do Bandolim, Zé da Velha/

Silvério”, disse.

“O Bico da Coruja foi um

incentivo para muitas pessoas

que começaram a tocar em

Macaé. Muitos projetos

musicais começaram aqui,

direta ou indiretamente. Nossa

ideia agora é expandir, levar

uma estrutura e fazer um

chorinho em qualquer lugar. Vai

ser muito especial pois vai unir o

que Macaé tem de mais bonito,

o choro e a cidade”, finalizou.

Local famoso pela boa

música, o Bico da Coruja

já existe há 28 anos. É lá

que o proprietário Wallace

recebe os músicos da cidade,

que se encontraram para

brincar com os instrumentos.

O grupo de sambistas e

chorões frequentam o lugar

religiosamente todas às quartas-

feiras. O curioso é que o bar

fica localizado na Rua Benedito

Lacerda, nome do macaense

considerado um dos maiores

‘chorões’ de todos os tempos.

Page 15: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 15O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201114 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Macaé deu origem a diversas personalidades

ilustres no mundo da política e da cultura,

como por exemplo, o músico Benedito Lacerda.

O município completa 198 anos, com muita história de

personalidades ilustres. A cidade não poupou qualidade

em termos de talento para o

país, especificamente nas áreas

política, cultural e musical.

Instrumentista e compositor,

Benedito Lacerda nasceu no dia

14 de março de 1903 e residiu no

bairro Imbetiba. Aos oito anos

de idade começou a aprender

flauta. Iniciou as atividades

musicais, em sua cidade natal,

como integrante da Banda Nova

Aurora. Aos 17 anos, mudou-

se para o Rio de Janeiro, onde

residiu no bairro Estácio.

Para garantir o sustento,

em 1922 ingressou na Polícia

Militar, onde podia também

continuar sua atividade musical, participando, de 1923 a

1925, da banda do batalhão. Para o sustento da família,

Benedito Lacerda tocava em cinemas, bares, emissoras de

rádio, residências, mas isto não lhe dava retorno suficiente

para suportar com tranquilidade as despesas com o aluguel

e suprir as necessidades de um chefe de família. Por isso,

passou por momentos de sérias dificuldades chegando até

mesmo a morar no porão de uma casa, no bairro do Catumbi.

Naquela década, Benedito

costumava tocar em um bar,

atrás do Mercado de Peixe de

Macaé. Atualmente, conhecido

como 'Bico da Coruja', é um

expoente do samba e do

chorinho, considerado um

ótimo lugar para se apreciar

uma música de boa qualidade.

E tudo isso se deve ao seu

fundador, Wallace Agostinho,

que descobriu na necessidade

do ganha pão um novo estilo

de vida e um lugar de difusão

da música.

Segundo Walace, mesmo

sem ter por objetivo tocar

profissionalmente, um

BEnEdito LacErda: considErado Um dosmaiorEs GÊnios da mÚsica BrasiLEira

Foi parceiro musical de Aldo Cabral, Herivelto Martins,

Bide, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Ary Barroso, entre outros.

Não podemos deixar de comentar a famosa dupla que formou

com Pixinguinha, no início da década de 40.

Destacou-se também pelas marchinhas de Carnaval

e pela atuação como fundador da União Brasileira de

Compositores e dirigente da Sociedade Brasileira de

Autores, Compositores e Escritores de Música.

De acordo com o subsecretário de Acervo e Patrimônio

Histórico, Ricardo Meirelles, conta-se que Benedito

apareceu em um momento em que, mais uma vez,

Pixinguinha sofria com suas dívidas. Já fazendo sucesso

com a música Jardineira, Benedito Lacerda lhe ofereceu

parceria. Sem muita opção, Pixinguinha aceitou, tendo de

abrir mão de sua flauta para tocar o saxofone”, comenta.

O historiador destaca também que Benedito acabou

sendo seu principal parceiro, ficaram juntos mais ou

menos cinco anos, de 1946 a 1950, tempo suficiente para

gravar 15 discos.

“A dupla se separou porque Benedito teve de fazer a

campanha política de Ademar de Barros, em São Paulo.

Com isso, todo o lucro foi até que satisfatório, permitindo

a Pixinguinha pagar a maior parte de suas dívidas. E

Pixinguinha tirou a conclusão de que foi bom ter trocado a

sua flauta pelo saxofone”, lembra.

Para Ricardo Meirelles, Benedito foi um homem vivo,

inteligente, atento, pontual e sagaz. Macaé é uma cidade

rica de cultura, cujas histórias de vida são motivos de

orgulho para os que nasceram e para os que vieram morar

no município” relata.

em termos de talento para o

país, especificamente nas áreas

política, cultural e musical.

Benedito Lacerda nasceu no dia

14 de março de 1903 e residiu no

bairro Imbetiba. Aos oito anos

de idade começou a aprender

flauta. Iniciou as atividades

determinado grupo de amigos

batizou o local com o nome

'Bico da Coruja', onde com o

passar do tempo começou

a ser solicitado para se

apresentar em eventos.

O bar virou referência

de boa música e bom papo,

amigos e clientes começaram

a propor projetos musicais,

aproveitando o clima do

lugar. “Foram iniciados

aqui diversos, dentre os

quais podemos destacar: O

Corredor Cultural Benedito

Lacerda, parceria com

Sentrinho em shows, inclusive

de nosso mestre maior João

HEranÇa dEiXada Por BEnEditoNogueira, no qual o 'bico'

fez a abertura, primeiro CD

do Bico da Coruja, shows de

artistas aqui no Bico: Henrique

Cazes, grupo Abraçando

Jacaré, Matutos de Cordeiro,

Cristina Buarque, Ronaldo

do Bandolim, Zé da Velha/

Silvério”, disse.

“O Bico da Coruja foi um

incentivo para muitas pessoas

que começaram a tocar em

Macaé. Muitos projetos

musicais começaram aqui,

direta ou indiretamente. Nossa

ideia agora é expandir, levar

uma estrutura e fazer um

chorinho em qualquer lugar. Vai

ser muito especial pois vai unir o

que Macaé tem de mais bonito,

o choro e a cidade”, finalizou.

Local famoso pela boa

música, o Bico da Coruja

já existe há 28 anos. É lá

que o proprietário Wallace

recebe os músicos da cidade,

que se encontraram para

brincar com os instrumentos.

O grupo de sambistas e

chorões frequentam o lugar

religiosamente todas às quartas-

feiras. O curioso é que o bar

fica localizado na Rua Benedito

Lacerda, nome do macaense

considerado um dos maiores

‘chorões’ de todos os tempos.

15O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Estrada dE FErro:marco da Economia

A chegada da Estrada de Ferro

resultou no enfraquecimento

do porto e o fortalecimento da

economia

T odo o escoamento da

produção da Cana de

Açúcar da região era feito

através de embarcações saindo

do Porto de Imbetiba. Com a

construção e entrega da Estrada de

Ferro Macaé/Campos, o processo

passou a ser realizado através do

transporte ferroviário.

O primeiro trecho da ferrovia,

com 33 quilômetros de extensão,

entre Imbetiba e Carapebus,

passando por Macaé, foi inaugurado no dia 10 de agosto

de 1874. Em 14 de junho de 1875 foi inaugurado o trecho

até Campos dos Goytacazes, totalizando 96,5 quilômetros

de extensão. A inauguração da ferrovia resultou na maior

rapidez e menor custo de operação, o que conduziu ao

rápido declínio da importância do canal Campos-Macaé,

que entrou em decadência.

Segundo o historiador Ricardo Meirelles, a Estrada de

Ferro, também chamada de E.F., fez com que houvesse

uma mudança muito grande em relação ao trabalho

de produção e o deslocamento do que se produzia.

“Isso porque o trem, sem dúvida nenhuma, era um

transporte muito mais seguro, possibilitando transportar

uma quantidade muito maior do que as embarcações

suportavam. Além disso, o serviço era feito com maior

rapidez e mobilidade, fazendo com que o porto fosse

entrando num período de decadência, perdendo sua força,

deixando de ser então, o centro econômico, já que toda

produção açucareira era transportada via porto”, explicou.

Meirelles ressalta

ainda que essa mudança

chamou a atenção para

duas possibilidades naquela

época, a manutenção do

porto e ao mesmo tempo o

escoamento pela ferrovia.

“A ferrovia era uma

novidade, algo que tinha

uma grande força no que

diz respeito ao transporte,

principalmente quando se

falava de segurança. As

navegações sempre foram

muito sujeitas a chuva,

tempestade, apresentando

um risco muito grande. Já

com o trem, a probabilidade

de acidente era muito

menor. A partir deste

momento começou a se

jogar uma confiança e um

investimento muito grande

na ferrovia, onde não só era

possível escoar a produção

basicamente de açúcar, mas

também fazer o transporte”,

detalhou o historiador.

Ricardo disse ainda que,

até bem pouco tempo atrás

a ferrovia era a principal

alternativa. “Até a década

de 60 a ferrovia era que

nos ligava a Campos e ao

Rio de Janeiro. Porque não

tínhamos uma estrada

que pudesse nos conduzir

com segurança até o Rio,

sendo que uma viagem

naquele período chegava

a durar de cinco a sete

horas”, completou.

Page 16: Caderno especial O Debate-198 de macaé

16 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201116 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

M acaé chega aos 198 anos se transformando

a cada dia. Hoje, é uma das principais

economias do nosso estado, com um

crescimento de 600% nos últimos dez anos. O número

de habitantes triplicou desde a década de 70. São

mais de 200 mil moradores, muitos vindos de outros

estados e países - 10% são estrangeiros - atraídos pelo

desenvolvimento do município.

O estado do Rio é a capital energética do Brasil. Somos

responsáveis pela produção de mais de 80% do óleo e

de 40% do gás natural do

país. E Macaé é uma parte

muito importante desse

processo. A cidade vai se

beneficiar da exploração da

camada do pré-sal, de onde

deverão ser extraídos cerca

de 80 bilhões de barris de

óleo leve nos próximos anos.

Temos em nosso território

60% das novas reservas.

O desafio do nosso estado

e de cidades como Macaé

é aplicar esses recursos de

forma a promover cada vez

mais o desenvolvimento

econômico e social da

a macaÉ do PrEsEntE E do FUtUro

população como um todo.

Em Macaé, esse futuro já faz parte do presente. Como

marca do nosso governo, a parceria com o governo

federal e com os municípios vem transformando a cidade.

Vamos implementar, por exemplo, na linha férrea que

corta a área urbana da cidade, o Veículo Leve sobre

Trilhos (VLT) para o transporte de passageiros. A nossa

expectativa é de que o projeto comece a ser testado no

primeiro semestre do ano que vem. Serão R$ 25 milhões

investidos pelo município, mais R$ 47,8 milhões de

recursos federais e o nosso governo será responsável por

toda a consultoria técnica.

Outro exemplo de ação para a melhoria na qualidade

de vida da população está na solução de problemas

antigos, como o abastecimento de água. A demanda dos

moradores foi atendida com a inauguração, há pouco mais

de um ano, do novo trecho de duplicação da adutora de

água bruta. Com isso, a produção de água saltou de 450

para 600 litros por segundo, ampliando o fornecimento

diário para a região em mais de 13 milhões de litros. Mais

uma vez, a parceria entre o nosso governo, por meio da

Cedae, com investimento de R$ 15 milhões, e a prefeitura,

que forneceu as máquinas para a execução da obra, foi

fundamental para melhorar a vida das pessoas. Mais de

100 mil moradores foram beneficiados.

Portanto, a nossa forte política de investimentos no

interior do estado atrai indústrias e gera mais emprego,

renda e desenvolvimento. É assim, com o trabalho de

todos e parceria efetiva, que estamos ajudando a fazer

de Macaé uma cidade cada vez melhor, como a sua

população merece.

Sérgio CabralGovernador do Estado do Rio de Janeiro

Page 17: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 17O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201116 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

M acaé chega aos 198 anos se transformando

a cada dia. Hoje, é uma das principais

economias do nosso estado, com um

crescimento de 600% nos últimos dez anos. O número

de habitantes triplicou desde a década de 70. São

mais de 200 mil moradores, muitos vindos de outros

estados e países - 10% são estrangeiros - atraídos pelo

desenvolvimento do município.

O estado do Rio é a capital energética do Brasil. Somos

responsáveis pela produção de mais de 80% do óleo e

de 40% do gás natural do

país. E Macaé é uma parte

muito importante desse

processo. A cidade vai se

beneficiar da exploração da

camada do pré-sal, de onde

deverão ser extraídos cerca

de 80 bilhões de barris de

óleo leve nos próximos anos.

Temos em nosso território

60% das novas reservas.

O desafio do nosso estado

e de cidades como Macaé

é aplicar esses recursos de

forma a promover cada vez

mais o desenvolvimento

econômico e social da

a macaÉ do PrEsEntE E do FUtUro

população como um todo.

Em Macaé, esse futuro já faz parte do presente. Como

marca do nosso governo, a parceria com o governo

federal e com os municípios vem transformando a cidade.

Vamos implementar, por exemplo, na linha férrea que

corta a área urbana da cidade, o Veículo Leve sobre

Trilhos (VLT) para o transporte de passageiros. A nossa

expectativa é de que o projeto comece a ser testado no

primeiro semestre do ano que vem. Serão R$ 25 milhões

investidos pelo município, mais R$ 47,8 milhões de

recursos federais e o nosso governo será responsável por

toda a consultoria técnica.

Outro exemplo de ação para a melhoria na qualidade

de vida da população está na solução de problemas

antigos, como o abastecimento de água. A demanda dos

moradores foi atendida com a inauguração, há pouco mais

de um ano, do novo trecho de duplicação da adutora de

água bruta. Com isso, a produção de água saltou de 450

para 600 litros por segundo, ampliando o fornecimento

diário para a região em mais de 13 milhões de litros. Mais

uma vez, a parceria entre o nosso governo, por meio da

Cedae, com investimento de R$ 15 milhões, e a prefeitura,

que forneceu as máquinas para a execução da obra, foi

fundamental para melhorar a vida das pessoas. Mais de

100 mil moradores foram beneficiados.

Portanto, a nossa forte política de investimentos no

interior do estado atrai indústrias e gera mais emprego,

renda e desenvolvimento. É assim, com o trabalho de

todos e parceria efetiva, que estamos ajudando a fazer

de Macaé uma cidade cada vez melhor, como a sua

população merece.

Sérgio CabralGovernador do Estado do Rio de Janeiro

17O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

C om uma história que começou em

1627, com a colonização portuguesa,

Macaé preserva um rico patrimônio

histórico, e um deles é o Farol de Imbetiba,

também conhecido com Farol Velho ou

Farolito. Construído em 1880 para atender

as necessidades do Porto de Imbetiba, que

funcionava como escoadouro da produção

agrícola da Bacia de Campos e Macaé, o velho

farol passou por uma restauração há 11 anos.

Implantado sobre uma pedra à beira-

mar, o Farolito está localizado na Praia de

Imbetiba, em frente a Ilha do Papagaio.

Formado de pedra, o monumento possui uma

escada externa de acesso ao seu interior,

oferecendo uma boa paisagem aos visitantes.

De acordo com o subsecretário de Acervo

e Patrimônio Público, Ricardo Meirelles,

o Farol de Imbetiba foi construído pela

companhia Macaé Campos, quando operava

a ligação férrea entre as duas cidades e

marítima entre Macaé e a corte em conjunção.

“Sendo assim, foi construído um acesso ao

Farol, facilitando e estimulando a visitação”.

Como símbolo turístico e cultural de Macaé,

o Farol pode ser visitado pela Praia Campista,

através do acesso construído pela

Petrobras que, também, realizou

um tratamento paisagístico nas

imediações do monumento.

Conhecida também como a Praia

do Farol, o local tem a extensão

de 500 metros, água morna,

transparente e areias grossas.

O subsecretário de Acervo

recorda, ainda, que a Praia

da Imbetiba foi o point da

juventude nas décadas de 70 e

80. “Muitos jovens se reuniam

no Bar e Restaurante 860, no

Redondo, Varandão, Mocambo,

Pub, e no fim da noite, era no

Trailler do Demerval que a turma

se deliciava com o sanduíche,

que marcou toda uma geração: o

Bistrot”, destacou.

Ricardo diz que o Bistrot

ficou na saudade, e hoje a Praia

da Imbetiba é a base do terminal marítimo

de apoio às atividades da Petrobras. A orla

vem sendo utilizada pelos praticantes de

cooper e esportistas da natação “Academia

dos Anormais”, que todas as manhãs podem

ser encontrados por lá. É um grupo da

sociedade que se reúne para manter viva a

história da Imbetiba”.

A AntigA bússolAdAs embArcAções:

o “FArolito” dAPrAiA de imbetibA

Page 18: Caderno especial O Debate-198 de macaé

18 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201118 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A o longo dos 198 anos de história da cidade, persona-

lidades de grande relevância nasceram em Macaé

e despontaram no país. No ramo da política, o mu-

nicípio tem grande histórico de personagens importantes que

chegaram ao cargo de governador do estado, como Alfredo

Backer e Feliciano Pires de Abreu Sodré.

Backer, que nasceu em Macaé em 1851, formou-se em

medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro e exerceu a fun-

ção no município por um bom tempo. Na cidade, o médico

participou da fundação do Partido Republicano Fluminense,

e também lutou em campanha abolicionistas durante o pe-

ríodo do Segundo Reinado.

Na área política, Alfredo Backer partici-

pou da Constituinte Fluminense no ano de

1892 e elegeu-se deputado estadual em 1892

a 1894, voltando ao cargo no ano de 1901 a

1903. Na administração de Nilo Peçanha, que

era presidente do Rio de Janeiro, cargo equi-

valente ao governador dos dias de hoje, en-

tre os anos de 1903 e 1906, Backer foi secre-

tário-geral do estado, vereador e presidente

da Câmara Municipal em Macaé, durante este período.

Já no ano de 1905, Alfredo Backer foi eleito deputado fe-

deral e chegou ao cargo de

presidente do Rio de Janei-

ro, no ano de 1906. Duran-

te seu mandato, em 1910,

o governador do Estado

do Rio, Alfredo Backer,

criou a Prefeitura Munici-

pal de Macaé, entregando

sua administração ao nite-

roiense Silva Marques. Se-

gundo historiadores, a população macaense não teria acei-

tado essa imposição, impedindo a posse e levando o caso à

Justiça, que impugnou o prefeito. Porém, esse não foi o único

percalço durante o governo de Alfredo Backer, depois de en-

frentar forte oposição chefiada pelo então vice-presidente e,

após a morte do presidente eleito Afonso Pena, presidente

da República, Nilo Peçanha, o governador acabou desaloja-

do do palácio do governo em Niterói por forças do Exército,

um dia antes de terminar seu mandato, em 30 de dezembro

de 1910.

Isso ocorreu, mesmo após uma parceria durante o go-

verno de Nilo Peçanha no estado do Rio. Com isso, o go-

verno de Alfredo Backer não foi fácil, até porque, segundo

o ário de Acervo e Patrimônio Público de Macaé, Ricardo

Meirelles, a Câmara de Vereadores não tinha uma boa re-

lação com o governador e somente seguia Nilo Peçanha.

“Existia esse atrito entre a Câmara Municipal e Alfredo Ba-

cker, até porque, o governador indicou o Silva Marques para

o cargo de prefeito. Isso desagradou a todos em Macaé,

mAcAÉ, berço de goVernAntesdo estAdo do rio de JAneiro

pois ele não era da cidade. Com isso, foram aceitar a indi-

cação de Nilo Peçanha, que no momento era presidente da

República, para Lobo Junior assumir o governo municipal.

Isso só mostrava o quão enfraquecido era o governo de Ba-

cker”, concluiu.

Antes de vir a falecer, Backer ainda exerceu o cargo de

Senador no ano de 1935. O ex-governador, morreu aos 86

anos em 1937.

Já com Feliciano Sodré, o governo foi mais

tranquilo. Governador entre os anos de 1923

e 1927, seu governo coincidiu com o man-

dato de Washington Luiz como presidente

da República. Como é de conhecimento, o

13º presidente era nascido em Macaé. Des-

ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-

ta uma só linha de governo neste período.

“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-

caram mais fáceis, pois as esferas de governo estavam em

sintonia. Tal como hoje que a prefeitura, governo de esta-

do e união tem a mesma linha

política, na década de 20, dois

macaenses estavam no poder.

Washington Luiz era presiden-

te e Sodré governador. Para

não esquecer, um dos prefeitos

deste período foi Francisco Mi-

randa Sobrinho”, afirmou.

Para Meirelles, a população de Macaé tem que des-

mistificar um pouco a má impressão que tem contra Wa-

shington Luiz. “No ano de 1927 foi inaugurada a Estação da

Luz, a forma de geração de energia elétrica que abastecia

a cidade e era lá em Glicério. Nesta inauguração, o pró-

prio Washington Luiz, junto com Feliciano Sodré, esteve

na cidade. Desfilaram em carro aberto pela Avenida Rui

Barbosa e pararam em frente a Câmara Municipal. Isso

mostra que o presidente tinha sim boa consideração pela

cidade, pois não tinha obrigação de vir nesta inaugura-

ção. Assim, a população pode perceber que mesmo tendo

toda sua educação em São Paulo, não renegava as origens

em Macaé”, disse.

O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizado-

res da Renascença Fluminense - movimento que promoveu

uma urbanização modernizadora e inaugurações de jardins

e monumentos em homenagem a figuras de vulto da políti-

ca fluminense ou nacional, sendo destaque o Monumento

à República, na praça de mesmo nome, em Niterói. Desta

forma, é possível perceber que o governador era claramen-

te inspirado na modernização da cidade do Rio de Janeiro

promovida anteriormente por Pereira Passos.

Após ser governador, Sodré ainda elegeu-se como sena-

dor, igual a Backer. Por fim, o ex-governador faleceu no ano

de 1945 com 64 anos.

e 1927, seu governo coincidiu com o man-

13º presidente era nascido em Macaé. Des-

ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-

ta uma só linha de governo neste período.

“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-

“Alfredo Backer foi eleito deputado

federal e chegou ao cargo de presidente

do Rio de Janeiro, no ano de 1906”

“O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizadores da Renascença Fluminense”

Page 19: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201118 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A o longo dos 198 anos de história da cidade, persona-

lidades de grande relevância nasceram em Macaé

e despontaram no país. No ramo da política, o mu-

nicípio tem grande histórico de personagens importantes que

chegaram ao cargo de governador do estado, como Alfredo

Backer e Feliciano Pires de Abreu Sodré.

Backer, que nasceu em Macaé em 1851, formou-se em

medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro e exerceu a fun-

ção no município por um bom tempo. Na cidade, o médico

participou da fundação do Partido Republicano Fluminense,

e também lutou em campanha abolicionistas durante o pe-

ríodo do Segundo Reinado.

Na área política, Alfredo Backer partici-

pou da Constituinte Fluminense no ano de

1892 e elegeu-se deputado estadual em 1892

a 1894, voltando ao cargo no ano de 1901 a

1903. Na administração de Nilo Peçanha, que

era presidente do Rio de Janeiro, cargo equi-

valente ao governador dos dias de hoje, en-

tre os anos de 1903 e 1906, Backer foi secre-

tário-geral do estado, vereador e presidente

da Câmara Municipal em Macaé, durante este período.

Já no ano de 1905, Alfredo Backer foi eleito deputado fe-

deral e chegou ao cargo de

presidente do Rio de Janei-

ro, no ano de 1906. Duran-

te seu mandato, em 1910,

o governador do Estado

do Rio, Alfredo Backer,

criou a Prefeitura Munici-

pal de Macaé, entregando

sua administração ao nite-

roiense Silva Marques. Se-

gundo historiadores, a população macaense não teria acei-

tado essa imposição, impedindo a posse e levando o caso à

Justiça, que impugnou o prefeito. Porém, esse não foi o único

percalço durante o governo de Alfredo Backer, depois de en-

frentar forte oposição chefiada pelo então vice-presidente e,

após a morte do presidente eleito Afonso Pena, presidente

da República, Nilo Peçanha, o governador acabou desaloja-

do do palácio do governo em Niterói por forças do Exército,

um dia antes de terminar seu mandato, em 30 de dezembro

de 1910.

Isso ocorreu, mesmo após uma parceria durante o go-

verno de Nilo Peçanha no estado do Rio. Com isso, o go-

verno de Alfredo Backer não foi fácil, até porque, segundo

o ário de Acervo e Patrimônio Público de Macaé, Ricardo

Meirelles, a Câmara de Vereadores não tinha uma boa re-

lação com o governador e somente seguia Nilo Peçanha.

“Existia esse atrito entre a Câmara Municipal e Alfredo Ba-

cker, até porque, o governador indicou o Silva Marques para

o cargo de prefeito. Isso desagradou a todos em Macaé,

mAcAÉ, berço de goVernAntesdo estAdo do rio de JAneiro

pois ele não era da cidade. Com isso, foram aceitar a indi-

cação de Nilo Peçanha, que no momento era presidente da

República, para Lobo Junior assumir o governo municipal.

Isso só mostrava o quão enfraquecido era o governo de Ba-

cker”, concluiu.

Antes de vir a falecer, Backer ainda exerceu o cargo de

Senador no ano de 1935. O ex-governador, morreu aos 86

anos em 1937.

Já com Feliciano Sodré, o governo foi mais

tranquilo. Governador entre os anos de 1923

e 1927, seu governo coincidiu com o man-

dato de Washington Luiz como presidente

da República. Como é de conhecimento, o

13º presidente era nascido em Macaé. Des-

ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-

ta uma só linha de governo neste período.

“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-

caram mais fáceis, pois as esferas de governo estavam em

sintonia. Tal como hoje que a prefeitura, governo de esta-

do e união tem a mesma linha

política, na década de 20, dois

macaenses estavam no poder.

Washington Luiz era presiden-

te e Sodré governador. Para

não esquecer, um dos prefeitos

deste período foi Francisco Mi-

randa Sobrinho”, afirmou.

Para Meirelles, a população de Macaé tem que des-

mistificar um pouco a má impressão que tem contra Wa-

shington Luiz. “No ano de 1927 foi inaugurada a Estação da

Luz, a forma de geração de energia elétrica que abastecia

a cidade e era lá em Glicério. Nesta inauguração, o pró-

prio Washington Luiz, junto com Feliciano Sodré, esteve

na cidade. Desfilaram em carro aberto pela Avenida Rui

Barbosa e pararam em frente a Câmara Municipal. Isso

mostra que o presidente tinha sim boa consideração pela

cidade, pois não tinha obrigação de vir nesta inaugura-

ção. Assim, a população pode perceber que mesmo tendo

toda sua educação em São Paulo, não renegava as origens

em Macaé”, disse.

O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizado-

res da Renascença Fluminense - movimento que promoveu

uma urbanização modernizadora e inaugurações de jardins

e monumentos em homenagem a figuras de vulto da políti-

ca fluminense ou nacional, sendo destaque o Monumento

à República, na praça de mesmo nome, em Niterói. Desta

forma, é possível perceber que o governador era claramen-

te inspirado na modernização da cidade do Rio de Janeiro

promovida anteriormente por Pereira Passos.

Após ser governador, Sodré ainda elegeu-se como sena-

dor, igual a Backer. Por fim, o ex-governador faleceu no ano

de 1945 com 64 anos.

e 1927, seu governo coincidiu com o man-

13º presidente era nascido em Macaé. Des-

ta forma, segundo Ricardo Meirelles, exis-

ta uma só linha de governo neste período.

“Durante o governo de Sodré, as coisas fi-

“Alfredo Backer foi eleito deputado

federal e chegou ao cargo de presidente

do Rio de Janeiro, no ano de 1906”

“O presidente do estado, Sodré, fora um dos idealizadores da Renascença Fluminense”

19O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201118 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

um esPAço mArcAdoPArA mudAr

N o ano de 1912, foi inaugurada em Macaé, a Fábrica

de Fósforos Veado, na Avenida Rui Barbosa, hoje

conhecida como Calçadão da Rua Direita.

A Fábrica de Fósforos pertencia ao Coronel Antonio

Martins da Costa, dirigida por ele e por seu genro, Dr. Pau-

lino Monnerat, então Promotor Público.

Naquele tempo, a fábrica proporcionava oportunidades

de emprego a muita gente em Macaé, especialmente às

mocinhas e meninos. O futuro do estabelecimento parecia

promissor, quando em 1930, a grande empresa foi adquirida

pela Companhia Brasileira de Fósforos, que procurava esta-

belecer um truste em todo o país.

Segundo os historiadores, a Companhia já tinha a inten-

ção de fechar a Fábrica de Fósforos Veado, pelo simples

motivo de eliminar a concorrência e assim foi feito, a Com-

panhia Brasileira ficou, inclusive, com a matéria prima e

com a maquinaria.

E para comemorar o fechamento da empresa, foi ofe-

recido um banquete exatamente às 20h, para convidados

especiais como o governador da época, Oliveira Botelho e o

seu vice, João Guimarães.

Por algum tempo o enorme casarão ficou fechado, crian-

do cupins e ratos, até que o Sr. Manoel Guilherme Taboada o

adquiriu do Coronel Costa, pela importância de 35 contos de

réis, que valeriam hoje cerca de R$ 2 milhões. O objetivo do

capitalista português, há tanto tempo estabelecido em Macaé

com sua empresa Taboada & Cia, e com “A Construtora”, era a

construção do moderníssimo Cine-Teatro.

O local, que por 18 anos foi casa da marca mais fa-

mosa de fósforos daquela época, deu lugar ao belíssimo

Cine Teatro Taboada, também considerado um marco na

cultura fluminense.

Ainda segundo a história, a Fábrica de Fósforos funcionava

do lado da Fábrica Lynce, cujos seus criadores foram o famoso

Farrula, juntamente com Lacerda Agostinho.

Nos dias de hoje, nas mesmas instalações funcionam as

Lojas Americanas, paralelamente ao Hotel Palace, inaugu-

rado em 1932.

De acordo com o subsecretário

de Acervo e Patrimônio

Histórico e professor de

história, Ricardo Meirelles, da

Fábrica de Fósforos Veado,

surgiu o Cine Tatro Taboada,

de estrutura bastante moderna

para a época.

“O local era de uma

estrutura extraordinária.

CINE TEATRO TABOADA EM 1935As obras que deram origem

começaram em 1930, logo

após a venda da Fábrica. De

1932 para 1933, as obras foram

finalizadas e no ano de 1935,

aconteceu a tão esperada

inauguração do famoso

Cine Teatro Taboada, em

um domingo de Páscoa”,

explicou o historiador.

O arquiteto e construtor foi

Joaquim Murteira, e de acordo

com informações, o ambiente

era de extrema elegância e

requinte, conhecido por toda

região por ser muito luxuoso,

composto por inúmeros

camarotes, um palco de 15

metros de abertura com 10

metros de profundidade.

Era um ambiente

extremamente bem

frequentado pelas autoridades

e personalidades macaenses,

além das tradicionais famílias do

município. Houve uma grande

visão dos investidores na cidade

ao iniciarem a construção,

representando um grande

desenvolvimento para a cidade.

Só em 1982, após quase 50

anos de funcionamento, o Cine

Teatro foi fechado, mas antes

disso, o último filme exibido foi

a “A Lagoa Azul”. Como contou

Ricardo Meirelles, o local foi

fechado sem maiores motivos.

“O pipoqueiro chegava todos

os dias como de costume, para

vender suas pipocas, e ao parar

em frente ao Cine, notou que

estava tudo fechado”, explicou.

Passado algum tempo,

a classe cultural de Macaé

se revoltou e realizou uma

manifestação na Praça

Washington Luís e marcando

presença em grande

quantidade, estavam os

jovens de Macaé.

mAcAÉ, berço de goVernAntesdo estAdo do rio de JAneiro

Page 20: Caderno especial O Debate-198 de macaé

20 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201120 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201120 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Page 21: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 21O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201120 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Page 22: Caderno especial O Debate-198 de macaé

22 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

inAugurAdA AAssociAção comerciAl e industriAl de mAcAÉ

A Associação

Comercial de

Macaé foi fundada

em 9 de abril de 1916, pelo

empresário Orlando Farrula,

dono da fábrica de bebidas

Lynce da época. A primeira

reunião da diretoria da

Associação foi realizada

pouco tempo depois, no

dia 13 de maio do mesmo

ano, no salão da Sociedade

Musical Nova Aurora. A

entidade começou com 60

sócios-fundadores.

Na época, muitos já

haviam tentado fundar

a Associação e após

inúmeras tentativas

frustradas, o Sr. Orlando

Farrula entendeu que tudo

é possível e aderiu à ideia.

Após a fundação, na data

citada acima, pensou-se na

construção de um edifício,

o que para a época parecia

um sonho, mas Manoel

Ximenes, Paulino de

Carvalho, Eduardo Gomes

e outras personalidades

daquele tempo, tomaram

coragem e saíram a campo

e conseguiram erguê-lo.

A participação da

Associação Comercial no

crescimento da cidade

começou a partir de

1920, quando a entidade

conseguiu junto ao Governo

Federal a reativação do

Canal Macaé-Campos

para o transporte de

cargas. Naquele mesmo

ano, por conta do grande

movimento, o Porto de

Macaé teve seu cais

aumentado em 30 metros.

Em 1922, a entidade

elaborou o sistema viário

do município, considerando

as regiões mais produtivas.

O plano foi executado

pelos poderes públicos,

considerando os traçados

sugeridos pela Associação.

Um ano depois, a

entidade já tinha a sua

primeira sede própria. No

mesmo ano, a Associação

foi a responsável pela

instalação da primeira

agência bancária da cidade,

cedendo para o Banco

do Brasil o pavimento

térreo de sua sede para o

funcionamento da agência.

AGÊNCIA DO

BANCO DO BRASIL

A conquista da agência

que se instalou

simultaneamente com

a sede social, em um

dos departamentos do

edifício especialmente

reservado para tal

fim, desde quando foi

imaginada a construção

do prédio. Para a época,

o Banco do Brasil, livrou a

população dos defeituosos

sistemas coloniais do

comércio primitivo, para

uma fase de emancipação

econômico financeira.

A pRIMEIRA SEDE

pRÓpRIA

No dia 23 de junho de 1923,

foi inaugurada a primeira

sede própria, juntamente

com a agência do Banco do

Brasil, e o evento aconteceu

em grande estilo.

O edifício era

considerado uma obra

gigantesca, porque foi

imaginado quando os cofres

sociais acusavam um saldo

existente de pouco mais de

200 mil réis, e em menos

de um ano, foi concluído,

atingido o custo, de cerca

de 47 contos de réis.

A ASSOCIAçãO, SuA

FuNçãO E SuA EFICÁCIA

COMO ÓRGãO DAS

CLASSES EMpRESARIAIS

O espírito de associação

entre aqueles que

trabalham nos diferentes

ramos de atividades foi

constituída como regra

geral e onde quer que

existam as coletividades

empreendedoras, máquinas

formidáveis de progresso, o

que são denominadas hoje,

as associações.

Foi isso que animou

Orlando Farrula, grande

personalidade da elite

macaense, já que o

comércio entre todas as

classes laboriosas, é a mais

difícil de se congregar.

O CENTRO COMERCIAL DE MACAÉ

O quarteirão, em primeiro plano, vai da Avenida Rui

Barbosa, para a Conde de Araruama à Marechal Deodoro,

teve por mais de 50 anos suas imagens capturadas

pelo fotógrafo Aloísio de Sá Vasconcellos, o Lulu. Por

intermédio dele, que a memória visual de Macaé não foi

perdida, não foi sendo esquecida. Em janeiro de 1926, o

calçamento das ruas começou a ser colocado, já em 1930,

veio o Cine Teatro Taboada, mas sem início das obras.

Ainda pela Avenida Rui Barbosa havia a redação de O

Autonomista, prestigioso jornal do passado macaense,

surgido em 1918, cujo diretor foi Dr. Américo Peixoto. Na

sequência, entre outras casas, havia duas casas comerciais

extremamente importantes: Ferragens da Família Franco e

o Armazém de Ximenes, Santos & Cia, até atingir o bonito

sobrado da sede da associação. Colado a ele o prédio de

platibanda saliente da firma Ribeiro, Xavier & Lessa, na

época parede-meia com o Café de Helano. Mais adiante

se erguia o sobrado da loja de fazendas do Sr. Jorge

Chaloub e ao fundo, no centro, bem destacada é vista a

palmeira do jardim do Colégio Meirelles.

Logo à esquerda, parte da Fábrica de Fogos Veado,

propriedade de Antônio Fernandes da Costa, inaugurada em

1913 e em cuja área foi levantado o Cine Teatro Taboada e o

Palace Hotel. Sendo centro comercial, nada há de estranhar

no quarteirão haver a profusão de caminhões, mesmo dando-

lhes um movimento inusitado naqueles anos.

FuNCIONAMENTO DA ASSOCIAçãO COMERCIAL

Já em funcionamento na Avenida Rui Barbosa, a Asso-

ciação passou a se desenvolver de maneira ainda mais

rápida, prestando aos seus associados serviços relevan-

tes, tais como: informações sobre o movimento comercial

da praça e assuntos das repartições públicas. Naqueles

tempos, a Estrada de Ferro Leopoldina era o único meio

de transporte para os empresários. A estrada autuava os

comerciantes que despachavam café em sacos frágeis,

café mal seco, e outros produtos mal embalados. Tam-

bém multavam e cobravam armazenagem quando os co-

merciantes não retiravam as mercadorias em tempo hábil.

SR. ORLANDO FARRULLA(Fundador da Associação)

1916

O espírito de associação entre aqueles que trabalham nos diferentes ramos de atividades foi constituída como

regra geral e onde quer que existam as coletividades empreendedoras, máquinas formidáveis de progresso,

o que são denominadas hoje, as associações.

23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

C onceição de Macabu é um município localizado

entre a serra e o mar na região norte do estado

do Rio de Janeiro, constituído por serras de

altitudes que oscilam de 300 a 989 metros. O nome

“Conceição” deriva de Nossa Senhora da Conceição,

nomenclatura esta que surgiu em outubro de 1855,

quando Conceição de Macabu foi elevado a categoria de

freguesia, com o nome de freguesia de Nossa Senhora da

Conceição de Macabu. Já o termo “Macabu” tem origem

indígena: mak’a’bium, que designava uma palmeira de

frutos doces, hoje conhecida como macaubeira ou como

é mais provável, devido a suas fontes documentais,

ter sido um apelido que os Sete Capitães deram ao rio

Macabu, quando o encontraram em 7 de janeiro de 1634.

A cidade tem cerca de 22.700 habitantes e é cortada

pela rodovia estadual RJ-182. O município possui

ainda um segundo distrito, Macabuzinho, distante 19

quilômetros da sede e com população estimada em

900 habitantes.

História do município - Originalmente habitado

por tribos indígenas nômades, o município foi parte

da Capitania de São Tomé até ser doado em sesmaria

para os Sete Capitães. Em 1759 os jesuítas foram

expulsos. O início das grandes plantações gerou grande

quantidade de escravos africanos. No século XIX,

portos fluviais, a estrada Macaé-Cantagalo e o ramal

ferroviário oriundo de Conde de Araruama (Quissamã)

tornam-se vias de acesso à região contribuindo para o

seu povoamento, crescimento econômico e evolução

política: freguesia em 1855 e primeira emancipação em

1891-1892. Durante esta época, ocorreu o caso da “Fera

de Macabu”, uma história de crime, a partir da qual se

iniciou o fim da pena de morte no Brasil.

Em 1907, surge em Conceição de Macabu a primeira

colônia de japoneses do Brasil. O século XX foi marcado

pelo progresso com a fundação da Usina Victor Sence e

da fazenda Modelo Venceslau Bello (Rego Barros).

EMANCIpAçãO DE CONCEIçãO DE MACABu

O progresso teve reflexos políticos e Conceição de

Macabu, quinto distrito de Macaé, uniu-se ao 10º distrito,

Macabuzinho, originando um novo município, Conceição

de Macabu, em 15 de março de 1952. O processo de

emancipação foi por plebiscito popular, o primeiro do

Brasil e único unânime até hoje.

prefeitos: Coronel José da Natividade e Castro

(1891 a 1892 - Primeira Emancipação); Rozendo

Fontes Tavares (prefeito em dois mandatos);

Francisco Barbosa de Andrade (Chico Tobias); João

Barbosa Moreira (presidente da Câmara); Jorge

Armando Figueiredo Enne; João Barbosa Daumas;

Archimedes Custódio Barreto; Délcio Pontes Pacheco;

Sílvio Soares Tavares; José Sebastião de Castro

(prefeito em dois mandatos); Leopoldo Cesar da

Silva; Ercínio Pinto de Souza; Nilo Siqueira (vice-

prefeito em exercício); Marcos Paulo Cordeiro Couto

(presidente da Câmara); Cláudio Eduardo Barbosa

Linhares (prefeito em dois mandatos); Lídia Mercedez

Oliveira Soares (exerceu mandato de 13 dias, segundo

determinação judicial; nas eleições municipais

de 2008 recebeu 5068 votos sendo eleita para o

mandato 2009-2013).

Filhos ilustres: Ângela Maria (cantora); Caco Baresi

(ator); Cleóbulo Faria (jogador de futebol); Demerval

Barbosa Moreira (médico); Eliezer Gomes (ator); Nestor

Gomes (senador); Policarpo Ribeiro (jogador de futebol).

CuRIOSIDADES / CONCEIçãO DE MACABu FOI:

Primeiro município do Brasil emancipado por plebiscito

popular; único município emancipado por unanimidade;

primeiro salto livre de paraquedas do estado do Rio de

Janeiro; primeira colônia agrícola japonesa do Brasil:

Fazenda Santo Antônio, em 1907; maior quilombo do

Rio de Janeiro: Quilombo do Carucango; o mais famoso

caso de condenação e execução da pena de morte no

Império: a Fera de Macabu; Charles Darwin, naturalista

inglês, autor da Teoria da Evolução das Espécies, visitou

o município entre 13 e 19 de abril de 1832, hospedando-

se na Fazenda São José do Sossego; a Manteiga

Macabuense é considerada uma das melhores do Brasil;

a Usina Victor Sence (1913-1993) era a única a produzir

acetona, butila e butanol a partir da cana-de-açúcar; foi

capital do estado do Rio de Janeiro durante uma semana

no governo de Geremias de Mattos Fontes (Geremias

Fontes) em 1967; mais antigo abastecimento público de

água - Caixa D’Água da Bocaina, 1877 - em atividade no

Norte Fluminense.

conceição de mAcAbusuA históriA e emAnciPAção

Page 23: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

inAugurAdA AAssociAção comerciAl e industriAl de mAcAÉ

A Associação

Comercial de

Macaé foi fundada

em 9 de abril de 1916, pelo

empresário Orlando Farrula,

dono da fábrica de bebidas

Lynce da época. A primeira

reunião da diretoria da

Associação foi realizada

pouco tempo depois, no

dia 13 de maio do mesmo

ano, no salão da Sociedade

Musical Nova Aurora. A

entidade começou com 60

sócios-fundadores.

Na época, muitos já

haviam tentado fundar

a Associação e após

inúmeras tentativas

frustradas, o Sr. Orlando

Farrula entendeu que tudo

é possível e aderiu à ideia.

Após a fundação, na data

citada acima, pensou-se na

construção de um edifício,

o que para a época parecia

um sonho, mas Manoel

Ximenes, Paulino de

Carvalho, Eduardo Gomes

e outras personalidades

daquele tempo, tomaram

coragem e saíram a campo

e conseguiram erguê-lo.

A participação da

Associação Comercial no

crescimento da cidade

começou a partir de

1920, quando a entidade

conseguiu junto ao Governo

Federal a reativação do

Canal Macaé-Campos

para o transporte de

cargas. Naquele mesmo

ano, por conta do grande

movimento, o Porto de

Macaé teve seu cais

aumentado em 30 metros.

Em 1922, a entidade

elaborou o sistema viário

do município, considerando

as regiões mais produtivas.

O plano foi executado

pelos poderes públicos,

considerando os traçados

sugeridos pela Associação.

Um ano depois, a

entidade já tinha a sua

primeira sede própria. No

mesmo ano, a Associação

foi a responsável pela

instalação da primeira

agência bancária da cidade,

cedendo para o Banco

do Brasil o pavimento

térreo de sua sede para o

funcionamento da agência.

AGÊNCIA DO

BANCO DO BRASIL

A conquista da agência

que se instalou

simultaneamente com

a sede social, em um

dos departamentos do

edifício especialmente

reservado para tal

fim, desde quando foi

imaginada a construção

do prédio. Para a época,

o Banco do Brasil, livrou a

população dos defeituosos

sistemas coloniais do

comércio primitivo, para

uma fase de emancipação

econômico financeira.

A pRIMEIRA SEDE

pRÓpRIA

No dia 23 de junho de 1923,

foi inaugurada a primeira

sede própria, juntamente

com a agência do Banco do

Brasil, e o evento aconteceu

em grande estilo.

O edifício era

considerado uma obra

gigantesca, porque foi

imaginado quando os cofres

sociais acusavam um saldo

existente de pouco mais de

200 mil réis, e em menos

de um ano, foi concluído,

atingido o custo, de cerca

de 47 contos de réis.

A ASSOCIAçãO, SuA

FuNçãO E SuA EFICÁCIA

COMO ÓRGãO DAS

CLASSES EMpRESARIAIS

O espírito de associação

entre aqueles que

trabalham nos diferentes

ramos de atividades foi

constituída como regra

geral e onde quer que

existam as coletividades

empreendedoras, máquinas

formidáveis de progresso, o

que são denominadas hoje,

as associações.

Foi isso que animou

Orlando Farrula, grande

personalidade da elite

macaense, já que o

comércio entre todas as

classes laboriosas, é a mais

difícil de se congregar.

O CENTRO COMERCIAL DE MACAÉ

O quarteirão, em primeiro plano, vai da Avenida Rui

Barbosa, para a Conde de Araruama à Marechal Deodoro,

teve por mais de 50 anos suas imagens capturadas

pelo fotógrafo Aloísio de Sá Vasconcellos, o Lulu. Por

intermédio dele, que a memória visual de Macaé não foi

perdida, não foi sendo esquecida. Em janeiro de 1926, o

calçamento das ruas começou a ser colocado, já em 1930,

veio o Cine Teatro Taboada, mas sem início das obras.

Ainda pela Avenida Rui Barbosa havia a redação de O

Autonomista, prestigioso jornal do passado macaense,

surgido em 1918, cujo diretor foi Dr. Américo Peixoto. Na

sequência, entre outras casas, havia duas casas comerciais

extremamente importantes: Ferragens da Família Franco e

o Armazém de Ximenes, Santos & Cia, até atingir o bonito

sobrado da sede da associação. Colado a ele o prédio de

platibanda saliente da firma Ribeiro, Xavier & Lessa, na

época parede-meia com o Café de Helano. Mais adiante

se erguia o sobrado da loja de fazendas do Sr. Jorge

Chaloub e ao fundo, no centro, bem destacada é vista a

palmeira do jardim do Colégio Meirelles.

Logo à esquerda, parte da Fábrica de Fogos Veado,

propriedade de Antônio Fernandes da Costa, inaugurada em

1913 e em cuja área foi levantado o Cine Teatro Taboada e o

Palace Hotel. Sendo centro comercial, nada há de estranhar

no quarteirão haver a profusão de caminhões, mesmo dando-

lhes um movimento inusitado naqueles anos.

FuNCIONAMENTO DA ASSOCIAçãO COMERCIAL

Já em funcionamento na Avenida Rui Barbosa, a Asso-

ciação passou a se desenvolver de maneira ainda mais

rápida, prestando aos seus associados serviços relevan-

tes, tais como: informações sobre o movimento comercial

da praça e assuntos das repartições públicas. Naqueles

tempos, a Estrada de Ferro Leopoldina era o único meio

de transporte para os empresários. A estrada autuava os

comerciantes que despachavam café em sacos frágeis,

café mal seco, e outros produtos mal embalados. Tam-

bém multavam e cobravam armazenagem quando os co-

merciantes não retiravam as mercadorias em tempo hábil.

SR. ORLANDO FARRULLA(Fundador da Associação)

1916

O espírito de associação entre aqueles que trabalham nos diferentes ramos de atividades foi constituída como

regra geral e onde quer que existam as coletividades empreendedoras, máquinas formidáveis de progresso,

o que são denominadas hoje, as associações.

23O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201122 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

C onceição de Macabu é um município localizado

entre a serra e o mar na região norte do estado

do Rio de Janeiro, constituído por serras de

altitudes que oscilam de 300 a 989 metros. O nome

“Conceição” deriva de Nossa Senhora da Conceição,

nomenclatura esta que surgiu em outubro de 1855,

quando Conceição de Macabu foi elevado a categoria de

freguesia, com o nome de freguesia de Nossa Senhora da

Conceição de Macabu. Já o termo “Macabu” tem origem

indígena: mak’a’bium, que designava uma palmeira de

frutos doces, hoje conhecida como macaubeira ou como

é mais provável, devido a suas fontes documentais,

ter sido um apelido que os Sete Capitães deram ao rio

Macabu, quando o encontraram em 7 de janeiro de 1634.

A cidade tem cerca de 22.700 habitantes e é cortada

pela rodovia estadual RJ-182. O município possui

ainda um segundo distrito, Macabuzinho, distante 19

quilômetros da sede e com população estimada em

900 habitantes.

História do município - Originalmente habitado

por tribos indígenas nômades, o município foi parte

da Capitania de São Tomé até ser doado em sesmaria

para os Sete Capitães. Em 1759 os jesuítas foram

expulsos. O início das grandes plantações gerou grande

quantidade de escravos africanos. No século XIX,

portos fluviais, a estrada Macaé-Cantagalo e o ramal

ferroviário oriundo de Conde de Araruama (Quissamã)

tornam-se vias de acesso à região contribuindo para o

seu povoamento, crescimento econômico e evolução

política: freguesia em 1855 e primeira emancipação em

1891-1892. Durante esta época, ocorreu o caso da “Fera

de Macabu”, uma história de crime, a partir da qual se

iniciou o fim da pena de morte no Brasil.

Em 1907, surge em Conceição de Macabu a primeira

colônia de japoneses do Brasil. O século XX foi marcado

pelo progresso com a fundação da Usina Victor Sence e

da fazenda Modelo Venceslau Bello (Rego Barros).

EMANCIpAçãO DE CONCEIçãO DE MACABu

O progresso teve reflexos políticos e Conceição de

Macabu, quinto distrito de Macaé, uniu-se ao 10º distrito,

Macabuzinho, originando um novo município, Conceição

de Macabu, em 15 de março de 1952. O processo de

emancipação foi por plebiscito popular, o primeiro do

Brasil e único unânime até hoje.

prefeitos: Coronel José da Natividade e Castro

(1891 a 1892 - Primeira Emancipação); Rozendo

Fontes Tavares (prefeito em dois mandatos);

Francisco Barbosa de Andrade (Chico Tobias); João

Barbosa Moreira (presidente da Câmara); Jorge

Armando Figueiredo Enne; João Barbosa Daumas;

Archimedes Custódio Barreto; Délcio Pontes Pacheco;

Sílvio Soares Tavares; José Sebastião de Castro

(prefeito em dois mandatos); Leopoldo Cesar da

Silva; Ercínio Pinto de Souza; Nilo Siqueira (vice-

prefeito em exercício); Marcos Paulo Cordeiro Couto

(presidente da Câmara); Cláudio Eduardo Barbosa

Linhares (prefeito em dois mandatos); Lídia Mercedez

Oliveira Soares (exerceu mandato de 13 dias, segundo

determinação judicial; nas eleições municipais

de 2008 recebeu 5068 votos sendo eleita para o

mandato 2009-2013).

Filhos ilustres: Ângela Maria (cantora); Caco Baresi

(ator); Cleóbulo Faria (jogador de futebol); Demerval

Barbosa Moreira (médico); Eliezer Gomes (ator); Nestor

Gomes (senador); Policarpo Ribeiro (jogador de futebol).

CuRIOSIDADES / CONCEIçãO DE MACABu FOI:

Primeiro município do Brasil emancipado por plebiscito

popular; único município emancipado por unanimidade;

primeiro salto livre de paraquedas do estado do Rio de

Janeiro; primeira colônia agrícola japonesa do Brasil:

Fazenda Santo Antônio, em 1907; maior quilombo do

Rio de Janeiro: Quilombo do Carucango; o mais famoso

caso de condenação e execução da pena de morte no

Império: a Fera de Macabu; Charles Darwin, naturalista

inglês, autor da Teoria da Evolução das Espécies, visitou

o município entre 13 e 19 de abril de 1832, hospedando-

se na Fazenda São José do Sossego; a Manteiga

Macabuense é considerada uma das melhores do Brasil;

a Usina Victor Sence (1913-1993) era a única a produzir

acetona, butila e butanol a partir da cana-de-açúcar; foi

capital do estado do Rio de Janeiro durante uma semana

no governo de Geremias de Mattos Fontes (Geremias

Fontes) em 1967; mais antigo abastecimento público de

água - Caixa D’Água da Bocaina, 1877 - em atividade no

Norte Fluminense.

conceição de mAcAbusuA históriA e emAnciPAção

Page 24: Caderno especial O Debate-198 de macaé

24 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201124 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 25O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A história de Macaé também é marcada por sua

importante contribuição na matriz energética

brasileira a partir de 1950 com as usinas

hidroelétricas de Glicério e Macabu.

Até 1917, ruas e casas eram iluminadas por lampiões.

Somente a partir desse ano foi que a prefeitura instalou

um sistema de iluminação na cidade. A casa de força, com

motor a óleo, ficava na Praça da Luz, onde

hoje está o Colégio Estadual Luiz Reid.

Com o potencial hidroelétrico descoberto

na serra, investidores começaram a construir

a primeira usina em Glicério em 1926, sendo

colocada em operação na década de 40.

Mas foi em 195o que Macaé ganhou

status de geradora de energia com a

entrada em operação da Usina Macabu,

localizada no Frade, com sua história

marcada por dificuldades e tragédias.

Logo após o início das obras de Glicério, começaram

os estudos para a instalação de uma nova usina. Foram

escolhidos dois pontos: o primeiro entre Tapera e Sodrelância

(Trajano de Morais) a 630 metros de altitude e o outro

ponto no Frade, a 300 metros. Entre os dois pontos estava

a serra de Crubixais, vencida por um túnel de 4.907 metros,

levando água até as turbinas. Diversos trabalhadores

morreram durante as explosões para a abertura do túnel.

A construção começou em 1939 com engenheiros

brasileiros e japoneses. Entre os coordenadores do

empreendimento estiveram Edmundo Franca Amaral e

Hélio de Macedo Soares. Seus descendentes trabalharam

na usina até o final do século passado.

Com o início da Guerra o projeto foi interrompido

pela primeira vez em 1941, quando os japoneses foram

‘expulsos’ do país.

Um ano depois as obras recomeçaram e

novamente paralisaram em 1947, dessa vez por

falta re recursos. Retomadas no ano seguinte, as

obras culminaram com a entrada em operações

de duas turbinas no dia 11 de janeiro de 1950.

Onze anos depois, fortes chuvas carregaram

material sólido para o canal de fuga da usina

entulhando-a até a borda e o rompimento do

túnel causou o desmoronamento da encosta

sobre a casa de máquinas de Macabu. As atividades na

usina foram interrompidas em 4 de fevereiro de 1961.

Um exército de incansáveis funcionários trabalharam 53

dias e noites sem parar e em 28 de março a usina entrou

novamente em funcionamento.

Hoje, as usinas de Glicério e Macabu pertencem a

Quanta S/A, produzem energia para abastecer milhares de

residências e mantém-se como um patrimônio histórico de

grande valor para o município.

Macaé surge como forte

geradora de eletricidade para o país

enerGia que veM da nossa serra

Page 25: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 25O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 25O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A história de Macaé também é marcada por sua

importante contribuição na matriz energética

brasileira a partir de 1950 com as usinas

hidroelétricas de Glicério e Macabu.

Até 1917, ruas e casas eram iluminadas por lampiões.

Somente a partir desse ano foi que a prefeitura instalou

um sistema de iluminação na cidade. A casa de força, com

motor a óleo, ficava na Praça da Luz, onde

hoje está o Colégio Estadual Luiz Reid.

Com o potencial hidroelétrico descoberto

na serra, investidores começaram a construir

a primeira usina em Glicério em 1926, sendo

colocada em operação na década de 40.

Mas foi em 195o que Macaé ganhou

status de geradora de energia com a

entrada em operação da Usina Macabu,

localizada no Frade, com sua história

marcada por dificuldades e tragédias.

Logo após o início das obras de Glicério, começaram

os estudos para a instalação de uma nova usina. Foram

escolhidos dois pontos: o primeiro entre Tapera e Sodrelância

(Trajano de Morais) a 630 metros de altitude e o outro

ponto no Frade, a 300 metros. Entre os dois pontos estava

a serra de Crubixais, vencida por um túnel de 4.907 metros,

levando água até as turbinas. Diversos trabalhadores

morreram durante as explosões para a abertura do túnel.

A construção começou em 1939 com engenheiros

brasileiros e japoneses. Entre os coordenadores do

empreendimento estiveram Edmundo Franca Amaral e

Hélio de Macedo Soares. Seus descendentes trabalharam

na usina até o final do século passado.

Com o início da Guerra o projeto foi interrompido

pela primeira vez em 1941, quando os japoneses foram

‘expulsos’ do país.

Um ano depois as obras recomeçaram e

novamente paralisaram em 1947, dessa vez por

falta re recursos. Retomadas no ano seguinte, as

obras culminaram com a entrada em operações

de duas turbinas no dia 11 de janeiro de 1950.

Onze anos depois, fortes chuvas carregaram

material sólido para o canal de fuga da usina

entulhando-a até a borda e o rompimento do

túnel causou o desmoronamento da encosta

sobre a casa de máquinas de Macabu. As atividades na

usina foram interrompidas em 4 de fevereiro de 1961.

Um exército de incansáveis funcionários trabalharam 53

dias e noites sem parar e em 28 de março a usina entrou

novamente em funcionamento.

Hoje, as usinas de Glicério e Macabu pertencem a

Quanta S/A, produzem energia para abastecer milhares de

residências e mantém-se como um patrimônio histórico de

grande valor para o município.

Macaé surge como forte

geradora de eletricidade para o país

enerGia que veM da nossa serra

Page 26: Caderno especial O Debate-198 de macaé

26 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

N ão é só do petróleo que vem o reconhecimento

de Macaé no cenário nacional. Antes de ser

sede da Petrobras, a cidade foi berço do último

presidente da chamada República Velha, Washington Luís

Pereira de Sousa. O presidente nasceu em Macaé, no dia

26 de outubro de 1869 e segundo alguns dados históricos,

proveniente de uma família rica da cidade.

Durante sua adolescência, estudou no tradicional

Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, em regime de

internato. Aos 22 anos, em 1891, Washington Luís graduou-

se pela Faculdade de Direito de São Paulo. No ano seguinte

foi nomeado promotor público de Barra Mansa. Porém, ele

não ficou muito tempo no cargo, já que decidiu atuar como

advogado na cidade de Batatais, interior de São Paulo.

Durante seu tempo em Batatais, Washington Luís

iniciou-se na vida política. Em 1897 foi eleito Vereador

da cidade, sendo também presidente da Câmara de

Vereadores. Em 1898 e 1899 foi prefeito de Batatais.

No ano de 1904, o macaense foi eleito deputado

estadual por São Paulo, pelo Partido Republicano Paulista

(PRP), participando da Constituinte paulista, que reviu

a Constituição do estado. Já em 1906, Washington Luís

abandonou o mandato para assumir a Secretaria Estadual

de Justiça e Segurança Pública. Depois de ser eleito

mais uma vez para o cargo de deputado estadual, o ex-

presidente tornou-se prefeito de São Paulo por cinco anos,

de 1914 até 1919. Continuando a sua trajetória política,

Washington Luís foi eleito presidente do estado de São

Paulo, em 1920, para um mandato de quatro anos.

Depois de ser eleito senador por São Paulo,

Washington Luís venceu eleição direta e assumiu o cargo

de Presidente da República, em 15 de novembro de 1926,

chegando assim ao principal posto político brasileiro.

Durante o período em que o macaense esteve no poder,

enfrentou diversas adversidades, tanto políticas quanto

econômicas. Ao longo da década de 20, a República Velha,

que também era chamada de República do café-com-leite,

sofria um grande desgaste devido a posição contrária da

classe média urbana da época, dos movimentos tenentista e

operário e das oligarquias dissidentes. Logo no início do seu

mandato, Washington Luís viu uma situação um pouco mais

favorável, pois teve fim as rebeliões tenentistas, com o término

da Coluna Prestes. Mas, mesmo assim, ele se negou

a assinar o pedido de anistia aos

envolvidos nos

WashinGton luÍsnasce eM Macaé e cheGa À PresidÊncia da rePÚblica

levantes, inclusive aos “rebeldes de 1924” que deram origem à

Coluna Prestes.

Já no ano seguinte, com medo de outros possíveis

levantes, Washington Luís criou a Lei Celerada, em 1927, que

impunha censura à imprensa e restringia o direito de reunião,

levando para a clandestinidade o Partido Comunista Brasileiro,

que havia sido reconhecido pelo governo no início do ano.

Com o cenário político mais controlado, pensou-se que

tudo estaria bem, mas com a crise de 1929, iniciada com a

quebra da Bolsa de Nova Iorque, o preço do café, principal

item de exportação do Brasil no início do século passado,

caiu exponencialmente no mercado internacional. Desta

forma, o café que representava 70% das exportações

brasileiras, perdeu valor e consequentemente afundou o

país em um crise, já que com a política de valorização do

café, iniciada em 1906 com a assinatura do Convênio de

Taubaté, o Brasil tinha grande reserva de café, tanto com

os cafeicultores, quanto com o governo.

Diante deste cenário, o governo estava em um turbilhão

de problemas que foi agravado com a disputa pela sucessão

presidencial. Mesmo enfraquecidos no cenário político

brasileiro, Washington Luís e cafeicultores de São Paulo

indicaram como candidato a eleição o paulista Júlio Prestes.

Minas Gerais não concordava com essa escolha e junto

com o Rio Grande do Sul lançou a candidatura de Getúlio

Vargas, com o vice-presidente paraibano João Pessoa.

O resultado da eleição terminou com vitória de Prestes,

mas com suspeita de fraude. Para complicar ainda mais

o cenário político, o vice de Vargas, João Pessoa, foi

assassinado. Esse foi o estopim para um golpe contra

o governo de Washington Luís. Militares se rebelaram

nos quartéis e manifestantes tomaram as ruas do Rio

de Janeiro, atearam fogo aos jornais fiéis ao Governo e

exigiram a saída do presidente.

Getúlio Vargas liderou uma conspiração e o presidente

Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930,

pelos chefes das forças armadas. Uma junta provisória de

Governo assumiu o poder, composta pelos generais Tasso

Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha.

O movimento ficou conhecido como “Revolução de 30”.

Em 21 de Novembro de 1930, o presidente deposto

embarcou para um longo exílio na Suíça, Portugal e

Estados Unidos. Só retornou ao país em 1947 e não se

envolveu mais em política. Dedicou-se ao estudo e a

pesquisas históricas. Morreu em São Paulo em

04 de Agosto de 1957.

27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

S e hoje o futebol macaense figura no cenário

profissional nacional, ostentando um dos mais

importantes estádios do Rio de Janeiro, muito

se deve aos craques do passado, que com talento

inquestionável fizeram da bola instrumento de superação.

Das peladas amadoras da então pacata Princesinha do

Atlântico para os principais campos pelo mundo afora.

Assim baseia-se a carreira do macaense Paulo Henrique,

lateral-esquerdo integrante do elenco canarinho que

defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966,

na Inglaterra. Ex-jogador do Flamengo e hoje técnico de

futebol, Paulo Henrique certamente é um dos nomes que

contribuiu para o desenvolvimento do esporte macaense.

Nascido em Macaé no dia 5 de janeiro de 1943, Paulo

Henrique Souza de Oliveira tem uma carreira respeitável

no futebol. Revelado no Quissamã Futebol Clube, quando

a cidade ainda era distrito de Macaé, o lateral-esquerdo

despertou o interesse do Flamengo, onde fez história. Além

de brilhar com a camisa Rubro-Negro, Paulo Henrique ainda

passou por Botafogo, Bahia, Avaí e Bonsucesso, além de

vestir a Amarelinha, tendo a oportunidade de disputar a

Copa do Mundo de 1966, na

Inglaterra.

Paulo Henrique fez 13

jogos pela Seleção Brasileira

(3 não oficiais) e fez parte

do elenco que participou

do Mundial da Inglaterra.

O macaense foi titular da

equipe então comandada

pelo técnico Vicente Feola,

que estreou na Copa do

Mundo de 1966, contra a

Bulgária, com a seguinte

formação: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair, PAULO

HENRIQUE; Denílson, Lima, Garrincha. Alcindo, Pelé e

Jairzinho. O time canarinho não repetiu o feito de 1962 e caiu

na primeira fase, com campanha de 3 jogos, uma vitória e

duas derrotas.

Apesar do desempenho frustrante dos então

atuais campeões mundias, uma conquista pessoal

está imortalizada para o ex-jogador: Paulo Henrique

tem uma marca significativa em sua carreira, pois foi o

jogador a substituir Nilton Santos em Copas do Mundo.

A Enciclopédia disputou como titular as Copas de 1954

(Suiça), 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Coube ao então

lateral do Flamengo sucedê-lo em 1966. Registro para lá

de especial no currículo do ilustre macaense.

Paulo henrique: uM Macaense que FeZ histÓria no Fla e vestiu a aMarelinha

Mas foi na Gávea que Paulo Henrique marcou sua

carreira no futebol. Ele fez parte de elencos inesquecíveis

do Flamengo, onde atuou em 437 partidas, e jogou ao lado

de craques como Silva Batuta, Almir Pernambuquinho,

Zico (iniciando a carreira e no título de 1972), Paulo César

Caju, Reyes, Doval, Carlinhos, Fio Maravilha, dentre outros

ídolos rubro-negros.

Em 1971, Paulo Henrique foi emprestado ao Botafogo

e participou do time denominado selefogo, que apenas

conseguiu o vice-campeonato carioca e brasileiro daquele

ano. Dois anos mais tarde, a revelação do Quissamã,

ao se aventurar em terras catarinenses, carimbou o título

estadual pelo Avaí, em 1973.

Como jogador, foi campeão carioca pelo Fla em 1963,

1965 e 1972, e campeão catarinense pelo Avaí, em 1973.

Hoje, com 68 anos, casado e pai de 3 filhos, Paulo

Henrique ainda respira futebol, agora como técnico.

Atualmente, o ex-lateral da Seleção Brasileira comanda uma

escolinha de futebol na Barra da Tijuca, Zona

Oeste do Rio de Janeiro. Como treinador, Paulo Henrique tem

passagem especial pelo Quissamã, clube o qual foi revelado

antes de ir para o Flamengo. Foi ele quem comandou o inédito

acesso do Quissa à Segundona do Estadual, em 2009.

Vale lembrar que um dos seus filhos, Paulo Henrique

Júnior, herdou do pai a paixão pelo futebol. Ele atualmente

trabalha nas categorias de base do Flamengo e comandou

a garatoda rubro-negra no título da Copa São Paulo de

Futebol Júnior deste ano.

Seleção Brasileira de 1966: Em pé, Fidélis, Zito, Gylmar, Brito, Fontana e Paulo Henrique. Agachados, Jairzinho,

Lima, Alcindo, Pelé e Amarildo.

Page 27: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

N ão é só do petróleo que vem o reconhecimento

de Macaé no cenário nacional. Antes de ser

sede da Petrobras, a cidade foi berço do último

presidente da chamada República Velha, Washington Luís

Pereira de Sousa. O presidente nasceu em Macaé, no dia

26 de outubro de 1869 e segundo alguns dados históricos,

proveniente de uma família rica da cidade.

Durante sua adolescência, estudou no tradicional

Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, em regime de

internato. Aos 22 anos, em 1891, Washington Luís graduou-

se pela Faculdade de Direito de São Paulo. No ano seguinte

foi nomeado promotor público de Barra Mansa. Porém, ele

não ficou muito tempo no cargo, já que decidiu atuar como

advogado na cidade de Batatais, interior de São Paulo.

Durante seu tempo em Batatais, Washington Luís

iniciou-se na vida política. Em 1897 foi eleito Vereador

da cidade, sendo também presidente da Câmara de

Vereadores. Em 1898 e 1899 foi prefeito de Batatais.

No ano de 1904, o macaense foi eleito deputado

estadual por São Paulo, pelo Partido Republicano Paulista

(PRP), participando da Constituinte paulista, que reviu

a Constituição do estado. Já em 1906, Washington Luís

abandonou o mandato para assumir a Secretaria Estadual

de Justiça e Segurança Pública. Depois de ser eleito

mais uma vez para o cargo de deputado estadual, o ex-

presidente tornou-se prefeito de São Paulo por cinco anos,

de 1914 até 1919. Continuando a sua trajetória política,

Washington Luís foi eleito presidente do estado de São

Paulo, em 1920, para um mandato de quatro anos.

Depois de ser eleito senador por São Paulo,

Washington Luís venceu eleição direta e assumiu o cargo

de Presidente da República, em 15 de novembro de 1926,

chegando assim ao principal posto político brasileiro.

Durante o período em que o macaense esteve no poder,

enfrentou diversas adversidades, tanto políticas quanto

econômicas. Ao longo da década de 20, a República Velha,

que também era chamada de República do café-com-leite,

sofria um grande desgaste devido a posição contrária da

classe média urbana da época, dos movimentos tenentista e

operário e das oligarquias dissidentes. Logo no início do seu

mandato, Washington Luís viu uma situação um pouco mais

favorável, pois teve fim as rebeliões tenentistas, com o término

da Coluna Prestes. Mas, mesmo assim, ele se negou

a assinar o pedido de anistia aos

envolvidos nos

WashinGton luÍsnasce eM Macaé e cheGa À PresidÊncia da rePÚblica

levantes, inclusive aos “rebeldes de 1924” que deram origem à

Coluna Prestes.

Já no ano seguinte, com medo de outros possíveis

levantes, Washington Luís criou a Lei Celerada, em 1927, que

impunha censura à imprensa e restringia o direito de reunião,

levando para a clandestinidade o Partido Comunista Brasileiro,

que havia sido reconhecido pelo governo no início do ano.

Com o cenário político mais controlado, pensou-se que

tudo estaria bem, mas com a crise de 1929, iniciada com a

quebra da Bolsa de Nova Iorque, o preço do café, principal

item de exportação do Brasil no início do século passado,

caiu exponencialmente no mercado internacional. Desta

forma, o café que representava 70% das exportações

brasileiras, perdeu valor e consequentemente afundou o

país em um crise, já que com a política de valorização do

café, iniciada em 1906 com a assinatura do Convênio de

Taubaté, o Brasil tinha grande reserva de café, tanto com

os cafeicultores, quanto com o governo.

Diante deste cenário, o governo estava em um turbilhão

de problemas que foi agravado com a disputa pela sucessão

presidencial. Mesmo enfraquecidos no cenário político

brasileiro, Washington Luís e cafeicultores de São Paulo

indicaram como candidato a eleição o paulista Júlio Prestes.

Minas Gerais não concordava com essa escolha e junto

com o Rio Grande do Sul lançou a candidatura de Getúlio

Vargas, com o vice-presidente paraibano João Pessoa.

O resultado da eleição terminou com vitória de Prestes,

mas com suspeita de fraude. Para complicar ainda mais

o cenário político, o vice de Vargas, João Pessoa, foi

assassinado. Esse foi o estopim para um golpe contra

o governo de Washington Luís. Militares se rebelaram

nos quartéis e manifestantes tomaram as ruas do Rio

de Janeiro, atearam fogo aos jornais fiéis ao Governo e

exigiram a saída do presidente.

Getúlio Vargas liderou uma conspiração e o presidente

Washington Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930,

pelos chefes das forças armadas. Uma junta provisória de

Governo assumiu o poder, composta pelos generais Tasso

Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha.

O movimento ficou conhecido como “Revolução de 30”.

Em 21 de Novembro de 1930, o presidente deposto

embarcou para um longo exílio na Suíça, Portugal e

Estados Unidos. Só retornou ao país em 1947 e não se

envolveu mais em política. Dedicou-se ao estudo e a

pesquisas históricas. Morreu em São Paulo em

04 de Agosto de 1957.

27O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201126 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

S e hoje o futebol macaense figura no cenário

profissional nacional, ostentando um dos mais

importantes estádios do Rio de Janeiro, muito

se deve aos craques do passado, que com talento

inquestionável fizeram da bola instrumento de superação.

Das peladas amadoras da então pacata Princesinha do

Atlântico para os principais campos pelo mundo afora.

Assim baseia-se a carreira do macaense Paulo Henrique,

lateral-esquerdo integrante do elenco canarinho que

defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966,

na Inglaterra. Ex-jogador do Flamengo e hoje técnico de

futebol, Paulo Henrique certamente é um dos nomes que

contribuiu para o desenvolvimento do esporte macaense.

Nascido em Macaé no dia 5 de janeiro de 1943, Paulo

Henrique Souza de Oliveira tem uma carreira respeitável

no futebol. Revelado no Quissamã Futebol Clube, quando

a cidade ainda era distrito de Macaé, o lateral-esquerdo

despertou o interesse do Flamengo, onde fez história. Além

de brilhar com a camisa Rubro-Negro, Paulo Henrique ainda

passou por Botafogo, Bahia, Avaí e Bonsucesso, além de

vestir a Amarelinha, tendo a oportunidade de disputar a

Copa do Mundo de 1966, na

Inglaterra.

Paulo Henrique fez 13

jogos pela Seleção Brasileira

(3 não oficiais) e fez parte

do elenco que participou

do Mundial da Inglaterra.

O macaense foi titular da

equipe então comandada

pelo técnico Vicente Feola,

que estreou na Copa do

Mundo de 1966, contra a

Bulgária, com a seguinte

formação: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair, PAULO

HENRIQUE; Denílson, Lima, Garrincha. Alcindo, Pelé e

Jairzinho. O time canarinho não repetiu o feito de 1962 e caiu

na primeira fase, com campanha de 3 jogos, uma vitória e

duas derrotas.

Apesar do desempenho frustrante dos então

atuais campeões mundias, uma conquista pessoal

está imortalizada para o ex-jogador: Paulo Henrique

tem uma marca significativa em sua carreira, pois foi o

jogador a substituir Nilton Santos em Copas do Mundo.

A Enciclopédia disputou como titular as Copas de 1954

(Suiça), 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Coube ao então

lateral do Flamengo sucedê-lo em 1966. Registro para lá

de especial no currículo do ilustre macaense.

Paulo henrique: uM Macaense que FeZ histÓria no Fla e vestiu a aMarelinha

Mas foi na Gávea que Paulo Henrique marcou sua

carreira no futebol. Ele fez parte de elencos inesquecíveis

do Flamengo, onde atuou em 437 partidas, e jogou ao lado

de craques como Silva Batuta, Almir Pernambuquinho,

Zico (iniciando a carreira e no título de 1972), Paulo César

Caju, Reyes, Doval, Carlinhos, Fio Maravilha, dentre outros

ídolos rubro-negros.

Em 1971, Paulo Henrique foi emprestado ao Botafogo

e participou do time denominado selefogo, que apenas

conseguiu o vice-campeonato carioca e brasileiro daquele

ano. Dois anos mais tarde, a revelação do Quissamã,

ao se aventurar em terras catarinenses, carimbou o título

estadual pelo Avaí, em 1973.

Como jogador, foi campeão carioca pelo Fla em 1963,

1965 e 1972, e campeão catarinense pelo Avaí, em 1973.

Hoje, com 68 anos, casado e pai de 3 filhos, Paulo

Henrique ainda respira futebol, agora como técnico.

Atualmente, o ex-lateral da Seleção Brasileira comanda uma

escolinha de futebol na Barra da Tijuca, Zona

Oeste do Rio de Janeiro. Como treinador, Paulo Henrique tem

passagem especial pelo Quissamã, clube o qual foi revelado

antes de ir para o Flamengo. Foi ele quem comandou o inédito

acesso do Quissa à Segundona do Estadual, em 2009.

Vale lembrar que um dos seus filhos, Paulo Henrique

Júnior, herdou do pai a paixão pelo futebol. Ele atualmente

trabalha nas categorias de base do Flamengo e comandou

a garatoda rubro-negra no título da Copa São Paulo de

Futebol Júnior deste ano.

Seleção Brasileira de 1966: Em pé, Fidélis, Zito, Gylmar, Brito, Fontana e Paulo Henrique. Agachados, Jairzinho,

Lima, Alcindo, Pelé e Amarildo.

Page 28: Caderno especial O Debate-198 de macaé

28 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201128 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

U ma descoberta que mudaria definitiva-

mente os rumos do país e impulsiona-

ria de uma vez por todas o desenvolvi-

mento sócioeconômico de Macaé. Há 35 anos,

a Princesinha do Atlântico era escolhida para

sediar a base administrativa da Petrobras: esta-

va então estabelecida uma nova era regida pelos

atrativos do Ouro Negro. Após a descoberta de

acúmulo de óleo em um reservatório marinho

nomeado Campo de Garoupa, em 1974, iniciava

a exploração de petróleo na Bacia de Campos,

exatamente no dia 13 de agosto de 1977, data

que marca o início das atividades petrolíferas na

região.

O Sistema de Produção Antecipada de Enchova

(SPA) representou para a Petrobras o primeiro mar-

co tecnológico da produção de petróleo em mar,

num trabalho em direção a águas cada vez mais

profundas. Ao tornar possível o início da produção

de óleo enquanto eram construídas as plataformas

fixas, que depois seriam instaladas constituindo os

sistemas definitivos, o SPA representou grande agi-

lidade, flexibilidade operacional e economia para as

operações no mar, já que reduziu o tempo gasto

entre a descoberta de petróleo e o início da produ-

ção comercial.

Petrobras escolhe Macaé e iMPulsionadesenvolviMento econôMico

No mesmo ano em que se iniciava a produção de pe-

tróleo na Bacia de Campos, o Governo Federal encontrava

em Macaé as condições favoráveis para receber as ins-

talações da base administrativa da Petrobras. A primeira

sede instalada é a que liga a Praia Campista à Imbetiba, até

hoje em atividade. Depois disso, o crescimento evidenciava

a necessidade de novas instalações. Hoje, em Macaé, a

Petrobras conta, além da sua primeira sede, com os ter-

minais em Parque de Tubos e em Cabiúnas, além de pré-

dios administrativos como no Viaduto e em Santa Mônica.

A partir de 1977, com a chegada da Estatal, a então

Princesinha do Atlântico, alcunha carinhosamente atribu-

ída ao município cuja base da economia era pesqueira ,

estava fadada ao rótulo de Capital Nacional do Petróleo,

como hoje, após 35 anos, Macaé é conhecida, por conta

do atrativos do Ouro Negro.

Passadas mais de três décadas, desde a descoberta

de petróleo na Bacia de Campos, a realidade de Macaé

acompanha o desenvolvimento do país, embora esbarre

nas ambições de políticos e/ou burocratas de plantão que

administram seus recursos.

Hoje, estimam-se que

mais de 10 mil empresas do

ramo de petróleo e gás do

mundo inteiro estejam com

base instalada no município,

o que coloca Macaé em po-

sição para lá de favorável no

que diz respeito à geração

de empregos. Além disso, os

recursos dos royalties - sub-

sídios repassados aos mu-

nicípios produtores como

compensação aos impactos

- representam grande par-

te da arrecadação total de

Macaé: somente neste ano,

o município já recebeu mais

de R$ 260 milhões em royal-

ties, sendo a parcela deste mês de julho exatos

R$ 36.371.277,43 milhões.

Da pesca ao óleo, de Princesinha do Atlântico à Capital

Nacional do Petróleo. Macaé hoje é uma das cidades que

mais crescem no país.

De uma arrecadação total em torno de R$ 1,3 bilhões, o

município deve recebe somente de royalties cerca 45% deste

Hoje, estimam-se que mais de 10 mil empresas

do ramo de petróleo e gás do mundo inteiro

estejam com base instalada no município

Page 29: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201128 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

U ma descoberta que mudaria definitiva-

mente os rumos do país e impulsiona-

ria de uma vez por todas o desenvolvi-

mento sócioeconômico de Macaé. Há 35 anos,

a Princesinha do Atlântico era escolhida para

sediar a base administrativa da Petrobras: esta-

va então estabelecida uma nova era regida pelos

atrativos do Ouro Negro. Após a descoberta de

acúmulo de óleo em um reservatório marinho

nomeado Campo de Garoupa, em 1974, iniciava

a exploração de petróleo na Bacia de Campos,

exatamente no dia 13 de agosto de 1977, data

que marca o início das atividades petrolíferas na

região.

O Sistema de Produção Antecipada de Enchova

(SPA) representou para a Petrobras o primeiro mar-

co tecnológico da produção de petróleo em mar,

num trabalho em direção a águas cada vez mais

profundas. Ao tornar possível o início da produção

de óleo enquanto eram construídas as plataformas

fixas, que depois seriam instaladas constituindo os

sistemas definitivos, o SPA representou grande agi-

lidade, flexibilidade operacional e economia para as

operações no mar, já que reduziu o tempo gasto

entre a descoberta de petróleo e o início da produ-

ção comercial.

Petrobras escolhe Macaé e iMPulsionadesenvolviMento econôMico

No mesmo ano em que se iniciava a produção de pe-

tróleo na Bacia de Campos, o Governo Federal encontrava

em Macaé as condições favoráveis para receber as ins-

talações da base administrativa da Petrobras. A primeira

sede instalada é a que liga a Praia Campista à Imbetiba, até

hoje em atividade. Depois disso, o crescimento evidenciava

a necessidade de novas instalações. Hoje, em Macaé, a

Petrobras conta, além da sua primeira sede, com os ter-

minais em Parque de Tubos e em Cabiúnas, além de pré-

dios administrativos como no Viaduto e em Santa Mônica.

A partir de 1977, com a chegada da Estatal, a então

Princesinha do Atlântico, alcunha carinhosamente atribu-

ída ao município cuja base da economia era pesqueira ,

estava fadada ao rótulo de Capital Nacional do Petróleo,

como hoje, após 35 anos, Macaé é conhecida, por conta

do atrativos do Ouro Negro.

Passadas mais de três décadas, desde a descoberta

de petróleo na Bacia de Campos, a realidade de Macaé

acompanha o desenvolvimento do país, embora esbarre

nas ambições de políticos e/ou burocratas de plantão que

administram seus recursos.

Hoje, estimam-se que

mais de 10 mil empresas do

ramo de petróleo e gás do

mundo inteiro estejam com

base instalada no município,

o que coloca Macaé em po-

sição para lá de favorável no

que diz respeito à geração

de empregos. Além disso, os

recursos dos royalties - sub-

sídios repassados aos mu-

nicípios produtores como

compensação aos impactos

- representam grande par-

te da arrecadação total de

Macaé: somente neste ano,

o município já recebeu mais

de R$ 260 milhões em royal-

ties, sendo a parcela deste mês de julho exatos

R$ 36.371.277,43 milhões.

Da pesca ao óleo, de Princesinha do Atlântico à Capital

Nacional do Petróleo. Macaé hoje é uma das cidades que

mais crescem no país.

De uma arrecadação total em torno de R$ 1,3 bilhões, o

município deve recebe somente de royalties cerca 45% deste

Hoje, estimam-se que mais de 10 mil empresas

do ramo de petróleo e gás do mundo inteiro

estejam com base instalada no município

29O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201128 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A Bacia de Campos é uma

bacia sedimentar com cerca

de 100 mil quilômetros

quadrados, se estendendo

do Espírito Santo (próximo

à cidade de Vitória) até

Arraial do Cabo, abrangendo

treze municípios do litoral

do Estado do Rio de Janeiro.

Formada há 100 milhões de

anos, a partir do processo de

separação dos continentes

sul-americano e africano, esta

região acabou se tornando um

“aterro natural” formado por

sedimentos despejados pelo

rio Paraíba do Sul no Oceano

Atlântico ao longo do tempo

que, sob variados níveis

de pressão e temperatura,

entrariam em processo de

decomposição, originando

as reservas de petróleo e gás

natural, dentro de rochas

porosas no subsolo marinho.

Em 1974 então, a Petrobras

acabaria encontrando acúmulo

de óleo num reservatório

marinho que nomeou de

Campo de Garoupa. Três

anos depois, acontecia

bacia de caMPos: tesouro brasileiro

então o grande marco que

transformaria um sonho

brasileiro em realidade: no

dia 13 de agosto de 1977 (há

30 anos), a 124 metros de

lâmina d’água, era iniciada a

produção de petróleo na Bacia

de Campos. O poço escolhido

foi o 3-EN-1-RJS, no Campo

de Enchova (terceiro campo

descoberto, depois de Garoupa

e Namorado), com vazão

superior a 10 mil barris diários

de óleo, através do Sistema de

Produção Antecipada sobre a

plataforma semi-submersível

Sedco 135-D.

Para se ter uma ideia

do potencial da região, em

média, são produzidos na

Bacia de Campos 1,8 milhão

de barris de petróleo por

dia. Segundo o gerente geral

da Unidade de Operação

de Exploração e Produção

da Bacia de Campos, José

Aírton de Lacerda, os

números observados na BC

representam mais de 80%

da produção nacional de

petróleo e gás.

valor, isto é, quase R$ 500 milhões anuais. Esta é a

previsão para 2011.

Isso sem falar das milhares de empresas nacio-

nais e multinacionais que hoje têm base em solo

macaense. Em apenas uma década, o número de

empresas sediadas na cidade passou de menos de

cinco mil para mais de 11 mil.

No entanto, à medida em que se desenvolve a economia,

reflexos sociais configuram uma cidade de contrastes. Cres-

cimento desordenado, falta de mão de obra local qualificada,

ocupações irregulares, violência, corrupção e infraestrutura

deficitária são aulguns dos principais problemas encontrados

em Macaé, município cuja população chega a mais de 200

mil pessoas, segundo último censo do IBGE.

Page 30: Caderno especial O Debate-198 de macaé

30 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 31O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201130 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

F undada em 08 de Junho de 1873, a Sociedade

Musical Nova Aurora - pioneira em Macaé -

iniciava a construção de um prédio onde

pudessem ser realizados seus ensaios e reuniões.

Em 1889, foi lançada a pedra fundamental da Sede e ,

no mesmo ano, foi iniciada a construção. Foram

responsáveis pela obra o Eng. Joaquim Saldanha

Marinho Filho, Antônio Maurício Liberalli e o construtor

Sancho Baptista Pereira. O prédio foi constituído de

apenas um pavimento com características ecléticas.

Marcado pelo ecletismo arquitetônico e ainda hoje

funcionando como sede da Sociedade Musical Nova

Aurora, o edifício fica no fundo de um terreno cuja

entrada é pela Av. Rui Barbosa (a mais movimentada

do Centro de Macaé). Uma mureta e grades de ferro

cercam-no, bem como a um jardim de onde sobressai

a escultura de uma mulher aguadeira.

Em dezembro de 1882, em

decorrência de uma crise

social, alguns dos nossos

diretores (Joaquim

Rosa, José Cyriaco, Luiz

Quaresma e outros),

deixaram a ainda jovem

Nova Aurora e partiram

para fundar a Sociedade

Beneficente Lyra dos

Conspiradores. Hoje, com

a nossa co-irmã, trilhamos

o mesmo caminho e

vivemos os mesmos

nova aurora coMPleta 100 anos

sacrifícios em prol da sobrevivência das bandas de música

de Macaé.

Entre os vultos a quem devemos em nossa história estão

Bento Martins da Costa, Luiz Reid, João Germino, Lafayete

Dias, Álvaro Bastos, Waldir Azevedo e muitos outros.

SOb a regência de Benedito Passos (Maestro Tinho), a

Nova Aurora foi a bi-campeã do nosso Estado, e, em nível

Nacional, no programa apresentado para todo o país, pela

Rede Globo, ela ultrapassou os limites de Macaé para se

tornar a banda de música do Rio de Janeiro.

A Sociedade Musical Nova Aurora atualmente é presidida

pela Sra. Maria Ignez do Patrocínio, e a Banda tem a regência

do jovem maestro Hélio Rodrigues que foi o principal

responsável pela modernização da Banda de Música. Hoje

a banda constituída por quarenta músicos é denominada

“Banda Sinfônica da Sociedade Musical Nova Aurora”. A

Banda Sinfônica já se apresentou em várias cidades do

Estado, inclusive na tradicional Sala Cecília Meireles e no

Teatro Municipal do Rio de Janeiro, além de fazer concertos

cercam-no, bem como a um jardim de onde sobressai

a escultura de uma mulher aguadeira.

Em dezembro de 1882, em

Page 31: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 31O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 31O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201130 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

M acaé completa 198 anos no próximo dia 29

de julho, com muita história de

personalidades ilustres, entre elas,

o professor Antônio Alvarez Parada. Macaense,

nascido em 27 de dezembro de 1925, conhecido

como Tonito, além de ensinar, era um cuidadoso

colecionador, pesquisador e um ávido contador

das histórias de sua cidade. Escrevia e editava

livros, encontrando na imprensa um espaço

privilegiado para a manifestação de ideias e

opiniões sobre a cidade, o que o consagrou

também como jornalista.

Tonito começou a lecionar como professor no Ginásio

Macaense e na Escola Profissional Ferroviária. Ministrava aulas

de química, física e matemática. Mais tarde lecionou no Colégio

Estadual Luiz Reid, onde trabalhou como professor até a data

de sua morte, em 15 de março de 1986.

No início de 1986, Tonito sofreu problema cardíaco e

precisou se internar para fazer cirurgia no coração. Após

a operação e a recuperação, o professor planejava ir para

Niterói visitar seus familiares e depois voltar para Macaé.

Cinco dias depois, Tonito recebeu alta médica e na hora da

despedida, logo na saída do hospital, passou mal, teve uma

trombose e morreu na hora.

Segundo o subsecretário de Acervo e Patrimônio

Histórico, Ricardo Meireles, Tonito era bem humorado,

tranquilo, tinha uma visão de mundo muito boa. “Ele amava

a histÓria e a educaÇÃo

deiXada Pelo ProFessor Macaense “tonito”

a profissão, mantendo um relacionamento muito positivo

com os alunos. Além disso, Tonito nutria

paixão por Macaé e pelo Fluminense Futebol

Clube”, conta.

Ricardo diz ainda que apesar dos 26

anos de sua morte, a presença do professor

Tonito é muito forte na memória de ex-

alunos. Engenheiros, arquitetos e professores

(influenciados por ele) foram marcados

pelo seu carisma. “Embora fosse professor

de química, Tonito estudou a fundo a

história de Macaé, pesquisando e buscando

fatos que são referência para os estudiosos da cidade”,

diz o subsecretário.

De acordo com Meireles, a secretaria de Acervo e Patrimônio

Histórico estará dando continuidade à obra de Tonito, através

do lançamento do livro 'Cartas da Província'. “Só no jornal O

DEBATE, ele publicou mil crônicas sobre a história da cidade”,

lembra o secretário, lembrando que Tonito foi um pesquisador

e não memorialista, pois fez uma pesquisa científica

e não emocional.

Ele acrescenta que escrever sobre Tonito é, de certa

forma, fazer uma apologia a ele. “Um homem perfeito,

adorado, professor exemplar, guardião da história e da

memória de Macaé, um educador que ampliava suas

atividades cotidianas pesquisando e registrando os

acontecimentos que marcaram a história”, avalia Ricardo.

Page 32: Caderno especial O Debate-198 de macaé

32 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201132 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

E stamos vivendo uma semana

festiva na nossa Macaé.

E não poderia ser diferente.

198 anos!

Nossa quase bicentenária cidade

tem inúmeros atributos e um conjunto

de oportunidades, que fazem dela um

destaque no Brasil e até mesmo fora dele.

Mas é exatamente nesse momento

que me pergunto: o que fizemos com

aquele sentimento original de euforia

e esperança?

Quem viveu aquela época vai se

lembrar das manchetes do noticiário

estampando previsões maravilhosas

sobre as descobertas e o futuro próspero

e encantado que nos esperava.

O futuro chegou! E com ele, algumas

duras constatações da realidade.

Riqueza não se distribui

igualitariamente por passe de mágica.

Aliás, grande parte dela é –

literalmente - bombeada pra longe,

ficando por aqui apenas

as compensações.

Compensações essas que atendem

pelo nome de royalties-palavra inglesa,

a cidade que quereMos

hoje de domínio popular que acabamos

incorporando ao nosso vocabulário,

juntamente com pessoas de inúmeras

nacionalidades e também oriundas de

várias partes do Brasil.

Todos nós formamos hoje um

único povo.

Sem essa de discriminação entre

naturais e adotivos!

Afinal, só há salvação, justamente,

através da nossa união.

Não há mais espaço para a soberba.

Precisamos sim, da intensa cooperação

com os demais níveis de governo.

Se não fosse por nada, valeria o

argumento de que somos um dos principais

contribuintes para o fortalecimento dos

tesouros do Estado e Nacional.

Nada mais justo do que reivindicarmos

de volta o nosso quinhão.

Acontece que para fazer isso e

começarmos, de verdade, a resolver

nossos principais problemas -

saneamento, saúde, transportes, e até

segurança pública - precisamos estar

melhor preparados.

Assim como o rio Macaé corre para o

mar, os recursos somente correm para onde

existem bons projetos. E não adianta contar

com a sorte!

Aliás, alguém já disse que sorte é,

na verdade, o encontro do preparo com a

oportunidade.

Nós não seremos perdoados se

deixarmos passar essa que temos

pela frente.

Precisamos definir rapidamente qual

cidade queremos ser no terceiro centenário.

Aquela que perdeu a esperança, que

vê com tristeza milhares de pessoas

à margem, olhando para o passado e

buscando culpados?

Ou a verdadeira “Princesa do Atlântico”,

reconciliada, ligada no futuro, revigorada,

moderna? Quem sabe até promovida à

condição de “Rainha”?

A cidade que levará dignidade e paz a

toda a sua periferia além de tornar-se uma

das maiores referências de reestruturação

urbana do país.

Essa sim, metrópole do sonho possível e

resgate daquela alegria que nunca deveria

ter deixado o nosso coração.

É possível, acredite!

Juntos, podemos sempre mais.

Christino Áureo Deputado Estadual e Secretário de Estado.

Page 33: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 33O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201132 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

E stamos vivendo uma semana

festiva na nossa Macaé.

E não poderia ser diferente.

198 anos!

Nossa quase bicentenária cidade

tem inúmeros atributos e um conjunto

de oportunidades, que fazem dela um

destaque no Brasil e até mesmo fora dele.

Mas é exatamente nesse momento

que me pergunto: o que fizemos com

aquele sentimento original de euforia

e esperança?

Quem viveu aquela época vai se

lembrar das manchetes do noticiário

estampando previsões maravilhosas

sobre as descobertas e o futuro próspero

e encantado que nos esperava.

O futuro chegou! E com ele, algumas

duras constatações da realidade.

Riqueza não se distribui

igualitariamente por passe de mágica.

Aliás, grande parte dela é –

literalmente - bombeada pra longe,

ficando por aqui apenas

as compensações.

Compensações essas que atendem

pelo nome de royalties-palavra inglesa,

a cidade que quereMos

hoje de domínio popular que acabamos

incorporando ao nosso vocabulário,

juntamente com pessoas de inúmeras

nacionalidades e também oriundas de

várias partes do Brasil.

Todos nós formamos hoje um

único povo.

Sem essa de discriminação entre

naturais e adotivos!

Afinal, só há salvação, justamente,

através da nossa união.

Não há mais espaço para a soberba.

Precisamos sim, da intensa cooperação

com os demais níveis de governo.

Se não fosse por nada, valeria o

argumento de que somos um dos principais

contribuintes para o fortalecimento dos

tesouros do Estado e Nacional.

Nada mais justo do que reivindicarmos

de volta o nosso quinhão.

Acontece que para fazer isso e

começarmos, de verdade, a resolver

nossos principais problemas -

saneamento, saúde, transportes, e até

segurança pública - precisamos estar

melhor preparados.

Assim como o rio Macaé corre para o

mar, os recursos somente correm para onde

existem bons projetos. E não adianta contar

com a sorte!

Aliás, alguém já disse que sorte é,

na verdade, o encontro do preparo com a

oportunidade.

Nós não seremos perdoados se

deixarmos passar essa que temos

pela frente.

Precisamos definir rapidamente qual

cidade queremos ser no terceiro centenário.

Aquela que perdeu a esperança, que

vê com tristeza milhares de pessoas

à margem, olhando para o passado e

buscando culpados?

Ou a verdadeira “Princesa do Atlântico”,

reconciliada, ligada no futuro, revigorada,

moderna? Quem sabe até promovida à

condição de “Rainha”?

A cidade que levará dignidade e paz a

toda a sua periferia além de tornar-se uma

das maiores referências de reestruturação

urbana do país.

Essa sim, metrópole do sonho possível e

resgate daquela alegria que nunca deveria

ter deixado o nosso coração.

É possível, acredite!

Juntos, podemos sempre mais.

Christino Áureo Deputado Estadual e Secretário de Estado.

33O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011AT O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A história de emancipação

político-administrativa de

Quissamã começa por volta

de 1952 quando aconteceu o primeiro

encaminhamento à Assembleia Legislativa

do Rio de Janeiro de uma representação

assinada por 1.166 eleitores reclamando a

autonomia do então distrito de Macaé. No

entanto, a resposta veio 38 anos depois e

de 4º distrito de

Macaé, Quissamã

foi elevada a

município.

São 22 anos

de lutas em prol

da educação,

da saúde, do

desenvolvimento

econômico e turístico e de resgate da

história do município.

Em 1984 teve início o segundo e

vitorioso movimento de emancipação.

Em julho desse mesmo ano foi dado o

início da montagem do processo que seria

encaminhado a Alerj. Processo este que

chegou a ser arquivado em 1986. Mas,

por interferência do então vereador Jorge

Pinto, hoje vice-prefeito de Quissamã, e

do deputado Cláudio Moacyr, o

processo chegou ao seu término.

Já em 4 de outubro de 1988,

após intensa mobilização e muitas

viagens à capital Fluminense, a

Comissão de Assuntos Municipais

aprovou o projeto de lei criando

o município de Quissamã,

que foi votado e aprovado por

unanimidade em 18 de outubro. O plebiscito

data de 12 de junho de 1988, quando é

comemorado o aniversário da cidade.

Já em 4 de janeiro de 1989 foi

sancionado o projeto pelo governador

da época, Moreira Franco. Essa sanção

transformou-se na Lei de nº 1.419, que se

tornou a certidão de nascimento do novo

município, até que em 1º de janeiro de 1990

foram empossados o primeiro Executivo e o

Poder Legislativo Municipal.

Entre outros nomes que lutaram pela

emancipação, estavam Francisco Pinto de

Souza, Euclides Barcelos, Celso Carneiro da

Silva, Beatriz Silva, Ana Francisco Silva, Jorge

Pinto e Iberê Cardoso. O grupo adotou a

forma de Comissão Pró-Emancipação e Iberê

assumiu a preparação de um plano diretor

propondo as ações a serem efetivadas.

A importância do Engenho Central de

Quissamã, no movimento

Segundo consta no site institucional

da cidade até o começo do Século XX,

Quissamã conheceu um espetacular

desenvolvimento. No entanto, a partir

da crise de 1929, vários fazendeiros se

endividaram e acabaram perdendo suas

terras em favor do Engenho Central

de Quissamã, que monopolizou a

economia local.

Essa estagnação durou até a década de 70,

com a criação do programa Proálcool e com a

descoberta do petróleo na Bacia de Campos.

Sendo assim, prevendo um crescimento

econômico sem depender exclusivamente do

engenho, a população se organizou para a tal

sonhada emancipação e decidiu se separar

do município de Macaé, por meio de um

plebiscito. E com o descobrimento do petróleo

na Bacia de Campos iniciou uma nova fase na

história no município.

O mesmo foi possibilitando diminuir as

desigualdades sociais, melhorar a educação

e a saúde e a expectativa de vida da

população, em busca do desenvolvimento

auto-sustentável principalmente através da

agricultura e do turismo.

Quissamã conQuistasua emancipação

Page 34: Caderno especial O Debate-198 de macaé

34 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201134 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Antes de alcançar o status de Capital

Nacional do Petróleo, tornando-se polo

da região identificada como emirado do

Rio de Janeiro, a história econômica e cultural

de Macaé foi construída através da participação

de antigos distritos que se transformaram em

cidades, através do processo de emancipação, que

atuam hoje em parceria para o desenvolvimento

do Norte Fluminense.

Dentro desse contexto

histórico está Carapebus, antigo

distrito de Macaé que alcançou

a emancipação administrativa e

política há 16 anos.

Carapebus foi reconhecido

como distrito de Macaé a partir de 1831, sendo o

terceiro a alcançar a emancipação, seguindo os

passos de Quissamã e Conceição de Macabu.

O ato para consolidar a autonomia municipal

aconteceu no Real Clube de Carapebus no qual

foi desenvolvido um plebiscito no dia 13 de

março de 1994, o resultado foi a favor da

emancipação, por uma maioria esmagadora

de 3497 contra 148 votos.

Para oficializar, o Tribunal Regional Eleitoral

aceitou o plebiscito em maio de 1995, e então

instituiu definitivamente o município de Carapebus.

A partir do final do século XVIII a cultura da

cana-de-açúcar se tornou uma das principais

atividades econômicas da região, com destaque

para fazenda São Domingos. A produção

contribuiu com o processo de consolidação

da economia de Macaé, o que contribuiu

também com o desenvolvimento da autonomia

de Carapebus.

Mais tarde outras atividades foram inseridas,

como a agropecuária e a pesca, a última ainda

hoje é bastante difundida.

Através do trabalho e da força de vontade

da população, Carapebus marcou também um

momento marcante da política do município,

possuindo posição

fundamental para o

resultado de eleições,

como as que garantiram

a vitória dos ex-prefeitos

Carlos Emir Mussi, ao

lado de Salim Selem, uma

de suas personalidades

mais ilustres.

Dezesseis anos

após a emancipação,

Carapebus e Macaé

caminham juntos hoje

com objetivo de garantir

a defesa dos interesses

dos municípios

produtores de petróleo,

trabalho que está

diretamente ligado a

dinâmica econômica de exploração e produção da

Bacia de Campos.

“Macaé sempre será parceria de Carapebus.

Apesar da emancipação, o nosso município ainda

mantém uma aproximação muito grande com a

Capital Nacional do Petróleo, justamente pelas

questões econômicas que envolvem as atividades

de exploração e produção. Parabéns ao município

por mais um aniversário”, apontou o prefeito de

Carapebus, Amaro Fernandes.

carapebus:de antigo distrito a cidade parceira no

desenvolvimento da região

“Macaé sempre será parceria de Carapebus (...)”

Page 35: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201134 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Antes de alcançar o status de Capital

Nacional do Petróleo, tornando-se polo

da região identificada como emirado do

Rio de Janeiro, a história econômica e cultural

de Macaé foi construída através da participação

de antigos distritos que se transformaram em

cidades, através do processo de emancipação, que

atuam hoje em parceria para o desenvolvimento

do Norte Fluminense.

Dentro desse contexto

histórico está Carapebus, antigo

distrito de Macaé que alcançou

a emancipação administrativa e

política há 16 anos.

Carapebus foi reconhecido

como distrito de Macaé a partir de 1831, sendo o

terceiro a alcançar a emancipação, seguindo os

passos de Quissamã e Conceição de Macabu.

O ato para consolidar a autonomia municipal

aconteceu no Real Clube de Carapebus no qual

foi desenvolvido um plebiscito no dia 13 de

março de 1994, o resultado foi a favor da

emancipação, por uma maioria esmagadora

de 3497 contra 148 votos.

Para oficializar, o Tribunal Regional Eleitoral

aceitou o plebiscito em maio de 1995, e então

instituiu definitivamente o município de Carapebus.

A partir do final do século XVIII a cultura da

cana-de-açúcar se tornou uma das principais

atividades econômicas da região, com destaque

para fazenda São Domingos. A produção

contribuiu com o processo de consolidação

da economia de Macaé, o que contribuiu

também com o desenvolvimento da autonomia

de Carapebus.

Mais tarde outras atividades foram inseridas,

como a agropecuária e a pesca, a última ainda

hoje é bastante difundida.

Através do trabalho e da força de vontade

da população, Carapebus marcou também um

momento marcante da política do município,

possuindo posição

fundamental para o

resultado de eleições,

como as que garantiram

a vitória dos ex-prefeitos

Carlos Emir Mussi, ao

lado de Salim Selem, uma

de suas personalidades

mais ilustres.

Dezesseis anos

após a emancipação,

Carapebus e Macaé

caminham juntos hoje

com objetivo de garantir

a defesa dos interesses

dos municípios

produtores de petróleo,

trabalho que está

diretamente ligado a

dinâmica econômica de exploração e produção da

Bacia de Campos.

“Macaé sempre será parceria de Carapebus.

Apesar da emancipação, o nosso município ainda

mantém uma aproximação muito grande com a

Capital Nacional do Petróleo, justamente pelas

questões econômicas que envolvem as atividades

de exploração e produção. Parabéns ao município

por mais um aniversário”, apontou o prefeito de

Carapebus, Amaro Fernandes.

carapebus:de antigo distrito a cidade parceira no

desenvolvimento da região

“Macaé sempre será parceria de Carapebus (...)”

35O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201134 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A lém de ser conhecida mundialmente

como a Capital do Petróleo, Macaé está

se tornando referência para a educação

superior. Atualmente, mais de 60 cursos de

graduação são oferecidos no município, sendo 16

gratuitos por meio do Complexo Universitário que

abrange a Universidade Federal Fluminense (UFF),

a Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ)

e a Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva

Júnior (Femass).

Em virtude da demanda de graduandos e

ofertas de cursos, o secretário de Educação, Guto

Garcia informou que na próxima semana terá

inicio a obra dos novos prédios do Complexo.

“Macaé está se tornando um polo universitário

com cursos gratuitos e de qualidade oferecidos a

toda população. E com a implantação dos cursos

já atuais e os previstos para os próximos anos,

os estudantes não precisam deixar a cidade em

busca da qualificação”, enfatizou.

Ainda segundo Guto, o Complexo conta com,

aproximadamente, 2.400 estudantes, sendo 1.200

pela UFRJ, 800 pela Femass e 400 pela UFF.

Em entrevista concedida ao Jornal O Debate,

para este especial, o Diretor do Núcleo em

Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental

de Macaé (Nupem) e grande responsável pela

implantação da UFRJ na cidade, Francisco Esteves

falou da grande conquista.

De acordo com ele, tudo começou nos anos

de 1980 quando um grupo de pesquisadores

que estudava as lagoas costeiras da região e

em um acampamento às margens da Lagoa de

Imboassica percebeu a presença cada vez mais

intensa da indústria do Petróleo. E em meio a

descoberta elaboraram um projeto de pesquisa

para possibilitar a realização

de estudos ecológicos na

região.

O primeiro projeto

elaborado foi o Ecolagoas

(Ecologia de Lagoas

Costeiras) que teve início

em 1992, sob o patrocínio da

Petrobras. “Este projeto, que

hoje conta com o patrocínio

do Ministério de Ciência e

Tecnologia e do governo do

Estado do Rio de Janeiro,

possibilitou os recursos para as pesquisas

pioneiras não só sobre a ecologia das lagoas

da região como também para reformar um

depósito de ração, disponibilizado pela prefeitura

de Macaé, localizado no Parque de Exposição

Latiff Mussi e desta forma surgiram as primeiras

instalações do Nupem”, explicou o professor.

Ainda segundo Esteves, até 2008 a UFRJ se

fazia presente no município apenas por meio do

Nupem. Já a partir de março deste mesmo ano,

a unidade acadêmica diante do grande sucesso

científico e da abrangência das ações de seus

pesquisadores que atuavam no município, criou

o campus UFRJ Macaé e a cidade então passou

a contar com o primeiro campus da maior

universidade federal do país, fora do Rio. “Assim

pode se dizer que o Nupem foi o embrião que

deu origem ao campus UFRJ Macaé, ou seja,

um excelente embrião que teve na pesquisa a

extensão de seus fundamentos”, ressaltou.

Os cursos de graduação oferecidos atualmente

na instituição são: ciências biológicas, química,

nutrição, enfermagem, farmácia, medicina,

engenharia civil, engenharia mecânica e

engenharia de produção. E em breve

passará a ser oferecido também o

de ciências sociais aplicado. “Com a

implantação desse curso e de grupos

temáticos voltados para pesquisa

nestas áreas, o campus Macaé passará

a ter algumas das áreas mais relevantes

do conhecimento como ciências

biológicas, ciências da saúde, exatas e

humanas”, pontuou Esteves.

A unidade também oferece os

primeiros cursos de pós fora do Fundão.

São eles, Meio Ambiente e Conservação e

Biofármacos. “A criação desses cursos no

campus Macaé só foi possível porque hoje

já existem laboratório de alto padrão, no que diz

respeito a equipamentos e a pessoal qualificado

e alguns desse laboratórios colocam a cidade na

rota dos centros de pesquisas mais avançados

do Brasil, a exemplo do laboratório de Biologia

Molecular e de Ecologia de Águas”, finalizou o

professor.

INSTITuTO FEDERAl FluMINENSE (IFF)

E os avanços no setor educacional no

município não se remetem apenas às instituições

já mencionadas acima, a Unidade de Ensino

Descentralizada da Escola Técnica Federal

de Campos que se transformou em Cefet e

posteriormente, no atual Instituto Federal de

Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), também é

responsável por formar mão de obra capacitada e

especializada na cidade.

O IFF ganhou o seu espaço na Capital do

Petróleo em 29 de julho de 1993 e as atividades

escolares foram iniciadas em 30 de agosto do

mesmo ano. O terreno de 51 mil m2 onde foi

construído o prédio foi doado pela Prefeitura de

Macaé, em 1987. Já as obras foram realizadas

após um convênio firmado entre MEC /

SEMTEC e a Petrobras.

No início, a unidade oferecia apenas os

cursos técnicos integrados ao ensino médio

de Eletrônica e Eletromecânica, e tinha apenas

270 alunos. Atualmente, são oferecidos na

instituição os cursos técnicos subsequentes de

Segurança do Trabalho, Informática, Automação

Industrial, Eletrônica e Eletromecânica, com

duração de dois anos; os integrados ao Ensino

Médio de Automação Industrial, Eletrônica e

Eletromecânica; a graduação em Engenharia

de Controle e Automação; o mestrado

em Engenharia Ambiental e o curso de

Eletrônica para a Educação de Jovens e Adultos

complexo universitáriosimboliza avanço na formação

profissional

Page 36: Caderno especial O Debate-198 de macaé

36 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201136 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

macaÉ: alvo de empreendimentos e

investimentos do governo federal

Nos últimos dez anos, Macaé

apresentou um crescimento

de aproximadamente 600%.

Segundo o presidente do Fundec (Fundo

de Desenvolvimento Econômico e Social

de Macaé), Francisco Navega, este grande

impulso leva a cidade a um perfil superior

ao dos países árabes. Atualmente

o município representa mais

de 83% de todo petróleo e gás

produzido no Brasil, o equivalente

a 1,7 milhão de barris por dia. A

perspectiva para o pós-sal é de

que em 2015, esse número chegue

a 3 milhões de barris, ou seja, um

crescimento de mais de 50%.

A presença do porto

da Petrobras em Macaé é

fundamental para todo esse

crescimento. “A Petrobras, com

todo o movimento no que diz

respeito a petróleo e gás faz com

que o município seja visto de forma

positiva e de fato é atualmente

uma grande potência. Nós

somos o

14º país do mundo em reservas provadas

de petróleo e gás, sem contar ainda

com o pré-sal. Com o advento, o Brasil

pode se tornar o 6º país do mundo em

reservas testadas de petróleo. É certo

dizer que para suportar tanto crescimento

e a responsabilidade que chega junto

com ele, há uma necessidade grande

hoje de algumas políticas voltadas

para a infraestrutura, mas tenho

certeza de que o município conseguirá

atender às expectativas de todo esse

desenvolvimento”, declarou Navega.

De acordo ainda com o presidente do

Fundec, Macaé hoje possui mais de 12

mil CNPJ’s, muitos deles fazendo parte do

imenso polo de petróleo e gás existente no

município. “Por este motivo que a cidade

é considerada como a Capital do Petróleo.

As expectativas estão voltadas para o

nosso município, por isso, é fundamental

que os próximos governos tenham esta

mesma visão, para que possam dar

continuidade a este trabalho, deixando

Macaé sempre no topo quando se fala em

desenvolvimento e dinamismo”.

RECuRSOS FEDERAIS

Por se mostrar tão dinâmica e com

um crescimento bastante acelerado,

o Governo Federal não para de

investir na cidade. Os recursos

federais chegam para Macaé de

uma maneira muito significativa,

principalmente quando se fala da

infraestrutura macaense. Hoje

há a possibilidade da ampliação

do Aeroporto, que recebeu 70

milhões para sua reformulação,

a duplicação da RJ-106, PAC

(Programa de Aceleração do

Crescimento), Minha Casa Minha

Vida e o VLT, aprovado em 47

Macaé sempre no topo quando se fala em

desenvolvimento e dinamismo”.

RECuRSOS FEDERAIS

um crescimento bastante acelerado,

o Governo Federal não para de

investir na cidade. Os recursos

federais chegam para Macaé de

uma maneira muito significativa,

uma grande potência. Nós Macaé sempre no topo quando se fala em uma grande potência. Nós

somos o

Macaé sempre no topo quando se fala em

desenvolvimento e dinamismo”.

Page 37: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201136 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

macaÉ: alvo de empreendimentos e

investimentos do governo federal

Nos últimos dez anos, Macaé

apresentou um crescimento

de aproximadamente 600%.

Segundo o presidente do Fundec (Fundo

de Desenvolvimento Econômico e Social

de Macaé), Francisco Navega, este grande

impulso leva a cidade a um perfil superior

ao dos países árabes. Atualmente

o município representa mais

de 83% de todo petróleo e gás

produzido no Brasil, o equivalente

a 1,7 milhão de barris por dia. A

perspectiva para o pós-sal é de

que em 2015, esse número chegue

a 3 milhões de barris, ou seja, um

crescimento de mais de 50%.

A presença do porto

da Petrobras em Macaé é

fundamental para todo esse

crescimento. “A Petrobras, com

todo o movimento no que diz

respeito a petróleo e gás faz com

que o município seja visto de forma

positiva e de fato é atualmente

uma grande potência. Nós

somos o

14º país do mundo em reservas provadas

de petróleo e gás, sem contar ainda

com o pré-sal. Com o advento, o Brasil

pode se tornar o 6º país do mundo em

reservas testadas de petróleo. É certo

dizer que para suportar tanto crescimento

e a responsabilidade que chega junto

com ele, há uma necessidade grande

hoje de algumas políticas voltadas

para a infraestrutura, mas tenho

certeza de que o município conseguirá

atender às expectativas de todo esse

desenvolvimento”, declarou Navega.

De acordo ainda com o presidente do

Fundec, Macaé hoje possui mais de 12

mil CNPJ’s, muitos deles fazendo parte do

imenso polo de petróleo e gás existente no

município. “Por este motivo que a cidade

é considerada como a Capital do Petróleo.

As expectativas estão voltadas para o

nosso município, por isso, é fundamental

que os próximos governos tenham esta

mesma visão, para que possam dar

continuidade a este trabalho, deixando

Macaé sempre no topo quando se fala em

desenvolvimento e dinamismo”.

RECuRSOS FEDERAIS

Por se mostrar tão dinâmica e com

um crescimento bastante acelerado,

o Governo Federal não para de

investir na cidade. Os recursos

federais chegam para Macaé de

uma maneira muito significativa,

principalmente quando se fala da

infraestrutura macaense. Hoje

há a possibilidade da ampliação

do Aeroporto, que recebeu 70

milhões para sua reformulação,

a duplicação da RJ-106, PAC

(Programa de Aceleração do

Crescimento), Minha Casa Minha

Vida e o VLT, aprovado em 47

Macaé sempre no topo quando se fala em

desenvolvimento e dinamismo”.

RECuRSOS FEDERAIS

um crescimento bastante acelerado,

o Governo Federal não para de

investir na cidade. Os recursos

federais chegam para Macaé de

uma maneira muito significativa,

uma grande potência. Nós Macaé sempre no topo quando se fala em uma grande potência. Nós

somos o

Macaé sempre no topo quando se fala em

desenvolvimento e dinamismo”.

37O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201136 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

milhões de reais. “Mas isso tudo só foi possível em

função de uma centralização dentro da Prefeitura de

Macaé, através da Câmara de Gestão Permanente,

onde se acompanha todos os procedimentos de

repasse dos recursos, documentação, chegada

dos recursos, distribuição e manutenção desses

processos. Tudo feito com muito acompanhamento

e cuidado”, contou Navega.

Alguns repasses de verbas são obrigatórios,

que vêm dos fundos de Educação, Assistência

Social e Saúde. Francisco explicou também que,

toda e qualquer verba que venha além do que já

é imposto, a prefeitura tem que se encontrar com

todas as contas em dia, e atualmente o órgão está

apto a receber todas essas verbas. “Pode-se dizer

que as contas do município já estão bem alinhadas,

dando a possibilidade de recebimento de novos

investimentos do Governo Federal. O trabalho da

Câmara Permanente de Gestão está sendo muito

bem feito, através de um processo de controle,

administração e manuseio de todos os recursos”.

Navega enfatiza que é impossível administrar

Macaé hoje sem recursos estaduais e federais,

e que o atual prefeito deixará para as próximas

gerações os grandes convênios firmados através

de parcerias com os governos federal e estadual,

como a Delegacia Legal, UPA (Unidade de Pronto

Atendimento), Hospital da Mulher, Prodesmar,

modificações do 9º Grupamento de Bombeiro

Militar, entre muitos outros. “No momento nos

encontramos numa condição bastante tranquila e

para o futuro aguardamos a duplicação da BR-101,

não que necessariamente dependa de Macaé, mas

sabemos como esta rodovia é importante para o

município e o quanto ela precisa ser modificada,

para dar mais segurança por quem passa por ela”.

QuAlIFICAÇÃO PROFISSIONAl

E GERAÇÃO DE EMPREGO

Segundo Navega, Macaé hoje é considerada em

termos de orçamento municipal, uma “Top 30”, ou

seja, está entre umas das 30 maiores cidades do

país. Com relação à qualificação profissional está

entre as cinco maiores do Estado do Rio de Janeiro

em carteira assinada. Além disso foi considerada

pelo Índice Firjan, como a primeira cidade do

Estado no índice de qualidade de vida, levando em

consideração a qualificação profissional, saúde e

educação.

“Temos um polo universitário com mais de 15

mil alunos e a expectativa é de chegar no final do

governo Riverton com mais de 20 mil estudantes,

o que, sem dúvida, será mais um grande passo. Em

termos de saúde a cidade também está muito bem

amparada, com o Hospital da Serra, Hospital da

Mulher, UPA, Hospital Público Municipal (HPM),

além das Universidades de Farmácia, Enfermagem e

Medicina”, disse.

Todas as empresas que trabalham atualmente em

Macaé, ou têm a sua área de qualificação interna,

ou utilizam as instituições instaladas na cidade,

como Cetep e Senai. Francisco Navega ressaltou

ainda que o emprego no município é garantido, mas

somente para quem tem qualificação. “A cidade

consegue receber um número muito grande de

pessoas que vêm de fora e dar oportunidades a

elas. Basta se qualificar e estará empregado, sem

dúvida alguma. Macaé é o segundo polo hoteleiro

do estado, perdendo somente para a capital e

também o segundo polo gastronômico, sendo o

primeiro do interior. Sem contar que temos mais

de 30 escolas de inglês na cidade. O avanço não

para e é fundamental que todos se capacitem

para acompanhar este desenvolvimento”, concluiu

Francisco Navega, presidente do Fundec.

Page 38: Caderno especial O Debate-198 de macaé

38 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 39O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201138 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

A o longo dos seus 198 anos, Macaé construiu

a sua imagem como potência econômica

através dos espíritos de empreendedorismo e

vanguardista de homens e mulheres que contribuíram

com o processo de transformação de uma pacata e

bucólica cidade, conhecida por suas belezas naturais

como Princesinha do Atlântico, em um município com ar

e rotina de metrópole, ganhando assim o reconhecimento

como a Capital Nacional do Petróleo.

Antes voltada a culturas rurais e da produção

pesqueira, a economia do município seguiu todo o

processo de evolução registrada no país, passando pelo

desenvolvimento industrial, e alcançando atualmente a

dinâmica produtiva do petróleo, considerada hoje como

o segundo mecanismos de sustentação do mercado

internacional financeiro.

Apresentando o potencial turístico, muito explorado

no passado, porém esquecido no presente, a cidade

se viu obrigada a passar por um processo de transição

econômica que impactou diversos setores ligados ao

atendimento da sociedade, modificando a cultura, as

raízes e a identidade de uma cidade que abriu as suas

portas para o mundo.

Impulsionada por vários anos pela atuação do comércio

local, a economia passou a contar com a injeção de

de princesinHa do atlÂntico

À capital do petrÓleo: macaÉ no cenário mundial

investimentos milionários, atraídos pelo parque industrial

capaz de abrigar milhares de empresas de diferentes

nacionalidades, todas com os olhares atraídos pelas

riquezas provenientes do fundo do mar.

Ao ser considerada como polo de uma região

denominada “Emirado do Petróleo” do Rio de Janeiro, ao

concentrar em seu território a produção de mais de 80%

do petróleo extraído em todo o país, Macaé alcançou

um status restrito a poucas cidades do mundo: o de

concentrar um orçamento calculado na casa dos bilhões.

Toda essa riqueza acumulada pelos cofres públicos

provém da atividade do petróleo que, através dos royalties

(termo relacionado a compensação financeira referente aos

impactos ocasionados pela atividade), e da Participação

Especial, é capaz de proporcionar à administração da cidade

cerca de R$ 500 milhões ao ano, segundo dados financeiros

referentes ao exercício da gestão pública de 2010.

Todo esse volume de recursos é capaz de alavancar também

a arrecadação de impostos e taxas captadas pelo governo

municipal, que ajudam a garantir um orçamento total de R$ 1,3

bilhão, conforme previsto pela Prefeitura para este ano.

Se a cidade hoje é reconhecida pelo crescimento

determinado pela dinâmica produtiva do petróleo, o que

gerou assim uma série de problemas e desafios assumidos

pela administração municipal, a projeção apresentada por

Page 39: Caderno especial O Debate-198 de macaé

O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 39O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 39O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201138 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

de princesinHa do atlÂntico

À capital do petrÓleo: macaÉ no cenário mundial

especialistas para os próximos cinco anos é do registro

de um novo “boom” de desenvolvimento, impulsionado

através dos avanços na exploração do petróleo nas

camadas do pré-sal, projeto que segue a passos largos

através dos investimentos da Petrobras.

E por falar na estatal brasileira, por concentrar um

dos maiores parques industriais e logísticos do país,

voltado ao setor offshore, Macaé seguirá atraindo

grandes investimentos capazes de modificar até mesmo a

realidade de todo o Estado do Rio de Janeiro.

Através de uma nova projeção de investimentos

anunciados pela Petrobras durante os próximos cinco

anos, Macaé será capaz de atrair cerca de 60% do total

de R$ 389 bilhões que serão aplicados pela estatal no

segmento offshore, dentro e fora do país.

Essa projeção representa também a atração de novas

empresas, e de mais mão de obra qualificada, fortalecendo

o potencial do município e reunir a população com um dos

maiores poderes aquisitivos do Estado, capaz de garantir a

evolução do comércio varejista e de outros setores, como

a especulação imobiliária, a venda de carros e outros bens

de consumo e serviços.

“Sem dúvida Macaé entra em um dos seus grandes

momentos econômicos. A nossa dinâmica do petróleo

será capaz de bancar todos os investimentos propostos

para a evolução da exploração do

pré-sal. Isso garantirá mais negócios

para a nossa cidade, gerando

também oportunidades de emprego

para a população”, afirmou o presidente do Fundo

Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fumdec),

Francisco Navega.

Ainda com grande potencial para apresentar novas

descobertas em águas profundas, Macaé busca agora

um novo desafio: o de garantir a diversificação econômica.

Através dessa proposta, incentivos para a aplicação

de investimentos de pequenos e médios empresários em

setores não ligados diretamente a indústria do petróleo

estão sendo fomentados, o que garante a preservação do

sistema econômico do município.

“Esse é um desafio que todos os municípios produtores

de petróleo enfrentam atualmente. A ideia de diversificar

a economia diminui a dependência da cidade em apenas

um segmento, garantindo a preservação de todo o sistema

mesmo após a era do petróleo”, apontou Navega.

Mesmo com todas as dificuldades,

Macaé ainda busca a oportunidade de expandir ainda

mais a sua imagem no cenário internacional.

“Sem dúvida Macaé entra em um dos seus grandes

momentos econômicos. A nossa dinâmica do

petróleo será capaz de bancar todos os

investimentos propostos para a evolução da

exploração do pré-sal (...)”

“Sem dúvida Macaé entra em um dos seus grandes

momentos econômicos. A nossa dinâmica do petróleo

será capaz de bancar todos os investimentos propostos

mais a sua imagem no cenário internacional.

Page 40: Caderno especial O Debate-198 de macaé

40 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011 ATO DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 201140 O DE BATE DIÁRIO DE MACAÉ EDIÇ ÃO ESPECIAL 198 ANOS DE MACAÉ SE X TA-FEIR A , 29 DE JULHO DE 2011

Vou contar uma históriaDa pequena cidade.Por ser a mesma pequena,Reinava fraternidade...Aldeia de pescadoresOnde os Siris, Goiamus,Os peixes da água doce,Os bagres eram comunsLuz elétrica, um luxo!Alguns tinham lampiões,Para os pobres - lamparinas!A fumaça mal cheirosaAssaltava as narinas...Na fazenda Zé de Lima,Pequeno rio passava.Pescavam-se camarões,Lambaris, e até piabas...Na referida fazenda,Farinha de forno torravam...Beiju doce tapiocas,A casa grande lavavam...Vendiam o leite na hora,No curral, de manhãzinhaVinha direto da fonteQue era a teta da vaquinha.Amigos, narro esta históriaPorque bem perto eu viA minha mãe trabalhando...Tudo isso eu vi.Vizinhos se reuniam

princesa ou rainHa“minHa terra É bonita como um pedaço de lenda”

Noite clara de luar,Para cantar cada estóriaOs cabelos arrepiar:Era a mula sem cabeça,O menino sarará,Menino de perna só,Faziam, sim, as criançasDe veras se assustar...Entre uma e outra história,Em ruínas em casarãoCom várias correntes grossasQue serviam de prisãoAo negro escravo fujão;Bem ali, onde está localizadoO mercado ABC.,Próximo da estação.Contavam,Que quando a noite chegavaNinguém passava por lá;Os gemidos dos escravos,As correntes arrastadasCausavam pavor imensoDos seus nervos abalar.Contavam muitas coisas outrasOnde davam fazer ouvir:“O sapo que virou príncipe,Palácio ao fundo do mar construído

em ouro e prata...Essas eram e encantar...E as brincadeiras de roda

As crianças a cantar: Ciranda, cirandinha,Vamos todos cirandar...”O burro guiava o bondeNos tempos da JocotóFigura bem popular. Faceira

como ela só.Aldeia bem sossegada!Cadeia não havia, não. E para

que delegadoSem malfeitores, ladrão?Terra em as lavadeirasSubiam o morro ligeiras,Pés descalços, ou então,Arrastando seus tamancos;Lata dágua na cabeçaMostrando sorriso franco.Macaé muito cresceu!Foi menina, adolescente,Atingiu maior idade;Foi plebéia, foi princesa,Tornou-se agora rainhaCidade que é tão minha!É rainha idolatrada!E continua bonita!De petróleo impregnada,Segue americanizadaCom a cidade estilizada,Não mais se vê por aquiCorrer na areia rosada:

Caranguejos, tatuís,Pequena concha rosadaQue chamam samambís;Ontem se vestiu de chita,Hoje está estilizada.Agora veste com orgulhoTrajes de seda rendada.Com o petróleo em Macaé,É estrela sim, Senhor!Na passarela, no Brasil,Mostra ao mundo o seu valor.Minha terra é tão bonita, sob o

céu azul anilNum pedacinho de lenda na

história do Brasil.Eis amigos, a história da aldeia

que surgiuTão alto, esplendorosa, porque

muito evoluiu.Nasci na rua de Santana, na

Arueira onde morei,Nos Cajueiros eu vivo. Foi aqui que

me criei;Na terra que é minha casa, jamais

pretendo esquecer;Meu refúgio nesta vida, enquanto

aqui viver!

Leci Dias