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PLANO DE ENSINO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO (PPGD) Políticas públicas Professor: Fernando Borges Mânica Obrigatória: sim (obrigatória da linha) Créditos: 2 Ementa: As políticas públicas consistem num dos principais meios à disposição do Estado para coordenar e promover transformações econômicas e sociais. Historicamente vinculadas ao planejamento da atuação do Estado, em especial no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, contemporaneamente compreendem-se as políticas públicas como processos de coordenação entre Estado, Mercado e Sociedade, que dependem da capacidade estatal de coordenar e promover ações e arranjos entre atores e instrumentos, em contextos institucionais complexos. Consequentemente, o ciclo de gestão das políticas públicas compreende uma sucessão de múltiplas atividades que compõem um circuito longo de decisão igualmente complexo. Primeiramente, é necessário identificar problemas, potenciais soluções e seus possíveis impactos no que se denomina de prospecção de políticas públicas. Em seguida, devem-se desenhar instrumentos e mobilizar atores econômicos e sociais, formulando uma política pública legítima. Uma vez formulada, a política pública deve ser implementada por meio de sua inclusão na agenda e execução das ações propostas. De modo a garantir que a política pública atinja seus objetivos de transformação econômica e social, deve-se monitorar o processo de implementação, determinando a consistência de sua trajetória e promovendo ajustes tempestivos, além de submetê-la ao controle de órgãos de fiscalização e da sociedade, garantindo sua accountability e responsividade. Ao final, a política pública deve ser avaliada, verificando-se a atenção aos objetivos propostos inicialmente e gerando aprendizado institucional e organizacional. As relações entre o Direito e as políticas públicas são bastante profundas, em especial em três aspectos. Em primeiro lugar, deve-se considerar que muitos dos instrumentos de política pública e estratégias de mobilização de atores envolvem a necessidade de produção de normas jurídicas. Em segundo lugar, é imperioso observar que grande parte da atividade de controle é exercida por organizações do sistema de justiça, em especial a advocacia pública e o Ministério Público, que operam mais frequentemente sob uma ótica estritamente normativa do que de compreensão dos sentido e alcance da política. E, em terceiro lugar, não se pode afastar que uma parcela significativa da atuação do sistema de justiça é, em si, constitutiva de campos específicos de política pública, tais como a política de acesso à justiça, a política criminal e a política judiciária. Para além de uma compreensão abrangente sobre as políticas públicas e suas relações com o Direito, a disciplina propõe-se igualmente a analisar casos específicos de políticas públicas brasileiras e seu potencial de transformação econômica e social de longo prazo. SUMÁRIO Políticas públicas: conceito, estrutura e função. Capacidades estatais, condicionantes e arranjos institucionais de políticas públicas. O ciclo de gestão das políticas públicas: prospecção, formulação, implementação, monitoramento, controle e avaliação. Direito e políticas públicas: acesso à justiça, política criminal e política judiciária. A coordenação entre as políticas públicas brasileiras e os objetivos de desenvolvimento humano e inclusivo de longo prazo.

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PLANO DE ENSINO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO (PPGD)

Políticas públicas Professor: Fernando Borges Mânica Obrigatória: sim (obrigatória da linha) Créditos: 2 Ementa:

As políticas públicas consistem num dos principais meios à disposição do Estado para coordenar e promover transformações econômicas e sociais. Historicamente vinculadas ao planejamento da atuação do Estado, em especial no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, contemporaneamente compreendem-se as políticas públicas como processos de coordenação entre Estado, Mercado e Sociedade, que dependem da capacidade estatal de coordenar e promover ações e arranjos entre atores e instrumentos, em contextos institucionais complexos. Consequentemente, o ciclo de gestão das políticas públicas compreende uma sucessão de múltiplas atividades que compõem um circuito longo de decisão igualmente complexo.

Primeiramente, é necessário identificar problemas, potenciais soluções e seus possíveis impactos no que se denomina de prospecção de políticas públicas. Em seguida, devem-se desenhar instrumentos e mobilizar atores econômicos e sociais, formulando uma política pública legítima. Uma vez formulada, a política pública deve ser implementada por meio de sua inclusão na agenda e execução das ações propostas. De modo a garantir que a política pública atinja seus objetivos de transformação econômica e social, deve-se monitorar o processo de implementação, determinando a consistência de sua trajetória e promovendo ajustes tempestivos, além de submetê-la ao controle de órgãos de fiscalização e da sociedade, garantindo sua accountability e responsividade. Ao final, a política pública deve ser avaliada, verificando-se a atenção aos objetivos propostos inicialmente e gerando aprendizado institucional e organizacional.

As relações entre o Direito e as políticas públicas são bastante profundas, em especial em três aspectos. Em primeiro lugar, deve-se considerar que muitos dos instrumentos de política pública e estratégias de mobilização de atores envolvem a necessidade de produção de normas jurídicas. Em segundo lugar, é imperioso observar que grande parte da atividade de controle é exercida por organizações do sistema de justiça, em especial a advocacia pública e o Ministério Público, que operam mais frequentemente sob uma ótica estritamente normativa do que de compreensão dos sentido e alcance da política. E, em terceiro lugar, não se pode afastar que uma parcela significativa da atuação do sistema de justiça é, em si, constitutiva de campos específicos de política pública, tais como a política de acesso à justiça, a política criminal e a política judiciária.

Para além de uma compreensão abrangente sobre as políticas públicas e suas relações com o Direito, a disciplina propõe-se igualmente a analisar casos específicos de políticas públicas brasileiras e seu potencial de transformação econômica e social de longo prazo.

SUMÁRIO Políticas públicas: conceito, estrutura e função. Capacidades estatais, condicionantes e arranjos institucionais de políticas públicas. O ciclo de gestão das políticas públicas: prospecção, formulação, implementação, monitoramento, controle e avaliação. Direito e políticas públicas: acesso à justiça, política criminal e política judiciária. A coordenação entre as políticas públicas brasileiras e os objetivos de desenvolvimento humano e inclusivo de longo prazo.

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO (PPGD)

Bibliografia: BEMELMANS-VIDEC, Marie-Louise; RIST, Ray; VEDUNG, Evert. Carrots, sticks and sermons: policy instruments and their evaluation. New Brunswick: Transaction Publishers, 1998. BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2002. CAMPOS, Carmem; COELHO, Carolina; CUNHA, Flávia; OLIVEIRA, Suely; PASINATO, Wanda. Metodologia de implementação, monitoramento e avaliação do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Brasília: SPM, 2009. CARDOSO JÚNIOR, José Celso; CUNHA, Alexandre dos Santos (Org.). Planejamento e avaliação de políticas públicas. Brasília: Ipea, 2015. FORTINI, Cristiana; ESTEVES, Júlio César; DIAS, Maria Tereza Fonseca. Políticas públicas: possibilidades e limites. Belo Horizonte: Fórum, 2008. FREITAS, Maria Virgínia de; PAPA, Fernanda de Carvalho. Políticas públicas: juventude em pauta. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. GEHLEN, Vitória; CHAVES, Helena; OLIVEIRA, Gilvana (Org.). Instrumentalização do território: o peso dos fatores estruturais nas fragmentações das políticas públicas territorializadas. Recife: UFPE, 2014. GOMIDE, Alexandre; PIRES, Roberto (Org.). Capacidades estatais e democracia: arranjos institucionais de políticas públicas. Brasília: IPEA, 2014. JACOBI, Pedro Roberto (Org.). Políticas socioambientais e participação. São Paulo: Annablume, 2016. LAJÚS, Maria Luiza; VARGAS, Myriam; BADALOTTI, Rosana (Org.). Dinâmicas regionais e políticas públicas. Chapecó: Argos, 2014. LE BIHAN, Geneviève; DELPEUCH, Francis; MAIRE, Bernard. Alimentação, nutrição e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis, 2002. LIBERATO, Almir; SOARES, Artemis. Políticas públicas de esporte e lazer: novos olhares. Manaus: EDUA, 2010. MARCIAL, Elaine; GRUMBACH, Raul. Cenários prospectivos: como construir um futuro melhor. Rio de Janeiro: FGV, 2002. MIRANDA, Carlos; TIBURCIO, Breno; LEITE, Sergio. Políticas de desenvolvimento territorial e enfrentamento da pobreza rural no Brasil. Brasília: IICA, 2013. RAYMUNDO, Maria Henriqueta; BRIANEZI, Thaís; SORRENTINO, Marcos (Org.). Como construir políticas públicas de educação ambiental para sociedades sustentáveis? São Carlos: Diagrama Editorial, 2015. SILVA, Eduardo Faria; GEDIEL, José Antonio; TRAUCZYNSKI, Sílvia Cristina (Org.). Direitos humanos e políticas públicas. Curitiba: Universidade Positivo, 2014. UNICEF. Manual de Avaliação da Gestão de Políticas Públicas. Brasília: UNICEF, s/d. UNITED NATIONS ORGANIZATION. Planning Toolkit. Nova Iorque: UNO, s/d. VEDUNG, Evert. Evaluación de políticas públicas y programas. Madrid: Instituto Nacional de Servicios Sociales, 1997. WEISS, Carol. Evaluation: methods for studying programs and policies. 2. ed. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1998.

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO (PPGD)

Responsabilidade jurídica e inovação tecnológica Professor: Obrigatória: sim (obrigatória linha) Créditos: 2 Ementa:

Atualmente compreende-se melhor, em um contexto global, a produção de determinados tipos de danos caracterizados como graves e irreversíveis diante de uma sociedade massificada, regida por relações econômicas que, o mais das vezes, não garantem um crescimento inclusivo.

O desafio, em face da agenda do desenvolvimento, é formar profissionais do Direito com habilidades necessárias para atuar em um cenário, em que, de um lado, as novas tecnologias propiciam um avanço para a vida em sociedade facilitando o convívio e a interação dos sujeitos, mas, por outro, passam a expor as pessoas a determinados eventos danosos, até então, desconhecidos e impensáveis.

Nesse cenário, a presente disciplina tem por objetivos: estudar criticamente o sistema da responsabilidade civil, das relações negociais e dos direitos da personalidade sob a ótica das relações econômicas e das novas tecnologias, com vistas ao desenvolvimento da pessoa; analisar as novas tendências da responsabilidade jurídica, os danos graves e irreversíveis e o impacto das novas tecnologias nas relações interprivadas; fazer a análise econômica da responsabilidade jurídica a partir de uma perspectiva interdisciplinar; desenvolver a responsabilidade jurídica como instrumento de transformação e renovação das habilidades práticas através da pesquisa, coleta e análise de dados úteis na propositura de projetos práticos envolvendo a política de prevenção.

A metodologia será desenvolvida por meio de apresentação de seminários dos temas previamente distribuídos, aulas expositivas, coleta e análise de dados visando ao desenvolvimento da prática profissional dos mestrandos.

SUMÁRIO A responsabilidade jurídica. A crise dos pressupostos da responsabilidade civil. O direito de danos. A importância dos valores constitucionais na construção da visão contemporânea da responsabilidade civil. A inefetividade do tradicional sistema reparatório. As atuais funções da responsabilidade civil. O caráter punitivo-pedagógico no âmbito da responsabilidade civil. O fenômeno da despatrimonialização da reparação. Os danos ressarcíveis: críticas às tentativas de tipificação. Danos morais em sentido amplo: problemas e perspectivas acerca da sua fixação e o fenômeno de sua banalização. A aplicação da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. Os problemas e as perspectivas da responsabilidade civil negocial e extracontratual. A relação jurídica obrigacional como processo. A teoria do “contato social”. A tendência de unificação dos regimes. Novas tendências da responsabilidade civil. A responsabilidade civil preventiva e a tutela inibitória material. Responsabilidade civil e análise econômica do direito: descrevendo os seus principais postulados e investigando as possibilidades de diálogo entre o raciocínio jurídico e o econômico. Eleição de parâmetros para uma pesquisa de dados (tribunal a ser pesquisado; recorte da matéria a ser pesquisada; marco inicial e final da pesquisa, recorte do tipo de dano, critérios de pesquisa, dentre outros) e, a partir disso, a elaboração de um projeto (de cunho político, social e econômico) voltado a criar e implementar formas inovadoras para a prevenção de danos.

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Bibliografia: ARAÚJO, Fernando. Teoria económica do contrato. Coimbra: Almedina, 2011. CALABRESI, Guido. El coste de los accidentes: análisis econômico y jurídico de la responsabilidad civil. Barcelona: Editorial Ariel, 1984. Chicago Law Review. (Periódico disponível na base de dados HeinOnline assinada pela Universidade Positivo) EUROPEAN GROUP ON TORT LAW. Principles of european tort law. Austria: Springer Wien New York, 2005. GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. 3. ed. São Paulo: Record, 2003. Harvard Law Review. (Periódico disponível na base de dados HeinOnline assinada pela Universidade Positivo) ITURRASPE, Jorge Mosset. Cómo contratar em uma economía de mercado. Buenos Aires: Rubinzal-Culzoni, 2013. . Responsabilidad por daños, Tomo IX, Buenos Aires: Rubinzal Culzoni, 2013. JOURDAIN, Patrice; VINEY, Geneviève. Traité de Droit Civil: les effets de la responsabilité. 3. ed. Paris: LGDJ, 2011. LOPEZ, Teresa Ancona. Princípio da precaução e evolução da responsabilidade civil. São Paulo: Quarter Latin, 2010. SALVI, Cesare. La responsabilità civile. 2. ed. Milano: Giuffrè, 2005. THALER, Richard. H., SUNSTEIN, Cass R. Nudge: improving decisions about health, wealth and happiness. New York: Penguin Books, 2009. THALER, Richard. H. Misbehaving: the making of behavioral economics. New York: Penguin Books, 2016. VENTURI, Thaís Goveia Pascoaloto. Responsabilidade civil preventiva: a proteção contra a violação dos direitos e a tutela inibitória material. São Paulo: Malheiros, 2014. VINEY, Geneviève. Traité de droit civil: les effets de la responsabilité. 3. ed. Paris: LGDJ, 2010.

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Sistema de justiça e responsividade Professora: Maria Tereza Uille Gomes Obrigatória: sim (obrigatória da linha) Créditos: 2 Ementa:

A falta de acesso à justiça significa que os conflitos permanecem sem solução e as pessoas não podem obter proteção e reparação. As instituições que não funcionam de acordo com leis legítimas estão propensas à arbitrariedade e ao abuso de poder e são menos capazes de prestar serviços públicos a todos. Para alcançar a paz, a justiça e a inclusão, é importante que os governos, a sociedade civil e as comunidades trabalhem em conjunto para implementar soluções duradouras que reduzam a violência, prestem serviços judiciais, combatam a corrupção e garantam uma participação inclusiva.

Por outro lado, as pessoas devem ser capazes de contribuir para as decisões que afetam suas vidas. As instituições nacionais e locais devem ser responsivas e precisam estar prontas para entregar serviços básicos às famílias e comunidades de forma equitativa e sem a necessidade de subornos.

Nesse âmbito, a disciplina tem como objetivos analisar criticamente o que Estado brasileiro, por meio do CNJ e das Secretarias de Justiça, está fazendo para preparar o sistema brasileiro de Justiça aos desafios do desenvolvimento sustentável e da sociedade da informação; avaliar as múltiplas realidades da violência no Brasil e a importância da paz e da justiça para o desenvolvimento sustentável; e estudar experiências tecnológicas inovadoras adotadas pelo sistema de justiça para implementar uma cultura da paz, da não discriminação e da coesão social.

SUMÁRIO Sistemas de Justiça. Secretarias de Justiça. Poder Judiciário no Brasil: atuação na mitigação de conflitos. Instrumentos Alternativos de Mediação e Solução de Conflitos. Sociedade de Informação e acesso à justiça. Justiça distributiva. Cultura digital e conflitos. CNJ e desempenho do judiciário. Atuação judiciária e paz social. O judiciário e o equilíbrio nas relações entre Estado e Sociedade. Poder judiciário e sustentabilidade. Políticas públicas de Justiça, Segurança Pública, e proteção de pessoas e bens. Mecanismos inovadores de pacificação social.

Bibliografia: ALEGRE, Marcelo; GARGARELLA, Roberto (Coords). El derecho a la igualdad: aportes para um constitucionalismo igualitário. 2. ed. Buenos Aires: Abeledo Perrot, 2012. CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1988. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 17. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Conselho Nacional de Justiça fundamentos, processo e gestão, 2016. Brasília: CNJ, 2016. . Estudo comparado sobre recursos, litigiosidade e produtividade: a prestação jurisdicional no contexto internacional. Brasília: CNJ, 2011. . Estudos sobre os sistemas de coleta de dados. Brasília: CNJ, 2010. . Justiça em números 2014 a 2017. Brasília: CNJ, 2014 a 2017. . Justiça Restaurativa: horizontes a partir da Resolução CNJ 225. Brasília: CNJ, 2016. . Supremo em ação 2017. Brasília: CNJ, 2017. Direito, Estado e Sociedade PUC-Rio. (Periódico disponível em <http://direitoestadosociedade.jur.puc-rio.br>) DRUCKER, Peter Ferdinand. Post-capitalist society. New York: HarperCollins, 2009. DWORKIN, Ronaldo. Levando os direitos a sério. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. Estudios Constitucionales CECOCH. (Periódico disponível em <www.estudiosconstitucionales.cl>)

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GARGARELLA, Roberto (Org). Por uma justicia dialógica: el poder judicial como promotor de la deliberación democrática. Bueno Aires: Sigilo XXI, 2014. GODOY, Miguel Gualano de. Devolver a Constituição ao povo: crítica à supremacia judicial e diálogos institucionais. Belo Horizonte: Fórum,2017. GOMES, Maria Tereza Uille. AIDH-em cadernos. Os objetivos de desenvolvimento sustentável da agenda 2030. Curitiba, 2017. . Direitos humanos e políticas públicas. Editora Juruá, 2010. . Políticas Públicas e Ministério Público. Biblioteca digital UFPR. 2011. HABERMAS, Jürgen. Between facts and norms. Tradução William Rehg. Cambridge: MIT Press, 1996. MONTAGU, Arturo F.; PIMENTEL, Diego; GROISMAN, Martín (Coautor). Cultura digital: comunicación y sociedad. Buenos Aires: Paidos, 2004. PARANÁ Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania Departamento Penitenciário Patronato Penitenciário. Projeto de boas práticas: programa pró-egressos dos patronatos penitenciários do Paraná: exemplos de sucesso no tratamento penal de egressos do sistema penitenciário paranaense e na fiscalização de beneficiários de penas e medidas alternativas. Curitiba: Patronato, 2010. Revista da Faculdade de Direito UFPR. (Periódico disponível em <http://revistas.ufpr.br/direito>) Revista de Direito da Cidade UERJ. (Periódico disponível em <www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rdc>) ROBL FILHO, Ilton Norberto. Conselho nacional de justiça: estado democrático de direito e accountability. São Paulo: Saraiva, 2013. ROQUE, Sebastião Jose. Arbitragem: a solução viável. 2. ed. São Paulo: Ícone, 1997. SILVA, Adriana dos Santos. Acesso à justiça e arbitragem: um caminho para a crise do judiciário. Barueri, SP: Manole, c2005. VITA, Jonathan B.; CASADO FILHO, Napoleão; FINKELSTEIN, Claudio (Coord.). Arbitragem internacional: UNIDROIT, CISG e direito brasileiro. São Paulo: Quartier Latin do Brasil, 2010. Yale Law Journal. (Periódico disponível na base de dados HeinOnline assinada pela Universidade Positivo)

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Trabalho, tecnologia e regulação Professor: André Gambier Campos Obrigatória: sim (obrigatória da linha) Créditos: 2 Ementa:

O emprego produtivo e o "trabalho em condições decentes" são elementos-chave para alcançar uma globalização justa e a redução da pobreza. Contudo, não existe uma ligação automática entre trabalho e desenvolvimento humano. Questões como a discriminação e a violência, o trabalho infantil, o trabalho forçado, situações de trabalhadores em condições perigosas e que enfrentam sérios riscos de abuso, insegurança e perda de liberdade e autonomia são exemplos de situações de trabalho em condições indecentes que impedem vínculos positivos entre o trabalho e o desenvolvimento humano e econômico.

O trabalho em condições decentes gera oportunidades para todos terem um trabalho produtivo, favorável à competitividade econômica, que proporciona renda justa, segurança no local de trabalho e proteção social para famílias, e que melhora as perspectivas de desenvolvimento pessoal e de integração social, com oportunidades iguais para mulheres e homens. O risco político da falta contínua de oportunidades de trabalho em condições decentes, de investimentos insuficientes e de subconsumo é a erosão do contrato social básico subjacente às sociedades democráticas.

Dessa forma, os objetivos da disciplina são: estudar, de uma perspectiva multidisciplinar, as megatendências do mercado de trabalho e das reformas trabalhistas em sociedades em desenvolvimento; analisar como a regulação do trabalho no Brasil se apresenta num cenário de globalização econômica e de revolução digital, em termos de ganhos e perdas de competitividade e de qualidade de vida; elaborar prognósticos da revolução digital para políticas de emprego, regulação coletiva do trabalho e geração de oportunidades de trabalho na sociedade brasileira; estudar modalidades e riscos inerentes ao trabalho flexível, remoto, baseado em contratos irregulares e de curta duração, seus impactos para trabalhadores altamente qualificados e não qualificados; estudar casos que envolvem o trabalho dos jovens e de mulheres, a educação para o trabalho e a geração de melhores oportunidades de transição para o trabalho em condições decentes; estudar os principais desafios para combinar a escolha de tecnologias com os recursos e habilidades profissionais humanas e desenvolver soluções jurídicas inovadoras para atender às necessidades do desenvolvimento humano, da produtividade econômica e do mercado de trabalho no Brasil; estudar situações locais, baseadas em experiências externas, que podem melhorar as oportunidades de geração de renda pelo trabalho e as situações precárias de trabalho no ambiente local de Curitiba, Região Metropolitana e Região Sul do Brasil.

SUMÁRIO Trabalho e emprego. Trabalho decente. Desemprego. Produtividade. Flexibilização. Conflitos sociais. Segurança de renda. Revolução tecnológica.

Bibliografia: AZEREDO, B. Políticas públicas de emprego: a experiência brasileira. São Paulo: Abet, 1998. BALTAR, Paulo Eduardo de Andrade et al. Trabalho no governo Lula: uma reflexão sobre a recente experiência brasileira. Berlim: Global Labour University, 2010. Berkeley Journal of Employment and Labor Law. (Periódico disponível na base de dados HeinOnline assinada pela Universidade Positivo) BIAVASCHI, M. B. O direito do trabalho no Brasil 1930-1942: a construção do sujeito de direitos trabalhistas. São Paulo: LTR, 2007.

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PLANO DE ENSINO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO (PPGD)

BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Ève. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009. CACCIAMALI, M. C. Globalização e processo de informalidade. Economia e Sociedade, Campinas, n.14, p.153-174, 2000. CARDOSO, A. M. A construção da sociedade do trabalho no Brasil: uma investigação sobre a persistência secular das desigualdades. Rio de Janeiro: FGV, 2010. . A década neoliberal e a crise dos sindicatos no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2003. . Sindicatos, trabalhadores e a coqueluche neoliberal: a era Vargas acabou? Rio de Janeiro: FGV, 1999. CARDOSO JR., J. C. Mundo do trabalho e (des)proteção social no Brasil: ensaios de interpretação da história recente. Campinas: Unicamp/Instituto de Economia, 2013. CATTANI, Antonio David; HOLZMANN, Lorena (Org.). Dicionário de trabalho e tecnologia. 3. ed. Porto Alegre: Zouk, 2012. FAUSTO, Boris. Trabalho urbano e conflito social (1890-1920). 5. ed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2000. FERREIRA, Jorge. O imaginário trabalhista: getulismo, PTB e cultura política popular (1945-1964). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. . Trabalhadores do Brasil: o imaginário popular (1930-1945). Rio de Janeiro: 7Letras, 2011. FRENCH, John D. Afogados em leis: a CLT e a cultura política dos trabalhadores brasileiros. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001. GOMES, Ângela de Castro; SILVA, Fernando Teixeira da. A justiça do trabalho e sua história: os direitos dos trabalhadores no Brasil. Campinas: Unicamp, 2013. GOMES, Ângela de Castro. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: FGV, 2005. HOUTZAGER, Peter P. Os últimos cidadãos: conflito e modernização no Brasil rural (1964-1995). São Paulo: Globo, 2004. HUMPHREY, John. Fazendo o “milagre”: controle capitalista e luta operária na indústria automobilística brasileira. Petrópolis: Vozes, 1982. International Labour Review. (Periódico disponível na base de dados HeinOnline assinada pela Universidade Positivo) JACCOUD, L. (Org.). Questão social e políticas sociais no Brasil contemporâneo. Brasília: Ipea, 2005. KREIN, J.D. Tendências recentes nas relações de emprego no Brasil: 1990-2005. Tese de doutorado. Campinas: Unicamp, 2007. MATTOSO, J. A Desordem do Trabalho. São Paulo, Scritta, 1995. MORETTO, A. J. O sistema público de emprego no Brasil: uma construção inacabada. Campinas: Unicamp/Instituto de Economia, 2007. RODRIGUES, José Albertino. Sindicato e Desenvolvimento no Brasil. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968. SANTANA, Marco Aurélio. O “novo” e o “velho” sindicalismo: análise de um debate. Revista de Sociologia e Política, n. 10/11, p. 19-35, 1998. SANTOS, Wanderley Guilherme dos. A Práxis Liberal e a Cidadania Regulada. In: Décadas de Espanto e Uma Apologia Democrática. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, pp. 63-114. SEN, Amartya; KLIKSBERG, Bernardo. As pessoas em primeiro lugar: a ética do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. 19. ed. Rio de Janeiro: Record, 2015. SOUZA-LOBO, Elisabeth. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. São Paulo: Brasiliense, 1991. VIANNA, Luiz Werneck. Liberalismo e Sindicato no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.