caderno disciplinas 1 semestre 2010

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Sumário Corpo Docente da Pós-Graduação ............................................... 5 Diretoria do IUPERJ .................................................................... 7 Calendário da Pós-Graduação ...................................................... 9 Horário das Disciplinas .............................................................. 11 Disciplinas para ambas as áreas 101 – Política Brasileira .............................................................. 13 160 – Introdução à Análise de Dados ......................................... 19 161 – Lego III: Métodos Estatísticos para Análise de Dados Categóricos ...................................................... 23 190 – Estudos Exemplares em Ciências Sociais ........................... 29 191 – Leituras Marxistas sobre o Estado e o Capitalismo Contemporâneos .......................................... 35 192 – Raça, Racismo e Discriminação I: História e Teorias Gerais (dois semestres) ......................................... 39 193 – Leituras Selecionadas sobre a Moderna Interpretação do Brasil ..................................................... 43 Disciplinas para a área de Sociologia 210 – Teoria Sociológica I .......................................................... 45 224 – Sociologia e Antropologia da Religião .............................. 51 225 – Arte e Vida Cultural no Brasil: 1940-1960 ....................... 55 230 – Teoria Sociológica III ........................................................ 59 240 – Seminário de Tese ............................................................ 67 Disciplinas para a área de Ciência Política 310 – Teoria Política I ................................................................ 69 323 – Escolha Racional e Análise Política ................................... 79 330 – Teoria Política III .............................................................. 83 340 – Seminário de Tese ............................................................ 89 381 – Mudanças Globais e Países Emergentes ............................ 91

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Page 1: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Sumário

Corpo Docente da Pós-Graduação ............................................... 5Diretoria do IUPERJ .................................................................... 7Calendário da Pós-Graduação ...................................................... 9Horário das Disciplinas .............................................................. 11

Disciplinas para ambas as áreas

101 – Política Brasileira .............................................................. 13160 – Introdução à Análise de Dados ......................................... 19161 – Lego III: Métodos Estatísticos para Análise

de Dados Categóricos ...................................................... 23190 – Estudos Exemplares em Ciências Sociais ........................... 29191 – Leituras Marxistas sobre o Estado e o

Capitalismo Contemporâneos .......................................... 35192 – Raça, Racismo e Discriminação I: História e

Teorias Gerais (dois semestres) ......................................... 39193 – Leituras Selecionadas sobre a Moderna

Interpretação do Brasil ..................................................... 43

Disciplinas para a área de Sociologia

210 – Teoria Sociológica I .......................................................... 45224 – Sociologia e Antropologia da Religião .............................. 51225 – Arte e Vida Cultural no Brasil: 1940-1960 ....................... 55230 – Teoria Sociológica III ........................................................ 59240 – Seminário de Tese ............................................................ 67

Disciplinas para a área de Ciência Política

310 – Teoria Política I ................................................................ 69323 – Escolha Racional e Análise Política ................................... 79330 – Teoria Política III .............................................................. 83340 – Seminário de Tese ............................................................ 89381 – Mudanças Globais e Países Emergentes ............................ 91

Page 2: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Corpo Docente da Pós-Graduação

Adalberto Cardoso – Doutor, Universidade de São Paulo, 1995 (e-mail: [email protected])

Argelina Cheibub Figueiredo – Ph.D., Universidade de Chicago, 1987(e-mail: [email protected])

Carlos Antonio Costa Ribeiro – Ph.D., Universidade de Columbia,2002 (e-mail: [email protected])

Cesar Augusto Coelho Guimarães – Notório Saber (Doutorado),Universidade Candido Mendes, 2002 (e-mail:[email protected])

Diana Nogueira de Oliveira Lima – Doutora, PPGAS/Museu Nacional/UFRJ, 2005 (e-mail: [email protected])

Fabiano Guilherme Mendes Santos – Doutor, IUPERJ, 1994 (e-mail:[email protected])

Frédéric Vandenberghe – Ph.D., École des Hautes Études en SciencesSociales, 1994 (e-mail: [email protected])

Jairo Marconi Nicolau – Doutor, IUPERJ, 1995 (e-mail:[email protected])

João Feres Júnior – Ph.D., City University of New York, 1993 (e-mail: [email protected])

José Maurício Domingues – Ph.D., London School of Economics andPolitical Science, 1993 (e-mail: [email protected])

Luiz Antonio Machado da Silva – Ph.D., Universidade de Rutgers,1979 (e-mail: [email protected])

Luiz Jorge Werneck Vianna – Doutor, Universidade de São Paulo,1976 (e-mail: [email protected])

Marcelo Gantus Jasmin – Doutor, IUPERJ, 1995 (e-mail:[email protected])

Pós-Graduação 5

Page 3: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Marcus Faria Figueiredo – Doutor, Universidade de São Paulo, 1978(e-mail: [email protected])

Maria Regina Soares de Lima – Ph.D., Universidade de Vanderbilt,1986 (e-mail: [email protected])

Nelson do Valle Silva – Ph.D., Universidade de Michigan, 1978 (e-mail: [email protected])

Renato de Andrade Lessa – Doutor, IUPERJ, 1992 (e-mail:[email protected])

Renato Raul Boschi – Ph.D., Universidade de Michigan, 1978 (e-mail: [email protected])

Ricardo Benzaquen de Araújo – Doutor, PPGAS/Museu Nacional/UFRJ, 1993 (e-mail: [email protected])

Professores Associados

Gláucio Ary Dillon Soares – Ph.D., Universidade de Washington, 1965(e-mail: [email protected])

Professora Visitante

Silvia Gerschman – Doutora, Universidade Estadual de Campinas,1994 (e-mail: [email protected])

6 Pós-Graduação

Page 4: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Diretoria do IUPERJ

Diretor ExecutivoJairo Nicolau

Diretora de PesquisasArgelina Cheibub Figueiredo

Diretor de EnsinoCarlos Antonio Costa Ribeiro

Diretor de Divulgação CientíficaJoão Feres Júnior

Coordenadores de Áreas

Coordenador da Área de SociologiaFrédéric Vandenberghe

Coordenador da Área de Ciência PolíticaRenato Boschi

Secretaria de Pós-GraduaçãoCaroline Carvalho (e-mail: [email protected])Lia Gonzalez (e-mail: [email protected])

IUPERJRua da Matriz, 82 – Botafogo22260-100 – Rio de Janeiro – RJ

(21) 2266-8300Fax: (21) 2266-8345E-mail: [email protected] page: www.iuperj.br

Pós-Graduação 7

Page 5: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Calendário da Pós-Graduação para o 1ººººº Semestre

8 de março – Prazo final para entrega dos trabalhos das disciplinas doMestrado e do Doutorado referentes ao 2º semestre de 2009.

8 de março – Início do 1º semestre letivo e inscrição em disciplinas.

8 de março – Reunião da Direção de Ensino com os alunos que estãoingressando.

26 de março – Prazo final para inscrição em disciplinas.

16 de abril – Prazo final para entrega, pelos professores, das avaliaçõesdos trabalhos dos alunos do Mestrado e do Doutorado referentesao 2º semestre de 2009.

16 de abril – Prazo final para cancelamento de disciplinas.

1ª quinzena de abril – Reunião de Congregação (relatório da Comissãode Seleção de 2009; escolha da Comissão de Seleção de 2010; epolítica de bolsas).

2ª quinzena de maio – Divulgação do edital para a seleção do Programade Pós-Graduação – Turma 2011.

1ª quinzena de junho – Reuniões de área (avaliação do desempenhodos alunos; programação do 2º semestre acadêmico).

2ª quinzena de junho – Reunião de Congregação (programação do2º semestre acadêmico).

18 de junho – Término do 1º semestre letivo.

Início das aulas: 8/3/2010Início das matrículas: 8/3/2010, das 9 às 18 horasTérmino das matrículas: 26/3/2010Cancelamento de disciplinas: 16/4/2010Término das aulas: 18/6/2010

Pós-Graduação 9

Page 6: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Horário das Disciplinas

Manhã:

3ª feira, das 9 às 12 horas Teoria Política I – Prof. RenatoLessa

3ª feira, das 9 às 12 horas Lego III: Métodos Estatísticos paraAnálise de Dados Categóricos –Profs. Carlos Antonio Costa Ribeiroe Nelson do Valle Silva

4ª feira, das 9 às 12 horas Mudanças Globais e PaísesEmergentes – Profa. Maria ReginaSoares de Lima

4ª feira, das 9 às 12 horas Sociologia e Antropologia daReligião – Profa. Diana Lima

5ª feira, das 9 às 12 horas Política Brasileira – Profa. ArgelinaFigueiredo (coord.)

5ª feira, das 9 às 12 horas Teoria Sociológica I – Prof.Adalberto Cardoso

Tarde:

3ª feira, das 13 às 16 horas Escolha Racional e Análise Política– Prof. Fabiano Santos

4ª feira, das 13 às 16 horas Leituras Selecionadas sobre aModerna Interpretação do Brasil –Prof. Luiz Werneck Vianna

5ª feira, das 13 às 16 horas Seminário de Tese (Sociologia) –Prof. Luiz Antonio Machado daSilva

Pós-Graduação 11

Page 7: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

5ª feira, das 13 às 16 horas Leituras Marxistas sobre o Estadoe o Capitalismo Contemporâneos– Profs. Cesar Guimarães e SilviaGerschman

3ª feira, das 16 às 19 horas Seminário de Tese (Ciência Política)– Prof. Marcelo Jasmin

3ª feira, das 16 às 19 horas Teoria Sociológica III – Prof.Frédéric Vandenberghe

4ª feira, das 16 às 19 horas Teoria Política III – Profa. ThamyPogrebinschi

4ª feira, das 16 às 19 horas Raça, Racismo e Discriminação I:História e Teorias Gerais – Prof.João Feres Júnior

5ª feira, das 16 às 19 horas Arte e Vida Cultural no Brasil:1940-1960 – Prof. RicardoBenzaquen de Araújo

5ª feira, das 16 às 19 horas Introdução à Análise de Dados –Prof. Jairo Nicolau

Noite:

5ª feira, das 19 às 22 horas Estudos Exemplares em CiênciasSociais – Profs. FrédéricVandenberghe e MarcusFigueiredo (coords.)

12 Pós-Graduação

Page 8: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

101 – Política Brasileira (3 créditos)

Profa. Argelina Figueiredo (coord.)Horário: Quinta-feira, das 9 às 12 horasConsultas: A combinar com os professores

Tem por objetivo fornecer uma introdução ao sistema políticobrasileiro, apresentando, em perspectiva histórica e comparativa, ofuncionamento de suas principais instituições políticas e do arranjoconstitucional que lhe serve de suporte.

O curso está organizado na forma de seminários temáticos a seremoferecidos por diferentes professores, segundo o cronograma a seguir.

Programa:

1. Democracia e Constituição de 1988

11 de março: Democracia no Brasil (Cesar Guimarães)

18 de março: A Democracia no Brasil pós-1988 (Luiz Werneck Vianna)

Bibliografia:

WERNECK VIANNA, Luiz. (2008), “O Terceiro Poder na Carta de1988 e a Tradição Republicana: Mudança e Conservação”, in R.G. Oliven et alii (orgs.), A Constituição de 1988 na Vida Brasileira.São Paulo, Editora Hucitec/Anpocs/Fundação Ford.

LESSA, Renato. (2008), “A Constituição Brasileira de 1988 comoExperimento de Filosofia Pública: Um Ensaio”, in R. G. Oliven etalii (orgs.), A Constituição de 1988 na Vida Brasileira. São Paulo,Editora Hucitec/Anpocs/Fundação Ford.

Pós-Graduação 13

Page 9: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

25 de março: A Constituição de 1988 (Thamy Pogrebinschi)

Bibliografia:

ARANTES, Rogério Bastos e COUTO, Cláudio Gonçalves. (2006),“Constituição, Governo e Democracia no Brasil”. Revista Brasileirade Ciências Sociais, vol. 21, nº 61, pp. 41-62.

BARROSO, Luis Roberto. (2008), “Vinte Anos da ConstituiçãoBrasileira de 1988: O Estado a que Chegamos”. Revista de Direitodo Estado, vol. 10, pp. 25-66.

VIEIRA, Oscar Vilhena. (1997), “A Constituição como Reserva deJustiça”. Lua Nova, nº 42.

2. Organização do Estado e dos Poderes

1º º º º º de abril: Poder Judiciário (Thamy Pogrebinschi)

Bibliografia:

BONAVIDES, Paulo. (2004), “Jurisdição Constitucional eLegitimidade (algumas observações sobre o Brasil)”. EstudosAvançados, vol. 18, nº 51, pp. 127-150.

FARIA, José Eduardo. (2004), “O Sistema Brasileiro de Justiça:Experiência Recente e Futuros Desafios”. Estudos Avançados, vol.18, nº 51, pp. 103-125.

SADEK, Maria Tereza. (2004), “Judiciário: Mudanças e Reformas”.Estudos Avançados, vol. 18, nº 51, pp. 79-101.

WERNECK VIANNA, Luiz et alii. (2007), “Dezessete Anos deJudicialização Política”. Tempo Social, vol. 19, pp. 39-85.

8 de abril: Federalismo (Argelina Figueiredo)

Bibliografia:

ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de. (2005), “Recentralizando aFederação?” Revista de Sociologia e Política, nº 24, pp. 29-40.

ARRETCHE, Marta. (2009), “Continuidades e Descontinuidades daFederação Brasileira: De como 1988 Facilitou 1995”. DADOS,vol.52, nº 2, pp. 377-423.

14 Pós-Graduação

Page 10: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

___. (2002), “Relações Federativas nas Políticas Sociais”. Educação eSociedade, vol. 23, nº 80, pp. 25-48.

SOUZA, Celina. (2005), “Federalismo, Desenho Constitucional eInstituições Federativas no Brasil pós-1988”. Revista de Sociologiae Política [online], nº 24, pp. 105-121.

STEPAN, Alfred. (2004), “Toward a New Comparative Politics ofFederalism, Multinationalism, and Democracy: Beyond RikerianFederalism”, in E. L. Gibson (ed.), Federalism and Democracy inLatin America. Baltimore, Johns Hopkins University Press, pp. 29-84.

15 de abril: Presidencialismo e Poder Executivo(Argelina Figueiredo)

Bibliografia:

CAREY, John. (2005), “Presidential versus ParliamentaryGovernment”, in C. Ménard e M. M. Shirley (eds.), Handbook ofNew Institutional Economics. Netherlands, Springer, 91-122.

FIGUEIREDO, Argelina. (2007), “Coalition Government in BrazilianDemocracy”. Brazilian Political Science Review, vol. 1, nº 2.

___ e LIMONGI, Fernando. (2007), “Instituições Políticas eGovernabilidade: Desempenho do Governo e Apoio Legislativo naDemocracia Brasileira”, in C. Ranulfo Melo e M. A. Sáez (orgs.), ADemocracia Brasileira: Balanço e Perspectivas para o Século 21.Belo Horizonte, Ed. UFMG, pp. 147-198.

MAINWARING, Scott. (1993), “Presidentialism, Multipartism andDemocracy: The Difficult Combination”. Comparative PoliticalStudies, vol. 26, nº 2, pp. 198-228.

PALERMO, Vicente. (2000), “Como se Governa o Brasil? O Debatesobre Instituições Políticas e Gestão de Governo”. DADOS, vol.43, nº 3, pp. 521-557.

Pós-Graduação 15

Page 11: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

22 de abril: Poder Legislativo (Fabiano Santos)

Bibliografia:

FIGUEIREDO, Argelina e LIMONGI, Fernando (1999). Executivo eLegislativo na Nova Ordem Constitucional. Rio de Janeiro, FGVEditora (capítulo I).

SANTOS, Fabiano. (2001), Poder Legislativo no Presidencialismo deCoalizão. Belo Horizonte, Editora UFMG (capítulo III).

29 de abril: Relação entre os Poderes (Fabiano Santos)

Bibliografia:

FIGUEIREDO, Argelina e LIMONGI, Fernando. (2008), PolíticaOrçamentária no Presidencialismo de Coalizão. Rio de Janeiro,Konrad Adenauer Stiftung/FGV Editora (Introdução e capítulo III).

ALMEIDA, Acir e SANTOS, Fabiano. (2008), Asymetrics Informationand Legislative Process: The Politics of Presidential Decrees in Brazil.Mimeo.

3. Sistema Eleitoral, Partidos e Representação

6 de maio: Sistema Eleitoral e Representação(Wanderley Guilherme dos Santos)

Bibliografia:

NICOLAU, Jairo. (2007), “O Sistema Eleitoral Brasileiro”, in A. O.Cintra e L. Avelar (orgs.), Sistema Político Brasileiro: UmaIntrodução. São Paulo, Fundação Konrad Adenauer/ Editora Unesp,pp. 293-301.

___. (2006), “O Sistema Eleitoral de Lista Aberta no Brasil”. DADOS,vol. 49, nº 4, pp. 689-720.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. (2006), Horizonte do Desejo:Instabilidade, Fracasso e Inércia Social. Rio de Janeiro, FGV Editora,pp. 13-82.

16 Pós-Graduação

Page 12: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

13 de maio: Partidos (Wanderley Guilherme dos Santos)

Bibliografia:

MELO, Carlos Ranulfo. (2007), “Nem Tanto ao Mar, Nem Tanto aTerra: Elementos para uma Análise do Sistema Partidário Brasileiro”,in C. R. Melo e M. A. Sáez (orgs.), A Democracia Brasileira: Balançoe Perspectivas para o Século 21. Belo Horizonte, UFMG Editora,pp. 266-302.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. (2009), Partidos e Democraciano Brasil (1985-2008). Mimeo.

20 de maio: Eleições, Classes Sociais e Representação(Marcus Figueiredo)

Bibliografia:

CARREIRÃO, Yan de Souza e KINZO, Maria D’Alva Kinzo. (2004),“Partidos Políticos, Preferência Partidária e Decisão Eleitoral noBrasil (1989/2002)”. DADOS, vol. 47, nº 1, pp. 131-167.

CLARK, T. N. e LIPSET, S. M. (1991), “Are Social Classes Dying?”.International Sociology, vol. 6, nº 4, pp. 397-410.

FIGUEIREDO, Marcus. (1990), “Lições das Urnas: MensagensPolíticas e Governabilidade”, in J. P. dos Reis Velloso (org.), AsPerspectivas do Brasil e o Novo Governo. Rio de Janeiro, Nobel,pp. 238-245.

LAVAREDA, Antonio. (1989), “Governos, Partidos e Eleições segundoa Opinião Pública: O Brasil de 1989 Comparado ao de 1964”.DADOS, vol. 32, nº 3, pp. 341-362.

SOARES, Gláucio Ary Dillon. (1971), “El Sistema Electoral yRepresentación de los Grupos Sociales en Brasil, 1945-1962”.Revista Latinoamericana de Ciencia Política, vol. II, nº 1.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. (2003), O Cálculo do Conflito– Estabilidade e Crise na Política Brasileira. Belo Horizonte/Rio deJaneiro, Editora UFMG/IUPERJ (capítulo II).

Pós-Graduação 17

Page 13: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

4. Cidadania e Participação

27 de maio: Sindicatos e Ordem Corporativa no Brasil(Renato Boschi)

Bibliografia:

Sindicalismo Operário:

WERNECK VIANNA, Luiz. (1999), Liberalismo e Sindicato no Brasil.Belo Horizonte, Editora UFMG (capítulo V).

CARDOSO, Adalberto. (1999), Sindicatos, Trabalhadores e aCoqueluche Neoliberal. A Era Vargas Acabou? Rio de Janeiro, FGVEditora (capítulos 2, 5 e Conclusão).

Representação de Interesses e Associações Empresariais:

BOSCHI, Renato (org.). (1991), Corporativismo e Desigualdade: AConstrução do Espaço Público no Brasil. Rio de Janeiro, Rio Fundo/IUPERJ (capítulo 1).

DINIZ, Eli e BOSCHI, Renato. (2004), Empresários, Interesses eMercado: Dilemas do Desenvolvimento no Brasil. Belo Horizonte/Rio de Janeiro, Ed. UFMG/IUPERJ (capítulo 1).

10 de junho: Associativismo e Movimentos Sociais(Renato Boschi)

Bibliografia:

BOSCHI, Renato. (1987), A Arte da Associação Política de Base eDemocracia no Brasil. São Paulo/Rio de Janeiro, Vértice/IUPERJ(capítulos 2 e 3).

AVRITZER, Leonardo. (2007), “Sociedade Civil e Participação noBrasil Democrático”, in C. R. Melo e M. A. Sáez (orgs.), ADemocracia Brasileira: Balanço e Perspectivas para o Século 21. BeloHorizonte, Ed. UFMG.

17 de junho: Balanço e Perspectivas da Democracia Brasileira(Jairo Nicolau)

18 Pós-Graduação

Page 14: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

160 −−−−− Introdução à Análise de Dados (3 créditos)

Prof. Jairo NicolauHorário: Quinta-feira, das 16 às 19 horasConsultas: A combinar com o professor

Introdução à Análise de dados

O propósito do curso é familiarizar os alunos com algumas questõesbásicas da pesquisa quantitativa. Espera-se que, ao final do curso, oaluno seja capaz de entender o significado da estatística usada nocotidiano, tais como a comumente veiculada nos meios decomunicação (pesquisas de opinião, experimentos, risco, pesquisasobservacionais; probabilidade); e, sobretudo, que seja capaz de ler ostextos de ciências sociais que utilizam estatística básica (estatísticadescritiva; testes de hipótese; correlação e regressão).

As aulas serão compostas de duas partes: uma expositiva, na qualserão apresentados os temas do programa; e outra de exploração dedados, uso de simuladores, exercícios e trabalhos interativos.

As leituras e atividades de cada aula serão apresentadas ao longo docurso.

I – Exploração e Apresentação de Dados

1. Obtenção de dados: surveys e experimentos

Pesquisa observacional X experimental; formas boas (e ruins) de sefazer uma pesquisa amostral; formas boas (e ruins) de se fazer umexperimento; variedades de surveys e experimentos.

Pós-Graduação 19

Page 15: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

2. Exploração de dados com gráficos

Tipos de variáveis; tabelas de frequência; gráficos para dadoscategóricos; gráficos para dados quantitativos; formas ruins (e boas)de fazer gráficos e tabelas.

3. Exploração de dados com sumários numéricos

Variação de dados quantitativos (amplitude, desvio padrão) e medidasde posição (quartis, percentis e box-plot).

4. A Curva Normal

A Curva Normal e suas características; como padronizar dados; oTeorema do Limite Central.

II. Introdução à Inferência: Como Generalizar a partir de Dados

5. Probabilidade

O papel da probabilidade no cotidiano; significância estatística; trêsversões da probabilidade; probabilidade e grandes números; risco eestatísticas vitais.

6. Da amostra para população

O que é intervalo de confiança?; distribuições amostrais; estimativasda média da população; estimativa da proporção da população.

7. Teste de hipóteses

Fundamentos do teste de hipótese; o que é o P-valor? Teste de hipótesepara a média da população; teste de hipótese para a proporção dapopulação.

III. Relação entre as Variáveis

8. Correlação e causalidade

O que é correlação? Interpretação dos valores da correlação; em buscada causalidade.

9. Regressão

Como calcular e interpretar uma regressão simples? O que é o R²?Para que serve (e não serve) a regressão.

20 Pós-Graduação

Page 16: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

10. Análise de dados categóricos

O que é independência, o que é associação? Como saber se umaassociação é forte? Como a análise de resíduos pode revelar o padrãode uma associação?

Bibliografia Básica

MOORE, David S. (2000), Statistics: Concepts and Controversies (5a

ed.). New York, W.H. Freeman and Company.

TRIOLA, Mario F. (2008), Introdução à Estatística (10a ed.). SãoPaulo, LTC.

AGRESTI, Alan e FINLAY, Barbara. (2008), Statistical Methods forthe Social Sciences (5a ed.). New York, Pearson Prentice Hall.

WRIGHT, Daniel B. e LONDON, Kamala. (2009), First (and Second)Steps in Statistics. London, Sage Publications.

Pós-Graduação 21

Page 17: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

161 – Lego III: Métodos Estatísticos para Análise de DadosCategóricos (3 créditos)

Profs. Carlos Antonio Costa Ribeiro e Nelson do Valle SilvaHorário: Terça-feira, das 9 às 12 horasConsultas: A combinar com os professores

Objetivos

Os métodos para a análise de dados categóricos ocupam lugar centralnas análises estatísticas em sociologia e ciência política. Há umavariedade enorme de técnicas e métodos usados nessas disciplinas,que são baseados nas análises de categorias, como por exemplo, classesocial, gênero, partidos políticos, transições educacionais, númerode filhos nascidos vivos etc.

Este curso pretende introduzir os alunos nessas técnicas de análisesestatísticas de dados categóricos. Espera-se que, ao concluir comsucesso o curso, os alunos sejam capazes de entender métodos básicose alguns relativamente sofisticados. Embora o curso não seja exaustivosobre o tema, pretende encorajar os alunos a continuar a estudarmétodos estatísticos mais avançados para análise de dados categóricos.

Pré-requisitos

Cursos de introdução a estatística e de análise de regressão linear(Lego I e Lego II). Conhecimento de conceitos básicos de amostrageme inferência; distribuições binomial e normal, e qui-quadrado; técnicasbásicas para a análise de tabelas de contingência 2 x 2. É fundamentalo conhecimento de princípios básicos de análise de regressão linear(múltipla).

Pós-Graduação 23

Page 18: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Presença nas aulas

As aulas e discussões em sala de aula são indispensáveis para oentendimento da matéria do curso. Falta até mesmo a uma única aulapode ser prejudicial para o aprendizado dos tópicos seguintes do curso.

Exercícios

O entendimento dos tópicos do curso depende em grande medidados exercícios que os alunos devem fazer fora da sala de aula. A cadasemana será distribuído um conjunto de exercícios (contendo de 2 a4 questões), que deve ser entregue na aula subseqüente.

Programas de computador

Os programas de computador utilizados no curso são: Excel, Lem(programa gratuito) e STATA.

Trabalho final

Um trabalho final, para ser feito fora da sala de aula, será distribuídona última semana de aula. A nota final será estabelecida a partir dessetrabalho e dos exercícios feitos ao longo do curso.

Consultas

Os alunos são encorajados a discutir os exercícios entre si. O professorestará disponível para consultas em horários determinados deatendimento.

Textos de Referência

FIENBERG, Stephen E. (1994), The Analysis of Cross-ClassifiedCategorical Data (3ª ed.). Cambridge, Mass., MIT Press.

AGRESTI, Alan. (1996), An Introduction to Categorical Data Analysis.New York, Wiley Series in Probability and Statistics.

POWERS, Daniel A. e XIE, Yu. (2008), Statistical Methods forCategorical Data Analysis. New York, Academic Press.

24 Pós-Graduação

Page 19: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

KNOKE, David e BURKE, Peter J. (1980), Log-linear Models.Califórnia, Sage Publications.

HOUT, Michael. (1983), Mobility Tables. Califórnia, SagePublications.

LONG, J. Scott e FREESE, Jeremy. (2001), Regression Models forCategorical Dependent Variables Using Stata. Texas, Stata PressCorporation.

LONG, J. Scott. (1997), Regression Models for Categorical and LimitedDependent Variables. Vol. 7 of Advanced Quantitative Techniquesin the Social Sciences. Thousand Oaks, California, Sage Publications.

SILVA, Nelson do Valle. (1988), Análise de Dados Categóricos. Riode Janeiro, Vértice.

GELMAN, Andrew e HILL, Jennifer. (2007), Data Analysis UsingRegression and Multilevel/Hierarchical Models. New York,Cambridge University Press.

LONG, J. Scott. (2009), The Workflow of Data Analysis Using Stata.Texas, Stata Press Corporation.

RABE-HESKETH, Sophia e SKRONDAL, Anders. (2008), Multileveland Longitudinal Modeling Using Stata. Texas, Stata PressCorporation.

TREIMAN, Donald J. (2009), Quantitative Data Analysis: DoingSocial Research to Test Ideas. Califórnia, Jossey-Bass.

EFRON, Bradley e TIBSHIRANI, Robert J. (1993), An Introductionto the Bootstrap. Boca Raton, Fl., Chapman & Hall/CRC.

EVERITT, Brian S., LANDAU, Sabine e LEESE, Morven. (2001),Cluster Analysis. New York, Oxford University Press/HodderArnold Publication.

HAO, Lingxin e NAIMAN, Daniel Q. (2007), Quantile Regression.London, Sage.

Pós-Graduação 25

Page 20: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

O’DONNELL, Owen. et alii (eds.). (2007), Analyzing Health EquityUsing Household Survey Data. Washington, DC,The World Bank.

LAREAU, Annette e CONLEY, Dalton. (2008), Social Class: HowDoes It Work?. New York, Russell Sage Foundation.

HENDRICKX, John. (2003), The Analysis of Religious AssortativeMarriage: An Application of Design Techniques for CategoricalModels. West Lafayette, IN, Purdue University Press.

HEDSTRÖM, Peter e BEARMAN, Peter. (2009), The OxfordHandbook of Analytical Sociology. Oxford, Oxford University Press.

Tópicos:

1 – Revisão dos Modelos de Regressão Linear• Modelos de regressão• Modelos de regressão linear• Variáveis dependentes categóricas e contínuas

Leitura: Xie e Powels (capítulo 2).

2 - Análise de Tabelas de Contingência 2 x 2• Modelo de independência• Medidas de associação• Estatísticas de ajuste dos modelos• Conceitos básicos para modelos log-lineares

Leituras:Fienberg (capítulos 1 e 2);Knoke e Burke (pp. 7-22, 30-33);Agresti (capítulo 2) e Silva (capítulos 2 e 3).

3 - Análises de Tabelas de Contingência com 3 Variáveis• Independência, associação, e modelos de não-interação• Algorítmos interativos de ajuste proporcional (estimativa

interativa dos valores esperados)• Comparações hierárquicas

26 Pós-Graduação

Page 21: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Leituras:Fienberg (capítulo 3);Agresti (capítulo 3).

4 - Dividindo Tabelas de Contingência• Modelos de independência em partes das tabelas• Dividindo o Chi-quadrado

Leitura:Fienberg (capítulo 4).

5 - Análises de Tabelas de Contingência Multidimensionais• Modelos de interação (higher order)• Procedimentos para seleção de modelos• Comparação hierárquica de modelos interligados

Leituras:Fienberg (capítulo 5);Knoke e Burke (pp. 33-47).

6 - Análise de Tabelas de Mobilidade• Mobilidade Total, fluxos de saída e de entrada• Índice de Dissimilaridade• Modelo de Mobilidade Quasi-perfeita• Modelos de distância social• Modelos Topológicos• Modelos de associação escalar

Leituras:Hout;Powers e Xie (capítulo 4).

7 - Modelos Logit e Probit para Variáveis Binárias• Relação entre o modelo log-lineares e o modelo logit

Leituras:Fienberg (capítulos 6 e 7);Knoke e Burke (pp. 24-20);Powers e Xie (capítulo 3);Agresti (pp. 162-167);Long e Freese (capítulo 4).

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Page 22: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

8 - Modelos para Variáveis Dependentes Ordinais• Modelos Logit e Probit dados ordinais

Leituras:Long e Freese (capítulo 5);Powers e Xie (capítulo 6).

9 - Modelos para Variáveis Dependentes Nominais• Modelo Logit Multinomial• O Modelo Logit Multinomial Básico• O Modelo Logit Multinomial Condicional

Leituras:Long e Freese, capítulo 6;Powers e Xie, capítulo 7.

10 - Modelos para Variáveis Dependentes de Contagem• Regressão de Poisson• Regressão Binomial negativa

Leitura:Long e Freese (capítulo 7).

11 - Modelos Estatísticos para Razões• Log-rate models• Discrete time hazard models

Leitura:Powers e Xie (capítulo 5).

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190 – Estudos Exemplares em Ciências Sociais (3 créditos)

Profs. Frédéric Vandenberghe e Marcus Figueiredo (coords.)Horário: Quinta feira, das 19 às 22 horasConsultas: A combinar com os coordenadores

As assim chamadas ciências sociais ocupam um domínio com bordasindeterminadas. Um domínio situado entre os universos da ciência eda literatura. Combinações um tanto erráticas de ciência e de literaturasugerem uma forma de exercer a imaginação marcada pela ausênciade critérios rigorosos de falsificação e de empregar a todo tempouma lógica de exemplificações.

O presente curso – na verdade, um empreendimento coletivo ecompartilhado – pretende apresentar um conjunto de textos julgadosexemplares. Textos pertencentes a tempos distintos, com interessescognitivos diversos, mas exemplares (em sentido kuhniano), visto queconvidam para uma investigação a respeito da lógica da argumentação,da demonstração e da persuasão no campo das ciências sociais epolíticas. De todo forma, este curso é dado com a convicção de que émelhor ler os textos do que não lê-los.

O desempenho dos estudantes será avaliado pela presença nosseminários e a partir de 6 resenhas (de 5 a 7 páginas) de textos +uma “metarresenha” (de 10 a 15 páginas) com reflexões sobre aunidade do curso ou sobre 3 temas transversais. Em cada um dosseminários, deverá ser entregue a resenha do texto a ser discutidonaquele dia.

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Apresentações

11 de março

Aula de apresentação do curso pelos coordenadores

Debate sobre a “exemplaridade” nas ciências sociais com exposiçãopelos coordenadores e comentário pelos profs. Luiz Antonio Machadoda Silva e Fabiano Santos.

25 de março: Prof. Renato Lessa

HUNT, Lynn. (2009), A Invenção dos Direitos Humanos: UmaHistória. São Paulo, Companhia das Letras.

Mais do que um livro sobre a história da ideia de direitos humanos,o livro de Lynn Hunt é uma ótima oportunidade para discutir duasquestões fundamentais para o tratamento filosófico da teoria política:o tema da evidência, como base para a uma concepção específica decerteza e consistência epistêmica, e o papel do construtivismo nainvenção e na configuração de formas de vida social. Ambas asquestões são de extrema relevância para o entendimento da filosofiapolítica moderna, que – já a partir de Hobbes – encontra na evidênciae na produção imaginária de mundos possíveis duas característicasfulcrais.

À parte o enquadramento mais filosófico, o texto de Lynn Huntrevisita a sensibilidade de Norbert Elias para o tema do processocivilizador e chama a atenção para o papel da literatura e do romancedo século XVIII como mecanismos de estímulo à imaginação, nadireção de formas mais empáticas e menos belicosas de percepção daalteridade. Na mesma direção, é notável o capítulo sobre a formaçãode novas atitudes mentais diante da tortura, a partir do século XVIII.

8 de abril: Profa. Diana Lima

EVANS-PRITCHARD, E. (2005), Bruxaria, Magia e Oráculos entreos Azande.Rio de Janeiro, J. Zahar.

E. E. Evans-Pritchard (1902-73), foi professor na Oxford Universitye é considerado o mais importante antropólogo britânico da suageração.

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Bruxaria, Magia e Oráculos entre os Azande está seguramente entreas mais fascinantes etnografias já escritas por um antropólogo.Publicado em 1937, o livro não teve na época o impacto de outraobra de Evans-Pritchard, Os Nuer, que saiu três anos depois. Foi sóna década de 1960 que a etnografia sobre esse povo do então Sudãoanglo-egípcio se tornou uma referência para discussões que abordavamo papel social da bruxaria em sociedades africanas, mas também parao debate sobre o tópico mais geral da racionalidade e dos modos depensamento.

A bruxaria é uma noção tão estranha para nós que se torna muitodifícil apreciarmos as convicções azande sobre sua realidade. Masnão podemos esquecer que tampouco é fácil para os Azandeentenderem nossa ignorância e nossa descrença sobre o assunto.Certa vez, ouvi um deles dizer de nós: “Talvez lá na terra deles aspessoas não sejam assassinadas por bruxos, mas aqui elas são”(Evans-Pritchard, 1976).

29 de abril: Prof. Frédéric Vandenberghe

LAZZARATO, M. (2006), As Revoluções do Capitalismo. São Paulo,Record.

Neste pequeno livro sobre as transformações do capitalismocontemporâneo, Mauricio Lazzarato, antigo parceiro de Negri,reformula alguns dos principais conceitos do marxismo (trabalho,produção, comunicação e cooperação) na linguagem monadológicade Tarde e Deleuze. O resultado é uma teoria revolucionária que nãomais define o capitalismo como um modo de produção, mas o analisacomo uma produção de mundos.

13 de maio: Prof. Ricardo Benzaquen

LÉVI-STRAUSS, C. (1996), Tristes Trópicos. São Paulo, Companhiadas Letras.

Escrito em um momento no qual o seu autor estaria se afastando daetnologia, depois da publicação das Estruturas Elementares doParentesco e de uma série de brilhantes artigos posteriormentereeditados na Antropologia Estrutural I, este livro dá às vezes aimpressão de ser uma obra até certo ponto estranha, quase poucorepresentativa da reflexão de Lévi-Strauss. Entretanto, ao combinar

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memórias de viagem, análises concretas e argumentos teóricos delongo alcance em um formato eminentemente narrativo, TristesTrópicos abre também a possibilidade de se avaliar de maneira maiscomplexa, pela própria aproximação do trabalho conceitual com omundo da “performance” e da experiência, ao menos uma parte doimpulso ético e intelectual que animou a antropologia estrutural.

27 de maio: Profa. Thamy Pogrebinschi

DEWEY, John. (1993), The Political Writings (Shapiro, Ian andMorris, Debra, eds.). Cambridge, Hackett Publishing, pp. 32-65;97-124; 133-248.

A contribuição de Dewey para a teoria política – em especial para ateoria democrática – é ainda insuficientemente conhecida e valorizada.Dewey semeou conceitos que se tornaram férteis no debatecontemporâneo, sendo certamente um dos precursores daquilo quechamamos hoje de democracia participativa e deliberativa. Os textospolíticos selecionados para esta aula abrangem o período entre 1888e 1939, focando os diversos sentidos que assumiu a ideia deweyanade democracia.

10 de junho: Prof. Luiz WerneckVianna

GRAMSCI, Antonio. (2001), “Americanismo e Fordismo”, inCadernos do Cárcere (vol. 4). Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,vol. 4, pp. 237-322.

Em “Americanismo e fordismo”, texto de Cadernos do Cárcere,Gramsci opera uma virada surpreendente na perspectiva dos estudospolíticos marxistas na medida em que desloca a construção doconceito-chave de hegemonia da dimensão supraestrutural para a dainfraestrutural, consagrada na fórmula célebre com que caracterizoua sociedade americana: “[nela] a hegemonia nasce nas fábricas,requerendo um mínimo da intermediação da política”. Nessa direção,o texto argumenta no sentido de que forma de realização do modernona América teria sido radicalmente diversa da que se afirmou naEuropa, desconhecendo o peso do passado que nesse continente teriaatado o novo à preservação de estruturas pretéritas, “camadas dechumbo” que estariam dificultando a passagem dos setores subalternos

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em sua afirmação política. Como em Tocqueville, os estudosamericanos de Gramsci pretendem extrair lições de alcance geral,procurando demonstrar que a exasperação da política, em especialcom sua instrumentalização da economia, em sua época obra donazifascismo europeu, teria como resultado a perda da democracia edas liberdades. Em “Americanismo e Fordismo”, nosso autor, em umaanálise concreta, para além dos elementos de anacronismo de que otexto padece, se afirma como o pensador da sociedade civil.

18 de junho: Profa. Argelina Figueiredo

BARTELS, Larry M. (2008), Unequal Democracy: The PoliticalEconomy of the New Gilded Age. Princeton, Russell SageFoundation/Princeton University Press.

Esse livro é exemplar por oferecer uma análise, teoricamenteorientada e metodologicamente rigorosa, de um problema de realrelevância e atualidade: o aumento da desigualdade econômica.Tratando dos Estados Unidos, terra da abundância e dos valoresigualitários, o autor desvenda os processos e mecanismos quepermitem aos governos impor situação tão adversa a enormes camadasda população. Ao contrário do que em geral se acredita, mostra quegovernos fazem diferença e aponta as condições sob as quais, emuma democracia, é possível escolher uma sociedade mais justa.

24 de junho: Prof. Cesar Guimarães

MANNHEIM, Karl. (1953), “Conservative Thought”, in K.Mannheim, Essays on Sociology and Social Psychology. London,Routledge and Kegan Paul.

ou

WOLFF, K. (ed.). (1971), From Karl Mannheim. New York, OxfordUniversity Press.

Notável ensaio de 1927, em que o autor toma emprestada da estéticaa noção de estilo para caracterizar os traços teórico-ideológicos domoderno pensamento conservador, nascido na e contra a Revolução

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Francesa. A ênfase recai sobre o conservadorismo alemão e em seufundamento “romântico-idealista”, ainda que haja espaço paracontrastes pertinentes ao conservadorismo inglês e de língua francesa.Como é próprio do autor, a análise textual é um momento dasociologia do saber analisado.

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191 – Leituras Marxistas sobre o Estado e o CapitalismoContemporâneos (3 créditos)

Profs. Cesar Guimarães e Silvia GerschmanHorário: Quinta-feira, das 13 às 16 horasConsultas: A combinar com os professores

Esta disciplina se concentra em contribuições críticas de obrasmarxistas recentes – ou que recepcionem o marxismo de maneiraexpressiva – sobre o Estado e o capitalismo característicos do séculoXXI. O objetivo principal é avaliar seu rendimento analítico para oentendimento das atuais transformações mundiais. Para tanto, aconcepção do curso envolve a leitura de alguns textos de autoresimportantes dessa vertente de pensamento. Não há pretensão decobertura sistemática ou panorâmica, que poderia resultar menosaprofundada. Da reserva, contudo, e como leituras de consulta e/ourecomendadas, constarão, entre outras obras importantes, alguns livrose coletâneas que se prestam à cobertura mais ampla de diversascorrentes do marxismo contemporâneo.

Abaixo segue a ordem das leituras obrigatórias. Algumas poderão seralteradas ao longo do curso.

Ordem das leituras obrigatórias

BENSAÏD, Daniel. (2008), Os Irredutíveis. Teoremas da Resistênciapara o Tempo Presente [2001]. São Paulo, Boitempo.

MÉSZÁROS, István. (2007), O desafio e o Fardo do Tempo Histórico[2007]. São Paulo, Boitempo (Introdução, capítulos 1, 2, 4, 6, 7, 9e 10).

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Page 30: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

HIRSH, Joachim. (2005), Teoria materialista do Estado. Mimeo.

BENSAÏD, Daniel. (1999), Marx, o Intempestivo [1997]. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira (Introdução – “O trovão inaudível”– e capítulos 1, 2, 3, 7, 8, 9, 10 (apenas a seção “O baile de máscarasdas mercadorias”, pp. 420-430) e 11 (apenas a seção “Um ser naturalhumano”, pp. 434-453).

THERBORN, Göran. (2009), From Marxism to Post-Marxism.London, Verso.

ZIZEK, Slavoj. (2008), In defense of Lost Causes. London, Verso.

NEGRI, Antonio. (2002), O Poder Constituinte [1992]. Rio de Janeiro,DP&A Editora (capítulos I, VI e VII. Todos os outros capítulos sãofortemente recomendados).

Em reserva

ALTAMIRA, Cesar. (2009), Os Marxismos do Novo Século. Rio deJaneiro, Civilização Brasileira.

BALIBAR, Étienne. (1997), La Crainte de Masses. Paris, Galilée.

BONEFELD et alii (eds.). (1993), Open Marxism (3 vols.). London,Pluto Press.

CALLINICOS, Alex. (2009), Imperialism and Global PoliticalEconomy. Cambridge, Polity Press.

DERRIDA, Jacques. (1994), Espectros de Marx. Rio de Janeiro,Relume Dumará.

HOLLOWAY, John. (1993), Mudar o Mundo sem Mudar o Poder. SãoPaulo, Viramundo.

HOLLOWAY, John e PICCIOTTO, Sol. (1978), State and Capital. AMarxist Debate. Austin, University of Texas Press.

JESSOP, Bob. (1990), State Theory. Pennsylvania, Pennsylvania StateUniversity.

___. (2002), The Future of the Capitalist State. Cambridge, PolityPress.

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Page 31: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

KAPLAN, A. e SPINKER, M. (eds.). (1993), The Althusserian Legacy.London, Verso.

MÉSZÁROS, István. (2002), Para Além do Capital. São Paulo,Boitempo.

___. (2003), O Século XXI: Socialismo ou Barbárie. São Paulo,Boitempo.

___. (2004), O Poder da Ideologia. São Paulo, Boitempo.

___. (2008), Filosofia, Ideologia e Ciência Social. São Paulo, Boitempo.

NEGRI, Antonio. (1991), Marx Beyond Marx. Lessons on theGründrisse. New York, Autonomia/Pluto.

OFFE, Claus. (1989), Capitalismo Desorganizado. São Paulo,Brasiliense.

___. (1996), Modernity and the State. Cambridge, Polity Press.

POGREBINSCHI, Thamy. (2009), O Enigma do Político. Marx contraa Política Moderna. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.

VACCA, Giuseppe. (2009), Por um Novo Reformismo. Rio de Janeiro,Contraponto.

WOOD, Ellen Meiksins. (2003), Democracia contra Capitalismo. ARenovação do Materialismo Histórico. São Paulo, Boitempo.

ZIZEK, Slavoj. (2005) [2002], Às Portas da Revolução. Escritos deLênin de 1917. São Paulo, Boitempo.

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Page 32: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

192 – Raça, Racismo e Discriminação I: História e TeoriasGerais (3 créditos)

Prof. João Feres JúniorHorário: Quarta-feira, das 16 às 19 horasConsultas: A combinar com o professor

Este curso tem por objetivo examinar a história do conceito deraça e as teorias – sociológicas, históricas, psicológicas e filosóficas –que o adotaram como tema de reflexão. Fenômenos conexos, comoo racismo, a escravidão e a discriminação racial, também serãoestudados.

Ao longo de sua história, a humanidade produziu basicamente trêsargumentos, ou discursos, de “alterização”: cultural, temporal e racial.Ou seja, a identificação de um eu coletivo frequentemente se deupela construção do outro como culturalmente, temporalmente e/ouracialmente inferior. Esses argumentos nem sempre existiram,tampouco surgiram todos ao mesmo tempo (ex.: na Grécia antiga,não havia discurso racial propriamente dito; na Idade Média, a ideiade um povo primitivo ou atrasado não fazia sentido etc.). Pelocontrário, cada um desses argumentos tem sua própria trajetóriahistórica.

Estudaremos o surgimento do argumento racial, suas primeirasformulações e sua evolução semântica. Também estudaremos asdiversas maneiras com que a ciência social contemporânea aborda otema. Nossas fontes textuais serão variadas, indo da filosofia (Voltaire,Kant, Herder, Hegel etc.) aos discursos políticos e à linguagem comum,passando pela antropologia, biologia, medicina, sociologia epsicologia.

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Page 33: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Bibliografia Preliminar

Raça e Filosofia

BABBITT, S. E.; CAMPBELL, S. (1999), Racism and Philosophy.Ithaca, N.Y., Cornell University Press.

BERNASCONI, R.; LOTT, T. L. (2000), The Idea of Race.Indianapolis, Hackett Pub. Co. (Hackett readings in philosophy).

VALLS, A. (2005), Race and Racism in Modern Philosophy. Ithaca,N.Y., Cornell University Press.

A História do Conceito de Raça

FREDRICKSON, G. M. (2002) Racism: A Short History. Princeton,N.J., Princeton University Press.

MALIK, K. (1996), The Meaning of Race: Race, History and Culturein Western Society. Washington Square, N.Y., New York UniversityPress.

HANNAFORD, I. (1996), Race; The History of an Idea in the West.Baltimore/London, The Johns Hopkins University Press.

TODOROV, T. (1993), On Human Diversity: Nationalism, Racism,and Exoticism in French Thought. Cambridge, Mass., HarvardUniversity Press.

Raça e Cultura

WADE, P. (2002), Race, Nature and Culture: An AnthropologicalPerspective. London/Sterling, Va., Pluto Press (Anthropology, culture,and society).

Raça e Estatística

ZUBERI, T. (2001), Thicker than Blood: How Racial Statistics Lie.Minneapolis, University of Minnesota Press.

NOBLES, M. (2000), Shades of Citizenship: Race and the Census inModern Politics/Melissa Nobles. Stanford, CA, Stanford UniversityPress.

40 Pós-Graduação

Page 34: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Branquidade

HILL, M. (1997), Whiteness: A Critical Reader. New York, New YorkUniversity Press.

DELGADO, R. e STEFANCIC, J. (1997), Critical White Studies:Looking behind the Mirror. Philadelphia, Temple University Press.

Psicologia do Preconceito Racial

NELSON, T. D. (2009), Handbook of Prejudice, Stereotyping, andDiscrimination. New York, Psychology Press.

QUINTANA, S. M. e MCKOWN, C. (2008), Handbook of Race,Racism, and the Developing Child. Hoboken, N.J., John Wiley &Sons.

Raça e Escravidão

GARNSEY, P. (1996), Ideas of Slavery from Aristotle to Augustine.Cambridge [England]/New York, Cambridge University Press (TheW.B. Stanford memorial lectures).

ELTIS, D. (2000), The Rise of African Slavery in the Americas.Cambridge, UK/New York, NY, Cambridge University Press.

BLACKBURN, R. (1997), The Making of New World Slavery: Fromthe Baroque to the Modern, 1492-1800. London/New York, Verso.

MELTZER, M. (1993), Slavery: A World History (1ª ed.).New York,Da Capo Press.

Raça e Racismo no Novo Mundo

GILROY, P. (1993), The Black Atlantic: Modernity and DoubleConsciousness. Cambridge, Mass., Harvard University Press.

SAGRERA, M. (1974), Los Racismos en América “Latina” [Textoimpreso]. Buenos Aires, Edic. La Bastilla (Serie Campo Minado).

WADE, P. (1997), Race and Ethnicity in Latin America. Chicago, Ill.,Pluto Press (Critical studies on Latin America).

Pós-Graduação 41

Page 35: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Raça e Teoria Crítica

ESSED, P. e GOLDBERG, D. T. (2002), Race Critical Theories: Textand Context. Malden, Mass., Blackwell Publishers.

DELGADO, R. e STEFANCIC, J. (2001), Critical Race Theory: AnIntroduction. New York, New York University Press (CriticalAmerica).

GILROY, P. (2000), Against Race: Imagining Political Culture beyondthe Color Line. Cambridge, Mass., Belknap Press of HarvardUniversity Press.

PATTERSON, O. (1982), Slavery and Social Death: A ComparativeStudy. Cambridge, Mass., Harvard University Press.

42 Pós-Graduação

Page 36: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 43

193 – Leituras Selecionadas sobre a Moderna Interpretação doBrasil (3 créditos)

Prof. Luiz Werneck ViannaHorário: Quarta-feira, das 13 às 16 horasConsultas: A combinar com o professor

Este será um curso efetivamente de leituras, selecionadas, entretantas possíveis, sem a menor pretensão de significar uma amostrasistemática por assunto. Optou-se pela relevância, embora seja visívela ênfase em alguns temas, como a formação do Estado-nação, aquestão agrária e a natureza do processo de modernização brasileiro.Sua forma será a de seminários, sempre abertos pela exposição deum aluno, sucedida por comentários de outro estudante previamenteindicado como debatedor.

Como não há intenção sistemática, lista-se abaixo a bibliografia.

Bibliografia

CARVALHO, José Murilo. (1980), A Construção da Ordem. Rio deJaneiro, Campus.

REZENDE DE CARVALHO, Maria Alice. (1998), O Quinto Século.Rio de Janeiro, Revan.

BARBOZA FILHO, Rubem. (1999), Tradição e Artifício. BeloHorizonte, Ed. UFMG.

REIS, Elisa. (1979), The Agrarian Roots of AuthoritarianModernization in Brasil – 1880-1930. Tese de doutorado, Institutode Tecnologia de Massachussetts (MIT), Cambridge.

Page 37: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

VELHO, Octavio. (1976), Capitalismo Autoritário e Campesinato.São Paulo, Difel.

MARTINS, José de Souza. (1975), Capitalismo e Tradicionalismo.São Paulo, Pioneira.

SCHWARTZMAN, Simon. (1975), São Paulo e o Estado Nacional.São Paulo, Difel.

CARDOSO, Fernando Henrique. (1964), Empresário Industrial eDesenvolvimento Econômico no Brasil. São Paulo, Difel.

FAORO, Raymundo. (2007), A República Inacabada. São Paulo,Globo.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. (1993), As Razões da Desordem.Rio de Janeiro, Rocco.

DAMATTA, Roberto. (1979), Carnavais, Malandros e Heróis. Rio deJaneiro, Zahar.

LAMOUNIER, Bolívar. (1996), A Democracia Brasileira no Limiardo Século XXI. São Paulo, Fundação Konrad Adenauer.

CARVALHO, José Murilo. (1993), A Construção da Cidadania noBrasil. México, Fondo de Cultura Economica.

KONDER, Leandro. (2009) [1988], A Derrota da Dialética. São Paulo,Expressão Popular.

SOUZA, Jessé. (1997), A Modernização Seletiva. Brasília, Ed. UnB.

FERNANDES, Florestan. (1989), A Constituição Inacabada. SãoPaulo, Estação Liberdade.

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Page 38: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 45

210 – Teoria Sociológica I (3 créditos)

Prof. Adalberto CardosoHorário: Quinta-feira, das 9 às 12 horasConsultas: A combinar com o professor

O curso tem a intenção de apresentar uma introdução àcontribuição de Tocqueville, Marx, Simmel, Weber e Durkheim paraa teoria sociológica, preocupando-se não só em examinar as suasconcepções acerca da modernidade, os riscos e possibilidades nelaenvolvidos, mas também em analisar o tratamento dispensado poreles às sociedades de perfil mais tradicional. Pretende-se, desse modo,destacar a natureza específica da reflexão de cada um desses autorese, ao mesmo tempo, tornar possível uma primeira comparação entreeles.

1. Alexis de Tocqueville

Textos Básicos:

TOCQUEVILLE, A. (1977), A Democracia na América. BeloHorizonte/São Paulo, Itatiaia/Edusp.

___. (1982), O Antigo Regime e a Revolução. Brasília, Editora daUnB.

Leituras Complementares:

TOCQUEVILLE, A. (2000), Viagens à Inglaterra e à Irlanda. São Paulo,Imaginário/Primeira Linha.

___. (1985), Selected Letters on Politics and Society. Berkeley,University of California Press (editado por Roger Boesche).

Page 39: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Bibliografia Auxiliar:

DRESCHER, S. (1964), Tocqueville and England. Cambridge, HarvardUniversity Press.

EISENSTADT, A. S. (ed.). (1988), Reconsidering Tocqueville’sDemocracy in America. New Brunswick/London, Rutgers UniversityPress.

JASMIN, M. (2005), Alexis de Tocqueville. A Historiografia comoCiência da Política. Belo Horizonte/Rio de Janeiro, UFMG/IUPERJ.

LAMBERTI, J. C. (1983), Tocqueville et les Deux Démocraties. Paris,PUF.

MASUGI, K. (1991), Interpreting Tocqueville’s Democracy in America.Savage/Maryland, Bowman & Littlefield.

WERNECK VIANNA, L. (1997), “O Problema do Americanismo emTocqueville”, in A Revolução Passiva. Iberismo e Americanismo noBrasil. Rio de Janeiro, Revan.

2. Karl Marx

Textos Básicos:

MARX, K. (1974), Para a Crítica da Economia Política. Rio de Janeiro,Civilização Brasileira (Coleção os Pensadores, vol. 35), pp. 107-264.

___. (1975), “A Mercadoria” in O Capital: Crítica da EconomiaPolítica. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira (vol. 1, cap. 1, pp.41-93).

___. (1977). Formações Econômicas Pré-capitalistas (2ª ed.). Rio deJaneiro, Paz e Terra.

Leitura Complementar:

LEFFORT, Claude. (1979), “Marx, de uma Visão da História a Outra”,in As Formas da História: Ensaios de Antropologia Política. SãoPaulo, Brasiliense, p. 211-250.

MARX, K. (1978), O 18 Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo,Abril Cultural.

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Page 40: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Bibliografia Auxiliar:

ABENSOUR, M. (1998), A Democracia contra o Estado. Marx e oMomento Maquiaveliano. Belo Horizonte, Editora da UFMG.

FURET, F. (1978), Marx et la Révolution Française. Paris, Flammarion.

MCLELLAND, D. (1990), Karl Marx: Vida e Pensamento. Petrópolis,Vozes.

SCHMIDT, A. (1976), El Concepto de Naturaleza en Marx. México,Siglo Veintiuno.

3. Georg Simmel

Textos Básicos:

SIMMEL, G. (2002), Sobre la Aventura: Ensayos Filosóficos.Barcelona, Peninsula.

___. (1971), On Individuality and Social Forms. Chicago, The Uni-versity of Chicago Press (editado por Donald Levine).

Leitura Complementar:

SIMMEL, G. (1978), The Philosophy of Money. London, Routledge& Kegan Paul.

Bibliografia Auxiliar:

DEROCHE-GURCEL, L. (1997), Simmel et la Modernité. Paris, PUF.

FRISBY, D. (1981), Sociological Impressionism. A Reassessment ofGeorg Simmel’s Social Theory. London, Heinemann.

___. (1986), Fragments of Modernity: Theories of Modernity in theWork of Simmel, Krakauer and Benjamin. Cambridge, MIT Press.

___. (1992), Simmel and Since: Essays on Georg Simmel’s SocialTheory. London, Routledge.

LEGÉR, F. (1989), La Pensée de Georg Simmel. Paris, Kimé.

WAIZBORT, L. (2000), As Aventuras de Georg Simmel. São Paulo,Editora 34.

VANDENBERGHE, F. (2005), As Sociologias de Georg Simmel.Bauru/Belém, Edusc/Edufpa.

Pós-Graduação 47

Page 41: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

4. Max Weber

Textos Básicos:

WEBER, M. (1972), Ciência e Política: Duas Vocações. São Paulo,Cultrix.

___. (1974), Sobre a Teoria das Ciências Sociais. Lisboa, EditorialPresença.

___. (2004), A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. SãoPaulo, Companhia das Letras.

Bibliografia Auxiliar:

DISSELKAMP, A. (1994), L’Éthique Protestante de Max Weber. Paris,PUF.

LEHMAMM, H. e ROTH, G. (orgs.). (1995), Weber’s ProtestantEthic. Origins, Evidence, Contexts. Cambridge, CambridgeUniversity Press.

LÖWITH, K. (1993), Max Weber and Karl Marx. London, Routledge.

MITZMAN, A. (1985), The Iron Cage. An Historical Interpretationof Max Weber. New Brunswick, Transaction Books.

MOMMSEN, W. (1984), Max Weber and German Politics: 1890-1920.Chicago, The University of Chicago Press.

___. (1989), The Political and Social Theory of Max Weber. Chicago,The University of Chicago Press.

___ e OSTERHAMMEL, J. (eds.). (1990), Max Weber and his Con-temporaries. London, Unwin Hyman.

SCHLUCHTER, W. (1987), Rationalism, Religion and Domination.Berkeley, University of California Press.

5. Émile Durkheim

Textos Básicos:

DURKHEIM, É. (1970), La Science Social et l’Action. Paris, PUF.

___. (1973), De la Division du Travail Social. Paris, PUF.

48 Pós-Graduação

Page 42: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Leitura Complementar:

DURKHEIM, É. e MAUSS, M. (1903), “Algumas Formas deClassificação Primitiva” (cópia traduzida de Année Sociologique).

DURKHEIM, É. (1970), Sociologia e Filosofia. Rio de Janeiro, ForenseUniversitária.

___. (1996), As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo,Martins Fontes.

MAUSS, M. (1966), Sociologie et Anthropologie. Paris, PUF.

Bibliografia Auxiliar:

BESNARD, P., BORLANDI, M. e VOGT, P. (orgs.). (1993), Divisiondu Travail et Lien Social. La Thése de Durkheim un Siècle Après.Paris, PUF.

CLARK, T. N. (1973), Prophets and Patrons. The French Universityand the Emergence of the Social Sciences. Cambridge, HarvardUniversity Press.

KARSENTI, B. (1997), L’Homme Total. Sociologie, Anthropologie etPhilosophie chez Marcel Mauss. Paris, PUF.

LUKES, S. (1973), Émile Durkheim – His Life and Work. London,Penguin Books.

Pós-Graduação 49

Page 43: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 51

224 – Sociologia e Antropologia da Religião (3 créditos)

Profa. Diana LimaHorário: Quarta-feira, das 9 às 12 horasConsultas: A combinar com a professora

Trata-se de uma revisão das teorias clássicas sobre o significado dacategoria “religião” na cultura ocidental moderna e seus supostospapéis e características no conjunto da vida social.

Haverá uma ênfase analítica na relação entre as diferentes dimensõesdos fenômenos religiosos e a construção das identidades pessoais,sobretudo no tocante à definição de um éthos público.

Programa:

O Projeto Universalista Moderno e a Religião

Sessão 1

Apresentação do Curso

Sessão 2

GUSDORF, Georges. (1974), “La Renaissance et les Origins desSciences Humaines: L’ Âge des Ambiguités”, in Introduction auxSciences Humaines. Essai Critique sur leurs Origins et leurDéveloppement. Paris, Ophrys.

POUILLON, Jean. (1979), “Remarques sur le Verbe ‘Croire’”, in M.Izard e P. Smith (orgs.), La Fonction Symbolique. Paris, Gallimard.

Page 44: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Uma “Ciência da Religião”

Sessão 3

WEBER, Max. (1979), “A Psicologia Social das Religiões Mundiais”,in H. Gerth e C. Wright-Mills (orgs.), Ensaios de Sociologia. Rio deJaneiro, Guanabara Koogan.

___. (1979), “Rejeições Religiosas do Mundo e suas Direções”, in H.Gerth e C. Wright-Mills (orgs.), Ensaios de Sociologia. Rio deJaneiro, Guanabara Koogan.

ou

___. (1979), “As Seitas Protestantes e o Espírito do Capitalismo”, inH. Gerth e C. Wright-Mills (orgs.), Ensaios de Sociologia. Rio deJaneiro, Guanabara Koogan.

Sessão 4

DURKHEIM, Émile. (1968), Les Formes Elémentaires de la VieReligieuse. Paris, PUF.

___. (1970), “L’Avenir de la Religion”, in La Science Sociale et l’Action.Paris, PUF.

Sessão 5

MAUSS, Marcel e LÉVI-STRAUSS, Claude. (1973), “Esquisse d’uneThéorie Générale de la Magie”, in M. Mauss, Sociologie etAnthropologie. Paris, PUF.

LÉVI-STRAUSS, Claude. (1996), “Le Sorcier et sa Magie” e“L’Eficacité Symbolique”, in Anthropologie Structural. Paris, Plon.

Sessão 6

JAMES, William. (1958) [1902], The Varieties of Religious Experience.A Study in Human Nature. New York,The New American Library.

FREUD, Sigmund. (1974), Totem e Tabu: Alguns Pontos deConcordância entre a Vida Mental dos Selvagens e dos Neuróticos.Rio de Janeiro, Imago.

52 Pós-Graduação

Page 45: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Sessão 7

EVANS-PRITCHARD, Edward E. (1962), “Religion and theAnthropologists”, in Essays in Social Anthropology. London, Faber&Faber.

BERGER, Peter. (1973), Um Rumor de Anjos. A Sociedade Moderna ea Redescoberta do Sobrenatural. Petrópolis, Vozes.

Sessão 8

GEERTZ, Clifford. (1978), “A Religião como Sistema Cultural”;“Ethos, Visão de Mundo e a Análise dos Símbolos Sagrados”;“Internal Conversion in Contemporary Bali”, in A Interpretaçãodas Culturas.

Religiosidades Laicas

Sessão 9

DURKHEIM, Émile. (1970), “L’Individualisme et les Intellectuels”,in La Science Sociale et l’Action. Paris, PUF.

DUARTE, Luiz Fernando D. (1983). “O Culto do Eu no Templo daRazão”. Boletim do Museu Nacional, nº 41.

BELLAH, R. N. (1967), “Civil Religion in America”. Daedalus, vol.96, nº 1.

Sessão 10

STRATHERN, Marilyn. (1992), After Nature. English Kinship in theLate Twentieth Century. Cambridge, Cambridge University Press.

Tradição e Renovação Religiosa

Sessão 11

CAMPBELL, Colin. (1997), “A Orientalização do Ocidente: Reflexõessobre uma Nova Teodicéia para o Novo Milênio”. Religião eSociedade, vol. 18, nº 1, pp. 5-22.

Pós-Graduação 53

Page 46: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

GELLNER, Ernest. (1992), Postmodernism, Reason and Religion.London, Routledge.

Sessão 12

AMARAL, Leila. (2000), Carnaval da Alma: Comunidade, Essência eSincretismo na Nova Era. Petrópolis, Vozes.

MAFRA, Clara. ( 2001), Os Evangélicos. Rio de Janeiro, Zahar.

GEERTZ, Clifford. (1968), Islam observed. Religious Developmentin Marocco and Indonesia. Chicago, University of Chicago Press.

Sessão 13

HERVIEU-LÉGER, Danièle. (2008), “Figuras do Religioso emMovimento – O convertido”, in O Peregrino e o Convertido. AReligião em Movimento. Petrópolis, Vozes.

___. (1997), “Representam os Surtos Emocionais Contemporâneos oFim da Secularização ou o Fim da Religião?”. Religião e Sociedadevol. 18, nº 1, pp. 31-48.

Pluralismo Religioso

Sessão 14

BURDICK, John. (1993), Looking for God in Brazil: The ProgressiveCatholic Church in Urban Brazil’s Religious Arena. Berkeley,University of California Press.

TEIXEIRA, Faustino e MENEZES, Renata (orgs.). (2006), As Religiõesno Brasil: Continuidades e Rupturas. Petrópolis, Vozes.

SANCHIS, Pierre. (2001), “Religiões, Religião... Alguns Problemasdo Sincretismo no Campo Religioso Brasileiro”, in P. Sanchis (org.),Fiéis e Cidadãos. Percursos do Sincretismo no Brasil. Rio de Janeiro,EdUERJ.

54 Pós-Graduação

Page 47: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 55

225 – Arte e Vida Cultural no Brasil: 1940-1960 (3 créditos)

Prof. Ricardo BenzaquenHorário: Quinta-feira, das 16 às 19 horasConsultas: A combinar com o professor

Este curso, de caráter eminentemente exploratório, tem a intençãode examinar algumas áreas da cultura brasileira no períodoconsiderado, sobretudo a arquitetura e as artes plásticas, mas tambéma música, o pensamento social e a literatura, procurando analisar tantosemelhanças quanto diferenças entre elas. A hipótese inicial é a deque, em um relativo desafio à política cultural estabelecida durante oEstado Novo, que privilegiava até certo ponto a figura damonumentalidade, do excesso como um possível denominadorcomum, o que passa a ser enfatizado desde pelo menos 1950 é umdeterminado ideal de contenção, implicando alguma sobriedade euma definição – eventualmente – bastante convencional de elegância.Tal repartição, porém, deve ser pensada apenas como um ponto departida, lembrando-se não só que a própria sobriedade em questãotem relações com certa simplicidade cultivada desde os anos 1930,como também que o “estilo” mais reservado, lírico e contidodesenvolvido durante os anos 1950 apresenta uma série de facetas,podendo inclusive assumir uma forma extremamente melancólica enoturna.

1 - Introdução. As Formas Fora do Lugar: Debret e aExperiência da Escravidão

NAVES, R. (1997), A Forma Difícil. São Paulo, Ática.

SCHWARZ, R. (1997), Ao Vencedor as Batatas. São Paulo, Editora34.

Page 48: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

2 - Mário de Andrade e o Nacionalismo Estético: Dançandono Coração do Brasil

ANDRADE, M. (1963), O Baile das Quatro Artes. São Paulo, Martins.

MORAES, E. J. de. (1999), Os Limites do Moderno. Rio de janeiro,Relume Dumará.

3 - Objetividade, Universalismo e Racionalidade nasVanguardas Construtivas

CAMPOS, A. de; PIGNATARI, D. e CAMPOS, H. de. (2006), Teoriada Poesia Concreta. São Paulo, Ateliê Editoral.

GULLAR, F. (2007), Experiência Neoconcreta. São Paulo, Cosac Naify.

AMARAL, A. (org.). (1977), Projeto Construtivo na Arte. Rio deJaneiro/São Paulo, Museu de Arte Moderna/Pinacoteca do Estado.

BRITO, R. (1999), Neoconcretismo. São Paulo, Cosac Naify.

4 - Exílio, Artesanato, Melancolia: Goeldi

NAVES, R. (1999), Goeldi. São Paulo, Cosac Naify.

BRITO, R. (2005), “Goeldi: O Brilho da Sombra”, in S. Lima (org.),A Experiência Crítica. São Paulo, Cosac Naify.

5 - Lucio Costa e a Inauguração da Arquitetura Moderna noBrasil

COSTA, L.(1995), Registro de uma Vivência. São Paulo, Empresa dasArtes.

XAVIER, A. (org.). (2003), Depoimento de uma Geração. São Paulo,Cosac Naify.

LEONIDIO, O. (2007), Carradas de Razões. Lucio Costa e a ModernaArquitetura Brasileira. Rio de Janeiro, Loyola.

WISNIK, G. (2001), Lucio Costa. São Paulo, Cosac Naify.

56 Pós-Graduação

Page 49: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

6 - Aventura, Aspiração, Luto: Registro de uma Vivência, deLucio Costa, como Autorretrato

COSTA, L. (1995), Registro de uma Vivência. São Paulo, Empresadas Artes.

NOBRE, A. L.; LEONIDIO, O.; KONDURU, R. e KAMITA, J.M.(orgs.). (2004), Um Modo de Ser Moderno. Lucio Costa e a CríticaContemporânea. São Paulo, Cosac Naify.

7 - Conclusão. Afinidades Eletivas? Lucio Costa e a ModernaCultura Brasileira

GUMBRECHT, H. U. (2007), Elogio da Beleza Atlética. São Paulo,Companhia das Letras.

KAMITA, J. M. (2004), “A Lírica Construtiva de Lucio Costa e Volpi”,in A. L. Nobre; O. Leonidio; R. Konduru e J. M. Kamita (orgs.),Um Modo de Ser Moderno. Lucio Costa e a Crítica Contemporânea.São Paulo, Cosac Naify.

MAMMI, L. (1992), “João Gilberto e a Bossa Nova”. Novos EstudosCebrap, nº 34.

___. (1999), Volpi. São Paulo, Cosac Naify.

NAVES, S. C. (1998), O Violão Azul. Rio de Janeiro, Editora FGV.

___. (2003), “Os Novos Experimentos Culturais nos Anos 40/50:Propostas de Democratização da Arte no Brasil”, in J. Ferreira e L.A. N. Delgado (orgs.), O Brasil Republicano (Livro 3). Rio deJaneiro, Civilização Brasileira.

WISNIK, J. M. (2008), Veneno Remédio. São Paulo, Companhia dasLetras.

___. (2004), “A Gaia Ciência”, in Sem Receita. São Paulo, Publifolha.

Obs.: A bibliografia poderá sofrer alterações, previamente discutidascom a turma, no decorrer do semestre.

Pós-Graduação 57

Page 50: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 59

230 – Teoria Sociológica III (3 créditos)

Prof. Frédéric VandenbergheHorário: Terça-feira, das 16 às 19 horasConsultas: A combinar com o professor

O curso tem como objetivo apresentar os novos desenvolvimentosna teoria social contemporânea nos diversos continentes, desde osnovos movimentos teóricos dos anos 1980 até hoje, e discutir demaneira crítica a relevância dessas teorias “fora do lugar” num paíssemiperiférico como o Brasil.

Está dividido em duas partes. Na primeira, analisaremos o pensamentodos “clássicos modernos” que publicaram seus principais trabalhosquase simultaneamente – cf. Pierre Bourdieu: La Distinction (1979);Jürgen Habermas: Theorie des kommunikativen Handelns (1981);Anthony Giddens: The Constitution of Society (1984) e NiklasLuhmann: Soziale Systeme (1987). Desde o esgotamento do “novomovimento teórico” dos anos 1980, a teoria sociológica parece terentrado numa era de epígonos.

Na segunda parte do curso, analisaremos alguns dos mais interessantesdesenvolvimentos na teoria social na França, no Reino Unido, naAlemanha e nos Estados Unidos. Se a França é pós-bourdieusiana, oReino Unido é pós-giddensiano e a Alemanha é pós-habermasiana,enquanto os Estados Unidos ainda estão tentando lidar com o legadode Goffman.

Cada semana será entregue uma bibliografia de apoio ampla eatualizada.

Page 51: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

1ª Semana: Apresentação do curso

Leitura obrigatória:

ALEXANDER, J. (1987), “O Novo Movimento Teórico”. RevistaBrasileira de Ciências Sociais, vol. 4, nº 2, pp. 6-28.

Leitura opcional:

ALEXANDER, J. C. e GIESSEN, B. (1987), “From Reduction toLinkage: The Long View of the Micro-Macro Link”, in J. C.Alexander et alii (eds.), The Micro-Macro Link. Berkeley/LosAngeles, University of California Press, pp. 1-45.

Parte I: O Novo Movimento Teórico dos Anos 1980

2ª Semana: Estruturalismo Genético – Pierre Bourdieu

Leitura obrigatória:

BOURDIEU, P. (1968), “Structuralism and Theory of SociologicalKnowledge”. Social Research, vol. 35, nº 4, pp. 681-706.

___. (1990), The Logic of Practice. Stanford, Stanford University Press,pp. 30-65 (especialmente pp. 52-65).

___. (1998), O Poder Simbólico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, pp.7-16.

Leitura opcional:

WACQUANT, L. (1992), “Introduction”, in P. Bourdieu e L. Wacquant(eds.), An Invitation to Reflexive Sociology. Chicago, University ofChicago Press.

3ª Semana: Teoria da Estruturação – Anthony Giddens

GIDDENS, A. (1978), Novas Regras do Método Sociológico. Rio deJaneiro, Zahar, pp. 164-171.

___. (1982), Profiles and Critiques in Social Theory. Berkeley/LosAngeles, University of California (cap. 1 e 3).

___. (1991), “Structuration Theory. Past, Present and Future”, in C.Bryant e D. Jary (eds.), Giddens’ Theory of Structuration: A CriticalAppreciation. London, Routledge, pp. 201-221.

60 Pós-Graduação

Page 52: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Leitura opcional:

MOUZELIS, N. (1991), “Restructuring Structuration Theory”, inBack to Sociological Theory. London, Macmillan (cap. 2).

4ª Semana: Teoria da Ação Comunicativa – Jürgen Habermas

Leitura obrigatória:

HABERMAS, J. (1985), “Remarks on the Concept of CommunicativeAction”, in G. Seebass e R. Tuomela (eds.), Social Action. Boston,D. Reidel, pp. 151-177.

___. (2000), O Discurso Filosófico da Modernidade. São Paulo, MartinsFontes, pp. 467-509.

Leitura opcional

HABERMAS, J. (1980), “Técnica e Ciência como ‘Ideologia’”, inTextos Escolhidos. São Paulo, Abril Cultural, pp. 303-333.

5ª Semana: Teoria dos Sistemas – Niklas Luhmann

Leitura obrigatória:

LUHMANN, N. (2007), La Sociedad de la Sociedad. Barcelona,Herder (cap. 1).

Leitura opcional:

LUHMANN, N. (2009), Introdução à Teoria dos Sistemas. Petrópolis,Vozes.

Parte 2: Novas Correntes na Teoria Social

6ª Semana: A Microssociologia Americana

Leitura obrigatória:

GARFINKEL, H. (1988), “Evidence for Locally Produced, NaturallyAccountable Phenomena of Order, Logic, Reason, Meaning,Method, etc. in and as of the Essential Haecceity of Immortal,Ordinary Society”. Sociological Theory, vol. 6, nº 1, pp. 103-109.

COLLINS, R. (2004), Interaction Ritual Chains. Princeton, PrincetonUniversity Press, pp. 3-46; 183-220 (notas, pp. 375-379; 395-400).

Pós-Graduação 61

Page 53: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

ALEXANDER, J. (2004), “Cultural Pragmatics: Social PerformanceBetween Ritual and Strategy”. Sociological Theory, vol. 22, nº 4,pp. 527-573.

Leitura opcional:

COLLINS, R. (2008), Violence: A Micro-sociological Theory.Princeton, Princeton University Press, pp. 1-36; 463-466.

7a Semana: Actor Network Theory

Leitura obrigatória:

CALLON, M. e LATOUR, B. (1981), “Unscrewing the Big Leviathan:How Actors Macro-structure Reality and How Sociologist HelpThem to Do So”, in K. Knorr-Cetina e A. Cicourel (eds.), Advancesin Social Theory and Methodology. Boston, Routledge and KeaganPaul, pp. 277-303.

LATOUR, B. (1988), “Drawing Things Together”, in M. Lynch e S.Woolgar (eds.), Representations in Scientific Practice. Cambridge,MIT Press, pp. 19-68.

Leitura opcional:

LATOUR, B. (1996), “On Interobjectivity”. Mind, Culture, andActivity, vol. 3, nº 4, pp. 228-245.

8ª Semana: O Pragmatismo Francês

Leitura obrigatória:

BOLTANSKI, L. (1984), “How a Social Group Objectified Itself:‘Cadres’ in France, 1936-1945”. Social Science Information, vol.23, nº 3, pp. 469-491.

___ e THÉVENOT, L. (1999), “The Sociology of Critical Capacity”.European Journal of Social Theory, vol. 2, nº 3, pp. 359-377.

BOLTANSKI, L. (2002), “The Left after May 1968 and the Longingfor Total Revolution”. Thesis Eleven, vol. 69, pp. 1-20.

62 Pós-Graduação

Page 54: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Leitura opcional:

BOLTANSKI, L. (2000), El Amor y la Justicia como Competencias:Tres Ensayos de Sociologia de la Acción (parte 1). Buenos Aires,Amorrortu.

9ª Semana: Realismo Crítico

Leitura obrigatória:

BHASKAR, R. (1998), “Societies”, in M. Archer (ed.), CriticalRealism. Essential Readings. London, Routledge, pp. 206-233.

ARCHER, M. (2003), Structure, Agency and the InternalConversation. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 1-16.

___. (2007), Making our Way through the World. Cambridge,Cambridge University Press, pp. 269-313.

Leitura opcional:

BHASKAR, R. (2008), A Realist Theory of Science. London,Routledge, pp. 11-62

10a Semana: A Terceira Geração da Teoria Crítica

Leitura obrigatória:

HONNETH, Axel. (1992), “Integrity and Sisrespect. Principles of aConception of Morality Based on the Theory of Recognition”.Political Theory, vol. 20, nº 2, pp. 187-201.

BECK, U.; BONSS, W. e LAU, C. (2003), “The Theory of ReflexiveModernization. Problematic, Hypotheses and ResearchProgramme”. Theory, Culture and Society, vol. 20, nº 2, pp. 1-33.

Leitura opcional:

FRASER, N. (2001), “Da Redistribuição ao Reconhecimento? Dilemasda Justiça na Era Pós-Socialista”, in J. Souza (org.), DemocraciaHoje. Brasília, UnB , pp. 245-282.

Pós-Graduação 63

Page 55: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

11ª Semana: Estudos de Governamentalidade

Leitura obrigatória:

ROSE, N. (1999), Powers of Freedom. Reframing Political Thought.Cambridge, Cambridge University Press, pp. 1-60

Leitura opcional:

DELEUZE, G. (1990), “Postscriptum sobre as Sociedades deControle”, in Conversações: 1972-1990. São Paulo, Ed. 34, pp.219-226.

12a Semana: O Governo do Império

Leitura obrigatória:

NEGRI, A. e HARDT, M. (2009), Commonwealth. Cambridge,Belknap Press.

Leitura opcional:

NEGRI, A. e HARDT, M. (2001), Império. Rio de Janeiro, Record(parte 1).

13ª Semana: Pós-estruturalismo/Pós-colonialismo

Leituras obrigatórias:

LACLAU, E. (1990), New Reflections on the Revolution of Our Time.London, Verso, pp. 3-41; 89-92.

Leitura opcional:

HALL, Stuart. (1996), “Who Needs Identity?”, in S. Hall e P. Du Gay(eds.), Questions of Cultural Identity. London, Sage, pp. 1-17.

___. (2000), “Quem Precisa de Identidade?”, in T. T. Silva (org.),Identidade e Diferença: A Perspectiva dos Estudos Culturais.Petrópolis, Vozes, pp. 103-133.

Última Semana: Crítica do Presente

GILROY, P. (2005), Postcolonial Melancholia. New York, ColumbiaUniversity Press, pp. 1-26.

64 Pós-Graduação

Page 56: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

ASAD, T. (2007), On Suicide Bombing. New York, ColumbiaUniversity Press.

BUTLER, J. (2009), Frames of War. When is Life Grievable? London,Verso.

Bibliografia de apoio:

CORCUFF, P. (2001), As Novas Sociologias: Construções da RealidadeSocial. Bauru, Edusc.

JOAS, H. e KNÖBLE, W. (2009), Social Theory. Twenty IntroductoryLectures. Cambridge, Polity Press.

MOUZELIS, N. P. (2008), Modern and Postmodern Social Theorizing.Bridging the Divide. Cambridge, Cambridge University Press.

VANDENBERGHE, F. (2010), Teoria Social Realista. Um DiálogoFranco-Britânico. Belo Horizonte, Ed. UFMG.

Pós-Graduação 65

Page 57: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 67

240 – Seminário de Tese (Sociologia)

Prof. Luiz Antonio Machado da SilvaHorário: Quinta-feira, das 13 às 16 horasConsultas: A combinar com o professor

O seminário é oferecido em todos os semestres e destina-se aoacompanhamento dos trabalhos de pesquisa e da elaboração da tesede doutorado. Os estudantes de doutorado devem assistir a dois dessesseminários no período de seus terceiro e quarto anos de pós-graduação.Os temas a serem discutidos serão estipulados pelos estudantes, queapresentarão oralmente, pelo menos uma vez, o estado de sua pesquisaou partes já redigidas de sua tese em andamento.

O seminário é obrigatório, mas não confere créditos. Sua avaliação édo tipo (+) ou (-), e não por grau, e terá por base os critérios deassiduidade, participação e a redação de um ou mais capítulos da tesea serem entregues no fim do semestre.

Page 58: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 69

310 – Teoria Política I (3 créditos)

Prof. Renato LessaHorário: Terça-feira, das 9 às 12 horasConsultas: A combinar com o professor

O curso tem por objetivo apresentar e discutir as principais visõesproduzidas pela reflexão política, da Antiguidade Clássica até o séculoXVIII. Ao lado de questões tradicionais, suscitadas pelo tratamentocanônico da história da reflexão política, pretendo enfatizar apresença, no âmbito desta mesma história, de uma ampla diversidadede modelos imaginários de sociabilidade.

Mais do que reflexões dirigidas ao problema específico do poder eaos seus corolários, a história da disciplina testemunha a força e aperenidade de um conflito insolúvel de imagens de mundos sociais.Imagens geradas por diferentes esforços de invenção intelectual,empreendidos ao longo do tempo, sem que cada um deles tenha ficadoaprisionado em sua circunstância histórica própria e originária. Emoutros termos, não há, nessa história, passado absoluto, nem futuroque, de antemão, seja impossível. Em cada esforço de invenção deimagens de mundo estão sempre presentes invenções anteriores que,dessa forma, se desfazem de seus lugares históricos originais. Cadainvenção, portanto, exige o confronto e a distinção com o que seapresenta como já estabelecido. Trata-se de uma forma defundamentação que impõe a necessidade do conflito com outrasimagens de mundo.

Durante os seminários, tais imagens serão tratadas como etnografiasde mundos sociais possíveis, destacando, além das concepções a

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respeito da ordem política, o lugar do narrador, a constituição depersonagens, a definição das bases ontológicas da sociabilidade,modelos de justiça e critérios de racionalidade prática. Além disso, ocurso procurará explorar os nexos fundamentais existentes entre aatividade de invenção de mundos sociais e a tradição maior da filosofia(e aqui não vai qualquer pretensão inovadora: já o bom Aristótelesnos dizia, em célebre fragmento do Protréptico, que “Se se devefilosofar, deve-se filosofar e, se não se deve filosofar, deve-se filosofar;de todos os modos, portanto, deve-se filosofar”).

Na medida em que a reflexão política se constitui a partir de umconjunto próprio de enunciados sobre o mundo, tal atividade mobilizauma série complexa e compulsória de decisões ontológicas,epistemológicas e lingüísticas. O nexo com a filosofia é, pois,incontornável, já que é no seu interior que essas questões devem sertratadas; elas pertencem ao campo da filosofia. Se optarmos pordesconhecer esse nexo, azar o nosso: ele não será cancelado pelonosso esquecimento.

Decisões ontológicas dizem respeito a estados de mundo estabelecidospelos diferentes autores que, ao descrevê-los, definem suaspropriedades e seus modos de existência. Mais do que meramenteinterpretar, a atividade cognitiva dos humanos imagina ontologias.Tais ontologias são irredutíveis ao assim chamado mundo histórico,posto que decorrem de atos de invenção. A afirmação acaciana deque todo pensador está inserido em contextos determinados vale peloque parece ser: uma verdade óbvia e excessiva. Para nossos fins, ocontexto de um autor é a sua experiência pessoal de configuração decontexto e, dessa forma, inacessível, por maiores que sejam os esforçosde escavação conceitual.

Decisões epistemológicas referem-se a concepções de conhecimento,suas formas e seus alcances. Assim como não há ontologia natural aser suposta à partida, não parece ser adequado postular um paradigmaepistemológico que sirva como referência comum. Todo dissenso noâmbito da reflexão política tem como domínio expressivo uma disputaparadigmática no campo do conhecimento.

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Decisões de ordem lingüística põem sob foco as estratégias narrativas,associadas a modos de persuasão. Mais do que isso, dizem respeito àsformas de validação dos enunciados e a suas pretensões de verdade.

Há, portanto, nos assim chamados “clássicos da política”, mais doque “pensamento político”. Na verdade, a condição mesma para quese fale do “político” exige a inscrição em um campo de significados,marcado pela precedência de questões filosóficas. Com efeito, oconjunto de premissas filosóficas necessárias a qualquer discursopolítico, aqui indicadas (ontologia, epistemologia, narrativa), poderiaser alargado com a inclusão de outras dimensões igualmenterelevantes, tais como a ética, a estética e questões de racionalidadeprática. De todas as formas, o campo da filosofia apresentar-se-iacom força ainda maior.

No que diz respeito à teoria política – ramo decantado da filosofia –sua história será aqui apresentada como hospedeira de vasto dissenso– de um dissenso que evoca o velho e digno tropo cético da diaphoníaou do desacordo indecidível. Se há uma tradição da filosofia política,esta é a de viver de e abrigar tal dissenso. Não se trata, pois, deconstituir uma história de certezas cumulativas e de eventosintelectuais cuja racionalidade e sentido se encontram nos contextosobjetivos e exteriores e que pavimentam os caminhos de uma pretensacientificidade futura.

O convite é o de pôr em destaque a dimensão poiética da disciplina,vale dizer, a da antecipação e invenção de estados de mundoinexistentes. Antecipações e invenções que, por vezes, decantaramno chamado mundo real, configurando alguns dos objetos sólidos –tal como Virginia Woolf os chamaria – sobre os quais a ciência políticacontemporânea se debruça, com freqüência esquecida de sua própriahistória e das crenças que a constituem.

As invenções e suas formas de decantação: aqui tocamos em umprivilégio disso que, por conforto lingüístico, chamamos de ciênciapolítica – os seus objetos foram inscritos no mundo por meio deprocessos de implantação nos quais a própria história da disciplina éum de seus autores. Em outros termos, trata-se de uma história na

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qual crenças – que compulsoriamente constituem os fundamentos dosdiversos atos de invenção humanos – acabam por configurar o mundoreal da política. Na verdade, um dos objetivos deste curso é explorara idéia de que a tradição da filosofia política pode ser pensada comouniverso que contém uma série de atos de simulação de crenças.

Investigar a história da teoria política é condição necessária parareconhecer que, mesmo em sua dimensão empírica, a ciência política– como toda techné humana – se estrutura a partir de perguntas quedirigimos aos nossos experimentos. Tais perguntas e a sua linguagemsó podem existir como figuras de uma tradição, e é com parte delaque teremos o privilégio de conviver no semestre que ora inicia.

São questões derivadas da filosofia que, aqui, serão mobilizadas paratratar de obras que, entre inúmeros temas, tratam da “política”. Entreelas, uma terá particular destaque: como fundamentar as diferentesvisões da política aqui apresentadas? Em outros termos, qual amodalidade própria de verdade praticada pela tradição da filosofiapolítica?

O programa apresentado a seguir enumera os temas, as leituras e asequência dos seminários. No decorrer do semestre, haverá aindaquatro sessões especiais de apresentação de autores e/ou questõescruciais para o desenvolvimento do programa, com horário ainda adefinir. Tais sessões, organizadas sob forma de conferências, abertasaos demais estudantes, versarão sobre os seguintes temas: (i) ATradição Cética; (ii) Fundamento e Fundação: Duas Modalidades doDiscurso Político; (iii) Descartes e a Interpelação Racionalista àPolítica; (iv) Filosofia Política e Invenção Institucional: O Problemada Representação.

Sequência de Temas e Leituras:

I. Abertura (Aula 1)

GOODMAN, N. (1995), “Palavras, Obras, Mundos”, in Modos deFazer Mundos. Porto, Edições ASA.

PEREIRA, O. P. (1993), “O Conflito das Filosofias”, in B. Prado Jr. eO. P. Pereira (orgs.), Vida Comum e Ceticismo. São Paulo, Brasiliense,pp. 5-21.

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LESSA, R. (2003), “Por que Rir da Filosofia Política?, ou A CiênciaPolítica como Techné”, in Agonia, Aposta e Ceticismo: Ensaios deFilosofia Política. Belo Horizonte, Editora UFMG, pp. 129-139.

II. A Cidade e a Filosofia I: A Invenção da Política e a Sofística(Aula 2)

FINLEY, M. (1998), “Política”, in M. Finley (ed.), O Legado da Grécia:Uma Nova Avaliação. Brasília, Editora da UnB, pp. 31-47.

GAGARIN, M. e WOODRUFF, P. (eds.). (1995), Early Greek PoliticalThought from Homer to the Sophists. Cambridge, CambridgeUniversity Press.

KERFERD, G. B. (1981), The Sophistic Movement. Cambridge,Cambridge University Press (Caps. 9 e 10).

LESSA, R. (1994), “Relativismo e Universais: Um Argumento Não-Gellneriano”, in A. Cícero e W. Salomão (orgs.), O RelativismoEnquanto Visão do Mundo. Rio de Janeiro, Francisco Alves, pp.39-62.

TUCÍDIDES. (2001), História da Guerra do Peloponeso. Brasília,Editora da UnB (Livro II, caps. 35 a 46, pp. 108-114).

VERNANT, J.-P. (1972), As Origens do Pensamento Grego. São Paulo,Difel (Cap. IV: O Universo Espiritual da Polis, pp. 34-47).

WOLF, F. (1999), Aristóteles e a Política. São Paulo, Discurso Editorial,pp. 7-18.

III. A Cidade e a Filosofia II: A “Fabulação Platônica”(Aula 3)

KOYRÉ, A. (1988), Introdução à Leitura de Platão. Lisboa, EditorialPresença.

PLATÃO. (1968), A República. São Paulo, Difel.

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IV. A Cidade e a Filosofia III: Aristóteles, Questões de PrimeiraFilosofia, Ética, Política e Retórica (Aula 4)

ARISTÓTELES. (1985), “Rhetoric”, in J. Barnes (ed.), The CompleteWorks of Aristotle. Princeton, Princeton University Press.

___. (1985), “Politics”, in J. Barnes (ed.), The Complete Works ofAristotle. Princeton, Princeton University Press (há edição brasileira,pela Editora da UnB).

___. (1978), “Ética a Nicômaco”, in Aristóteles. São Paulo, Abril(Coleção Os Pensadores).

LLOYD, G. E. R. (1968), Aristotle: The Growth and Structure of hisThought. Cambridge, Cambridge University Press.

WOLF, F. (1999), Aristóteles e a Política. São Paulo, Discurso Editorial,pp. 19-151.

V. Maquiavel (Aula 5)

BERLIN, I. (1980), “The Originality of Machiavelli”, in Against theCurrent: Essays in the History of Ideas. New York, Viking Press,pp. 25-79.

BURKHARDT, J. (1991), A Cultura do Renascimento na Itália. SãoPaulo, Companhia das Letras.

CHABOD, F. (1958), “An Introduction to the Prince”, in Machiavelliand the Renaissance. New York, Harper and Row, pp. 1-29.

___. (1958), “Machiavelli’s Method and Style”, in Machiavelli andthe Renaissance. New York, Harper and Row, pp. 126-148.

COLISH, M. (1993), “The Idea of Liberty in Machiavelli”, in W. J.Connel (ed.), Renaissance Essays (vol. II). Rochester, University ofRochester, pp. 180-207.

MAQUIAVEL, N. (1972), O Príncipe. São Paulo, Abril (Coleção OsPensadores).

MESNARD, P. (1956), El Desarrollo de la Filosofía Política en el SigloXVI. México, Ediciones de la Universidad de Puerto Rico, pp. 3-66.

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VI. Modos da Soberania e da Contra-Soberania: O “Pensa-mento Soberano” e um Discurso que “Dispensa o Soberano”(Aula 6)

BODIN, J. (1993), On Sovereignty. Cambridge, Cambridge UniversityPress.

CLASTRES, P. (1982), “Liberdade, Mau Encontro, Inominável”, inÉ. La Boétie, Discurso sobre Servidão Voluntária. São Paulo,Brasiliense, pp. 109-123.

GIL, F. (2003), A Convicção. Lisboa, Campo das Letras (SegundaParte: O Pensamento Soberano), pp. 93-170.

LA BOÉTIE, É. (1982), Discurso sobre Servidão Voluntária. São Paulo,Brasiliense, pp. 11-39.

LEFORT, C. (1982), “O Nome do Um”, in É. La Boétie, Discursosobre Servidão Voluntária. São Paulo, Brasiliense, pp. 125-171.

MESNARD, P. (1956), El Desarrollo de la Filosofía Política en el SigloXVI. México, Ediciones de la Universidad de Puerto Rico, pp. 443-504.

VII. Ceticismo e Irresolução (Aula 7)

LAURSEN, J. C. (1992), The Politics of Skepticism in the Ancients,Montaigne, Hume, and Kant. Leiden, E. J. Brill (caps. 4 e 5, pp. 94-144).

LESSA, R. (no prelo), “Pensamento Soberano e Formas da Irresolu-ção”, in A. Braz Teixeira (ed.), livro em homenagem a FernandoGil. Lisboa, Imprensa Nacional.

MONTAIGNE, M. de. (1974), Ensaios. São Paulo, Abril (ColeçãoOs Pensadores). Ensaios selecionados: Livro I (I, XXIV e XXXI);Livro II (II, XI, XVII); Livro III (XIII).

POPKIN, R. (2000), História do Ceticismo de Erasmo a Espinosa.Rio de Janeiro, Francisco Alves (Prefácio e caps. 1 a 5, pp. 13-184).

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Page 65: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

VIII. Racionalismo, Sociabilidade e Ordem Política I: Hobbes(Aula 8)

BOBBIO, N. (1986), “O Modelo Jusnaturalista”, in N. Bobbio e M.Bovero (eds.), Sociedade e Estado na Filosofia Política Moderna.São Paulo, Brasiliense.

HOBBES, T. (1974), Leviatã. São Paulo, Abril (Coleção OsPensadores).

___. (2002), Behemoth ou o Longo Parlamento. Belo Horizonte,Editora UFMG.

IX. Racionalismo, Sociabilidade e Ordem Política II: Espinosa(Aula 9)

ESPINOSA, B. (1983), Tratado Político. São Paulo, Editora Abril(Coleção Os Pensadores).

AURÉLIO, D. P. (1999), A Vontade de Sistema: Estudos sobre Filosofiae Política. Lisboa, Cosmos.

___. (2000), Imaginação e Poder. Lisboa, Colibri.

CHAUÍ, M. (2000), Política em Espinosa. São Paulo, Companhia dasLetras.

X. Razão, Experiência e Direitos Naturais: Locke (Aula 10)

BOBBIO, N. (1997), Locke e o Direito Natural. Brasília, Editora daUnB (Partes II e III, pp. 69-246).

LASLETT, P. (1980), “A Teoria Política e Social dos Dois Tratadossobre o Governo”, in C. Galvão Quirino e M. T. Sadek (eds.), OPensamento Político Clássico. São Paulo, T. A. Queiroz, pp. 207-236.

LOCKE, J. (1974), 2º Tratado sobre o Governo Civil. São Paulo, Abril(Coleção Os Pensadores).

XI. As Incertezas do Esclarecimento

1. As Bases Culturais, Históricas e Societais da Política(Aula 11)

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Page 66: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

ARON, R. (1987), Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo,Martins Fontes.

BERLIN, I. (1980), “Montesquieu”, in Against the Current: Essays inthe History of Ideas. New York, Viking Press.

MONTESQUIEU. (1973), Do Espírito das Leis. São Paulo, Abril(Coleção Os Pensadores).

2. Crítica Cultural e as Novas Bases da Sociabilidade(Aula 12)

ROUSSEAU, J. J. (1978), “Discurso sobre a Origem e os Fundamentosda Desigualdade entre os Homens”, in Rousseau. São Paulo, Abril(Coleção Os Pensadores).

CASSIRER, E. (1954), The Question of Jean-Jacques Rousseau.Blomington/London, Indiana University Press.

STAROBINSKI, J. (1992), Jean-Jacques Rousseau: A Transparência eo Obstáculo. São Paulo, Companhia das Letras, pp. 287-309.

3. David Hume: Ceticismo, Common Life, as Paixões e oRealismo Político (Aula 13)

HUME, D. (1992), Enquiry Concerning the Principles of Morals.Oxford, Oxford University Press (há edição brasileira, pela Editorada Unicamp).

___. (2004), Ensaios Morais, Políticos e Literários. Rio de Janeiro,Topbooks. Ensaios selecionados: Parte I (III, IV, V e XVIII); Parte II(XVI).

HAAKONSEN, K. (1989), The Science of a Legislator: The NaturalJurisprudence of David Hume and Adam Smith. Cambridge,Cambridge University Press (Cap. 1: Hume’s Theory of Justice,pp. 4-44).

___. (1993), “The Structure of Hume’s Political Theory”, in D. F.Norton (ed.), The Cambridge Companion to Hume. Cambridge,Cambridge University Press, pp. 182-221.

LESSA, R. (2004), “A Condição Hum(e)ana e seus Ensaios”, in DavidHume, Ensaios Morais, Políticos e Literários. Rio de Janeiro,Topbooks, pp. 11-46.

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Page 67: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

VI. Filosofia Política e Invenção Institucional: Era uma Vez naAmérica... (Aula 14)

MADISON, J., HAMILTON, A. e JAY, J. (1993), Os ArtigosFederalistas, 1787-1788. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.

MANIN, B. (1997), The Principles of Representative Government.Cambridge, Cambridge University Press, pp. 102-131.

MAIER, P. (1987), “The Philadelphia Convention and theDevelopment of American Government: From the Virginia Plan tothe Constitution”. This Constitution...: A Bicentennial Chronicle,nº 15.

URBINATI, N. (2006), Representative Democracy: Principles andGenealogy. Chicago, The University of Chicago Press.

WOOD, G. S. (1987), “The Origins of the Constitution”. ThisConstitution...: A Bicentennial Chronicle, nº 15.

VII. Filosofia Política, para quê? (Aula 15)

LESSA, R. (2003), “Filosofia Política e Pluralidade dos Mundos”, inAgonia, Aposta e Ceticismo: Ensaios de Filosofia Política. BeloHorizonte, Editora UFMG, pp. 63-92.

WOLIN, S. (1969), “Political Theory as a Vocation”. AmericanPolitical Science Review, vol. 63, nº 4, pp. 1.062-1.082.

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Page 68: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

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323 – Escolha Racional e Análise Política (3 créditos)

Prof. Fabiano SantosHorário: Terça-feira, das 13 às 16 horasConsultas: A combinar com o professor

O paradigma da escolha racional tem fornecido o referencialteórico para grande parte dos trabalhos de pesquisa em ciência política.A aposta no rigor analítico, na parcimônia dos modelos de explicaçãoe na busca de evidências e testes o tornou atraente para os jovenspesquisadores brasileiros, embora ainda não exista, no contexto dequem efetivamente utiliza e conhece seus fundamentos, uma reflexãomais sistemática sobre os limites e as potencialidades da teoria daescolha racional como paradigma de análise para a ciência política.Críticas abundam, é verdade, mas o debate sério tem esbarrado nomito da “matematização” e da “formalização” das teorias sociais,supostamente defendidas por quem advoga a pertinência de setrabalhar com esse referencial.

O curso tem como propósito mais geral desfazer o mito e ensinar obásico. Mais especificamente, propõe-se a oferecer aos estudantesque, em suas pesquisas de tese e de dissertação, procuram dialogarcom teorias baseadas na escolha racional a oportunidade de debatersistematicamente os pressupostos ontológicos e epistemológicosdestas. Além disso, em sua etapa mais avançada, a ênfase será dadaao tema da persuasão em conexão com o da participação eleitoral,visando explorar as possibilidades de diálogo entre o paradigma daescolha racional e outras tradições disciplinares de análise política.

Page 69: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

1) Introdução:

ARROW, Kenneth. (1951), Social Choice and Individual Values. NewYork, John Wiley & Sons.

DOWNS, Anthony. (1957), An Economic Theory of Democracy. NewYork, Harper.

BUCHANAN, James e TULLOCK, Gordon. (1962), The Calculus ofConsent. Logical Foundations of Constitutional Democracy. AnnArbor, Michigan Paperback.

RIKER, William H. (1962), The Theory of Political Coalitions. NewHaven, Yale University Press.

OLSON, Mancur. (1965), The Logic of Collective Action. Harvard,Harvard University Press.

2) Algumas Análises Clássicas:

HARDIN, Russel. (1982), Collective Action. Baltimore, Johns HopkinsUniversity Press.

TAYLOR, Michael. (1982), Community, Anarchy and Liberty.Cambridge, Cambridge University Press.

RIKER, William H. (1982), Liberalism Against Populism: AConfrontation between the Theory of Democracy and the Theoryof Social Choice. San Francisco, Freeman.

OSTROM, Elinor. (1990), Governing the Commons: The Evolutionof Institutions for Collective Action. Cambridge, CambridgeUniversity Press.

CHONG, Denis. (1991), Collective Action and the Civil RightsMovement. Chicago, University of Chicago Press.

3) A Polêmica em torno das Pathologies:

GREEN, Donald e Ian SHAPIRO. (1994), Pathologies of RationalChoice. A Critique of Applications in Political Science. New Haven,Yale University Press.

80 Pós-Graduação

Page 70: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

COX, Gary W. (1999), “The Empirical Content of Rational ChoiceTheory: A Reply to Green and Shapiro.” Journal of TheoreticalPolitics, vol. 11, nº 2, pp. 147-169.

FRIEDMAN, Jeffrey (ed.). (1996), The Rational Choice Controversy.Economic Models of Politics Reconsidered. New Haven, YaleUniversity Press.

MACKIE, Gerry. (2003), Democracy Defended. Cambridge,Cambridge University Press.

4) Escolha Racional, Participação e Retórica Política

MUTZ, Diana, SNIDERMAN, Paul M. e BRODY, Richard A. (1996),Political Persuasion and Attitude Change. Ann Arbor, University ofMichigan Press.

RIKER, William H. (1996), The Strategy of Rhetoric: Campaining forthe American Constitution. New Haven/London, Yale UniversityPress.

LUPIA, Arthur e McCUBBINS, Mathew D. (1998), The DemocraticDilemma. Cambridge, Cambridge University Press.

POPKIN, Samuel L. (1994), The Reasoning Voter: Communicationand Persuasion in Presidential Campaigns. London, University ofChicago Press.

TETLOCK, Philip E. (2005), Expert Political Judgment: How GoodIs It? How Can We Know? Princeton, Princeton University Press.

MARCUS, George E., NEUMAN, W. Russell e MACKUEN, Michael.(2000), Affective Intelligence and Political Judgment. Chicago,University of Chicago Press.

SNIDERMAN, Paul M. (1991), Reasoning and Choice: Explorationsin Political Psychology. Cambridge, Cambridge University Press.

KUKLINSKI, James. (2001), Citizens and Politics: Perspectives fromPolitical Psychology. New York, Cambridge University Press.

Pós-Graduação 81

Page 71: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

Pós-Graduação 83

330 – Teoria Política III (3 créditos)

Profa. Thamy PogrebinschiHorário: Quarta-feira, das 16 às 19hConsultas: A combinar com a professora

Este curso dá sequência às cadeiras obrigatórias de teoria políticae visa oferecer um panorama abrangente do debate contemporâneo.Tal debate é apresentado não apenas da perspectiva dos autores queo protagonizaram mas sobretudo dos conceitos que ganharamdestaque ao assumirem outros e novos significados diante dos desafioscolocados pela contingência e pela complexidade que marcam omundo contemporâneo e, consequentemente, a política.

Programa:

1. O Lugar da Teoria Política Contemporânea

WOLIN, Sheldon. (1960), Politics and Vision. Continuity andInnovation in Western Political Thought. Boston, Little Brown.

BALL, Terence. (1994), Reappraising Political Theory. Oxford, OxfordUniversity Press.

ELSTER, John. (1997). “The Market and the Forum”: Three Varietiesof Political Theory”, in J. Bohman e W. Rehg (eds.), DeliberativeDemocracy: Essays on Reason and Politics. Cambridge, MIT Press.

GOODIN, Robert e PETTIT, Philip (eds.). (2006), ContemporaryPolitical Philosophy. Oxford, Blackwell Publishing.

2. Entre Normatividade e Empiria

SHAPIRO, Ian. (2005). The Flight from Reality in Human Sciences.Princeton, Princeton University Press.

Page 72: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

VON BEYME, Klaus. (1996), “Empirical Political Theory”, in A NewHandbook of Political Science. Oxford, Oxford University Press.

SHAPIRO, Ian. (2004 ), Problems and Methods in the Study of Politics.Cambridge, Cambridge University Press.

3. Justiça

RAWLS, John. (1971), A Theory of Justice. Cambridge, HarvardUniversity Press.

___. (1996), Political Liberalism. New York, Columbia UniversityPress.

___. (2001), Justice as Fairness: a Restatement. Cambridge, HarvardUniversity Press.

4. Estado, Sociedade Civil e Espaço Público

COHEN, Jean e ARATO, Andrew. (1994), Civil Society and PoliticalTheory. Cambridge, MIT Press.

OFFE, Claus. (1996), Modernity and the State. Cambridge, MIT Press.

HABERMAS, Jürgen. (1989), The Structural Transformation of thePublic Sphere. Cambridge, MIT Press.

DEWEY, John. (1954), The Public and its Problems. Chicago, SwallowPress.

5. Comunidade

SANDEL, Michael. (1998), Liberalism and the Limits of Justice.Cambridge, Cambridge University Press.

WALZER, Michael. (1983), Spheres of Justice: A Defense of Pluralismand Equality. New York, Basic Books.

MACINTYRE, Alasdair. (1984), After Virtue: A Study in Moral Theory.Notre Dame, University of Notre Dame Press.

ETZIONI, Amitai (ed.). (1998), The Essential Communitarian Reader.Lanham, Rowman & Littlefield.

84 Pós-Graduação

Page 73: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

6. Identidade e Diferença

BENHABIB, Seyla. (1996), Democracy and Difference. Princeton,Princeton University Press.

YOUNG, Iris Marion. (2002), Inclusion and Democracy. Oxford,Oxford University Press.

PHILLIPS, Anne. (1998), The Politics of Presence. Oxford, OxfordUniversity Press.

KYMLICKA, Will. (1996). Multicultural Citizenship: A Liberal Theoryof Minority Rights. Oxford, Oxford University Press.

7. Reconhecimento x Redistribuição

TAYLOR, Charles. (1992), “The Politics of Recognition”, in C. Taylore A. Gutmann (orgs.), Multiculturalism: Examining the Politics ofRecognition. Princeton, Princeton University Press.

HONNETH, Axel. (1996). The Struggle for Recognition.Cambridge,MIT Press.

FRASER, Nancy. (1996), Justice Interruptus: Critical Reflections onthe “Postsocialist” Condition. New York, Routledge.

FRASER, Nancy e HONNETH, A. (2001), Redistribution orRecognition: A Philosophical Exchange. London, Verso.

8. Pós-Colonialismo

WILLIAMS, Patrick e CHRISMAN, Laura. (1994), Colonial Discourseand Post-Colonial Theory. New York, Columbia University Press.

CHATTERJEE, Partha. (2004), The Politics of the Governed. NewYork, Columbia University Press.

LOOMBA, Ania. (1998), Colonialism/Postcolonialism. London,Routledge.

RODRÍGUEZ, Ileana. (2001), The Latin American Subaltern StudiesReader, Latin America Otherwise. Durham, Duke University Press.

Pós-Graduação 85

Page 74: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

9. Democracia

DAHL, Robert. (1956), A Preface to Democratic Theory. Berkeley,University of California Press.

HABERMAS, Jürgen. (1996), Between Facts and Norms:Contributions to a Discourse Theory of Law and Democracy.Cambridge, MIT Press.

SANTOS, Wanderley G. dos. (2007). O Paradoxo de Rousseau. UmaInterpretação Democrática da Vontade Geral. Rio de Janeiro: Rocco.

10. Representação

PITKIN, Hanna. (1972). The Concept of Representation. SanFrancisco, University of California Press.

MANIN, Bernard. (1995). Principes du Gouvernement Représentatif.Paris, Calmann-Levy.

URBANATI, Nadia. (2006). Representative Democracy: Principles andGenealogy. Chicago, Chicago University Press.

___ e WARREN, Mark. (2008), “The Concept of Representation inContemporary Democratic Theory”. Annual Review of PoliticalScience, vol. 11, pp. 387-412.

11. Participação

FUNG, Archon e WRIGHT, Erik Olin. (2003), Deepening Democracy:Institutional Innovations in Empowered Participatory Governance.London, Verso.

MANSBRIDGE, Jane. (1983), Beyond Adversary Democracy. Chicago,University of Chicago Press.

PATEMAN, Carole. (1978), Participation and Democratic Theory.Cambridge, Cambridge University Press.

BARBER, Benjamin. (2004), Strong Democracy. Participatory Politicsfor a New Age. Berkeley/Los Angeles, University of California Press.

AVRITZER, Leonardo. (2007), “Sociedade Civil, InstituiçõesParticipativas e e Representação: Da Autorização à Legitimidadeda Ação”. DADOS, vol. 50, nº 3, pp. 443-464.

86 Pós-Graduação

Page 75: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

GURZA LAVALLE, Adrian et alii. (2006), “Democracia, Pluralizaçãoda Representação e Sociedade Civil”. Lua Nova, nº 67, pp. 49-103.

12. Deliberação

BOHMAN, James. (1996), Public Deliberation . Pluralism,Complexity, and Democracy. Cambridge, MIT Press.

DRYZEK, John. (2000), Deliberative Democracy and Beyond. Oxford,Oxford University Press.

FISHKIN, James. (1993), Democracy and Deliberation. NewDirections for Democratic Reform. New Haven, Yale UniversityPress.

GUTMANN, Amy. (2004), Why Deliberative Democracy? Princeton,Princeton University Press.

THOMPSON, Dennis. (2008), “Deliberative Democratic Theory andEmpirical Political Science”. Annual Review of Political Science,vol. 11, pp. 497-520.

13. Instituições

MOE, Terry. (1990), “Political Institutions: The Neglected Side ofthe Story”. Journal of Law, Economics, and Organization, vol. 6,nº especial, pp. 213-253.

SHAPIRO, Ian (ed.). (1996), Rethinking Political Institutions. NewYork, New York University Press.

WALDRON, Jeremy. (1999), The Dignity of Legislation. Cambridge,Cambridge University Press.

14. Direito

DWORKIN, Ronald. (1986), Law’s Empire. Harvard University Press,Cambridge.

POSNER, Richard. (1996), Overcoming Law. Cambridge, HarvardUniversity Press.

Pós-Graduação 87

Page 76: Caderno Disciplinas 1 semestre 2010

SUNSTEIN, Cass. (2001), Designing Democracy: What ConstitutionsDo. Oxford, Oxford University Press.

15. Poder

FOUCAULT, Michel. (2000), Essential Works, Volume 3: Power.London, Penguin Books (editado por James D. Faubion).

___. (1980), Power/Knowledge. Selected Interviews and Other Writingsof Michel Foucault. New York, Pantheon Books (editado por ColinGordon).

LUKES, Steven. (1974), Power: A Radical View. London, PalgraveMacMillan.

88 Pós-Graduação

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Pós-Graduação 89

340 – Seminário de Tese (Ciência Política)

Prof. Marcelo JasminHorário: Terça-feira, das 16 às 19 horasConsultas: A combinar com o professor

O seminário é oferecido em todos os semestres e destina-se aoacompanhamento dos trabalhos de pesquisa e da elaboração da tesede doutorado. Os estudantes de doutorado devem assistir a dois dessesseminários no período de seus terceiro e quarto anos de pós-graduação.

Os temas a serem discutidos serão estipulados pelos estudantes, queapresentarão oralmente, pelo menos uma vez, o estado de sua pesquisaou partes já redigidas de sua tese em andamento.

O seminário é obrigatório, mas não confere créditos. Sua avaliação édo tipo (+) ou (-), e não por grau, e terá por base os critérios deassiduidade, participação e a redação de um ou mais capítulos da tesea serem entregues no fim do semestre.

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Pós-Graduação 91

381 – Mudanças Globais e Países Emergentes (3 créditos)

Profa. Maria Regina Soares de LimaHorário: Quarta-feira, das 9 às 12 horasConsultas: A combinar com a professora

Objetivos

O curso tem por objetivo discutir as mudanças nos planosgeoecônomico e geopolítico no período pós-bipolar, em particular aemergência dos assim chamados novos Estados relevantes, comsignificativas consequências políticas e econômicas para a políticaglobal e regional.

A primeira parte focaliza as mudanças na política global e na divisãointernacional do trabalho a partir de diferentes teses e argumentossobre os processos de difusão política e econômica; a globalização docapitalismo; a importância do fator demográfico na economia políticamundial; e os novos influentes na periferia.

A segunda parte examina algumas das características desses“emergentes”, cuja denominação é variada: grandes países periféricos;BRICS; BRICSAM, reflexo da heterogeneidade desse conjunto queinclui tanto dimensões de capacidades tangíveis como de agência.Entre as questões focalizadas estão: os contextos regionais; asestratégias de desenvolvimento e de inserção internacional; padrõesde política externa; e a formação de coalizões envolvendo os paísesemergentes, tendo em vista os desafios gerados pela heterogeneidadeentre eles. Os casos da África do Sul, do Brasil e da Índia serãoparticularizados, seja no que diz respeito à cooperação entre eles nasarenas de negociação multilateral de questões globais, seja no que serefere à adequação dos respectivos papéis global e regional de umaperspectiva comparada.

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Bibliografia

Mudanças Globais: Diferentes Perspectivas Teóricas

KUPCHAN, Charles A. (2003), The End of the American Era: U.S.Foreign Policy and the Geopolitics of the Twenty-First Century. NewYork, Alfred A. Knopf.

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HURRELL, Andrew. (2007), On Global Order: Power, Value and theConstitution of International Society. Oxford, Oxford UniversityPress.

GOWAN, Peter. (2004), “Contemporary Intra-Core Relations andWorld System Theory”. Journal of World System Research, vol. 10nº 2.

HASS, Richard. (2008), “The Age of Nonpolarity: What Will FollowUS Dominance?”. Foreign Affairs, vol. 87, nº 3.

FIORI, José Luís. (2007), “A Nova Geopolítica das Nações e o Lugarda Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul”. Oikos, nº 8, anoVI.

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Contexto Regional

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EISENMAN, Joshua; HEGINBOTHAM, E e MITCHELL, D. (eds.).(2007), China and the Developing World: Beijing’s Strategy for theTwenty-First Century. New York, East Gate Books.

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Desempenho Econômico e Estratégias de Desenvolvimento

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KOHLI, Atul. (2004), State-Directed Development: Political Powerand Industrialization in the Global Periphery. Cambridge, CambridgeUniversity Press.

PEDERSEN, J. Dige. (2008), Globalization, Development and theState. London, Palgrave Macmillan.

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Alianças, Coalizões e Implicações Políticas

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ARMIJO, Leslie Elliott. (2007), “The BRICS Countries (Brazil, Russia,India and China): An Analytical Category, Mirage or Insight?”. AsianPerspective, vol. 31, nº 4.

NARLIKAR, Amrita e TUSSIE, Diana. (2004), “The G20 at theCancun Ministerial: Developing Countries and Their EvolvingCoalitions in the WTO”. World Economy, vol. 27, nº 7.

Pós-Graduação 93

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HURRELL, Andrew e NARLIKAR, Amrita. (2006), “A New Politicsof Confrontation? Brazil and India in Multilateral TradeNegotiations”. Global Society, vol. 20, nº 4.

OLIVEIRA, Amâncio Jorge de e ONUKI, Janina. (2007), CoalizõesSul-Sul e as Negociações Multilaterais. São Paulo, Mídia AlternativaEditora.

VIEIRA, Marco Antonio. (2008), Local Powers and South-SouthCoalition: Developing a Regional Approach to the Cases of India,Brazil and South Africa. Trabalho apresentado na Convenção Anualda International Studies Association (ISA), São Francisco, Califórnia,março.

TOKATLIAN, Juan. (2007), India, Brasil y Sudáfrica: El Impacto delas Nuevas Potencias Regionales. Buenos Aires, Libros del Zorzal.

VAZ, Alcides Costa (ed.). (2006), Intermediate States, RegionalLeardership and Security: India, Brazil and South Africa. Brasília,Editora UnB.

VILLARES, Fábio (org.). (2006), Índia, Brasil e África do Sul:Perspectivas e Alianças. São Paulo, Editora Unesp.

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