cadeia produtiva da cachaça

Upload: clesio-costa

Post on 08-Mar-2016

15 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

cadeia produtiva da cachaça.

TRANSCRIPT

Introduo

PAGE 21

EVANDRO SANTHIAGO BIASINI

A GESTO DA ADMINISTRAO DE MATERIAIS NO PROCESSO PRODUTIVO DA CACHAASo Paulo - 2007

EVANDRO SANTHIAGO BIASINI

A GESTO DA ADMINISTRAO DE MATERIAIS NO PROCESSO PRODUTIVO DA CACHAA

So Paulo - 2007

51Introduo

61.1A Agro-Indstria Prosa e Viola

72Os Recursos

72.1Os Recursos Patrimoniais

72.2Os Recursos Tecnolgicos

82.3Os Recursos Humanos

82.4Os Recursos Financeiros

92.5Os recursos Materiais

93Tecnologia

93.1Etapas da Produo Agrcola

93.1.1Adubao do solo

103.1.2Utilizao de mudas certificadas

103.1.3Colheita

113.1.3.1Produo e colheita da cana na Fazenda Alvorada

113.2A Produo Artesanal

113.2.1Moagem e Filtragem do Caldo de Cana

113.2.1.1Galpo de moagem

123.2.1.2Filtragem do caldo

143.2.1.3Moagem e filtragem do caldo na Fazenda Alvorada

133.2.2Fermentao

133.2.2.1Sala de fermentao

133.2.2.2Diluio do caldo

143.2.2.3Utilizao de nutriente natural

143.2.2.4Fermentao do caldo na Fazenda Alvorada

143.2.3Destilao

143.2.3.1Utilizao de destilador de cobre

153.2.3.2Utilizao de panela de at 2000 litros

153.2.3.3Separao das fraes (cabea, corao e cauda)

153.2.3.4Padronizao do produto

163.2.3.5Destilao do caldo na Fazenda Alvorada

163.2.4Armazenamento

163.2.4.1Utilizao da adega de armazenamento

163.2.4.2Utilizao de tonis de madeira ou outro material inerte

173.2.5Envelhecimento

173.2.5.1Envelhecimento da cachaa

173.2.5.2Tempo de Envelhecimento

173.2.5.3Envelhecimento da cachaa na Fazenda Alvorada

183.2.6Envase

183.2.7Rotulagem

183.2.7.1Rtulo

194Desempenho, Enfoques e Tendncias da Administrao de Materiais........

195O papel do estoque na empresa

206Concluso

217Bibliografia

1 Introduo

A aguardente da cana-de-acar, tambm conhecida como cachaa, um dos produtos mais conhecidos da cultura popular brasileira, e devido ao processo de globalizao ultrapassou os limites do territrio nacional tornando-se um produto de consumo mundial. Segundo o SEBRAE (2001), o agro-negcio da cachaa saiu de um volume de 418 milhes de litros para cerca de 1,5 bilhes de litros anuais entre os anos de 1970 e 1999, ou seja, mais que triplicou.Importada da Ilha da madeira pelos portugueses, a cana-de-acar chegou ao Brasil no sc. XVII. O vinho da cana de acar, tambm chamado de garapa azeda foi descoberto no engenho de Martin Afonso de Souza, na capitania de So Vicente. Esse vinho o lquido fermentado restante dos tachos de rapadura, e que era dado aos animais como alimento. Como os escravos eram tratados como animais pelos senhores de engenho, tambm bebiam a mistura. Foram eles quem fizeram a primeira destilao desse vinho. nova bebida foi dado o nome de "cagaa". A palavra cagaa se transformou rapidamente em cachaa, e a bebida passou a ser para os portugueses, um meio de compra de escravos na frica. Foi inicialmente no litoral sul do Rio de Janeiro que a produo de cachaa artesanal prosperou, sendo em seguida introduzida no estado das Minas Gerais, pois, com a descoberta de ouro no estado, os milhares de garimpeiros que l aportaram atrs de riquezas necessitavam de uma bebida de alto teor alcolico para aquecer as noites frias da Serra do espinhao.

Com o preo mais baixo do que o vinho do porto e da bagaceira, a cachaa roubou-lhes o mercado incomodando a Coroa portuguesa. A Coroa, alegando que a bebida prejudicava a extrao de ouro nas minas, tentou proibir por diversas vezes a sua produo e comercializao. No obtendo sucesso, optou por cobrar uma alta tributao sobre o valor da bebida mais consumida no estado. A cachaa ento, tornou-se um smbolo da resistncia a Portugal. Mesmo com toda a tradio inerente cachaa produzida artesanalmente, ainda era preciso melhorar. Foi ento que um pequeno fazendeiro do norte do estado na regio de Salinas, chamado Ansio Santiago, introduziu a tcnica de separar, durante a destilao, a cachaa em trs fraes de acordo com fase da destilao: cachaa de cabea (incio), de corao (meio) e de cauda (fim). Com essa nova tcnica, somente passou a ser envelhecida e comercializada aquela considerada nobre, a de corao. At h pouco tempo, a cachaa era uma bebida encontrada somente em "botecos, consumida por classes menos favorecidas e sendo marginalizada pelas elites. A origem pouco nobre talvez tenha sido o motivo do preconceito com o consumo da cachaa por parte da populao mais abastada.

Com a globalizao e com a abertura dos mercados, o produto passou a ser difundido e consumido mundialmente fazendo com que os produtores de cachaa artesanal se preocupassem com a profissionalizao do setor. Em 1988, foi criada no estado de Minas Gerais a AMPAQ Associao dos Produtores de Aguardente de Qualidade, numa parceria entre um grupo de produtores, universidades do estado, e o Instituto de Desenvolvimento do Estado de MG.

A partir deste ano, foram institudas pela AMPAQ normas de fabricao. A Associao criou tambm um selo de qualidade para o produto, o primeiro para bebidas alcolicas do pas.

Abaixo sero descritos procedimentos tidos como ideais em toda a cadeia de produo, para que se possam avaliar os efeitos e tendncias dessa profissionalizao do setor. Tambm ser usada para estudo de caso a empresa Agro-Indstria Prosa e Viola Ltda.. 2 Resumo

2.1 A Agro-Indstria Prosa e Viola

A Agro-Indstria Prosa e Viola Ltda. est situada na Fazenda Alvorada, que fica na pequena cidade chamada Morro da Gara, no serto mineiro. A empresa possui em seu quadro, um total de cinco funcionrios. Sua administrao dividida em dois setores distintos: Produtivo/ Financeiro, e o setor de Marketing/ Comercial.O departamento financeiro gerenciado pelo proprietrio da empresa. Para o departamento de marketing, existe uma gerente Comercial.

3 Os Recursos

3.1 Os Recursos PatrimoniaisA produo das cachaas Terra de Minas e Prosa e Viola, feita na prpria fazenda da Agro-Indstria Prosa e Viola Ltda.. A empresa tambm possui escritrio comercial prprio.

As dornas de ao inox usadas na fermentao do caldo de cana, os alambiques de cobre utilizados na destilao, os tonis e barris usados no envelhecimento de ambas as cachaas tambm so de propriedade da empresa.

Os tonis de carvalho utilizados no envelhecimento da cachaa Prosa e Viola foram importados em 2001. A cachaa Ter de Minas envelhecida em tonis de jequitib nacional.

3.2 Os Recursos TecnolgicosA empresa Agro-Indstria Prosa e Viola Ltda. tem em sua linha de produtos dois tipos diferentes de cachaa: A Prosa e Viola, uma autntica cachaa de Minas, preparada de modo artesanal, com fermentao natural e destilao em alambiques de cobre, e a Terra de Minas, Mineira de nome e de origem, a Cachaa Terra de Minastraz em sua produo as tradies da mais autntica bebida de nosso Estado (MG) (www.prosaeviola.com.br, 2007)A cachaa Prosa e Viola envelhecida por trs anos em tonis de carvalho, o que garante ao produto aroma e sabor suaves. uma cachaa para ser degustada pura em ocasies especiais.

A cachaa Terra de Minas envelhecida em tonis de jequitib, o que d cachaa um aroma especial sem alterar a sua colorao. Tambm so utilizados princpios ecologicamente corretos e a tecnologia necessria para produzir artesanalmente uma cachaa especial, totalmente pura, suave e de baixa acidez. A cachaa Terra de Minas desenvolvida especialmente para uso em drinks e coquetis. (www.prosaeviola.com.br, 2007)Todas as informaes tcnicas (forma de produo) se concentram na pessoa do diretor da empresa e produtor da cachaa. As diretrizes de produo esto formalizadas num documento que se chama manual da qualidade. Neste documento no so revelados os detalhes que caracterizam as particularidades da cachaa.A empresa no disponibiliza de nenhum tipo de softwares para gesto.3.3 Os Recursos Humanos

Em 07 de dezembro de 2006, a empresa Agro-Indstria prosa e Viola Ltda. recebeu do IPEM-SP (rgo acreditado pelo INMETRO) o certificado de qualidade INMETRO.Esse certificado contempla, alm de aspectos tcnicos, aspectos ambientais e o cumprimento da legislao trabalhista.

Em atendimento s leis trabalhistas, o produtor deve oferecer boas condies de trabalho aos empregados, no utilizar trabalho compulsrio, infantil ou adolescente. Deve fornecer equipamentos de proteo individual e segurana para funcionrios da fbrica, disponibilizar locais adequados para refeio e para uso sanitrio..Os funcionrios que trabalham que diretamente na produo ficam sob responsabilidade do produtor e diretor da empresa. tambm ele o responsvel pelo treinamento e acompanhamento das atividades executadas.O treinamento dos vendedores/representantes de responsabilidade da gerncia comercial. A rotatividade de representantes ainda grande devido ao fato de o produto ainda estar em fase de implantao no mercado.

3.4 Os Recursos Financeiros

A empresa Agro-Indstria Prosa e Viola Ltda., desde o incio de suas atividades investe em tecnologias para o processo produtivo e treinamento de mo-de-obra, buscando a confeco de um produto que atendesse as especificaes de qualidade.

A cachaa Prosa e Viola, teve sua produo iniciada em 2001, no entanto somente em 2004, depois de envelhecida por trs anos, chegou ao mercado. Durante esse perodo a sua produo foi constante, de modo a cumprir o planejamento comercial para atender o mercado consumidor em constante crescimento.Os recursos financeiros da empresa ficam a cargo do proprietrio, que diz ainda no existir um planejamento em investimentos prximos. No departamento financeiro, apenas so controladas as contas a pagar e a receber. Por se tratar de uma empresa relativamente nova (s entrou no mercado de fato em 2004), a movimentao financeira ainda pequena. Os investimentos que por ventura se fizerem necessrios, sero feitos de forma conservadora.3.5 Os recursos Materiais

A cana-de-acar utilizada na produo das cachaas Prosa e Viola e Terra de Minas plantada e colhida na prpria Fazenda Alvorada. So utilizadas mudas selecionadas. A empresa no se utiliza de agrotxicos. Para o engarrafamento das cachaas a empresa compra as garrafas, tampas, lacres e rtulos de fornecedor (es), e os armazena na prpria fazenda.

A compra desses insumos feita de acordo com o estoque. O acompanhamento do nvel de estoque feito pelo proprietrio da empresa (produtor).

Os fornecedores so escolhidos em funo do preo, condio de pagamento e qualidade do produto oferecido. A cada contato com um novo fornecedor, avaliada a possibilidade de se trabalhar tambm com esse fornecedor.

4 Tecnologia

Segundo a prpria empresa, so usadas na produo da cachaa Prosa e Viola e Terra de Minas tecnologias aliadas sabedoria do homem do campo, fertilidade do solo e a alegria das modas de viola (www.prosaeviola.com.br, 2007).4.1 Etapas da Produo Agrcola4.1.1 Adubao do soloPara o plantio da cana-de-acar necessrio que o solo no tenha excesso de umidade, seja rico em matrias orgnicas e minerais. necessrio que o solo seja do tipo leve. Solos pesados como os argilosos, por possurem uma drenagem deficiente so limitantes para esta cultura.

O primeiro passo para o plantio, fazer uma anlise do solo, onde sero verificadas as necessidades e deficincias que este solo apresenta. Com o resultado dessa anlise em mos, um engenheiro agrnomo recomenda as quantidades de calcrio e adubo a serem empregadas no solo.Para suprir eventuais carncias de minerais no solo e atender s exigncias da cana-de-acar, so utilizados os fertilizantes qumicos.

A matria-orgnica o fator que na produo agrcola, alm dos aspectos qumicos, preserva as propriedades fsicas e biolgicas do solo. No estado de Minas Gerais, por exemplo, a cana-de-acar plantada em todas as regies, mesmo em condies desfavorveis de solo.4.1.2 Utilizao de mudas certificadas

Os fatores determinantes na escolha das variedades de cana a serem utilizadas na formao do canavial so o local de implantao e cultura, e o perodo de fabricao da cachaa. O sucesso na produo tanto da cana-de-acar, quanto da cachaa depende do acerto nessa.

Quando so utilizadas mudas certificadas, o produtor tem a garantia de que se trata de um material gentico de boa qualidade. As caractersticas que tem que ser levadas em conta na escolha das variedades que sero utilizadas, so o perodo de maturao, o teor de acar, as exigncias em relao ao tipo de solo, a resistncia a doenas, a despalha e porte. As mudas certificadas so produzidas em estabelecimentos fiscalizados e atendem, tecnicamente, aos requisitos de germinao, resistncia a pragas e doenas e produtividade, dentre outros atributos.4.1.3 Colheita

Os agricultores de um modo geral costumam queimar a palha da cana-de-acar para facilitar o processo da colheita. Essa queima da palha elimina os microorganismos responsveis pela fermentao natural do caldo (micro biota) e acelera a deteriorao da cana-de-acar ainda no campo, pela converso mais rpida da sacarose em glicose e frutose. Alm disso, ocorre o acmulo de cinzas nas dornas de fermentao, agindo negativamente no processo fermentativo. Em relao ao paladar, o gosto de queimado pode ser facilmente identificado, o que deprecia a qualidade do produto. O corte da cana deve ser feito o mais rente possvel do solo. Essa prtica possibilita o aumento da longevidade do canavial, pois ocorre uma rebrota mais sabia e resistente dos rizomas. 4.1.3.1 Produo e colheita da cana na Fazenda Alvorada

A formao dos canaviais na Fazenda Alvorada se deu da seguinte forma: A colheita e anlise do solo, a seleo criteriosa da variedade de mudas da cana, foram preocupaes constantes na busca da melhoria do produto. A cana de acar utilizada para produzir as cachaas Prosa & Viola e Terra de Minas plantada na prpria Fazenda Alvorada. Seu plantio feito de maneira ecologicamente correta e sem o uso de agrotxicos. A cana colhida manualmente, sem queimadas, passa por rigorosa seleo e limpeza (www.prosaeviola.com.br, 2007).Para atingir o padro de qualidade desejado a empresa contou com a consultoria do professor da Universidade Federal de Viosa, Luiz Carlos da Silveira.

No existe um sistema de controle na produo dessa matria-prima.4.2 A Produo Artesanal

4.2.1 Moagem e Filtragem do Caldo de Cana

4.2.1.1 Galpo de moagem

O local onde ocorre a moagem da cana-de-acar deve ser aberto (com boa ventilao), com pisos que permitam uma boa lavagem. O tipo de piso mais usado o cimento. Qualquer que seja o piso escolhido, este no deve ser muito liso, a fim de se evitar que fique escorregadio e provoque acidentes. Recomenda-se o uso de pedra para o revestimento. Para proteger a cana dos efeitos nocivos da ao do sol e da chuva, necessrio que essa rea seja coberta.

No galpo de moagem, devem existir reas destinadas ao manuseio de matria-prima, moenda, operao, filtrao e decantao do caldo de cana, e, principalmente estocagem, visto que o volume de cana a ser moda calculado a partir da produo diria de cachaa.

A eficincia da extrao que vai definir o volume de cachaa produzido. Em moendas desprovidas de reguladores de presso essa eficincia gira em torno de 50% a 60%, podendo chegar a 70% dependendo do porte da moenda. 4.2.1.2 Filtragem do caldo

O caldo extrado nas moendas contm vrias impurezas grosseiras (bagacilho e terra principalmente), mesmo com todos os cuidados durante a colheita, transporte e estocagem. Essas impurezas devem ser retiradas do caldo, pois quanto mais limpo for o caldo destinado fermentao, menores as chances de contaminaes indesejveis e melhor a qualidade da fermentao. A manuteno e limpeza do alambique tambm se tornam mais fceis quando o caldo limpo. A limpeza do caldo feita mediante filtrao seguida de decantao. A filtrao o processo onde ocorre a separao das partculas maiores de bagao arrastadas pelo caldo durante a moagem. A decantao o processo onde so eliminadas as partculas slidas remanescentes no caldo filtrado. Este segundo processo consiste em deixar descansar o caldo nas dornas, para que as partculas mais densas se desloquem para o fundo do recipiente, sendo em seguida dispensados atravs de torneiras na parte inferior das dornas.A quantidade de matria-prima a ser estocada no galpo de moagem, para suprir a demanda da produo da cachaa, varia de acordo com quantidade de cana que ser moda diariamente. 4.2.2 Fermentao

4.2.2.1 Sala de fermentao

A sala onde se realizar a fermentao dever ter paredes espessas, revestidas com material impermevel e com amplas janelas que possam ser fechadas rapidamente. As telhas devem ser de barro, de forma que impeam a variao brusca de temperatura. A sala tambm deve ter boa iluminao, e com disponibilidade de gua para que sejam realizadas limpezas freqentes. Para evitar a transmisso de calor do solo para o interior da sala, o piso dever ser elevado.4.2.2.2 Diluio do caldo

O caldo de cana apresenta uma concentrao de acares variando entre 14 e 22 brix. A fermentao Ideal do caldo ocorre com uma concentrao de 15 brix, sendo necessrio, portanto a diluio do mesmo para garantir a estabilidade do fermento ao longo de todo o perodo fermentativo.

Quando o teor de est acar acima de 15 brix, a fermentao torna-se mais lenta e freqentemente incompleta, dificultando a multiplicao do fermento. As conseqncias de se destilar o caldo com fermentao incompleta so a ocorrncia de incrustaes no alambique e formao de furfural, substncia que provoca aroma e gosto indesejveis na cachaa. Um caldo cujo teor de acar est abaixo de 15 brix permite uma fermentao mais rpida, o que muito bom para a multiplicao do fermento. A conseqncia de se destilar um caldo com baixo teor de acares uma diminuio no rendimento industrial.

4.2.2.3 Utilizao de nutriente natural

Como caracterstica intrnseca na produo da cachaa artesanal, est a ausncia de qualquer produto qumico no processo de fermentao. Os produtores de cachaa de Minas Gerais se utilizam do fub de milho como nutriente natural no processo da fermentao.4.2.2.4 Fermentao do caldo na Fazenda Alvorada4.2.2.5 Moagem e filtragem e fermentao do caldo na Fazenda Alvorada

Imediatamente depois de colhida, a cana moda ainda no mesmo dia. O caldo de cana coado (filtrado) e decantado para eliminao de impurezas. Logo aps, feito um ajuste do teor de acar a fim de padronizar o caldo para sua fermentao (www.prosaeviola.com.br, 2007).A fermentao das cachaas Prosa e Viola e Terra de Minas feita em dornas de ao inox, sem adio de qualquer aditivo qumico. A fermentao feita a partir de nutrientes naturais como o fub, farinha de soja e o farelo de arroz. A sala de fermentao arejada, rigorosamente controlada, mantendo grande assepsia e higiene (www.prosaeviola.com.br, 2007).4.2.3 Destilao

4.2.3.1 Utilizao de destilador de cobreO cobre um elemento catalisador na oxidao de compostos sulfurados de aroma desagradvel, portanto o seu emprego na fabricao dos alambiques favorvel qualidade da cachaa.

So necessrios, no entanto cuidados especiais na manuteno dos alambiques de cobre, visto que os efeitos de uma m higienizao tornam-se visveis rapidamente com o aparecimento de uma colorao escura na cachaa associada ao azinhavre. A limpeza manual feita com limo e sal. Para evitar a oxidao do cobre e a contaminao da cachaa pelo metal, necessrio a cada parada do alambique encher a serpentina com gua.4.2.3.2 Utilizao de panela de at 2000 litros

Para os especialistas, uma cachaa de melhor aroma e sabor pode ser extrada a partir de uma panela de at 2000 litros.

4.2.3.3 Separao das fraes (cabea, corao e cauda)

Os produtos de uma destilao do vinho da cana-de-acar so divididos em trs fraes: cabea, corao e cauda. O destilado de corao, frao de melhor qualidade, dever apresentar o teor alcolico em torno de 45 a 50 GL. O destilado de cabea, obtido na fase inicial da destilao, mais rico em substncias volteis que o etanol e pode atingir graduao alcolica entre 65 e 70 GL. O destilado de cauda, ou gua fraca, obtido no final da destilao, apresenta teor alcolico abaixo de 38 GL e rico em produtos indesejveis, tais como furfural, cido actico, lcoois superiores e outros. Os destilados de cabea e de cauda comprometem o sabor da cachaa e prejudicam a sade do consumidor quando incorporados bebida.

4.2.3.4 Padronizao do produto

Os produtores de cachaa artesanal de Minas Gerais se utilizam de prticas especficas que mantm a identidade do seu produto. Essas prticas possibilitam a manuteno do aroma e do sabor, alm da composio qumica do produto que garantem o reconhecimento da sua marca.

A AMPAQ tambm responsvel por regras que garantem a qualidade da produo da cachaa artesanal.

O processo de padronizao inicia-se na implantao do projeto, com a definio dos seguintes tpicos:

A variedade de cana a ser plantada, As tcnicas de cultivo e colheita, Os tipos de equipamentos e instalaes, Os processos de moagem, de fermentao, de destilao, Envelhecimento. Esses fatores, quando bem determinados, proporcionam caractersticas permanentes ao produto.

4.2.3.5 Destilao do caldo na Fazenda Alvorada

A destilao das cachaas Prosa e Viola e terra de Minas feita em alambiques de cobre, para garantir a qualidade da cachaa. As primeiras e as ltimas pores sadas do alambique, chamadas respectivamente de cabea e cauda, so eliminadas devido presena de toxinas, causadoras de ressaca. Na destilao aproveitado apenas o corao, a parte mais nobre da cachaa (www.prosaeviola.com.br, 2007).4.2.4 Armazenamento

4.2.4.1 Utilizao da adega de armazenamento

Depois do fim da destilao, a cachaa armazenada numa adega especfica para manter a cachaa em boas condies ambientais de envelhecimento, reduzindo as perdas de destilado por evaporao. A construo das adegas segue especificaes tcnicas rigorosas, em que so determinados os padres de umidade, de temperatura e outros requisitos importantes para o descanso de cachaa. A adega permite, ainda, a selagem dos barris pelos rgos oficiais de controle.

4.2.4.2 Utilizao de tonis de madeira ou outro material inerte

Os tonis de armazenamento da cachaa devem ser feitos de madeira ou de algum outro material inerte, por exemplo, o ao inox.

Os tonis de madeira conferem bebida caractersticas especficas, tais como colorao, aroma, paladar. Estas caractersticas associadas marca do produtor so alguns dos fatores que definem a identidade do produto.

Ao contrrio, os tonis de ao inox no alteram as caractersticas originais do produto, o que tambm uma forma de criar uma identidade para o produto.4.2.5 Envelhecimento

4.2.5.1 Envelhecimento da cachaa

Para que a cachaa adquira boas qualidades de aroma e paladar, deve ser envelhecida em tonis de madeira. Ao trmino da destilao, a cachaa apresenta-se com uma colorao branca (transparente), um paladar agressivo e levemente amargo, caracterizando uma bebida nova. Ainda assim, deve apresentar propriedades qumicas, sabor e aroma tpicos de uma bebida de qualidade. O envelhecimento da cachaa faz com que ela se torne mais refinada em aroma e paladar. Alm disso, o envelhecimento modifica a colorao para tons amarelados e torna a cachaa macia, atenuando a sensao desidratante do lcool presente.

Durante todas as fases da produo, incluindo-se a matria-prima, fermentao, destilao, tipos de equipamentos, instalaes e higiene, a qualidade da cachaa afetada.

Apesar de amplamente consumida em Minas Gerais, a cachaa branca, no envelhecida, tem menor valor agregado que a cachaa envelhecida.

4.2.5.2 Tempo de Envelhecimento

O perodo de envelhecimento de 06 a 18 meses, segundo as prticas vigentes em Minas Gerais (perodo ideal para o conceito de cachaa de minas). No entanto, esse perodo est sujeito a flutuaes ocasionadas pela demanda do produto e poder econmico do proprietrio do alambique. Vale dizer tambm que quanto maior o perodo de envelhecimento, maior o valor agregado da bebida. 4.2.5.3 Envelhecimento da cachaa na Fazenda Alvorada

O envelhecimento da cachaa Prosa e Viola feito, por 03 anos, em barris de carvalho, o que torna a bebida madura e macia. A cachaa Prosa e Viola leve e extremamente suave. J a cachaa Terra de minas envelhecida por 1 ano em tonis de jequitib, uma madeira que no d cor, sabor ou cheiro na cachaa, deixando a cachaa totalmente transparente (www.prosaeviola.com.br, 2007).

Aps o envelhecimento e antes da cachaa ser engarrafada, todos os barris so analisados e liberados, de acordo com um padro estabelecido. Esse cuidado mais uma garantia de um produto de qualidade. Ao trmino de cada processo de destilao, necessrio armazenar o produto acabado em barris diferentes, pois, o prazo de envelhecimento deve ser observado como caracterstica da qualidade do produto.

4.3 EnvaseEnvase o acondicionamento do produto na respectiva embalagem. No caso da cachaa artesanal a embalagem utilizada a garrafa. Normalmente, essa garrafa de vidro, com volume lquido variando entre 600 e 1000 ml.

No envase, a cachaa transferida para a embalagem manualmente ou ainda, por uma enchedora, observando os cuidados de filtragem do destilado, sendo posteriormente fechada com tampa metlica, rolha ou conta-gotas.

Uma nova tendncia de mercado vem surgindo com intuito de promover a elitizao, sofisticao e diferenciao da cachaa: as garrafas de cermica. 4.3.1 Rotulagem

4.3.1.1 Rtulo

O rtulo serve para identificar o produto. Deve ser atrativo e conter informaes esclarecedoras para o consumidor. No rtulo deve constar ainda o Registro de Rtulo, que se refere ao atendimento s especificaes mnimas do Ministrio da Agricultura, conforme decreto 2.314, de 04/09/97, que dispe sobre a padronizao, a classificao, o registro, a inspeo, a produo e a fiscalizao de bebidas. 5 Desempenho, Enfoques e Tendncias da Administrao de Materiais

Embora a empresa Agro-Indstria Prosa e Viola Ltda. produza sua prpria matria-prima, necessrio lembrar que ela no produz as garrafas utilizadas no envase das cachaas. Seguindo as tendncias do mercado, a profissionalizao do setor e a constante preocupao com a qualidade do produto, a empresa desenvolveu uma enorme gama de embalagens para distribuir seu produto.

Para atender essa demanda a empresa foi obrigada a desenvolver fornecedores que garantissem um nvel de servio superior, compatvel com a qualidade de seu produto. A empresa iniciou seu processo produtivo em 2001, no entanto, s entrou no mercado realmente em 2004 aps o envelhecimento do seu primeiro lote produzido. Com apenas trs anos no mercado, a empresa ainda no dispe de indicadores de desempenho confiveis para que se possam avaliar as tendncias da administrao de materiais.

6 O papel do estoque na empresa

O estoque de matria-prima calculado de acordo com a quantidade de cana a ser moda para atendimento da produo diria.Os insumos, tais como garrafas, tampas, lacres e rtulos so estocados e controlados diretamente pelo proprietrio da empresa. A demanda desses materiais varia de acordo com o consumo de cachaa pelo mercado. No existe programao de compras nem preocupao com custos de estoques parados.7 Gesto de compras

O gerenciamento do estoque no se utiliza de softwares de gesto, nem tampouco planilhas. 8 Concluso

Apesar de ser uma empresa pequena com porte de empresa grande, a Agro-Indstria Prosa e Viola tem seu gerenciamento feito de forma amadora em todos os setores.

Percebe-se que no existe a preocupao com uma gesto informatizada. As compras de insumos so feitas de acordo com o nvel do estoque, sem nenhuma programao efetiva ou parceria com fornecedores.

Os estoques so mantidos sem nenhum estudo ou planejamento prvio, podendo gerar custos desnecessrios.

Com base no apresentado, este estudo mostra que ainda existe uma precariedade na gesto da administrao de materiais em empresas de pequeno porte.

Para alterar esse quadro seriam necessrias mudanas no perfil da gesto, a adoo de um planejamento estratgico associado adoo de mecanismos de controle de produo e estoque, e um planejamento em longo prazo para investimentos.

.

9 BibliografiaMARTINS, Petrnio Garcia; CAMPOS, Paulo Renato. Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais. So Paulo. Ed. Saraiva, 2003. http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_grad/trabalhos_grad_2006-1/cachaca.doc

http://www.ampaq.com.br/arquivos/etapas_para_producao.pdf

http://www.kinghost.com.br/dicionario/furfural.htmlhttp://www.sebraemg.com.br/arquivos/programaseprojetos/agronegocios/Cachaca/Cacha%C3%A7a%20MG.pdfTrabalho realizado para a disciplina de Gesto de Recursos Materiais e do Patrimnio como avaliao do 1 Bimestre do curso de Logstica com nfase em Transportes da Fatec Campus Zona Leste.

A cana de acar no pode ficar estocada por perodos maiores que um dia, pois com a perda de gua por evaporao, os aucares se cristalizam dificultando o processo de fermentao. Tambm possvel a contaminao da cana-de-acar por fungos e bactrias.

Brix uma medida total de slidos solveis no suco da fruta. Os slidos solveis se constituem basicamente de acares (sacarose, frutose e glucose) e por isso o Brix considerado basicamente como a percentagem de acar presente no suco. Para se referir ao Brix usamos o termo "graus Brix", o que equivale a uma porcentagem.

S.m. Qumica Substncia qumica lquida usada em muitas indstrias, na fabricao de nilon, plsticos e outros produtos. O furfural varia de cor, de incolor a amarelo; torna-se marrom-escuro quando exposto ao ar. Seus vapores irritam os olhos, o nariz e a garganta.

O tom amarelado depende do tipo da madeira utilizada na construo do tonel de envelhecimento.