ca sic avaliacao taxa prenhez

Anais do IX Seminário de Iniciação Científica, VI Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

19 a 21 de outubro de 2011

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AVALIAÇÃO DA TAXA DE PRENHEZ ENTRE DOIS PROTOCOLOS DE SINCRONIZAÇÃO DO ESTRO PARA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕ ES EM

RECEPTORAS PLURÍPARAS CRUZADAS (BOS TAURUS TAURUS X BOS TAURUS INDICUS)

Mariana de Carvalho Toledo2

Camila de Paula Santos2

Eduardo Freitas Velozzo3

Fausto Romualdo de Faria4

Klayto José Gonçalves dos Santos1*

Introdução

A transferência de embriões (TE) é amplamente utilizada no mundo, sendo que as receptoras exercem papel fundamental no sucesso dos programas que trabalham com esta biotecnologia. Um fator importante no sucesso da TE é o grau de sincronia entre o ciclo estral da doadora e das receptoras. A sincronização do estro das possíveis receptoras pode ser feita com um análogo da prostaglandina F2α (PGF2a) ou com protocolos que utilizam implantes de progesterona (P4). Também pode-se realizar a transferência de embriões em tempo pré-fixado (TETF), pelo uso de protocolos hormonais que sincronizam a ovulação, determinando assim o dia em que se deve realizar a inovulação.

A sincronização da ovulação em bovinos nos possibilita a concentração das ciclicidades entre as doadoras de embrião e as receptoras, limitando assim o período de observação do comportamento estral, aumentando de fêmeas disponíveis a inovulações, maximizando a TETF no Brasil Central (SANTOS, 2010)

Um grande número de protocolos hormonais para sincronização da ovulção de fêmeas bovinas vem sendo testado em vários países do mundo. Estudos recentes têm demonstrado que a utilização de análogos da prostaglandina F2α (PGF2α) e/ou do hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH) é capaz de sincronizar o estro/ovulação, podendo assim aumentar as taxas de concepção de rebanhos bovinos, principalmente quando administrada associada a progesterona (SANTOS, 2010). Objetivo

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de se determinar a taxa de detecção de estro e de prenhez de vacas cruzadas utilizadas como receptoras de embrião, submetidas a dois diferentes protocolos de sincronização do estro. Material e Métodos

O presente estudo foi desenvolvido na Fazenda São Miguel, localizada no município de Iporá-GO, entre os meses de novembro de 2010 a fevereiro de 2011. Foram utilizadas 200 1 Pesquisador da UEG – Laboratório de Reprodução Animal 2Bolsista PBIC/UEG 3 Zootecnista da UEG - Unidade Universitária de São Luis de Montes Belos 4 Médico Veterinário Autônomo Curso de Zootecnia, UEG - Unidade Universitária de São Luis de Montes Belos; CEP: 76100000, São Luis de Montes Belos – Goiás, Brasil. *[email protected]



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pluríparas cruzadas (1/2 Nelore X 1/2 Simental) paridas, com bezerros ao pé de idade entre cinco e seis meses. As vacas apresentavam boa condição corporal e foram mantidas em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandú, suplementadas com silagem de milho e sal mineralizado. Estas foram submetidas a dois protocolos hormonais para sincronização do estro, sendo o primeiro (PGF2a, n=130) feito com a aplicação, via intramuscular (IM), de 0,5 mg de cloprostenol sódico (análogo da PGF2a) em estágio aleatório do ciclo estral. No segundo protocolo (P4, n=70), também em estágio aleatório do ciclo estral, procedeu-se a implantação de um dispositivo intravaginal de P4 e aplicação (IM) de 2,0 mg de benzoato de estradiol (BE), sendo este considerado o dia zero (D0) do protocolo. Após cinco dias (D5), foi feita a aplicação (IM) de 400 UI de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) e de 0,5 mg de cloprostenol sódico. Sete dias após o início do protocolo (D7) foi feita a retirada dos dispositivos de P4, seguida da aplicação de 1,0 mg de BE (IM) após 24 horas (D8).

Para os dois protocolos foi feita observação visual do estro por cinco dias consecutivos, feita duas vezes ao dia (início da manhã e final da tarde) por pessoas devidamente treinadas. Oito dias após a detecção do estro as receptoras foram submetidas à TE cirúrgica.

Os embriões foram descongelados e transferidos para o corno uterino ipsolateral ao ovário em que foi detectada a presença do corpo lúteo (CL). Após 60 dias realizou-se o diagnóstico de gestação por palpação retal. A análise estatística foi realizada através do teste de qui-quadrado com ordem de significância de 5%. Resultados e Discussão

Entre as receptoras tratadas somente com PGF2α a taxa de detecção do estro foi de 50,76%, com taxas de prenhez de 73,33%. PINHEIRO et al. (1998) verificaram que 46,43% de vacas Nelore tratadas com duas doses de PGF2a em intervalos de onze dias, apresentaram sinais de estro após a segunda dose do luteolítico. BÓ et al. (2002), revisando sobre a eficiência de diferentes protocolos de sincronização do estro e/ou ovulação para receptoras de embrião, compilaram valores entre 50 e 60% para as taxas de detecção do estro e prenhez após o uso de PGF2a, em transferências realizadas entre sete e oito dias após verificação do comportamento estral em pluríparas. BÉNYEI et al. (2006) relataram taxas de prenhez de 41,00% após o uso de uma única dose de PGF2a em receptoras pluríparas cruzadas.

Portanto, os valores de detecção do estro após o uso do cloprostenol sódico obtidos neste experimento estão próximos aos relatados pela literatura. Já os índices de prenhez encontram-se acima daqueles descritos por outros autores.

Para as receptoras tratadas com protocolo hormonal com dispositivo intravaginal de P4, as taxas de detecção do estro e de prenhez foram, respectivamente, 90,00 e 37,25 %. Na revisão feita por BÓ et al. (2002), são relatadas taxas de prenhez de 62,00% em receptoras submetidas à TETF nove dias após o final do protocolo hormonal com aplicação de 2,0 mg de BE (IM) e 50 mg de P4 (IM) no momento da inserção do dispositivo intravaginal de P4. BÉNYEI et al. (2006) obtiveram 50,00% de prenhez em receptoras tratadas somente com implante intravaginal de P4 e inovulação sete dias após a detecção do estro. NASSER et al. (2004), utilizando protocolo semelhante ao deste experimento, verificaram que 90,70% dos animais ovularam e obtiveram 55,90% de prenhez em receptoras inovuladas oito dias após o final do protocolo, desde que estas apresentassem CL no dia da inovulação. Estes mesmos autores mencionaram o aumento no número de CL’s quando se utilizou o eCG no D5 do protocolo, aumentando assim a P4 circulante e a taxa de prenhez. No entanto, segundo NOGUEIRA et al. (2004), o uso do eCG aumentou as concentrações séricas de P4 mas não melhorou a taxa de prenhez de novilhas cruzadas receptoras de embrião.



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Considerações finais

Embora a eficiência do protocolo PGF2a em induzir o comportamento estral tenha sido menor, a superioridade na taxa de prenhez em relação o protocolo P4 sugere maior índice de ovulação e/ou melhor qualidade do corpo lúteo para o primeiro protocolo.

Referências BÉNYEI, B.; KOMLÓSI, I.; PÉCSI, A. et al. The effect of internal and external factor son bovine embryo transfer results in a tropical environment. Animal Reproduction Science, v.93, p.268-279, 2006. BÓ, G.A.; BARUSELLI, P.S.; MORENO, D. et al. The control of follicular wave development for selfappointed embryo transfer programs in cattle. Theriogenology, v.57, p.53-72, 2002. PINHEIRO, O.L.; BARROS, C.M.; FIGUEIREDO, R.A. Estrous behavior and the estrus-to-ovulation interval in Nelore cattle (Bos indicus) with natural estrus or estrus induced with prostaglandin F2a norgestomet and estradiol valerate. Theriogenology, v.49, n.3, p.667-681, 1998. NASSER, L.F.; REIS, E.L.; OLIVEIRA, M.A. et al. Comparison of four synchronization protocols for fixed-time bovine embryo transfer in Bos indicus X Bos taurus recipients. Theriogenology, v.62, p.1577-1584, 2004. NOGUEIRA, M.F.G.; MELO, D.S.; CARVALHO, L.M. et al. Do high progesterone concentrations decrease pregnancy rates in embryo recipients synchronized with PGF2a and eCG.Theriogenology, v.61, p.1283-1290, 2004. SANTOS, K, J, G.Efeito da progesterona na produção de embriões em novilhas Gir e Girolando. 2010. 114 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Goiás. Goiânia.

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