c_31_60_transposição de cursos d`água

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  • MINISTRIO DO EXRCITO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    OPERAES DETRANSPOSIO

    DE CURSOS DE GUA

    2 Edio

    1996

    C 31-60

  • CARGA

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    MINISTRIO DO EXRCITO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    OPERAES DETRANSPOSIO

    DE CURSOS DE GUA

    C 31-60

    2 Edio

    1996

  • PORTARIA N 110 - EME, DE 06 DE NOVEMBRO DE 1996

    Aprova o Manual de Campanha C 31-60 - Operaes de Transposiode Cursos de gua, 2 Edio, 1996.

    O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXRCITO, no uso da atribuioque lhe confere o artigo 91 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NO MINIST-RIO DO EXRCITO, aprovadas pela Portaria Ministerial N 433, de 24 de agostode 1994, resolve:

    Art. 1 Aprovar o Manual de Campanha C 31-60 - OPERAES DETRANSPOSIO DE CURSOS DE GUA, 2 Edio, 1996, que com esta baixa.

    Art. 2 Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicao.

    Art. 3 Revogar o Manual de Campanha C 31-60 - OPERAES DETRANSPOSIO DE CURSOS DE GUA, 1 Edio, 1986, aprovado pela PortN 055-EME, de 03 Nov 86.

    Gen Ex DELIO DE ASSIS MONTEIROChefe do Estado-Maior do Exrcito

  • NOTA

    Solicita-se aos usurios deste manual a apresentao de suges-tes que tenham por objetivo aperfeio-lo ou que se destinem supressode eventuais incorrees.

    As observaes apresentadas mencionando a pgina, o pargrafoe a linha do texto a que se referem, devem conter comentrios apropriadospara seu entendimento ou sua justificao.

    A correspondncia deve ser enviada diretamente ao EME, deacordo com o artigo 78 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NO MINIST-RIO DO EXRCITO, utilizando-se a carta-resposta constante do final destapublicao.

  • NDICE DOS ASSUNTOS

    Prf Pag

    CAPTULO 1 - GENERALIDADESARTIGO I - Introduo ............................................. 1-1 a 1-3 1-1ARTIGO II - Consideraes Iniciais .......................... 1-4 1-2ARTIGO III - Conceitos Bsicos ................................ 1-5 a 1-21 1-3

    CAPTULO 2 - INTELIGNCIA ................................... 2-1 a 2-3 2-1

    CAPTULO 3 - ASPECTOS TTICOS DAS OPE-RAES DE TRANSPOSIO DECURSOS DE GUA NA OFENSIVA

    ARTIGO I - Consideraes Bsicas ........................ 3-1 e 3-2 3-1ARTIGO II - Planejamento e Execuo das

    Operaes ............................................ 3-3 a 3-6 3-3ARTIGO III - Segurana ............................................ 3-7 3-25ARTIGO IV - Dissimulao Ttica, Camuflagem e

    Fumgenos............................................ 3-8 a 3-13 3-26ARTIGO V - Treinamento e Ensaio........................... 3-14 e 3-15 3-32ARTIGO VI - Comando e Controle ............................. 3-16 e 3-17 3-32ARTIGO VII - Operaes Aeroterrestres e

    Aeromveis ........................................... 3-18 e 3-19 3-35

    CAPTULO 4 - MEIOS E SELEO DOS LOCAISDE TRAVESSIA

    ARTIGO I - Meios de Travessia .............................. 4-1 a 4-5 4-1

  • ARTIGO II - Seleo dos Locais de Travessia ......... 4-6 a 4-8 4-4

    CAPTULO 5 - TRANSPOSIO DE CURSOSDE GUA EM OPERAESDEFENSIVAS ...................................... 5-1 a 5-5 5-1

    CAPTULO 6 - APOIO AO COMBATE

    ARTIGO I - Apoio de Artilharia ................................ 6-1 a 6-4 6-1ARTIGO II - Apoio de Engenharia ............................ 6-5 6-4ARTIGO III - Apoio de Comunicaes ....................... 6-6 e 6-7 6-7ARTIGO IV - Apoio de Guerra Eletrnica .................. 6-8 e 6-9 6-10

    CAPTULO 7 - APOIO LOGSTICO

    ARTIGO I - Generalidades ...................................... 7-1 7-1ARTIGO II - Atividades Logsticas Essenciais .......... 7-2 a 7-4 7-2ARTIGO III - Circulao e Controle de Trnsito ........ 7-5 a 7-10 7-4

    CAPTULO 8 - TRANSPOSIO SOB CONDIESESPECIAIS DE COMBATE ................. 8-1 e 8-2 8-1

    CAPTULO 9 - PLANOS DE TRAVESSIA E DEMOVIMENTO

    ARTIGO I - Plano de Travessia ............................... 9-1 a 9-3 9-1ARTIGO II - Plano de Movimento ............................. 9-4 e 9-5 9-3

    CAPTULO 10 - ATIVIDADES DE OUTROSSISTEMAS

    ARTIGO I - Prisioneiros de Guerra .......................... 10-1 10-1ARTIGO II - Assuntos Civis ...................................... 10-2 10-2

    ANEXO A - MATERIAL DE TRANSPOSIO DECURSOS DE GUA OBSTCULOS .. A-1 a A-7 A-1

    ANEXO B - EXEMPLO DE UM PLANO DETRANSPOSIO ................................ B-1

    ANEXO C - EXEMPLO DE UM PLANO DE CIRCU-LAO E CONTROLE DE TRNSITO C-1

  • ANEXO D - EXEMPLO DE UM QUADRO BASEPARA A TRAVESSIA DE UM BATA-LHO DE INFANTARIA EM VAGASDE BOTE DE ASSALTO ..................... D-1

    ANEXO E - EXEMPLO DE UMA ARTICULAO DEBRIGADA PARA A TRAVESSIA UTILI-ZANDO VAGAS DE ASSALTO ........... E-1

    ANEXO F - EXEMPLO DE QUADRO DAS NECES-SIDADES EM MATERIAL E PESSOALDE ENGENHARIA PARA A TRANSPO-SIO DE UM CURSO DE GUA, PORUMA DIVISO DE EXRCITO ............ F-1

    ANEXO G - EXEMPLO DE UM PROGRAMA DETREINAMENTO ................................... G-1

    ANEXO H - EXEMPLO DE UM QUADRO DETRAVESSIA ......................................... H-1 e H-2 H-1

  • CAPTULO 1

    GENERALIDADES

    ARTIGO I

    INTRODUO

    1-1. FINALIDADE

    Este manual destina-se a estabelecer os princpios doutrinrios para oplanejamento e a execuo das operaes de transposio de cursos de gua.

    1-2. OBJETIVO

    Apresentar os aspectos tticos e tcnicos das operaes de transposiode cursos de gua, aplicveis a todos os tipos de guerra, tanto nas operaesofensivas quanto nas defensivas, com a presena do inimigo.

    1-3. AMBIENTE OPERACIONAL

    a. As operaes de transposio de cursos de gua, normalmente, sonecessrias em qualquer ambiente operacional que permita a manobra terres-tre e onde sejam empregadas tticas e armas convencionais.

    b. Em reas operacionais do continente (AOC), criterioso estudo dessetipo de operao com caractersticas especiais deve ser realizado, consideran-do-se a existncia de um grande nmero de rios, obstculos nos provveisTeatros de Operaes.

    c. Para fins de planejamento de uma operao de transposio, os cursosde gua so classificados em:

    (1) curso de gua obstculo - todos os cursos de gua no-vadeveis;(2) curso de gua obstculo de vulto - todos os cursos de gua com

    largura entre cem e trezentos metros;

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    (3) curso de gua obstculo de grande vulto - todos os cursos de guacom largura superior a trezentos metros.

    d. Tendo em vista a grande quantidade de meios necessrios para aexecuo de uma transposio de curso de gua, obstculo de grande vulto, oExrcito de Campanha o escalo da Fora Terrestre mais apto a realizar essetipo de operao.

    e. A Diviso de Exrcito apta a realizar a operao nos demais cursosde gua. No obstante, normal esse escalo necessitar, para a execuo datransposio, do apoio do exrcito de campanha em material para a travessia,tropas de engenharia, unidades geradoras de fumaa, polcia do exrcito,artilharia e de um maior apoio aerottico.

    f. Durante a execuo de uma transposio de curso de gua obstculo,as foras terrestres so altamente vulnerveis s aes da fora area inimiga.H, portanto, necessidade de uma grande integrao entre as foras terrestree area, sendo imprescindvel que, no mnimo, seja obtida a superioridadearea local, na rea de travessia.

    g. Em reas operacionais do continente as condies de dispersoexistentes nos grandes espaos vazios apresentam oportunidades freqentespara o movimento de unidades por infiltrao, precedendo e facilitando asoperaes de transposio.

    ARTIGO II

    CONSIDERAES INICIAIS

    1-4. ASPECTOS GERAIS DAS OPERAES DE TRANSPOSIOa. O objetivo de qualquer operao de transposio levar o poder de

    combate atravs de um obstculo aqutico, assegurando a integridade e aimpulso de nossas foras. As travessias devem ser as mais rpidas, oportunase sigilosas possvel, sendo essencial que os rios sejam cruzados sem perda detempo, dando continuidade s operaes em curso.

    b. Uma operao de transposio de curso de gua obedece, geralmen-te, ao seguinte desenvolvimento:

    (1) obteno de conhecimentos;(2) planejamento;(3) execuo.

    c. A obteno de conhecimentos inclui:(1) reunio de conhecimentos fornecidos pelos rgos de inteligncia;(2) reunio de conhecimentos de combate;(3) reunio de dados obtidos atravs de reconhecimentos terrestres e

    areos.

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    d. O planejamento, geralmente tem a seguinte diviso:(1) fase preliminar, anterior ao recebimento da diretriz;(2) fase inicial, aps o recebimento da diretriz do escalo superior, e

    baseado na concepo da manobra do escalo considerado;(3) fase final, que se inicia com a deciso do comandante.

    e. A fase de planejamento final inclui:(1) preparao do plano de transposio e de seus anexos;(2) expedio do plano de transposio, j aprovado pelo comandante,

    e distribuio das ordens necessrias;(3) assistncia aos escales subordinados na organizao e execuo

    de seus planos;(4) realizao de treinamentos, quando o tempo disponvel e a situao

    ttica permitirem.f. A execuo inclui a operao como um todo, englobando:

    (1) o avano para o rio;(2) a reunio e a preparao para a travessia;(3) o assalto;(4) o avano na segunda margem e o estabelecimento da cabea-de-

    ponte;(5) a manuteno da cabea-de-ponte e a adoo de providncias para

    o prosseguimento da prpria fora ou para apoiar uma ultrapassagem, quandofor o caso.

    ARTIGO III

    CONCEITOS BSICOS

    1-5. OPERAO DE TRANSPOSIO DE CURSO DE GUA OBSTCULO

    a. Durante uma ofensiva, a transposio de um curso de gua obstculo,que no disponha de passagens utilizveis e cuja segunda margem se encontradefendida pelo inimigo, constitui-se numa operao com caractersticas espe-ciais. Essa operao comporta, normalmente, a conquista e a manuteno deuma cabea-de-ponte, como ao preliminar para o prosseguimento da opera-o ofensiva.

    b. As caractersticas de um curso de gua obstculo de grande vulto,podero inviabilizar a construo e a manuteno de uma passagem contnuasobre o rio. Neste caso, o comandante dever considerar se a conquista emanuteno da cabea-de-ponte sero viveis sem contar com qualquer meiocontnuo de travessia. Caso conclua por sua inviabilidade, a operao terrestredever evoluir para uma operao combinada ou conjunta.

    c. Durante uma operao defensiva, o retraimento de foras que realizamum movimento retrgrado, atravs de um rio obstculo, sob a ao do inimigo,requer, tambm, planejamento detalhado e um controle centralizado.

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    d. A transposio de um curso de gua obstculo uma operaoespecial que apresenta as seguintes caractersticas:

    (1) necessita de grande quantidade de equipamento peculiar e depessoal especialmente instrudo;

    (2) o comando e o controle das unidades e grandes unidades socomplexos, em face das restries de espao, trfego e comunicaes.

    1-6. TIPOS DE TRANSPOSIO NA OFENSIVAa. Transposio imediata - uma operao de transposio de um

    curso de gua obstculo, executada com meios j disponveis ou que possamser obtidos em curto prazo, sem interrupo das operaes em curso parapreparativos de vulto. Observa, com cuidado, os princpios de guerra: dasurpresa e da simplicidade.

    b. Transposio preparada - uma operao de transposio de umcurso de gua obstculo, executada aps meticuloso planejamento e amplospreparativos, visando a concentrar a fora e os meios necessrios paradesencadear, inicialmente, um ataque na margem oposta. Vale-se, com nfase,dos princpios de guerra: da massa e da unidade de comando.

    1-7. TRAVESSIA DE OPORTUNIDADEA travessia de oportunidade caracteriza-se pela ausncia de ao do

    inimigo no curso de gua, no se constituindo, portanto, em uma das operaesde transposio de curso de gua obstculo. O planejamento fica restrito aosproblemas tcnicos de engenharia na construo e utilizao dos meios detravessia, e aos problemas de controle de trnsito.

    1-8. CABEA-DE-PONTE (C Pnt) uma rea ou posio, na margem oposta de um curso de gua ou

    desfiladeiro, que uma fora conquista e mantm numa ofensiva ou mantmdurante uma defensiva, a fim de assegurar as melhores condies para oprosseguimento das operaes.

    1-9. LINHA DE CABEA-DE-PONTE (L C Pnt)

    uma linha, identificada por acidentes do terreno, utilizada para delimitara rea de uma cabea-de-ponte.

    1-10. FRENTE DE TRAVESSIA (Fr Tva)

    a. a extenso da linha do curso de gua, selecionada na zona de aode um elemento, para realizar uma transposio de curso de gua obstculo.

    b. Para uma diviso de exrcito, a frente de travessia a parte de suazona de ao selecionada para o emprego da maioria de seus meios, visandoao estabelecimento de uma cabea-de-ponte e buscando obter o resultado

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    decisivo para o cumprimento de sua misso (Fig 1-1). Nas frentes noselecionadas para a travessia, normalmente, so realizadas aes secundri-as, tais como: fixao, dissimulao ttica, manuteno do contato e vigilncia.

    c. Para os escales empregados pela diviso de exrcito (brigadas,batalhes, regimentos) numa cabea-de-ponte, a frente de travessia a prpriazona de ao desses escales.

    d. Pelas caractersticas e natureza da operao, normal e necessrioque as Fr Tva em uma operao de transposio de curso de gua obstculode grande vulto sejam maiores do que as das outras transposies. Estanecessidade imposta, tanto pelo aumento do efetivo em pessoal e materialempregado em primeiro escalo, particularmente, os de apoio ao combate,quanto pela necessidade de dissimulao em grande escala.

    1-11. LOCAIS DE TRAVESSIA (Loc Tva)

    a. So os locais favorveis utilizao dos meios de travessia: botes deassalto, viaturas anfbias, passadeiras, portadas e pontes.

    b. Recebem as seguintes denominaes:

    1-12. REA DE TRAVESSIA (A Tva)

    a. So estabelecidas para os elementos de manobra de primeiro escaloda diviso, visando a facilitar o controle do fluxo de tropas, de equipamentos ede suprimentos que se dirigem para a margem do rio.

    b. Uma rea de travessia contm (Fig 1-1):(1) um ou mais locais de travessia (de assalto, de portada, de

    passadeira ou de ponte);(2) o terreno circunvizinho aos locais de travessias sujeito aos fogos

    inimigos;(3) o espao necessrio para os equipamentos de transposio;(4) o espao necessrio para a disperso dos comboios.

    DENOMINAO SIMBOLOGIA

    Local de Travessia de Assalto(Loc Tva Ass)

    Local de Passadeira(Loc Psd)

    Local de Portada Leve ou Pesada(Loc Prtd Lv - Loc Prtd P)

    Local de Ponte(Loc Pnt)

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    A

    Tva

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    c. Em princpio, a rea de travessia abrange uma faixa do terreno de 2 kma 3 km de profundidade, em cada margem, a partir do curso de gua. Essaprofundidade pode ser alterada em funo da anlise de certos fatores, taiscomo: o terreno, a ao do inimigo, os elementos a transpor, o valor doscomandos da rea de travessia e o tipo de transposio.

    Fig 1-1. Frente de travessia de uma DE

    1-13. COMANDANTE DA FORA DE TRANSPOSIO (Cmt F Trsp)

    o comandante da operao. Exerce esta funo o comandante do maisalto escalo diretamente envolvido na operao.

    1-14. COMANDANTES DA TRAVESSIA (Cmt Tva)

    So designados pelo comandante da fora de transposio e recebe delea autoridade para executar o Plano de Travessia (Pl Tva), coordenando ostrabalhos dos comandantes das reas de travessia. Numa transposio decurso de gua de grande vulto, os comandantes de diviso exercero essasfunes. Numa transposio planejada e executada por uma diviso de

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    exrcito, o Cmt Tva pode ser um dos oficiais do EM da diviso. Normalmente,ser designado o chefe do estado-maior.

    1-15. COMANDANTES DAS REAS DE TRAVESSIA (Cmt A Tva)

    So designados pelos comandantes das foras de assalto em cuja zonade ao foi estabelecida a rea de travessia e recebem autoridade para exercero controle absoluto dos meios de travessia e do trnsito no interior da rea. Elesasseguram que o plano de travessia seja apropriadamente executado e que nohaja concentrao indevida de equipamentos e pessoal no interior da rea. Ocomandante da rea de travessia pode ser um dos oficiais do estado-maior dafora, o chefe do estado-maior de grandes unidades ou o comandante dobatalho de assalto em uma rea de travessia secundria.

    1-16. VAGA DE ASSALTO

    a denominao dada a um conjunto de botes de assalto ou viaturasanfbias, que atravessa o rio simultaneamente, sem a preocupao de alinha-mento, e com a finalidade de transportar os integrantes das unidades de assaltode primeiro escalo.

    1-17. VAGA DE BOTES PRPRIOS (VBP)

    a vaga de assalto que emprega botes de assalto ainda no utilizadosna travessia.

    1-18. VAGA DE RETORNO (VR)

    a vaga de assalto onde so empregados botes j utilizados em outra(s)vaga(s) de assalto.

    1-19. ZONA DE REUNIO FINAL DE MATERIAL DE ENGENHARIA (ZRFME)

    a. a regio onde a engenharia rene o material de assalto para atransposio (Fig 1-2).

    b. Caractersticas(1) Ser de fcil identificao, tanto para as tropas de engenharia quanto

    para as foras de assalto.(2) Estar a coberto da observao terrestre do inimigo.(3) Ser acessvel s viaturas anfbias e s viaturas que transportam os

    botes de assalto e as passadeiras.(4) Estar distante de 100 a 400 metros do curso de gua.(5) Ter acesso fcil e direto aos Loc Tva, por meio de pista, picadas, etc.

    c. Numa transposio onde as foras de assalto utilizam viaturas anfbiasou helicpteros, as ZRFME no so estabelecidas. As viaturas anfbias saemdiretamente das zonas de reunio inicial de material de engenharia (ZRIME)para a travessia do curso de gua obstculo.

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    1-20. ZONA DE REUNIO INICIAL DE MATERIAL DE ENGENHARIA (ZRIME)

    a. a regio na qual a engenharia rene seu material de transposio eoutros equipamentos necessrios operao, para posterior utilizao.

    b. A utilizao de vrias ZRIME, dentre as quais os prprios locais ondea engenharia divisionria mantm os seus meios de transposio estaciona-dos, tem por finalidade reduzir a vulnerabilidade do material atravs dadisperso e facilitar as medidas de dissimulao, embora impliquem emmaiores necessidades de coordenao e controle.

    c. Caractersticas(1) Estar fora do alcance da artilharia leve do inimigo.(2) Estar a coberto da observao terrestre e area do inimigo.(3) No revelar o principal local de travessia.(4) Estar servida por uma boa rede de estradas.

    d. Normalmente, uma ZRIME pode corresponder vrias ZRFME(Fig 1-3).

    Fig 1-2. Esquema de uma ZRFME

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    Fig 1-3. Esquema de localizao de uma ZRIME e de diversas ZRFME

    1-21. DOSAGEM PARA LOCAIS DE TRAVESSIA

    a. Local de travessia de assalto ( Loc Tva Ass)(1) Para cada elemento de assalto de valor unidade, seleciona-se, em

    princpio, um local de travessia de assalto.(2) Dependendo do grau de disperso desejado, um Loc Tva Ass deve

    ter um trecho contnuo de cerca de quinhentos a dois mil metros.

    b. Local de passadeira (Loc Psd)(1) Em princpio, previsto um Loc Psd por brigada de assalto, seja

    para a travessia de seu elemento reserva, seja para fins logsticos.(2) As passadeiras no devem ser empregadas em rios com largura

    superior a 150m, bem como em rios com correnteza superior preconizada emseus manuais.

    (3) Em cursos de gua obstculos, at quarenta metros, desde que ofogo inimigo possa ser neutralizado da primeira margem, as passadeiras podemsubstituir os botes de assalto. Neste caso, desejvel uma passadeira porpeloto em primeiro escalo ou, no mnimo, uma por companhia ou equivalenteem primeiro escalo.

    c. Local de portada (Loc Prtd)(1) Como dado inicial de planejamento adota-se, para cada brigada

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    empregada em primeiro escalo, uma dosagem mnima de locais de portadas,que a seguinte:

    (a) dois locais de portadas pesadas;(b) um local de portadas leves.

    (2) Para unidades e subunidades subordinadas diretamente diviso- batalho, regimento, esquadro - a dosagem de locais de portadas para esseselementos depende, principalmente, dos meios existentes, dos meios a trans-por e das misses a elas atribudas, no havendo valor bsico prefixado.

    (3) Da anlise de determinados fatores, pode surgir a necessidade dehaver alteraes na dosagem bsica de locais de portadas, para atender a umabrigada em primeiro escalo. So fatores que podem conduzir a uma modifica-o:

    (a) a misso da brigada;(b) o esquema de manobra adotado pela brigada;(c) a necessidade de rapidez no prosseguimento;(d) as caractersticas e as condies do curso de gua;(e) o dispositivo e as possibilidades do inimigo;(f) o tipo de brigada empregada;(g) o recebimento pela brigada de meios adicionais, como por

    exemplo, carros de combate;(h) os meios de transposio disponveis em quantidade e/ou tipos

    de equipagens.(4) Dosagem de portadas por Loc Prtd

    1-21

    Largura docurso degua (m)

    Nr Prtdoperando por

    localPrtd reserva

    Nr total deportadas por

    local

    Nr total de Prtdpor Bda em 1 Esc

    Prtd L Prtd P

    at 100 1 1 2 2 4

    100 a 200 2 1 3 3 6

    200 a 300 3 1 4 4 8

    300 a 400 4 2 6 6 12

    400 a 500 5 2 7 7 14

    500 a 600 6 2 8 8 16

    600 a 700 7 2 9 9 18

    700 a 800 8 3 11 11 22

    800 a 900 9 3 12 12 24

    900 a 1000 10 3 13 13 26

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    (5) Tecnicamente no compensadora a utilizao de portadas levesem cursos de gua de largura inferior a quarenta e cinco metros e de portadaspesadas em cursos de gua de largura inferior a setenta e cinco metros. Asituao ttica, entretanto, pode impor a utilizao de portadas em rios comlarguras inferiores s previstas como mnimas, do ponto de vista tcnico.

    d. Local de ponte (Loc Pnt)(1) Dosagem ideal

    (a) Transposio de cursos de gua obstculo de vulto: uma pontepor brigada em 1 escalo ou duas por diviso.

    (b) Transposio de curso de gua obstculo de grande vulto: umapor diviso.

    (2) As caractersticas do curso de gua obstculo de grande vultopodero inviabilizar a construo de pontes de equipagens. Se, mesmo assim,a operao for desencadeada a dosagem de portadas poder ser aumentadaa fim de aumentar o fluxo de meios para a segunda margem.

    1-21

  • CAPTULO 2

    INTELIGNCIA

    2-1. GENERALIDADESa. O conhecimento completo, oportuno e preciso capacita o comandante

    a preparar melhor um plano exeqvel para a transposio de curso de gua.b. Tanto o conhecimento produzido pela atividade de inteligncia ao nvel

    estratgico quanto a de combate so utilizados no planejamento inicial doescalo exrcito de campanha.

    c. A obteno de conhecimentos antes e durante o perodo de planeja-mento essencial.

    2-2. INFORMAES GERAIS

    a. Os conhecimentos fornecidos pelas atividades de inteligncia estrat-gica so difundidos para os escales inferiores, antes e durante o avano parao rio. D-se nfase aos conhecimentos necessrios engenharia, para resolveros problemas tcnicos de lanamento e operao das pontes e portadas.

    b. Aspectos que devem ser esclarecidos pela atividade de Inteligncia(1) As possibilidades do inimigo para se opor transposio, incluindo:

    tticas, a disponibilidade e a eficincia do apoio areo, e linhas de aoprovveis, durante e aps o estabelecimento de uma cabea-de-ponte.

    (2) As caractersticas do curso de gua, incluindo:(a) a largura e a profundidade do curso de gua;(b) a possibilidade de sua transposio a vau por tropas e veculos;(c) a velocidade e as caractersticas da corrente;(d) a existncia de correntes transversais, de correntes descen-

    dentes e de correntes de mar;(e) a altura, a inclinao e as condies das margens;

    2-1

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    2-2

    (f) as condies do leito do rio;(g) a localizao de obstculos (ilhas, bancos de areia, pontes

    destrudas, etc);(h) a localizao de barragens e outras obras e seus efeitos nas

    caractersticas do curso de gua;(i) as possibilidades de inundao e congelamento.

    (3) Os obstculos naturais e artificiais, inclusive os dados sobre sualocalizao, sua extenso e seu possvel efeito sobre o movimento das tropasa p e dos veculos.

    (4) Os efeitos tticos das condies meteorolgicas e do terreno,incluindo:

    (a) o terreno em ambas as margens do curso de gua;(b) os informes relacionados com as reas de reunio e disperso;(c) as cobertas e os abrigos nas proximidades dos locais de

    travessia;(d) as melhores vias de acesso para o rio e para os objetivos na

    margem inimiga;(e) as posies para as armas de apoio, os postos de observao

    e as instalaes de apoio administrativo;(f) o emprego do terreno pelo inimigo para a defesa;(g) os objetivos e o espao para a manobra e para a reorganizao

    de nossas prprias tropas;(h) os efeitos das precipitaes sobre os locais onde a trafegabilidade

    precria;(i) os efeitos das precipitaes ocorridas nos locais de travessia ou

    a montante deles, sobre a profundidade, a largura e a velocidade do rio;(j) as restries visibilidade causadas pelos fatores

    meteorolgicos;(l) os efeitos da velocidade e direo do vento e da precipitao

    sobre o emprego dos fumgenos e incendirios;(m) os fatores meteorolgicos que podem afetar o emprego dos

    agentes qumicos e do apoio areo;(n) outros dados sobre os fatores meteorolgicos que podem afetar

    favorvel ou desfavoravelmente as operaes de transposio de curso de gua.(5) A rede de estradas e os itinerrios de acesso, incluindo:

    (a) a largura, as condies da chapa de rolamento e a capacidadedas estradas;

    (b) as estradas e as pistas de acesso e sada dos Loc Tva;(c) os dados referentes aos itinerrios de progresso, alm da

    cabea-de-ponte planejada.(6) Os Loc Tva, incluindo detalhes sobre a localizao e as caracters-

    ticas de cada um.(7) Os recursos locais na rea, incluindo os dados sobre as disponibi-

    lidades em estruturas de ao, ferramentas, areia, cascalho, botes, barcaas,balsas, madeira etc. Os recursos locais utilizveis na travessia propriamentedita tero grande utilidade, principalmente nas transposies de cursos de guaobstculos de vulto e de grande vulto e nas transposies imediatas.

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    2-3. RELATRIO ESPECIAL PARA TRANSPOSIO

    Um relatrio especial para transposio de um curso de gua inclui todosos dados relacionados com o plano final para a operao. Este relatrio podeser escrito e, como tal, constitui normalmente um anexo aos documentos deinteligncia. O relatrio pode ser apresentado sob a forma de uma cartatopogrfica especial (Fig 2-1) que mostre os dados essenciais, tais como: oslocais de pontes existentes, valor da corrente, o dispositivo e as instalaesinimigas, os obstculos, a rede de estradas e outros dados de interesse. Taisesboos podem ser o resultado de atualizaes com imagens de satlite ou ouso da prpria carta militar.

    Fig 2-1. Exemplo de um relatrio especial para transposio

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    LEGENDA

    1 - Solo transitvel por todas as viaturas de combate e de apoioao combate da diviso. Em tempo chuvoso, evitar as partesbaixas do terreno. Trabalhos de escavao relativamentefceis. Solo de aluvio com numerosos depsitos de cascalhoe cascalho com areia, adequados para trabalhos de estradas.Madeira local estritamente limitada.

    2 - rea de concentrao para fora mvel de contra-ataque(Relatrio de PG).

    3 - Ponto forte inimigo para 150 homens (estimativa) ( Relatrio dePG)

    4 - Posio de apoio para 500 homens (estimativa) ( Relatrio dePG).

    5 - Ponto forte inimigo para 150 homens (estimativa) ( Relatrio dePG).

    6 - Fosso anticarro.7 - Campos de minas AC, 1500 m (Relatrio de patrulhas).8 - Fosso anticarro.9 - Local de travessia em balsa, abandonado (Relatrio de patru-

    lhas).10 - Boa em 271000 Mai. Preparada para destruio. Relatrio de

    engenheiro civil local.11 - Rio com 150 m de largura; profundidade de 2,75 m no talvegue;

    correnteza de 0,5 m/s a 0,8 m/s; margens com 0,9 m de altura,firmes, de aluvio arenoso; leito de aluvio arenoso.

    12 - Locais favorveis para a travessia em botes de assalto.

    Relatrio Especial para Transposio (Fig 2-1)

  • CAPTULO 3

    ASPECTOS TTICOS DAS OPERAES DE TRANSPOSIO DECURSOS DE GUA NA OFENSIVA

    ARTIGO I

    CONSIDERAES BSICAS

    3-1. GENERALIDADES

    a. Em reas operacionais do continente (AOC), as foras combatentesencontram, com muita freqncia, cursos de gua obstculos de caractersticasvariveis e que devem ser transpostos para permitir o cumprimento de deter-minada misso, sob condies de combate.

    b. As condicionantes das operaes, nessas reas, indicam tambm quea busca e a manuteno da iniciativa, atravs da rapidez e da surpresa, umaspecto fundamental para o sucesso. Assim sendo, as divises de exrcito,brigadas e unidades devem estar preparadas para transpor os cursos de guaobstculos o mais rapidamente possvel, com o mnimo de perda de impulso,de modo a no perder a iniciativa e manter o inimigo sob presso.

    c. O estabelecimento de uma cabea-de-ponte (C Pnt) o meio normal-mente utilizado pela Fora Terrestre para permitir o prosseguimento dasoperaes na segunda margem de um curso de gua obstculo.

    d. Embora a conquista e a manuteno de uma C Pnt possa ser, paradeterminado escalo, uma operao-fim, o mais normal constituir-se numaoperao-meio, visando ao cumprimento de uma misso mais profunda naslinhas inimigas.

    e. Deve-se avaliar cuidadosamente o risco da fora executante ser batidapor partes, mormente se for levantada a possibilidade de o inimigo conduzir uma

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    defesa mvel. Manter este risco dentro de limites aceitveis, a fim de no seperder tempo e impulso, uma das grandes dificuldades para o planejamentoe para a execuo desse tipo de operao.

    f. Entre outros aspectos importantes, destacam-se a necessidade daobteno e da manuteno de uma superioridade area local e a continuidadedo apoio de fogo e logstico para o prosseguimento das aes.

    3-2. TIPOS DE TRANSPOSIO

    a. No planejamento e na execuo de uma operao com transposio,duas hipteses podem ocorrer:

    (1) o inimigo na segunda margem apresenta resistncia dbil, por nodispor de foras suficientes, de apoio de fogo considervel, de tempo para seorganizar ou por ter sido surpreendido;

    (2) o inimigo mantm fortemente a segunda margem.

    b. Estas duas situaes conduzem a fora atacante a realizar umatransposio imediata, no primeiro caso, ou uma transposio preparada, nosegundo caso.

    c. Um curso de gua obstculo de grande vulto determinar a execuo,em qualquer situao, de uma transposio preparada, devido, principalmente,s grandes dificuldades tcnicas para a sua travessia. De qualquer maneira aoperao, em princpio, s dever ser executada se alguns dos requisitosabaixo relacionados, forem observados.

    (1) Planejamento iniciado com grande antecedncia, e se possveldesde o tempo de paz.

    (2) Segunda margem fracamente defendida.(3) Foras de assalto com superioridade area local.(4) Possibilidade de se contar com intensos fogos de preparao.(5) Possibilidade da utilizao de foras aeromveis para a conquista

    de objetivos nas proximidades ou dentro da C Pnt.(6) Possibilidade da utilizao de foras aeroterrestres para a conquis-

    ta de objetivos fora da linha da C Pnt, que visem impedir a aproximao dereforos inimigos.

    (7) Foras de assalto com o apoio de helicpteros para transporte detropas, equipamentos e suprimentos.

    (8) Engenharia dispe de meios descontnuos (de equipagem ou no)adequados e em nmero suficiente para a transposio das foras de assaltoe para a manuteno do fluxo de suprimento.

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    ARTIGO II

    PLANEJAMENTO E EXECUO DAS OPERAES

    3-3. GENERALIDADES

    a. Estudo preliminar - iniciado pelo comando do mais alto escalo.Verificada a existncia de cursos de gua obstculos, que interfiram nasoperaes planejadas, os escales superiores difundem com antecedncia asinformaes necessrias e os detalhes tcnicos para os escales subordinadosque devem participar das operaes de transposio. As necessidades deapoio de outras foras singulares ou de unidades de tropas especiais solevantadas e coordenadas com os comandos apropriados e as necessidadeslogsticas so apresentadas aos comandos superiores.

    b. Planejamento inicial(1) Comea com o recebimento de ordens de alerta ou diretrizes,

    informaes e detalhes tcnicos dos escales superiores. Consubstancia-seem um anteprojeto de plano e ordens que tem por finalidade dar uma orientaoinicial aos escales subordinados na elaborao de seus planejamentos.

    (2) Normalmente, a fora que planeja uma operao de transposioformula duas hipteses gerais sobre o inimigo. Essas hipteses do origem aoplanejamento de uma transposio imediata e de uma transposio preparada.Tais planejamentos so realizados paralelamente.

    (3) Mesmo havendo indcios da possibilidade da execuo da trans-posio imediata, tambm elaborado o planejamento da transposio preparada.

    c. Planejamento final(1) O planejamento final inclui a preparao dos planos de operaes

    e seus anexos, a expedio dos planos aprovados, a distribuio de ordensnecessrias e a superviso na organizao e execuo dos planos pelosescales subordinados.

    (2) Este planejamento o resultado de um estudo continuado, constan-temente atualizado pela evoluo das condies tticas e do apoio logstico.

    3-4. SEQNCIA DO PLANEJAMENTO DA TRANSPOSIO

    a. Esse planejamento se caracteriza por desenvolver-se da frente para aretaguarda ou, mais precisamente, da segunda para a primeira margem.

    b. Seqncia recomendvel do planejamento para o estabelecimen-to de uma C Pnt

    (1) Seleo da cabea-de-ponte desejvel.(2) Determinao do dispositivo para a manuteno da cabea-de-

    ponte.(3) Determinao do grau de controle desejvel.(4) Estimativa do tempo necessrio para a conquista da cabea-de-

    ponte.

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    (5) Estabelecimento de medidas de coordenao e controle.(6) Determinao do dispositivo para a conquista da cabea-de-ponte.(7) Estabelecimento das medidas de dissimulao ttica da operao.(8) Confeco de planos.

    c. Seleo da cabea-de-ponte desejvel(1) Selecionar uma cabea-de-ponte desejvel escolher uma linha da

    acidentes capitais, na segunda margem, cuja conquista proporcione no s asmelhores condies para a fora estabelecer-se com segurana nessa regio,como tambm para o lanamento de meios em direo aos objetivos finais,quando for o caso.

    (2) Numa transposio de curso de gua obstculo de grande vulto oexrcito de campanha selecionar a linha cabea-de-ponte. Nas demaistransposies o exrcito de campanha atribuir a misso pela finalidade,cabendo ao elemento subordinado a seleo da cabea-de-ponte desejvel,para cumprir a misso recebida.

    (3) Normalmente, no cabe aos elementos de manobra de uma divisode exrcito que est conduzindo uma transposio (seja imediata, seja prepa-rada) selecionar uma cabea-de-ponte. Como uma operao centralizada, adiviso deve impor, entre outras medidas de coordenao e controle, osobjetivos a serem conquistados e mantidos por suas peas de manobra. Abrigada, quando subordinada a uma diviso de exrcito, s seleciona umacabea-de-ponte quando no cumprimento de uma misso descentralizada. Omesmo ocorre quando a brigada est diretamente subordinada ao exrcito decampanha.

    (4) A seleo da cabea-de-ponte desejvel definida em duas etapas:(a) seleo da frente de travessia;(b) definio da profundidade da cabea-de-ponte.

    (5) O estudo das etapas acima feito atravs de uma meticulosaanlise dos fatores da deciso. Nessa anlise merecem destaque, entre outros,os aspectos descritos a seguir.

    (a) No estudo da misso- A cabea-de-ponte , normalmente, um meio para a prpria

    fora ou para outros elementos do escalo superior atingir a um fim maisdistanciado no tempo e no espao. Por conseguinte, a seleo da melhor linhade cabea-de-ponte, para cada situao, uma conseqncia, entre outras, daperfeita compreenso da misso da fora considerada e da idia de manobrado escalo superior.

    - Certos aspectos devem ser perfeitamente avaliados porqueinfluem significativamente na seleo da melhor linha de cabea-de-ponte.Entre outros podem ser citados:

    - finalidade da misso da fora, como um todo;- previso de emprego futuro da fora atacante ou de outras

    foras, aps a conquista da cabea-de-ponte, ou mesmo antes;- prazo de permanncia na cabea-de-ponte;- limites das zonas de ao dos participantes da transposio,

    na primeira margem.

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    (b) No estudo do terreno- Os acidentes capitais que ofeream as melhores condies

    para o prosseguimento das operaes e que facilitem a manuteno da C Pnt.- Os acidentes capitais que contribuem para a conquista da

    C Pnt.- As vias de acesso que incidem sobre os locais de travessia do

    curso de gua obstculo.- O suporte rodovirio.- Os obstculos naturais que podem proporcionar segurana

    na frente e nos flancos.- As cobertas e abrigos na margem amiga e no interior da C Pnt

    selecionada.- Regies que proporcionam boa observao e campos de tiro,

    particularmente nas margens do rio.- Existncia de locais de travessia compatveis com o escalo

    considerado.- O espao para manobra e para a necessria disperso e

    localizao dos elementos de primeiro escalo, reservas, apoio de fogo e reasde apoio logstico. Na avaliao deste espao importante, para cada situao,considerar o que segue abaixo:

    - a permanncia ou no da fora como um todo na C Pnt, porum prazo considervel, analisando-se misso e terreno;

    - a necessidade de disperso versus capacidade de manteruma C Pnt com o espao desejvel, analisando-se meios e terreno. Considerarque, no caso de prosseguimento de parte dos meios da fora, a ocupao deespao na C Pnt pode ser sucessiva. Por exemplo: num planejamento em quedeterminado elemento est com previso de prosseguir, to logo existamcondies para tal, o espao na segunda margem, temporariamente ocupadopor esse elemento, poder ser ocupado por outro posteriormente.

    - O valor do curso de gua como obstculo.(c) No estudo do inimigo - Atentar para as informaes disponveis

    e as hipteses formuladas, verificando o seu possvel dispositivo, composio,valor, deficincias e peculiaridades. Especial ateno deve ser dada possibi-lidade de o inimigo conduzir uma defesa mvel, com a finalidade de destruir amaioria dos nossos meios ou de reforar as foras em contato, no corte do rioobstculo, com ponderveis meios mantidos retaguarda.

    (d) No estudo dos meios disponveis - O valor e a natureza dosmeios, os apoios de fogo, areo, de engenharia e logstico disponveis, assimcomo os meios de dissimulao, no s para a conquista, como tambm paraa manuteno da cabea-de-ponte.

    d. Determinao do dispositivo para a manuteno da cabea-de-ponte

    (1) O dispositivo a ser adotado para a manuteno da cabea-de-ponte considerado na montagem do ataque inicial.

    (2) Sua determinao baseia-se, principalmente, no estudo das vias deacesso do inimigo para o interior da C Pnt e das regies de bloqueio dessas vias

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    de acesso, na linha de C Pnt e em profundidade. Com isso, visualiza-se onucleamento defensivo necessrio para definir as reas de responsabilidadepara os elementos subordinados.

    (3) Embora, no caso, o estudo do terreno exera um papel preponde-rante na determinao do dispositivo, os demais fatores da deciso devem sercuidadosamente analisados para verificar qual a sua influncia nessa determi-nao. Assim, por exemplo, so consideraes que podem afetar a decisosobre o dispositivo na cabea-de-ponte, entre outras: anlise da misso dafora, previso ou no de seu emprego futuro, prazo de permanncia nacabea-de-ponte, previso de substituio por outra fora.

    (4) O estudo das possibilidades do inimigo e o levantamento de suaslinhas de ao provveis influenciam, em muito, o estabelecimento do grau deresistncia em cada uma das vias de acesso levantadas, com reflexos nodispositivo, valor e natureza das foras empregadas. Em uma C Pnt mantida poruma diviso de exrcito, por exemplo, dada a amplitude da rea ocupada, dosmeios de combate e de apoio ao combate ali existentes e as caractersticas dasoperaes em reas operacionais do continente, particularmente quanto ameios, no provvel que o inimigo realize contra-ataques linha de cabea-de-ponte, visando a restabelecer o limite anterior da rea de defesa avanadano corte do rio ou, ainda, contra-ataques visando a destruio dos nossosmeios, agora j fortemente estabelecidos na segunda margem. Assim sendo,a no ser que o estudo do inimigo recomende o contrrio, possvel adotar-seem uma C Pnt de diviso de exrcito, um dispositivo de expectativa onde, emcertas regies, seja admitido o grau de resistncia de retardar ou mesmo devigiar, pois existiro meios em reserva suficientes para atender aos imprevistosdo combate.

    (5) O valor e a natureza dos meios orgnicos ou disposio da foratambm tm influncia no dispositivo. Uma fora blindada, por exemplo, comforte apoio de fogo areo, tem no seu prprio poder de combate um fator dedissuaso e que requer menores preocupaes defensivas e de proteo doque uma fora motorizada.

    (6) Normalmente, sob o ponto de vista da simplicidade, os elementosde manobra que ocupam o dispositivo de manuteno da cabea-de-ponte soos mesmos empregados na sua conquista.

    (7) A mudana de dispositivo na cabea-de-ponte mais comumquando da transposio imediata de uma diviso de exrcito, onde as brigadase unidades mais aptas a executarem o assalto e o prosseguimento para aconquista da cabea-de-ponte, no so as mais recomendveis para ficaremimobilizadas na manuteno da cabea-de-ponte, principalmente tendo emvista a misso da fora como um todo e a continuidade das operaes.

    e. Determinao do grau de controle desejvel(1) Definir o grau de controle desejvel para uma operao de trans-

    posio de curso de gua estabelecer medidas de coordenao e controlepara a ao dos elementos subordinados na execuo da operao.

    (2) Para isso deve ser avaliado o grau de dependncia da progressodas peas de manobra, nas diferentes linhas do terreno, at a conquista da

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    cabea-de-ponte, quanto utilizao dos meios de travessia para o desloca-mento de armas de apoio, suprimentos e reservas, e confront-lo com a neces-sidade de conjugao de esforos, mudana de ritmo e reajustamento dedispositivo. Esta avaliao caracteriza a associao do planejamento dosaspectos tticos com o faseamento tcnico da engenharia.

    (3) O grau de controle desejvel funo, tambm, dos fatores dadeciso, particularmente o inimigo e o terreno, especialmente no que diz res-peito ao grau de dificuldade da transposio do curso de gua obstculo,podendo a conjugao desses fatores determinar, inclusive, o tipo de transpo-sio.

    (4) Qualquer que seja o tipo de transposio, devem ser consideradosem cada fator da deciso, para fins de controle da operao, os aspectos quese seguem.

    (a) Misso - Quanto maior a necessidade de rapidez, menoresdevem ser as medidas de coordenao e controle que restrinjam a progressodas peas de manobra.

    (b) Terreno - Quanto mais favorvel for para o inimigo defender equanto maior for o valor do rio como obstculo, maior deve ser o grau de controleque a fora executante da transposio deve impor s suas peas de manobra.

    (c) Inimigo - Quanto maior for o seu poder de combate; quanto maiscompleto for o seu desdobramento em largura e profundidade; quanto maior fora sua possibilidade de reforar os elementos empenhados e de realizar contra-ataques de destruio, antes da C Pnt ser estabelecida, maior deve ser o graude controle da operao.

    (d) Meios - Quanto maior for o poder de combate, considerando-seo valor, a natureza, a disponibilidade dos apoios ao combate e logstico, menordeve ser a necessidade de centralizao do controle.

    f. Estimativa do tempo necessrio para a conquista da cabea-de-ponte

    (1) uma tarefa bastante difcil para o planejador determinar o temponecessrio para a conquista da cabea-de-ponte. Deve, no entanto, com basenos conhecimentos existentes, efetuar uma estimativa do tempo necessriopara a operao, buscando dados para prosseguir o seu trabalho, orientandoa determinao da hora de ataque (hora H), a composio dos meios nasdiferentes linhas de ao a adotar, os planejamentos e as previses para osapoios ao combate e logstico.

    (2) Entre outros fatores a considerar na estimativa do tempo necess-rio operao, observar:

    (a) as condies meteorolgicas e do terreno;(b) os prazos para deslocamentos at o curso de gua;(c) as condies em que a tropa se desloca para o rio (coberta,

    enfiada, estradas, atravs do campo, etc)(d) a quantidade e o tipo do material utilizado no assalto e na

    travessia dos demais elementos;(e) a distncia entre o rio obstculo e os objetivos da cabea-de-

    ponte;

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    (f) a velocidade de progresso da fora, verificando-se o poderrelativo de combate e os dados de planejamento;

    (g) o emprego ou no de foras aeromveis ou aeroterrestres;(h) a disponibilidade ou no de meios de viso noturna ou para a

    iluminao do campo de batalha;(i) a rede de estradas na rea de travessia;(j) as caractersticas do curso de gua obstculo;(l) os tempos necessrios consolidao dos objetivos a serem

    conquistados;(m) os dados de rendimento dos materiais de engenharia empre-

    gados na transposio.g. Estabelecimento de medidas de coordenao e controle

    (1) As medidas de coordenao e controle so os meios de que dispeo comandante para exercer o controle no grau desejvel.

    (2) Na transposio preparada, em particular, e na transposio decursos de gua obstculo de grande vulto, em especial, medidas de coordena-o e controle so mais restritivas e numerosas.

    h. Determinao do dispositivo para a conquista da cabea-de-ponte

    (1) Aspectos dos fatores da deciso que influenciam o planejamentodesse dispositivo

    (a) Misso - Previso ou no de emprego de meios blindados emaes profundas. Prazos e outras imposies do escalo superior.

    (b) Terreno - Caractersticas do obstculo, condies do solo evalor defensivo para o inimigo; valor defensivo da linha de C Pnt selecionada;disponibilidade de locais de travessia.

    (c) Inimigo - Valor, natureza, deficincias, peculiaridades e possi-bilidades.

    (d) Meios - Situao e dispositivo em que se encontram os nossosmeios para a realizao da transposio. Apoios de fogo e areo, inclusive paraoperaes aeromveis; possibilidades dos meios de engenharia, orgnicos edo escalo superior, disponveis para a operao; dispositivo visualizado paraa manuteno da cabea-de-ponte.

    (2) Embora esquematicamente haja uma seqncia no planejamentoe esta etapa seja posterior da determinao do dispositivo de manuteno daC Pnt, na realidade deve-se realizar uma anlise conjunta do dispositivo inicial,dispositivo para a conquista, dispositivo para a manuteno da C Pnt edispositivo para o prosseguimento.

    i. Estabelecimento das medidas de dissimulao ttica da operao(1) desejvel o estabelecimento de medidas de dissimulao ttica,

    particularmente na transposio preparada, a fim de iludir o inimigo quanto aosverdadeiros locais ou frentes de travessia a serem utilizados e quanto a outrosdetalhes da operao; bem como lev-lo a diluir a sua capacidade defensiva.Tal procedimento torna-se imprescindvel numa transposio de curso de guaobstculo de grande vulto.

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    (2) Medidas de dissimulao ttica que normalmente podem ser ado-tadas:

    (a) fintas;(b) demonstraes;(c) combinao das medidas acima.

    (3) Pelo menos uma dessas medidas deve ser prevista e seu desenca-deamento deve ser autorizado pelo comandante do mais alto escalo envolvidona transposio.

    j. Confeco de planos(1) No planejamento de uma operao ofensiva com transposio de

    curso de gua obstculo so elaborados os planos para transposio imediatae preparada. Tais planos constituem-se em anexos ao plano de operaes damanobra como um todo.

    (2) Contudo, quando a operao de transposio - imediata ou prepa-rada - puder ser detalhada no prprio plano de operaes da manobra geral,sem torn-lo complexo, no h necessidade de elaborar-se especificamente osplanos para a transposio.

    (3) Da mesma forma, quando a misso do escalo restringir-se apenasao estabelecimento de uma cabea-de-ponte (operao-fim), os planos detransposio so os prprios planos de operaes.

    (4) Normalmente so confeccionados os seguintes planos como ane-xos (ou apndices) a um plano de transposio:

    (a) plano de inteligncia;(b) plano de apoio de fogo;(c) plano de travessia;(d) plano de comunicaes;(e) plano de guerra eletrnica;(f) plano de dissimulao ttica;(g) plano de movimento;(h) plano de apoio logstico contendo, entre outros, o plano de

    circulao e controle de trnsito;(i) engenharia.

    3-5. PECULIARIDADES DO PLANEJAMENTO E EXECUO DA TRANS-POSIO PREPARADA

    a. Planejamento(1) Generalidades

    (a) O exrcito de campanha o escalo apropriado para planejare executar a transposio preparada de cursos de gua de grande vulto. Adiviso de exrcito apta ao planejamento e execuo da transposiopreparada nos demais tipos de cursos de gua.

    (b) Quando atuando diretamente subordinada a um exrcito decampanha, uma brigada pode ter de planejar e executar uma transposiopreparada. Isto ocorre quando as condies do curso de gua obstculo,terreno e inimigo forem altamente favorveis e a brigada for devidamente

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    reforada com os meios necessrios, particularmente de apoio de fogo e deengenharia. Assim sendo, a realizao da transposio preparada por umabrigada deve ser vista com um fato pouco normal.

    (c) Os aspectos abordados a seguir referem-se, mais de perto, soperaes de diviso de exrcito. Entretanto, so vlidos, para uma operaode exrcito de campanha ou de brigada, guardadas as devidas diferenas deestruturas e de caractersticas de emprego dos escales.

    (d) A transposio preparada necessria quando uma foraatacante obrigada a realizar uma parada para concentrao de meiosnecessrios travessia do curso de gua obstculo, perdendo, em conseqn-cia, a impulso diante do rio obstculo.

    (e) Portanto, a transposio preparada realizada quando:- o curso de gua obstculo de grande vulto;- a transposio imediata no for exeqvel, aps a anlise dos

    fatores da deciso;- a transposio imediata foi tentada, porm, em decorrncia da

    ao inimiga, no obteve xito;(f) A engenharia de exrcito no seu planejamento de uma transpo-

    sio de cursos de gua obstculo de grande vulto poder complementar seusmeios (pessoal e material) com os disponveis na engenharia divisionria.

    (g) A engenharia divisionria no seu planejamento de uma transpo-sio de curso de gua obstculo ou obstculo de vulto, normalmente, neces-sitar receber do escalo superior apoio em material e em pessoal.

    (h) Os meios de engenharia orgnicos das brigadas devem serpreservados, no sendo empregados em trabalhos no rio. Caso haja necessi-dade de seu emprego, deve-se considerar, entre outros fatores, os seguintes:

    - se o terreno no exige, a curto prazo, dentro da C Pnt, oemprego desse material;

    - se a misso prev a permanncia da brigada na C Pnt ou seuprosseguimento;

    - se a engenharia de exrcito tem condies de repor o materiala ser empregado, em tempo til, para posterior utilizao.

    (2) Seleo da cabea-de-ponte(a) Alm das consideraes j feitas anteriormente, na seqncia

    de estudo da transposio, a cabea-de-ponte deve, de modo ideal, ter asseguintes caractersticas:

    - dispor de espao suficiente para comportar, sem congestiona-mento, as tropas de combate e os apoios ao combate e logstico necessrios aocumprimento da misso. Este espao no precisa ser necessariamente ocupa-do simultaneamente por todos os meios da fora e sim, conforme a situao,progressivamente;

    - constituir rea de fcil defesa contra possveis aes do inimigo;- assegurar, quando for o caso, aps a sua consolidao e o

    prosseguimento das aes da prpria fora, uma base para as operaes nasegunda margem. H situaes, entretanto, em que uma C Pnt estabelecida porum escalo no tem condies de servir de base para o lanamento de outro

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    escalo igual ou maior. Nesses casos, h necessidade de uma ao paraexpandir o espao conquistado na segunda margem, antecedendo esselanamento.

    - permitir a utilizao dos meios de travessia, dentro de umasegurana relativa, avaliando-se nossos meios e as possibilidades do inimigo.

    (b) A linha de cabea-de-ponte deve, portanto, englobar aquelasregies que venham a facilitar o lanamento dos meios para o interior do terrenode posse do inimigo, assim como aquelas que venham a dar uma seguranasuficiente para o estabelecimento de uma base para o prosseguimento dasoperaes.

    (3) Dispositivo para a manuteno da cabea-de-ponte(a) influenciado pelo dispositivo, valor e natureza das tropas que

    se encontram em contato com o inimigo e das tropas disponveis para aconquista de cabea-de-ponte.

    (b) Este dispositivo vai depender em muito, tambm, do grau deresistncia que for atribudo a cada uma das vias de acesso que incidirem nalinha de cabea-de-ponte. Uma cabea-de-ponte conquistada durante umaao ofensiva como meio para o prosseguimento sobre um inimigo cuja defesano corte do rio obstculo foi invalidada, deve ter menores preocupaes com asua manuteno do que uma cabea-de-ponte estabelecida durante um movi-mento retrgrado e que deve, por conseqncia, sofrer forte presso do inimigo.

    (4) Determinao do grau de controle desejvel(a) Este aspecto consubstancia a principal diferena entre uma

    transposio preparada e uma imediata. A transposio preparada exige umgrau de controle da operao muito superior ao da imediata, seja devido grandiosidade do obstculo a ser transposto, seja pelo volume de meios aempregar coordenadamente, seja em decorrncia do valor e dispositivo doinimigo em presena.

    (b) O estabelecimento da cabea-de-ponte normalmente se con-cretiza mediante a ultrapassagem e/ou a conquista sucessiva de regies doterreno que, dependendo do grau de controle desejado para a operao, podemser identificadas por linhas de controle e/ou de objetivos, respectivamente.

    (c) Em uma transposio preparada, dificilmente a fora atacantetem possibilidade de conquistar toda a cabea-de-ponte em um nico ataquecontinuado, devido particularmente ao alto grau de dificuldade no controle inicialdos meios empregados no assalto.

    (d) Assim sendo, uma transposio preparada pode ser planejadapara ser executada em um, dois ou trs lanos.

    - A transposio em um lano aquela em que as foras deassalto atravessam o obstculo e prosseguem em um ataque coordenado, semrestries de controle do combate, at conquistar as regies que caracterizama linha de cabea-de-ponte. Esta forma de transposio s ocorre em situaesextremamente favorveis, principalmente quanto ao fator inimigo.

    - A transposio em dois lanos aquela em que as foras deassalto inicialmente atravessam o obstculo e prosseguem, sem restries decontrole do combate, para conquistar regies que quebram a continuidade da

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    posio defensiva do inimigo. H uma parada temporria no curso do ataque,que planejada considerando-se todos os fatores que envolvem a operao,permitindo, assim, um tempo suficientemente necessrio para a reorganizaoou o acrscimo do poder de combate das foras de assalto, haja vista que aessa altura as portadas e possivelmente as pontes j estejam operandonormalmente. No prosseguimento, j em um segundo lano, as foras buscamatingir os objetivos que caracterizam a conquista da C Pnt.

    - A transposio em trs lanos a forma que apresenta umaintegrao completa do planejamento ttico da operao com o planejamentotcnico faseado da operao. O primeiro lano caracteriza-se pela conquista deregies que retiram os fogos diretos sobre os locais de travessia; o segundo eo terceiro caracterizam-se pela conquista, respectivamente, de regies quequebram a continuidade da posio defensiva do inimigo e de regies quedefinem a linha de cabea-de-ponte. Medidas restritivas de controle docombate so estabelecidas para caracterizar o final de cada lano. oplanejamento a ser adotado em todas as transposies de curso de guaobstculo de grande vulto.

    (e) Planejamento dos lanos (seleo dos objetivos)1) Transposio preparada em um lano ( Fig 3-1)

    Fig 3-1. Transposio preparada em um lano

    - No h previso de objetivos intermedirios.- Os objetivos estabelecidos so os que caracterizam a

    conquista da cabea-de-ponte.- Nas regies que, uma vez ultrapassadas, retiram os fogos

    diretos sobre os locais de travessia, estabelecida uma linha de controle (L Ct),visando a coordenao e o controle da fora de assalto. Alm disso, a ultrapas-sagem dessa linha pela fora de assalto, serve para alertar sobre a possibilidadedo incio da construo de passadeiras e de portadas.

    - Nas regies que, uma vez ultrapassadas, retiram os fogosobservados da artilharia sobre os locais de travessia, tambm estabelecida uma

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    L Ct. Atingida essa linha, a engenharia pode iniciar a construo da(s) ponte(s).Se, no entanto, houver condies favorveis para que se possa eliminar essestiros observados (ao da fora area, fumgenos, condies de poucavisibilidade, etc) antes da fora atacante atingir essa linha de controle, aconstruo da(s) ponte(s) pode ser iniciada, mediante ordem do comandante dafora de transposio, mais cedo.

    2) Transposio preparada em dois lanos ( Fig 3-2)

    Fig 3-2. Transposio preparada em dois lanos

    - Se o estudo de situao concluir que a fora de assaltonecessitar de uma reorganizao e acrscimo no poder de combate ou quehaver necessidade de mudana de dispositivo ou ritmo da operao, devem sermarcados objetivos intermedirios e, em conseqncia, haver uma paradatemporria que vai proporcionar o tempo necessrio para as providncias.

    - As regies selecionadas como objetivos intermediriosdevem proporcionar:

    - espao suficiente, na segunda margem, para carrear opoder de combate, particularmente quanto a blindados ou artilharia, e para reor-ganizar as foras de assalto para continuar o ataque;

    - condies favorveis para opor-se aos provveis contra-ataques inimigos.

    - Nas regies, que uma vez ultrapassadas, sero retirados osfogos diretos e os fogos observados sobre os locais de travessia, seroestabelecidas linhas de controle, visando coordenao e ao controle da forade assalto e servindo, tambm, para alertar sobre a possibilidade do incio daconstruo, respectivamente, de passadeiras e portadas(F Dto) e pontes(F Obs).

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    3) Transposio preparada em trs lanos ( Fig 3-3)

    - Quando o estudo de situao concluir que a fora de assaltonecessitar realizar, logo aps o assalto, o controle das unidades subordinadase, posteriormente, uma reorganizao do dispositivo ou receber novos meios,objetivos intermedirios devem ser impostos em regies que ofeream condies execuo dessas aes.

    - A primeira linha de objetivos deve dar fora de assalto umespao suficiente, na segunda margem, para que seus elementos de primeiroescalo se reorganizem e completem a travessia de seus meios, antes decontinuar o ataque para conquistar o(s) objetivo(s) intermedirio(s) seguinte(s).A conquista desse(s) objetivo(s) deve, tambm, permitir a retirada dos fogosdiretos do inimigo sobre as regies de passagem, permitindo a construo deportadas e de passadeiras.

    - A segunda regio selecionada para a marcao de objetivosintermedirios aquela que proporciona espao suficiente para a fora atacantese reorganizar, aumentar o seu poder de combate (particularmente quanto ablindados e artilharia), acomodar os elementos de combate, de apoio ao combatee, at mesmo logsticos, necessrios ao prosseguimento do ataque em umterceiro lano, para a conquista dos objetivos que materializam a linha de cabea-de-ponte.

    - Nas regies que, uma vez ultrapassadas impedem os fogosobservados da artilharia inimiga sobre os Loc Tva, so estabelecidas linhas decontrole. Atingidas essas linhas, a engenharia pode iniciar a construo depontes. Estas regies podem coincidir com a segunda linha de objetivosintermedirios.

    (5) Estimativa do tempo necessrio para a conquista da cabea-de-ponte

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    Fig 3-3. Transposio preparada em trs lanos

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    (a) Os clculos dependem muito do grau de controle imposto aosexecutantes, alm da anlise das possibilidades de nossos meios, do inimigo,das condies meteorolgicas, do obstculo e do terreno na segunda margem.

    (b) Esta estimativa tem influncia na marcao da hora H. Natransposio preparada, a etapa do assalto, ou seja, a transposio do obs-tculo pelos primeiros elementos a mais crtica da operao e, por issomesmo, deve ser realizada sob condies de visibilidade desfavorveis para oinimigo.

    (6) Estabelecimento de medidas de coordenao e controle(a) Linha de partida (LP)

    - a margem do curso de gua obstculo que est de posse dafora atacante.

    (b) Hora do ataque- A hora do ataque (hora H) o momento em que os primeiros

    elementos de uma fora ultrapassam a LP. a hora em que a primeira vaga debotes prprios lanada na gua.

    - A hora H determinada pelo comandante da operao detransposio.

    - Dependendo da anlise dos fatores da deciso, da dissimu-lao ttica e surpresa desejadas, podem ser atribudas horas diferentes parao incio da operao dos elementos subordinados.

    - A travessia noite oferece mais segurana, sigilo e surpresa.Entretanto, dificulta a coordenao e o controle, requerendo melhor adestra-mento da tropa executante. Equipamentos de viso noturna atenuam asdificuldades da fora de assalto.

    - A vantagem do sigilo e da surpresa no ser significativa casoo inimigo possua, tambm, equipamentos de viso noturna.

    - desejvel que as foras atacantes permaneam o mnimode tempo nas posies de ataque.

    (c) Objetivos para uma fora aeroterrestre ou aeromvel- Em uma transposio preparada, uma fora aeroterrestre ou

    aeromvel pode ser empregada como fora de assalto, para conquistar objeti-vos no interior da C Pnt, sejam os intermedirios, sejam os finais na linha decabea-de-ponte.

    - Quando uma destas foras for empregada, haver necessida-de do estabelecimento de outras medidas de coordenao e controle, relativass operaes aeroterrestres ou aeromveis.

    (7) Dispositivo para a conquista da cabea-de-ponte(a) Este dispositivo planejado levando-se em considerao os

    aspectos dos fatores da deciso ressaltados anteriormente.(b) Os dispositivos previstos como necessrios manuteno da

    C Pnt e ao prosseguimento da operao exercem grande influncia no plane-jamento do dispositivo para a conquista da C Pnt. H casos em que hinfluncia, tambm, do dispositivo que a fora vinha adotando at a sua chegadaao curso de gua obstculo.

    (c) As grandes unidades mais adequadas para realizarem a

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    conquista e a manuteno de uma cabea-de-ponte, em uma transposiopreparada, so as brigadas de infantaria motorizada e blindada. As brigadas decavalaria podem participar dessas aes, embora suas caractersticas indi-quem que devam ser preservadas para aes mais profundas. Observa-se,ainda, a necessidade do emprego de um maior nmero de fuzileiros para oassalto e, para o prosseguimento at a conquista da cabea-de-ponte, doemprego de carros de combate.

    (d) Os planos para uma transposio preparada devem considerarque o ataque em larga frente dispersa os fogos defensivos inimigos e retardao emprego de suas reservas. A previso e a preparao de numerosos locaisde travessia podem retardar a reao do inimigo, at que os efetivos do atacantena cabea-de-ponte sejam suficientes para se contrapor s suas aes.

    (e) O ataque em uma frente estreita pode se tornar impositivoquando os itinerrios de acesso ao curso de gua so extremamente limitadosou quando existirem poucos locais de travessia. Tal ataque acarreta um riscoconsidervel, porque o inimigo pode concentrar as suas foras e aes contrareas crticas de travessia.

    (8) Dissimulao ttica - O Art. IV deste captulo faz consideraes arespeito.

    (9) Confeco de planos(a) Na transposio preparada o planejamento deve ser o mais

    completo e minucioso possvel.(b) Mais do que em outras operaes, o planejamento deve atentar

    para as possibilidades e limitaes dos apoios ao combate (especialmenteartilharia e engenharia) areo e logstico.

    b. Execuo(1) Avano para o rio

    (a) Durante o avano para o rio, o comandante desdobra suasforas visando a transposio. conveniente atingir o rio em frente larga, adespeito das limitaes da rede viria e das condies do terreno que possamdificultar o desenvolvimento das tropas atacantes. Os pontos fortes inimigos, naprimeira margem, que foram desbordados no estgio inicial do avano, soneutralizados antes da operao de transposio.

    (b) Se as tropas atacantes avanam para o rio e o inimigo estretraindo, o avano rpido e tem por finalidade atingir as foras inimigasenquanto transpem o rio, oportunidade em que sero destrudas mais facil-mente.

    (2) Conquista e manuteno da margem amiga(a) No havendo ordens em contrrio, as foras atacantes, ao

    atingirem o rio obstculo, tentam realizar uma transposio imediata, isolando,eliminando ou mesmo desbordando resistncias inimigas.

    (b) No sendo possvel realizar a transposio imediata, essasforas devem, ento, ultimar a limpeza da margem amiga, exercendo completocontrole sobre a mesma, particularmente sobre os locais de travessia, criandoas melhores condies para execuo da transposio preparada. Caso essasforas no estejam previstas para tomar parte na realizao do assalto, devem

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    receber a misso de apoiar a ultrapassagem de outra fora.(3) Reunio e preparao para a travessia

    (a) Esta parte da execuo da travessia comporta a reunio dosmeios, seu deslocamento das zonas de reunio para as posies de ataque eo deslocamento destas para os locais de travessia.

    (b) uma parte crtica da operao, pois se no for executada como devido sigilo, pode denunciar ao inimigo todo o esquema da operao ecomprometer a obteno da sempre desejvel surpresa.

    (c) Medidas severas de dissimulao, camuflagem, disciplina deluz e de circulao de trnsito devem ser estabelecidas.

    (4) A travessia(a) Na hora H, os elementos de primeiro escalo previstos para o

    assalto iniciam a transposio empregando botes de assalto, viaturas anfbias,helicpteros e passadeiras, conforme o planejamento realizado.

    (b) Tendo em vista a grande vulnerabilidade da fora atacantedurante o assalto, deve-se dificultar ao mximo a observao do inimigo sobreos locais de travessia. Assim sendo, a escolha da hora H, em perodos de poucavisibilidade (antes do incio do crepsculo ou durante forte nevoeiro) preferveldo que transpor o rio durante o dia ou noite com luar.

    (c) Em princpio, todo o fogo disponvel deve ser empregado paraneutralizar ou cegar as posies inimigas que batem, com fogos diretos, oslocais utilizados na travessia, bem como todos os meios de apoio de fogo doinimigo.

    (d) Alcanada a segunda margem, as foras de assalto pros-seguem visando a conquistar os primeiros objetivos intermedirios impostos ouatingir uma linha que, retirando os fogos diretos do inimigo sobre o rio,proporcione segurana para a travessia de novos meios atravs de passadeirase portadas. Para a execuo da travessia do restante da diviso, crescem deimportncia os meios contnuos de travessia: as pontes.

    (e) Com respeito responsabilidade pela construo de Psd, Prtde Pnt, devem ser observados os seguintes aspectos:

    - os Cmt Tva determinam a construo de passadeiras, se foro caso, e portadas em suas respectivas zonas de ao;

    - o Cmt F Trsp determina o incio da construo das pontes. Taldeciso crucial e deve ser resultado da avaliao, dentre outros, dosseguintes fatores:

    - meios de combate, apoio ao combate e apoio logsticonecessrios operao na segunda margem;

    - meios para a construo de pontes disponveis e temponecessrio construo;

    - caractersticas do curso de gua obstculo;- disponibilidade de vaus prximos;- preciso e intensidade dos fogos inimigos nos locais de

    travessia;- risco de perda da C Pnt j conquistada se os meios

    necessrios no puderem ser transpostos em portadas;

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    - capacidade area do inimigo nas proximidades dos locais detravessia;

    - eficincia dos fumgenos e de outros meios capazes deneutralizar a observao terrestre e area do inimigo sobre os locais deconstruo das pontes.

    (5) Avano na segunda margem(a) O planejamento pode ser modificado para aproveitar as opor-

    tunidades que surgirem no curso das operaes.(b) Se, durante a operao, as brigadas de primeiro escalo

    puderem avanar a uma velocidade superior planejada, as paradas tempor-rias, para reorganizao e implementao dos meios so evitadas.

    (c) nfase dada ao aproveitamento dos sucessos obtidos e manuteno do mpeto do ataque de forma a, no mais curto prazo, entrar emaproveitamento do xito. Em certas situaes, no conveniente definir desdelogo o ataque principal. O melhor aguardar a consecuo do assalto e, ento,aumentar a impulso do elemento que estiver tendo maior sucesso.

    (d) A manuteno da impulso do avano na segunda margem fundamental para o xito da operao, porque dificulta a execuo dos contra-ataques inimigos. Tais contra-ataques devem ser esperados, principalmente,desde a travessia do rio at as regies dos aprofundamentos da grande unidadede primeiro escalo do inimigo. Atingidas essas regies, a fora atacante, tendoem vista o espao j conquistado, tem condies de apresentar um poder decombate suficientemente forte para fazer face a contra-ataques inimigos. Essasregies, portanto, so decisivas para o defensor.

    (e) Em conseqncia, devem ser evitadas paradas da fora ata-cante, sempre que possvel, antes de atingir essas regies de vital importnciapara a manobra de ambos os contendores, mesmo sendo consideradas dianteda possibilidade do inimigo realizar uma defesa mvel, porque elas do aodefensor a oportunidade e as melhores condies de execuo das aesdinmicas de sua defesa.

    (f) Tendo em vista a pouca mobilidade ttica que a fora atacanteinicialmente possui, a maior ameaa, durante o seu avano na segundamargem, a ao de contra-ataques de blindados inimigos. Da receberem oscarros de combate, as armas anticarro e outras viaturas blindadas, uma altaprioridade na utilizao dos meios de travessia, buscando aumentar o poder dechoque e a mobilidade da fora atacante, o mais cedo possvel. A travessia dosmeios de artilharia, necessrios na segunda margem para a continuidade doapoio de fogo, tem a prioridade seguinte na utilizao dos meios de travessia.

    (g) Atingida a linha de controle que retira do inimigo a possibilidadede realizar fogos observados sobre os locais de travessia, iniciada a constru-o das pontes visando a permitir um acrscimo de poder de combate da forade transposio. Esse acrscimo de poder de combate, alm de praticamenteretirar da diviso inimiga a possibilidade da realizao de contra-ataques,permitir fora de transposio prosseguir para os objetivos impostos, commaior segurana.

    (h) Alm dos fogos normais a serem executados para a conquistados objetivos intermedirios, que caracterizam o rompimento da defesa do

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    inimigo no corte do rio, a artilharia e o apoio aerottico devem realizar aesvisando a evitar ou dificultar os contra-ataques das foras inimigas assinaladase ainda no empregadas.

    (i) A manuteno da superioridade area local deve receber a maisalta prioridade por parte da fora area e os locais de travessia devem possuiruma cobertura antiarea adequada.

    (6) Estabelecimento da cabea-de-ponte(a) Conquistados os objetivos intermedirios, o ataque prossegue

    o mais rpido possvel para conquistar os objetivos previstos que caracterizama linha de cabea-de-ponte.

    (b) Na linha de cabea-de-ponte, a preocupao maior da foraatacante dar, o mais rapidamente possvel, as melhores condies para oprosseguimento.

    (c) Diferentemente do que ocorre numa operao defensiva, naqual a manuteno de uma cabea-de-ponte visa a proporcionar as melhorescondies para uma ao futura, o estabelecimento de uma cabea-de-pontedurante uma operao ofensiva deve ter, como preocupao primeira, o rpidoprosseguimento da fora para os objetivos que caracterizam o cumprimento damisso, da qual a cabea-de-ponte apenas uma etapa .

    (d) Estabelecida a cabea-de-ponte, o poder de combate da foraatacante de tal ordem que torna pouco provvel aes de contra-ataquesinimigos. Entretanto, ele pode executar aes visando a retardar o prossegui-mento e dificultar a manuteno da cabea-de-ponte. Isto pode impor a adoode uma atitude defensiva das foras responsveis pela manuteno da linha decabea-de-ponte.

    (e) Caso exista a possibilidade do inimigo desencadear um contra-ataque, visando a destruio das foras atacantes, a proteo da cabea-de-ponte pode chegar at a montagem de um dispositivo tipicamente defensivo,com o limite anterior da rea de defesa avanada apoiado na linha de cabea-de-ponte.

    (f) Em qualquer caso, o dispositivo defensivo da cabea-de-pontenormalmente no tem a profundidade caracterstica de uma posio defensiva,o que indica a adoo de um dispositivo flexvel com suficientes meios emreserva, de forma a intervir no combate quando e onde se fizer necessrio, sejareforando elementos subordinados, seja realizando contra-ataques.

    3-6. PECULIARIDADES DO PLANEJAMENTO E EXECUO DA TRANS-POSIO IMEDIATA

    a. Generalidades(1) Normalmente, a transposio imediata executada por uma divi-

    so de exrcito. Uma brigada, no cumprimento de uma misso descentralizada,pode, tambm, planejar e executar uma transposio imediata, desde queconvenientemente reforada com meios de apoio ao combate e de apoiologstico.

    (2) O planejamento obedece, basicamente, ao preconizado para atransposio preparada e se desenvolve, em princpio, na mesma seqncia.

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    (3) Sempre que possvel, a transposio imediata deve ser planejadae executada, buscando evitar-se a necessidade da transposio preparada.

    (4) A transposio imediata planejada e sua execuo tentada,quando:

    (a) a resistncia inimiga pequena;(b) o inimigo, embora presente na segunda margem com grande

    efetivo, est desorganizado, mal preparado ou no se encontra alertado;(c) o inimigo no dispe de suficiente apoio de fogo de artilharia ou

    de armas pesadas e possvel mant-lo aferrado pelo fogo, at que meios devalor adequado possam ser transpostos para com ele travar combate;

    (5) O planejamento deve permitir um movimento agressivo atravs darea de travessia, o rpido desdobramento da fora de assalto na margeminimiga e o emprego, o mais cedo possvel, de uma fora para o prosseguimen-to.

    (6) Devem ser preparados planos alternativos, visando a uma eficienteutilizao das pontes conquistadas intactas e a evoluo para uma transposi-o preparada.

    (7) O emprego de armas e meios especiais disponveis, principalmenteos aeromveis, deve ser planejado para auxiliar na captura de pontes intactas.

    b. Planejamento e execuo da transposio imediata na diviso deexrcito

    (1) Considera-se que uma diviso de exrcito est realizando umatransposio imediata quando o planejamento das aes de transposio docurso de gua obstculo, por seus elementos de manobra, estiver centralizadono nvel desse grande comando. A execuo propriamente dita da transposioimediata encargo das brigadas e unidades diretamente subordinadas diviso, que devem possuir, para isso, grande liberdade de ao.

    (2) Assim, embora a transposio imediata tenha um planejamentodetalhado e centralizado ao nvel de diviso de exrcito, a sua execuocaracteriza-se pela velocidade, surpresa, e liberdade das foras de assalto. Emconseqncia, alguns aspectos e lanos previstos no planejamento poderoser suprimidos durante a execuo, quando a situao indicar que tais modifi-caes so favorveis ao aproveitamento de uma oportunidade oferecida peloinimigo.

    (3) A tcnica do planejamento e execuo deste tipo de transposio semelhante da transposio preparada. A transposio imediata caracteri-za-se por:

    (a) planejamento menos minucioso do que o da transposiopreparada;

    (b) reconhecimentos dos locais de travessia realizados somentepelo elemento executante;

    (c) linha da partida (LP) distante do rio, recebendo as foras deassalto, antecipadamente, os meios necessrios travessia, que realizadacom o mnimo de perda da impulso;

    (d) mnimo de medidas de coordenao e controle. Normalmente,so fixados apenas algumas linhas de controle e os objetivos da L C Pnt. A

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    manobra regulada at a conquista destes objetivos. Esta liberdade de aodas peas de manobra faz com que, provavelmente, elas no atinjam o cursode gua no mesmo horrio, no realizando, portanto, a transposio simultane-amente;

    (e) dispositivo estabelecido para a travessia influenciado poraquele que as brigadas vinham utilizando antes de atingir a LP;

    (f) utilizao dos meios de travessia orgnicos das brigadas, dosrecebidos em reforo e dos meios de circunstncia e de fortuna encontrados narea;

    (g) menores preocupaes com a limpeza da zona de ao naprimeira margem.

    (4) Da linha de partida, as foras de assalto buscam aproximar-se dorio em uma larga frente, a fim de surpreender o inimigo estabelecido na primeiramargem e conquistar os locais de travessia. Foras inimigas na primeiramargem so destrudas ou isoladas e os elementos avanados das unidadesde assalto, aps conquistarem os locais de travessia, progridem para a margeminimiga, a fim de proteger tais locais. As pontes capturadas intactas devem serexaminadas cuidadosamente, porque podem estar preparadas para a destrui-o. Uma ponte danificada, entretanto, pode ser colocada em uso por meio delanamento de uma ponte de equipagem. Depois de protegidos os locais detravessia, principalmente contra os tiros diretos do inimigo, iniciada aconstruo de passadeiras e portadas e, se as condies permitirem, atmesmo a construo de pontes. O grosso das unidades de assalto passaimediatamente atravs da rea de travessia, deixando um mnimo de foraspara proteger os locais de travessia. Os elementos da fora de assalto quepermaneceram em misso retaguarda (segurana da rea de travessia, porexemplo) devem ser substitudos o mais cedo possvel, a fim de se juntarem ssuas unidades.

    (5) A transposio imediata da diviso est concluda quando as suaspeas de manobra conquistam os objetivos na linha de cabea-de-ponte,proporcionando uma rea suficiente (C Pnt), relativamente protegida, para olanamento dos demais meios de diviso, quer simultaneamente, quer suces-sivamente.

    c. Planejamento e execuo da transposio imediata na brigada(1) Em reas operacionais do continente, so encontrados, com muita

    freqncia, cursos de gua obstculos. Em conseqncia, as grandes unida-des e unidades podem ter de executar seguidas transposies imediatas comoparte da ao ofensiva que estiverem empreendendo.

    (2) As brigadas de infantaria blindada e de cavalaria mecanizada soas grandes unidades mais indicadas para realizar uma transposio imediata.

    (3) Em princpio, uma brigada pode ter de realizar uma transposioimediata dentro de uma das seguintes situaes:

    (a) como pea de manobra de uma diviso de exrcito que executauma transposio imediata, cabendo-lhe participar da conquista de uma C Pntplanejada pela diviso;

    (b) quando enquadrada por uma diviso ou exrcito de campanha,

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    estiver executando uma misso descentralizada (aproveitamento do xito, forade cobertura, flancoguarda, etc) e necessitar transpor um rio obstculo comomeio para o cumprimento de sua misso;

    (c) quando enquadrada por uma diviso ou exrcito de campanha,for empregada para conquistar uma cabea-de-ponte que proporcione asmelhores condies para o lanamento de novos meios do escalo superior.

    (4) Embora os aspectos tcnicos e tticos a serem observados sejamos mesmos em todas as situaes, eles devem ser analisados e consideradossob um ponto de vista peculiar a cada finalidade da misso atribuda brigada,como ser abordado em seguida.

    (5) Detalhes do planejamento e da execuo de uma transposioimediata, realizada por uma brigada que participa da transposio imediata dadiviso de exrcito

    (a) A brigada recebe da diviso de exrcito a LP, a frente detravessia, os provveis locais de travessia, os objetivos na linha de cabea-de-ponte, informaes tcnicas disponveis sobre o curso de gua a ser transposto,informaes sobre o inimigo e os meios adicionais em apoio de fogo eengenharia julgados necessrios. Cabe brigada planejar o seu dispositivopara a abordagem do rio, determinar os itinerrios para as suas peas demanobra e outras medidas de coordenao e controle julgadas necessrias,cuidando para que no venham a retardar seu avano para o rio.

    (b) Os locais de travessia so reconhecidos, o mais cedo possvel,pelos elementos de engenharia da brigada.

    (c) O rio deve ser transposto to logo seja abordado pelos elemen-tos mais avanados da fora de assalto, a fim de que possam controlar, o maiscedo possvel, os locais de travessia e, assim, proporcionar as melhorescondies para as aes seguintes da fora de assalto. Caso isso no sejapossvel, devem procurar controlar, guardar e balizar os locais de travessia, naprimeira margem.

    (d) Os carros de combate que estiverem participando da ao doselementos de primeiro escalo dispem-se de forma a proporcionar-lhessegurana, reforando-lhes a base de fogos.

    (e) Os meios anticarro, as metralhadoras pesadas e os meiosantiareos aproximam-se da primeira margem a fim de participarem da intensi-ficao de fogos com seus tiros diretos.

    (f) A artilharia de campanha ocupa posio de modo a apoiar, sepossvel, toda a operao, sem necessidade de mudana de posio.

    (g) O ideal realizar a transposio durante as horas de poucaluminosidade, mas nem sempre isso ser possvel. A brigada deve transpor orio to logo este seja abordado pela fora de assalto e os locais de travessia jofeream condies para tal.

    (h) O sigilo dificilmente ser obtido no avano para o rio e durantea travessia em uma transposio imediata utilizando-se viaturas blindadas emecanizadas, dado ao intenso barulho produzido pelos motores. Por conse-guinte, no h inconveniente para, nestas oportunidades, desencadear-se umaintensificao de fogos, no s de artilharia, mas de todas as outras armas, detiro tenso ou curvo, buscando neutralizar as posies inimigas que tenham

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    comandamento sobre o curso de gua. Embora tais posies estejam dentro doalcance da artilharia do atacante, pedidos de apoio areo imediato devem serfeitos Fora Area, tendo em vista a possibilidade daquela Fora empregararmamento de maior efeito sobre posies entrincheiradas do inimigo.

    (i) Ao alcanar a segunda margem, as foras de assalto de-sembarcam das viaturas (ou botes de assalto) e procuram conquistar osobjetivos que retirem os tiros diretos sobre o rio, dando assim condies parao lanamento de outros meios de travessia. Em seguida, procede-se limpezae destruio do inimigo, na segunda margem.

    (j) Aps a travessia do restante das unidades de assalto, o ataqueprossegue, a fim de ampliar a cabea-de-ponte.

    (l) To logo a engenharia possua condies de trabalho junto ao rio,o lanamento de passadeiras e de portadas iniciado, a fim de atravessar oscarros de combate, a artilharia, os demais materiais pesados e a reserva.

    (m) Em princpio, pela demora em se ter na segunda margemcarros de combate em nmero suficiente, para opor-se aos contra-ataquesiniciais do inimigo, necessrio que as unidades de primeiro escalo estejamreforadas com meios anticarro.

    (n) Quando houver necessidade de grande rapidez na travessia, abrigada precisa receber mais meios de engenharia. Tal reforo tambm necessrio quando a brigada for acrescida de outras tropas de combate e deapoio ao combate.

    (o) A possibilidade de realizao de uma operao aeromvelfacilita em muito a misso de uma brigada na transposio imediata. O assaltoaeromvel, controlado diretamente ou no pela brigada, pode ser empregadopara apossar-se das passagens contnuas de um curso de gua ou para cumprirmisses ligadas s outras etapas da conquista da cabea-de-ponte.

    (p) Na segunda margem, a brigada continua atacando com oselementos de primeiro escalo ou empregando a sua reserva, de modo aconquistar os objetivos impostos pela diviso na linha de cabea-de-ponte, sempreocupar-se em estabelecer uma cabea-de-ponte prpria, na sua frente detravessia. O avano do ataque em direo aos objetivos finais, a proteo deflanco propiciada por carros e armas anticarro e posicionamento da artilhariaantiarea do a necessria e suficiente proteo aos locais e meios de travessiade brigada. A ao coordenada das peas de manobra da diviso estabelecepara a fora atacante, como um todo, uma cabea-de-ponte que permitir oprosseguimento das aes desse grande comando.

    (6) Detalhes de planejamento e execuo de uma transposio ime-diata realizada por uma brigada, como meio para prosseguir no cumprimento deuma misso descentralizada

    (a) Vrios detalhes sobre o planejamento e a execuo da transpo-sio imediata da diviso de exrcito so vlidos para esta situao em que umabrigada pode se ver envolvida.

    (b) A diferena maior consiste no aumento de encargos da brigadaquanto ao planejamento, ao reconhecimento e a uma preparao maior para aexecuo. Isso leva a brigada a planejar mais meticulosamente a operao,chegando esse planejamento, guardadas as devidas propores, a asseme-

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    lhar-se ao de uma transposio preparada. A execuo, embora de umamaneira geral seja semelhante anteriormente descrita, apresenta algumaspeculiaridades.

    (c) A brigada deve ser reforada pelo escalo superior com osmeios julgados necessrios para o cumprimento da misso, principalmentecom meios de artilharia e de engenharia.

    (d) Nessa situao, em que somente uma brigada transpe um rio, necessrio o estabelecimento de uma cabea-de-ponte que, pelo menos,oferea proteo aos locais de travessia contra a ao direta do inimigo oucontra seus fogos observados.

    (e) As dimenses e o valor defensivo a empregar na C Pnt vodepender de uma criteriosa anlise dos fatores da deciso. O fator misso deveser considerado como preponderante. O excessivo zelo com a segurana nodeve prejudicar o cumprimento da misso.

    (f) Particularmente nas operaes de aproveitamento do xito, desegurana e de reconhecimento, a rapidez na execuo um imperativo. Estamesma rapidez, somada s caractersticas das tropas blindadas e mecaniza-das, por si s j proporciona um certo grau de segurana ao executante.

    (g) O estabelecimento de uma cabea-de-ponte pela brigada,durante o cumprimento de uma misso que lhe exija um rpido prosseguimento(aproveitamento do xito, por exemplo), deve, em princpio, restringir-se aomnimo de providncias necessrias para uma relativa proteo dos locais detravessia, de modo a no empenhar grande quantidade de meios e permitir oprosseguimento, no mais curto prazo, com o maior poder de combate possvel.Em qualquer caso, os elementos que protegem os locais de travessia devem sersubstitudos, na primeira oportunidade, por aqueles que seguem em segundoescalo.

    (7) Detalhes do planejamento e da execuo de uma transposioimediata de uma brigada que recebe a misso de estabelecer uma cabea-de-ponte para o escalo superior que, posteriormente, deve prosseguir com novos meios:

    (a) o planejamento e a execuo da transposio da brigada temum outro enfoque: os locais de travessia necessitam ser mais efetivamentedefendidos; a cabea-de-ponte deve ter o maior espao possvel, dentro dasimposies do terreno e dos meios. Como a brigada vai parar o seu movimento,a probabilidade de ocorrerem contra-ataques do inimigo aumenta, o que exigeo mximo de medidas de segurana. A linha de cabea-de-ponte deve serconsiderada como um limite anterior da rea de defesa avanada e uma reservadeve ser constituda para intervir no combate;

    (b) importante observar que os meios da brigada dificilmente docondies de estabelecer uma cabea-de-ponte to ampla que permita olanamento de outros meios do escalo superior. A cabea-de-ponte da brigadatem por finalidade facilitar a transposio dos meios do escalo superior que,se necessrio, inicialmente deve ampliar essa cabea-de-ponte para que elatenha, finalmente, possibilidade de transformar-se em base para as operaesfuturas;

    (c) por conseguinte, a brigada deve considerar estes aspectos

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    durante o seu planejamento, particularmente na seleo dos objetivos a seremconquistados e mantidos por suas peas de manobra. O id