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- ... ORGAM IMPAI\_CIAL H- If.edactor8s diversos. 'Pro pri etcsr-io: Francisco d'Assis (3ostC1J. ASSIGNATURAS ESTADO DE SANTA CATHARINA REDACÇÃO CAPr'rAL tO R-Rua Trajano-to B N. 25 ANNO 11 rrol. mczo< •.• ' •. 2$000 PEt,O CORnEro Domingo, 15 de Abril de 1900 Seis mezes, , •• , , 4.$500 Numero avulso 200 reis - I Guerra anglo-transwaalíana Do nosso collegn A Noticia, que se publica na Capital Federal, extr himos o seguinte: « Está no prelo e (�eve apparecer proximamente um novo livro de Virgilio Varzeo, o talentoso an ctor dos Ma1'6$ e Campos. O seu novo trabalho destina-se á comrnernora Os estrangeiros naturalisados e seus fi- ção do 4� centenario do descobrimento do Brasil, e Ih d"l' di d intitula-se: Santa Cotharina, os gozam e pnvi egios conce I os �S Dous filhos do prospero Estado do sul concor- burçhers de 2& classe.classe esta que é a maIS, r�Rl, P?is, pal'B; o brilho ,da,c.elebração do centená- sobrecarregada de impostos. 1'10: Victor Meirelles e Virgílio Várzea. I) , "Esta obra de grande valor tem tido naquella ca- O presidente da republiea é eleito por p.tal o mais brilhante acolhimento, e é publicada sob õ annos, e nessa eleição podem concorrer a l'es,ponsabilidade do « �entl'o Catharinense i q�e a' s urnas OS brancos (b gher de 1 & classe) SOhOltO.U do govel'n? do Estado um auxilio, sendo J3 , ur s concedida a respectiva verba. ou a minoria da nação. Como se o « Centro» não poupa esforços para "" d' d divíd que este pedaço de terra querida tenha o lugar que lhe Qual a naçao que, a íanta a, IVl e os compete debaixo da generosa bandeira auri-verde. cidadãos em duas classes, uma, gozando de _._._.. _ todos os privilegios, garantias e direitos, e COMPRThIENTOS outra, quasi sem direitos e privilegios, mas Fez annos hontem o nosso amigo Edmundo Dan- sobrecarregada de impostos? . : tas Fernandes, rl�gno thes�ureiro. da Alfandega. . . ., "" '" - Passa hoje o [lnI1lYer�arlO do nosso amigo POIS a constituíção do Transwaal aSSIm e. Durval Lucio Varella Alves, Essa divisão visão, em classes, tem, a muitos, dado o direito de considerai-o uma nação semi-barbara. Não somos contra o Transwaal. Ao No capitulo terceiro desta serie de arti- contrario. gos dissemos que a c�nstituição do Trans- Admirando o valor, a heroicidade, o pa waal era uma aberraçao �ntre as constituí- triotismo com que se tem batido o soldado çoes dos povos cultos e adiantados. transwaaliano, lamentamos a sorte que Talvez que o leI�r sympat�lCo ao Trans- .aguarda a pequena republica, nessa lucta waal, ao ler essas linhas, duvidasse da nos- em que o solo africano se tem ensopado de sa asserção, sangue e de lagrimas. Chegou, porém, o momento de explicar Lamentamos que o Transwaal, n'um a razão dessas nossas palavras, momento de indignação, na febre de um O Transwaal compõe-se de 750,000 ha- desvario, declarasse guerra á grande poten- bitantes. cia, que despejou 150,000 soldados sobre o D'esse numero 150,000 são brancos, seu solo, dispostos a luctar e a morrer. sendo 63,00D boers transwssltanos e 87,006 Si até agora os ínglezes teem tido reve- utlanders ( estrangeiros). zes na guerra, d' aq ui por diante as armas O poder legislativo é formado de um transwaalianas, até agora vencedoras, sof »olksraad de 1 a classe, eleito pelos burqhers frerão revezes iguaes. de 1 a classe e de um »olksraad de ne- nhum valor, eleito pelos burqhers de 2& classe. ' Os privilegios dos burqhers de 1 a classe attingem exclusivamente aos brancos que residiam na republica antes de 1876 e aos seus descendeutes. VI (Conh'lua) SANTA CATHARINA NO RIO Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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Page 1: c nstituição Trans- waal ntre cultos adiantados. leI r …hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/sulamericano/1900/SUL...em que seacha elabora,da, ess nO I Ia. Er..1. noite. Lado a lado,

- ... ORGAM IMPAI\_CIAL H-

If.edactor8s diversos. -- 'Proprietcsr-io: Francisco d'Assis (3ostC1J.

ASSIGNATURAS ESTADO DE SANTA CATHARINA REDACÇÃOCAPr'rAL

tO R-Rua Trajano-to B N. 25ANNO 11 rrol. mczo< •.• ' •. 2$000�PEt,O CORnEro

Domingo, 15 de Abril de 1900Seis mezes, , •• , • , 4.$500 Numero avulso 200 reis

-

I

Guerra anglo-transwaalíana

Do nosso collegn A Noticia, que se publica na

Capital Federal, extr himos o seguinte:« Está no prelo e (�eve apparecer proximamente

um novo livro de Virgilio Varzeo, o talentoso an­

ctor dos Ma1'6$ e Campos.O seu novo trabalho destina-se á comrnernora­

Os estrangeiros naturalisados e seus fi- ção do 4� centenario do descobrimento do Brasil, eIh d"l' did intitula-se: Santa Cotharina,os gozam e pnvi egios conce I os �S Dous filhos do prospero Estado do sul concor-

burçhers de 2& classe.classe esta que é a maIS, r�Rl, P?is, pal'B; o brilho ,da,c.elebração do centená-

sobrecarregada de impostos. 1'10: Victor Meirelles e Virgílio Várzea. I)

, "Esta obra de grande valor tem tido naquella ca-O presidente da republiea é eleito por p.tal o mais brilhante acolhimento, e é publicada sobõ annos, e nessa eleição só podem concorrer a l'es,ponsabilidade do « �entl'o Catharinense i q�ea's urnas OS brancos (b gher de 1 & classe) SOhOltO.U do govel'n? do Estado um auxilio, sendo J3

, ur s concedida a respectiva verba.ou a minoria da nação. Como se vê o « Centro» não poupa esforços para

""

d' d divíd que este pedaço de terra querida tenha o lugarque lheQual a naçao que, a íanta a, IVl e os compete debaixo da generosa bandeira auri-verde.cidadãos em duas classes, uma, gozando de _._._ .. _

todos os privilegios, garantias e direitos, e COMPRThIENTOSoutra, quasi sem direitos e privilegios, mas

-

Fez annos hontem o nosso amigo Edmundo Dan-sobrecarregada de impostos? . : tas Fernandes, rl�gno thes�ureiro. da Alfandega.

.

. ., ""•

'"- Passa hoje o [lnI1lYer�arlO do nosso amigoPOIS a constituíção do Transwaal aSSIm e. Durval Lucio Varella Alves,

Essa divisãovisão, em classes, tem, a muitos,dado o direito de considerai-o uma naçãosemi-barbara.

Não somos contra o Transwaal. AoNo capitulo terceiro desta serie de arti- contrario.

gos dissemos que a c�nstituição do Trans- Admirando o valor, a heroicidade, o pa­waal era uma aberraçao �ntre as constituí-

triotismo com que se tem batido o soldadoçoes dos povos cultos e adiantados. transwaaliano, lamentamos a sorte que

Talvez que o leI�r sympat�lCo ao Trans- .aguarda a pequena republica, nessa luctawaal, ao ler essas linhas, duvidasse da nos- em que o solo africano se tem ensopado desa asserção, sangue e de lagrimas.

Chegou, porém, o momento de explicar Lamentamos que o Transwaal, n'uma razão dessas nossas palavras, momento de indignação, na febre de um

O Transwaal compõe-se de 750,000 ha- desvario, declarasse guerra á grande poten-bitantes. cia, que despejou 150,000 soldados sobre o

D'esse numero 150,000 são brancos, seu solo, dispostos a luctar e a morrer.

sendo 63,00D boers transwssltanos e 87,006 Si até agora os ínglezes teem tido reve-

utlanders (estrangeiros). zes na guerra, d'aqui por diante as armas

O poder legislativo é formado de um transwaalianas, até agora vencedoras, sof­»olksraad de 1 a classe, eleito pelos burqhers frerão revezes iguaes.de 1 a classe e de um 2· »olksraad de ne-

nhum valor, eleito pelos burqhers de 2&classe.

'

Os privilegios dos burqhers de 1 a classeattingem exclusivamente aos brancos queresidiam na republica antes de 1876 e aos

seus descendeutes.

VI

(Conh'lua)

SANTA CATHARINA NO RIO

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 2: c nstituição Trans- waal ntre cultos adiantados. leI r …hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/sulamericano/1900/SUL...em que seacha elabora,da, ess nO I Ia. Er..1. noite. Lado a lado,

2 SUL-AMERICANO

Estado de 'Santa Catharina-------0.,0----

MOVIMENTO DA CAIXA ECONOMIC4. E SUAS AGENCIAS NOS PRIMEIRO E SEGUNDO SEMESTRES DE 1899

SALDOS I I JURC·S DE JURO DE· SALDOCAL'lCA E AGE 'CIAS

ANTERIOREENTRADAS RETIRADAS 1:> 1/2 % J /2 o EXISTENTES;., .

. ,

Capital " " 1 ,9 40:062 467 574:850$C00 635:356 298 10 ::9198393 13:Gl0S046 1" 970:89585: 6,.

Agencia da Laguna . 7:..7:632"057 189:0178·550 218:579$688 40:4798086 3:G7989W 73': 6980�6» de Itajahy 45: 143 402 6:1 68000 5 :9858.7.64 ,2:506$867 221$ -96 'l7:6�2860;).

.

1:>R:5u9se67) de S. Francl co 44:964836:t 26:437$000 15:5238229 2:927$684 2668150150:�6�8030 17:78-1$011 2.tH 1 :92688782.757:802$288 796:490$550 875:4448979

,

.

.. Revista VOlVER\

, .

1'. Redactor do Sul-Amel'ica?Vl. (TRAD. DE HORACIO NUNES)Na' e Iicção do "OSSO conceituado jornal, de 8 do-Então, nem mais rim S .nho, nem mais umacorrente, vi inserta a seguinte noticia, sob a epygra- illusão 7

.

phe - Effeito do ciurne :'J é' d '

A.

C.

- Na> ..« Com o titulo acima, o sr. os e ranjo 011-

• _:_ E o arnôr �tinho, intelligente en aiador da sociedade João Cae-_ O arnôr f Uma miragem.tano concluiu uma revista em 4 actos. Informa-nos

Pe�oa que a leu, que a nova peça está bem archi .... �- E a relig.ã ,��" ',' ",

- Uma utopi ",tectadà. »_ E ainda tens coragem para viver 1Apezar de muito honrosa para mim, nos tel'I??S ..".. • • • • • ." ••

lisongeiros em que se acha elabora,da, ess� nO�I�Ia. Er . .1. noite. Lado a lado, caminhavam sob asnão exprime a verdade, em relação a comedia-revis- grandes ramagens das velhis arvores do parque.ta que tem aquclle titulo

.

De repente, o can�9 tremulo e commovído de umPara dar a Cezar o que e de Cezar, lavro este

pássaro elevou-se 110 ar.protesto, ainda que com elle offenda, directa o� in- 'j"s e canto dizi» :directamente, a modéstia do meu particular e illus-

_ Amem-se, amem-se muito! As folhas palpi-tre am'go Horácio Nunes. tim as relvas agit-im-se; as flõres suspiram; os ven-Eu escrevium livro, na persuasão de fazer uma t s �lll'nillralll; um calor perfurttadode beijos i� Vfi-comedia-revista. de a aunosphera .. Todos os SJI'es, todas as COIsas

Quando a conclui, li-a e pareceu-me qu» se a le- amam-se emq ianto eu c.mto, e u canto sempre so-vasse á scena merecia estrondosa pateada. bre o eterno thern 1 - o amôr! Sothem l O sonho: é

Disse, então, aos meus botões: doce; desce do céo, perfumado e tépido, como sobem« Quem te manda, sapateiro, tocar rabecão t i ao céo os perfumes dos rosa is em flôr. E' o sonho-Deu-me vontade de a rasgar, de a reduzir a cin- borboleta gentil de azas de oi!') - que murmur� 80,0zas. " ouvido dos desesperado' da Vida a palavra suaVISSI-Porém, lembrando-me que a litteratura drama- ma do conforto e da esperança; é o sonho que ador­

tica carece de desenvolvimento entre nós; qie os mece os corações desgr içados ao som puríssimo denossos vicios e os nossos maus costumes devem sof- musicas divinas; é o sonho, emfim, que dá a crença,frer critica severa, para serem mudados, e o publico ã alegria, o transporte, o delírio. Irmãoigemeo doter um passa-tempo agradável, conse�taneo com ,a Arnôr, o Arnõr não pode existir sem o Sonho ! .. , So­civilisação moderna, calculei que enviando esse 11- nhem e amem-se! Creiam, creiam n'esta força im­vro a Horacio Nunes, lhe despertaria a idéa de fazer ples e doce que se ('c?ulta em todas as coisas. De�so que eu não soube fazer - uma comedia-revista, está na minha voz feliz que canta, oomo no silencioaproveitando d'elle alguma cousa que contiv esse triste que sonha. A terra, o mar, o espaço, -as nu­de util... vens, os ventos, as flôres ... A:l1 tudo" Deus e�iste, emO meu' amigo Horácio a�olheu-o, com .aguella tudo Deus impera, em tudo Deus vive l Creiarn !benevolencia que lhe é pecu liar; leu-o, corrigiu-lhe ".."....". o • • • •

os erros, os defeitos, metriâcou-lhe os versos, em - E tens coragem para viver sem sonhos, .ssrngrande numero, e, n'uma palavra.deixou a obra com arnõr, sem religião' .

• .• '"

um valor extraordinário, que ella não tinha. •

O pássaro divÍl;o cantou de noyo :I , ,De quem é, pois, a comedia-revista - Effeito do

_ A vida é grande qu-mdo se ama; a VIda e doce

ciumeA'iCezaro queé de Cezar... quando se sonh ; a vida é bella quando se er !

Tanto ella, na minha humilde opinião, ê minha.

._ i� tOm; co�·agem· para ·vi,:er�e�1 r�lígião', s'�mfilha legitima, como o ê também de Horacio Nunes. arnôr, sem sonhos'

I 'Se conseguir leval-a á scena e o publico não gos- .'"_ Tenho, porque as im é preciso!tal' della , deve patear-nos a ambos; ma se lhe agra-

dar, deve applaudir a Horácio Nunes, que foi quema colorio, quem lhe deu o brilho que ella não tinha. A . mães d vem sempre e lembra r que as filha

Florianopolis, 9-4-1900.- ARAUJO COUTINHO. ri'ell is Sf;I miram.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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. SUL.Al!rlERICANO

CENTRO CATH4RINENEEO sr. J, A. de Souza Junior offerr ceu á bibliothe­

ca ('O « Centro Cathariuense » da Capital Fed ral,as seguintes obrns : Pendo de Kock: A [amilia Puvi­üiõo, 1 volume; As mulheree vadependentes, 1 vol.; A pí'O­cura de noiva, 1 \'01.; Rabelaís: Os crimes no amor, 1vol.; Lubricas, 1 v01.; José d Alenca-: Lwiola, 1 vol.:Ubirajara, 1 v- L; A pau» dagazclla,l VCl1.; Iracema, 1"01.; s m auctor: l'fOvetlas amorosas, 1 Vd1.

Ar) meu amigo José de Araujo Coutinho.- Li atua carta, inserti n'O Estado de h je.

Em um dos ultirn IS dias de Março procuraste­me, e, na presença do nosso commurn amigo JoséBrasihcio, pedist a rninh i collaboração na tua re­

v.sta , Declarei-r ' que, cornquanto o ped.do me des­se extremo prazer, não estava em mim attendel-opor motivos íntimos. Instaste, mostrando o maiordesejo de que o meu O')SCllrO nome figurasse ao ladoda teu,

Apresentei. então, du 1S con lições, mediante as

quaes poderia acceder ao teu desejo. Uma acceitastelogo in-touim, noutra acceit -ste-a -ambe-u, mas com

modificaçõ s, visto q ue só poderia servir em certo e

deterrninido momento, Comprehendi a tua louva­vel generosa intenção, e concordei.

Entregaste-me então a peça eretiraste-te,Ao nrepnrar-me para encetar o trabalho, come­

c 'i a reflect.r e convenci-me de que mal havia pro­cedido impondocondições que iarn , mais ou menos,concorrer para molestar-te, embora a tua boa venta­de para commigo as tivesse abraçado.

Resolvi então escrever-te, corno fi>, dando-teconta das minhas impressões e restituindo-te a tua

plena. liberdade de acção. .

)':m vista d'isso, limitei-me apenas a metrificaros versos usando dos quasi nullos conhecimentos quet-enho sobre p )esia,e a accrescentar uma ou outra

phraze em diversos pontos do teu trdbalho , que te .

'rlevolv i, dizendo que desejava vel-o representadoporque me agr.idou muito e porque tinha convicçãode que havia de ngrada r a todos.

O que ha, pois, na tua revista.á excepção elo que

NEBULOSOS

XLIV

_-- Ideal ,_

. Timida e bella... Assim, quem não te adora,tímida e hella ftôr dos meus amôres,flór=-soberana das-mais bellas flôres,-dos meus sonhos de.arnór=-bella Senhora 1. . ,

Quando te vejo,-és para mim a aurora,si te não vejo,-da saudade as dôres,dos zelos sinto os doudos amargôres,e miaa'alma, sentida, triste, chora .•.

Passas,-deixando um rastro de perfumes,dos perfumes subtis das almas puras,que se illumiuam de sagrados Iumes..;E's paramim-a nuncia das venturas,mas por ti-do martyrio nos n grUl�es,saudoso peno -em tristes amarguras ...

187, ..

apontei, é exclusivamente teu, e.si ella fôr represen­tida.todos os appláusos que obtenha exclusivamentete pertencerão,

Costumo ser sincero em todos os meus actos, e,mais uma vez, te digo: - gostei da revista e tenhoconvicção de que,representada,será bem acceita portodos.

I

-

Agradeço-te, entretanto, as immerecidas refe­rencias que me fazes na tua carta, que me vem maisuma vez provar que são ainda as mesmas as relaçõesde amizade que entretemos ha quasi 30 annos.

Felicito-te ainda uma vez pelo teu trabalho e de­sejo sinceramente.que elle seja coroado dos brilhan­tes resultados que merece.

Sempre ao teu dispôr o arrr' e cr.: Boracio Nunes

Florianópolis, lO-IV-1900

VINHOS PORTUGUEZES - diversas marcas,no armazem de Fernandes Neves & C.

Do mavioso poeta [rancez Florian, nascido em

1755 e fallecido em 1794, publicamos a traducção dafábula Jupiter e ,Ai inos, t.�!lbalho de um dos nossos col­lnboradores.

Contendo a moralidade dessa fabula, urna ver­

dade inconcussa, julgarnol-a por isso digna das nos­sas columnas.

Eis a traducção :.-

- Meu filho, disse Júpiter a Mines,tu, que aos humanos julgas,

explica-me porque do inferno a pena,- que me parece leve, ê sufficiente

p'ra castigar os grandes criminosos,.

que Atrópos lá da. Terra sempre envia !O grande adversario da Virtudenão será o Interesse? eu penso ser •..- O Interesse? não é, meu pai amado .•.O maior inirnizo da Virtudeencarniçado, duro, fat il sempre •..- Qual a, pois, meu filho?- E' a ociosidade !

.-

PHOSPHOROS BRAbIL-Depositarios EduardoHol'1l & C.

HORACIO NUNES

XLV

:MythoEm minh'alma um amôr enorme existepela belleza lumin sa tua ...e o meu amôr-s-em lagrimas-fluctúasobre um abysmo infindo, negro e triste ...

mas, mesmo assim, perenne, subsiste,lucrando contra a sorte amarga e crúa ,

emquanto o peito meu, em pranto, estúana dÔI',_:que em dôr o meu viver consiste.,.

Eu bem sei que este amôr que me domina,este amõr, perennal, febril, ardente,que em sonhos impossíveis desatina,hsde viver, viver eternamente,desconheeido.c--ássím o quer a sina,-sim que jamais conheças quem o sente!

--

187 ..•

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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SUL-AMERICANO

ESTUDOSOBRE O

ESTADO DE SANTA CATHARINA(Continuação do n. <li)

LA E DAS AVES - Ordem da rapaces.:« E' muitonumerosa. ta ordem. Os mais conhecidos são: li Ar­pia feroce, a maior de todas as aves de r ..-pina quepossuimos. O matutos chamam-no de gavião maca­co pelo facto.bem conhecido, d'esta ave com r aquel­les simian s. g neros que mais abundam são ooathartes e falco, quo possuem uma infinidade dee pecies o variedades. O carácará, o cl'icl'i,'o car.m­

cho, etc., sã co-nrnuns no Estado, pJrém aspa iesha que ó h bitam os campos de cima da Serra, e

entre elles uma rapina do me mo p irte do carancho,porém de peito inteiramente branco. Os cathartes, aque pertencem os no SIlS urubüs, cuidadosos físcaesdas prai. c.quintaes, habit-im qualquer lugar ondehaja cadáver de qualquer animal. Apenas e11'1'a em

decomposição um corpo de animal, começam a che­gar os urubus que só abandonam o lugar (�uandonão restam senão ossos.

Algumas espécies de curujàs habitam as manase casas velhas, donde sahem ao anoitecer, em buscade alimento.

Ord�m dos pa.�$a1·os.-E' a mais [oumerosa que se

conhece. As nossasmattas e campos possuem enor­

me variedade d'esses bellos animaesinhos que nos

encantam sempre, ou pela belleza de sua plumagemou pelo cantar mavioso. Alguns ha que se recorn­

mendam v-nto pela beUeza do colorido d suas pen­nas como pelos costumes curiosos. Dos generos d'es­sa aves, o que possue mais bellos representantes, ésem duvida o genero Tanaqra, a que pertencem as

lindas saíras, gaturamos, tangarás, gaipavas, cana­

rios de ass obio e umamultidão de outr-os; uns verde­gaio com? cabeça encarnada; outros, como o cana­

rio de assovio, peito arnarello, dorso azul ferrete e

cabeça azul clara.. sabiás de quatro especies.estes sublimes can­

tores que representam aqui o genero turdo, são nu­

merosissimos ,

EBULOSOS

XLVI

O palhaçoEil-o na arena. A turba, delirante,ri-se do clown ás roucas gargalhadas,e applaude, alegre, as sortes desastradasdo palhaço feliz e triurnphante ...A multidão,-inquieta e sussurrante,­-como as ondas que sobem, açoutadasdos temporaes às loucas chicotadas,a rebentar n'um regougar gigante,-move-se, e falla, e ri-se, enfebrecida,e de flõves a vasta arena inunda,do fremente prazer em toda :l vida,sem saber que no peito d'elle-fundachora uma d6r,-a dór triste e sentidade ter deixado a filha moribunda!

1 9...

o p wão do matto, a gralha, o bem-te-vi, os par­daes, canarios da tolha etc. vivem em todas as mat­t s o pomares, e são u Leis por devorarem formigas a

outro' iusect -s nocivos á cultura.Os mimosos beije-flores, este. voláteis preciosos

como os chamou um autor, existem onde as floresexistem; o que quer' dizer qu são encontrados emtodo o Est-do de Santa Catharina, meu berço natal,pois é um mimoso rarnilhete das mais lindns e odo­rosas flores No fim d'es'e trabalho darei uma listade todas as aves � outros animaes, com os seus no­

mes scieutificos os que estão classificados, e sem el­lcs, os que não estão.

Ordem do« lrep(tdor(!.,. - Possuímos gra ndes va­

riedndes: tres es pecies de tucanos; o do bico preto, o

do bico verde; o bic I vermelho; o tucaniço, (araçari)os pica-paus riiversos, os anús preto e pardo, f s si­ricuás, papagaio , piriquitos, tirivas.tuis, cunhatay,maytacas, maracanãs e piriquitos do imbé ,

Nas manas virgens de todo o Estr do são encon­

trados estes trepadores, com excepção dos a nús e bi­cos xanxáns quo habitam as savanas, onde alimen­tam-se de inseotos e peq uenos reptis. São por isso ani­maes uteis ao homem e,portant ,dignos de proteção.

(Co?llinúa)

CLUB 16 DE ABRILFomos honrados com um convite I'a dircctoria

d'esse club para o baile que, em crmmemoração ao

6° anniversario de sua. installação, se realisa no dia16 do corrente.

Agradecemos, penhorados, a gentileza.-_...

As pessoas que tomaram assígnaturasda REVISTA l:ATHAR1NENSE e quizerem desdejá pagal-as, poderão entender-se com o ci­dadão Franeísco de Assis Costa, no Gabi­nete Sul Americano, em cujo poder estãoos respectivos talões .

HROMOS-nú Gabinete Sul-Americano

II<lRACIO N NES

XLIII

Mar largoGand loiro do arnôr, eu venho, oh ! feiticeira,loura filha g. ntil das brumas da Allernnnha,eu venho offerecer-te a gondola faceira,q u=em perfumes e sol=phantastica=se banha ..Ca bemos só nós dois. Da luz na larga esteira,do largo mar sereno à vastidão tamanha,havemos de cantar,-bem como na baleeiradescvnta o rouxinol que desce .la montanha ...

O rnar, sereno e azul, suspira brandamenteum cantico de amôr, um hyrnuo de saudade,um queixume talvez de coração gemente ...

Unamo-nos, sorrindo, oh! flôr da castidade,e vamoa--mar em fôra.alegres.mansamente,»­cantar o nosso amõr, em plena immenstdade !

187 ...

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

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SUL-AMERICANO

Idéa luminosaJa lú vão para mais do 30 annos que no »dro de

nOSS't velha matriz passou-se o facto seguinte, quenão deixou ele causar sensação.

Er.i uma t ude de prooissão.Segundo o costume daquelles bons t nnpoe.cabía

sempre á Guarda Nacional faze!' as honras a essa

festividadePor isso já est 'va ao lado di rei to da porta pri»ci­

pal cio templo, uma guarda com a sua respectivabanda de música.

Começava a sahir a procissão.Repicam os sinos; estouram os foguetes.- Sentido � brada o commandante da guarda,Vão suhiudo os andores entre alas formadas pe-

las diversas irmandades,Apparece emfim o pnllio.- Joelho em t.irra ! coruinúa o cornmandan:e.1'_ logo depois accrescenta :-- Tirar....Lvnoando, porón. rápido 01h'11' sobre os seus

commandados, suspende-se, e no seu rosto nota-secruel ancicdade.

Ell», que de accordo com as instrucções deveriar{landar ti rar bart'ctin.i , acaba de repara r que nem

t rdo s os sol l.idos a trazem; alguns têm bonnets, e

outros apenas puderam apresentar-se com os seus

chapé is de palha de tiri rica ,

F01',l1n, porém, curtos os momentos ele perple­xidarle ,

Um SJl'l'lSO do suisfução transforma-lhe agra­dav.iluierue a ['hysionomia, e radiante exclama com

toda a força dos seus pulmões:- Ti 1'1:11' misturtula /Assim sal vou-se a -ituaçao sem quebra das ins­

trucçõcs.

ParnasoMOTE

O supplicio atroz da cruz

Trouxe ao mundo a salvação.Recebemos as seguintes

GLOSAS

POl' pregar a liberdademuda ndo trevas em luz,teve o ap .stolo da verdadeo sttjlplicio atroz da cruz;rnns do Divino Jesus-todo fé e inspiraoão.t-­alva qual luz da rasãoa ideia germinou,e o fructo quo brotoutrouxe ao nuuulo a salvação,

/

Semiramis.

Fonte de graça e de luz,Fonte de bens eternaesFoi 031'a os tristes mortaesO sUPPLicio atroz da cruz;Morrendo n'ella Jesus,Segundo a sua missão,Nos deu sublime liçãoDe amor, ternura, humildade,E pregando a CaridadeTrouxe �o mundo a salvação.

Nemo.

A cicuta para Sócrates.Que na moral fez a luz;Para Christo, o caridoso,"O supplicio at1'OZ da cruz.O ideal puro e santoPor que se esforçaram tanto,Venceu a destruição;Uniu os -livers-s povos,Creou sentimentos novos,Trouxe ao mundo a salvação.

Um profano.

P'ra salvar a humanidadeaffrontou tudo Jes us:dos homens a impiedade,-- o supplicio at1'OZ da cruz IMas esse lenho pesadoque lhe deram por supplicio,esse enorme sacrifício,esse eculeo sem igual,as nações hoje ligandon'um abraço fraternal,vai bem alto proclamandoa verdade universalsem temor contestação:- trouxe ao mundo a salvação I

Terencio,

Para hoje temos o seguinteMOTE

A causa da Liberdade

Feriqa lá no Transuiaal.As glosas serão r cebidas até quinta-feira,

Secção charadistica9.° Toa-neio

LOGOGRIPHOA' A. Alves

Um sandeu, parvo, simplório,.Desejando no alto estar,Empunhou-me e foi ligeiroDireit s arrecadar.

6,7,4,5,8,96,2,1,9,4,73,7,6,2,4,9

Acteon..

o doce e br.. ndo Jesus,Ql1l1l cordei1'0 e11 tre leões,Soflreu, entre dois ladrões,O supplicio atroz d.i C7'UZ.EUe era a celeste Iuz,Cujo esplendente clarãoIlluminou o pagão,Fez urgir a christandade,Trouxe ao mundo a caridade,Trouxe ao mundo a salvação.

CHARADASAos valentes decifradores do "Sul-Americano"2-2 - Garrido Francisco Nobre.3-1 - Boaventura de Mattoso Homem.1-1- Lia da Cunha Rocha.Itajahy. Riquel� Sfonhe»;

Soluções dos problemas publicados no ultimonumero: Erqastulo, Canibal, Gaivota, Angina, RaposaVerdttgo, Baeia; Precisa,

'

Rc .olverarn: Coió,8; Pimperlim, 5; Dagoberto, 5 •

Dioçenee, 4.. A. P.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina

Page 6: c nstituição Trans- waal ntre cultos adiantados. leI r …hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/sulamericano/1900/SUL...em que seacha elabora,da, ess nO I Ia. Er..1. noite. Lado a lado,

SUL-AMERICANO

A PEDIDOSCHAPA

CARPIDEIRAS15-4-00.

PAnA DIRECTORI EFFECfl"A DO G. D. B. AUGtJDirector - Irincu Ioncuilhot.Vice - Flavio B. Dutra.1° secr tario - Rodolpho C'iminha.2° ») - Franci co Ramalho.Thezoureiro - Alvaro Jo é \'i1101<.l.Orarlor - Auzu 'to Pire .

Procuradores - O 'cal' Caruizão c J ião Vieira.lJhlilas sacias.

Complet I hojr 1:1;) risonhos iuveruos Durv.il Al­ro PIRES

VeS, nosso querido irmão de crenças, a quem todosdo a"rl[Jacl sejim mil venturvs e ...

PARABENS1\0 hom Brilham , desejando outros cent na­

rios, n braça o

Arnallcia.15 --1-UO,

ANNUNCIO

eneros garantidos25' A - RUA ALTINO CORRÊj-\_ - 27 A

PREÇOS BARATISSIMOS �:�

��.� Goiabada c-::J ascão, superior, lata . , ;2 000 �%W,';>l � Prss::::::C=- em lat s e caixa.', ele 3$ a. 6$000! �ª " Vinho � do Porto, ,13",4$ e. . . 48300 .", �� I � Tarnar =:::t:=- s superiores, caixa, 3SGOO;;; I �? t � �ª �;; Ame id c=J as as ucaradas, kilo 3S300 I.. ,. bt $>jf�� \'e r:-- a brazileircs, pacote . 18 00

,�

",,�I�"; li(. P' 1 F I' I � :> �

�;:;;"" nosp ia] � na <a iéres, ata, 48500 i'; I �:;;;. _. li(. ai em -=:::::: idros, yiclro. . . 1 >':).00 �;('�:::;t Leit r=c condensado, I.ua . 18400 ��f.a��f; Petit-po"_ s superior, lata, ." 1�200 .iCcy;;�

v -:F 1\1 � 1 1 1o,;,· :> li(.

�êt p�� � ,rni�1�C\�\1�:1�üt��a1si5�0 ��O, .18 � ����g �> f-�� I�I�<� � hás fino', ki\o 8$500,10 ,12 o 1-1�000 l����t Lentilh � s para sopa, kilo . 1850n lô��<t Ervilhas pa::::x::J ti la para sopa, kilo , rs ioo �(')�� ü<� Ce -=:::::: adinha .uperior, kilo • 28000 ��i�,.,...f Azeiton:::::c=> boas, laa . , l'�OO ')11:;:0'".. .-- 1\Iixed Pich t:- c " vidro . . , , . 3�000 � 'TI f.

�,�.:,'_',��_- ;.' 1\101::::r::: o inglez , vidro; 1$GOOc. 2$5CO �.�,", >1�-, e- �.' Massa do t c:=:> mate superior. lata 18 lOO � �

�5f ���� ":" Bacalhào, cl11eijO, R'-o etc. etc.

')11 �"� li{. gr., ;J.> t1t� f. Mant - f�a Demagny, btá , , 3 t<00 � �� 1 � l3i couto:� ���;Ifi����1t;t�, 1 �ggb�� �o'O �'. :. i:�g� � I �,<._ � ab ::::X:=-lO e sabonetes, caix�,::' 8400,2$;:'00, 5$ o, 10�000 ��tI!".!,:l!!1.4 ;;:..

P.

1 ist I 'I 1 j ')�OOO VJ>.�""(�:J""� <11nr c:::::> e a pl 'e, \.10, a )li e. , . , ,. "'jl> ",,'�::l�:

Genero coloniae por preço m compet ncia, por exemplo: 1 kílo de café em grão?1$000; 1 litro de farinha; 140 r .; lua sa para opa, míudas e superiores, a

2 000 o kilo; amar lia' a 2$-:1:00, da terra a 1 $5PO, etc.; farinha lactea,laia 2 500; phosphoros Carlo Gome, a 600 rs. o pacote, outras marcas a õOO e 600 1'S.

25 A -- RUA ALTINO CORREA -- 27 A�.� . ''0/); 'X'%..X' , ''C'�� r \�r;JJI�. �1.M.�nJJ-� "'h�1J v���

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina