o outro lado

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Recentes reviravoltas assolam a mente de Andy através de um simples espelho. Porém ele levará certo tempo até notar que a presença desse inerte objeto mudará tudo à sua volta. Dúvidas acerca da existência, das coincidências, do destino; uma nova visão do que ocorre em nossas vidas, que só são percebidas, muitas vezes, quando é tarde demais... O outro lado é um romance transcendente, que tem como propósito revelar muito de nós. Por meio de personagens envoltos no cotidiano, mas perdidos em seus sentimentos, nos levará a uma nova percepção de vida, e do que é refletido de nosso interior em relação ao mundo.

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ANDERSON R. FONTANEZ

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ANDERSON R. FONTANEZ

São Paulo, 2014

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

O OUTRO LADO

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2014IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO ÀNOVO SÉCULO EDITORA

CEA – CENTRO EMPRESARIAL ARAGUAIA IIAlameda Araguaia, 2190 - 11o andar

Bloco A – Conjunto 1111CEP 06455-000 – Alphaville Industrial – SPTel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323

[email protected]

Copyright © 2014 by Andrson R. Fontanez

Coordenação editorial Letícia Teófilo

Diagramação Claudio Tito Braghini Junior

Capa Monalisa Morato

Preparação Patricia Almeida

Revisão Fabrícia Romaniv

Novo Século

Fontanez, Anderson R. O outro lado / Anderson R. Fontanez. -- Barueri, SP : Novo Século Edi-tora, 2014. -- (Talentos da literatura brasileira) 1. Ficção brasileira I. Título. II. Série. 13-06892 CDD-869.93

1. Ficção : Literatura brasileira 869.93

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

Texto adequado às normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo no 54, de 1995)

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2014IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO ÀNOVO SÉCULO EDITORA

CEA – CENTRO EMPRESARIAL ARAGUAIA IIAlameda Araguaia, 2190 - 11o andar

Bloco A – Conjunto 1111CEP 06455-000 – Alphaville Industrial – SPTel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323

[email protected]

Dedico este livro:

À minha mãe Ana (in memoriam);Ao meu pai Pedro;

Ao meus irmãos Everton, Elton e Ederson;

Ao meu amor Aline,A todas as pessoas que sofrem nesse mundo;

E a Deus.

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PRÓLOGO

Um dia normal na vida de Andy, como qualquer ou-tro. Saiu de casa a apenas cinco minutos de chegar atrasado ao trabalho, o qual já não o agradava há muito tempo.

Chegando ao trabalho, esperou ansioso pela hora do almoço, mesmo que isso seja considerado um ato preguiçoso pela maioria das pessoas. Você, que lê este livro, certamente, já teve um trabalho que o levava a pensar, tão logo acordas-se, a voltar a dormir um pouco mais ou, então, a ansiar pela hora do almoço para tirar um cochilo, nem que fosse só por uns vinte minutinhos.

Passada a hora do almoço, Andy aguardava ansioso para sair do trabalho à tarde. Ao chegar em casa, trocava de roupa, tomava um banho, jantava, assistia um pouco de televisão e dormia. E assim seus dias iam passando, todos sempre iguais.

Enquanto passava o tempo, a rotina tomava conta de sua e de tantas outras vidas. Uma realidade considerada como normal por muitos, uma existência dentro dos pa-drões, inclusive para Edna, sua noiva, que também tinha uma vida rotineira e simples ao lado de seu noivo.

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Mas como toda rotina também tem fim, foi a vez de o acaso mostrar para Andy uma verdade que jamais uma pes-soa comum nesse mundo aceitaria com facilidade.

Você estaria preparado se fosse sua vez de “enxergar” uma verdade que ninguém mais enxerga? Você seria capaz de guardar um segredo para sempre?

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CAPITULO 1

PEQUENOS DETALHES...

Tudo começou em um dia qualquer. Parecia ser mais um dia cheio de rotina, mas Andy acabou se sentindo um pouco apreensivo diante de um simples motivo, que seria conside-rado corriqueiro para muitas pessoas: sonhava com sua noiva enquanto tirava um cochilo no sofá da sala, antes de sair para trabalhar. Ele foi acordado com um som de freada de carro, pois morava em uma rua que possuía um tráfego intenso.

Andy levantou-se do sofá e passou em frente ao espe-lho no caminho para a cozinha. Foi então que viu um “vul-to”, uma espécie de sombra, que o seguiu ao passar em fren-te ao espelho.

Em meio ao susto, Andy se virou para o objeto, mas não viu nada de diferente. Intrigado, colocou a mão direita no espelho e olhou o reflexo de seu rosto bem fixamente. No entanto, nada viu de anormal.

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Edna chegou. Entrou pela porta da frente, mas perce-beu que esquecera as chaves. Como já estava saindo para trabalhar, deu um beijo em Andy e saiu.

Apesar de ter certeza do que viu, Andy não se abalou com aquilo e prosseguiu com seus afazeres como se nada tivesse acontecido. Contudo, várias vezes durante o dia se lembrou daquilo, e a cada vez que se lembrava um tremendo arrepio cortava seu corpo, dos pés à cabeça, como se alguém soprasse em seu ouvido; sussurrando bem perto de seu pes-coço seu próprio nome, com uma voz de volume tão baixo que não podia descrevê-la, como de alguém conhecido.

“Andyyy!”

O dia passou normalmente, como era de se esperar, sem maiores acontecimentos importantes. Mais um dia na vida de uma pessoa normal e simples, como tantas outras

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que trabalham mais de quinze dias no mês apenas para pa-gar os impostos, que dormem durante aproximadamente 30% de sua vida e que chegam ao final do dia convictas de que está tudo bem, de que sua vida está “às mil maravilhas”.

No outro dia, o relógio despertou. Andy bateu a mão nele para desligá-lo. Levantou-se ainda sonolento, com os olhos semiabertos, pegou o caminho para a cozinha e pas-sou em frente ao espelho. Algo indescritível surgiu no re-flexo: sua noiva está ao seu lado, porém dentro do espelho.

Ao ver aquela imagem de sua noiva no espelho olhan-do fixamente para ele, Andy ficou paralisado e estático, suas pernas não respondiam ao seu comando. Edna, então, colo-cou a mão no aparato e, ao tocar nele, o espelho se quebra, em meio a um grande estalo, despertando Andy de seu so-nho.

Andy imediatamente acordou assustado e, rapida-mente, como um relâmpago, levantou de sua cama e correu para o espelho. Ao se postar em frente a ele, notou que esta-va tudo normal. Ao se afastar do objeto e se dirigir à cozinha, é surpreendido por uma coisa que o intrigou. Viu um bilhete de sua noiva em cima da mesa da cozinha, informando-lhe que tivera que sair mais cedo para trabalhar.

Andy naquele momento se acalmou e seguiu com seus afazeres rotineiros. Ao chegar ao trabalho, em meio a tantos pensamentos, lembrou-se que, certa vez, alguém lhe disse que fatos assim acontecem geralmente quando uma pessoa, um ente querido ou um parente próximo, está pre-cisando de ajuda ou sofrendo algum tipo de acidente. Ela

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envia um recado através da telepatia para a mente de uma pessoa querida.

Ao lembrar-se disso, Andy pegou o telefone e ligou com pressa para o celular da noiva. Enquanto aguardava que ela atendesse, arrepios inexplicáveis tomaram todo o seu corpo, esperando a chamada.

Edna atendeu, e Andy lhe perguntou se estava tudo bem. Ela respondeu que sim e já perguntou o motivo da li-gação e da voz preocupada de Andy.

– O que aconteceu? Está tudo bem?

– Sim, está tudo bem, liguei porque estava com sauda-des – responde Andy sem querer perturbá-la à toa.

Ele manda um beijo à noiva e diz que a ama, como de costume, e se despedem. Depois de constatar que esta-va tudo bem, esqueceu-se do sonho e seguiu adiante com seu dia.

Mais tarde, ao chegar em casa e entrar pela porta da frente, notou tudo tomado pela escuridão do anoitecer. Foi para cozinha, abriu a geladeira e, então, começou a ouvir um barulho, como o de alguém batendo em uma porta de vidro. Como já era tarde, decidiu se abster do barulho, que certamente era causado por Edna ao arrumar o quarto, e co-meçar a preparar um lanche. Chamou sua noiva Edna, pois por ser tarde com certeza quem fazia o barulho era ela, mu-dando algum móvel de lugar ou arrumando o quarto.

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Andy, então, seguiu em direção ao quarto com um lanche em uma mão e um copo de suco de laranja na ou-tra, passou em frente ao espelho do corredor e se dirigiu ao quarto. Chamou por Edna, mas ela não lhe respondeu. Ao chegar ao quarto, abriu a porta bem devagar a fim de dar uma espiada no que estava acontecendo ali. Por uma fresta, viu que não havia ninguém no aposento. Passou pela cama, foi até o banheiro, e aquele barulho continuava, com uma frequência ainda maior e mais alta. Pôs o lanche na beira da cama, o copo de suco em cima da mesa de canto, abaixou-se para olhar sob a cama. Quando ergueu a colcha, admirou-se, pois não havia nada debaixo dela.

Os barulhos, que até então eram como de batidas em uma porta de vidro, passaram a ser como de cacos de vidro se quebrando.

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Ao se levantar, o olhar de Andy se deparou com o es-pelho, e o reflexo lhe gelou a espinha e o paralisou; viu a si mesmo, batendo com suas mãos já ensanguentadas direto no vidro, como se quisesse falar alguma coisa. Gritava, de-sesperado, mas não podia ouvir a si mesmo, pois como po-deria estar acontecendo aquilo se ele nem ao menos estava tão perto do espelho? Sua imagem tinha os olhos cheios de lágrimas, e esta foi a sua última imagem antes de desmaiar.

Foi uma cena muito forte, por não se tratar desta vez de um sonho, e então a casa silenciou novamente.

Edna chegou do trabalho e entrou na casa, sem imagi-nar o que acontecia lá dentro, pois ela tinha acabado de che-gar, colocou seu casaco e sua bolsa sobre a mesa, acendeu o resto das luzes da casa e foi em direção ao quarto.

Quando abriu a porta, deparou-se com seu noivo caí-do, estirado no chão.

Edna começou a gritar, temendo que algo terrível ti-vesse acontecido com ele. Rapidamente correu, trancou a porta do quarto com medo de que houvesse alguém na casa e, em seguida, começou a chamar Andy, já o abraçando com medo do pior ter acontecido.

Chamava-o enquanto o acariciava no rosto.

– Andy... Meu amor, fale comigo... O que aconteceu? Acorde, por favor... – suplicava Edna, preocupada.

Andy, de repente, acordou desesperado, pegou na mão de sua noiva, destrancou a porta do quarto e saiu cor-rendo com ela da casa. Edna, sem saber o que estava acon-

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tecendo, pedia para seu noivo parar e contar para ela o que havia acontecido.

Tomado pelo medo, Andy não conseguia nem falar com clareza, enquanto Edna pedia para ele soltá-la, pois já estava a machucando, já que Andy não media a força com que a segurava. Então ele parou e então a abraçou, pedindo ajuda:

– Edna, me ajude... Por favor, me ajude... Estou ficando louco... Você tem que me ajudar... Estou tendo alucinações...

Edna o abraçou forte e disse que o ajudaria no que fosse preciso para curá-lo, seja o que o estivesse fazendo ter essas alucinações. Em seguida, Edna ligou para a polí-cia apenas para garantir que não havia mais ninguém na casa. Edna relatou à polícia que alguém havia invadido a casa, afinal seu noivo lhe contara coisas sem sentido, as quais não deveriam ser relatadas a mais ninguém. Ela es-tava muito incerta das coisas que seu noivo dissera, e sa-bia que não era uma história muito sólida para relatar a polícia.

Como ela já esperava, não encontraram nada, nenhum vestígio de invasão ou qualquer tipo de pistas que os levas-sem a crer que houvesse alguém na casa. Edna, noiva e com-panheira de Andy há vários anos, cuidou dele durante toda a noite; contudo, nem a sua presença e o seu cuidado evi-tavam que novos pesadelos o atormentassem. Deles, Andy acordava aos gritos e em meio a calafrios.

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A cada pesadelo dizia palavras sem sentido para Edna, em língua estrangeira. Pois para ela parecia dizer em uma língua desconhecida, algum tipo de língua árabe ou outra qualquer. A única palavra que ela conseguia entender era sempre a primeira que ele pronunciava e repetida inú-meras vezes: simplesmente seu nome, “Edna”, mas o resto era totalmente distorcido.

Cansada e sem forças para tentar compreender o que acontecia com o noivo, Edna acabou adormecendo. No ou-tro dia, ligou para o trabalho para avisar que precisava ir ao médico.

Andy acordou, abraçou a noiva e a agradeceu por tê-lo ajudado. Combinaram de ir juntos ao médico, um neurolo-gista de uma cidade vizinha, muito famoso e com boa repu-tação entre todos os seus pacientes. Seu nome era Ricardo Müller, ou, como era mais conhecido, doutor Müller.

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