bruna valle frança r3 medicina esportiva orientadora: karina oliani

32
Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Upload: internet

Post on 21-Apr-2015

105 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Bruna Valle França

R3 Medicina Esportiva

Orientadora: Karina Oliani

Page 2: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Karina é registrada nos EUA como Wilderness Emergency Medical Technician. Certificada pela American National Coast Guard como “Medical in charge”,

para missões embarcadas. Instrutora de medicina de resgate em áreas remotas. Instrutora de mergulho pela PADI desde 2002. Membro Divers Alert Network. Foi salva-vidas do Surf Life Saving Club de Surfers Paradise, Austrália em

1997 e já realizou diversos cursos na área de resgate aquático e terrestre: Estágio no E.R do Ryder Trauma Centre, Miami, FL. e no Hospedale San Paolo de Medicina Interna em Milão.

Além de médica, Karina é atleta e montanhista e já trabalhou no Himalaya por 2 temporadas além de ter conquistado o cume de montanhas como o Aconcagua e o Kilimanjaro. 

Atualmente trabalha em 2 pronto-socorros de São Paulo. Karina já integrou a equipe médica de diversas corridas de aventura como o Ecomotion-Pró e o Brasil Wild Extreme.

Possui os seguintes cursos da American Heart Association: BLS, ACLS, PHTLS e ATLS atualizados.

Page 3: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Jogos Olímpicos de 1968 (Cidade do México): efeitos da altitude na performance de endurance se tornou mais evidente.

Desde então, treinamentos em moderada altitude (2000 a 3000m) se tornaram populares para a melhora de performance tanto em competições em altitude quanto ao nível do mar.

Page 4: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

O frio : A temperatura cai, em média, 6°C por km ou 1 grau a cada 150 metros, independente da altitude ou latitude. O clima montanhês costuma oscilar muito durante o dia, podendo ter uma amplitude térmica média de 20°C em 24 horas, como em Zurique.

A Umidade: a umidade, normalmente cai quando subimos. A combinação (ao extremo) de baixa umidade e baixa temperatura é bastante desconfortável aos seres humanos, levando à desidratação e trombose inicial das veias periféricas.

Radiação solar: com menor espessura atmosférica, a radiação incidente é muito mais elevada e danosa (devido ao UV) nestas regiões.

Page 5: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Pressão atmosférica (20,93% de O2); Pressão parcial do O2 (PO2) no ar inalado; Pressão parcial do O2 (PO2) no sangue

arterial; Saturação de O2 no sangue.

Page 6: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 7: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Espaço alveolar ocupado pelo O2 no lugar do N2.

Aumentando a PO2 alveolar e a saturação de hemoglobina.

Page 8: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

A hipoxemia é registrada pelos quimorreceptores periféricos.

Hiperventilação.Aumento da PO2 alveolar.Ativação do SNS.Aumento da FC para compensar a menor

quantidade de O2 a cada sístole.

Todas essas adaptações não conseguem contrapor a limitação induzida pela altitude do transporte máximo de oxigênio e da limitação resultante da capacidade aeróbica (VO2max).

Page 9: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Pessoas destreinadas perdem cerca de 1% do VO2max para cada 100 m acima de 1500 m;

Então a capacidade aeróbica cai cerca de 10% a 2500 m, 25% a 4000 m, e 65% a 8000 m.

A grandes altitudes, a performance do exercício físico que demande consumo submáximo de oxigênio é associado a aumento da ventilação e FC mais altas que ao nível do mar.

A PA permanece constante.Pela ativação simpática, tenderia a subir, mas

este efeito é cancelado pela vasodilatação periférica diretamente induzida pela hipóxia.

Page 10: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Alargamento da carótida;

Hipertensão pulmonar : a hipoxia prolongada traz vaso-constricção suave nos músculos vasculares do pulmão indo de 12 mmHg (ao nível do mar) até 28 mmHg a 4500 m de altitude. Quanto ao resto do organismo há um relaxamento suave nos vasos, devido ao aumento do volume sangüíneo e a congestão nos pulmões.

Descarga cardíaca e a circulação : há aumento na descarga cardíaca especialmente no ventrículo direito (com hipertrofia muscular), alargamento do tórax, aumento do volume sangüíneo de 80 ml/kg para 100 ml/kg, mais hemáceas e diminuição de infartos e trombose.

Glândulas endócrinas : aumento da atividade geral, especialmente da adrenal, a pituitária posterior produz, com pequena exposição, hormônios diuréticos, depois produz o ADH, devido à grande possibilidade de desidratação pela baixa umidade ambiental.

Coagulação do sangue: com a diminuição do número de plaquetas, corre-se menos risco de trombose.

Pele, nariz e unhas: aumenta o número de arteríolas e capilares, dando a coloração avermelhada à pele ( além do aumento da hemoglobina). As unhas tornam-se escurecidas (devido à hipoxia), mesmo com o aumento da rede sangüínea. O nariz é mais largo para facilitar a entrada de ar.

Page 11: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Pessoa não aclimatizada:

o Cerca de 3.657 metros:Cefaléia, náuseas, sonolência, lassidão, fadiga

mental e muscular.

o Cerca de 5.486 metros:Abalos musculares; Convulsões

o Cerca de 7.010 metros:Coma; Morte

Page 12: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Fatores de risco: ● Altitude absoluta, ● Velocidade de subida, ● Predisposição individual e ● Falta de aclimatizaçao.

Subida gradual: 300 a 600m/noite se >3000m.

Recomendado máx 400m/noite, com um dia de descanso extra para cada 1000m subidos (dormindo na mesma altitude 2 noites).

“Climb high, sleep low”

Page 13: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Com vários dias, semanas ou anos estes sintomas diminuem e finalmente desaparecem, adaptando a pessoa a baixa de PO2 ou preparando-a para subir a maior altitude.

Meios de aclimatização:–Aumento na ventilação pulmonar  –Aumento de hemácias e hemoglobina –Aumento da difusão pulmonar  –Aumento da vascularização –Aumento do rendimento celular do oxigênio

Page 14: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Compensação imediata:o A baixa PO2 estimula os quimiorreceptores =>

aumento da ventilação cerca de 1,65 x do normal.

O aumento da liberação de CO2 para a atmosfera, diminui a PCO2 sanguínea e conseqüentemente o H+:

o Inibição dos quimiorreceptores centrais, diminuindo a ventilação;

o Formação de alcalose respiratória;o Em 2-5 dias o rim passa a compensar esta alcalose

respiratória (excretando bicarbonato e retendo H+).

A ausência da inibição central com baixos níveis dePO2 permite a ventilação aumentar 5-6 vezes o normal.

Page 15: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

A hipoxia estimula a liberação de eritropoetina elevando o hematócrito até faixas de 60%;

Hemoglobina aumenta de 15 g/dl até20 g/dl.

Page 16: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 17: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Ocorre principalmente por aumento da área de troca:

–Aumento do fluxo capilar, expandindo os capilares

–Aumento da ventilação expandindo os alvéolos

Page 18: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Imediatamente ocorre aumento do DC na altitude (aumento da FC).

DC = FC x VS

Este aumento tende a diminuir à medida que o hematócrito aumenta e os tecidos voltam a ser oxigenados de forma adequada.

Ocorrência de angiogênese, melhorando o acesso sanguíneo as células e diminuído a hipóxia celular.

Page 19: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Em nativos de altas altitudes observa-se aumento no nível de mitocôndrias e enzimas oxidativas celulares.

Page 20: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Tempo estimado necessário (normalização da ventilação por aumento do hematócrito e da difusão alveolar):

2.700 m: 7 - 10 dias3.600 m: 15 - 21 dias4.600 m: 21 - 25 dias

Após permanecer cerca de 1 mês em altitude, as adaptações da aclimatização serão perdidas em cerca de 2 - 4 semanas a nível do mar.

Page 21: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 22: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

“Doenças relacionadas a grandes altitudes são causadas por hipóxia e a hipoxemia resultante em pessoas outrora saudáveis que viajam muito alto e muito rápido, com pouco tempo para aclimatizar.”

Basic Medical Advice for Travelers to High Altitudes Deutsches Ärzteblatt International | Dtsch Arztebl Int 2011;

108(49): 839–48

Page 23: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 24: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Evitar exercício intenso (frio + exercício = hipertensão pulmonar).

Desidratação: ar seco + > FR + respiração bucal. 3 a 4 litros de líquido descafeinado e não alcoólico. Manter urina clara!!

Cuidado com IVAS (edema pulmonar e mais perdas insensíveis). Mais descanso.

Dieta: > aporte de ferro. Carboidrato aumenta o RR (Vco2/Vo2), aumentando ventilação e saturação arterial.

Luz UV: >4% a cada 300m. Luz refletida!Ceratite UV.

Page 25: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Atenção com medicamentos (acetazolamida) contraindicados.

Consenso da Union Internationale des Associations d’Alpinisme (UIAA):

Evitar exposição à altitude: risco de aborto espontâneo, pré-eclâmpsia, CIUR e DPP.

2 a 3 dias de aclimatização antes de exercício em altitude, aguardando 2 semanas antes de praticar atividade estenuante.

Contraindicação para viagem a altitude após 20 semanas: hipertensão crônica, anemia, tabagismo e doença cardiopulmonar.

Page 26: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 27: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 28: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Sono na altitudeDificuldade para dormir e crises de apnéia.Acetazolamida 125mg 1x/dia reduz alcalose

respiratória e aumenta FR.Temazepam 10mg melhora qualidade de sono

objetiva e subjetivamente. (???)

Page 29: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani

Pouco comuns em altitudes maiores de 3000m (México 2240m), alguns resorts de ski são altos o suficiente para causarem doenças da altitude nos visitantes .

Maiores chances de desidratação.

Hipóxia pode reduzir a performance.

Aclimatização de pelo menos 48h com descanso e hidratação e dieta rica em carboidratos.

Exposição intermitente à hipóxia é comum na elite (dormir em tendas com hipóxia), aumentam a resposta ventilatória à hipóxia e fazem pré-aclimatização antes da chegada.

Page 30: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 31: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani
Page 32: Bruna Valle França R3 Medicina Esportiva Orientadora: Karina Oliani