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Ditadura Militar 1964 – 1985

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Page 1: Brasil Ditadura Militar

Ditadura Militar1964 – 1985

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::: Fases da Ditadura Militar :::

- 1ª fase (1964 – 68) – Luta democrática contra a Ditadura; Instalação do Regime; Encerra com o Ato Institucional nº 5 (AI-5);

- 2ª fase (1969 – 1979) – Endurecimento do Regime; Luta Armada; Encerra com a Lei da Anistia e o processo de “Abertura Política”;

- 3ª faz (1980 – 1985) – Redemocratização; Campanha pelas Diretas Já; Encerra com a eleição de Tancredo Neves de forma indireta;

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::: Liberdade sem Democracia (1964 – 68) :::

- Ato Institucional nº 1:

f)Eleições indiretas para presidente;

b) Fortalecimento dos poderes do presidente;

c) Suspensão temporária da estabilidade dos funcionários públicos.

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::: Liberdade sem Democracia (1964 – 68) :::

- Os militares moderados pretendiam devolver o poder após 1 ano de mandato e a devida “limpeza” da política (contra a esquerda);

- A imprensa permaneceu relativamente livre e os tribunais funcionando;

- As eleições para governadores, previstas para 1965, se realizaram normalmente;

Pode-se afirmar que: apesar do golpe e do crescente autoritarismo, manteve-se um clima de relativa liberdade.

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::: Na direção do endurecimento... :::

- A “limpeza” aconteceu nas primeiras horas do golpe, com a prisão da esquerda, estudantes, intelectuais e demais “subversivos”;

- Castello Branco, então presidente, ordena o fim das torturas e violências, mas continua com as cassações de mandatos e suspensão de direitos;

- Castello Branco lança o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG);

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::: Na direção do endurecimento... :::

- O PAEG:

a) Combate ao déficit público;

b) Proibição dos Estados contraírem dívidas;

c) Combater os gastos excessivos da estatais (o que aumentou preços, principalmente da energia);

d) Aumento dos impostos, equilibrando as contas;

e) Indexação da economia brasileira.

Resultado: aumento do custo de vida!

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::: Na direção do endurecimento... :::

- O movimento operário estava desorganizado, suas principais lideranças estavam presas ou saíram do país;

- Retorno dos investimentos estrangeiros, principalmente dos EUA;

- Apesar do constante controle sobre a economia e a sociedade, a situação política do país se deteriorava:

A oposição ligada a líderes como Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek ampliam seu espaço nas eleições

de 1965.

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::: Na direção do endurecimento... :::

- Ato Institucional nº 2:

a) Maior fortalecimento dos poderes do Executivo (podendo decretar o recesso do Congresso, Assembleias e Câmaras);

b) Eleições indiretas;

c) Extinção de todos os partidos e criação de um sistema bipartidário: ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e MDB (Movimento Democrático Brasileiro).

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::: Na direção do endurecimento... :::

- Ato Institucional nº 3:

a) Estendeu as eleições indiretas aos governadores de Estado e para prefeitos das “áreas de segurança nacional”, incluindo as capitais;

- Ato Institucional nº 4:

a) Promulgação da Constituição de 1967, incorporando o corpo de regras instituídos pelos Atos Institucionais. Começa o Governo Artur da Costa e Silva.

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::: A Frente Ampla :::

- Formada por Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart;

- A Frente, contudo, teve sua atividade diminuída com a perseguição dos seus líderes;

- Lacerda e Juscelino tiveram seus direitos cassados e acabaram exilados;

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::: A reação da sociedade :::

- Em 1968, o mundo está em convulsão: EUA, França e Alemanha observam a ação da contracultura contra o conservadorismo e a guerra;

- No Brasil, a juventude luta contra a Ditadura Militar;

- A violência da polícia fez com que setores da sociedade e da Igreja Católica se mobilizassem com os estudantes;

- Passeata dos Cem Mil; Congresso da UNE em Ibiúna (descoberto e seus líderes presos); Greves operárias em Osasco e Contagem.

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::: A agitação cultural :::

- Centros Populares de Cultura (CPC) da UNE;

- Teatro à frente do movimento: grupos Arena e Oficina – Teatro do Oprimido (Augusto Boal);

- Cinema Novo: afastando-se dos padrões norte-americanos, discutia problemas sociais e culturais – Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos;

- Grandes festivais e surgimento da Tropicália (tentativa de resgatar os princípios antropofágicos da Semana de Arte Moderna, 1922).

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::: A reação do Regime :::

- Ato Institucional nº 5:

a) Fechamento do Legislativo, o presidente poderia legislar em seu lugar;

b) Suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais individuais (incluindo habeas corpus);

c) Intervenção federal em Estados e municípios;

d) O presidente pode decretar estado de sítio sem autorização do Congresso.

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::: A Ditadura Total (1968 – 1977) :::

- Início do Governo Emílio Garrastazu Médici (1969 – 1974);

- Início da Luta Armada (guerra de guerrilhas) por parte de setores da esquerda brasileira;

- Influências das guerrilhas: Che Guevara e Mao Tsé Tung;

- A guerrilha rural, contudo, não conseguiu mobilizar os camponeses;

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::: A Ditadura Total (1968 – 1977) :::

- Principais líderes das guerrilhas: Carlos Lamarca e Carlos Marighella;

- A guerrilha urbana teve um relativo sucesso, conseguindo desestabilizar o governo;

- A resposta do regime: a criação de órgãos de informação e controle, como:

a) SNI – Serviço Nacional de Informações;b) DOI-CODI – Departamento de Operações Internas e Comando de Operações de Defesa Interna;c) Oban – Operação Bandeirantes;d) DOPS – Departamento de Ordem Política e Social.

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::: O “milagre econômico” brasileiro :::

- Ingresso maciço de capitais estrangeiros, instalação de inúmeras empresas multinacionais (em busca de baixos custos);

- Baixas taxas de juros no mercado mundial e apoio dos EUA ao regime;

- Empresas nacionais – atividades de baixo valor agregado (bens não-duráveis); empresas estrangeiras – atividades de alto valor agregado (bens duráveis); estatais – infraestrutura, indústria pesada, energia, etc.;

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::: O “milagre econômico” brasileiro :::

- Arrocho dos salários dos trabalhadores (mantendo baixos os custos de produção e a inflação por demanda);

- Aumento dos salários de setores médios, “colarinhos-brancos” e profissionais liberais e facilidades de obtenção de crédito;

- Aumento das taxas de consumo; aumento do mercado interno;

- Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

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::: O ufanismo nacionalista :::

- Explosão do consumo; as obras faraônicas;

- Conquista da Copa do Mundo de 1970;

- Slogans como:

“Ninguém segura este país”

“Brasil, ame-o ou deixe-o”

“Até 1964 o Brasil era o país do futuro: agora o futuro chegou”

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::: O “milagre econômico” brasileiro: consequências :::

- Aumento da dívida externa;

- Aumento da concentração de renda;

- Arrocho salarial e aumento do custo de vida para os trabalhadores;

- Aumento da dependência em relação ao capital externo e empresas multinacionais;

- O “milagre” termina com a crise mundial do Petróleo, em 1973.

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::: A luta pela Abertura do Regime :::

- Início do Governo Ernesto Geisel;

- Processo de redemocratização “lento, gradual e seguro”, pois o regime não queria entregar o poder à oposição radical;

- Desgaste político do regime, com vitórias do MDB nas principais cidades (eleições de 1974);

- Esgotamento do “milagre econômico”;

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::: A luta pela Abertura do Regime :::

- O Governo Ernesto Geisel começa a desmontagem do aparelho repressivo;

- Geisel enfrentou a “linha dura” do regime, afastando seus líderes do Comando das Forças Armadas;

- Contudo, não podemos considerar Geisel um democrata, pois era tolerante com a violência;

- 1ª anistia aos adversários do regime, em 1978, e revogação do AI-5, em 1979;

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::: O cronograma da “Abertura” :::

O Governo Geisel apresentou um cronograma para a abertura política:

1º - Um sucessor militar para Geisel, eleito de forma indireta;

2º - Um presidente civil, eleito de forma indireta e ligado aos militares;

3º - E a eleição de um presidente civil somente em 1989;

Exatamente como ocorreu!

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::: O Pacote de Abril (1977) :::

- O governo pretendia manter a maioria no Congresso;

- Estabeleceu a nomeação de senadores “biônicos” (políticos nomeados diretamente pelo governo e não pelo voto popular);

- 1/3 do Congresso seria “biônico”;

- Mudava as regras da proporcionalidade, favorecendo os Estados no Nordeste, onde a ARENA era forte;

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::: O Governo de João Baptista Figueiredo :::

- Intensa crise econômica e financeira; segunda crise do petróleo, em 1979;

- Estagflação – estagnação econômica (baixo crescimento) e inflação;

- Explosão do “intervencionismo estatal”, com o esbanjamento de recursos públicos em obras faraônicas e drenados pela corrupção;

- Apesar da expansão do comércio exterior brasileiro em 1980, os recursos eram drenados para o pagamento dos juros da dívida externa e interna;

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::: O Governo de João Baptista Figueiredo :::

- Explosão das greves no ABC paulista, com o surgimento de Luís Inácio Lula da Silva;

- Atentado no Riocentro, com a explosão de duas bombas no dia do histórico Festival do 1º de Maio;

- Lei da Anistia, 1979: geral e irrestrita, livrando os torturadores do devido processo e condenação;

- Revogação do bipartidarismo, surgindo novos partidos, como: PMDB, PT, PDS, PTB, PDT, entre outros;

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::: A Campanha “Diretas Já” (1984) :::

- Foi desencadeada pela PT;

- Logo recebeu o apoio do PMDB e do PDT;

- Propunha a eleição direta para presidente;

- A emenda Dante de Oliveira não obteve os votos necessários para ser aprovada e as “Diretas Já” foi frustrada;

- Em 1985, concorrendo contra Paulo Maluf (PDS), Tancredo Neves (PMDB) foi eleito pelo Colégio Eleitoral de forma indireta.

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::: O fim da Ditadura Militar... :::

Com a vitória de Tancredo Neves acabava a Ditadura Militar. Porém, os mesmos setores que haviam apoiado o regime, como José Sarney, Marco Maciel, Antônio Carlos

Magalhães, estariam presentes no novo governo...

Mais uma vez, a mudança ocorre sob o controle das elites conservadoras.

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::: Bibliografia :::

- www.google.com.br/imagens

- VICENTINO, C. História do Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2008.