a ditadura militar no brasil

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A Ditadura Militar no Brasil “Dormia a nossa Pátria mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações.” Chico B uarque de H ollanda

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Page 1: A Ditadura Militar no Brasil

A Ditadura Militar no Brasil

“Dormia a nossa Pátria mãe tão distraída Sem

perceber que era subtraída Em tenebrosas

transações.”

Chico Buarque de Hollanda

Page 2: A Ditadura Militar no Brasil

Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.

O golpe militar de 1964:- A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961.- O governo de João Goulart foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organização populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista.

Page 3: A Ditadura Militar no Brasil

- Manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.

- Os militares tomam o poder com o apoio da Igreja Católica, setores conservadores, classe média e até dos Estados Unidos.

- Decretado em 9 de abril o AI-1 – que cassava mandatos políticos de opositores ao regime militar e tirava a estabilidade de funcionários públicos.- Com o Golpe Militar, o Brasil ficou aliado número 1 dos EUA na América Latina, assim, o Brasil conseguiu grandes empréstimos e investimentos diretos na economia. Os investimentos estrangeiros levaram grande número de pequenas e médias empresas à falência

- Rompeu-se relações diplomáticas com Cuba e outros países socialistas

Page 4: A Ditadura Militar no Brasil

GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967)

- Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus

mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos

e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam

intervenção do governo militar.

- Editou o AI-2, estabelecendo eleições indiretas para

presidente e instituído o bipartidarismo: Movimento

Democrático Brasileiro (MDB) = (oposição), e a Aliança

Renovadora Nacional (ARENA) = (militares)

Page 5: A Ditadura Militar no Brasil

- Foi editado o AI-3, determinando eleições indiretas para

os governos estaduais.

- Editou também o AI-4, reforçando o poder Executivo

- A Segurança Nacional criou a nova Lei de Imprensa,

controlando os meios de comunicação

- A nova Lei de Segurança Nacional colocou regras e

punições a pessoas ou grupos que atentassem contra a

“Segurança Nacional’’.

Page 6: A Ditadura Militar no Brasil

GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969):

- Governo marcado por protestos e manifestações sociais.

- O poder executivo exorbitou de suas funções, legislando

por decretos, baixando atos institucionais e atos

complementares.

- Manifestações por reformas na educação (reprimidas)

- Morte de um estudante em uma manifestação

- A oposição ao regime militar cresce no país. A UNE

(União Nacional dos Estudantes) organiza, no Rio de

Janeiro, a Passeata dos Cem Mil.

Page 7: A Ditadura Militar no Brasil

- Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários

paralisam fábricas em protesto ao regime militar. A

guerrilha urbana começa a se organizar. Formada por jovens

idealistas de esquerda, assaltam bancos e sequestram

embaixadores para obterem fundos para o movimento de

oposição armada.

- O governo decreta o AI-5, sendo assim, o governo poderia:

Decretar o recesso parlamentar e legislar durante esse período;

Suspender e cassar mandatos parlamentares sem apreciação

judicial;

Restringir o direito de Habeas Corpus;

Realizar intervenção federal em estados e municípios.

- O AI-5 instituiu a Ditadura Militar.

Page 8: A Ditadura Militar no Brasil

Vídeo – Torturas na Ditadura Militar

(1:49 min)

Page 9: A Ditadura Militar no Brasil

Ameniza (Ameno - Era)

Liberta-me

Liberta-me da dor

Ameniza minha dor

Ameniza minha dor

Tira-me esta dor

Alivia minha dor, Rei

Ameniza minha dor

Ameniza minha dor

Liberta-me, Senhor

Ameno

Ameno Dore

Ameno Dori me

Ameno Dori me

Ameno Dom

Dori me Reo

Ameno Dori me

Ameno Dori me

Dori me Dom

Composta em 1997 por Eric Levi – 12 anos pós ditadura.

Page 10: A Ditadura Militar no Brasil

GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969)

- Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar

formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército),

Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo

(Aeronáutica).

- Um grupo armado de oposição ao regime militar

sequestrou, no Rio de Janeiro, Charles Burke Elbrick,

embaixador dos EUA, exigindo a libertação de 15

prisioneiros políticos.

Page 11: A Ditadura Militar no Brasil

- A Junta Militar atendeu às exigências, entretanto, baixou

dois atos institucionais que previam o banimento de

elementos considerados subversivos e restabeleciam a pena

de morte para crimes considerados atentatórios à segurança

nacional.

- A Junta Militar baixa o AI-16, que declarava vagas a

presidência e a vice-presidência da República

- A Junta Militar baixa a Emenda Constitucional nº1, que

reforçou ainda mais os poderes do presidente.

Page 12: A Ditadura Militar no Brasil

GOVERNO MÉDICI (1969-1974):

Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do

período, conhecido como "anos de chumbo ". A repressão à

luta armada cresce e uma severa política de censura é

colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de

teatro, filmes, Músicas e outras formas de expressão

artística são censuradas.

Muitos professores, políticos, músicos, artistas e

escritores são investigados, presos, torturados ou exilados

do país. O DOI-Codi (Destacamento de Operações e

Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna )

atua como centro de investigação e repressão do governo

militar.

Page 13: A Ditadura Militar no Brasil

- Milagre Econômico – A economia Brasileira tinha altos

índices de crescimento anual. O Brasil configurava-se

como ‘’Área Segura’’ para os investimentos estrangeiros.

Com investimentos internos e empréstimos do exterior, o

país avançou e estruturou uma base de infra-estrutura.

Todos estes investimentos geraram milhões de

empregos pelo país. Algumas obras, consideradas

faraônicas, foram executadas, como a Rodovia

Transamazônica e a Ponte Rio-Niteroi. Porém, todo esse

crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser

paga no futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram

uma dívida externa elevada para os padrões econômicos

do Brasil.

Page 14: A Ditadura Militar no Brasil

GOVERNO GEISEL (1974-1979):

- Apogeu do regime Militar

- Ernesto Geisel começa um lento processo de transição

rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do

milagre econômico e com a insatisfação popular em

altas taxas. A crise do petróleo e a recessão mundial

interferem na economia brasileira, no momento em que

os créditos e empréstimos internacionais diminuem.

Page 15: A Ditadura Militar no Brasil

- Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura.

A oposição política começa a ganhar espaço. O MDB

ganha a prefeitura da maioria das grandes cidades.

- Os militares de linha dura, não contentes com os

caminhos do governo Geisel, começam a promover

ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975,

o jornalista Vladimir Herzog á assassinado nas

dependências do DOI-Codi em São Paulo. Em janeiro de

1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece morto em

situação semelhante.

- Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-

corpus e abre caminho para a volta da democracia no

Brasil.

Page 16: A Ditadura Militar no Brasil

GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985):

- O general João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os militares de linha dura continuam com a repressão clandestina.

- Militares da ‘’Linha dura’’ eram contrários á abertura do regime, promovendo atos terroristas, como as ‘’Cartas-bombas’’, que vitimaram muitas pessoas e provocaram a morte de uma secretária da OAB.A ‘’Linha-Dura’’ perde força depois de uma bomba explodir durante um show no centro de convenções do Rio Centro.

- Em 1979, o governo aprova lei que restabelece o pluripartidarismo no país. Os partidos voltam a funcionar dentro da normalidade.

Page 17: A Ditadura Militar no Brasil

Resumo

Page 18: A Ditadura Militar no Brasil

Principais características do regime militar no Brasil:

- Cassação de direitos políticos de opositores;

- Repressão aos movimentos sociais e manifestações de oposição;

- Censura aos meios de comunicação;- Censura aos artistas (músicos,

atores, artistas plásticos);

- Aproximação dos Estados Unidos;- Controle dos sindicatos;

- Implantação do bipartidarismo: ARENA (governo) e MDB (oposição

controlada);

- Enfrentamento militar dos movimentos de guerrilha contrários ao

regime militar;

- Uso de métodos violentos, inclusive tortura, contra os opositores ao

regime;

- “Milagre econômico”: forte crescimento da economia (entre 1969 a

1973) com altos investimentos em infraestrutura. Aumento da dívida

externa.

Page 19: A Ditadura Militar no Brasil

Presidentes do período militar no Brasil:

CASTELO BRANCO (1964-1967)

COSTA E SILVA (1967-1969)

JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969)

MEDICI (1969-1974)

GEISEL (1974-1979)

FIGUEIREDO (1979-1985)

Page 20: A Ditadura Militar no Brasil

Abertura Política e transição para a democracia:

- Teve início no governo Ernesto Geisel e continuou no de

Figueiredo;

- Abertura lenda, gradual e segura, conforme prometido por

Geisel;

- Significativa vitória do MDB nas eleições parlamentares de

1974;

- Fim do AI-5 e restauração do habeas-corpus em 1978;- Em

1979 volta o sistema pluripartidário;

- Em 1984 ocorreu o Movimento das “Diretas Já”. Porém, a

eleição ocorre de forma indireta com a eleição de Tancredo

Neves.

Page 21: A Ditadura Militar no Brasil

Diretas Já

Page 22: A Ditadura Militar no Brasil

Campanha pelas Diretas Já

Diretas Já foi um movimento político democrático com

grande participação popular que ocorreu no ano de 1984.

Este movimento era favorável e apoiava a emenda do

deputado Dante de Oliveira que restabeleceria as eleições

diretas para presidente da República no Brasil.

Manifestações populares

Durante o movimento ocorreram diversas

manifestações populares em muitas cidades brasileiras

como, por exemplo, passeatas e comícios. Estes eventos

populares contaram com a participação de milhares de

brasileiros.

Page 23: A Ditadura Militar no Brasil

Participações

O movimento das Diretas Já contou com o apoio de

diversos políticos da época como, por exemplo, Franco

Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Tancredo Neves,

Ulysses Guimarães, José Serra, Mário Covas, Teotônio

Vilela, Eduardo Suplicy, Leonel Brizola, Luis Inácio Lula

da Silva, Miguel Arraes, entre outros. Teve também a

participação de artistas, jogadores de futebol, cantores,

religiosos, etc.

Votação e decepção popular

Em 25 de abril de 1984, a emenda constitucional

das eleições diretas foi colocada em votação. Porém, para a

desilusão do povo brasileiro, ela não foi aprovada.

Page 24: A Ditadura Militar no Brasil

Eleições indiretas

Em 15 de janeiro de 1985, ocorreram eleições

indiretas e Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil.

Porém, em função de uma doença, Tancredo faleceu antes

de assumir o cargo, sendo que o vice, José Sarney, tornou-

se o primeiro presidente civil após o regime

de Ditadura Militar (1964-1985).

As eleições diretas para presidente do Brasil só

ocorreriam em 1989, após ser estabelecida

na Constituição de 1988.

Page 25: A Ditadura Militar no Brasil

A redemocratização

Ementa Dante de Oliveira – derrotada no Congresso.

Transição democrática: Paulo Maluf (PDS) X Tancredo Neves (PMDB)

15 de janeiro de 1985: Tancredo e Sarney são eleitos depois de 21 anos de governos militares.

Na data da posse, 15 de março, Tancredo é internado –Sarney assume.

21 de abril: morre Tancredo Neves.

Começava a conturbada NOVA REPÚBLICA.

Page 26: A Ditadura Militar no Brasil

Vídeo – Os anos da Ditadura Militar

(9:37 min)