brasil de fato rj - 190

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RIO DE JANEIRO Ano 4 | edição 190 30 de junho a 3 de julho de 2016 distribuição gratuita Divulgação Divulgação Olimpíadas favorecem aumento da exploração e do turismo sexual Roda de jongo na Lapa Movimento cultural completa 12 anos nesta quinta (30) Cultura, pág.11 Lionel Messi sob pressão Derrota na Copa América e comparação com Maradona colocam craque na parede Esportes, pág.15 ALIMENTOS Se o feijão está mais caro, a culpa é do agronegócio brasileiro, que não se preocupa em produzir alimentos para o Brasil. Desde 1990, a área plantada com feijão diminuiu 36%. | Brasil, pág.8 Novas eleições legitimam golpe Plebiscito para convocar novas eleições não será solução para problemas políticos Opinião, pág.12 Divulgação Ao contrário do que mostram as propagandas e reportagens sobre as Olimpíadas do Rio de Janeiro, existem muitos efeitos negativos que são pouco comentados. Além das remoções de comunidades e repressão policial nas favelas e periferias, o turismo sexual, o tráfico e a exploração de mulheres para prostituição também acontecem com mais frequência com a chegada do megaevento. | Cidades, pág.5 Funcionários da Rioprevidência decretam greve Trabalhadores reclamam que os pagamentos de salários de maio estão atrasados Cidades, pág.6 Mayara Alves /Sindsprev

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 190

RIO DE JANEIRO

Ano 4 | edição 190

30 de junho a 3 de julho de 2016 distribuição gratuita

Divulgação Divulgação

Olimpíadas favorecem aumento da exploração e do turismo sexual

Roda de jongo na LapaMovimento cultural completa 12 anos nesta quinta (30)

Cultura, pág.11

Lionel Messi sob pressãoDerrota na Copa América e comparação com Maradona colocam craque na parede

Esportes, pág.15

ALIMENTOSSe o feijão está mais caro, a culpa é do agronegócio brasileiro, que não se preocupa em produzir alimentos para o Brasil. Desde 1990, a área plantada com feijão diminuiu 36%. | Brasil, pág.8

Novas eleições legitimam golpePlebiscito para convocar novas eleições não será solução para problemas políticos

Opinião, pág.12

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ção

Ao contrário do que mostram as propagandas e reportagens sobre as Olimpíadas do Rio de Janeiro, existem muitos efeitos negativos que são pouco comentados. Além das remoções de comunidades e repressão policial nas favelas e periferias, o turismo sexual, o tráfico e a exploração de mulheres para prostituição também acontecem com mais frequência com a chegada do megaevento. | Cidades, pág.5

Funcionários da Rioprevidência decretam greveTrabalhadores reclamam que os pagamentos de salários de maio estão atrasados

Cidades, pág.6

Mayara Alves /Sindsprev

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Divulgação

Divulgação

O Papa Francisco man-dou bem ao afirmar que a Igreja Católica e os cris-tãos devem pedir descul-pas aos homossexuais que tenham ofendido no pas-sado. Na conversa com os jornalistas, no avião pa-pal, Francisco disse que os gays não devem sofrer ne-nhum tipo de discrimina-ção da Igreja. Sua declara-ção foi dada no retorno da viagem que fez à Romênia.

Mais uma vez a filha de Silvio Santos, a apresen-tadora de televisão Patrí-cia Abravanel, está no centro de discussões e de-bates nas redes sociais. Na primeira ocasião, ela emi-tiu declarações homofó-bicas, agora é acusada de ter sido racista ao fazer um comentário em um pro-grama no SBT. O comentá-rio foi feito no último final de semana.

mandouBEM

mandouMAL

Recentemente, o jornal O Globo publicou um texto, ex-pressando a posição da família mais rica do Brasil,

os Marinho, sobre as estatais e a corrupção: para eles, as empresas estatais são a razão de haver corrupção. Assim, para os Marinho, a solução seria simples: privatizar as em-presas e as riquezas nacionais.

Como sempre, a Globo manipula as informações. Os escândalos envolvendo estatais têm a ver com empre-sários – ou seja, com o setor privado, tão defendido pela Globo – que, para ganhar contratos superfaturados com as estatais e lucrar bilhões, pagam propina a pessoas que têm poder de decidir sobre os contratos.

CENTRO DA CORRUPÇÃONenhum empresário quer ter prejuízo. Ninguém paga R$ 10 milhões em propina, por exemplo, para receber um contrato de R$ 6, 8 ou os mesmos 10 milhões. Pagam pro-pina para receber um contrato de R$ 40 milhões e execu-tar um serviço que custa R$ 20 milhões. Assim, o empre-sário é quem corrompe para lucrar muito com isso.

Parte do dinheiro da propina é embolsada por pessoas que entregam os contratos superfaturados aos grandes empresários. Mas a maior parte do dinheiro da corrup-ção é utilizada para financiar campanhas de políticos.

O lucro dos grandes empresários e o sistema político brasileiro estão no centro da corrupção. Eles é que preci-sam mudar. E não as nossas estatais e riquezas nacionais serem vendidas a preço de banana.

Há muitos anos, o PMDB, partido de Michel Temer, de Eduardo Cunha, de Sérgio Cabral, de Pezão e de Eduar-do Paes, controla a indicação de quase todos os cargos importantes da Petrobrás e de suas subsidiárias.

GRANDE INIMIGAMas isso a Globo não diz. Prefere dizer que a privati-zação das riquezas e das empresas nacionais é solução para tudo. Com isso, esconde a responsabilidade dos grandes empresários e de seus aliados políticos, além de entregar nossas riquezas, a preço de banana. Não é à toa que os Marinho são a família mais rica do Brasil.

Há muitos anos Leonel Brizola disse que, sempre que ti-véssemos dúvida sobre algo, deveríamos prestar atenção na posição da Globo: se ela é a favor, nós somos contra; se ela é contra, somos a favor. Brizola sabia das coisas.

“Manipulação, a gente vê por aqui”: Plim-Plim

EDITORIALEXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta, Mariana Pitasse e Pedro Rafael Vilela

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

ADMINISTRAÇÃO: Angela Bernardino e Marcos Araújo

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares/mês

(21) 4062 [email protected]

O jornal Brasil de Fato circula com edições regionais nos seguintes estados: Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras.

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 20162 | Opinião

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Os professores de nível superior no Brasil ganham menos do que outros pro-fissionais com o mesmo ní-vel de formação. De acordo com análise feita pela orga-nização Todos pela Educa-ção, os docentes recebem o equivalente a 54,5% do que ganham outros profissio-nais também com curso su-perior. A valorização dos professores é uma das me-tas do Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005, de 25 de junho de 2014, que completou dois anos.

“Temos visto que para me-lhorar a educação são neces-sários três elementos: bom sa-lário, boa carreira e boas con-dições de trabalho, que envol-

Professores no Brasil ganham menos que outros com a mesma formação acadêmica

vem não só a hora-ativida-de, mas escolas bem equi-padas e democracia na es-cola. Não adianta ter um só, tem que ter os três elemen-tos”, diz a secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli.

Para os estados e municí-pios, falta verba para pagar os professores e até mesmo para cumprir a Lei do Piso. De acordo com levantamen-to da CNTE, mais da meta-de dos estados não pagam o piso salarial dos professores. Atualmente, o valor está em R$ R$ 2.135,64. Os entes de-fendem maior participação da União nos gastos, uma vez que é a que mais arrecada.

FRASE DA SEMANA

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Disse o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ). “Estamos pagando pela Copa do Mundo até agora, e já vão chegar as promissórias da Olimpíada”, completou.

A calamidade pública do Rio de Janeiro são os governos e esta era do PMDB

Manifestantes desocupam prédio do Ministério da Saúde no centro do Rio

Wilson Dias / Agência Brasil

Wilson Dias / Agência Brasil

DIREITOS TRABALHISTASDelegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro fizeram uma paralisação para reivindicar o pagamento integral de salários e melhores condições de trabalho. Os trabalhadores dizem que faltam água, papel, impressora e faxina nas delegacias e no Instituto Médico-Legal (IML).

Divulgação

Os testes da terceira e última etapa da vacina contra a dengue, que já vi-nham sendo feitos desde fevereiro com 1,2 mil vo-luntários recrutados pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Pau-lo (USP), começaram a ser realizados com 1,2 mil vo-luntários na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).

A estimativa é que a va-cina esteja disponível para registro até 2018. “Essa va-cina é importante para o mundo todo. Há 3 bilhões de pessoas no mundo que têm risco de contrair a dengue e existem no Bra-sil, por ano, mais de 3 mi-lhões de casos da doença, com mortalidade relativa-mente elevada”, acrescen-tou Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.

DENGUEComeça teste da vacina

EM FOCO

Cerca de 25 manifestantes deixaram, na manhã de se-gunda-feira (27), o prédio do Núcleo Estadual do Ministé-rio da Saúde no Rio de Janei-ro (Nerj), depois de 20 dias de ocupação do edifício. Na últi-ma sexta-feira (24), um manda-to de reinte-gração de posse havia sido obtido pelo gover-no. “Queremos um SUS gratuito e de qualidade para todos. Não admitimos pri-vatização na saú-de sob

nenhuma hipótese”, dis-se Amanda Almeida, psi-cóloga sanitarista do Siste-ma Único de Saúde (SUS). Uma reunião do movimen-to Ocupa SUS será realizada na próxima sexta-feira (1º).

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Geral l 3

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Roberto Carlos

Fotos Públicas

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CÁLCULO RENALPrefeito do Rio faz cirurgia

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi internado no início da semana para a retirada de um cálculo renal. De acordo com nota divulgada pela assessoria de im-prensa, Paes sentiu dores durante o fim de semana e procurou o Hospital Miguel Cou-to, onde um exame de tomografia con-firmou a existência do cálculo. O prefeito apresenta crises re-nais recorrentes e fez uma intervenção ci-rúrgica. (ABr)

A Polícia Civil do Rio in-diciou 14 pessoas pela

queda de trecho da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Nie-meyer, no dia 21 de abril. O acidente deixou duas pes-soas mortas: Eduardo Ma-rinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos.

No inquérito conduzido pelo delegado José Alber-to Lage, titular da 15ª Dele-gacia de Polícia, foram ou-vidas 27 pessoas, entre tes-temunhas e envolvidos no caso. Segundo a polícia, nas provas do inquérito há in-formações de engenheiros responsáveis pela obra re-conhecendo que o projeto deveria conter um estudo prévio do regime das marés e de que havia a necessida-de de um plano de contin-gência que considerasse a instabilidade das marés.

No inquérito foram ouvi-dos especialistas em enge-nharia da UFRJ que produ-ziram um relatório apon-tando que as ondas que atingiram a ciclovia são ra-

Desabamento de parte da ciclovia ocorreu durante uma ressaca

Polícia Civil indicia 14 pessoas pela queda de ciclovia em São Conrado

Eduardo Paes entrega última instalação do Parque Olímpico

Com seis meses de atraso, o prefeito Eduar-do Paes entregou no do-mingo (26) ao presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, o Velódromo Olímpico do Rio, no Par-que Olímpico Rio 2016.

Com o ato, a prefeitu-ra passa, oficialmente, todo o Parque Olímpico para o Comitê Rio 2016. Localizado na Barra da Tijuca, zona oeste da ci-dade, o velódromo será palco de muitas modali-dades dos Jogos Olímpi-cos e Paralímpicos.

O velódromo custou aos cofres da União R$ 147 mi-lhões e foi feito com pi-nho siberiano. A pista será a mais moderna do país para a prática de ciclismo. Nos próximos dias passará por testes com a participa-ção de 34 atletas, sendo 15 brasileiros.

A obra foi a mais polê-mica entre as instalações do Parque Olímpico. Du-rante o período de realiza-ção da obra houve equívo-cos no projeto executivo – o que levou ao cancelamento de eventos-testes –, atrasos e rescisão de contrato. (ABr)

Obra do velódromo custou aos cofres da União R$ 147 milhões

ras, mas não inéditas. Por fim, o documento apon-ta negligência dos envolvi-dos, pela inobservância de cuidados na realização dos projetos básico, executor e fiscalizador da obra.

Foram indiciadas sete pes-soas da Empresa Geo Rio, seis do Consórcio Concremat/Concrejato e um da Subse-

cretaria Municipal de Defesa Civil, o coordenador técnico Luís André Moreira Alves.

A Ciclovia Tim Maia foi inaugurada no dia 17 de ja-neiro deste ano, ao custo de R$ 44 milhões. A prefeitura do Rio informou que não vai se pronunciar por enquan-to e que falará ao longo do processo judicial. (ABr)

VIOLÊNCIA EM 201651 policiais militares mortos no Rio

Com a morte de dois policiais militares no último fim de semana, subiu para 51 o número de PMs mortos desde o início do ano no Rio de Janeiro. O soldado Josenil-ton Alves dos Santos, 30 anos, foi morto a ti-ros no domingo (26), na Rodovia Rio-Petró-polis. Na lataria do carro do policial, os cri-minosos deixaram a inscrição: “Morre PM”. Também na madrugada de domingo (26) foi assassinado o tenente da Polícia Militar Theodoro de Souza, 48 anos. Ele integrava a equipe de segurança do prefeito Eduardo Paes. De acordo com o 41° BPM (Irajá), o mi-litar reagiu a uma tentativa de assalto e aca-bou sendo morto pelos assaltantes. (ABr)

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 20164 | Cidades

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Mariana Pitassedo Rio de Janeiro (RJ)

EBC Memória

No Brasil, a exploração sexual é uma preocupação, já que, com relação à prática, o país ocupa o segundo lugar mundial e o primeiro lugar na América Latina

A Comissão de Educa-ção e Cultura da Câmara do Rio promoveu, na terça-fei-ra (28), uma audiência públi-ca para debater o Plano Mu-nicipal de Educação (PME).

O debate contou com a par-ticipação de representantes das Comissões de Educação e Direitos Humanos, do Mi-nistério Público, da Secreta-ria de Educação e do Sinpro.

A audiência precisou ser in-terrompida durante a fala do vereador Brizola Neto (Psol-RJ) que, após criticar os sau-dosos da ditadura militar, ob-teve como resposta um gri-to de exaltação ao torturador Brilhante Ustra feito por um grupo de defensores do pro-jeto “Escola sem Partido”.

“Agradeço aos defensores (do Escola Sem Partido) por

ajudarem a deixar claro pra nossa sociedade o que é ser de direita no Brasil. É mais fácil quando ela vem com essa carranca feia, medie-val, que deixa claro que ela não tem respeito pelo ser humano, pela diversidade, pela democracia e pelas li-berdades”, afirmou o verea-dor Renato Cinco (Psol-RJ), durante sua intervenção.

Audiência é interrompida após saudação a torturador no Rio

Ao contrário do que mos-tram as propagandas e

reportagens sobre as Olimpía-das do Rio de Janeiro, existem muitos efeitos negativos que são pouco comentados. Além das remoções de comunida-des e repressão policial nas favelas e periferias, o turismo sexual, o tráfico e a exploração de mulheres para prostitui-ção também acontecem com mais frequência com a chega-da do megaevento.

Historicamente, os países- sede da Copa ou Olimpíadas não recebem apenas turis-tas e dinheiro, mas também o agravamento de uma série de violações aos direitos hu-manos que já acontecem nas localidades. No Brasil, a ex-ploração sexual é uma preo-cupação, já que, com relação à prática, o país ocupa o se-gundo lugar mundial e o pri-meiro lugar na América La-tina, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

“No mercado da prostitui-ção há toda uma organiza-ção para explorar as mulhe-res que são, na maioria, mui-to pobres e não têm escolha.

Megaeventos agravam casos de abuso e exploração sexual de mulheresImpactos não aparecem apenas para as mulheres em situação de prostituição, também no cotidiano os abusos aumentam

Essa rede de práticas fica ain-da mais clara com a chegada dos megaeventos. Existem mais boates funcionando para o turismo sexual e, por-tanto, mais mulheres sendo exploradas”, destaca Marian-na Brito, 25 anos, da Marcha Mundial das Mulheres.

Outra preocupação é o tráfi-co de pessoas para exploração sexual. Segundo o último rela-tório do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pú-blica e Justiça Criminal (SINES-PJC) da Polícia Militar, houve 1.735 vítimas de tráfico inter-no, entre 2006 e 2011. Das víti-

mas identificadas pelo Minis-tério das Relações Exteriores para o tráfico internacional de pessoas, 337 sofreram explora-

ção sexual, entre 2005 e 2011.No entanto, o impacto dos

megaeventos não aparece apenas para as mulheres em situação de prostituição ou nos casos de pessoas trafica-das. Também no cotidiano os abusos se agravam.

“Uma colega contou que durante a Copa ela estava atravessando a rua e um tu-rista perguntou quanto ela cobrava pelo programa. Ela é uma mulher negra e, por isso, enfrenta um problema maior com a sexualização de seu corpo”, explica Marianna. “Os gringos são incentivados

a fazer turismo sexual aqui. O corpo da mulher aparece como parte da paisagem bra-sileira nas propagandas das Olimpíadas. Todas nós esta-mos sujeitas a passar por es-ses abusos”, complementa.

Os abusos agravados pelos megaeventos também podem aparecer de outras formas no cotidiano das mulheres. É o que conta Maria dos Camelôs, 41 anos, que vende roupas em uma barraquinha montada no centro da cidade há 19 anos. Segundo ela, com o projeto de higienização da prefeitura para as Olimpíadas, a repres-são policial em cima dos ven-dedores ambulantes está pior para todos, mas com as mu-lheres é mais pesada.

“Chegamos para trabalhar mais tarde, já que temos dupla jornada de trabalho em casa e na rua, então, temos menos tempo com as barracas mon-tadas até que a polícia chegue. Quando eles vêm, a gente tem que correr muito e algumas têm umas dificuldades a mais, já que estão grávidas ou com filhos e têm que ter o mesmo pique que os homens. Falam que a gente é sexo frágil, mas somos mesmo é muito fortes”, conclui Maria dos Camelôs.

Tráfico de pessoas para exploração sexual cresce com a chegada das Olimpíadas

Divulgação

Fila para entrar na audiência ia até a Avenida Rio Branco

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Cidades l 5

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Mayara Alves /Sindsprev

Desde que o estado de ca-lamidade pública foi de-

cretado pelo governador em exercício Francisco Dornelles, a situação financeira do esta-do se agravou e mais servido-res entraram em greve. Nesta quarta-feira (29), os trabalha-dores do Rioprevidência de-cidiram paralisar atividades por tempo indeterminado. Essa é a primeira greve da ca-tegoria desde que a autarquia foi criada, em 1999.

O motivo principal é o atraso e o parcelamento nos pagamentos. Uma primeira parcela do salário foi depo-sitada no dia 14 desse mês, mas muitos funcionários públicos estão sem receber a segunda metade.

Irineu Santana, diretor do Sindicato dos Trabalhado-res em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Esta-do do Rio de Janeiro (Sinds-prev-RJ), falou sobre a si-tuação da categoria.

“Você imagina o que é tra-

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

Calamidade chega à RioprevidênciaPela primeira vez na história, funcionários da previdência do Rio entram em greve

balhar o mês inteiro, fazer sua parte, se esforçar no tra-balho e no final do mês não receber seu salário, ou rece-ber atrasado e parcelado? É terrível o que está acontecen-do hoje com os servidores pú-blicos, não estamos conse-guindo pagar nossas contas e honrar nossos compromis-sos”, afirmou Santana.

O movimento grevista exi-ge que os salários voltem a ser pagos em dia e de forma integral. Na quarta-feira tam-bém foi realizado um ato em

frente à sede do Rioprevi-dência, no centro da cidade.

RIO EM CALAMIDADEOutros setores do governo do estado também estão sem re-ceber. Polícias civil e militar, saúde e setores administrati-vos ainda não receberam a se-gunda parcela do salário refe-rente a maio. “Não existe um critério claro sobre o parcela-mento. Além disso, os salários mais altos são os primeiros a serem pagos, como os dos juízes e do Ministério Públi-

co. Isso não tem lógica”, criti-ca Álvaro Barbosa, presiden-te da Federação das Associa-

ções e Sindicatos de Servi-dores Públicos Municipais e Estaduais do Rio (Fasp-RJ).

Ele explica que a entidade entrou com uma ação no Su-premo Tribunal Federal para pedir a regulação da data do pagamento dos servidores do Rio de Janeiro. “O salário deve ser pago no terceiro dia útil do mês. O que o governo do esta-do e o Tribunal de Justiça es-tão fazendo é desobediência civil, estão fazendo para pre-judicar os trabalhadores”, de-nuncia Álvaro Barbosa.

Servidores fazem greve e protestam em frente ao Rioprevidência, contra atrasos dos salários e descaso do governo do estado do Rio

Manifestantes fazem ato em defesa da Reforma Agrária

Organizações de peque-nos camponeses, Movimen-to dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Tra-balhadores Rurais Sem Terra (MST), quilombolas e caiçaras participaram de um ato na úl-tima terça-feira (28), em fren-te à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, para protestar contra o desmonte do Instituto Nacional de Colonização e Re-

forma Agrária (Incra).Depois que o vice-presi-

dente Michel Temer assumiu de forma interina, o governo exonerou a superintenden-te do Incra, Maria Lúcia de Pontes, uma pessoa muito respeitada pelos movimen-tos populares. “Nosso ato é para pedir que a Dra. Maria Lúcia de Pontes seja recon-duzida ao cargo. Mudaram o

Incra de lugar e o órgão pra-ticamente acabou. Com esse governo não houve avanços e o que estava ruim piorou”, aponta o líder do movimen-to quilombola, Luís Sacopã.

Centenas de manifestantes participaram do ato. Os mo-vimentos populares afirmam que um novo protesto já está sendo organizado para o dia 9 de agosto, em frente à Alerj.Camponeses protestaram contra o desmonte do Incra

Você imagina o que é trabalhar o mês inteiro e no final não receber seu salário?Irineu Santana, sindicalista

Divulgação

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 20166 | Cidades

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Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

TRANCAÇOContra Temer, MEC é ocupado

Um ato na sede do Ministério da Educação impediu a entrada do ministro interino, Men-donça Filho, e de seus assessores no prédio nes-ta quarta-feira (29). É a primeira vez que o MEC é ocupado desde 2002. Uma das principais crí-ticas dos manifestantes é o desmanche do Con-selho Nacional de Educação, cujos titulares ti-nham mandato de quatro anos e foram destituí-dos pelo interino Michel Temer. O decreto de re-vogação das nomeações foi publicado na terça-feira (28) no Diário Oficial da União. A manifes-tação foi organizada pela Confederação Nacio-nal dos Trabalhadores em Educação. (Brasil247)

PRÉ-SALParecer que retira exclusividade da Petrobrás é adiado

A comissão especial que analisa o projeto de lei que retira a exclusividade da Petrobrás na operação do pré-sal, de autoria do senador José Serra (PSDB--SP), teve seu parecer adiado após pedidos de vis-ta dos deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Glauber Braga (Psol-RJ). Mesmo com a reunião da quarta-feira (28) cancelada, ela foi reagendada às pressas. A votação deve ocorrer na próxima terça-feira (5). Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o cancela-mento, com posterior remarcação da reunião, teve como objetivo desmobilizar os trabalhadores do setor, contrários ao projeto. (Rede Brasil Atual)

APOLOGIA À TORTURAConselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é acusado, de acordo com uma representa-ção do Partido Verde, de apologia ao crime de tortura por homenagear o coronel Brilhan-te Ustra durante a sessão de abertura do pro-cesso de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Ustra foi o primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador na ditadura. O parlamentar, em nota, descarta a possibilidade de sofrer sanção e cita imuni-dade parlamentar, prevista na Constituição. (Revista Fórum)

Marcelo Camargo /Agência Brasil

A reforma na previdência é tratada como priorida-

de pelo governo interino de Michel Temer. Ele quer esta-belecer uma idade mínima, independente do tempo de contribuição, para que o tra-balhador brasileiro tenha di-reito ao benefício. Apesar de nenhum país no mundo ado-tar uma idade mínima para a aposentadoria, o presiden-te em exercício negocia para que as futuras gerações do Brasil só se aposentem de-pois dos 70 anos.

A ideia está em discussão por um grupo de trabalho que reúne apenas parte das centrais sindicais e represen-tantes do governo. Em decla-rações à imprensa, o minis-tro Eliseu Padilha (Casa Civil)

Aposentadoria só aos 70 anos, defende Michel TemerAlém de elevar a idade mínima da previdência, governo interino quer reduzir o valor do benefício

defende que o projeto, ainda não apresentado ao Congres-so, seja aprovado até o fim do ano, caso o processo de im-peachment da presidente Dil-ma Rousseff seja confirmado.

TRABALHAR ATÉ A MORTEPara se ter uma ideia, de acor-do com o Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa média de vida da população brasi-leira é de 75,2 anos. Se a idade mínima de 70 ou mesmo de

65 anos para a aposentadoria já estivesse em vigor, a maio-ria das pessoas trabalharia

praticamente até a morte. Em estados como Pernam-

buco (73), Sergipe (72) e Pará (71), essa expectativa de vida é inferior à média nacional. No Maranhão, que tem a pior expectativa de vida (70) do país, o trabalhador mé-dio morreria antes mesmo de começar a receber o bene-fício para o qual contribuiu durante muito anos. Mesmo com a tendência de aumento da expectativa de vida, a po-pulação viveria menos tem-po como aposentada.

REDUÇÃOOutra medida já anunciada pelo governo interino, e que deve fazer parte da propos-ta de reforma da previdên-

cia, é a redução do piso dos benefícios pagos pelo INSS. Atualmente, o valor míni-mo da aposentadoria é o sa-lário mínimo, que respon-de por 70% dos benefícios da Previdência. Se o salário mínimo aumenta, a aposen-tadoria também aumenta.

Porém, Michel Temer quer estabelecer um salário de referência paralelo que, na prática, vai reduzir o valor dos benefícios, descolan-do seu valor do salário mí-nimo. A medida vai impac-tar sobre 21 milhões de se-gurados do INSS.

Temer negocia para que as futuras gerações do Brasil

só se aposentem depois dos 70 anos

Se a idade mínima de 70 já estivesse em vigor, a maioria das pessoas trabalharia praticamente até a morte

75,2 anosÉ a expectativa média de vida da população brasileira, segundo IBGE

NÚMEROS

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Brasil l 7

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A presidente afastada Dilma Rousseff disse na segunda-fei-ra (27) que, caso retorne à Pre-sidência, fará um governo de transição, com o objetivo de garantir a democracia brasilei-ra até as eleições de 2018. Ela disse que pretende também aproveitar o momento para avançar nas discussões sobre a reforma política.

“Farei basicamente um go-verno de transição. Porque é um governo que vai ter dois anos, e o que nós temos de ga-rantir neste momento é a qua-lidade da democracia no Bra-sil, o que vai ocorrer em 2018. Eu farei isso, sobretudo. Acho que cabe a discussão de uma reforma política, sem dúvi-das. Nós tentamos isso depois de 2013 e perdemos fragoro-samente. Tentamos Consti-tuinte, tentamos reforma po-lítica”, disse a presidente afas-tada em entrevista à agência de notícias “Pública”.

Dilma, no entanto, não confirmou a realização de um plebiscito sobre a convo-cação de novas eleições an-tes de 2018, proposta defen-dida por algumas lideran-ças políticas. “Não há um consenso. É uma das coisas. Uma das propostas coloca-das na mesa. Agora, há de todo mundo uma opção por eleição direta, né? Sempre”.

Caso retorne ao poder, a presidente afastada disse que não tentará recompor

Na última semana, fo-mos bombardeados

pelas notícias do aumento do preço do feijão. O povo, chocado em ver o quilo pas-sando de R$10, ouviu as mais diversas explicações dos analistas: geada no sul, falta de chuva no centro, e até uma suposta doação para Cuba. A solução mági-ca: zerar a taxa de importa-ção para facilitar a entrada de feijão estrangeiro.

O que estranhamente não saiu em lugar nenhum foi algo muito simples: o agronegócio brasileiro não se preocupa em produzir alimentos para o Brasil. E isso fica muito claro quan-do olhamos a mudança na utilização das terras no país. Nos últimos 25 anos, houve uma diminuição profunda na área destina-da à plantação dos alimen-tos básicos do nosso cardá-pio. A área de produção de arroz reduziu 43% (quase metade a menos), e a man-dioca recuou 20%.

A área plantada com feijão, o vilão do momen-to, diminuiu 36% desde

O feijão está caro? A culpa é do agronegócio

1990, enquanto a popula-ção aumentou 41%. Apesar de ter havido um aumen-to na produção, a diminui-ção da área deixa a colhei-ta mais vulnerável e susce-tível a variações, como es-tamos vendo agora.

E O AGRONEGÓCIO?Os grandes latifundiários do Brasil, aliados aos políti-cos da bancada ruralista, às multinacionais de agrotóxi-cos e sementes como Bayer, Monsanto e Basf, e às em-presas que dominam a co-

municação no país, não es-tão preocupados com a ali-mentação da população. Es-ses atores compõem o cha-mado “agronegócio”, que domina a produção agrícola no Brasil e vê o campo ape-

Divulgação

Roberto Stuckert Filho

Área plantada com feijão, o vilão do momento, diminuiu 36% desde 1990

Os grandes latifundiários do Brasil não estão preocupados com a alimentação da população

nas como local para au-mentar suas riquezas.

Isso significa, na prática, produzir soja e milho para alimentar gado na Europa e na China, enquanto pre-cisamos recorrer à impor-tação de arroz, feijão e até do próprio milho para as festas de São João. Expor-tamos milho, e agora preci-samos importar o mesmo alimento. Faz sentido?

REFORMA AGRÁRIAO que faria sentido mesmo para assegurar a nossa so-berania alimentar seria: re-forma agrária para dar ter-ra a quem quer plantar co-mida; incentivo à agroe-cologia, para produzir ali-mentos sem veneno; e for-talecimento da Compa-nhia Nacional de Abasteci-mento (Conab), para regu-lar a produção e garantir o abastecimento.

O governo interino já admite privatizar a Co-nab, e pode em breve aprovar leis que facilitem ainda mais o uso de agro-tóxicos. É, de fato, tam-bém um Golpe Ruralista.

Dilma diz que fará “governo de transição”, caso retorne ao poder

Segundo Dilma, perícia do Senado mostra que impeachment “não tem base legal”

sua base nos moldes como estava antes do processo de impeachment. “Não tem mais como recompor. Vou te falar, eu não recomponho governo nos termos anterio-res em hipótese alguma”.

PERÍCIA NO SENADOA presidente Dilma Rousseff comentou, nesta segunda-fei-ra (27), a perícia de técnicos do Senado entregue à comissão do impeachment, que contes-tou a denúncia de que ela pra-

ticou “pedalada fiscal” com o atraso do repasse de R$ 3,5 bi-lhões do Tesouro ao Banco do Brasil para o Plano Safra. Se-gundo ela, isso comprova que o processo de impeachment “não tem base legal”.

“Para o impeachment, de-veria haver um crime de responsabilidade. Hoje por exemplo ficou caracteriza-do pela própria perícia fei-ta pelo Senado que os moti-vos pelos quais eles me acu-sam não caracterizam cri-me”, afirmou Dilma. (ABr)

Dilma não confirmou a realização de um plebiscito sobre a convocação de novas eleições antes de 2018

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 20168 | Brasil

OPINIÃO | Alan Tygel

Page 9: Brasil de Fato RJ - 190

Professores mexicanos realizam os maiores protestos dos últimos 20 anosO México vive intensas jor-

nadas de protestos desde o dia 15 de maio. Neste dia, os professores da rede públi-ca decidiram entrar em greve e protestar contra a tentativa de privatização da educação por parte do governo de Enri-que Peña Nieto.

No último domingo, mi-lhares de pessoas marcha-ram na Cidade do México e no estado de Oaxaca, ao sul do país. A manifestação foi realizada em apoio aos pro-

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O aeroporto internacio-nal de Istambul, na Tur-quia, reabriu na noite des-sa quarta-feira (29). O lo-cal foi alvo de um ataque suicida na terça-feira (28), que deixou 41 mortos e pelo menos 239 feridos.

Entretanto, há poucos voos regulares até o mo-mento. De acordo com in-formações do aeroporto, a maioria dos voos seguem cancelados ou atrasados.

Um piloto da compa-nhia aérea Turkish Airli-nes disse que aviões da sua companhia aérea já estão decolando e pou-sando, mas considera que ainda não é possível recu-perar a normalidade.

“Não é fácil reabrir o ae-roporto ao tráfego. Houve explosões tanto no termi-nal de chegada como no de partida”, explicou.

Espanha repete a história e elege partido de Mariano Rajoy

TERRORISMOAeroporto da Turquia volta a funcionar

Mesmo passando por uma crise econômica que já dura oito anos, a Espa-nha parece não conseguir sair de lugar nem mudar sua realidade política. O Partido Popular (PP), do presidente interino Mariano Rajoy, foi o mais votado nas eleições gerais realizadas no último domingo (26). Ainda que sem maioria no Congresso, o PP conseguiu uma quan-tidade maior de parlamen-tares do que no pleito de de-

Professores protestam contra privatização e por autonomia pedagógica

fessores e contra a repres-são policial.

Desde o início dos pro-testos, a violência tem sido uma constante em várias ci-dades. A mais dura delas foi registrada no dia 20 de ju-nho, quando seis pessoas morreram e 53 ficaram feri-das em Oaxaca. Imagens de televisão mostraram cenas caóticas de pessoas fugindo da polícia enquanto se ou-via o som de tiros.

Toda semana são registra-

zembro de 2015. O partido obteve 137 das 350 cadeiras do Parlamento.

Para formar governo, Ra-joy terá que negociar com outros partidos, como o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), com 85 deputados eleitos, o segun-do mais votado, e o Ciuda-danos, com 32 parlamenta-res, a quarta força política.

A coalizão de esquerda Uni-dos Podemos, com 71 cadei-ras, foi a terceira mais vota-da. Apesar do Podemos ser o partido que mais cresceu na Espanha nos últimos dois anos, os resultados ficaram abaixo do esperado.

dos protestos em pelo me-nos nove dos 32 estados me-xicanos, convocados pela Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) e pela União Geral de Trabalhadores do México.

Essa é a maior e a mais exten-sa jornada de manifestações já registradas no México nos últi-mos 20 anos. São mais massi-vas, inclusive, que os protes-tos que repudiaram o desa-parecimento dos 43 estudan-tes de Ayotzinapa, em 2014.

ABORTOEssa semana, a Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos decidiu derrubar a lei que proibia o aborto no Texas, desde 2013. Esse era o único estado onde não era permitido fazer aborto nos EUA, onde a prática é legalizada desde 1973.

Atual presidente, Mariano Rajoy, não conseguiu tirar o país da crise

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Mundo l 9

Page 10: Brasil de Fato RJ - 190

O quê: Evento apresenta sessões de “esquetes”, ou seja, minipeças de teatro, muitas vezes compostas apenas de uma só cena, com histórias rápidas. Onde: Lona Cultural Municipal Terra – Rua Marcos de Macedo, s/n, Guadalupe.Quando: Domingo (3), 18h.Quanto: 0800

O quê: Atividade permite que o leitor traga até 2 livros literários em bom estado e troque por outro disponível no carrinho.Onde: Biblioteca Popular do Rio Comprido – Rua Sampaio Viana, 357, Rio Comprido.Quando: De segunda a sexta, de 9h às 17h.Quanto: 0800

O quê: Grupo Mosaicos conta histórias para crianças e promove atividades com música, artes plásticas e dança.Onde: Biblioteca Popular Municipal de Irajá – Avenida Monsenhor Félix, 512, Irajá. Quando: Toda quinta-feira, 14h. Até setembro.Quanto: 0800

O quê: Curso para todas as idades ensina uma das danças mais completas e prazerosas, que ainda previne doenças articulares e musculares. Onde: Centro Cultural Municipal Prof. Dyla Sylvia de Sá – Rua Barão, 1180, Praça Seca.Quando: Toda quarta, de 18h às 19h.Quanto: 0800

O quê: No mês do jongo, evento reúne pessoas para celebrar a vida e comemorar as festas julinas. Ainda dá pra passar na feirinha do Lavradio antes.Onde: Feira do Lavradio – Esquina da avenida Chile com a rua do Lavradio, Lapa.Quando: Sábado (2), 15h.Quanto: 0800

O quê: Companhia teatral Milongas realiza oficinas, espetáculo infantil e apresentação musical para a criançada vivenciar diferentes linguagens artísticas.Onde: Praça Marechal Âncora - Centro, às 14h.Quando: Domingo (3), 10h.Quanto: 0800 O quê: Cineclube apresenta

obras independentes com classificação etária de 12 anos, trabalhando diversos temas em diferentes gêneros do cinema.Onde: Sobrado 52 – Rua do Rezende, 52, Centro.Quando: Toda quarta-feira, de 19h às 21h. Até 28 de setembro.Quanto: 0800

Mostra de filmes independentes

Mostra de esquetes

Roda de danças populares Dandalua

Arte na Praça

Mosaicos Desejo o OutroTroca-troca de livros

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EBC Memória

Fernanda Tomaz

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EBC Memória

O quê: Espetáculo propõe uma reflexão sobre a cidade, sobre a violência policial e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Elenco é formado por moradores de áreas como Vila Cruzeiro, Alemão e Cidade de Deus.

Quinta (30), às 19h, na Escola de Teatro Martins Pena, na Rua 20 de abril, 14, Centro. Sábado (2) e domingo (3), às 15h, na Casa do Jongo da Serrinha, na Rua da Balaiada, s/n, Serrinha, Madureira.

Quanto: 0800

Cidade Correria

AGENDA CULTURAL DA SEMANA | [email protected]

RECEBA O BRASIL DE FATO RJ POR E-MAIL WWW.E.EITA.ORG.BR/ASSINEBRASILDEFATORJ

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Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 201610 | Cultura

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Rodrigo Menezes/Divulgação

Fernando Frazão/Agência Brasil

EBC Memória

VISTA ALEGREFeira, Feijão e ChoroDomingão é dia de feijoada e boa música. Então se liga nes-sa dica. O evento “Feira, Feijão e Choro” traz tradições cul-turais essencialmente cariocas: feira livre, feijoada, chorin-ho e samba. Haverá ainda apresentações de MPB, dança de salão, jongo, maracatu e intervenções poéticas. O evento é de graça e será neste domingo (3), às 13h, na Avenida São Félix, no 601, na Lona Cultural Municipal João Bosco, que fica no Parque Orlando Bernardes, em Vista Alegre, na zona norte. Outras edições do evento estão previstas para acon-tecer no dia 7 de agosto e no dia 4 de setembro.

CENTROSe essa praça fosse minhaEm uma praça desconhecida, oito personagens se en-contram depois de abandonarem seus lugares de origem. Nesse lugar, suas trajetórias se cruzam, e juntos eles en-frentam as dificuldades para realizar seus sonhos. Essa é a história do espetáculo “Se Essa Praça Fosse Minha”, uma peça da Trupe de Lá Tag que será realizada ao ar livre na Praça Marechal Âncora, no Centro, no sábado (2), às 16h. O espetáculo é gratuito.

Trupe de Lá Tag realiza atividades para crianças em praça

BANGULata na RuaEvento musical “Lata na Rua” conta com show que mistura manguebeat, funk pancadão, soul music, ijexá e blues. Além disso, have-rá duas oficinas. Uma delas ensinará os participantes a confeccionarem instru-

Evento contará com oficina de confecção de bonecas Abayomi

mentos musicais com sucatas. A outra será de Abayomi, a boneca ne-gra feita a partir do rea-proveitamento de teci-dos. O evento é de graça e será na Avenida Cône-go de Vasconcelos, em Bangu, na zona oeste, nesta sexta (1), às 10h.

Quem quer dar uma rela- xada depois do trabalho

e apreciar uma das precio-sidades da riqueza cultural brasileira é só chegar nos Arcos da Lapa, nesta quin-ta-feira (30), às 21h30. Será realizada uma roda de Jon-go Carioca, que promete agitar esse centro da boe-mia do Rio.

A roda de jongo acontece toda última quinta-feira de cada mês. Mas esta edição tem um diferencial. Na roda, o Movimento Cultural Jon-go da Lapa, que organiza o evento, comemorará seus 12 anos de vida com muito axé.

Desde 2004, o movimento leva todo mês para o bairro da Lapa centenas de pes-soas que aprendem, brin-cando e cantando, um pou-co mais dessa prática tão rica. O trabalho com cul-tura popular dos integran-tes do Jongo da Lapa se de-senvolveu depois de visitas a comunidades jongueiras tradicionais, além de di-versas oficinas pelo Brasil e em países como Alema-nha, Portugal, Luxemburgo e Espanha. O Movimento também produziu o docu-

Movimento Jongo da Lapa comemora 12 anos com roda de dançaGrupo realiza evento mensalmente debaixo dos Arcos da Lapa

Victor Ohanado Rio de Janeiro (RJ)

mentário “Jongo da Lapa: nosso terreiro é a rua” e três CDs de autoria própria.

HISTÓRIA DO JONGOO jongo é considerado um dos ritmos precursores do samba, que teve suas origens na região africana do Congo- Angola. A cultura foi man-tida e conservada pelos tra-balhadores africanos, es-cravizados nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Para acalmar a revolta e o sofrimento dos negros com a escravidão, além de dis-

trair o tédio dos brancos, os donos das fazendas de café permitiam que seus escravos dançassem o jongo nos dias dos santos

católicos. Portanto, para esses negros africanos e seus filhos, o jongo era um dos únicos momen-tos permitidos de trocas e confraternização.

O jongo é considerado um dos ritmos precursores do samba

Jongo da Lapa põe todo mês centenas para dançar

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Cultura l 11

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Roberto Parizotti

A FIM DE PAPO | MC Leonardo

No último sábado (25), estive na Faculdade Hé-lio Alonso para falar em um curso de comunica-ção. O nome do curso é Rede de Agentes Comu-nitários de Comunicação (RACC) e está sendo feito pela Agência de Notícias das Favelas (ANF).

Nos últimos anos me tor-nei um missionário em de-fesa do funk. Fui a inúmeros lugares na intenção de poder levar informações que eu tinha sobre o tratamento dado pelo Estado ao movi-mento funk.

Assim, vi de perto os nú-meros de trabalhos acadê-micos sobre o funk se multi-plicarem e até se internacio-nalizarem. Hoje, estudantes do mundo todo vêm ao Rio de Janeiro saber mais so-bre a cultura da favela. Isso é comunicação pura.

A força da comunica-ção é tão grande quanto a urgência de projetos que a fomentem, já que esta-mos vivendo um momen-to de muitas dúvidas na sociedade como um todo. Nós, moradores de fave-las, sabemos que, quando a sociedade está dividida e sem se comunicar, quem

Funk é tema de aula em faculdade carioca

sofre mais são os menos fa-vorecidos.

COMUNICAÇÃO É TUDOA RACC me deu a chan-ce de falar em uma sala de aula, por uma hora e meia, para 20 moradores de fa-

velas. Cada um de uma co-munidade diferente. Não existe nada que eu acredi-te mais do que a arte do en-contro. Sei que são as prá-ticas que mudam o mun-do e não a teoria, mas não iremos fazer nada de útil sem antes nos comunicar.

Então se liga aí! Sábado, uma hora da tarde na Rua Muniz Barreto, número 51, vai acontecer mais uma palestra do curso, des-sa vez com a antropóloga Adriana Facina, quem eu admiro, então sou suspei-tíssimo para falar.

Não acredito que um ple-biscito agora seja a solu-

ção para o momento que es-tamos vivendo. Se reduzir-mos a luta a mais um calen-dário eleitoral, estaremos co-metendo o mesmo erro do último período. Erramos ao acreditarmos que “governa-bilidade” só é construída a partir do parlamento, nos es-quecendo do papel mobiliza-dor que a sociedade tem.

Uma recente pesquisa da CUT/Vox aponta que 67% dos trabalhadores querem eleições já. Esses números demonstram a insatisfação com o atual sistema político. O povo está cansado de um Congresso corrupto que não representa mulheres, negros, jovens e trabalhadores em geral. Está insatisfeito de ler no noticiário as cifras milio-nárias de desvios de recur-sos públicos enquanto o de-semprego bate à sua porta. E não reconhece Michel Temer como a liderança que muda-rá esta situação.

Pesquisa é um instrumen-to de análise, não nosso guia.

Plebiscito agora legitima o golpe em curso no país

Chamar um plebiscito agora é contribuir para legitimarmos o golpe em curso no país. Por-que essa eleição não será geral

e não atingirá todo o sistema que é alvo da indignação da população. Com ela, não te-remos a oportunidade de ele-ger novos senadores e deputa-dos federais, pois será restrita à presidência da República.

FOI GOLPE!Se anteciparmos as eleições, não há que se falar em golpe em curso no país. Podem ar-gumentar que é a oportuni-dade do povo decidir. Será? O povo decidiu em outubro de 2014. Elegeu Dilma para um mandato de 4 anos. Ela teve seu mandato interrompido sem ter cometido um crime

de responsabilidade. Foi gol-pe! As eleições agora apagam os rastros desse golpe, inde-pendente do resultado.

A luta no próximo período será longa. Não há saída de curto prazo. Quero, como to-dos que propõem o plebisci-to, derrotar o golpe, mas no-vas propostas precisam ser construídas primando pela unidade da esquerda, sem novos acordos de bastidores.

FORÇA POPULAREnquanto isso, continuo na luta para que Dilma Rousse-ff termine seu mandato, para o qual foi eleita pela maio-ria do povo brasileiro. Sei que nada será como antes do seu afastamento. Mais um moti-vo para que, num retorno da presidente, ela pactue com as forças populares seus com-promissos e agendas para o próximo período. E que, com seu retorno, continuemos nas ruas, pressionando por refor-mas estruturais.

Beatriz Cerqueira é presidente da CUT/MG

Plebiscito agora não é solução, pois vivemos momentos conturbados e com o conservadorismo em alta

A luta no próximo período será longa. Não há saída de curto prazo São as práticas

que mudam o mundo e não a teoria, mas precisamos antes nos comunicar

Moradores de favela têm aula sobre funk na faculdade

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 201612 | Opinião

Page 13: Brasil de Fato RJ - 190

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Amiga, no mês passado tive que tomar a pílula do dia seguinte. Este mês, precisei to-mar novamente. Faz mal tomar esse remédio com frequência? 

Julcimara Batista, 26 anos, recepcionista. 

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Querida Julcimara, pílula de emergência é um nome mais adequado para este contraceptivo. Emergência é algo raro, acidental. Usá-lo com frequência coloca em risco a saúde e aumen-ta a chance de falha do me-dicamento, levando à gra-videz. Por ter uma carga hormonal muito alta, a pí-lula de emergência pode provocar alterações no ci-clo menstrual, vômitos, sangramentos, entre ou-tros problemas. O ideal é ter um método contracep-tivo de rotina e, somente em caso de acidentes, uti-

ras após a relação sexual, porém, quanto menor esse tempo, maior a chance de sucesso do contraceptivo.

lizar a pílula do dia seguinte. Quando for necessário usá-la, é importante agir rápido. Deve ser tomada até 72 ho-

Ingredientes• 1 kg de aipim

• 250g de carne seca dessalgada

• 250g de bacon

• Cheiro verde

• Azeite ou manteiga

Modo de preparoCozinhar o aipim descascado e em pedaços, tiran-do antes o cabo que fica no centro. Colocar um fio de azeite ou manteiga e cozinhar o aipim até ficar um creme. Em outra panela, cozinhar a carne seca e o bacon na água. Depois de cozidos, refogar com cebo-la, alho picado e cheiro verde. Quando estiver refo-gado, jogar o aipim com a água do cozimento. Com-pletar com mais água até chegar à consistência de-sejada. Dependendo das carnes, não é preciso colo-car sal na receita.

Receitas da TerraDurante o Festival da Utopia, realizado em Maricá en-tre 22 e 26 de junho, o Movimento Sem Terra organi-zou o espaço Receitas da Terra. Trabalhadores sem ter-ra de várias regiões do Brasil montaram suas cozinhas e serviram pratos típicos para os milhares de visitan-tes que participaram do evento. De hoje até as próxi-mas semanas, publicaremos receitas contadas por es-tas e estes lutadores da terra, que praticam com a culi-nária um ato de resistência cultural. Lutar pela refor-ma agrária também é cultivar uma comida de verdade.

Maria Aparecida

Caldo de Aipim com Carne Seca

Enviada por Maria do Nascimento da Silva, militante do MST de Brotas de Macaúba (BA)

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Variedades l 13

DICAS MASTIGADAS | Alan Tygel ANDRÉ DAHMER | malvados.com.br

AMIGA DA SAÚDE

Envie sua receita para: [email protected]

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Áries (21/3 a 20/4)Sua reputação profissional vai permitir que você progrida, é só manter a articulação com sua equipe.

Touro (21/4 a 20/5)O entendimento com familiares será dominante na semana. Aproveite para conscientizá-los e dividir ideias.

Gêmeos (21/5 a 20/6)A sua vida amorosa estará equilibrada. Não deixe que suas indecisões o façam mudar para o lado errado.

Câncer (21/6 a 22/7)Procure no seu ser a razão da instabilidade da sua relação amorosa. Mas não ache que você é o problema.

Leão (23/7 a 22/8)A expectativa de uma maior progressão profissional e financeira poderá distanciá-lo dos amores.

Virgem (23/8 a 22/9)Faça uma pausa para refletir um pouco sobre a sua vida pessoal e também profissional.

Libra (23/9 a 22/10)As novas perspectivas profissionais poderão levá-lo a obter maior liberdade e independência financeira.

Escorpião (23/10 a 21/11)Conceda mais do seu tempo a atividades com o seu parceiro e seus descendentes.

Sagitário (22/11 a 21/12)Se enveredar por discussões violentas, será inútil um pedido de desculpas. A ruptura será certa.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Apesar de os dias não serem tranquilos, haverá sempre no ar um pouco de paz e esperança coletiva.

Aquário (21/1 a 19/2)Aproveite seu espírito transgressor para liderar mudanças no seu próprio ciclo de vivência.

Peixes (20/2 a 20/3)O campo profissional será envolto em harmonia. O ambiente de trabalho será agradável.

HORÓSCOPO PREVISÃO DO TEMPO

FASES DA LUA

Quinta-feira, 30 de junho, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F24Parcialmente nublado 24° 18°

SEX

24° 18°

QUI

26° 18°

SAB

25° 18°

DOM

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS | www.coquetel.com.br

Nova 4/7

Cheia 19/7

Minguante 30/6

Crescente 11/7

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 201614 | Variedades

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O título desta coluna foi o grito das arquibancadas quando Pelé se despediu da seleção brasileira. Pelé tinha muito mais a dar, mas ele não quis seguir.

Saiu com a imagem do povo mexicano carregando-o nos braços na final de 70. Tricampeão do mundo.

Se a história de Pelé na se-leção brasileira deu samba, a trajetória de Lionel Messi pela Argentina é o mais legí-timo tango. Mágico e triste.

Há um Deus na Argentina, que se chama Diego Arman-do Maradona. Este é o lugar dele na história do futebol albiceleste.

A pressão para que Mes-si ocupe o mesmo posto, ou supere o mito da camisa 10 argentina, não só é uma sa-

dial, naquele período, era inesperado. E Diego fez o inesperado.

Sobre Messi, todo o plane-ta espera algo mais dele. Es-pera tanto que não percebe o quanto ele foi fundamental para recolocar a Argentina em um patamar do futebol mundial que, sem ele, sim-plesmente não aconteceria.

Ao perder mais uma de-cisão pela seleção, Messi decidiu abrir mão de de-fendê-la novamente. De-cisão tomada logo após o jogo. Torcemos para que reflita tão somente o calor da partida.

Os dirigentes, duramente criticados por Messi e Mara-dona, não merecem o gênio de volta. Mas o futebol sim.

Por todos nós. Por favor.

Os dirigentes, duramente criticados por Messi e Maradona, não merecem o gênio de volta. Mas o futebol sim

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Fica! Fica! Fica!

Lionel Messi após perder a final da Copa do Mundo, em 2014

canagem com o cara, como é uma heresia.

Messi e Maradona coexis-tem em um olimpo do fute-bol argentino e mundial.

A insistente comparação entre os dois é um absurdo. São dois gênios diferentes, que representam duas Ar-gentinas distintas.

Maradona é o pós-guerra das Malvinas. O título mun-

Governo suspende cadeiras cativas do Maracanã nos Jogos

O governo do estado do Rio, através do go-vernador interino Fran-cisco Dornelles, publi-cou projeto de lei que suspende o acesso dos proprietários de cadei-ras cativas no estádio do Maracanã durante os Jogos Olímpicos e Para-límpicos do Rio 2016.

Segundo o projeto, pro-prietários das cativas que quiserem ir às disputas olímpicas, além das ce-rimônias de abertura e encerramento, terão que comprar ingressos nor-

malmente. A proposta é a mesma que já entrou em vigor durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.

Nas ocasiões anterio-res, a suspensão do direi-

O treinador Mike Krzyzewski, do time de basquete masculi-no dos EUA, definiu os 12 nomes que disputa-rão os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Desfalca-do dos maiores nomes da NBA, Mike montou sua equipe com os que aceitaram jogar a competição olímpica.

Os grandes desta-ques serão o ala Ke-vin Durant (Oklaho-ma City Thunder) e o

EUA divulgam a lista do basquete masculino

A empreiteira Ode-brecht, alvo da Lava Jato e acionista ma-joritária do Consór-cio Maracanã, pediu a rescisão do con-trato de concessão do estádio celebrado com o governo do es-

Odebrecht pede para sair va avaliações trianuais que permitissem que ela deixasse o negócio sem prejuízo, caso en-tendesse que o investi-mento não estaria ten-do o retorno esperado.

A empresa tem 95% do Consórcio, sendo que os 5% restantes pertencem à empresa AEG.

armador, campeão da liga, Kyrie Irving (Cle-veland Cavaliers).

Além deles, estarão no Rio o armador Kyle Lowry, os alas Klay Thom- pson, Jimmy Butler, De-Mar DeRozan e os pi-vôs DeMarcus Cousins e DeAndre Jordan.

Os EUA estão no gru-po A dos Jogos, com Ve-nezuela, China, Austrália e outras duas seleções que sairão do Pré-Olím-pico Mundial. (BP)

Kevin Durant é o grande destaque do time

Estado do Rio quer vetar acesso dos proprietários durante o evento

to dos proprietários fez com que o governo do Rio os indenizasse. Porém, o pagamento foi interrom-pido. A razão apontada pelo governo é a crise fi-nanceira do estado. (BP)

Francisco Dornelles governa interinamente o estado do Rio tado do Rio de Janeiro.Após negociações ar-

rastadas entre as par-tes, não houve um acor-do. A construtora exi-gia a redução do valor a ser investido por ela no estádio e no entor-no. Também requisita-

Rio de Janeiro, 30 de junho a 3 de julho de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

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BRASILEIRÃO 2016

10a RODADA

CASSIFICAÇÃO SÉRIE A

Zona de classificação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

Qua 29/06 19h30

3 X 2

Qua 29/06 19h30

3 X 2

Qua 29/06 21h00

3 X 2

Qui 26/0616h00

0 X 2

Qui 30/0619h30

X

Qua 29/06 19h30

1 X 0

Qua 29/06 21h00

1 X 0

Dom 26/0621h45

2 X 1

Qui 30/0619h30

X

Qui 30/0621h00

XCAM

CAP

CHA

COR

CFC

CRU

FIG

FLA

FLU

GRE

INT

PAL

PON

SAN

SAO

SPO

O Fluminense foi ao Mo-rumbi enfrentar o São Pau-lo e, no primeiro tem-po, quase não viu a cor da bola, com uma atuação muito inferior à do tricolor paulista.

Logo no primeiro minu-to, o estreante Cueva cobrou escanteio, Centurion des-viou de cabeça e João Sch-midt tocou para o gol, abrin-do o placar na capital paulis-ta para o time da casa.

Depois do gol, o São Paulo controlou bem o jogo, crian-do ainda outras chances. Mas o segundo gol só saiu no final da primeira etapa.

Aos 39 minutos, Douglas erra passe no campo de de-fesa e entrega a bola para Michel Bastos, que cruzou

Flu demora a acordar e acaba derrotado

Fluminense perde para o São Paulo por 2 a 1 e não engata boa sequência

Gustavo Scarpa teve pouco espaço e não teve grande atuação

Nelson Perez/Fluminense FC

depois que Ganso sentiu a parte posterior da coxa di-reita quando já não podia mais ser substituído.

Depois do meia, foi o ata-cante Cueva que sentiu uma pancada e os dois faziam apenas número em campo.

Praticamente com dois a menos, o São Paulo foi va-lente e segurou a vitória

O Flamengo enfren-tou o Internacional no es-tádio Kléber Andrade, em Cariacica (ES), completa-mente lotado e não decep-cionou sua torcida. Venceu por 1 a 0 e encostou no G-4 do Campeonato Brasileiro, com 20 pontos.

O gol que definiu o con-fronto saiu aos 18 minutos do primeiro tempo, em jo-gada iniciada por William Arão lançando Guerre-ro, que ajeitou de cabe-ça para Ederson cabecear para a rede.

A Confederação Brasilei-ra de Futebol (CBF) anun-ciou na noite desta quarta-feira (29) a comissão téc-nica da seleção brasileira masculina nos Jogos Olím-picos do Rio 2016.

Além do treinador Rogé-rio Micale e do coordenador Erasmo Damiani, foram es-colhidos membros que des-falcarão as comissões técni-cas de seis clubes brasileiros.O Internacional cederá o auxiliar Odair Hellmann, o preparador físico Marcos Seixas é do Figueirense. O

Flamengo vence por 1 a 0 e se aproxima do G-4

CBF anuncia comissão técnica e desfalca clubes

O time rubro-negro foi muito eficiente na defe-sa, quase não permitin-do que o goleiro Alex Mu-ralha trabalhasse, apesar da maior posse de bola do Inter. No segundo tem-po, o Fla ainda criou vá-rias chances para ampliar e matar o jogo, mas soube manter a partida

O Flamengo terá para-da dura no domingo, no Itaquerão, diante do Co-rinthians, enquanto o In-ter terá o clássico contra o Grêmio, no Beira-Rio. (BP)

Cruzeiro cedeu dois mem-bros, o fisiologista Eduardo Pimenta e o fisioterapeuta Charles Costa, que dividi-rá a tarefa com Alex Evan-gelista, do Vasco.

Os massagistas Serginho e Marquinhos pertencem ao Palmeiras e ao Grêmio, respectivamente. Rogério Maia (preparador de golei-ros), André Pedrinelli (mé-dico), Maurício Dulac (ana-lista de desempenho) e os roupeiros Adaílson Barros e Fábio Silva completam a lista.(BP)

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Classificação PG J V SG1° Palmeiras 22 11 7 102° Corinthians 22 12 7 83° Grêmio 21 12 6 64° Internacional 20 12 6 45° Flamengo 20 12 6 26° Santos 19 12 6 87° São Paulo 18 12 5 08° Chapecoense 18 12 4 09° Atlético-PR 17 12 5 -210° Atlético-MG 16 11 4 011° Fluminese 16 12 4 -212° Vitória 16 12 4 -313° Cruzeiro 14 12 4 -214° Ponte Preta 14 11 4 -815° Figueirense 14 11 3 -016° Curitiba 13 12 3 -317° Sport 12 11 2 -218° Botafogo 12 11 3 -419° Santa Cruz 11 11 3 -120° América-MG 8 12 2 -11

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na medida para Allan Kar-dec fazer 2 a 0 para o São Paulo, de cabeça.

A bronca no vestiário deve ter sido grande, porque o Flu-minense voltou outro time para o segundo tempo.

Apesar de a primeira chance ser do São Paulo, por conta dos espaços que o Flu deixava para o contra-a-

taque, foi o tricolor das La-ranjeiras que marcou o gol.

Aos seis minutos, Cícero cobrou pênalti com catego-ria e botou o goleiro Dênis de um lado e a bola de ou-tro, diminuindo o placar.

O gol recolocou o Flu no jogo, que passou a pressio-nar o São Paulo em bus-ca do empate. Mais ainda

Rio de Janeiro, 30 junho a 3 de julho de 201616 | Esportes