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  • Guia de Debntures

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    APRESENTAO

    A Bolsa de Valores de So Paulo e a Companhia Brasileira de Liquidao e Custdia administram oBOVESPA FIX, sistema integrado de negociao, liquidao e custdia para ttulos de dvidacorporativa, com o objetivo de prover o mercado com uma estrutura especialmente criada paraatender colocaes primrias, incrementar a liquidez do mercado secundrio, trazer maior trans-parncia, menores riscos e prestar melhores servios para emissores e investidores.

    Alm de debntures, so negociados no BOVESPA FIX notas promissrias, Certificados de RecebveisImobilirios (CRI), cotas de Fundos de Direitos Creditrios (FIDC) e outros ttulos de dvidacorporativa.

    O texto est dividido em cinco partes: a regulamentao; as principais razes para a sua emisso;os procedimentos gerais desse processo; os aspectos relativos manuteno de debntures nomercado secundrio e as vantagens de se registrar as debntures no BOVESPA FIX.

    Por fim, os anexos apresentam um apndice normativo que relaciona, por temas, a legislaopertinente ao assunto; as tabelas com os custos envolvidos na emisso; o glossrio e a bibliografia.

  • 3Parte I - REGULAMENTAO DO MERCADO DE DEBNTURES ................................................... 5

    1.1 Breve Histrico ..................................................................................................................... 5

    1.2 Definies ............................................................................................................................. 6

    1.2.1 Debntures ........................................................................................................................... 6

    1.2.2 Emissores ............................................................................................................................. 6

    1.2.3 Deliberaes ......................................................................................................................... 7

    1.2.4 Emisses e Sries ................................................................................................................. 7

    1.3 Distribuio/Colocao ........................................................................................................ 7

    1.3.1 Emisses Primrias ............................................................................................................... 7

    1.3.2 Distribuies Secundrias .................................................................................................... 7

    1.3.3 Emisses Externas ................................................................................................................ 8

    1.4 Caractersticas das Debntures ............................................................................................ 8

    1.4.1 Formas das Debntures ........................................................................................................ 8

    1.4.2 Classe/Tipo das Debntures ................................................................................................. 8

    1.4.3 Espcie/Garantia das Debntures ........................................................................................ 8

    1.4.4 Remunerao e Atualizao Monetria ................................................................................ 9

    1.4.5 Vencimento das Debntures .............................................................................................. 11

    1.4.6 Amortizao e Resgate Antecipado .................................................................................... 11

    1.4.7 Repactuao ....................................................................................................................... 12

    1.4.8 Aquisio de Debntures pelo Emissor ............................................................................. 12

    1.5 Investidores ........................................................................................................................ 12

    1.6 Underwriters ...................................................................................................................... 13

    1.7 Banco do Emissor .............................................................................................................. 14

    1.8 Agente Fiducirio ............................................................................................................... 14

    1.9 Rating ................................................................................................................................. 15

    1.10 BOVESPA............................................................................................................................. 15

    1.11 CBLC................................................................................................................................... 15

    Parte II POR QUE EMITIR DEBNTURES ........................................................................ 15

    2.1 Captao de Recursos para Investimentos ......................................................................... 15

    2.2 Reestruturao de Passivos ................................................................................................ 16

    2.3 Securitizao de Recebveis ................................................................................................ 16

    2.4 Flexibilidade do Valor Mobilirio ....................................................................................... 16

    2.5 Entrada no Mercado Acionrio .......................................................................................... 16

    Parte III - COMO FAZER UMA EMISSO PBLICA DE DEBNTURES ............................... 17

    3.1 Procedimentos Preliminares .............................................................................................. 17

    3.2 Escolha de Auditoria Independente ................................................................................... 18

    3.3 Escolha de Intermedirio Financeiro ................................................................................. 19

    3.4 Banco Escriturador ............................................................................................................. 19

    3.5 Estudos Tcnicos ................................................................................................................ 19

    3.6 Escolha do Agente Fiducirio ............................................................................................. 20

    3.7 Atos Societrios .................................................................................................................. 20

  • Guia de Debntures

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    3.8 Escritura de Emisso de Debntures ................................................................................. 21

    3.9 Processo de Registro(s) na CVM ........................................................................................ 21

    3.10 Registro na BOVESPA ......................................................................................................... 24

    3.11 Formao do Consrcio de Distribuio ........................................................................... 24

    3.12 Marketing para Atingir os Investidores Potenciais ............................................................. 25

    3.13 Anncio de Incio de Distribuio Pblica ......................................................................... 25

    3.14 Subscrio e Liquidao Financeira ................................................................................... 26

    3.15 Anncio de Encerramento de Distribuio Pblica ........................................................... 26

    Parte IV OBRIGAES DA COMPANHIA EMISSORA....................................................... 27

    4.1 Manuteno da Condio de Companhia Aberta .............................................................. 27

    4.2 Assemblia de Debenturistas ............................................................................................. 27

    4.3 Relatrio Anual do Agente Fiducirio ................................................................................ 28

    4.4 Poltica de Relaes com Investidores ............................................................................... 29

    4.5 Relacionamento com a BOVESPA/CBLC............................................................................. 29

    Parte V POR QUE BOVESPA FIX ...................................................................................... 30

    5.1 Negociao na BOVESPA .................................................................................................... 30

    5.2 Liquidao e Custdia na CBLC ......................................................................................... 30

    5.3 Custos de Negociao e Custdia ...................................................................................... 31

    ANEXO I - Apndice Normativo Temtico Emisso deDebntures & Companhias Abertas ................................................................. 32

    ANEXO II - Tabelas de Custos ............................................................................................ 39

    II.1 Processo na CVM

    II.2 Taxa de Fiscalizao da CVM

    II.3 Custos do BOVESPA FIX

    ANEXO III - Glossrio ........................................................................................................ 41

    ANEXO IV - Bibliografia ..................................................................................................... 45

    Elaborado por Inter-Link Consultoria de Mercado de Capitais S/C Ltda. e atualizado pela BOVESPA em outubro/2003.

  • 5PARTE I

    REGULAMENTAO DOMERCADO DE DEBNTURES

    1.1 - Breve Histrico

    Debntures so ttulos de dvida de mdio e longo prazos emitidos por sociedades por aes, queconferem ao debenturista (detentor do ttulo) um direito de crdito contra a emissora. No Brasil,as debntures constituem uma das formas mais antigas de captao por meio de ttulos. A origemde sua regulamentao remonta poca do Imprio (Lei n. 3.150 e o Decreto n. 8.821, ambos de1882).

    As emisses de debntures tambm foram objeto do ciclo de euforia e especulao conhecido porencilhamento (1889-1891). O esgotamento desse ciclo trouxe como um dos desdobramentos oDecreto n. 177-A/1893, conhecido como Lei dos Emprstimos por Debntures. Essa regulamen-tao, complementada pelo Decreto n. 22.431, de 1933, e pelo Decreto-lei n. 781, de 1938, eramais rigorosa e permaneceu vlida at o incio dos anos 60, mas o mercado de debntures foipouco expressivo, porque no existiam mecanismos que protegessem as aplicaes de longo pra-zo dos efeitos da inflao.

    A Lei n. 4.728, de 1965, editada em meio s mudanas que reorganizaram o sistema financeironacional, introduziu importantes inovaes s debntures, destacando-se a possibilidade de con-verso em aes e a correo monetria. Posteriormente, por meio da edio da Lei das Socieda-des por Aes, Lei n. 6.404/76 (posteriormente alterada pela Lei n. 10.303, de 31 de outubro de2001), as debntures assumiram a forma que prevalece atualmente. Ao mesmo tempo, a criao daComisso de Valores Mobilirios (CVM), por intermdio da Lei n. 6.385/76, disciplinou o merca-do de capitais, trazendo maior segurana para os investidores.

    Apesar dos avanos da regulamentao, o mercado de debntures teve comportamento irregularnos anos 80, em funo das constantes mudanas de regras operacionais, tributrias e dosindexadores, muitas delas introduzidas pelos diversos planos de estabilizao.

    Em 1988, as debntures tiveram a sua aquisio encorajada por instituies financeiras e, em se-guida, o Plano Vero permitiu o uso de uma ampla gama de indexadores, estimulando os investi-dores.

    Contudo, as incertezas polticas e a poltica econmica recessiva ocorrida em 1990-1991 esfriaramo mercado de capitais domstico, que em seguida tambm passou a sofrer a concorrncia dascaptaes externas.

    Depois do Plano Real, o mercado de debntures comeou a apresentar recuperao, em funo daestabilidade monetria, do progressivo alongamento dos prazos dos ttulos de dvida, dasreestruturaes patrimoniais e financeiras das companhias, da retomada do crescimento econmicoe do processo de privatizao. Nesse processo, as debntures tornaram-se um importante instru-mento de captao de recursos para empresas de arrendamento mercantil (leasing), administra-o e participao, servios de utilidade pblica, comrcio e insumos intermedirios.

  • Guia de Debntures

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    O lanamento do BOVESPA FIX, em abril de 2001, ao mesmo tempo em que passou a oferecer umaestrutura integrada para negociao, custdia e liquidao dos ttulos de dvida corporativa, propi-ciou um incremento na liquidez do mercado secundrio e uma maior transparncia e seguranaaos emissores e investidores, alm de uma srie de aprimoramentos nos procedimentos de coloca-o primria.

    1.2 - Definies

    1.2.1 - Debntures

    As debntures so valores mobilirios de emisso de companhias abertas, nominativos, negoci-veis, de mdio/longo prazo, e os debenturistas tm direito de crdito contrado pela companhiaemissora. Rendem juros, fixos ou variveis, sendo todas as caractersticas definidas na escritura deemisso. As caractersticas das debntures podem ser periodicamente repactuadas, renegociadasentre os debenturistas e o emissor.

    1.2.2 - Emissores

    As debntures podem ser emitidas por sociedades por aes (sociedades annimas ou sociedadesem comandita por aes), de capital aberto ou fechado que no sejam sociedades de crdito imo-bilirio e instituies financeiras (com exceo daquelas que no recebem depsitos do pblico).

    As instituies financeiras que recebem depsitos somente podem emitir cdulas de debntures,que so ttulos que possuem como lastro debntures emitidas por outras companhias.

    A partir de 1995, as notas promissrias de distribuio pblica tornaram-se um ttulo de renda fixacomplementar s debntures, por serem de curto prazo e de emisso mais simples. O grfico aseguir, mostra as emisses primrias de debntures, notas promissrias e aes realizadas no mer-cado domstico desde 1980.

    Fonte: CVM.Obs.: em 1996 foi excluda a operao de capitalizao do Banco do Brasil, por parte do Tesouro.

  • 71.2.3 - Deliberaes

    A assemblia geral de acionistas da empresa delibera a emisso e suas caractersticas bsicas, po-dendo delegar ao Conselho de Administrao parte das decises relativas s condies das debn-tures, como amortizao e vencimento, a forma de colocao, as condies de remunerao, entreoutras.

    Aps a deciso da assemblia geral de acionistas, a empresa celebra a escritura de emisso, docu-mento legal que estabelece todas as condies que regem a emisso.

    1.2.4 - Emisses e Sries

    Uma empresa pode efetuar vrias emisses de debntures, de acordo com suas necessidades. Cadaemisso pode ainda ser dividida em sries, de forma a adequar o montante de recursos s necessi-dades da empresa ou demanda do mercado. As sries de uma emisso podem ter ou no omesmo vencimento.

    1.3 - Distribuio/Colocao

    1.3.1 - Emisses Primrias

    As emisses primrias so operaes de lanamento de novos ttulos, nas quais h o aporte denovos recursos para a companhia.

    As debntures podem ser ofertadas publicamente e/ou transacionadas no mercado quando asociedade emissora possuir a condio de companhia aberta, obtida mediante o cumprimento dedeterminadas normas e exigncias expedidas pela CVM. A emisso precisa ser realizada por meiodo sistema de distribuio do mercado. A CVM, uma vez autorizada a emisso, mantm o seuregistro, com todas as caractersticas e condies das debntures, para que o mercado tenha aces-so a essas informaes. Nas emisses pblicas tambm necessria a nomeao de um agentefiducirio.

    As emisses de debntures tambm podem ser privadas, no havendo a necessidade de registro dedistribuio na CVM nem necessitando a emissora constituir-se ou manter-se como companhia aberta.

    A companhia emissora pode deliberar uma nova emisso sempre que julgar as condies favor-veis, contanto que as debntures da emisso anterior tenham sido totalmente colocadas ou o saldodestas tenha sido cancelado.

    1.3.2 - Distribuies Secundrias

    As distribuies secundrias (block-trade) de debntures compreendem distribuies pblicas degrandes lotes de debntures que j foram emitidas e que esto nas mos de controladores/acionistasda empresa ou qualquer outro investidor (debntures que esto fora de circulao do mercado) eque geralmente compreendem um esforo de vendas sobre esses ttulos.

  • Guia de Debntures

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    1.3.3 - Emisses Externas

    As companhias brasileiras podem emitir debntures no exterior com garantia real ou flutuante debens situados no Pas, desde que com prvia autorizao pelo Banco Central. Essas debnturespodem ter o seu valor nominal expresso em moeda nacional ou estrangeira, observando-se quesomente podem ser remetidos ao exterior o principal e os encargos das debntures.

    1.4 - Caractersticas das Debntures

    1.4.1 - Formas das Debntures

    As debntures ao portador foram oficialmente extintas pela Lei n. 9.457/97 e, por conveno, aseguinte terminologia foi adotada:

    Nominativas

    So debntures representadas por certificados emitidos em nome do titular e registrados em livroprprio mantido pela emissora. A transferncia de titularidade efetuada por endosso em preto,substituindo-se posteriormente o certificado.

    Escriturais

    So debntures que no possuem certificados representativos, sendo mantidas em nome do titu-lar em conta de depsito em instituio financeira depositria designada pela emissora.

    1.4.2 - Classe/Tipo das Debntures

    As debntures podem ou no possuir clusulas de conversibilidade, classificando-se em:

    Debntures Conversveis em Aes

    Alm de serem resgatveis em moeda, podem ser convertidas em aes de emisso da empresa,nas condies estabelecidas pela escritura de emisso.

    Debntures No Conversveis ou Simples

    So as que no podem ser convertidas em aes, ou seja, resgatveis exclusivamente em moedanacional.

    Debntures Permutveis

    So debntures que podem ser transformadas em aes de emisso de outra companhia que noa emissora dos papis, ou ainda, apesar de raro, em outros tipos de bens, tais como ttulos decrdito. Na maioria das vezes a companhia emissora das aes objeto da permuta empresa inte-grante do mesmo conglomerado da companhia emissora das debntures.

    1.4.3 - Espcie/Garantia das Debntures

    A espcie refere-se s garantias dadas emisso:

    Debntures com Garantia Real

    So garantidas por bens (imveis ou mveis) dados em hipoteca, penhor ou anticrese, pela com-panhia emissora, por empresas de seu conglomerado ou por terceiros.

  • 9A hipoteca representa um direito real de garantia sobre bens imveis (incluindo navios e aerona-ves). J o penhor um direito real de garantia sobre bens mveis entregues pela emissora ou porterceiros, para assegurar o cumprimento de uma obrigao. Por fim, a anticrese tambm umdireito real de garantia pelo qual o credor percebe os frutos e rendimentos de um imvel, possu-indo, durante o perodo que se estender at o cumprimento da obrigao, os poderes de proprie-trio para fins de arrendamento ou locao do imvel.

    O volume de emisso de debntures com garantia real limitado pela regulamentao em at 80%do valor dos bens gravados da empresa, quando o valor da emisso ultrapassar o do capital social.

    Debntures com Garantia Flutuante

    So debntures com privilgio geral sobre o ativo da empresa, o que no impede, entretanto, anegociao dos bens que compem esse ativo. As debntures com garantia flutuante possuempreferncia de pagamento sobre debntures de emisses anteriores e sobre outros crditos espe-ciais ou com garantias reais, firmados anteriormente emisso.

    O volume de emisso das debntures com garantia flutuante limitado em at 70% do valor contbildo ativo da emissora, lquido das dvidas garantidas por direitos reais, quando o valor da emissoultrapassar o do capital social.

    Debntures Quirografrias (sem preferncia)

    Debntures que no possuem as vantagens dos dois tipos anteriores. Assim, os debenturistas, emcaso de falncia, equiparam-se aos demais credores quirografrios (no privilegiados) da empresa.

    As emisses de debntures quirografrias no podem ter valor maior do que o do capital social dacompanhia.

    Debntures Subordinadas

    So debntures sem garantia, que preferem apenas aos acionistas no ativo remanescente, em casode liquidao da companhia. No caso das debntures subordinadas, no existem limites mximospara a emisso.

    Alm de poderem possuir as garantias citadas anteriormente, as debntures podem ter garantiasadicionais, constantes da escritura de emisso. A garantia fidejussria geralmente representadapor uma fiana conferida por pessoas fsicas ou jurdicas (compreendendo geralmente acionistasou sociedades do mesmo grupo da emissora). A escritura de emisso tambm pode prever covenants,que so compromissos contratuais que complementam a garantia das debntures. Podem incluirclusulas que limitam a ao da companhia emissora relativamente a endividamentos, seguros,controle acionrio da empresa etc. O fiel cumprimento dos covenants fiscalizado pelo agentefiducirio (vide item 1.8).

    1.4.4 - Remunerao e Atualizao Monetria

    As debntures podem ter vrias formas de remunerao, representadas por juros fixos ou vari-veis, participao e/ou prmios. Alm disso, podem ser previstas clusulas de atualizao monet-ria, conforme apresentado no quadro a seguir:

  • Guia de Debntures

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    Remunerao

    Taxas PrefixadasTR ou TJLPTBF

    Taxas Flutuantes

    ndice de Preos +Taxas de Juros Fixa

    Taxa Cambial +Taxa de Juros Fixa

    Coeficiente deCorreo de Ttu-los da DvidaPblica + Taxa deJuros FixaParticipao nosLucros

    A emisso de debntures com previso de mais de uma base de remunerao ou correo admitida somente para efeito de substituio da base pactuada, na hiptese de extino dessa.

    Condies

    --

    Apenas as sociedades de leasing e as compa-nhias hipotecrias podem emitir debnturesremuneradas pela TBF.As taxas flutuantes utilizadas em debnturesdevem ser regularmente calculadas e de conhe-cimento pblico, devendo ser baseadas emoperaes contratadas a taxas prefixadas, comprazo no inferior ao perodo de reajuste esti-pulado contratualmente.

    O ndice de preos deve ter srie regularmentecalculada e ser de conhecimento pblico. A pe-riodicidade de aplicao da clusula de atualiza-o no pode ser inferior a um ano e o pagamen-to de seu valor somente pode ocorrer por oca-sio do vencimento ou da repactuao das de-bntures. Alm disso, o pagamento de juros e aamortizao realizados em perodos inferiores aum ano devem ter como base de clculo o valornominal das debntures, sem considerar a atuali-zao monetria de perodo inferior a um ano.

    -

    -

    As debntures podem remunerar os investido-res por meio de participao nos lucros, agre-gando caractersticas de renda varivel ao papel.

    Prazo mnimo paravencimento ou periodi-cidade de repactuao

    da debntureNo h.Um ms.Dois meses.

    180 dias (apenas prazomnimo de vencimento).As taxas devero ser reajus-tadas em perodos fixos.

    Um ano.

    No h.

    No h.

    No h (quando a debn-ture possuir exclusiva-mente esta forma de remu-nerao).

    Fonte: Deciso Conjunta Bacen/CVM n. 13/03.

    Obs.: TR: Taxa Referencial; TJLP: Taxa de Juros de Longo Prazo; e TBF: Taxa Bsica Financeira.

  • 11

    Outras Formas de Remunerao

    As debntures podem oferecer tambm prmios, visando a:

    a) fornecer remunerao adicional;

    b) adaptar a rentabilidade total s condies de mercado;

    c) compensar o debenturista pelo resgate antecipado (vide item 1.4.6);

    d) estimular o debenturista a continuar com as debntures em processos de repactuao (videitem 1.4.7).

    Os prmios de debntures no podem ter como base a TR, a TBF, a TJLP, os ndices de preos, avariao da taxa cambial ou qualquer outro referencial baseado em taxa de juros. Entretanto, soadmitidos os que tenham como base a variao da receita ou lucro da emissora.

    As debntures, dependendo das condies de mercado, tambm podem ser colocadas com desgioem relao ao seu valor nominal, constituindo-se uma forma adicional de remunerao que deveser explicitada na escritura e no anncio de distribuio pblica.

    1.4.5 - Vencimento das Debntures

    O mais comum que as debntures tenham prazo determinado. Entretanto, as mesmas tambmpodem ser emitidas com prazo indeterminado.

    As debntures com prazo indeterminado (debnture perptua) tm o seu vencimento condiciona-do apenas a eventos especiais expressos na escritura da emisso ou nos casos de inadimplncia dopagamento de juros e dissoluo da companhia. A empresa tambm pode prever casos de resgateparcial ou total das debntures, situaes em que podem ser pagos prmios, conforme citadoanteriormente.

    1.4.6 - Amortizao e Resgate Antecipado

    Uma companhia emissora pode reservar-se o direito de realizar amortizaes ou resgates antecipa-dos (parciais ou totais) para as debntures de uma mesma srie em circulao, desde que previstosna escritura de emisso. As amortizaes compreendem a reduo do valor nominal de todas asdebntures em circulao, ao passo que o resgate abrange a retirada (e posterior cancelamento)de unidades de debntures em circulao, de forma parcial ou total.

    Tanto as amortizaes como os resgates podem ser programados ou extraordinrios. Eles soprogramados quando na escritura de emisso so previstos as pocas e os critrios adotados paraas debntures que sero objeto da amortizao ou resgate (percentual a ser amortizado, quantida-de a ser resgatada e frmulas a serem consideradas para tais clculos). Eles so extraordinrios (oufacultativos) quando, apesar de prevista na escritura de emisso a possibilidade de sua ocorrn-cia, no forem previstos, de maneira objetiva, as pocas e os critrios adotados. Quando as amor-tizaes e resgates so extraordinrios, pode haver o pagamento de prmio para os debenturistas.

    A amortizao de debntures da mesma srie que no tenham vencimentos anuais distintos, assimcomo o resgate parcial, devero ser feitos mediante sorteio ou, se as debntures estiverem cotadas,por preo inferior ao valor nominal, por compra em Bolsa.

  • Guia de Debntures

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    Quando prevista a amortizao de debntures, pode-se constituir um fundo de amortizao,formado com os lucros da emissora, que tem por objetivo minimizar o impacto do pagamento dasreferidas amortizaes sobre o caixa da companhia. Apesar de no ser compulsrio, recomend-vel que a administrao do referido fundo seja feita pelo agente fiducirio.

    1.4.7 - Repactuao

    A escritura de emisso pode conter clusula de repactuao, que significa renegociar as condiesacertadas com os debenturistas, de forma a adequar as caractersticas dos ttulos s condies demercado. Caso os investidores no aceitem as novas condies propostas pela companhia, estater que adquirir as debntures. As debntures, uma vez adquiridas, podem permanecer em tesou-raria (fora de circulao) ou ser canceladas. Se a empresa mantiver as debntures em tesouraria,poder posteriormente recoloc-las no mercado a outros interessados.

    1.4.8 - Aquisio de Debntures pelo Emissor

    A companhia emissora pode adquirir facultativamente debntures de sua prpria emisso em cir-culao no mercado secundrio, desde que por valor igual ou inferior ao nominal acrescido de suaatualizao ou remunerao. Ela tambm pode exercer o direito de opo de compra de suasdebntures, ao qual no pode se opor o debenturista, pelo valor estabelecido na escritura deemisso.

    Tanto a aquisio facultativa quanto a opo de compra devem constar do relatrio da administra-o e das demonstraes financeiras da empresa e podem ser utilizadas para cancelar as debntu-res, mant-las em tesouraria ou recoloc-las posteriormente no mercado.

    1.5 - Investidores

    Tradicionalmente, os principais investidores em debntures eram os fundos de investimento, enti-dades de previdncia complementar e seguradoras, chamados de investidores institucionais, ques podem adquirir debntures provenientes de distribuies pblicas. Nos ltimos anos, com oadvento do BOVESPA FIX, surgiram emisses com distribuies mais pulverizadas, voltadas tam-bm a pessoas fsicas. A tabela ao lado apresenta os limites de aplicao desses investidores, almdos limites referentes carteira prpria das instituies financeiras.

  • 13

    Investidor

    Sociedades seguradoras,de capitalizao e EAPC

    EFPC

    FITVM

    FIF

    Carteira prpria dasinstituies financeiras

    Limites de Aplicao

    At 80% dos recursos garantidores das reservas tcnicas no compro-metidas (Res. CMN n. 3.034/02).

    Debntures com baixo risco de crdito:- no mximo 80% da carteira.Debntures de mdio/alto riscos:- no mximo 20% da carteira.Debntures com participao nos lucros:- no mximo 3% da carteira (Res. CMN n. 2.829/01).Debntures de emisso de SPE constituda com a finalidade definanciar projetos:- no mximo 20% da carteira.

    - at 49% do patrimnio lquido do fundo;

    - 100% se debnture com participao nos lucros (Instr. CVM n. 303/99).

    Fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados:

    - 100% se debnture conversvel ou permutvel por aes de compa-nhias abertas (Instr. CVM n. 374/02).

    Fundos no referenciados:- at 100% do patrimnio lquido (art. 3 da Circ. Bacen n. 2.958/00).Fundos referenciados e de baixo risco:- at 100% do patrimnio lquido (debntures cujo emissor estejaclassificado na categoria de baixo risco de crdito ou equivalente); e- at 20% do patrimnio lquido (debntures de outros emissores)(Circ. Bacen n. 2.616/95; Circ. Bacen n. 2.958/00).

    Fator de ponderao 100% no clculo de adequao do capital, risconormal (Res. CMN n. 2.099/94).

    Obs.: EAPC: Entidades Abertas de Previdncia Complementar; EFPC: Entidades Fechadas de Previdncia Complementar; FITVM: Fundosde Investimento em Ttulos e Valores Mobilirios; FIF: Fundos de Investimento Financeiro; e SPE: Sociedade de Propsito Especfico.

    Entretanto, no existem restries quanto aquisio de debntures por parte de investidores emgeral, tais como pessoas fsicas e jurdicas.

    1.6 - Underwriters

    A atividade de underwriting consiste na ao de intermediar a colocao de valores mobilirios nomercado. Essa tarefa exercida por bancos de investimento, bancos mltiplos, Corretoras e distri-buidoras de valores, que recebem pelos servios prestados comisses proporcionais ao volumeemitido. As emisses de debntures podem ter regimes de garantia firme ou melhores esforos.No regime de garantia firme, a instituio financeira coordenadora da operao garante a coloca-o da emisso a um preo previamente acertado, assumindo os riscos da decorrentes. Caso asdebntures no sejam totalmente aceitas pelo mercado, ela compromete-se a subscrev-las. Ocoordenador, nesse caso, remunerado com comisses de coordenao, colocao e garantia. J

  • Guia de Debntures

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    no regime de melhores esforos, a instituio coordenadora assume o compromisso de se empe-nhar na colocao das debntures, de maneira a conseguir para a empresa emissora as melhorescondies e o maior montante possveis dentro do prazo previsto para a colocao. No assume,entretanto, nenhuma garantia relativa sua aceitao pelo mercado. No regime de melhores esfor-os a instituio coordenadora remunerada somente com comisses de coordenao e coloca-o.

    1.7 - Banco do Emissor

    So os bancos comerciais ou mltiplos responsveis pelas movimentaes financeiras efetuadaspelos emissores, pagamentos e outros lanamentos.

    1.8 - Agente Fiducirio

    O agente fiducirio representa a comunho dos debenturistas perante a companhia emissora. Ocargo de agente fiducirio geralmente exercido por instituies financeiras, autorizadas peloBanco Central do Brasil, e entre suas funes esto:

    proteger os direitos e interesses dos debenturistas;

    assegurar que o emitente cumpra as condies da escritura;

    conservar em boa guarda toda a escriturao, correspondncia e demais papis relacionadoscom o exerccio de suas funes;

    elaborar relatrio anual, dentro de quatro meses do encerramento do exerccio social da compa-nhia, com a descrio e anlise dos eventos relevantes ocorridos no perodo;

    notificar os debenturistas acerca de qualquer inadimplemento, pela companhia, de obrigaesassumidas na escritura de emisso;

    manter os bens dados em garantia em custdia (caso previsto na escritura de emisso);

    administrar o fundo de amortizao e pagar juros, amortizaes e resgates (caso previsto naescritura).

    Enfim, de uma forma geral, cabe ao agente fiducirio o acompanhamento das atividades da compa-nhia, de forma a verificar o cumprimento das disposies da escritura de emisso e de outrasobrigaes assumidas.

    Nos casos de inadimplncia da companhia emissora, o agente fiducirio pode (observadas as con-dies constantes na escritura de emisso) declarar antecipadamente vencidas as debntures, co-brando o valor do principal mais os rendimentos. Caso a companhia permanea inadimplente, oagente fiducirio poder executar garantias reais, requerer a falncia da companhia emissora erepresentar os debenturistas nos processos de falncia, concordata e interveno ou liquidaoextrajudicial.

    De forma a evitar a possibilidade de ocorrncia de conflitos de interesse, o agente fiducirio impedido de participar em mais de uma emisso de determinada empresa emissora ou ento ememisses de empresas de um mesmo grupo. Tambm est impedido em casos de ser coligado coma emissora, ser credor da emissora ou ser parte relacionada com interesses na emissora.

    Em emisses privadas de debntures, o agente fiducirio apenas necessrio por ocasio da cons-tituio de fundos de amortizao.

  • 15

    1.9 - Rating

    A submisso da emisso de debntures agncia classificadora de risco (rating) opcional. Entre-tanto, na prtica tal classificao tem se tornado cada vez mais comum, seguindo tendncia inter-nacional e atendendo s demandas dos investidores institucionais domsticos. Para atribuir suaclassificao, a agncia desenvolve anlises, tanto da capacidade de pagamento das obrigaesfinanceiras como das eventuais garantias oferecidas pelo emissor.

    1.10 - BOVESPA

    A Bolsa de Valores de So Paulo - BOVESPA uma entidade auto-reguladora, operando sob a super-viso da Comisso de Valores Mobilirios (CVM). Est constituda como uma associao civil sem finslucrativos e administra os sistemas, procedimentos de admisso de emissores e mecanismos de con-trole e superviso de operaes dos mercados de renda varivel, renda fixa e derivativos.

    O segmento de renda fixa da BOVESPA o BOVESPA FIX. Para atender a esse mercado a Bolsaadministra o sistema eletrnico de negociao, dirigido por ordens, por meio do qual so nego-ciadas as debntures, as notas promissrias, os certificados de recebveis imobilirios, entre outros.

    Alm de realizar operaes no mercado secundrio, o BOVESPA FIX tambm oferece aos emisso-res e participantes uma srie de facilidades para realizar colocaes primrias. Isso pode se dar pormeio de leilo ou pelo eBookbuilding, sistema de apurao de intenes de compra de ativos, viainternet, que propicia agilidade e segurana aos emissores, investidores e underwriters.

    1.11 - CBLC

    A Companhia Brasileira de Liquidao e Custdia - CBLC a empresa responsvel pela prestaodos servios de custdia e de liquidao nas colocaes primrias e no mercado secundrio dedvida corporativa, que so administrados pela BOVESPA. A CBLC uma entidade auto-reguladora,operando sob a superviso da CVM e do Banco Central. Est constituda como uma sociedadeannima de propriedade de participantes do mercado, principalmente bancos e SociedadesCorretoras.

    PARTE II

    POR QUE EMITIR DEBNTURES

    As debntures so emitidas por companhias que geralmente utilizam os recursos captados para ofinanciamento de projetos, reestruturao de passivos, aumento de seu capital de giro ouestruturao de operaes de securitizao de recebveis.

    2.1 - Captao de Recursos para Investimentos

    As empresas defrontam-se permanentemente com questes relativas ao financiamento de seusinvestimentos. A captao de recursos por meio do lanamento de debntures uma alternativaaos financiamentos bancrios, abrindo para a companhia um amplo espectro de investidores po-tenciais, tanto no Brasil quanto no exterior, destacando-se os investidores institucionais.

  • Guia de Debntures

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    importante ressaltar que a emisso de debntures feita por uma companhia que est abrindo ocapital no isenta de custos. Esses custos referem-se distribuio dos novos ttulos e a maioresexigncias legais, decorrentes da manuteno da condio de companhia aberta e listada em Bolsa.

    2.2 - Reestruturao de Passivos

    Na reestruturao de passivos, as debntures so utilizadas para consolidar as dvidas de diversasnaturezas da empresa e tm como vantagens a diminuio de seu custo mdio (inclusive o custo ea complexidade da administrao da dvida), o alongamento e a adequao do seu perfil e a dimi-nuio significativa das garantias utilizadas na captao de recursos.

    2.3 - Securitizao de Recebveis

    A securitizao de recebveis uma operao que envolve a venda de recebveis direitos decrdito pulverizados oriundos de vendas a prazo de bens, servios ou operaes imobilirias deuma empresa originria para uma segunda empresa, denominada Sociedade de Propsito Espec-fico (SPE). Esta ltima tem como nico objeto o acolhimento dos crditos, adquiridos com osrecursos provenientes de uma emisso de debntures.

    Na securitizao de recebveis, o risco de crdito dos recebveis segregado do risco de crdito da compa-nhia originria, viabilizando uma emisso que em muitos casos no poderia ser realizada pela companhiaoriginria. Em outros casos, mesmo no havendo um grau de risco significativo na empresa, a securitizao uma opo vlida nos casos em que no se deseja aumentar o nvel de endividamento com os credores.

    A securitizao tambm envolve a contratao pela empresa de um agente fiducirio com poderesampliados (trustee) para monitorar o fluxo de caixa da SPE, alm da contratao de uma auditoriaque ficar responsvel por auditar o processo de concesso de crdito da companhia originria, atransferncia dos recebveis para a SPE e os procedimentos de cobrana dos recebveis. Assim, aempresa originria no tem acesso ao caixa da SPE, sendo os seus ativos totalmente desvinculadosdos da SPE, mesmo nos casos de pedidos de concordata e falncia.

    A SPE realiza ainda uma segunda emisso privada de debntures, alm da principal, que subscri-ta pela companhia originria e serve para zerar o resultado financeiro da SPE, decorrente de lucrosoriundos de repactuaes vantajosas, e ganhos de aplicaes financeiras. Quando as debnturesso resgatadas, a SPE automaticamente se extingue.

    2.4 - Flexibilidade do Valor Mobilirio

    A debnture um ttulo bastante flexvel que viabiliza a montagem de operaes de mdio e/ou longoprazos dentro das necessidades da emissora. So instrumentos de captao extremamente maleveisem termos de garantias, prazo, conversibilidade em aes, remunerao, alm de oferecer a possibili-dade de repactuao ou mudana de suas caractersticas por Assemblia Geral de Debenturistas (AGD).Essas peculiaridades permitem s debntures sua adaptao s mais diversas situaes de mercado.

    2.5 - Entrada no Mercado Acionrio

    O lanamento de debntures pode ser considerado como um estgio preliminar a uma plena abertu-ra realizada por meio da emisso de aes, especialmente no caso de debntures conversveis.

    Assim, realiza-se uma colocao de debntures com clusula de conversibilidade a preo e mo-mento conveniente ao emissor.

  • 17

    1. Para mais detalhes sobre o processo de abertura de capital, consultar a publicao Guia Bovespa de Abertura de Capital.

    PARTE III

    COMO FAZER UMA EMISSO PBLICA DE DEBNTURES

    A emisso pblica de debntures exige o cumprimento de uma srie de etapas incluindo a abertu-ra do capital da companhia, no caso de o emissor ser uma companhia fechada.1 Tais etapas sosemelhantes para a emisso dos diversos valores mobilirios, mas existem algumas particularida-des no caso de emisso de debntures que exigem detalhamento.

    A legislao bsica referente a essas etapas consta das Leis n.os 6.404/76 (Lei das S.A.s), 6.385/76(Lei da CVM), 9.457/97 alteradas pela Lei n. 10.303, de 31/10/2001, e das Instrues CVM n.os

    13/80, 88/88 e 202/93, alterada pelas Instrues n.os 238/95, 245/96, 274/98, 309/99, 344/00, 351/01e 358/01. Esses e outros instrumentos legais, tambm regulamentadores do assunto, esto relacio-nados no Apndice Normativo.

    O quadro a seguir apresenta a seqncia de etapas, indicando os respectivos responsveis pelaexecuo e dimensionando o prazo mnimo requerido para sua concluso.

    Posteriormente ao detalhamento das etapas e ainda dentro desta seo, so feitas consideraesacerca da manuteno da condio de companhia aberta.

    1 Procedimentos Preliminares

    2 Escolha de Auditoria Independente

    3 Escolha de Intermedirio Financeiro

    4 Estudos Tcnicos

    5 Escolha do Agente Fiducirio

    6 Atos Societrios

    7 Escritura de Emisso

    8 Escolha da Agncia de Rating (opcional)

    9 Processo de Registro(s) na CVM

    10 Registro na BOVESPA

    11 Formao do Consrcio de Distribuio

    12 Marketing para Atingir os Investidores Potenciais

    13 Anncio de Incio de Distribuio Pblica

    14 Subscrio e Liquidao Financeira

    15 Anncio de Encerramento de Distribuio

    * Modelo meramente exemplificativo.

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    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Empresa e

    Especialistas

    ResponsveisCVM CBLC/

    BOVESPAInvestidor(es)

    IndefinidoIntermedirio(s)

    Financeiro(s)

    Nmero de Semanas

    L a n a m e n t o d e D e b n t u r e s - E t a p a s, R e s p o n s a b i l i d a d e s e C r o n o g r a m a*

    3.1 - Procedimentos Preliminares

    A discusso acerca do assunto pode restringir-se ao mbito interno da empresa, ou contar com oauxlio de consultores de mercado de capitais e intermedirios financeiros. Os principais aspectosa serem apreciados so:

    As razes que levam a companhia a considerar a abertura do capital.

    Planos de investimento da empresa, sua situao financeira e societria.

    Disposio para atender novas exigncias legais e ter maior transparncia.

    Necessidade de prvia reestruturao societria da empresa ou do grupo.

  • Guia de Debntures

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    Principais Deveres e Responsabilidades

    Dos auditores independentes

    Executar o servio de auditoria de acordo comas exigncias legais e princpios contbeis.

    Informar CVM os casos de inconsistncia naspublicaes legais e no cumprimento da legisla-o e disposies estatutrias.

    Atentar para atos dos administradores que, emdesacordo com a legislao, possam vir a refletirnas operaes e contas da companhia.

    Elaborar relatrio Administrao e, quandosolicitado, ao Conselho Fiscal, apontando falhasnos controles internos e procedimentoscontbeis.

    Conservar por cinco anos todos os documen-tos, papis de trabalhos e pareceres relativos aoexerccio de suas funes.

    Dos administradores norelacionamento com os auditores

    Fornecer todos os elementos e condies ne-cessrias ao desempenho dos trabalhos de audi-toria.

    Informar sobre fatos que possam afetar as de-monstraes contbeis.

    Garantir a efetiva independncia dos trabalhos.

    Publicar as demonstraes contbeis auditadase pareceres dos auditores independentes.

    Comunicar CVM a substituio do auditor,em no mximo vinte dias.

    Anlise das situaes macroeconmica e poltica e suas relaes com o mercado de capitais,determinando se o momento favorvel emisso de debntures.

    Anlise da gerao de caixa da companhia e das possveis garantias operao.

    Definio, em carter preliminar, do perfil da operao, particularmente quanto ao valor daemisso e tipo das debntures (simples ou conversveis).

    3.2 - Escolha de Auditoria Independente

    Tomada a deciso de emitir debntures, h a necessidade de se contratar os servios de auditoriaindependente registrada na CVM. A escolha deve ser assunto prioritrio, j que os trabalhos deauditoria exigem considervel tempo. Alm de se tratar de uma exigncia legal para a obteno emanuteno da condio de companhia aberta, a divulgao das demonstraes financeirasauditadas, acompanhadas dos respectivos pareceres dos auditores, fundamental para a boaconceituao da empresa frente comunidade financeira. Um bom trabalho de auditoria avaliacriteriosamente os processos e procedimentos das diversas reas da companhia e suas subsidi-rias, dando plena garantia ao investidor/debenturista acerca da fidedignidade das contas apresenta-das nas demonstraes financeiras intermedirias e de encerramento do exerccio social. Os admi-nistradores so responsabilizados pela contratao de auditores que no atendam s condies deindependncia. Nesse sentido, a Instruo CVM n. 308/99 probe que o auditor preste servios deconsultoria auditada ou adquira ttulos ou valores mobilirios de emisso da companhia auditadaou suas controladas. A referida instruo determinou ainda o rodzio dos auditores, a partir decinco anos consecutivos de atividades de auditoria na companhia, com trs anos de carncia pararecontratao.

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    Atribuies dos Intermedirios Financeiros

    COMPANHIA

    EMISSORA

    DAS

    DEBNTURES

    INTERMEDIRIOS FINANCEIROS:

    Perfil da Operao

    Processo CVM

    Registro BOVESPA FIX

    Marketing

    Distribuio

    Liquidao

    INVESTIDORESTtulos

    $ Ttulos

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    3.3 - Escolha de Intermedirio Financeiro

    A legislao exige que a distribuio pblica de valores mobilirios seja feita por meio de umintermedirio financeiro Corretora, distribuidora, banco de investimento e banco mltiplo ,que exera o papel de coordenador da operao.

    As empresas, em geral, consultam os seus parceiros financeiros habituais. Contudo, preciso veri-ficar se esse parceiro est qualificado para a funo especfica de abertura do capital e emisso dedebntures.

    Uma vez definidas pela companhia emissora as caractersticas gerais da emisso do ttulo, so feitasdiscusses entre esta e o intermedirio financeiro para definir as caractersticas da distribuio,principalmente se haver garantia firme de subscrio, ou se a operao ser feita no regime demelhores esforos. Essa prtica traz diferenas no custo de contratao da operao, por acrescen-tar s comisses de coordenao e distribuio (ou colocao) a comisso de garantia total ouparcial.

    O contrato de coordenao e colocao firmado entre a companhia emissora e o intermediriofinanceiro dever dispor sobre:

    Autorizao da emisso e suas caractersticas.

    Regime de colocao (com garantia firme ou melhores esforos).

    Cronograma da operao.

    Registro na CVM.

    Obrigaes das partes e remunerao.

    Adeso de terceiros colocao.

    Vigncia.

    Resciso, penalidades e foro.

    3.4 - Banco Escriturador

    Instituio financeira depositria designada pelo emissor para manter atualizada a escrituraodos ativos debntures em nome de seus respectivos titulares debenturistas.

    3.5 - Estudos Tcnicos

    A instituio coordenadora envia analistas e operadores de underwriting empresa para realizarestudos sobre sua situao financeira presente, gerao de caixa, capacidade de pagamento doscompromissos financeiros e qualidade das garantias a serem prestadas, se for o caso.

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    Para a abertura de capital e emisso de quaisquer valores mobilirios, os estudos devem compre-ender:

    Anlise das demonstraes financeiras retrospectivas.

    Contato com a rea financeira.

    Visita s instalaes produtivas e/ou de prestao de servios, responsveis pelos resultadosfinanceiros da companhia.

    Anlise do setor de atuao da companhia e da concorrncia.

    Desenvolvimento de projees de resultados e fluxos de caixa, incluindo simulaes com volu-mes diversos de emisses.

    Discusso com a rea financeira acerca dos valores obtidos no trabalho desenvolvido no itemanterior e negociao final do volume e demais condies da operao.

    Quanto operao de emisso de debntures especificamente, os estudos tendem a se concentrarna taxa de juros, prmios, garantias e capacidade de pagamento. No caso de debnture convers-vel, um aspecto fundamental a definio da clusula de conversibilidade, de forma que estaatenda aos interesses tanto do controlador como de investidores potenciais. Adicionalmente, fundamental garantir que a conversibilidade potencial plena no ultrapasse o limite atualmentepermitido de at 2/3 de aes preferenciais, sem direito a voto ou sujeitas a restries no exercciodeste direito.

    Finalmente, cabe destacar o modelo de formao de preos/taxas conhecido por bookbuilding,introduzido recentemente no Brasil. As taxas de remunerao das debntures so discutidas previ-amente com os possveis investidores, de forma a definir a taxa que viabilizar a sua colocao.

    3.6 - Escolha do Agente Fiducirio

    A companhia emissora, em conjunto com o intermedirio financeiro, dever nomear um agentefiducirio, credenciado no Banco Central, que representar a comunho dos debenturistas peran-te a companhia emissora. Esse dever declarar posteriormente na escritura de emisso que:

    No tem qualquer impedimento legal para exercer a funo que lhe conferida.

    Aceita a funo que lhe conferida.

    Aceita integralmente a escritura de emisso.

    3.7 - Atos Societrios

    A abertura de capital exige a transformao da empresa em sociedade por aes mediante realiza-o de Assemblia Geral Extraordinria (AGE), na qual so deliberadas nova denominao social, acomposio do capital social e adaptao do Estatuto/Contrato Social nova condio da socieda-de, em atendimento s exigncias legais especficas.

    O Estatuto Social, alm de consolidar as alteraes acima, deve contemplar, entre outras modifica-es estatutrias, a constituio do Conselho de Administrao (CA), que nomeia a Diretoria, in-cluindo o diretor de Relaes com Investidores (DRI). Esse diretor deve ter amplo conhecimentodas diversas reas da empresa e do grupo controlador, gozar de boa reputao no mercado, almde dispor de tempo e habilidade para atender acionistas e analistas.

    Para a emisso de debntures necessria ainda a aprovao dos acionistas reunidos em AGE.Complementarmente, se for do interesse da companhia, o Conselho de Administrao pode deli-berar sobre algumas caractersticas especficas das debntures. O ato societrio dever aprovartambm a nomeao do agente fiducirio.

  • 21

    No caso de emisso de debntures conversveis, os atuais acionistas tm direito de preferncia nasubscrio de referidas debntures (exceto quando o estatuto da companhia negar tal direito). Oprazo de exerccio de preferncia pode ser fixado no Estatuto ou na Assemblia, no podendo serinferior a trinta dias. Aps esse perodo, as sobras no subscritas so ento colocadas em distribui-o pblica.

    Existem disposies especiais da regulamentao para o caso de emisso de debntures parasecuritizao de recebveis, em especial a montagem de Companhia Securitizadora de CrditosFinanceiros, nos termos da Resoluo CMN n. 2.686/2000 e da Instruo CVM n. 281/98, altera-da pela Instruo n. 307/99.

    3.8 - Escritura de Emisso de Debntures

    O lanamento da operao exige a celebrao de uma escritura de emisso de debntures porinstrumento pblico ou particular que o documento onde so especificadas sob quais condiessero emitidas as debntures, devendo o mesmo ser registrado em cartrio de registro de imveis.O agente fiducirio deve firmar referida escritura, iniciando com tal ato a sua funo. Quando aemisso de debntures for com garantia real, devero ser contratados peritos para procederem avaliao da mesma. O procedimento da avaliao clusula obrigatria na escritura de emisso.Nos casos em que houver hipoteca como garantia real, torna-se obrigatria, ainda, que a escriturade emisso seja elaborada por meio de instrumento pblico.

    3.9 - Processo de Registro(s) na CVM

    De acordo com a Lei n. 6.385/76, alterada pela Lei n. 10.303/01, a colocao de valores mobili-rios para o pblico exige o registro na CVM, a ser solicitado pela companhia emissora e pelocoordenador da operao. Quando se tratar de empresas ingressantes no mercado, alm do registroda emisso pblica, a CVM deve conceder o registro de companhia aberta.

    Documentos necessrios transformao da empresa em Sociedade por Aes e obtenodo registro de companhia aberta:

    Ata de assemblia geral de acionistas, deliberando a transformao da empresa em sociedadepor aes/companhia aberta.

    Novo estatuto social contemplando as alteraes, tais como: criao de um conselho de admi-nistrao; capital autorizado, com previso para que o Conselho de Administrao delibere osfuturos aumentos de capital; possibilidade de aumento de capital por subscrio pblica semdireito de preferncia aos acionistas; permisso para aquisio de aes para tesouraria e auto-rizao para emisso de notas promissrias/debntures para colocao no mercado de capitais;delegao de poderes ao Conselho de Administrao para deliberar sobre caractersticas espec-ficas desses valores mobilirios dentro dos limites legais estabelecidos.

    Demonstraes financeiras e notas explicativas referentes aos trs ltimos exerccios sociais,indicando-se os jornais e as datas em que foram publicadas.

    Relatrio da administrao referente ao ltimo exerccio social, elaborado de acordo com oart. 133 da Lei n. 6.404/76 e parecer de orientao CVM n. 15/87.

    Parecer do auditor independente, devidamente registrado na CVM, relativo s demonstraesfinanceiras do ltimo exerccio social.

    Demonstraes financeiras consolidadas, com notas explicativas e parecer do auditor inde-pendente referentes ao ltimo exerccio social, ou levantadas em data posterior se os investi-mentos adicionados aos crditos de qualquer natureza em controladas representem mais de30% do patrimnio lquido da companhia.

  • Guia de Debntures

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    Demonstraes financeiras, inclusive consolidadas, acompanhadas de notas explicativas e pa-recer dos auditores independentes, encerradas at, no mximo, trs meses antes do pedido deregistro na CVM, nas seguintes hipteses:

    a) se o ltimo exerccio social for de doze meses e, na data do pedido de registro, j tiver trans-corrido perodo igual ou superior a 45 dias da data de encerramento do ltimo exerccio social;

    b) se o ltimo exerccio social compreender perodo superior a 12 meses e a companhia aindano tiver levantado as respectivas demonstraes financeiras; e

    c) se o exerccio social em curso compreender perodo superior a 12 meses e, na data do pedidode registro, j tiver transcorrido perodo igual ou superior a 12 meses;

    Atas de todas as assemblias gerais e de reunies do Conselho de Administrao realizadas noperodo de 12 meses anteriores ao registro, inclusive daquela(s) em que houver sido designadoo diretor de Relaes com Investidores e escolhido o auditor independente.

    Fac-smile dos certificados de todos os tipos de valores mobilirios emitidos pela companhiaou, se for o caso, cpia do contrato mantido com instituio para execuo de servio de debn-tures escriturais.

    Estudo de viabilidade econmico-financeira, caso se tratar de companhia em fase pr-operacional, elaborado em data que anteceder em at trs meses entrada do pedido na CVM.

    Formulrio de Informaes Anuais (IAN).

    Formulrio de Demonstraes Financeiras Padronizadas (DFP).

    Formulrio de informaes trimestrais (ITR), contendo informaes sobre os trs primeirostrimestres do exerccio social em curso, desde que transcorridos os prazos legais para entrega,acompanhadas de Relatrio sobre Reviso Especial emitido por auditor independente, se for ocaso.

    Requerimento de registro de companhia aberta para negociao em bolsa.

    No processo de distribuio primria, as etapas fundamentais so aquelas referentes ao atendi-mento das Instrues CVM n.os 13/80 e 202/93, alteradas pelas Instrues n.os 238/95, 245/96,274/98, 309/99, 344/00, 351/01 e 358/01, que dispem respectivamente sobre os registros da emissoe da companhia para negociao de seus valores em mercado. A Instruo CVM n. 245/96 simplificaos procedimentos por parte de companhias abertas cujo faturamento bruto anual consolidadoseja inferior a R$ 100 milhes (cem milhes de reais).

    As informaes solicitadas para fins do registro da distribuio incluem o Prospecto, documentobsico de divulgao sobre a emisso e a companhia, que ao final do processo na CVM deve estar disposio dos investidores potenciais. Durante o processo de registro, a CVM permite que circu-le entre os intermedirios financeiros um Prospecto Preliminar.

    A Associao Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) criou um cdigo de auto-regulaoestabelecendo informaes adicionais a serem incorporadas ao referido prospecto, visando a au-mentar a transparncia da operao, especialmente nas questes ligadas ao risco do emissor e aoprocesso de distribuio da emisso.

    Ao iniciar o processo de registro da emisso, a CVM cobra uma taxa (consultar anexo de custos). AComisso tem prazo de 30 dias para analisar a emisso, podendo pedir informaes adicionais,recomeando a contagem do prazo quando o material for recebido. Deferido o registro da opera-o, a CVM confere um nmero de registro emisso.

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    PROSPECTO DE DEBNTURES (ESTRUTURA BSICA)

    Capa: apresentao da emisso Caractersticas bsicas da emisso Demonstrativo do custo de distribuio Condies e prazos de subscrio e integralizao Contrato de distribuio e de garantia, se for o caso Caractersticas da emisso: quantidade, valor nominal das debntu-res, valor da emisso, sries, tipo, forma, espcie (garantias), venci-mento, remunerao, repactuao, resgate antecipado e outras Procedimento da distribuio Destinao dos recursos Agente fiducirio Banco do emissor Relaes entre a emissora e o(s) coordenador(es) Informaes complementares

    Informaes Anuais (IAN) Demonstraes Financeiras Padronizadas (DFP) Informativos Trimestrais (ITR), subseqentes ao ltimo exerccio Relatrio da administrao, demonstraes financeiras anuais erelatrio dos auditores independentes do ltimo exerccio Informaes acima consolidadas, se for o caso Outros fatos relevantes

    Fatores de risco Atividades da companhia emissora Anlise e discusso da administrao a respeito das demonstraesfinanceiras Informaes acerca dos ttulos e valores mobilirios j existentes e aserem emitidos Pendncias judiciais Transaes com partes relacionadas

    Estatuto Social consolidado Atas das AGOs/AGEs dos ltimos 12 meses Escritura de emisso de debntures

    Estudo de viabilidade econmico-financeira de empresas em fase deconstituio ou pr-operacional

    Informaessobre

    o Lanamento

    Informaessobre a

    Companhia

    InformaesAdicionaisOpcionais

    (Cdigo de Auto-regulao Anbid)

    DocumentosSocietrios

    EventuaisAnexos

    PARRTE

    I

    PARRTE

    II

    PARRTE

    III

    PARRTE

    IV

    PARRTE

    V

  • Guia de Debntures

    24

    3.10 - Registro na BOVESPA

    A obteno do registro para negociao de debntures na BOVESPA tem como pr-condio que aempresa seja uma companhia aberta autorizada pela CVM a ter seus valores mobilirios negocia-dos em bolsas de valores ou em mercado de balco.

    Para a obteno do registro de negociao na BOVESPA e custdia na CBLC, a empresa deve enviar osmesmos documentos enviados CVM (consultar item 3.9), acompanhados de um requerimento solici-tando o seu registro e outros documentos especficos exigidos por estas (consultar relao abaixo).

    Uma vez registradas na CVM, na BOVESPA e na CBLC, as companhias podem depositar as debntu-res na custdia da CBLC para a colocao primria e posterior negociao no mercado secundrio.

    Para o cumprimento dessa etapa, necessrio apresentar os documentos listados abaixo:

    Documentos necessrios obteno do registro da emisso de debntures na BOVESPA:

    Ata da AGE que deliberou a emisso de debntures.

    Ata da reunio do Conselho de Administrao que deliberou caractersticas especficas daemisso, conforme poderes delegados no estatuto social.

    Anncios de incio de distribuio e encerramento.

    Escritura da emisso de debntures.

    Contrato de garantia de liquidez, se houver.

    Contratos de colocao.

    Formulrio Anexo I Instruo CVM n. 13/80.

    Requerimento de registro da emisso na Comisso de Valores Mobilirios (CVM), incluindo aelaborao do prospecto do lanamento e demais anncios destinados divulgao da opera-o e documentos correlatos.

    Modelo de boletim de subscrio.

    Anlise econmico-financeira, caso o lder da distribuio a tenha elaborado.

    Declarao de sobras ou da quantidade mnima destinada distribuio primria.

    Estudo de viabilidade econmico-financeira do empreendimento, nos casos previstos pelaInstruo CVM n. 13/80.

    Requerimento solicitando o registro da emisso de debntures, conforme Resoluo n. 282/02-CA.

    Declarao de seu diretor de Relao com Investidores, conforme Resoluo n. 282/02-CA.

    Documentos necessrios obteno do registro da emisso de debntures na CBLC:

    Termo de adeso ao regulamento do emissor.

    Carto procurao de credenciamento, identificao e assinatura.

    Ata da reunio do Conselho de Administrao que elegeu diretoria.

    Termo de indicao de banco do emissor e banco escriturador.

    3.11 - Formao do Consrcio de Distribuio

    Enquanto o processo est em andamento na CVM, o coordenador pode receber adeses ao con-srcio de instituies financeiras que participaro da distribuio. Tais instituies so agrupadasnas seguintes categorias:

    Coordenador(es): trata(m) dos procedimentos relacionados CVM e CBLC/BOVESPA at aliquidao financeira.

    Lderes e consorciados: responsveis pela distribuio, diferenciando-se pelo tamanho do lote.

  • 25

    O relacionamento entre esses agentes regido por contratos de adeso firmados e negociadosentre as partes, sem nus adicional para a companhia emissora.

    3.12 - Marketing para Atingir os Investidores Potenciais

    Com o prospecto preliminar, os distribuidores da operao comeam a procurar potenciais inves-tidores, de forma a agilizar a oferta pblica, quando esta for deferida pela CVM. Nesta etapa devemser adotadas prticas de marketing que consistem em:

    Produo e divulgao de material publicitrio, sintetizando as informaes do Prospecto.

    Identificao e abordagem dos investidores potenciais.

    Promoo de reunies com investidores e analistas.

    3.13 - Anncio de Incio de Distribuio Pblica

    Concedido o registro pela CVM, inicia-se o processo de distribuio pblica. Esse deve ser ampla-mente divulgado, por meio do Anncio de Incio de Distribuio Pblica, veiculado em jornal degrande circulao. Nesse anncio constam as principais caractersticas da operao, o regime dedistribuio (livre acesso ou procedimento diferenciado), o nome das instituies financeiras quea intermedeiam e o nmero de registro da emisso.

  • Guia de Debntures

    26

    3.14 - Subscrio e Liquidao Financeira

    A colocao primria pode se dar por meio de leilo (eletrnico ou viva voz) ou pelo registro nosistema BOVESPA FIX. A colocao primria por meio do BOVESPA FIX permite aos participantesdo consrcio de distribuio a utilizao do espao de negociao da BOVESPA, bem como doeBookbuilding, sistema de apurao de intenes de compra de ativos, via internet, para verificara demanda dos ttulos e registrar a formao de preos para a colocao no mercado primrio deforma gil e segura. A liquidao realizada pela CBLC, que coordena a entrega do ttulo contra opagamento, emite os boletins de subscrio, presta informaes aos emissores e fornece serviosde custdia aos debenturistas. Esses processos esto descritos no item 5.2.

    3.15 - Anncio de Encerramento de Distribuio Pblica

    Depois de encerrada a distribuio pblica das debntures ou aps o prazo limite de colocaodas mesmas (at 180 dias aps o deferimento do pedido de registro pela CVM ou aps o trminodo perodo de preferncia, no caso de debntures conversveis) o coordenador da operao devepublicar anncio de encerramento. O referido anncio deve ser publicado em at quinze dias apsa concluso da distribuio e deve constar o nmero total de debntures integralizadas.

  • 27

    PARTE IV

    OBRIGAES DA COMPANHIA EMISSORA

    4.1 - Manuteno da Condio de Companhia Aberta

    necessrio que sejam cumpridas as exigncias peridicas legais e institucionais decorrentes daabertura. As principais esto resumidas no quadro a seguir:

    Principais Documentos ou Procedimentos devidos CVM, Debenturistas e BOVESPA:

    Relatrio da Administrao, Demonstraes Financeiras Anuais e respectivo Parecer de Audi-toria Independente.

    Demonstraes Financeiras Padronizadas (DFP)*.

    Informaes Trimestrais (ITR)*.

    Informaes Anuais (IAN)*.

    Relatrio Anual do Agente Fiducirio.

    Assemblias de Debenturistas (eventuais)*.

    Divulgao de Fato Relevante*.

    Proibio de uso de informao privilegiada por parte dos administradores.

    Pagamento de Taxa de Fiscalizao CVM.

    Pagamento de Taxa de Registro e anuidade BOVESPA.

    * Enviados eletronicamente CVM/BOVESPA por meio do Sistema de Informaes Peridicas e Eventuais (IPE).

    Alm disso, a abertura de capital impe companhia a adoo de uma postura tica, que no devese restringir ao mero atendimento dos dispositivos legais. Isso se aplica a seus administradores, nomanejo de informaes privilegiadas, na comercializao dos valores mobilirios de emisso daempresa e na divulgao pblica imediata dos atos ou fatos relevantes.

    A CVM orienta que o principal critrio de caracterizao de ato ou fato relevante deve ser o daprobabilidade de certos acontecimentos empresariais e societrios afetarem os preos dos valoresmobilirios emitidos pela companhia e a deciso dos investidores em negociar aqueles valores ouexercer direitos a eles inerentes. A Instruo CVM n. 358/02 elenca modalidades de fatos relevan-tes de forma no exaustiva, concluindo que os mesmos abrangem quaisquer atos de carter polti-co-administrativo, tcnico, negocial ou econmico-financeiro capazes de produzir os efeitos aci-ma, cabendo aos administradores caracteriz-los. A postura tica aplica-se tambm escolha dosauditores independentes que auditam as demonstraes financeiras da companhia, os quais de-vem ser registrados na CVM, atuando de acordo com as orientaes desta, como exige a legislao.

    4.2 - Assemblia de Debenturistas

    A Assemblia Geral de Debenturistas (AGD) tem como fundamento formar a vontade da comu-nho dos debenturistas e deliberar sobre todas as matrias de interesse dos mesmos. A AGD fun-ciona de maneira similar a uma assemblia geral de acionistas e tem poderes para deliberar sobera-namente sobre qualquer alterao das clusulas da escritura de emisso, inclusive aquelas queobjetivam a repactuao parcial ou total da dvida e a substituio do agente fiducirio.

  • Guia de Debntures

    28

    No caso especfico de debntures conversveis, a AGD tem poderes para abonar a mudana doobjeto social da companhia, a criao de aes preferenciais ou a modificao das vantagensconferidas s aes preferenciais existentes, caso tais mudanas acarretem prejuzos para as aesque sero objeto de converso. Tal ratificao tambm pode ser realizada individualmente peloagente fiducirio.

    A referida assemblia pode ser convocada pelo agente fiducirio, pela companhia emissora, pordebenturistas que representem 10%, no mnimo, dos ttulos em circulao e pela CVM. A assem-blia se instalar em primeira convocao com a presena de debenturistas que representem, nomnimo, a metade das debntures em circulao e, em segunda convocao, com qualquer nme-ro. Ressalte-se, entretanto, que para a modificao das condies das debntures necessrioqurum de deliberao de, no mnimo, metade das debntures em circulao no mercado.

    4.3 - Relatrio Anual do Agente Fiducirio

    Para a execuo de sua funo, a lei confere aos agentes fiducirios poderes de gesto, fiscalizaoe representao, perante a companhia e a terceiros, bem como estipula seus deveres. Entre estes,inclui-se a elaborao de relatrio anual que informe aos debenturistas os fatos relevantes ocorri-dos no ltimo exerccio social, sendo o mesmo documento que comprova a gesto do agentefiducirio durante o ano.

    O relatrio anual deve ser colocado disposio dos debenturistas dentro de quatro meses aps oencerramento do exerccio social e tratar dos assuntos relativos execuo das obrigaes assu-midas pela companhia, aos bens garantidores das debntures e constituio e aplicao do fun-do de amortizao, se for o caso.

    O documento dever ser elaborado com absoluta transparncia, seja quanto aos fatos relaciona-dos companhia ou quanto sua redao, que dever ser simples e clara para o bom entendimen-to dos debenturistas.

    Dele devero constar, no mnimo, as informaes previstas no art. 12 da Instruo CVM n. 28/83,abaixo transcritas:

    a) eventual omisso ou inverdade, de que tenha conhecimento, contida nas informaesdivulgadas pela companhia ou, ainda, o inadimplemento ou atraso na obrigatria prestao deinformaes pela companhia;

    b) alteraes estatutrias ocorridas no perodo;

    c) comentrios sobre as demonstraes financeiras da companhia, enfocando os indicadoreseconmicos, financeiros e de estrutura de capital da empresa;

    d) posio da distribuio ou colocao das debntures no mercado;

    e) resgate, amortizao, converso, repactuao e pagamento de juros das debntures realiza-dos no perodo, bem como aquisies e vendas de debntures efetuadas pela companhia emissora;

    f) constituio e aplicaes do fundo de amortizao de debntures, quando for o caso;

    g) acompanhamento da destinao dos recursos captados atravs da emisso de debntures,de acordo com os dados obtidos junto aos administradores da companhia emissora;

    h) relao dos bens e valores entregues sua administrao;

    i) cumprimento de outras obrigaes assumidas pela companhia na escritura de emisso;

    j) declarao acerca da suficincia e exeqibilidade das garantias das debntures.

    Por ltimo, deve fazer parte do relatrio anual a declarao do agente fiducirio sobre sua aptidopara continuar no exerccio da funo. Esse documento dotado de carter objetivo, na medida emque esclarece se o agente possui impedimentos legais ou regulamentares para o exerccio do cargo.

  • 29

    4.4 - Poltica de Relaes com Investidores

    Partindo das exigncias legais e indo alm delas, a companhia aberta deve progressivamenteimplementar uma Poltica de Relaes com Investidores, pautada nos seguintes princpios:

    Transparncia, entendida como a qualidade de gerar informaes que sinalizem as principaistendncias do comportamento da empresa.

    Ampla divulgao das informaes, evitando privilegiar determinados grupos de investidores.

    Confiabilidade das informaes divulgadas, em especial quanto s demonstraes financeiras e capacidade de honrar os compromissos financeiros.

    Tratamento respeitoso ao debenturista.

    Contribuio para o desenvolvimento do mercado de capitais como um todo, seja atuando ade-quadamente nesse mercado, seja por meio de aes coletivas para o aprimoramento das regras, daqualidade e do aumento do volume de negcios.

    O Guia Bovespa de Relaes com Investidores orienta as companhias abertas nas etapas do desen-volvimento de um programa de relaes com investidores, aplicvel tanto para as companhias queabrem o capital por meio de oferta pblica de aes, como para aquelas que se tornam companhi-as abertas pela emisso pblica de debntures.

    4.5 - Relacionamento com a BOVESPA/CBLC

    A companhia emissora dever atender s seguintes disposies:

    a) cumprir as normas de companhia listada na BOVESPA, especialmente as relacionadas no Regu-lamento Anexo Resoluo n. 282/02-CA;

    b) cumprir as normas e condies estipuladas no Regulamento do Emissor da CBLC;

    c) pagar as taxas de registro e anuidades devidas BOVESPA e CBLC no prazo e na forma determi-nados pela regulamentao;

    d) remeter BOVESPA, com a antecedncia prevista para a convocao da assemblia geral, cpiafiel do respectivo edital de convocao e da proposta da Administrao, a ser apresentada referi-da assemblia;

    e) remeter BOVESPA comunicado com o resumo das deliberaes tomadas pela assemblia geralou pela administrao, imediatamente aps a realizao das mesmas;

    f) comunicar BOVESPA/CBLC com antecedncia, independentemente da publicao, a data doincio da distribuio de qualquer direito aos debenturistas, bem como as datas de incio e detrmino do perodo para o exerccio de subscrio das sries;

    g) divulgar, prontamente, as informaes sobre atos ou fatos relevantes, ocorridos nos negcios dacompanhia; e

    h) remeter cpia de toda a documentao que venha a enviar Comisso de Valores Mobilirios,inclusive dos documentos apresentados por ocasio da atualizao do registro para negociao ede dados sobre a situao econmico-financeira, que vierem a ser fornecidos aos meios de comu-nicao.

  • Guia de Debntures

    30

    PARTE V

    POR QUE BOVESPA FIX

    Sempre buscando propiciar ao mercado brasileiro o que h de mais moderno em termos de nego-ciao de valores mobilirios, a BOVESPA lanou o BOVESPA FIX em decorrncia da tendnciamundial de disseminao de sistemas eletrnicos de negociao de ttulos de renda fixa. A iniciati-va foi inovadora ao implantar um ambiente integrado para negociao, liquidao e custdia dettulos de dvida corporativa em Bolsa. Os ambientes com sistemas eletrnicos de negociao tra-zem consigo maior transparncia, reduo dos custos de transao, maior liquidez, e uma maioreficincia na realizao dos negcios.

    5.1 - Negociao na BOVESPA

    As negociaes no BOVESPA FIX so processadas por meio de um sistema eletrnico dirigido porordens, desenvolvido especialmente para atender s caractersticas especficas do mercado de ren-da fixa, como a flexibilidade para a negociao por preo ou taxa. Alm disso, a tradio da BOVESPAna administrao de ambientes eletrnicos de negociao, j consolidada para o mercado acionrio,garante maior transparncia e confiabilidade s negociaes no mercado de debntures.

    Alm de propiciar maior transparncia e segurana, o BOVESPA FIX cria melhores condies deliquidez para os ttulos no mercado secundrio. Isso porque, alm de permitir a disseminao deofertas para todos os participantes do sistema de negociao, as ofertas e negcios so divulgadosem tempo real pelos vendors (agncia de notcias), permitindo que o pblico investidor possaacompanhar a evoluo do mercado. Os mecanismos de transparncia, liquidez e regras de nego-ciao, aliados difuso de informaes, criam facilidades para a marcao a mercado das cartei-ras de investimentos, propiciando uma avaliao correta do valor dos ativos, o que beneficia sobre-tudo os investidores institucionais, mas tambm os emissores de ttulos, que podem monitorar ascondies de suas emisses. Os negcios realizados no BOVESPA FIX so levados liquidao pelaCBLC, clearing garantidora das operaes realizadas nesse mercado.

    5.2 - Liquidao e Custdia na CBLC

    A CBLC a empresa responsvel pela prestao dos servios de custdia e de liquidao nas colo-caes primrias e no mercado secundrio de ttulos privados administrados pela BOVESPA.

    Os ttulos so mantidos em contas de custdia individualizadas por investidor, as quais so abertase mantidas por Agentes de Custdia2, de forma que pessoas fsicas, companhias seguradoras, fun-dos de penso e outros investidores possam manter os ttulos em seus nomes. Essa estrutura decontas de custdia permite CBLC fornecer extratos ao investidor final, constando as movimenta-es efetuadas em sua conta, alm de tornar disponveis consultas pela internet e pelo Fax Cust-dia CBLC. Por meio de terminais, arquivos eletrnicos ou listagens, a CBLC fornece emissora ototal dos ttulos subscritos e a relao dos debenturistas. Todos os ttulos depositados no Serviode Custdia da CBLC devero estar registrados, no livro de escriturao do Emissor, em nome daCBLC como proprietria fiduciria. Deve-se ressaltar que esses ttulos no integram o patrimnioda CBLC.

    A CBLC tambm prov todos os servios relativos aos eventos dos ttulos, como, por exemplo,pagamento de juros, resgate, amortizao etc., alm de facilitar ao debenturista a converso/per-

    2. Os Agentes de Custdia so os participantes diretos que usam os servios de custdia da CBLC com o propsito de guardar os seusprprios ativos e os de seus clientes (participantes indiretos). So elegveis como Agentes de Custdia as instituies financeiras (Corretorasde Valores, distribuidoras de valores, bancos comerciais, mltiplos ou de investimento).

  • 31

    muta de suas debntures em aes, quando for o caso. Para a prestao desses servios, o emissordeve repassar CBLC, por intermdio do banco do emissor, os recursos referentes aos eventosque so repassados aos investidores por meio de seus Agentes de Custdia.

    No mercado primrio, a CBLC atua como facilitadora da liquidao, coordenando, aps o registrodo negcio no BOVESPA FIX, a entrega e o pagamento das debntures.

    No mercado secundrio, a CBLC atua como contraparte central garantidora das liquidaes dosnegcios realizados nas rodas FX0L e FX1L do BOVESPA FIX, respectivamente as rodas com liqui-dao lquida multilateral em D+0 (mesmo dia da negociao) e D+1 (dia til seguinte nego-ciao), e como coordenadora da liquidao nos negcios realizados na roda FX0B, liquidaobruta (operao por operao) em D+0. A liquidao dos negcios ocorre com a transferncia dosttulos na custdia da CBLC e a movimentao das reservas por meio do Sistema de PagamentosBrasileiro do Banco Central. Em nenhum dos casos os participantes correm risco de principal.

    5.3 - Custos de Negociao e Custdia

    As empresas emissoras de debntures, que j tiverem suas aes listadas na BOVESPA, no estarosujeitas a nenhuma cobrana adicional de anuidade. Para as emissoras que no tiverem suas aeslistadas ser cobrada a anuidade mnima.

    Especificamente, em relao manuteno dos registros de suas emisses no BOVESPA FIX, socobradas mensalmente taxas de registro e custdia, que incidem sobre o saldo mdio de debntu-res depositadas na CBLC (sobre anuidade e taxas de registro e custdia, consultar o anexo IIabaixo).

  • Guia de Debntures

    32

    ANEXOS

    ANEXO IAPNDICE NORMATIVO TEMTICO

    EMISSO DE DEBNTURES & COMPANHIAS ABERTAS

    1. LEGISLAO BSICA

    2. DEBNTURES

    3. VALORES MOBILIRIOS

    4. REGISTRO DE COMPANHIA E SEU CANCELAMENTO

    5. AUMENTO DE CAPITAL E REGISTRO DE DISTRIBUIO

    6. DISTRIBUIO SECUNDRIA

    7. LISTAGEM EM BOLSA

    8. CUSTOS

    9. TRIBUTAO

    10. DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    11. DIVULGAO DE INFORMAES

  • 33

    1. Legislao Bsica

    Normativo/N. EmentaData

    Lei 4.728 Disciplina o mercado de capitais14/07/65 e estabelece medidas para o seu

    desenvolvimento. Alterada pelos Decretos-lein.os 2.287/86, 2.313/86 e pelas Leis n.os 9.450/97 e10.198/01.

    Lei 6.385 Dispe sobre o mercado de07/12/76 valores mobilirios e cria a Comisso de Valores

    Mobilirios. Alterada pelas Leisn.os 9.457/97, 10.198/01 e 10.303/01.

    Lei 6.404 Dispe sobre as Sociedades por Aes.15/12/76 Alterada pelas Leis n.os 7.958/89, 8.021/90,

    9.249/95, 9457/97, 10.303/01 e peloDecreto-lei n.o 2.287/86.

    Lei 9.457 Altera dispositivos das Leis05/05/97 n.os 6.404/76 e 6.385/76.

    Lei 10.303 Altera e acrescenta dispositivos da Lei31/10/2001 n.o 6.404/76 e Lei n.o 6.385/76.

    2. Debntures

    Instruo CVM 28 Dispe acerca do exerccio da funo de23/11/83 agente fiducirio dos debenturistas.

    Circular Bacen 1.832 Dispensa o credenciamento prvio pelo31/10/90 Banco Central para exercer a funo de agente

    fiducirio de debenturistas, nos casos queexemplifica.

    Resoluo CMN 1.777 Dispe sobre a emisso de debntures e19/12/90 respectiva subscrio por parte de instituies

    financeiras e demais instituies autorizadas afuncionar pelo Banco Central do Brasil.

    Resoluo CMN 1.825 Estabelece condies para emisso das cdulas28/05/91 pignoratcias de debntures de que trata o art. 72 da

    Lei n.o 6.404/76.

    Instruo CVM 281 Dispe sobre o registro de distribuio pblica de04/06/98 debntures por companhias securitizadoras de

    crditos financeiros. Alterada pela InstruoCVM n.o 307/99.

  • Guia de Debntures

    34

    Deciso Conjunta Dispe sobre as condies deBacen/CVM 07 remunerao das debntures.23/09/99

    3. Valores Mobilirios

    Instruo CVM 89 Dispe sobre a autorizao08/11/88 para prestao de servios de aes escriturais,

    de custdia de valores mobilirios e de agenteemissor de certificados.

    Instruo CVM 134 Dispe acerca de emisso de1/11/90 nota promissria para distribuio pblica.

    Alterada pela Instruo CVM n.o 292/98.

    Instruo CVM 155 Dispe sobre a simplificao dos07/08/91 requisitos exigidos para obteno de

    registro de distribuio de notas promissrias edispensa do Registro de companhia aberta.Alterada pelas Instrues CVM n.os 183/92 e 195/92.

    Instruo CVM 292 Estipula o prazo mximo de 360 dias para o15/10/98 vencimento de notas promissrias

    emitidas por companhia aberta.

    Instruo CVM 296 Dispe sobre o registro de distribuio18/12/98 pblica de contratos de investimento coletivo.

    Alterada pela Instruo CVM n.o 350/01.

    Resoluo CMN 2.686 Estabelece condies para a cesso de26/01/00 crditos a sociedades annimas de

    objeto exclusivo e a companhiassecuritizadoras de crditos imobilirios.

    4. Registro de Companhiae seu Cancelamento

    Instruo CVM 202 Dispe sobre o registro de companhia para06/12/93 negociao de seus valores mobilirios emAlterada pela CVM 358/01 bolsa de valores ou no mercado de balco,

    consolidando as Instrues CVM n.os 60/87, 73/87,118/90 e 127/90; revoga as instrues que menciona.Alterada pelas Instrues CVM n.os 238/95,245/96 e 274/98.

  • 35

    Instruo CVM 229 Dispe sobre o cancelamento do16/01/95 registro de que trata o art. 21 da Lei n.o 6.385/76 e

    revoga a Instruo CVM n.o 185/92. Alterada pelasInstrues CVM n.os 345/00 e 361/01.

    Instruo CVM 287 Dispe sobre a suspenso e o07/08/98 cancelamento de ofcio do registro de

    companhia aberta. Alterada pelaInstruo CVM n.o 294/98.

    5. Aumento de Capitale Registro de Distribuio

    Instruo CVM 13 Dispe sobre aumento de30/09/80 capital por subscrio de aes e registro de

    distribuio de aes mediante subscriopblica de que tratam os arts. 82 e 170 daLei n.o 6.404/76.

    Instruo CVM 315 Estabelece o procedimento de anlise27/09/99 preliminar confidencial de pedidos de registro

    de emisso e distribuio pblica de valoresmobilirios e de registro de companhia aberta,que objetivem a simultnea oferta de ttulos nomercado brasileiro e no exterior.

    Parecer de Orientao Inadmissibilidade da homologao de aumentoCVM 08 de capital em bases diversas das originalmente04/08/81 estipuladas por ocasio de sua autorizao.

    Instruo CVM 319 Dispe sobre as operaes de incorporao,23/12/99 fuso e ciso de companhia aberta.

    Alterada pela Instruo CVM n.o 349/01.

    Deliberao CVM 234 Dispe sobre a apresentao de informaes30/12/97 dos aumentos de capital mediante subscrio

    particular de aes e subscrio particular dosdemais valores mobilirios.

  • Guia de Debntures

    36

    6. Distribuio Secundria

    Instruo CVM 88 Dispe sobre distribuio secundria de valores03/11/88 mobilirios e venda de sobra de aes

    no-subscritas durante o prazo de preferncia nasubscrio particular de companhia aberta, sujeitasao prvio registro na CVM.

    7. Listagem em Bolsa

    Instruo CVM 243 Disciplina o funcionamento do mercado de01/03/96 balco organizado.

    Alterada pelas Instrues CVM n.os 250/96 e289/98 e 343/00.

    Instruo CVM 244 Dispe sobre a funo de01/03/96 formador de mercado.

    Instruo CVM 312 Dispe sobre a admisso negociao de13/08/99 valores mobilirios em bolsas de valores.

    Res. BOVESPA 275-CA Dispe sobre o registro na BOVESPA de05/05/97 companhias abertas e seus valores mobilirios.

    Instruo CVM 344 Disciplina a negociao17/08/00 simultnea de valores mobilirios

    emitidos pela companhia.

    8. Custos

    Lei 7.940 Institui a taxa de fiscalizao dos20/12/89 mercados de ttulos e valores mobilirios e

    d outras providncias. Operacionalizada pelaInstruo CVM n.o 219/94.

    9. Tributao

    Lei 8.021 Dispe sobre a identificao dos12/04/90 contribuintes para fins fiscais e d outras

    providncias. Alterada pelas Leis n.os 9.069/95 e9.430/96.

    Lei 8.981 Alterao legislao tributria federal e20/01/95 d outras providncias. Alterada pelas

    Leis n.os 9.065/95, 9.249/95, 9.430/96 e 9.718/98.

  • 37

    Lei 9.065 D nova redao a dispositivos da20/06/95 Lei n.o 8.981/95 e d outras providncias.

    Alterada pela Lei n.o 9.249/95.

    Lei 9.249 Altera a legislao do imposto de renda das26/12/95 pessoas jurdicas, bem como da contribuio

    social sobre o lucro lquido. Elimina a correomonetria nas demonstraes financeiras, introduz apossibilidade de deduo no clculo do IR dopagamento de juros sobre o capital prprio ed outras providncias. Alterada pelaLei n.o 9.430/96.

    10. DemonstraesFinanceiras

    Instruo CVM 235 Dispe sobre a divulgao, em nota explicativa,23/02/95 do valor de mercado dos instrumentos

    financeiros, reconhecidos ou no nasdemonstraes financeiras de suas companhias.

    Instruo CVM 248 Dispe sobre a elaborao e a divulgao de23/03/96 demonstraes financeiras e informaes

    trimestrais adaptadas s disposies contidasnos arts. 4 e 5 da Lei n.o 9.249/95.

    Instruo CVM 308 Dispe sobre o registro e atividade de auditoria14/05/99 independente no mbito do mercado de valores

    mobilirios; define os deveres e asresponsabilidades dos administradores dasentidades auditadas no relacionamento com osauditores independentes.

    11. Divulgaode Informaes

    Instruo CVM 31 Dispe acerca da divulgao e do08/02/84 uso de informaes sobre ato ou fato

    relevante relativo s companhias abertas.Alterada pela Instruo CVM n.o 273/98 eRevogada pela Instruo CVM n.o 358/01.

    Instruo CVM 245 Dispe sobre as informaes a serem prestadas1/03/96 pelas companhias abertas com registro para

    negociao de seus ttulos e valores mobiliriosem bolsa de valores ou mercado de balcoorganizado, e cujo faturamento bruto anualconsolidado seja inferior a R$ 100.000.000,00(cem milhes de reais). Alterada pelaInstruo CVM n.o 274/98.

  • Guia de Debntures

    38

    Instruo CVM 309 Dispe sobre o diretor de Relaes com10/06/99 Investidores e altera valores das multas

    cominatrias. Altera a Instruo CVM n.o 202/93.

    Instruo CVM 299 Dispe sobre a divulgao de informaes na09/02/99 alienao de controle acionrio e no aumento de

    participao de acionistas controladores,administradores e membros do conselho fiscal,acresce regras relativamente negociao deaes de prpria emisso, e disciplina ofertaspblicas para aquisio de aes. Alterada pelaInstruo CVM n.o 345/00 e revogada pelaInstruo CVM n.o 361/02.

  • 39

    Etapas doCronograma de

    Abertura e Listagem

    1a PreparaesPreliminares

    2a a 8a

    Montagemda Operao

    9a Processo na CVM

    10 Registro noBOVESPA FIX

    11a e 12 Consrcio eMarketing deDistribuio

    13a a 15a

    Distribuioe LiquidaoFinanceira

    Manuteno daCondio de Cia.

    Aberta

    Gastos Legais eInstitucionais

    _

    Contratao deAuditoria Externa eAgente Fiducirio Contratao deAgncia de Rating(opcional) Arquivamento deAtos Societrios naJunta Comercial eRegistro da Escriturade Emisso em Cartrio

    Taxa de Registro daEmisso Taxa de Registro naAnbid (opcional)

    Listagem naBOVESPA Custdia na CBLC

    _

    Servio deEscriturao deDebntures

    Manuteno deAuditoria Externa eRating Taxa de Fiscalizaoda CVM Anuidade ao AgenteFiducirio e BOVESPA

    Gastos comPublicao,

    Publicidade eMarketing

    _

    Edital de Convocaoe Ata de Assemblia eRCA Certificados/Boletinsde Subscrio

    Prospecto

    _

    Material Informativo Apresentaes aosInvestidores

    Anncios de Incio eEncerramento daDistribuio

    DemonstraesFinanceiras e demaisPublicaes Legais

    Custos daIntermediaoFinanceira e do

    Banco do Emissor

    _

    Comisso deCoordenao Remunerao doBanco do Emissor

    _

    _

    _

    Comisses deGarantia (se houver) eDistribuio

    Remunerao doBanco do Emissor

    Gastos Gerenciaisda Empresa

    Consultoria ExternaJurdica ou Financeira

    (opcional)

    _

    _

    _

    _

    _

    Conselho deAdministrao Diretoria deRelaes comInvestidores

    ANEXO II

    TABELAS DE CUSTOS