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2011 Boletim TB Município de São Paulo

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Page 1: Boletim TB - Prefeitura · Município de São Paulo 3 O PROGRAMA DE CONTROLE DA TuBERCuLOSE NA CIDADE DE SãO PAuLO O controle da Tuberculose está baseado em duas premissas:

2011Boletim TBBoletim TB

Município de São Paulo

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BOLETIM TB 2011

Apresentação

PrefeitoGilberto Kassab

Secretário Municipal de SaúdeJanuario Montone

COVISAInês Suarez Romano - Coordenadora de Vigilância em Saúde CCDRosa Maria Dias Nakazaki - Gerente do Centro de Controle de Doenças

ElaboraçãoNaomi Kawaoka KomatsuRegina Rocha Gomes de LemosSumie Matai de Figueiredo

ColaboraçãoAna Maria Bara BresolinEri IshimotoRosa Maria Dias Nakazaki

Programa Municipal de Controle da TuberculoseNaomi Kawaoka Komatsu - coordenaçãoCirene SilvaEri IshimotoJannete NassarMara Cristina Alves dos SantosMaria Helena Leme FerrazMarta Teresa Maia Necha GoldgrubNeife ZinaRegina Rocha Gomes de LemosSumie Matai de FigueiredoTania Mara Sanches de Mattos - equipe técnica

Entre os objetivos do planejamento do ano de 2011, o Progra-ma de Controle de Tuberculose do Estado de São Paulo elegeu como prioridade a realização de avaliações trimestrais dos indica-dores de tuberculose pelos municípios e grupos de vigilância epi-demiológica.

No dia 24 de março, levando em conta este mote, foram pre-miados onze Boletins Epidemiológicos que melhor apresentaram a situação da doença.

Foram premiados os municípios de: Barueri, Campinas, Cuba-tão, Diadema, Guarulhos, Jundiaí, Limeira e São Paulo e os GVEs de Botucatu, Campinas e Santos. A arte final dos Boletins teve o apoio do Fundo Global (projeto inovador de monitoria e avaliação) e a impressão dos mesmos foi financiada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.

Este boletim é fruto dessa iniciativa.

Dra. Vera Maria Neder Galesi

Coordenadora Estadual do Programa de Controle da Tuberculose - SP

Divisão de Tuberculose / CVE / CCD / SES SP

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Município de São Paulo

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O PROGRAMA DE CONTROLE DA TuBERCuLOSE NA CIDADE DE SãO PAuLO

O controle da Tuberculose está baseado em duas premissas: diagnosticar casos e curá-los.

Detecção de Casos

A detecção de casos é agilizada pela busca ativa de Sintomáti-cos Respiratórios (SR) que é realizada na comunidade, pelos agen-tes comunitários de saúde (ACS) na visita às famílias; na unidade de saúde, por um profissional da equipe e no sistema prisional, no momento da inclusão, perguntando sobre tosse na sua demanda.

Gráfico 1. Sintomáticos Respiratórios examinados e % alcança-do da Meta. MSP, 2002 a 2010

Fonte: LABTB (23/05/2011)

Em 2008, com a inclusão da descoberta de SR, como um indica-dor monitorado e pactuado entre Atenção Básica e os parceiros na estratégia saúde da família (ESF), ocorreu um incremento na ativi-dade (Gráfico 1) refletindo este aumento na descoberta de novos casos especialmente de pulmonares bacilíferos.

O sistema de informação laboratorial LABTB, da Secretaria Esta-dual de Saúde (SES) mostra aumento de cerca de 500% no número de exames realizados de 2002 a 2010 (Gráfico 2). Todos os labo-ratórios públicos e conveniados com SuS, localizados na cidade, têm sido submetidos ao controle de qualidade, recebendo, pelo menos, uma visita anual com releitura de lâminas (baciloscopias diretas) por amostragem, pelos técnicos responsáveis.

A realização de baciloscopia de diagnóstico dos casos novos pulmonares > 15 anos está acima de 90%. A cultura é realizada para 53,5%, dos casos que atendem os critérios estabelecidos: re-tratamentos, pulmonares com baciloscopia persistentemente ne-gativa, HIV(+), profissionais da saúde e do sistema prisional, insti-tuições fechadas e população em situação de rua, Quadro 1.

02 03 04 05 06 07 08 09 10

Sintom. resp. exam.

20575 43991 56802 67348 69377 73794 82464 92071 78217

% da meta

19,4 41,2 52,8 61,6 63,0 66,5 75,0 83,4 69,5

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BOLETIM TB 2011

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Gráfico2. Nº de baciloscopias e culturas de escarro.

Fonte: LABTB (23/05/2011)

Quadro 1. Diagnóstico para Tb em Residentes MSP, 2010

OS NúMEROS DA TuBERCuLOSE NA CIDADE DE SãO PAuLO

O coeficiente de incidência de casos de tuberculose todas for-mas teve uma redução de 10,2 % nos últimos 10 anos, passando de 59,0 casos novos/100 mil hab. em 1999 para 53,2/100 mil hab. no ano de 2010. O aumento das notificações, a partir de 2008, tan-to no número de casos todas as formas quanto nos pulmonares bacilíferos (Gráfico 3), provavelmente se deve à implementação da busca de casos ocorrida a partir daquele ano, citado anterior-mente. Dentre os pulmonares bacilíferos observa-se que houve aumento no número de casos passando de 2935 para 3159, com a manutenção do coeficiente de incidência de bacilíferos 28,1/100 mil hab e 28,6/100 mil hab, respectivamente nos anos 1999 e 2010. Outra hipótese possível, para o incremento do número de doen-

Indicadores 2006 2007 2008 2009 2010*Sintomático Respiratório 69377 73794 82464 92071 76134examinado (LABTB)% examinado da meta 63,0 66,5 75,0 83,4 68,9Sintomático Respiratório .... .... 48504 56513 60833c/ amostra (SINRESP)% SR com amostra .... .... 66,2 67,5 74,8Casos novos todas as formas 5784 5657 5782 5849 5857Casos novos Pul (+) esperados 4330 4353 4376 4400 4423Casos Novos Pul(+) identificados 3004 3011 3125 3199 3133% do esperado 69,4 69,2 71,4 72,7 70,8Bacil realizada casos 3856 3900 4094 4154 4149novos Pulm> 15 anos% baciloscopia realizada 86,1 88,8 91,1 92,5 91,4em Pulmonares >15aCasos pulmonares c/critério para 2498 2423 2509 2526 2490cultura de escarroCultura realizada 871 1083 1288 1381 1331% Cultura realizada 34,9 44,7 51,3 54,7 53,5Teste anti HIV realizado 4006 4364 4656 4702 4402Casos novos com co-infecção HIV 813 770 733 739 748% Casos novos HIV(+) 14,1 13,6 12,7 12,6 12,8% de testagem HIV 69,3 77,1 80,5 80,4 75,2

Fonte: TBWEB 01/03/2011.* 2010 dados provisórios

0

20000

40000

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CulturasBaciloscopias

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

26739 78962 108435 120847 131307 118417 137476 147570 154650

8946 23764 33083 45013 41975 34670 32876 37909 42905

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55

98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Td formas 5545 6096 5949 5738 5965 5771 5907 6065 5783 5657 5780 5853 5879

Pulmonar (+) 2818 2900 2935 2751 2887 2813 2851 3021 3004 3012 3125 3199 3159

C.I. td formas 54,2 59,0 57,1 54,7 56,5 54,3 55,2 56,3 53,4 52,0 52,8 53,2 53,2

C.I. Pulmonar (+) 28,1 28,1 26,2 27,3 26,5 26,7 28,1 27,8 27,7 28,6 29,1 28,6

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Coef

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27,5

tes BAAR positivos, poderia ser pela maior realização de exames bacteriológicos, com a melhora na qualidade do diagnóstico e no sistema de informação.

Gráfico 3. Números de casos e Coef. Incid./100 mil hab. todas as formas e Pulmonar(+). MSP, 1998 a 2010.

Fonte: TBWEB (01/03/2011)

A incidência de tuberculose por todas as formas não é ho-mogênea entre as CRS de residência, sendo maior na CRS Leste 57,4/100 mil hab. e menor na CRS Sul com 44,1/ 100 mil hab. A CRS Norte tem 52,0, a CRS Sudeste 48,9 e a Centro Oeste 50,2 casos por 100.000 habitantes. Considerando-se o MSP como um todo a inci-dência foi de 53,2 por 100.000 habitantes no mesmo ano de 2010.

DISTRIBuIçãO POR FAIxA ETáRIA

Todas as faixas etárias apresentam diminuição dos coeficientes no período de 1999 a 2010 com exceção da faixa de 20 a 29 anos, Gráfico 4.

Gráfico 4. Tuberculose: Coef. Incidência/100 mil hab. por faixa etária. MSP, 1999 a 2010

Fonte: TBWEB (01/03/2011)

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1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

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BOLETIM TB 2011

Observa-se que a partir de 2008, com a intensificação da busca ativa na comunidade e na demanda das unidades, a faixa de 40 a 49 anos que apresentava o maior coeficiente no município de São Paulo, é ultrapassada pela faixa mais jovem de 20 a 29 anos. Este aumento pode ser real, considerando-se que esta população mais jovem possa estar adoecendo devido a comorbidades, como a drogadição, ou ser efeito de alterações na distribuição por faixa etária, não computada nas estimativas populacionais existentes, devido a vinda de imigrantes jovens da América do Sul, principal-mente da Bolívia e/ou de outras regiões brasileiras à procura de oportunidades de emprego. Outro fator, que pode ter contribuí-do para este incremento, seria a detecção dos casos nesta parcela da população, que não tem o hábito de procurar atendimento nas unidades Básicas de Saúde (uBS) e que, portanto, seriam casos que teriam seu diagnóstico postergado para quando houvesse piora do seu quadro e a detecção ser realizada numa internação ou pós óbito ou ainda sem diagnóstico de tuberculose, o que acar-reta um subregistro de casos. Há necessidade de um estudo mais aprofundado para explicar estes resultados.

Gráfico 5. Nº de óbitos por Tb e Coef Mortalidade/100 mil hab. MSP, 1986 a 2010*.

Fonte: Galesi, V.M.N. (1990 a 1995) PROAIM (1996 a 2010)

* 2010 números provisórios

Tanto o número de óbitos quanto o coeficiente de mortalidade por tuberculose tem apresentado declínio de cerca de 50% nos úl-timos 10 anos. Em 1999, ocorreram 595 óbitos com causa básica a tuberculose correspondendo a um coeficiente de mortalidade de 5,8 óbitos/100 mil hab., e em 2009, foram 338 e 3,1 óbitos, respec-tivamente (computando-se todos os óbitos de residentes ocorri-dos dentro e fora do MSP), Gráfico 5. A descentralização do diag-nóstico e tratamento para praticamente 100% das uBS, a partir de 2004, (sendo que em 1998 era de 57,5%) e a implementação na busca ativa de casos, devem ter contribuído grandemente para a ocorrência desta queda.

POPuLAçõES VuLNERáVEIS

As populações vulneráveis apresentam um percentual de casos novos sempre inferior aos da população em geral com exceção de

BOLETIM TB 2011

86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

óbitos 406 424 513 560 529 625 556 620 637 579 648 584 555 595 576 485 430 408 368 335 354 358 336 338 314

C.M. 4,5 4,6 5,5 5,9 5,6 6,5 5,7 6,3 6,5 5,8 6,5 5,8 5,4 5,8 5,5 4,6 4,1 3,8 3,4 3,1 3,3 3,3 3,1 3,1 2,8

0

1

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imigrantes da América do Sul. O percentual de casos de retrata-mento pós abandono é maior entre os doentes sem residência fixa e as maiores taxas de recidiva e retratamento pós falência são vis-tas na população do sistema penitenciário, Quadro 2.

Quadro 2. Tipos de casos de Tuberculose nas Populações Vulne-ráveis. Município de São Paulo, 2006 a 2010.

Font

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BWEB

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BOLETIM TB 2011

DISTRIBuIçãO DA CO-INFECçãO HIV POR áREA DE RESIDêNCIA.

A realização do teste sorológico para HIV vem apresentando au-mento ano a ano alcançando uma cobertura de 80,4% em 2009 e 75,2% em 2010 (dados provisórios), demonstrando a melhoria tan-to no atendimento para a detecção precoce da co-infecção, como na coleta das informações de resultados dos exames, Quadro 1.

A taxa de co-infecção TB/HIV, por área de residência dos doen-tes, é bastante heterogênea, variando de 0,0 % no distrito adminis-trativo – DA Marsilac, a 42,0% no DA República.

Agrupando as taxas de co-infecções em 2010 por áreas de abrangência das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) de residência, a Centro Oeste (20,2%) apresenta taxa de co-infecção maior que a média do município (12,8%). As demais CRS apresen-tam: Sudeste 12,6%; Leste 12,0%, Norte 11,5% e Sul 9,5%.

TRATAMENTO

Em 2002 foi publicado na imprensa que a taxa de cura do Mu-nicípio de São Paulo referente a 2000, era inferior a 50%, a menor taxa entre os municípios prioritários do estado de São Paulo. Os re-sultados de tratamento dos casos pulmonares bacilíferos residen-tes no MSP, estão apresentados no Gráfico 6 e de todas as formas no Quadro 3. Atualmente, os números são melhores do que os pu-blicados naquela época devido à qualidade e agilidade na atuali-zação dos dados, metas estas perseguidas pelas equipes regionais e municipal, porém os indicadores de resultados de tratamento em 2009 atingiram 74,2% de cura – forma pulmonar(+) e 73,2% (todas as formas) e a de abandono em torno de 15%.

O Quadro 3 apresenta percentual de doentes em tratamento diretamente observado (TDO) de 57,1% em 2010, cujos resultados de tratamento são melhores que os tratamentos auto-administra-dos aproximando-se das metas do PCT de 85% ou mais de cura. “Baciloscopias de controle realizadas” foram consideradas quando apresentaram 3 ou mais resultados negativos ou positivos durante o acompanhamento dos casos pulmonares bacilíferos. Observa-se 109,6% de incremento deste exame em 2010 em relação a 2006.

Gráfico 6. Taxas de cura e abandono de casos novos residentes com Tb pulmonar bacilífera. MSP, 1998 a 2009

Fonte: TBWEB (01/03/2011)

98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 Cura 66,0 65,6 66,9 67,4 70,1 73,6 75,4 73,1 75,7 74,2 75,2 74,2

Abandono 20,2 18,5 18,0 16,9 15,6 14,2 12,7 14,0 14,3 16,4 15,5 16,0

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O PCT NAS CRS DE ATENDIMENTO

O Quadro 4 apresenta as diferenças no desempenho do PCT entre as CRS de atendimento e os tipos de serviços. A CRS Sul tem a melhor cobertura de TDO, com 76% e conseqüentemente as me-lhores taxas de cura 84,6% e 8,8% de abandono. Na população co-infectada TB/HIV, o desempenho foi melhor nessa região com 88,9 % de cura e 4,4% de abandono. Na CRS Leste, as unidades de ESF chegaram à cobertura de 84,2% de doentes em TDO com a taxa de cura de 86,3%. Na CRS Sudeste destaca-se o sistema prisional com 96,9% de cura sem nenhum caso de abandono, em 2009.

RESISTêNCIA MEDICAMENTOSA

A resistência aos medicamentos existentes é hoje uma preocu-pação mundial. A vigilância desse evento se realiza no MSP pela seguinte estratégia:

Monitoramento das resistências - Os resultados dos testes de sensibilidade para M. tuberculosis com algum tipo de resistência são encaminhados ao Programa Municipal de Controle da Tuber-culose (PCT) pelos Institutos Adolfo Lutz e Clemente Ferreira. Outra fonte de informação são os emails disparados automaticamente quando ocorre a digitação de resistência no banco TBWEB. A partir desses resultados o PCT – MSP desencadeia ações, encaminhando as informações para as SuVIS de atendimento e residência dos pa-cientes, no sentido de verificar se a resistência já é conhecida, se o caso foi avaliado para adequação do esquema terapêutico e se os contatos foram investigados. No ano de 2010 foram detectados 164 casos com resistência a pelo menos uma droga, dos quais 30% são multirresistentes (dados provisórios), incremento de 10,1% na descoberta de casos com alguma resistência, em relação ao ano anterior. Chama atenção o aumento do número de casos identi-ficados entre os residentes da CRS Leste passando de 24 para 35, dos quais 18 (51%) apresentam multirresistência. A maior integra-ção do PCT com o Centro Hospitalar Penitenciário e o CVE tem agilizado o conhecimento do resultado do teste de sensibilidade, possibilitando melhor adequação do esquema terapêutico e do acompanhamento dos casos, também no sistema prisional.

CONCLuSõES

uma das metas do milênio propostas pelas Nações unidas (ONu) em 2000 foi a diminuição de 50% na morbidade e morta-lidade causadas pela Aids, Tuberculose e Malária até 2015, tendo o ano de 1990 como base. Portanto as nossas prioridades, dos gestores, dos serviços e da sociedade civil devem estar voltadas para que o município consiga alcançar estes índices. Do ponto de vista da mortalidade, a tendência de queda de 45% do coeficien-te, de 1990 a 2009, aponta para a possibilidade desta meta ser atingida. Na questão da morbidade, considerando que em 1990

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BOLETIM TB 2011

registrou-se 6382 casos novos todas as formas e coeficiente de incidência de 66,9/100 mil hab. a meta de redução de 50% signi-ficaria a cidade apresentar uma taxa de 33,5/100 mil hab. ou 3191 casos novos, em 2015. Em 2010 foram notificados 5879 casos novos correspondendo a um coeficiente de 53,2/100 mil hab. É imprescindível a intensificação no ritmo de investimento no PCT para que a melhora no indicador seja acelerada nos próximos anos, visando o alcance da meta.

Quadro 3. Tratamento de TB casos residentes. Mun. de São Paulo, 2006 a 2010.

Fonte: TBWEB 01/03/2011

*2010 dados provisórios

Indicadores 2006 2007 2008 2009 2010*

COBERTuRA Casos novos tds 5512 5438 5621 5676 5670TDO formas c/ tratamento % com tratamento 95,3 96,1 97,2 97,0 96,8 Casos novos em TDO 2006 2158 2493 2959 3236 % Casos novos em TDO 36,4 39,7 44,4 52,1 57,1 Casos novos Pul(+) 2970 2981 3104 3173 3082 c/ tratamento Casos novos Pul(+) em TDO 1286 1396 1614 1899 2009 % Casos novos Pul(+) 43,3 46,8 52,0 59,8 65,2 em TDO

RESuLTADOS Cura 4002 3976 4194 4153 ...CASOS NOVOS % Cura 72,6 73,1 74,6 73,2 ...TODAS AS Abandono 807 791 819 826 ...FORMAS % Abandono 14,6 14,5 14,6 14,6 ... Falencia 23 38 38 44 ... % Falencia 0,4 0,7 0,7 0,8 ... Obito NTB 299 300 262 270 ... % Obito NTB 5,4 5,5 4,7 4,8 ... Obito TB 215 193 193 169 ... % Obito TB 3,9 3,5 3,4 3,0 ... Tr Estado 50 74 87 99 ... % Tr Estado 0,9 1,4 1,5 1,7 ... Não encerrado 116 66 28 115 ... % Não encerrado 2,1 1,2 0,5 2,0 ...

RESuLTADOS Cura 1710 1796 2091 2420 ...CASOS NOVOS % Cura 85,2 83,2 83,9 81,8 ...EM TDO Abandono 198 211 257 331 ... % Abandono 9,9 9,8 10,3 11,2 ... Falencia 15 26 18 31 ... % Falencia 0,7 1,2 0,7 1,0 ... Obito NTB 31 41 48 55 ... % Obito NTB 1,5 1,9 1,9 1,9 ... Obito TB 27 41 37 48 ... % Obito TB 1,3 1,9 1,5 1,6 ... Tr Estado 14 32 33 44 ... % Tr Estado 0,7 1,5 1,3 1,5 ... Não encerrado 8 8 3 25 ... % Não encerrado 0,4 0,4 0,1 0,8 ...

Pul(+) Bac Ctrl Pulmonar (+) 3627 3610 3744 3810 3659 Pulm (+) c/ bac. controle 640 694 978 1141 1353 % Pulm (+) c/ bac. controle 17,6 19,2 26,1 29,9 37,0

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Município de São Paulo

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Quadro 4. Casos Novos de Tb: Resultados de tratamento por CRS de atendimento e tipo de serviço . MSP, 2009.

Fonte: TBWEB 01/03/2011. * Tradicional = UBS tradicional e Ambulatório de especialidade

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2011Boletim TB