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Etapa mineira para elaboração do Informe Paralelo do PIDESC garante importante participação social na luta pelos Direitos Humanos O encontro serviu para construção do contrainforme do PIDESC, que será apresentado em 2016 à ONU. Realizada na sextafeira (27) em Belo Horizonte (MG), a Audiência Pública e Oficina Estadual de Formação para elaboração do Informe Paralelo da Sociedade Civil sobre o cumprimento do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) promoveu o debate sobre o monitoramento dos direitos humanos, a coleta de denúncias de violações e o levantamento de informações sobre como o estado brasileiro vem cumprindo os compromissos assumidos com a ratificação do PIDESC. A atividade irá subsidiar a elaboração do III Informe Paralelo do PIDESC, produzido pela sociedade civil a partir de consultas e diálogos em todos os estados. Diversos atores sociais estiveram presentes para contribuir no debate, trazendo suas experiências e reflexões à cerca da trajetória dos Direitos Humanos no Brasil. Entre eles, Enéias Rosa, secretário executivo do PIDESC e integrante do Movimento Nacional dos Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, Deputado Estadual Cristiano Silveira, presidente da Comissão de Direitos Humanos, João Batista Moreira Pinto, presidente do Instituto de D H, William Santos, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), Conceição Novais, do Fórum Mineiro de Direitos Humanos, Nívia Mônica da Silva, coordenadora do CAO de Direitos Humanos/ Ministério Público de Minas Gerais, Emília da Silva, coordenadora do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos. Até agosto de 2015 serão percorridos todos os estados brasileiros através da realização de oficinas como esta para consulta e diálogo com a comunidade. Segundo Enéias Rosa o principal objetivo do ContraInforme, realizado em paralelo ao relatório que cabe ao governo federal, é mostrar como está a implementação do Pacto Internacional dos Direitos

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Page 1: Boletim MNDH 01

Etapa  mineira  para  elaboração  do  Informe  Paralelo  do  PIDESC  garanteimportante participação social na luta pelos Direitos HumanosO encontro serviu para construção do contra­informe do PIDESC, que será apresentado em 2016 à ONU.

Realizada  na  sexta­feira  (27)  em  Belo  Horizonte  (MG),  a  Audiência  Pública  e  OficinaEstadual  de  Formação  para  elaboração  do  Informe  Paralelo  da  Sociedade  Civil  sobre  ocumprimento do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC)promoveu o debate sobre o monitoramento dos direitos humanos, a coleta de denúncias deviolações e o levantamento de informações sobre como o estado brasileiro vem cumprindo oscompromissos  assumidos  com  a  ratificação  do  PIDESC.  A  atividade  irá  subsidiar  aelaboração  do  III  Informe Paralelo  do PIDESC,  produzido  pela  sociedade  civil  a  partir  deconsultas e diálogos em todos os estados. Diversos  atores  sociais  estiveram  presentes  para  contribuir  no  debate,  trazendo  suasexperiências  e  reflexões  à  cerca  da  trajetória  dos Direitos Humanos  no Brasil.  Entre  eles,Enéias  Rosa,  secretário  executivo  do  PIDESC  e  integrante  do  Movimento  Nacional  dosDireitos Humanos no Rio Grande do Sul, Deputado Estadual Cristiano Silveira, presidente daComissão de Direitos Humanos, João Batista Moreira Pinto, presidente do Instituto de D H,William Santos, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem de Advogados doBrasil (OAB), Conceição Novais, do Fórum Mineiro de Direitos Humanos, Nívia Mônica daSilva,  coordenadora  do  CAO  de  Direitos  Humanos/  Ministério  Público  de  MinasGerais, Emília da Silva, coordenadora do Programa de Proteção aos Defensores de DireitosHumanos. Até  agosto de 2015  serão percorridos  todos os  estados brasileiros  através  da  realização deoficinas  como  esta  para  consulta  e  diálogo  com  a  comunidade.  Segundo  Enéias  Rosa  oprincipal objetivo do Contra­Informe, realizado em paralelo ao relatório que cabe ao governofederal,  é  mostrar  como  está  a  implementação  do  Pacto  Internacional  dos  Direitos

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Econômicos, Sociais e Culturais, relatando a atual situaçãodos  direitos  humanos  no  país. O  lançamento  da  3ª  ediçãoestá previsto para 2016.

Pauta  que  está  entre  os  focos  de  trabalho  do  governo  deMinas  Gerais  no  novomandato  de  FernandoPimentel,  segundo  odeputado  CristianoSilveira,  presidente  daComissão  de  DireitosHumanos,  os  Direitos

Humanos  terão  suas  políticas  fortalecidas  que,  para  odeputado,  são  essenciais  para  proporcionar  mudançasnecessárias.  "Está é a comissão que  tem maior número derequerimentos  e  audiências  promovidos",  ou  seja,  hádemanda  é  muito  grande  por  ações,  explica  CristianoSilveira. 

Durante o evento, João Batista Moreira Pinto, presidente doInstituto  DH,  trouxe  um  importante  histórico  dos  DireitosHumanos no país e provocou os presentes com reflexões arespeito do papel de cada um de nós nesta  luta.  "Será queestamos  atuando  pela  transformação  efetiva  da  realidadeque  mantem  as  desigualdades  ou  estamos  apenasaprimorando um sistema capitalista sem uma transformaçãosignificativa em sua estrutura?". O  público  também  teve  intensa  participação,compartilhando  experiências,  emoções  e  vivências  com ospresentes. Os  relatos  foram  feitos  tanto  por  representantes

de entidades de defesa dos direitos humanos quanto por vítimas de violações.  Foram  denunciados  crimes  ambientais,  situações  agrárias,  criminalização  de  movimentossociais, extermínio de populações tradicionais, situações de internos e de egressos do sistemaprisional, casos de perseguição política, ineficiência da polícia em atendimentos a violaçõesde direitos humanos e a situação de povos indígenas e outras minorias étnicas em Minas.

Ainda  que  muitos  pontos  tenham  sido  relatados,  Gildázio  Santos,  conselheironacional do MNDH por Minas e um dos organizadores do evento, afirmou que hágrande  diversidade  de  violações  em  Minas  e  que  muitos  casos  não  abordadosprecisam  vir  à  tona  com mais  força,  como  a  intolerância  religiosa,  a  situação  demoradores  de  rua  e  os  danos  causados  pelas  mineradoras.  “Quanto  maisinformações a gente coletar melhor, mas tem coisas que não apareceram aqui que

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nós do programa de protetores dos direitos humanos podemos disponibilizar paraeste relatório”, disse o conselheiro. O evento foi realizado pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos/ Minas Gerais(MNDH/MG)  e  pelo  Instituto  de  Direitos  Humanos  em  parceria  com  a  instituiçãoMisereor e a rede Processo de Articulação Diálogo (PAD). PIDESC O PIDESC foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966 com oobjetivo de conferir obrigatoriedade aos compromissos estabelecidos na DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos. A situação destes direitos deve ser acompanhadapelos Estados signatários mediante a elaboração de relatórios periódicos. Organizações  da  sociedade  civil  podem  oferecer  seus  próprios  relatórios(chamados  "informes  paralelos")  ao  Comitê  de  Direitos  Econômicos,  Sociais  eCulturais da ONU, que é responsável por supervisionar o Pacto.

Fotos: Jotaerre Silva 

Secretaria Executiva do MNDH MG 2012/2015 – Espaço Areté EducarAv. Olegário Maciel, nº 742, 3º piso ­ Mercado das Borboletas/Mercado Novo

Centro ­ Belo Horizonte/MG(31) 94720034

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