boletim informativo - messianica.pt · atividades: limpeza espiritual, confeção de flores de luz...

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL BOLETIM INFORMATIVO Felicidade E m todos os tempos, o Ser Humano aspirou à felicidade, primeiro e último objetivo do Ho- mem e meta de todo o preparo, esforço e aper- feiçoamento. Mas quando poderão as criaturas consegui-la de facto? A maioria, não obstante ansiar pela felicidade, permanece vítima das desgraças e deixa este mundo antes de desfru- tar a alegria de vê-la concretizada. Será, então, a felicidade algo tão difícil de se conseguir? Devo dizer que não. A felicidade baseia-se na eliminação de três fatores principais: doença, pobreza e conflito. Como essa eliminação não é fácil, a maior parte das pessoas submete-se a uma forçada resignação. Tudo se enquadra dentro da Lei de Causa e Efeito, e a felicidade não foge a essa lei. Desco- brir a sua causa será, pois, descobrir a chave do problema. A solução da incógnita está na com- preensão do amor altruísta. Lutar pelo bem-es- tar do próximo é a condição essencial para nos tornarmos felizes. O mundo, entretanto, está re- pleto de pessoas que buscam a felicidade ape- nas para si, indiferentes à desgraça alheia. É uma tolice almejar a felicidade semeando a infelicidade. É como a água de um recipien- te: se a empurramos, ela volta; se a puxamos, ela se afasta. A necessidade da Religião reside nesse ponto. O amor pregado pelo Cristianismo e a Caridade Búdica têm por propósito infundir a fraternidade no coração humano. Contudo, essa verdade tão simples é difícil de ser reco- nhecida pelo Homem. Deus, por meio de Seus representantes, criou as religiões, que por sua vez estabelece- ram doutrinas, através das quais são indicadas as bases do viver. São as religiões que nos ensi- nam a existência de um Ser Invisível, para, com a mais pura intenção, conduzir-nos ao Cami- nho da Fé. Não é pequeno o empenho reque- rido para salvar uma pessoa. A vida, realmente, não tem sentido para a maioria, que, não sendo ensinada a crer no invisível, parte para o Além, indiferente aos Ensinamentos, ludibriada e per- dida nas trevas. Todavia, para os que souberem desfrutar da alegria de viver, extasiar-se com as verdades, conseguir vida longa e o meio de serem verdadeiramente felizes, o mundo será, sem dúvida, um paraíso digno de ser vivido. 1º de dezembro de 1948 ABRIL 2017 47 ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA Shin Verdade Zen Bem Bi Belo “A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento” Meishu-Sama

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALBOLETIM INFORMATIVO

FelicidadeEm todos os tempos, o Ser Humano aspirou à

felicidade, primeiro e último objetivo do Ho-mem e meta de todo o preparo, esforço e aper-feiçoamento. Mas quando poderão as criaturas consegui-la de facto? A maioria, não obstante ansiar pela felicidade, permanece vítima das desgraças e deixa este mundo antes de desfru-tar a alegria de vê-la concretizada. Será, então, a felicidade algo tão difícil de se conseguir?

Devo dizer que não. A felicidade baseia-se na eliminação de três fatores principais: doença, pobreza e con�ito. Como essa eliminação não é fácil, a maior parte das pessoas submete-se a uma forçada resignação.

Tudo se enquadra dentro da Lei de Causa e Efeito, e a felicidade não foge a essa lei. Desco-brir a sua causa será, pois, descobrir a chave do problema. A solução da incógnita está na com-preensão do amor altruísta. Lutar pelo bem-es-tar do próximo é a condição essencial para nos tornarmos felizes. O mundo, entretanto, está re-pleto de pessoas que buscam a felicidade ape-nas para si, indiferentes à desgraça alheia.

É uma tolice almejar a felicidade semeando a infelicidade. É como a água de um recipien-

te: se a empurramos, ela volta; se a puxamos, ela se afasta. A necessidade da Religião reside nesse ponto. O amor pregado pelo Cristianismo e a Caridade Búdica têm por propósito infundir a fraternidade no coração humano. Contudo, essa verdade tão simples é difícil de ser reco-nhecida pelo Homem.

Deus, por meio de Seus representantes, criou as religiões, que por sua vez estabelece-ram doutrinas, através das quais são indicadas as bases do viver. São as religiões que nos ensi-nam a existência de um Ser Invisível, para, com a mais pura intenção, conduzir-nos ao Cami-nho da Fé. Não é pequeno o empenho reque-rido para salvar uma pessoa. A vida, realmente, não tem sentido para a maioria, que, não sendo ensinada a crer no invisível, parte para o Além, indiferente aos Ensinamentos, ludibriada e per-dida nas trevas. Todavia, para os que souberem desfrutar da alegria de viver, extasiar-se com as verdades, conseguir vida longa e o meio de serem verdadeiramente felizes, o mundo será, sem dúvida, um paraíso digno de ser vivido.

1º de dezembro de 1948

ABRIL 2017 Nº 47

ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

ShinVerdade

ZenBem

BiBelo

“A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento”Meishu-Sama

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Chamo-me Amélia Pereira Fernandes, sou membro da Igreja Messiânica Mundial há 17 anos e atualmente dedico no Johrei Center de Lisboa. Tenho 28 anos de idade e estou a concluir o meu curso de mestrado aqui em Portugal.

A Experiência de Fé que vivenciei, está relacio-nada com a mudança do meu Sonen, do despertar para o acompanhamento de outras pessoas.

Num período de uma semana não conseguia dormir em condições por causa de maus sonhos. A par dessa situação, tinha uma bolsa de estudo e o pagamento das propinas em atraso. Como me encontrava na fase �nal da minha formação, apro-ximava-se a cerimónia de formatura e entrega de diplomas; e sem o pagamento das propinas, corria o risco de ser impedida de participar. Além disso, tinha o título de residência caducado, porque sem a declaração da faculdade, não o conseguia resol-ver. Esta situação deixava-me desanimada e com pouca vontade de dedicar.

Entretanto, surgiu a permissão de receber dois missionários em minha casa, onde juntamente com uma colega, realizámos uma Limpeza Espi-ritual, confecionámos Flores de Luz e ministrámos Johrei.

No dia seguinte, recebo a visita do Ministro responsável. Dias depois, participo do encon-tro mensal de jovens no Johrei Center de Lisboa, com a presença do Presidente da IMMP, Rev. Car-los Eduardo Luciow, que durante a sua palestra, abordou a importância de cuidar de outras pesso-as, preocupando-nos com a felicidade delas. Um ponto que me marcou na sua orientação, foi o de buscarmos um caso complicado para acompa-nharmos, com o Johrei.

No �nal de fevereiro, conversei com duas mis-sionárias para começarmos a levar a felicidade a

outras pessoas, distribuindo Flores de Luz. Traça-mos uma meta de 1000 Flores. Com esta prática, comecei a pensar: “Quem vou cuidar dando assis-tência, com o Johrei?”

Poucos dias depois, fui surpreendida com um telefonema de uma amiga que se encontrava do-ente, pedindo-me para substituí-la no seu local de trabalho, por dois dias. Ao chegar ao trabalho, per-cebi que a família estava numa grande puri�cação e lembrei-me logo da orientação do Reverendo. Senti, então, que Deus e Meishu-Sama estavam a dar-me a oportunidade de cuidar de alguém, para cumprir aquela missão.

Nesses dois dias que lá estive, pude transmitir Johrei a todos. Depois perguntei à dona da casa se era possível realizar uma Limpeza Espiritual no seu lar. A senhora mostrou-se recetiva e então convidei mais 6 membros para realizarmos várias atividades: Limpeza Espiritual, confeção de Flores de Luz e ministração de Johrei. No total, éramos 10 pessoas.

O resultado mais importante foi que os inte-grantes desta família a que demos assistência, já estão a frequentar o Johrei Center!

Passados alguns dias, para minha total surpre-sa, recebi a informação da instituição responsável pelos meus estudos, de que as propinas tinham sido pagas! Com este problema resolvido, pude realmente participar da cerimónia de formatura, re-ceber o diploma do curso efetuado com sucesso e renovar o título de residência!

Toda essa situação, proporcionou-me uma fe-licidade muito intensa e com isso passei a dormir melhor, sentindo-me mais motivada e com forças para dedicar na formação do elemento humano. Até ao momento, já distribuímos 1018 Flores de Luz.

Com esta experiência, aprendi que é impor-tante direcionarmos o nosso Sonen, tendo de-terminação e persistência nas nossas práticas. Aprendi ainda, que a nossa felicidade depende infalivelmente de fazermos as outras pessoas fe-lizes. Por este aprendizado e pela permissão de estar a cuidar dessa família, realizei um donativo especial como agradecimento.

O meu compromisso é dar continuidade à as-sistência a este lar, introduzir a horta caseira, com o objetivo de formá-los como futuros membros da família messiânica.

Muito obrigada!

“É muito importante direcionarmos o nosso Sonen, tendo determinação e persistência nas nossas Dedicações!”

EXPERIÊNCIA DE FÉ

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL

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CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO - ABRIL / 2017

PALESTRA DO VICE-PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALMIN. LUCIANO RIBEIRO VITA DA SILVA

Bom dia a todos! Os senhores estão a passar bem?

(Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!) Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!

Primeiramente, gostaria de agradecer a to-dos, pela vossa sincera dedicação, que nos permite expandir a Obra de Salvação de Deus e Meishu-Sama em Portugal! (Palmas)

Hoje, estou aqui representando o nosso Presidente, Reverendo Carlos Eduardo Luciow, que neste exato momento, se encontra no Solo Sagrado de Quioto. Ontem, ele já participou do Culto da Primavera no Solo Sagrado de Atami e fez questão de mandar um forte abraço, cumpri-mentos a todos e que no mês que vem, estará aqui connosco! (Palmas)

O motivo pelo qual, o Reverendo Carlos teve que ir ao Solo Sagrado, foi para receber o título, o certi�cado da graduação de Ministro Dirigente, ou seja, de Reverendo. Ele foi convocado pelo Presi-dente Mundial, Rev. Masayoshi Kobayashi, e re-cebeu das suas mãos dois diplomas; um outorga-do pelo Líder Espiritual Kyoshu-Sama e outro ou-torgado pelo próprio Presidente Mundial! (Palmas)

Nessa oportunidade, ele nos transmitiu uma mensagem muito interessante, que eu gosta-

Ofertório de gratidão pela representante dos participantes, Prof. Maria Helena da Silva Gonçalves Rodrigues

Experiência de Fé da Srta. Amélia Pereira Fernandes

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ria de passar para os senhores. No momento em que estava a receber o certi�cado, ele observou numa parede do gabinete da Presidência Mun-dial, uma caligra�a original de Meishu-Sama e que diz o seguinte: “I SHIN KEN ZAN” que sig-ni�ca: “A união dos sentimentos atravessa a montanha”. O Reverendo sobre o sentido des-se poema disse: “O significado desta caligrafia é que, quando conseguirmos unir os sentimen-tos num único objetivo comum, esta união pro-duz uma força capaz de até perfurar uma mon-tanha. Recebi esta mensagem, como desejo de Meishu-Sama, para as nossas missões, daqui para a frente; que unidos, num único sentimen-to, seremos capazes de grandes realizações em prol da Obra Divina em Portugal!”.

Vamos absorver essa mensagem do nos-so Presidente, como uma mensagem vinda do Messias Meishu-Sama, que foca principalmente, o espírito de união que temos de ter, daqui por diante! (Palmas)

Gostaria de saber quem está a vir hoje pela primeira vez, pode levantar a mão? Sejam bem-vindos à casa de Deus e Meishu-Sama e espe-ramos que essa seja a primeira de muitas outras visitas! (Palmas)

Estamos também a receber membros das seguintes Unidades Religiosas: Lisboa, Oeiras-Cascais, Amadora e Sintra, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Amarante, Lixa, Porto e Gaia naturalmente, e também do Brasil! Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

Especialmente a partir deste mês, estaremos recebendo também um novo grupo, do Núcleo de Johrei de Braga e Guimarães, liderados pelo Min. Araújo, que reiniciaram as suas atividades o mês passado e que estão a vir com toda a força! Não é? (Sim!) Vamos recebê-los com uma grande salva de palmas! (Palmas)

Nos próximos dias 29 e 30 deste mês, rea-lizaremos, como já é de praxe no nosso calen-dário anual, mais um Seminário Nacional como preparação para o Culto do Paraíso Terreste. Este Seminário será realizado no Johrei Center de Coimbra, local onde já há alguns anos não era realizado. Mas desta vez, vamos ter esta permis-são de nos reunirmos no centro do país e será sem dúvida uma bela atividade, uma grande fes-ta, com muita emoção! As vagas são limitadas e pediria às pessoas interessadas que, com o má-ximo de brevidade, buscassem os vossos Minis-tros. Essas inscrições fecham a 22 de abril pois, por questões logísticas de alojamento, refeições, etc, é necessário no mínimo, uma semana de an-tecedência.

Em relação à nossa Caravana para Angola, gostaria de dizer que ainda existem algumas va-gas para essa peregrinação tão importante!

Como o nosso Presidente vem nos infor-mando nos meses anteriores, o que é que nós podemos realmente buscar lá, nessa oportuni-dade? Os nossos irmãos africanos, com a pró-pria cultura, com suas di�culdades e através das dedicações incansáveis, possuem realmente

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pareceu por completo, foi uma mudança de 180 graus na vida dessa jovem.

Durante esse trajeto, foi interessante que ela, com formação evangélica, tinha muita resistên-cia em ter Meishu-Sama na sua vida. Na época, o nosso saudoso Revmo. Tetsuo Watanabe, já tinha lançado a Prática do Sonen, ou seja, o tra-balho de entregarmos os sentimentos dos nos-sos antepassados ao Messias Meishu-Sama.

Ela já tinha tido um grande resultado com o Johrei, mas a mudança foi quando ela começou a questionar: “Eu preciso tirar Nosso Senhor Je-sus Cristo da minha vida para que possa entrar Meishu-Sama?” - aí o Ministro que acompanha-va, alertou-a:“Não Daniela! Você não precisa tirar Jesus, basta acrescentar Meishu-Sama no seu coração!”.

Eu próprio, durante algum tempo, também neguei a minha origem cristã. E além de negar, não desenvolvi sentimento de gratidão a Nosso Senhor Jesus Cristo, algo que é muito importan-te, não acham não? (Sim) Vamos por favor, este ano, ter outra visão, outro sentimento de grati-dão, ao vivenciarmos essa Semana Santa, está bem? (Sim)

Como foi orientado pelo nosso Presidente, a “união” daqui por diante é que vai fazer a di-ferença. A “união” Messias Meishu-Sama, com Nosso Senhor Jesus Cristo, com Buda, Maomé e outros. Temos que alinhar esse pensamento!

Os senhores gostaram da Experiência de Fé? (Sim) Ao passar esta Experiência para o

algo precioso, único, que só lá poderemos ab-sorver na sua integridade, não é verdade? (Sim)

Por isso, não percam tempo e não �quem presos a questões, principalmente, materiais. Vamos focar a importância do cumprimento da nossa missão como seres humanos, decidindo isso aqui e agora, nesse exato momento, tudo vai começar a se abrir na vida de cada um.

E quando estiverem lá aprimorando, sabo-reando daquela força, ao retornarem, vão poder cumprir sua missão de uma forma esplendoro-sa! Vamos cuidar, tratar isso com muito carinho, porque falta pouco mais de um mês para o tér-mino da inscrição. Eu �quei a saber, que já houve um aumento no valor do bilhete de avião, mas o preço às vezes sobe e desce, tudo depende da permissão de cada um.

Daqui a mais ou menos dez dias, entraremos na Semana Santa. Para nós portugueses, que temos uma cultura de raiz católica, é um período muito signi�cativo, aliás, o mais importante no calendário católico.

Ao pensar na Semana Santa, lembrei-me de uma Experiência de Fé interessante, que ouvi há algum tempo no Solo Sagrado de Guarapi-ranga, no Brasil. Eu gostaria de compartilhar só um pontinho dessa experiência. É o caso de uma jovem, na altura frequentadora, Daniela Pa-trícia, que tinha um problema muito sério de de-pressão, que depois complicou e passou para síndrome de pânico; mas com a prática do Jo-hrei, com acompanhamento, o problema desa-

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Reverendo, ele falou assim: “Puxa, nós precisa-mos transmitir isso para as pessoas. Esse é um exemplo que não podemos realmente desperdi-çar”.

A experiência foca essa questão da decisão. Pode-se pensar: “Ah, foram as experiências do Reverendo Carlos”. Muita coisa ali foi importante, foi referência e ela pegou na experiência de vida, de formação dele, o seu sentimento de persis-tência. O Reverendo não acreditava, era racional e queria ver o processo, a e�cácia do Johrei na vida das pessoas. A Amélia pegou esse ponto, mas também poderia não ter pego e passar des-percebido.

Mas o que é que ela realizou antes? Ela já estava a realizar uma meta de distrubuir 1000 Flores de Luz, por isso é todo um processo, uma continuidade de dedicação.

Essa situação no trabalho, ao substituir a amiga, ela observou o sofrimento daquela famí-lia, não hesitou e tomou logo decisão de servir, ou seja, aproveitou a oportunidade e a pessoa naturalmente aceitou!

Porque poderia muito bem ter acontecido: “Não, não permito que mexa na minha casa!” Sabemos muito bem que não é fácil, pois abrir a casa é abrir o coração, mas ela teve essa per-missão, porque “entrou de cabeça”, decidida! Pensou, de seguida, também: “Não posso fazer esta dedicação sozinha”. Aí, convidou uma “tur-

ma” que “invadiram” a casa da senhora… (Risos) A união é de facto fundamental! Aqui presente está a Dona Marcelina, que também participou da assistência a essa familia, parabéns! (Palmas)

Já foram várias vezes três elementos dessa família no Johrei Center e o mais importante é a felicidade deles e a da Amélia! Isso é que real-mente é fabuloso, é grati�cante! (Palmas)

No Ensinamento de hoje, “Felicidade” Meishu-Sama diz o seguinte: “Será, então, a fe-licidade algo tão difícil de se conseguir? Devo dizer que não.

(…) Tudo se enquadra dentro da Lei de Causa e Efeito, e a felicidade não foge a essa lei. Descobrir a sua causa será, pois, descobrir a chave do problema. A solução da incógnita está na compreensão do amor altruísta. Lutar pelo bem-estar do próximo é a condição es-sencial para nos tornarmos felizes”.

Lutar! Bom, também não precisa de “sair na mão”, não é? (Risos) Mas é realmente “roer o osso” junto com a pessoa; não é escolher a faci-lidade, não! Ela tirou fotogra�as dessa dedicação e é possível ver a casa num estado realmente ca-ótico… Mas depois da dedicação �cou a brilhar!

A Amélia começou também a fazer a Hor-ta Caseira, pegando lá na enxada… Tem que suar… Tem que trabalhar naquele pedaço de terra, de solo; o que representa o solo? Encon-tramos muitos sentimentos de ódio, de raiva, im-

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7|abril / 2017

Qual ponto pode ser útil a Deus? Aí dava tare-fa para as pessoas. Aí, essa pessoa, recebendo gratidão das outras pessoas, os seus problemas melhoravam. Aí a pessoa queria se tornar mem-bro. A pessoa passava a acreditar que se fizesse as outras pessoas felizes em primeiro lugar, ela seria feliz. Esse é que é o segredo da felicidade.

Quem recebia graça, recebia tarefa forte, por ter a vida salva. Dava tarefa e cobrava. Toda gen-te se tornava útil. Eu não conseguia fazer as pes-soas felizes. Deus é que torna as pessoas felizes. Minha preocupação era como tornar as pessoas úteis a Deus. Se elas fossem úteis a Deus, elas se tornariam felizes. Minha missão era descobrir a tarefa que iria fazer aquela pessoa feliz.

Quando ministrava Johrei, ministrava tam-bém nos antepassados que vinham junto com os frequentadores. Sem querer, eu já fazia a Prática do Sonen. Mentalmente eu orientava os antepas-sados.

Eu olhava para a pessoa, como falava, como sentava, como cumprimentava, se estava preo-cupada com a felicidade das outras pessoas, se encaminhava novas pessoas e eu sentia se ela já estava na hora de receber o Ohikari. Aí, eu dava tarefa para ela receber Johrei comigo: 10 Johrei. Em cada Johrei eu ensinava, dava aula de inicia-ção para a pessoa. Usava exemplos fáceis de se-rem entendidos.

Nos primeiros 3 Johrei eu procurava ensinar Lei da Causa e Efeito: todo sofrimento tem sua causa. Na primeira vez, eu perguntava: Por que você veio aqui? Todos explicavam seus proble-mas. Eu ouvia o problema até ao fim e anotava tudo num caderno, para poder fazer minhas pre-ces para a pessoa à noite.”

Será que nós, que somos Johrei Center am-bulantes, não temos também essa condição de realizar esse trabalho? Ou precisamos ter um Johrei Center físico para fazer isso? (Não)

“Nos outros 3 Johrei eu explicava a Lei da Purificação: Para explicar sobre a purificação, eu falava sobre a gripe. Consegue engolir catarro? Não consegue porque acha que catarro é sujo, não é? Quando sai catarro é limpeza, não é? A gripe lava dentro da cabeça e lava dentro do cor-po. Essa é a função da gripe. Eu mesmo peguei gripe forte todos os anos quando era criança. A gripe é a mãe da saúde.

pregnado por nossos Antepassados; a permis-são daquela pequena parte de terra, de solo que existe ali, é para entrar Luz através do sentimen-to de gratidão que vamos impregnar. Nós temos essa responsabilidade. Por isso é tão importante a prática da Agricultura Natural, do Belo e do Jo-hrei.

Preparando esta palestra, eu encontrei uma orientação de março de 2009, do nosso saudoso Revmo. Watanabe, que tem tudo a ver com essa prática do amor altruísta que estamos a falar.

Ele diz assim: “Na época em que comecei a fazer difusão, eu só pensava na felicidade das pessoas, queria que elas se tornassem felizes. Para formar novos membros, precisa pensar em tornar as pessoas felizes”.

Porque às vezes, você com a ansiedade de querer ver a felicidade da pessoa, já quer logo outorgar a pessoa e esquece-se de fazer a pes-soa feliz; você está saltando uma etapa…

Todos nós, os frequentadores, não são só os membros, temos essa condição: Fazer alguém feliz! É ou não é? (Sim) Precisamos primeiro fa-zer isso através de pequenas ações altruístas… como também foi ensinado pelo Reverendíssimo na época: “Todo o dia chegavam os frequenta-dores com problemas. Eu ouvia-os e marcava num caderno o sofrimento de cada um deles.” É o sentimento dele, de amor, de cuidado com cada um… É o que nós estamos a ouvir atual-mente, é a nossa tarefa até à vinda do nosso Presidente Mundial, - “Encontrar, escutar e mi-nistrar Johrei”. É a mesma coisa, só mudam as palavras, mas a essência é a mesma.

Ele continua: “Ia colocando um por um, como se estivessem recebendo a Luz de Meishu-Sama.

Minha prece era pensar em cada um deles no Altar do Johrei Center, um por um, pensava em cada um deles. Pensava nisso todo o santo dia. Imaginava a Luz do Messias Meishu-Sama penetrando na mente, no corpo e no coração de cada um deles, queimando as máculas da sua dor e do seu sofrimento.

Eu ficava a pensar e me perguntava: Por que essas pessoas sofrem tanto? Cheguei à conclu-são que é pelo egoísmo que as pessoas sofrem.

Aí pensei: quem se tornar útil a Deus, Deus vai salvar. Vai tornar essa pessoa feliz.

Essa pessoa como pode ser útil a Deus?

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Nos outros 3 Johrei: Tem que ser útil! Quem salva é Deus! Não sou eu quem salva. Eu não posso salvar você. Deus protege a quem for útil a Ele. Por isso, minha missão é tornar-me cami-nho para tornar você útil a Deus. Se você prati-car o que eu ensinar, você será protegida sem-pre, será feliz, ganhará verdadeira felicidade.

Você utiliza sua cabeça, seu corpo, seu di-nheiro para si mesmo? Então, você é egoísta. Tem que ser útil a Deus. Ministrar Johrei é o me-lhor caminho para ser instrumento de Deus.

Difusão não é difícil não... basta pensar na felicidade dos outros. Se quiser fazer alguém feliz, tem que procurar o que está a faltar para essa pessoa ser feliz. Tem que dar dicas, tare-fas... Experimente fazer isso, ou aquilo... durante um ano... pode ser donativo, dedicação, Johrei, etc., pensando sempre na felicidade dos outros. Sempre orientei as pessoas baseado num salmo de Meishu-Sama:

“Quem ama a vida e ajuda o próximo, será amado e protegido por Deus onde quer que esteja.”

Nunca se esqueça disso: “Se não fizer o pró-ximo feliz, você nunca será feliz.”

Essa é uma grande verdade e realmente através dessa orientação do Revmo. Watana-be e também da Experiência de Fé da Amélia, o nosso Presidente Reverendo Carlos, deixou

uma prenda para todos nós: “Vamos decidida-mente acompanhar e fazer feliz uma pessoa!”

Será que é possível acompanhar uma pes-soa? É ou não é? (Sim)

Mas tudo depende do nosso Sonen; se você pensar complicado, realmente será complica-do... Pense fácil! Pode iniciar até mesmo com um pensamento egoísta, de querer acompanhar alguém pensando na sua própria felicidade… Não tem problema, mas comece a praticar! Por-que com a prática, com a ação, pouco a pouco, a pessoa começará a sentir o prazer de se tor-nar uma pessoa altruísta.

Nós temos o Johrei, mas existem muitas outras pequenas ações altruístas que podemos desenvolver no nosso dia-a-dia, sempre pen-sando na felicidade de alguém!

Vamos sair do estado passivo, de esperar que alguém “caia do céu”… Não vai cair do céu, não! (Risos) Para a Amélia estar atenta e a opor-tunidade ter aparecido, o que ela precisou reali-zar? Distribuir 1000 Flores de Luz!

Vamos conseguir, então? Vamos? (Sim!)Ao pensar nisto, precisamos estar atentos,

porque na mesma hora, começa a vir resistên-cia; mas não é preciso mandar embora não! (Ri-sos) Vamos reconhecer, isso está dentro de nós e tem ligação forte connosco, por isso, não va-mos desperdiçar essa oportunidade!

Tenham todos um bom mês de abril! Muito obrigado e boa missão!

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9|abril / 2017

De 27 de março a 4 de abril, o Presidente da IMMP,

Rev. Carlos Eduardo Luciow, esteve nos Solos Sagrados do Japão, onde participou do Culto Especial da Primavera na Sede Geral do Solo Sagra-do de Atami.

No passado dia 29 de março, assistiu à orientação do Sr. Masaaki Okada, �lho do nosso Líder Espiritual, Kyoshu-Sama, para os semi-naristas que estão a regressar aos seus países de origem.

No dia seguinte, 30 de março, recebeu das mãos do Presidente Mundial da Igreja, Rev. Masayoshi Kobayashi, o Título de Ministro Dirigente (Reverendo). A entrega foi fei-ta no Gabinete da Presidência onde havia exposta uma cali-gra�a original de Meishu-Sa-ma: "A união dos sentimen-tos atravessa a montanha" (ISHINKENZAN).

O signi�cado dessa ca-ligra�a é que quando conse-

Presidente da Igreja Messiânica Mundial de PortugalRev. Carlos Eduardo Luciow, visita Solos Sagrados do Japão

guimos unir os sentimentos num único objetivo comum, esta união produz uma força capaz de até perfurar uma montanha. O Reverendo rece-beu essa mensagem como o

desejo de Meishu-Sama para as nossas missões; que daqui para frente, unidos num único sentimento, seremos capazes de grandes realizações em prol da Obra Divina.

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A FORMAÇÃO DO PARAÍSO NO LAR

Se olhássemos as coisas, colocando-nos, ao menos uma vez, de cabeça para baixo…

10ª ParteContinuação da entrevista à revista Izunome (edição Japão) do Revmo. Tetsuo Watanabe

Antes de entrar no assunto principal su-gerido pelo título deste artigo, gostaria

de falar sobre algo essencial à sua compre-ensão.

No último Culto do Paraíso Terrestre, Kyoshu-Sama nos orientou sobre o “Juízo Final”, que ocorre no momento da grande mudança da Noite para o Dia, referindo-se a este juízo como o julgamento da nossa consciência. Ele disse:

“Com relação ao termo “final” da ex-pressão “Juízo Final”, creio que ele sim-bolize a nossa autoconsciência. O ponto de partida da nossa existência é o Para-íso – a dimensão inicial da Criação – e o ponto de chegada é a auto-consciência – a dimensão final da Criação. É assim que nos tornamos o “eu do presente”.

Será que a expressão “Juízo Final” não é utilizada porque, de facto, o que será julgado é a nossa consciência, a qual é a dimensão final da Criação?”

ÉPOCA EM QUE A VOZ DOS DEUSES,ECOAVA EM NOSSOS CORAÇÕES

Logo após a orientação de Kyoshu-Sa-ma, tomei conhecimento de um livro escri-to pelo psicólogo americano Julian Jaynes, intitulado “A origem da consciência no co-lapso da mente bicameral” (tradução livre do título original “The origin of consciou-sness in the breakdown of the bicameral mind”).

Nesta obra, Jaynes a�rma que a cons-ciência do ser humano teve origem há cer-

Revmo. Tetsuo Watanabe.

ca de três mil anos. Antes disso, o que ele tinha era uma mente dividida em duas, de-nominada “mente bicameral”. De um lado, estava a que dava as ordens e era compre-endida como “deus” e, do outro, a mente que obedecia às ordens recebidas, deno-minada “ser humano”. Sem unidade entre os lados direito e esquerdo do cérebro, o ser humano vivia em obediência à voz dos deuses, que era sussurrada no lado direito do cérebro. Depois da aquisição e do de-senvolvimento da linguagem, mais precisa-mente da escrita, a mente bicameral entrou em colapso, dando origem à consciência. Ao longo da história, Deus deve ter enviado os grandes sábios e santos para suprir as imperfeições da nossa consciência.

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palavras e actos incorretos do homem ci-vilizado, que não escuta a voz de Deus, provocam terríveis calamidades naturais, fazendo com que se percam muitas vidas.

Durante a orientação citada no início deste artigo, Kyoshu-Sama a�rmou ainda:

“Se reconhecermos que o julgamen-to terminou e que, junto com todos os seres, fomos perdoados [por Deus] e se, depois disso, retornarmos ao Paraíso – que é a dimensão inicial – poderemos, verdadeiramente, encerrar o “Juízo Fi-nal”.

Ou seja, ele nos deixa claro que, por meio do empenho em aprofundar nossa con�ança no in�nito amor de Deus, que a tudo perdoou, conseguiremos alcançar a consciência que nos permite aceitar e re-ceber este amor, possibilitando-nos, en�m, concluir o “Juízo Final”.

E o momento é agora. Sinto que, três mil anos depois, Deus está promovendo uma grande mudança capaz de fazer surgir uma nova consciência, muito mais aprimo-rada do que aquela que emergiu na anti-guidade. Conseguiremos ouvir novamente Sua voz.

OBSERVANDO-SE AS MUDANÇAS DA NATUREZA,

APRENDEMOS MAIS SOBRE A MUDANÇA DE CONSCIÊNCIA

Deveríamos almejar ter uma consciência da qual emana, ininterruptamente, a mais profunda gratidão pelo amor de Deus; um coração totalmente preenchido pelos bons sentimentos, os quais podem ser compre-endidos como a própria Vontade de Deus.

Sabemos, porém, que não se consegue chegar a tal ponto de um dia para o outro. Para atingirmos esse nível, é necessário que ocorram diversas “mudanças de cons-ciência”, que puri�quemos e renovemos, várias vezes, o nosso coração.

No Ensinamento “Transição da Noite para o Dia”, de 1947, Meishu-Sama a�r-ma: “(...) temos o contraste entre o dia e a noite não só no espaço de um dia,

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Durante as celebrações do Culto do Iní-cio da Primavera, realizado nos dias 4, 5, 6 e 7 de fevereiro de 1954, Meishu-Sama anunciou que, após três mil anos de exílio, um deus muito correto e rigoroso, chamado Kunitoko-Tachi-no-Mikoto, havia retornado a este mundo, por volta do dia 3 de feverei-ro daquele ano (1954), para manifestar-se como o Grande Juiz e realizar o Juízo Final no plano material.

Conta-se que, há três mil anos, o mun-do era governado por este deus, conheci-do também como Ushitora-no-Konjin. Ele fora aprisionado e exilado (em determinado lugar da direção nordeste) porque as divin-dades que viviam sob sua autoridade que-riam se ver livres dele.

Tenho a impressão de que existe uma misteriosa “coincidência” entre o que Meishu-Sama disse sobre os três mil anos de aprisionamento do deus Kuni-toko-Ta-chi-no-Mikoto e a teoria de Jaynes sobre os três mil anos de “silêncio” dos deuses, em outras palavras, da perda da capacida-de humana de ouvi-los.

PARA PÔR FIM AOS TRÊS MIL ANOS DE SILÊNCIO

O ser humano já não ouvia mais a voz dos deuses e, com sua imperfeita consci-ência, foi criando um mundo muito diferen-te do que era esperado.

Na antiguidade, a doença, a pobreza e o con�ito ocorriam em escalas menores. Hoje, tomaram proporções mundiais. Ca-lamidades naturais são uma preocupação em todo o planeta. Vírus e bactérias no-civas atravessam mares e oceanos, con-taminando várias partes do globo. A am-bição indecorosa das grandes nações se trans�gurou em con�itos bélicos e guerras econômicas, fazendo surgir uma legião de pessoas que padecem de severas doen-ças e pobreza.

O físico Torahiko Terada, advertiu há mais de cem anos: “Quanto mais a cultu-ra avançar, mais rigorosas serão as cala-midades.” Desta forma, os sentimentos,

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Kyoshu-Sama orienta sobre a importância de nos tornarmos instrumentos na nova etapa do Plano Divino pós-transição da Noite para o Dia. (Culto do Paraíso Terrestre, 2011)

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mas também em intervalos de um, dez, cem, mil, milhares ou milhões de anos.”

Nesta passagem, “dia” e “noite” não se referem aos períodos em que determinada faixa terrestre está sendo iluminada ou não pela luz do Sol. Trata-se, pois, de uma alu-são a aspectos que se encontram em re-lação de correspondência e reciprocidade, ou seja, aspectos duais, como construção e destruição, “yin” e “yang”, vida e morte, Bem e Mal, alegria e sofrimento etc. A har-monia e a evolução de tudo o que há no Uni-verso são garantidas por meio da constante oscilação entre um aspecto e outro.

No Ensinamento “Sejam Sempre Ho-mens do Presente”, Meishu-Sama nos en-sina este facto:

“Observemos a Natureza. Ela procura renovar-se e progredir constantemente, sem um minuto de interrupção. (...) Ora, se tudo continua evoluindo, é natural que os homens também devam evoluir continuamente, seguindo o exemplo da Natureza. Nesse sentido, eu mesmo faço esforço para elevar-me e progredir cada vez mais; este mês, mais do que no mês anterior; este ano, mais do que no ano passado. (...) É indispensável o progres-so do espírito, a elevação da individua-lidade. Portanto, devemos prosseguir passo a passo, pacientemente, visando à perfeição, principalmente no que se refere à espiritualidade.”

Logo, assim como Meishu-Sama orien-ta neste Ensinamento, gostaria que todos nós pudéssemos evoluir, renovando nosso sentimento e mentalidade cotidianamente.

É PRECISO CUIDAR PARA QUE A MENTE E O CORAÇÃO

NÃO FIQUEM ESTAGNADOS

Bem, um ponto importante a ser obser-vado para a renovação do sentimento e do modo de pensar é encarar as coisas como se estivéssemos de “cabeça para baixo”.

A professora Miyako Yoshioka, �lha de Meishu-Sama, relata sobre a maneira como seu pai gostava de analisar as coisas. Pa-rece que ele sempre dizia: “Será que, se olhássemos as coisas colocando-nos, ao menos uma vez, de cabeça para baixo, não começaríamos a compreendê-las melhor?” Ela nos conta, ainda, que Meishu-Sama costumava dar os seguintes conselhos à família:

“Não podemos ficar presos às mes-mas coisas e ideias, é preciso mudar.”

“Não seja cabeça-dura: a cabeça tem que ser “macia” como um pedaço de tofu1.”

“As pessoas que repetem sempre a mesma coisa e que quase nunca mu-dam de pensamento têm muitas toxinas na cabeça.”

“Aqueles que conseguem mudar o

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próprio Sonen, o modo de pensar, são verdadeiramente inteligentes.”

“Não devemos sentir nenhum rancor por aqueles que vêm para nos polir; mui-to pelo contrário, devemos ter gratidão.”

“Do topo de uma montanha, nós nos damos conta de quão pequena é a exis-tência humana.”

“A partir do momento em que uma pessoa começa a se julgar importante, tem início sua decadência.”

“Depois de uma série de aconteci-mentos ruins, as coisas começam a me-lhorar.”

“Ouçam até mesmo o que uma crian-ça de três anos tem a dizer. Eu faço isso.”

As máximas acima nos falam da impor-tância de nos livrarmos dos preconceitos e das ideias �xas.

Há muitos Ensinamentos que abordam este assunto: Dúvida; Daijo e Shojo [Am-plo e Restrito]; O Que É Limite; Espírito de “Izunome”; Sejam Sempre Homens do Presente; Egoísmo e Apego; Bom Senso; O Homem Depende de Seu Pen-samento; Escravos das Tumbas; Teoria sobre os Efeitos Contrários e muitos ou-tros.

En�m, é como se Meishu-Sama esti-vesse nos ensinando: “Não permitam que sua mente e seu coração �quem estagna-dos. Procurem observar as coisas a partir de diversos ângulos. Ajam sempre com a mente aberta, de forma livre e desimpe-dida, aprendendo com os exemplos que a própria Natureza nos dá. É esta atitude mental que nos conduzirá, naturalmente, à felicidade.”

O APEGO FAZ COM QUE NOS EQUIVOQUEMOS EM RELAÇÃO

À VERDADEIRA NATUREZA DOS FACTOS

“A mescla da ambição desmedida e do apego, destrói o corpo e a alma.”

Meishu-Sama

No passado, encontrei muitas pessoas que, por viverem apegadas às suas ideias

e experiências, não conseguiam mudar a maneira de sentir e de pensar e, por este motivo, viviam num sofrimento sem �m.

Por exemplo: diretores de empresas que, presos somente à própria experiência e incapazes de adequar-se ao progresso do tempo, levaram suas �rmas à bancarro-ta e deixaram funcionários na rua da amar-gura. Um pai que, tomado pela tristeza e pelo ódio, �cou completamente perturba-do e acabou assassinando a família ama-da. Mães que, sem compreender o verda-deiro sentido da morte e se sentindo res-ponsáveis pelo falecimento do �lho, viviam em total desespero.

Pais que, totalmente seguros de que estavam educando seus �lhos de maneira perfeita, acabaram fazendo com que estes caíssem na marginalidade.

Sogras que viviam sofrendo por esta-rem convencidas de que eram odiadas pelas noras. Mulheres que, por desejarem demais ser bem-conceituadas, acabaram tornando-se depressivas. Mulheres que não conseguiam construir bons relacio-namentos devido ao profundo sentimento autodestrutivo, que as fazia sentir-se hor-ríveis. Homens presunçosos que se acha-vam melhores que todos e, em decorrência de tal atitude, foram desprezados e acaba-ram na solidão.

Eu não conseguiria enumerar a quanti-dade de homens que vi perder oportunida-des de ascensão porque julgavam que já tinham um currículo escolar su�cientemen-te elevado e não se preocuparam em se aperfeiçoar, em aprender um pouco mais. En�m, estes são apenas alguns exemplos dentre muitos.

Eu ministrava Johrei a essas pessoas e orava a Deus e a Meishu-Sama para que o coração delas fosse tocado e que elas pu-dessem ser libertadas daquele sentimento egocêntrico e tão preso às aparências.

Escutei, com toda atenção, cada uma dessas pessoas. Baseado nos Ensinamen-tos de Meishu-Sama, tentei explicar a elas o signi�cado da puri�cação, manifestação do amor de Deus, e a maneira correta de

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entender as coisas e de viver uma vida com verdadeira paz e segurança, alicerçada na prática do amor altruísta.

Desta forma, essas pessoas, em sua maioria, conseguiram libertar-se dos gri-lhões que as acorrentavam, tornando-se mais fortes e, ao mesmo tempo, mais �exí-veis do que eram antes da puri�cação.

ANTES DE MAIS NADA, TENTE COLOCAR-SE

DE “CABEÇA PARA BAIXO”

A “mudança de consciência”, de men-talidade, se mostra particularmente neces-sária quando nos deparamos com um pro-blema. E quanto mais grave, quanto mais difícil ele for, menos enxergamos e mais somos tendenciosos. Além disso, preocu-pação gera mais preocupação, o que só faz aumentar o sofrimento – assim funciona o coração humano. Devemos, primeiramen-te, tomar conhecimento desta caracterís-tica de nosso sentimento e, depois, tentar mudar um pouquinho nossa maneira de ver as coisas.

Por exemplo, quando alguém se interna para passar por alguma cirurgia, é comum �car ansioso e apreensivo. Contudo, a pre-ocupação diminuirá bastante se, em lugar disso, pensarmos: “Esta puri�cação é uma prova do amor de Deus, que a concedeu para meu crescimento. Deus utilizará o ci-rurgião como Seu instrumento. Vou con�ar e agradecer. Entrego tudo nas mãos de Deus.” Além disso, acredito que, se nos di-rigirmos aos médicos e enfermeiros, sem-pre com verdadeira gratidão, e dissermos: “Con�o plenamente em vocês. Estou em suas mãos!”, o bem maior brotará em seus corações e isso fará com que tudo se en-caminhe melhor.

Aqueles que cuidam de pessoas que estão passando por puri�cações, devem procurar entender o sentimento delas: cho-rar junto, às vezes; animá-las, em outras. De vez em quando, devem �car calados, só observando; en�m, é preciso cuidar com todo amor e atenção para que a mu-

dança de consciência dessas pessoas se realize de maneira tranquila. Se elas des-conhecem completamente o conceito de puri�cação, é melhor não disparar coisas do tipo: “Puri�cação é amor de Deus, você deve ter gratidão.”

Se as pessoas que vivem com você não compreendem sua fé, procure re�etir e au-toanalisar-se: “Será que são eles mesmos que não estão entendendo a minha fé? Será que, ao contrário, não é a minha con-duta que está provocando a aversão deles à fé que professo?” Tenho certeza de que tal re�exão levará a uma solução.

Para quem reclama, por exemplo, dos �lhos, que dão muito trabalho, ou da nora, que é desatenta, que tal rememorar o pas-sado? Se assim o �zer, é bem possível que se lembre que, quando criança, também deu trabalho ou que, quando se casou, também não sabia muita coisa. Com isso, certamente, será mais fácil compreender o sentimento do outro e perdoá-lo. Conse-guirá, até, aconselhar com mais amor.

Há também os membros que se dedi-cam de corpo e alma à obra de Deus, pelo bem do próximo, e acabam se cansando. Sabemos que as pessoas que dedicam com fervor possuem um forte senso de res-ponsabilidade. Assim, muitas vezes, aquele sentimento inicial, puro, de “quero ter a per-missão” de dedicar, um dia acaba se trans-formando em “tenho” que dedicar, como se isso fosse uma pesada obrigação. Conse-

Ao praticarmos docilmente os Ensinamentos, entregarmostudo a Meishu-Sama e cultivarmos o sentimento que compreende

natureza das coisas, teremos a permissão de aprofundar a fé.(Caravanistas da Tailândia)

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continua no próximo boletim

nas montanhas, no meio da �oresta. Certo dia, um lenhador estava cortando madeira com seu machado quando Satori apareceu e começou a dar palpite em seu trabalho, insistindo para que este abandonasse o que fazia e o acompanhasse. O lenhador, cansa-do de ser importunado, começou a pensar numa maneira de capturar Satori. Porém, como este conseguia ler a mente das pes-soas, o lenhador não conseguia prendê-lo de maneira alguma. Já cansado, acabou desistindo desta impossível tarefa e voltou a se concentrar em seu trabalho. Ao levan-tar o machado para cortar a árvore, a lâmina escapou e atingiu Satori, que acabou mor-rendo.

Moral da história: quanto mais queremos alcançar, com todo nosso esforço, a Ilumi-nação, a Sabedoria, mais nos afastamos dela. Conscientes disso, devemos nos em-penhar para fazer o que se apresenta diante de nós, pois quando conseguimos eliminar totalmente o apego, alcançamos a felicida-de que tanto almejamos.

A Iluminação não é algo que consigamos conquistar, apreender. Com base nos termos da nossa fé, poderíamos dizer que Ilumina-ção é “ter um sentimento, uma mentalidade, que esteja de acordo com a Vontade Divina”. Contudo, não conseguimos alcançar tal es-tado somente citando essa de�nição. O que devemos fazer é livrar-nos das ideias �xas, viver uma vida correta, como Meishu-Sama nos orienta, com seriedade e persistência e, acima de tudo, trilhar o caminho da fé com o coração e a mente abertos. Somente as-sim, receberemos a oportunidade que Deus nos preparou para realizarmos a mudança de consciência que culmina em felicidade.

Meishu-Sama nos ensina: “Não deve-mos exagerar na fé. Não devemos definir tudo nem devemos deixar tudo vago. Não podemos nos entregar de corpo e alma em um primeiro momento e logo depois abandonar tudo. O ideal é ser constante. Devemos agir assim sempre.” (21 de no-vembro de 1935).

quentemente, essas pessoas sofrem.Portanto, quando se sentir cansado,

é bom mudar de ares: ler, viajar, apreciar obras de arte, en�m, fazer alguma coisa para renovar o sentimento e retomar as de-dicações com prazer e alegria. É este esta-do de espírito que se encontra em concor-dância com a sagrada vontade de Meishu-Sama.

Desta forma, chega a ser interessante, o quanto o mundo muda, só de modi�car-mos um pouquinho nossa maneira de ver as coisas. Entretanto, este é só o primeiro passo, o primeiro nível.

A professora Miyako, �lha de Meishu-Sama, nos conta que, quando o mestre observava algo, ele conseguia captá-lo de todos os ângulos, mesmo que estives-se observando-o apenas de frente: “(...) Meishu-Sama conseguia ver o todo a partir da observação de um aspecto. (...) Quando nos aproximávamos dele, tínhamos a sen-sação de que ele estava lendo tudo o que se passava dentro de nós. Por isso, talvez, nós nos tornávamos dóceis na sua presen-ça.”

Ou seja, Meishu-Sama não assimilava as coisas somente de um ou dois ângulos. Ele captava sua essência, em todos os as-pectos, de uma só vez, num instante.

Quanto mais elevado o nível, maior se torna a capacidade de ver as coisas por diversos ângulos e variados olhares. Não �cando presos somente a uma maneira de olhar, tornamo-nos donos de um coração livre e generoso.

O QUE É GARANTIDO...

Bem, para �nalizar, gostaria de citar uma história contada por Daisetsu Suzuki (1870-1966), um grande estudioso do budismo. Trata-se da lenda de um monstro, chamado Satori (que, em japonês, signi�ca também “Iluminação”, “Sabedoria”).

Satori gostava de perturbar as pesso-as. Ele conseguia ler a mente delas e vivia

1Tofu: queijo de soja.

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PEREGRINAÇÃO AO FUTURO SOLO SAGRADO DE CACUACO – ANGOLAPORTUGAL – ESPANHA – REINO UNIDO – ITÁLIA – SUÍÇA

29/06 a 05/07/2017

SÍNTESE DA PROGRAMAÇÃO:

- Culto Mensal de Gratidão da Sede Central de África.- Visita e dedicação no futuro Solo Sagrado de Cacuaco.

- Visita à Escola Agrícola Mokiti Okada.- Visita e dedicação num Johrei Center de Luanda.

A inscrição é considerada válida após a compra do bilhete de avião. Mais informações junto dos Ministros responsáveis de sua Unidade Religiosa.

A obra de Meishu-Sama começou a expan-dir-se por vários países africanos a partir

de 1991,  quando foram encaminhados, em Angola, sete membros, pioneiros da difusão. A partir de então, com o suporte do Rev. Fran-cisco Jésus Fernandes, a Fé Messiânica foi-se expandindo. Em 1998, quando já havia 700 membros no país, o então Min. Cláudio Cris-tiano Leal  Pinheiro, foi designado para assumir a difusão.

Pouco antes da se-gunda visita Missionária do Presidente da IMM, o saudoso Revmo. Tetsuo Watanabe, o governo de Angola cedeu em 2006 à IMMA, um terreno com cerca de 1.770.000 m2, facto considerado pelos messiânicos locais como

uma atuação de Meishu-Sama em prol da evolução da Obra Divina. A área possui uma pequena colina ao fundo, faz parte de uma vila rural às margens do rio Bengo e está localiza-da a 18 km da capital Luanda, que abrigará o Solo Sagrado de Cacuaco, o primeiro do con-tinente africano.

O terreno abriga o Polo Agrícola e a Esco-la de Agricultura Natural de Cacuaco, onde é fornecido o Curso de Agricultura Na-tural e Horta Caseira.  Há ainda um projeto de cons-trução de uma Universida-de Messiânica no local.

Atualmente, a difusão no continente africano conta com 80 mil membros messiânicos em 23 países, dos quais 70 mil estão em Angola.