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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL BOLETIM INFORMATIVO SETEMBRO 2017 53 As Três Grandes Calamidades e as Três Pequenas Calamidades V ou explicar o significado fundamental das Três Grandes Calamidades – vento, chuva e fogo – e das Três Pequenas Calamidades – fome, doença e guerra – comentadas desde eras remotas. O vento e a chuva são ações purificadoras do espaço entre o Céu e a Terra, causadas pelas máculas acumuladas no Mundo Espiritual, isto é, impurezas invisíveis. Dispersá-las com a força do vento e lavá-las com a chuva, é a finalidade da tempestade. Mas que máculas são essas e de que forma se acumulam? São máculas formadas pelos pensamentos e palavras do Homem. Pensamentos que perten- cem ao Mal, como ódio, insatisfação, inveja, cóle- ra, mentira, desejo de vingança, apego, etc., ma- culam o Mundo Espiritual. Palavras de lamúria, in- clusive em relação à Natureza como, por exemplo, comentários desairosos sobre o tempo, o clima e as colheitas, censuras e agressões às pessoas, gritos, intrigas, cochichos, enganos, repreensões, críticas e outras coisas desse género também par- tem do Mal e maculam o Reino Espiritual das Pa- lavras que, em relação ao Mundo Material, se situa antes do Reino do Pensamento. Quando a quan- tidade de máculas acumuladas ultrapassa certo limite, surge uma espécie de toxinas que causarão distúrbios na vida humana e então ocorre a purifi- cação natural. Essa é a Lei do Universo. Como expliquei, as máculas do Mundo Espiri- tual, ao mesmo tempo que influenciam a saúde do Homem, afetam as ervas, as árvores e principal- mente as plantações, tornando-se a causa da má colheita e do alarmante aparecimento de insetos nocivos. (…) Tal como nas calamidades naturais, nas cala- midades humanas também há algo de aterroriza- “A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento” Meishu-Sama Shin Verdade Zen Bem Bi Belo ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALBOLETIM INFORMATIVO

SETEMBRO 2017 Nº 53

As Três Grandes Calamidades e as Três Pequenas Calamidades

Vou explicar o signi�cado fundamental das Três Grandes Calamidades – vento, chuva e fogo –

e das Três Pequenas Calamidades – fome, doença e guerra – comentadas desde eras remotas.

O vento e a chuva são ações puri�cadoras do espaço entre o Céu e a Terra, causadas pelas máculas acumuladas no Mundo Espiritual, isto é, impurezas invisíveis. Dispersá-las com a força do vento e lavá-las com a chuva, é a �nalidade da tempestade. Mas que máculas são essas e de que forma se acumulam?

São máculas formadas pelos pensamentos e palavras do Homem. Pensamentos que perten-cem ao Mal, como ódio, insatisfação, inveja, cóle-ra, mentira, desejo de vingança, apego, etc., ma-culam o Mundo Espiritual. Palavras de lamúria, in-clusive em relação à Natureza como, por exemplo, comentários desairosos sobre o tempo, o clima e

as colheitas, censuras e agressões às pessoas, gritos, intrigas, cochichos, enganos, repreensões, críticas e outras coisas desse género também par-tem do Mal e maculam o Reino Espiritual das Pa-lavras que, em relação ao Mundo Material, se situa antes do Reino do Pensamento. Quando a quan-tidade de máculas acumuladas ultrapassa certo limite, surge uma espécie de toxinas que causarão distúrbios na vida humana e então ocorre a puri�-cação natural. Essa é a Lei do Universo.

Como expliquei, as máculas do Mundo Espiri-tual, ao mesmo tempo que in�uenciam a saúde do Homem, afetam as ervas, as árvores e principal-mente as plantações, tornando-se a causa da má colheita e do alarmante aparecimento de insetos nocivos. (…)

Tal como nas calamidades naturais, nas cala-midades humanas também há algo de aterroriza-

“A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento”Meishu-Sama

ShinVerdade

ZenBem

BiBelo

ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

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dor, principalmente na guerra – aquela que maiores danos causa ao Homem. Sobre as causas da guerra, apresentarei uma tese nova, que poderá surpreender, por ser algo fora de qualquer ex-pectativa. Gostaria que prestassem toda a aten-ção.

A guerra é a luta de grupos e até hoje a humani-dade tem demonstrado mais propensão a ela que à paz. E não é só internacionalmente. Observando cada região de um país, veremos que quase não há lugares sem con�ito. Nas repartições, nas �r-mas, nas associações, en�m, em qualquer grupo, há sempre lutas nos bastidores, ininterruptamente e as pessoas vivem criticando-se e rejeitando-se. Observamos, ainda, con�itos entre pro�ssionais, con�itos no lar, entre casais, entre irmãos, entre pais e �lhos, con�itos entre amigos, etc. O Homem realmente aprecia muito os con�itos. Notamos que frequentemente eles ocorrem até no interior de transportes, ou na rua, com os transeuntes. Creio ser desnecessário continuar enumerando todos os con�itos que existem entre os homens. Vou expli-car a causa dessa tendência humana.

Todas as pessoas possuem toxinas de diver-sas espécies, inatas ou adquiridas após o nasci-mento. Essas toxinas acumulam-se no local em que os nervos são mais instados pelo Homem, isto é, do pescoço para cima. Mesmo que as mãos e os pés estejam descansando, órgãos como o cé-rebro, os olhos, o nariz, a boca, os ouvidos e ou-tros estão em constante ação enquanto o Homem se encontra acordado. É natural, portanto, que as toxinas se reúnam nas proximidades desses ór-gãos. Essa é também a causa do enrijecimento da região do pescoço e dos ombros, de que muitos se queixam. À medida que as toxinas se acumu-lam, vão se solidi�cando e, quando a solidi�cação atinge certo estágio, surge a ação contrária, isto é, a dissolução e eliminação, a que nós chamamos processo puri�cador. Ele é sempre acompanhado por febre, que surge para dissolver as toxinas so-lidi�cadas e, assim facilitar a sua eliminação. Essa puri�cação natural é a constipação: excreções como escarro, muco nasal, suor, etc., representam eliminação das toxinas.

A grande maioria das pessoas estão constan-temente em processo de puri�cação, com uma constipação pequena, mas, sendo quase imper-cetível, elas julgam-se sadias, o que não corres-ponde absolutamente à verdade. Caso se sub-

metam a um exame minucioso, será constatado, infalivelmente, que elas têm um pouco de febre da cabeça aos ombros, apresentando, entre outros sintomas, peso e dor de cabeça, secreção ocular, muco nasal, zumbido no ouvido e enrijecimento do pescoço e dos ombros. Por isso, sempre há uma certa indisposição. Essa indisposição é a ori-gem da ira, que se concretiza em forma de con�i-to, cujo aumento, por sua vez, acaba em guerra. Assim, para extinguir o espírito belicoso, só há um método: eliminar aquela indisposição. Eis por que, quando a pessoa se sente bem, não se incomoda ao ouvir alguma coisa desagradável, mas, se ela está indisposta, não consegue evitar a ira. Creio que quase todos já tiveram essa experiência.(…)

Com as crianças que facilmente se irritam acontece o mesmo, mas por meio do Johrei o problema resolve-se e elas tornam-se obedientes. Para além disso, o seu nível de aproveitamento es-colar também melhorará. O con�ito entre casais tem a mesma origem; recebendo Johrei, eles con-seguirão harmonizar-se.

Como a causa fundamental do con�ito é a fe-bre decorrente da dissolução das toxinas da cabe-ça e da região do pescoço e dos ombros, o único meio de solucioná-lo é eliminar completamente a febre. Então não será exagero a�rmar que o Jo-hrei da nossa Igreja, apesar de o mundo ser tão grande, é o único, inigualável, absoluto e radical meio de eliminação do con�ito. O mesmo pode-mos dizer em relação a todos os problemas que hoje constituem motivo de sofrimento.

Ideologias destrutivas ou que fomentam lutas de classes, também têm origem na insatisfação e nas queixas provenientes da indisposição das pessoas. Muitos, para fugirem dela, inconsciente-mente procuram sensações fortes e isso, eviden-temente, resulta em crimes, alcoolismo, devassi-dão, ociosidade, brigas, etc.

Fazendo mau uso da razão, os materialistas ambiciosos de cada época geram o aumento da insatisfação e das queixas, instigam a guerra e provocam a revolução social de carácter nocivo. Consequentemente, para se construir a paz eterna sobre a Terra, em primeiro lugar deve-se erradicar a indisposição de cada Homem e aumentar-lhe o bem-estar. Não há dúvida de que, assim, o ser hu-mano abominará o con�ito e amará a paz.

13 de agosto de 1949

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3|setembro / 2017

SAUDAÇÃO DO VICE-PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL, REVERENDO MICHIO SHIRASAWA

1 DE JULHO DE 2017CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO - TEMPLO MESSIÂNICO, SOLO SAGRADO DE ATAMI

Parabéns pelo Culto Mensal de Agradecimento do mês de julho.

Creio que, desde o Culto do Início da Primavera, os senhores �caram extremamente preocupados no que se refere à participação de Kyoshu-Sama no Culto do Paraíso Terrestre e com a situação pela qual nossa Igreja está a passar atualmente.

Entretanto, fomos agraciados com a presença de Kyoshu-Sama e recebemos a sua orientação nesse culto. Além disso, ele cantou o Hino da Luz Divina com os senhores e apertou amigavelmente a mão dos membros após o culto, o que me fez �car profundamente agradecido.

Como Kyoshu-Sama citou nas suas palavras no Culto do Paraíso Terrestre, as atitudes inadequadas cometidas por nós, diretores, geraram um sério pro-blema que colocaria em causa a existência da nossa Igreja. Esquecemo-nos do espírito do ideal básico da nossa Igreja, que consiste na centralização em Kyoshu-Sama, ou seja, “o sentimento de Meishu-Sama será transmitido a cada um de nós por meio

do desejo e da vontade de Kyoshu-Sama”. Portan-to, percorremos por muito tempo um caminho cen-tralizado nos diretores, ou seja, nos seres humanos.

Através da saudação feita pelo Presidente Ko-bayashi no Culto Mensal no dia 1 de maio, nós, diretores, expressámos o nosso perdão a Meishu-Sama, a Kyoshu-Sama e a todos os messiânicos. Atualmente, todos os diretores estão unidos e a empenhar-se para realizar uma drástica revisão em toda nossa Igreja.

No Culto do Paraíso Terrestre, Kyoshu-Sama transmitiu as seguintes palavras:

“Eu aprovo integralmente a revisão que eles estão conduzindo no momento e gostaria de apoiá-los o máximo que eu puder.

Mais importante ainda é o facto de que essa revisão não poderá ser feita sem a ajuda, apoio e compreensão de todos os messiânicos do mun-do. Nós estávamos centralizados no homem, em tudo o que fazíamos. Hoje, com essa revisão,

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estamos tentando transformar a nossa velha for-ma de conduzir a Obra Divina, centralizada no homem, em uma forma totalmente inédita e re-construir nossa instituição como uma organiza-ção completamente nova, adequada aos novos Ensinamentos de Meishu-Sama que nos estão sendo revelados. Realizar essa transformação não é uma tarefa fácil e requer uma coragem ina-balável, pois os reverendos e diretores que men-cionei acima estarão constantemente precisan-do tomar muitas decisões difíceis.

Reverendos, ministros e messiânicos do mundo inteiro, eu sinceramente peço-lhes a sua ajuda, apoio e compreensão nessa revisão drástica e detalhada. Eu acredito que realizar essa revisão devidamente e de forma minucio-sa é um passo necessário para que os senho-res possam perceber a verdadeira mensagem de Meishu-Sama”.

Eu recebo estas palavras como algo que nos estimula e nos encoraja, pois tornaram claro o rumo que deve ser tomado pela nossa Igreja.

Para ser mais especí�co, as revisões que estão a ser feitas atualmente abrangem o conteúdo das publicações, a começar pelo “Jornal Shinsei”, o con-teúdo das saudações feitas nos cultos, o formato do exame de quali�cação sacerdotal, a maneira como são realizados os mais variados aprimoramentos e demais atividades em todos os campos.

Com uma determinação e decisão inabaláveis, rea�rmámos nosso compromisso de dar continui-dade a estas drásticas revisões e seguir por esta “etapa completamente nova que Meishu-Sama está nos mostrando”.

Perante os senhores, reforço o pedido à vossa contínua compreensão e colaboração.

No Culto do Paraíso Terrestre, Kyoshu-Sama baseou-se na vida de Meishu-Sama para orientar-nos sobre a “respiração”.

Ele transmitiu a seguinte orientação em suas palavras:

“Gostaria que os senhores soubessem que nossa respiração também é essa respiração completamente nova de Deus, que traz o nome Messias. Nossa respiração já está unida à res-piração de Meishu-Sama. Essa nova respiração está impregnada com a Vontade Divina – a Von-tade imutável de Deus de amar e perdoar toda

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a humanidade para que, como Meishu-Sama, possamos nascer mais uma vez como Seus filhos, como Messias. Portanto, em nome do Messias, vamos receber o perdão de Deus que está impregnado nessa nova respiração divi-na. Vamos nos distanciar da respiração da vida mortal, acreditar na respiração da vida eterna e nos tornar filhos de Deus com vida intermi-nável”.

Creio que estamos recebendo um forte chama-do através destas palavras.

Através destas palavras, tive que me autoques-tionar se me tornei consciente do facto de que nada me pertence e de que toda a criação, inclusive nos-sa respiração, são dádivas concedidas por Deus. Creio que eu próprio acabei me esquecendo do fac-to de que tudo existe e se mantém vivo graças ao perdão que recebemos de Deus. Pude perceber a gravidade deste facto e gravar em meu coração o que havia esquecido até hoje. Também compreendi que a postura de querer receber a respiração com-pletamente nova de Deus e manifestar o desejo de querer regressar ao Paraíso, são fatores que estão de acordo com a Diretriz da nossa Igreja para este ano: “Despertar para uma fé completamente nova, em nome do Messias, que é uno a Meishu-Sama”.

Desejo praticar esta Diretriz com todos os se-nhores.

Gostaria agora de compartilhar com os senho-res o pensamento expresso por Kyoshu-Sama pou-co antes de encerrar as suas palavras no Culto do Paraíso Terrestre.

Ó Deus, em nome do Messias, que é uno a Meishu-Sama, com todos os meus ancestrais e toda a Natureza, eu agora retorno ao Paraíso que existe em meu interior e recebo o Seu perdão que está em Sua respiração. Me use, Deus, de forma que essa bênção seja compartilhada com todos à medida que eu sirva à Sua Obra. Que a Sua vontade seja concretizada através de minha inspiração e expiração, através de minha expira-ção e inspiração. A minha vida e respiração Lhe pertencem. Assim, eu as entrego ao Senhor.

Muito obrigado.Espero que todos os senhores possam partir

hoje do Solo Sagrado com a respiração completa-mente nova. Muito obrigado.

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Chamo-me sou membro desde 2013, dedi-

co como missionário no Núcleo de Johrei de Amadora e Sintra e também no design e paginação do Boletim Informativo da IMMP.

Em 2012 a empresa onde trabalhava há cerca de 17 anos declarou-se insolvente. Para trás �cavam os últimos 5 anos cheios de di�culdades e a falta de pagamento de subsídios e ordenados. Quase de imediato fui convidado para integrar uma nova em-presa - formada pelos sócios da recém-falida - onde teria as mesmas funções de diretor de arte, mas com mais trabalho e uma equipa reduzida de seis para dois ele-mentos. O ordenado também seria atualiza-do para a “nova conjuntura” recebendo um corte substancial.

Acabei por aceder à proposta, apesar de ter noção das di�culdades, pois não tinha alternativa de trabalho, mas o facto é que a empresa para onde transitei começou logo, no primeiro ano, a dar também problemas. Descobrimos que os sócios maioritários es-tavam a desviar os lucros para pagar dívidas da falência anterior. Esta descoberta causou revolta nas pessoas e todos os dias me de-

parava com con�itos que tinha de arbitrar ou mesmo intervir. Sem me aperceber, fui-me tornando na pessoa que todos os meus colegas procuravam para ajudar a resolver os seus con�itos no trabalho, da mesma maneira que os meus patrões me usavam para intermediar e, na maior parte das ve-zes, adiar a resolução desses mesmos con-�itos.

Pedia que deixassem de se lamuriar, que agradecessem o que tinham e usassem as suas forças de uma maneira mais positiva. Consegui até que a minha colega de depar-tamento viesse à Igreja e dedicasse durante um período. Mas infelizmente, por mais que eu motivasse as pessoas para mais um mês, os sócios da empresa tudo faziam para nos hostilizar.

Pouco a pouco, começou a germinar dentro de mim um sentimento de revolta, até porque os meus colegas, me con�den-ciavam atos de gestão irresponsável por parte dos sócios da empresa que, apesar de saberem todas as di�culdades que estáva-mos a passar, continuavam a agir com uma arrogância que magoava. Um dia, num con-fronto verbal, um dos sócios disse que os empregados tinham de se aguentar se que-riam “ajudar a empresa” e que ‘‘quem não quisesse passar por aquilo, era livre de sair”.

Nesse mesmo dia, em conversa com a minha mulher, comecei a arquitetar a saída da empresa. Procurei também a orientação do Ministro e veio a validação que precisava para tomar a decisão que quebraria um elo de ligação com mais de 26 anos. Este pe-dido foi recebido com muita surpresa e até desagrado pelos sócios, que ainda tentaram negociar para que eu voltasse atrás na deci-são. Um deles de vez em quando pergunta-va: ‘‘mas o que vais fazer com 51 anos para o desemprego?”, ‘‘achas que alguém te vai dar trabalho com essa idade?”, ‘‘tens noção das di�culdades que vais enfrentar?”...

Eu respondia tranquilamente que a deci-são tinha sido tomada em família e que to-dos os cenários tinham sido equacionados. Além de que, feitas as contas, eu já tinha perdido cerca de 40 mil euros em sub-

“Estava demasiado apegado aos colegas e ao trabalho que vinha desenvolvendo

há mais de 20 anos!”

EXPERIÊNCIA DE FÉ

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sídios, ordenados e indemnizações nunca recebidas. Portanto, se se tratava de fazer voluntariado, a partir de agora eu iria esco-lher a instituição.

No dia 11 de novembro de 2016 saí da empresa – sem ter recebido qualquer indem-nização - e passados dois dias inscrevi-me no fundo de desemprego pela primeira vez.

Nesse mesmo dia, apesar de saber que iria passar por di�culdades e da incerteza em relação ao meu futuro, em conversa com o Ministro, assumi com Deus e Meishu-Sama os seguintes compromissos: em vez dos 10% de donativo mensal que fazia re-gularmente do meu salário, passar a fazer o donativo de gratidão de 20% do subsi-dio de desemprego, fazer donativo diário e, caso conseguisse arranjar trabalho, fazer o donativo de esforço máximo oferecendo o meu primeiro ordenado como materializa-ção da minha gratidão.

Passados mais ou menos dois meses, decidi também abrir a minha casa para Reu-niões de Johrei em Agualva-Cacém (Sintra), após a visita ao meu lar do Presidente da Igreja Messiânica Mundial de Portugal, Re-verendo Carlos Eduardo Luciow.

A nível pro�ssional, para além das várias formações que tive através do Centro de Emprego, recorri a todos os meus contac-tos, enviava emails diariamente e comecei a ajudar gratuitamente pessoas que preci-savam dos meus conhecimentos, mas não tinham dinheiro para os contratar.

Durante o período em que estive de-sempregado, sentia que as coisas não es-tavam a ser fáceis, mas estranhamente en-carava todas as situações com a maior das tranquilidades. Sempre coloquei nas mãos de Deus e Meishu-Sama o meu destino e assumi que aceitaria tudo o que me fosse proporcionado.

Andava eu ainda entretido entre forma-ções quando, no dia 9 de maio, recebo um telefonema de um ex-colega que me per-guntou se tinha disponibilidade para reunir com o diretor geral da empresa onde tra-balhava. Trata-se de um grupo editorial es-panhol que edita em Portugal há 20 anos e que estava disposto a contratar um de-

signer sénior para coordenar um projeto já existente e outro a lançar em outubro. No dia 9 de junho foi validada a minha contratação e no dia 12 comecei a trabalhar relançando, assim, a minha carreira pro�ssional aos 52 anos de idade!

Nestes dois meses no novo local de tra-balho, o ambiente e a forma como somos tratados é radicalmente diferente do empre-go anterior! Somos todos respeitados, valo-rizados e, por isso, sentimos muita motiva-ção para trabalhar e dar o nosso melhor dia após dia!

Descobri que aquele sentimento que eu pensava ser de medo de perder o emprego, era a�nal apego. Estava demasiado apega-do aos colegas e ao trabalho que vinha de-senvolvendo há mais de 20 anos. Quando �nalmente me libertei, senti uma sensação estranha de alívio e identi�cava de maneira mais crítica e assertiva a situação vivida.

Pude comprovar também com toda esta vivência, que o facto de não me ter deixado ir abaixo com o desemprego, mas ter conti-nuado a servir, inclusive até aumentar a mi-nha dedicação, gerou con�ança no Mundo Espiritual e Meishu-Sama permitiu-me a gra-ça de um novo e maravilhoso emprego aos 52 anos!

Tal como me tinha comprometido no iní-cio de novembro, �z com muita emoção no mês passado o donativo de gratidão integral do meu primeiro salário. Continuo a fazer o donativo diário, retomei o meu donativo mensal de 10% e todos os dias agradeço a dádiva que me foi concedida.

Iniciei também, no dia 14 de agosto, as reuniões de Johrei em minha casa e preten-do dar continuidade com muita gratidão e espírito de missão!

Agradeço o acompanhamento do Minis-tro e do Reverendo, assim como o apoio to-tal que recebi da minha família, em particular da minha mulher que sempre me apoiou e incentivou. Agradeço a Deus e ao Messias Meishu-Sama a puri�cação por que passei e a dádiva que me concederam ao permitirem que voltasse a trabalhar na minha área de formação.

Muito obrigado!

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CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO – SETEMBRO / 2017

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALREVERENDO CARLOS EDUARDO LUCIOW

ralmente, Porto e Gaia. Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

A seguir, gostaria de ler um comunicado que recebemos do Solo Sagrado de Atami:

Atami, 23 de agosto de 2017A Igreja Messiânica Mundial de PortugalReverendo Carlos Eduardo Luciow – Presidente.

Venho por meio deste informá-lo que o Re-verendo Keizo Miura, Diretor do Departamento Internacional, representará a Sekai Kyusei Kyo Izunome Kyodan no culto especial, em comemo-ração pelos 40 anos de difusão da fé messiânica em Portugal, no dia 1º de novembro de 2017 na cidade do Porto. Sem mais para o momento, mui-to obrigado.

Atenciosamente, Min. Edilson Chima,Secretário do Departamento Internacional.(Palmas)

Vamos receber com todo o respeito e cari-nho o diretor do Departamento Internacional,

Bom dia a todos!(Bom dia!)

Como os senhores estão a passar, todos bem?(Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!)Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!Inicio as minhas palavras agradecendo,

de todo o coração, a vossa sincera dedi-cação que nos permite expandir a Obra de Deus e do Messias Meishu-Sama aqui em Portugal. Muito obrigado!

Já se faziam dois meses que não nos ví-amos, não é? Já estava com saudades dos senhores! (Risos)

Como é que passaram as férias? Correu tudo bem? Descansaram? (Sim!)

Quem está a vir pela primeira vez pode levantar a mão? Seja bem-vindo! Que esta sua visita seja a primeira de muitas outras.

(Obrigado)Estamos também a receber membros

de outras unidades: Lisboa, Amadora e Sin-tra, Margem Sul, Oeiras-Cascais, Ribatejo, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Braga e, natu-

7|maio / 2017

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Ofertório de gratidão pela representante dos participantes, Sra. Alcinda Maria Ferreira Borges Baptista

samente o original de Meishu-Sama. Assim, os senhores terão não só, um livro em português de Portugal, como estarão totalmente seguros de que o texto é �el ao original de Meishu-Sa-ma. Já estamos a prepararmo-nos para o se-gundo livro, depois será o terceiro e, em breve, os senhores terão todas as obras completas de Meishu-Sama na língua nacional, sem precisar de se stressar a ler em “brasileiro”. (Risos) Cá en-tre nós… (Risos)

Agradecemos muito estes anos todos, em que o Brasil nos forneceu as traduções mas, tendo chegado aos quarenta anos, já somos adultos e capazes de providenciar as nossas próprias publicações, na nossa língua.

Ontem, realizámos uma Assembleia Extra-ordinária, especialmente para aprovar a compra

Reverendo Keizo Miura como Representante do Solo Sagrado e de Kyoshu-Sama. Ele virá do Japão especialmente para prestigiar essa nossa comemoração.

A esse propósito, comunico que no dia 1 de novembro, às 14 horas, no auditório da Funda-ção António Cupertino de Miranda, na Aveni-da da Boavista no Porto (em frente ao Parque da Cidade), realizaremos o nosso Culto anual aos Antepassados, juntamente com as come-morações pelos quarenta anos de difusão em Portugal. Nesta oportunidade, além da pre-sença do Reverendo Miura, que vai ser porta-voz de uma mensagem especialmente escrita por Kyoshu-Sama aos membros de Portugal, teremos uma exposição de Ikebana muito lin-da, dirigida pelo Ministro Erisson Thompson de Lima Júnior, que é uma autoridade mundial do Ikebana Sanguetsu. Ele já vai estar desde a semana anterior no Porto a dar aprimoramen-tos para as professoras e serão feitas também provas para Professora Master. Neste evento, para além da exposição, haverão projeções audiovisuais com fotos do histórico da difusão em Portugal, etc. E também, como ponto alto das comemorações, será posto à venda o pri-meiro livro “Alicerce do Paraíso vol. 1” em por-tuguês de Portugal. (Palmas)

Este livro é o resultado de um enorme e ri-goroso trabalho de revisão, respeitando rigoro-

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9|setembro / 2017

de um imóvel em Coimbra para a futura Sede Central e, nesta assembleia, essa compra foi aprovada por unanimidade. (Palmas)

Os motivos da compra foram dois: primeiro, as condições económicas, que são muito van-tajosas na relação preço/qualidade do imóvel, localização, etc. Um presente, não é? (Sim) Se-gundo, por se situar no centro do país, um lugar equidistante, quer seja para os membros Sul, quer do Norte. Sendo no centro, todos podem chegar lá facilmente. Ontem, ao voltar, depois da visita, levámos uma hora da porta da casa até à porta da Igreja aqui no Porto. Quando de-sejamos, uma hora não é nada, mas quando não se quer, 5 minutos é longe… (Risos)

Portanto, esse também era um antigo so-nho de todos os membros de Portugal, ter uma sede própria, que agora está a realizar-se. Além disso, gostaria que todos entendessem que essa nova Sede não é só uma mudança de endereço, mas sobretudo uma mudança de paradigma do que é Sede Central. Ou seja, até hoje por questões logísticas, a Sede resumia-se a um local onde as pessoas vinham assistir ao Culto Mensal. Chegavam, a maior parte das vezes com pressa, assistiam ao Culto e saiam a correr porque já estava na hora de ir almoçar ou de viajar. Por parte dos ministros também não era outra coisa senão um lugar onde vinham fa-zer relatório, receber a orientação e voltar para

as suas Igrejas também com pressa. Quem esteve lá ontem, pode levantar a

mão? Várias pessoas… gostaram? (Sim, maravi-lhoso!)

Paradisíaco! Um imóvel muito grande, com muitas instalações e vai ter condições de: pri-meiro, ter uma Nave muito bonita onde haverá uma grande vidraça com vista para o rio Mon-dego. No novo Altar já temos autorização do Solo Sagrado para consagrar um Altar perma-nente para o Culto dos Antepassados. (Palmas)

Depois, pretendemos construir alojamen-tos para o maior número de pessoas, de modo a que todos possam hospedar-se pelo tempo que desejarem.

Quem quiser, já desde sexta-feira à noite vai para lá (logicamente marcando previamente), dorme e no sábado já acorda lá para dedicar na Agricultura Natural, porque teremos um terreno bastante grande e descansar num jardim muito lindo, onde teremos belas �ores e até um lago de carpas. Poderá também dedicar com o Belo, fazendo aprimoramentos de Ikebana e outras artes… um lugar mesmo paradísico. Domingo assiste ao Culto Mensal e retorna a casa com o espírito completamente renovado.

O nosso objetivo é criar um local onde as pessoas possam ir com o espírito cansado e lá fazer um retiro espiritual. Estar muitas horas, dias, a descansar, a alimentar-se com produ-

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tos naturais etc. Irá ter instalações com refei-tórios e cozinhas. En�m, é como se fosse, um “mini” Solo Sagrado, digamos assim. Portanto, como já disse, mais do que uma mudança de endereço, é uma mudança de paradigma, da nossa relação com a Sede Central.

Até hoje foi assim, mas acredito que nes-tes quarenta anos, devido a essa maturida-de que atingimos, merecemos de Deus e Meishu-Sama essa permissão.

Já que lá iremos ter Agricultura e Alimen-tação Natural, tão importante coluna de salva-ção, quero apresentar o novo responsável da Agricultura e Alimentação Natural em Portugal, o senhor Hernâni Parente. Por favor, pode le-vantar-se. (Palmas)

O senhor Hernâni pela ovação, (Risos) é re-conhecidamente uma pessoa que transmite a todos o seu amor pela Natureza, pela Agricul-tura, pelos Ensinamentos de Meishu-Sama com relação a isso. Assim, a conviver com ele, a ouvir as suas experiências, o seu en-tusiasmo, e depois conversando com alguns ministros, chegámos à conclusão de que não existia pessoa melhor para liderar essa dedi-cação. A partir de hoje, ele vai desenvolver nas várias unidades equipas para incrementar a Horta Caseira, fazer vários trabalhos rela-cionados à Agricultura e Alimentação Natural. Deste modo, por favor, as pessoas interessa-

das em dedicar com a Agricultura e Alimenta-ção Natural, reúnam-se ao seu redor e sigam a sua orientação.

Boa missão, senhor Hernâni e demais dedi-cantes. (Palmas)

A propósito disso, a partir deste mês, vamos também ter nos Boletins da IMMP, duas novas colunas; uma dedicada ao Belo e outra dedica-da à Agricultura e Alimentação Natural. Todas estas situações muito agradáveis, enchem-nos de satisfação.

Os senhores acham boa essa mudança de paradigma, da Sede Central? (Sim, boa!)

Muito boa! Mesmo no verão, nas férias, ti-ram uma semana, dez dias e �cam lá no aloja-mento, a dedicar na Agricultura, no Belo, apro-veitando para descansar nos jardins, dedicar na Nave a ministrar Johrei, a fazer Mitamamigaki no Altar, junto com os Antepassados… Puxa vida! Eu não sei vocês, mas eu já estou a vibrar! Ontem lá, durante a visita, a ver a alegria das pessoas, o entusiasmo, dava para sentir clara-mente a alegria dos antepassados.

Por falar em antepassados, aconteceu uma coisa interessante, que vou contar só para ser-vir de exemplo. Já na saída, estava a despedir-me das pessoas para voltar para o Porto e a D. Jesus, a responsável do núcleo de Aveiro, virou-se para mim e disse:

“Eu tenho que dizer para o senhor que ago-

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ra entendi um sonho que eu tive com a minha mãe há cinco anos atrás!”

“O que é que foi?”“Um ano antes do senhor voltar, sonhei com

a minha mãe e ela disse-me: ‘Vamos lá, vamos lá! Rápido! Temos que preparar o retorno do Mi-nistro Carlos! Ele voltará para Portugal!’”

A D. Jesus disse que no sonho �cou mui-to surpresa e perguntou para a mãe o que eu vinha fazer aqui, ao que ela respondeu: “Ele é um grande amigo nosso e virá para nos dar de comer!”

Depois a D. Jesus continuou: “Quando o senhor lá na futura Nave disse que aqui existirá um Altar de Antepassados e, dentro da liturgia, terá uma cozinha para preparar especialmente os alimentos que serão servidos aos antepas-sados numa bandeja com comida, vinho, do-ces etc., tudo do bom e do melhor, todos os dias, aí eu entendi o sonho com a minha mãe, quando me dizia que o senhor vinha para lhes dar de comer”.

Ao ouvir o seu relato, �quei muito emocio-nado, porque tudo isto já estava programado no Mundo Espiritual há muitos anos.

Ontem, disse para os ministros e hoje re-pito para os senhores, que não podemos cair na armadilha do ego e pensar que nós é que estamos a fazer tudo isto. Este pensamento é muito perigoso. Não somos nós que estamos

a comprar uma Sede, é Meishu-Sama que está a comprá-la juntamente com os antepassados. Não somos nós que estamos a publicar os Ali-cerces do Paraíso em português de Portugal, é Meishu-Sama que está a publicar. Temos que tirar totalmente o nosso ego da frente da Obra para deixar manifestar a Luz da Salvação de Deus e Meishu-Sama. Qualquer dedicação por menor que seja, é sempre Deus e Meishu-Sama que estão a fazer tudo.

Isto é importantíssimo nesta nova fase. Não podemos ir para uma nova fase com o “velho” espírito.

Temos que obedecer a Kyoshu-Sama e de-senvolver uma fé completamente nova, para renascer como verdadeiros �lhos de Deus, cen-tralizados no nome de Messias e em união com Kyoshu-Sama. Todos nós precisamos pensar nisso. Chegou a hora de “lavar” o coração das mágoas e ressentimentos do passado e cons-truir uma fé completamente nova; isto é o que representa este novo ciclo; é um grande desa�o interior.

Superar o desa�o exterior, fazer obras na nova casa etc. será uma consequência da nos-sa mudança interior. A construção tem que ser dentro de nós, no mais profundo da nossa alma e quanto mais antigo o membro, mais difícil isso será! Porque ele tem mais “fossilizado” na sua mente e no seu coração muitos acontecimen-tos do passado.

Realizaremos em Lisboa, nos dias 23 e 24 de setembro, o nosso Seminário Nacional como preparação para o Culto Anual pelos Antepas-sados. As vagas serão limitadas e as inscrições já estão abertas. Procurem os vossos ministros.

Gostaria de agradecer a Experiência de Fé maravilhosa do Sr.

que, como todas as experiências nos ensi-nou muito. Com a orientação e o apoio do Min. Octávio, ele conseguiu uma coisa muito difícil que é, no momento mais crítico, da puri�cação, aumentar a sua prática de fé. Normalmente, as pessoas quando passam por puri�cações, usam até a própria puri�cação para se justi�ca-rem. Achei admirável o seu esforço que gerou o seu crescimento. A aceitação da puri�cação como amor de Deus, por si só, já é um Milagre. O que é que a cultura materialista ensina? No sofrimento, ensina a reclamar, a lamentar, a

Apresentação do responsável da Agricultura e Alimentação Natural em Portugal, Sr. Hernâni Parente

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deitar a culpa nos outros, a acharem-se vítimas, mas a Lei da Puri�cação ensina ao Homem o quê? A agradecer e materializar a gratidão por estar a puri�car. Este Ensinamento é um dos ali-cerces da nossa Igreja; a compreensão da Lei da Puri�cação como amor de Deus. O Sr.

, desa�ou-se, numa situação muito difí-cil, com mais de 50 anos, a reentrar no mercado de trabalho, mas através da sua postura, abriu a sua casa para receber pessoas para fazer a difusão, em vez de se fechar no ostracismo do seu sofrimento achando-se a pessoa mais in-feliz do mundo. Contrariamente, ele abriu-se e ao se abrir, entrou Luz. Quando a pessoa se fe-cha na lamentação, na pena de si mesma, ela se autocondena às trevas. Ele abriu tudo, até a carteira, (Risos) ao passar a oferecer o dobro do que já fazia. Normalmente é o contrário, quando se está a puri�car economicamente, até se dei-xa a carteira em casa, para não correr riscos… (Risos).

Pois, justamente, mais donativo, mais de-dicação, gerou o quê? Mais Luz! E mais Luz provoca o quê? Maior queima das máculas que são as causas do sofrimento. Essa é a Verdade!

Por falar em queima de máculas, este verão Portugal foi muito assolado por incêndios. Tam-bém em outros países, houve muitos incêndios, como nunca tinha acontecido. Em várias partes

do mundo, vendavais, tufões, enchentes, cen-tenas de mortos, milhares e milhares de desa-lojados, desde Macau até aos Estados Unidos passando pela África, estão a passar-se inúme-ras calamidades naturais.

Como Meishu-Sama nos orientou hoje, o materialista não consegue relacionar os cata-clismos ou os incêndios com o Homem, acha que são coisas que acontecem por acaso; mas Deus, através de Meishu-Sama, revelou-nos que as grandes e as pequenas calamidades têm origem nos pensamentos, palavras e ações do Homem.

Só que nós, quando estamos a reclamar, criticar, ofender, falar mal, não pensamos que estamos a criar uma calamidade, ou pensa-mos? (Não!) Pensamos que estamos a fazer um pequeno “furacãozinho”? (Risos) Não pensa-mos, mas aquela pequena vibração negativa, quando se junta com a vibração negativa das outras pessoas, cria uma grande mácula, que vai precisar de um incêndio ou de uma calami-dade natural para ser puri�cada. Mas estes são os elementos puri�cadores, igual à praga na agricultura, que vem para comer a toxina, não é assim Sr. Hernâni? (Risos)

Meishu-Sama, através do Ensinamento de hoje, chama-nos à responsabilidade para com os nossos pensamentos, palavras e ações. Que

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tece tem a ver com todos os seres humanos. Nós não somos vítimas das catástrofes ou

dos incêndios, nós somos as causas e esta é uma imensa responsabilidade. Não é para sen-tir culpa, mas sim, para assumir a responsabili-dade e mudar!

Quando estivermos a pensar em criticar alguém… “não, espera lá… pensando assim, estou a criar um “tufãozinho” não vou dizer nada…” Vai abrir a boca para dizer qualquer coisa… “não vou falar, porque deste modo vou provocar uma “enchentezinha” e vai acabar por afogar alguém…” (Risos) Estou a brincar, mas o assunto é sério!

Então, por favor, este mês vamos reedu-car-nos, autoanalisando profundamente to-dos os nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações, em relação a tudo e a to-dos! Vamos estar atentos ao espírito da pala-vra e usá-lo positivamente.

Para concluir, gostaria de falar um ponto de re�eção e prática que está na saudação do Vice-Presidente da Igreja Messiânica Mundial, Reverendo Michio Shirasawa, feita no dia 1 de julho deste ano:

“No Culto do Paraíso Terrestre, Kyoshu-Sama baseou-se na vida de Meishu-Sama para orientar-nos sobre a “respiração”.

Ele transmitiu a seguinte orientação em suas palavras:

“Gostaria que os senhores soubessem que nossa respiração também é essa res-piração completamente nova de Deus, que traz o nome Messias. Nossa respiração já está unida à respiração de Meishu-Sama. Essa nova respiração está impregnada com a Vontade Divina – a Vontade imutável de Deus de amar e perdoar toda a humanida-de para que, como Meishu-Sama, possa-mos nascer mais uma vez como Seus filhos, como Messias. Portanto, em nome do Mes-sias, vamos receber o perdão de Deus que está impregnado nessa nova respiração di-vina. Vamos nos distanciar da respiração da vida mortal, acreditar na respiração da vida eterna e nos tornar filhos de Deus com vida interminável”.

Agradeço a todos pela atenção e desejo-vos um feliz mês.

Muito obrigado.

nós, de um modo inconsequente, usamos de forma leviana o espírito das palavras; critican-do, falando mal, mentindo, etc. Só que depois, quando vêm as consequências, todos �cam horrorizados: “Não é possível! Onde estava Deus nessa hora que não evitou esta catástro-fe?” Ele criou as Leis Naturais e Ele mesmo não pode desrespeitá-las.

Mas nós, seguidores de Meishu-Sama, que temos essa consciência, não basta só termos o Ohikari pendurado no pescoço, levantar a mão, transmitir Johrei, fazer e distribuir Flores de Luz, etc. Precisamos, sobretudo, re�etir muito bem no que pensamos, no que sentimos, no que di-zemos e no que fazemos. É de um rigor muito grande, porque na cultura material, cada um abre a boca para dizer o que quer, sem pensar nas consequências.

Sobre isso, Kyoshu-Sama em 2005, nas suas palavras de Ano Novo, orientou-nos assim:

“No ano passado sofremos, por diversas vezes, tanto no Japão como no exterior, tu-fões e terremotos e outras catástrofes. Ven-do a realidade desses factos posso sentir que, apesar de estar dentro de um plano di-vino estabelecido pelo Supremo Deus desde o início dos tempos, a época atual faz ante-ver a chegada da era da grande purificação proferida por Meishu-Sama.

Através do poema de Meishu-Sama que diz: “Saibam que mesmo as piores catástro-fes naturais são todas ocorrências provoca-das pelos homens”, sinto que eu também sou um elemento que origina as causas das catástrofes naturais, sofra ou não direta-mente suas consequências. E como tal, refli-to minha própria postura e ao mesmo tempo que suplico por perdão, creio que preciso ser um indivíduo que aceita através da gratidão o facto dessas purificações fazerem parte do Plano Divino e de eu estar sendo utilizado nesse Plano Divino.”

Assim, se o próprio Kyoshu-Sama no seu alto nível espiritual se acha responsável, quem dirá nós? (Risos)

Quando assistirmos nos telejornais a estas catástrofes, como agora está a acontecer nos Estados Unidos, podemos pensar que isso não é um problema meu, é problema dos america-nos. Não! O mundo é um só e tudo o que acon-

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ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA PARA A APROVAÇÃO DA COMPRA DE UM IMÓVEL

No dia 2 de setembro às 19 horas, ocorreu nas instalações da Sede Central da Igreja Messi-ânica Mundial de Portugal, uma Assembleia Ge-ral Extraordinária para a aprovação da compra de um imóvel, com o propósito de se tornar a nova Sede Central. Nesta assembleia reuniram-se os membros representantes das várias unidades do país, que se manifestaram, unanimemente fa-voráveis à aquisição deste imóvel por parte da igreja. Ainda durante esta assembleia, os repre-sentantes manifestaram a sua a alegria e emoção por verem um sonho antigo a concretizar-se.

Visita à futura Sede Central de PortugalNo dia dois de setembro (sábado), às 10 da ma-nhã, o Presidente da Igreja Messiânica Mundial de Portugal, Reverendo Carlos Eduardo Luciow, assim como os Ministros, membros da assem-

bleia e alguns outros membros, foram visitar as instalações da futura Sede Central de Portugal. Aquando da visita, todos se mostraram extrema-mente emocionados, não só pelo local, mas tam-bém pelo signi�cado deste importante passo, an-tigo e legítimo desejo dos membros de Portugal.

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Nos seus ensinamentos, Meishu-Sama faz referência à medicina e à agricultura convencio-nal, onde relaciona cinco pontos em que ambas se afastam da Verdade.

Tanto no que diz respeito à medicina como ao campo da prática agrícola, as falhas indicadas por Meishu-Sama convergem para um ponto em comum: o pensamento materialista não reconhe-ce nada além daquilo que os sentidos do homem podem detetar. Por esse motivo, todos os esfor-ços para a solução dos problemas que a�igem o Homem contemporâneo �cam limitados ao seu especto físico; o corpo, no ser humano, e o solo, na Natureza. Segundo o Mestre, o grande erro de não se reconhecer que todos os seres e coisas são, antes de tudo, seres espirituais o que torna impossível erradicar o sofrimento do Homem.

Essa consciência faz-se presente em todas as práticas da fé messiânica. Ao transmitir a Luz

No Culto da Agricultura Natural de 2012, os participantes puderam apreciar exposição da prática da horta caseira.

CUIDE DA SUA HORTACOM CARINHO

do Johrei acreditamos que o espírito de quem o recebe está a ser puri�cado das máculas acu-muladas pelos próprios pensamentos, palavras e ações que se encontram afastadas da Verdade. Mais do que isso, essa bênção chega até aos an-tepassados, contribuindo para a sua elevação e salvação.

Ao cultivar pensamentos belos e ao materia-lizá-los em palavras e ações positivas, geramos luz ao nosso redor e tornamos mais puro o am-biente espiritual que nos cerca, o que faz com que as pessoas queiram aproximar-se de nós e assim despertem para uma vida centralizada na precedência do espírito sobre a matéria.

Ao amar o solo, respeitando-o e cuidando dele como um ser dotado de espírito e sentimen-to, sem o poluir com substâncias que não são produzidas pela natureza ou em estado de pu-trefação, faz com que ele retribua com gratidão e

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CRÍTICAS À MEDICINA CONVENCIONAL CRÍTICAS À AGRICULTURA CONVENCIONAL

gere alimentos saudáveis, plenos de energia vital. E, se você ainda pensa que é preciso ser agricul-tor, um profundo conhecedor de técnicas de cul-tivo para ter, na sua casa, uma pequena horta ou até mesmo um vasinho com uma pequena planta de um tempero qualquer, leia com cuidado um recado do Min. Paulo Oyama, atualmente diretor da Sociedade Civil de Exportação Agrícola Koo-rin, empresa que atua na difusão da Agricultura Natural em França.

“Sei que agora, no Brasil e em todo o mun-do, nós messiânicos estamos a ser orientados por Kyoshu-Sama e pelo Revmo. Watanabe a praticar a horta caseira. Talvez muitas pessoas pensem que o objetivo é permitir que nós ou os nossos vizinhos, parentes ou amigos, possamos ter à mesa, mesmo que em pequena escala, hor-taliças e legumes livres de agrotóxicos. (...) Acre-dito que ao ver que a mesma coisa que aconte-

Não reconhece a existência do mundo invisível

Não reconhece a força natural de recuperaçãodo corpo humano

Não reconhece que o ser humano é a somada alma, do espírito e do corpo

É um tratamento que só se foca nos sintomas. É assim apenas um paliativo e não promove a verdadeira cura das doenças

É excessivamente dependente do uso de remédios

Não reconhece a existência do mundo invisível

Não reconhece a força natural de recuperação do solo e das plantas

Não reconhece que as plantas e os animais foram criados por Deus, e que cada um tem a essência de Deus, espírito e corpo

É um método que só se foca na parte material,não se preocupando com os riscos para a saúde e meio ambiente

É excessivamente dependente do usode agrotóxicos

ce numa fazenda com cinco hectares acontece também, no próprio quintal, num espaço bem pequenininho, ninguém vai deixar de reconhecer a existência de Deus e do mundo espiritual. (...)

É assim que me sinto hoje. Não me sinto mais um agricultor, mas, um semeador de salva-ção. Gostaria de deixar um recado: não importa se a minha “horta caseira” tem cinco hectares, e a sua é apenas um vasinho – cuide dela com todo o carinho. Ame aquele pequeno pedaço de solo, deixe que a luz do Sol o ilumine, regue-o com água pura assim como é puro o seu cora-ção. Terra, fogo e água são a fonte de todas as formas de vida, da nossa, inclusive. E o combus-tível universal que as faz agir em conjunto e com harmonia, é o amor e a gratidão.”

Texto retirado da edição de Julho de 2013 da revista Izunome do Brasil

Em pequenos espaços no quintal ou dando asas à imaginação, sempre há uma forma de cultivar produtos naturais em casa.

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A Cerimônia do Chá (Chanoyu), ou Ca-minho do Chá (Chado), é a arte de servir e saborear o “matcha”, um chá verde em pó. O seu maior objetivo é o de proporcionar elevação espiritual ao an�trião e ao convi-dado.

Como uma das principais artes tradi-cionais do Japão, esta cerimónia sintetiza a cultura do país e engloba inúmeras manifes-tações artísticas. Em nenhum outro lugar do mundo, houve uma arte com uma contribui-ção tão signi�cativa culturalmente. As artes �orais, cerâmica, caligra�a, arquitetura, jar-dinagem, pintura, música, entre outras, so-freram forte in�uência do “Chado”, compos-to também pela apreciação dos utensílios, que muitas vezes são objetos de grande va-lor artístico.

Meishu-Sama foi um grande apreciador da Arte do Chá. Ao receber pessoas no San-guetsu-Na (Casa de Chá Montanha e Lua), em Hakone, preparava pessoalmente a sala, escolhendo as caligra�as a serem expostas, vivi�cando as �ores e recebendo os convi-dados com muito prazer. Ao ser questiona-do por um interlocutor se ministros e mis-sionários, independente do sexo, deveriam conhecer o Ikebana e a Cerimónia do Chá, Meishu-Sama respondeu a�rmativamente. “Isso porque a Arte se desenvolverá inten-samente, no mundo paradisíaco. Aqueles que têm condições de o praticar devem fa-zê-lo”, explicou.

Segundo a 3ª Líder Espiritual, Itsuki Oka-da, �lha de Meishu-Sama, a cerimónia é uma arte de caráter global, e contribui para a ele-vação espiritual das pessoas de no mundo. Além da beleza dos elementos artísticos, engloba a beleza da natureza e a beleza de cunho religioso. Esta arte é o caminho mais

UM CAMINHO PARA A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL

CERIMÓNIA DO CHÁ:

curto para alcançarmos uma vida baseada na trilogia Verdade, Bem e Belo, que é fun-damental para a criação do Paraíso Terres-tre, maior objetivo da Igreja Messiânica.

Historial

No século XII, Eisai, monge da seita budista Zen, introduziu no Japão o “matcha”, que substituiu o chá em tijolo. Inicialmente restri-to aos monges budistas, o hábito de tomar chá foi, em pouco tempo, incorporado pelos nobres, pelos samurais e chegou às comu-nidades rurais.

Antes das incursões guerreiras, os sa-murais costumavam reunir-se para, por meio desta, adquirir elevação espiritual. Como não sabiam se sobreviveriam à jornada, pro-curavam participar da cerimónia como se fosse a última vez. Por isso, ainda hoje, o an�trião empenha-se ao máximo em ofe-

Um dos espaços para a Cerimômia do Chá, no Solo Sagrado de Guarapiranga (SP).

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recer o melhor ao convidado, procurando tornar o mais agradável possível o encontro.

O monge zen, Murata Shuko (1422-1502), estabeleceu a Cerimônia do Chá ja-ponesa. Já Sen no Rikyu (1522-1591), tam-bém monge zen, de�niu a estrutura estética do “Chanoyu”, tal como é conhecida hoje. Considerado o maior mestre do chá e fun-dador da Urasenke, a mais tradicional esco-la de Chá do Japão, Sen no Rikyu identi�-cou os quatro princípios da cerimônia: “wa” (harmonia), “kei” (respeito), “sei” (pureza) e “jaku” (tranqüilidade). “A Cerimônia do Chá é a conjunção de quatro fatores: treino, arte, cerimonial e sociabilidade”, a�rmou.

No século XIX, Okakura Tenshin escre-veu “The Book of Tea” (“O Livro do Chá”), que contribuiu para a divulgação do “Cha-do” por vários países.

Evolução espiritual

Os movimentos realizados no “Chado” são muito suaves, delicados, graciosos, meticu-losos, elegantes, sem desperdícios, sendo estudados e planeados passo a passo. O an�trião começa a preparação dias antes do encontro, mas não só de forma espiritual. De acordo com a estação do ano e solenidade do evento, ele escolhe cuidadosamente os melhores utensílios: tigelas de chá, louças, �ores, lenços d seda, incenso. Antes da ce-rimónia, pode ser servido o “kaisseki” (refei-ção).

Presentes na Cerimônia do Chá, o espíri-to de servir, o altruísmo, a gratidão, a beleza, a ordem e a simplicidade trazem evolução espiritual ao an�trião e convidado. Tudo isso sugere, naquele ato, uma pausa para a re-�exão sobre si mesmos e sobre o momento que compartilham.

No pensamento oriental, a partir do “do” (caminho) alcança-se o “satori”, ou seja, a compreensão, a intuição e a perceção das coisas. Daí a origem da palavra “Chado” – o caminho do chá –, que foi aperfeiçoado até se tornar um meio de conquista do autocon-trolo emocional, autoexpressão e iluminação espiritual. A duração do “Chado” é de cerca de quatro horas. Para entrar na sala de chá

é preciso puri�car-se. An�trião e convidado deixam tudo o que é mundano, profano, do lado de fora. Não são usados objetos como anéis, joias, brincos ou colares.

Cada cerimónia é única. As sensações que ela proporciona jamais se repetem. Daí, a origem da expressão japonesa “itigo itie” (um momento, um encontro único, que ja-mais se repete). Uma cerimónia nunca é igual à outra porque os convidados, as �o-res vivi�cadas e os utensílios são diferentes.

O “Chado” deve simbolizar o ato de pu-ri�cação, deve ser um meio de divulgar o mundo do Belo, uma forma de deleitar os cinco sentidos e valorizar o facto de colo-carmos sentimento em tudo o que fazemos. Além de poder ser acessível a qualquer pes-soa, em qualquer local e momento, a sua �loso�a pode ser trazida para o nosso dia-a-dia.

Na casa de qualquer pessoa, ainda que não seja em uma Cerimônia do Chá, tam-bém é possível servir a um convidado um simples café ou chá ocidental com o mesmo espírito do “Chado”. A partir daí a�oram, no an�trião e no convidado, uma maior bonda-de, cordialidade, cortesia, graciosidade, dis-ciplina e humildade, libertando-os das preo-cupações do quotidiano.

Texto retirado da edição de setembro de 2008 da revista Izunome do Brasil

Sandra Caldas Lourenço na Cerimônia do Chá, em Guarapiranga

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Ao contrário do que muitos podem imaginar, ape-sar da posição que ocupava, Meishu-Sama era uma pessoa muito simples e acessível. Ele fazia questão de permanecer como uma pessoa co-mum, sem afetação ou ares de divindade, pois não almejava ser idolatrado; desejava, sim, que o seu sentimento e atitudes nos servissem de mo-delo. Por essa razão, creio que Meishu-Sama veio para ensinar o modo de vida de uma pessoa co-mum. Ele não gostava de sermões. Nunca o ouvi pregar algum. Preferia ensinar demonstrando por meio da prática, do próprio exemplo. Empenha-va-se para que todos o compreendessem. Meishu-Sama sempre dizia: “A verdade é sim-ples”. Perceber as coisas tais como elas são, demanda não somente conhecimento, mas sa-bedoria. É esta última que nos permite apreender a verdade. Sabedoria é ter perceção aguçada. É por meio do sentimento sincero de fazer ver-dadeiramente feliz o próximo que começamos a perceber, de facto, como as coisas são. É por pensar no outro que adquirimos sabedoria. E o sentimento de pensar e de agir pelo bem dos ou-

tros era o que os meus pais tinham de mais forte dentro de si. O amor que sentiam pelos �lhos es-tendia-se a toda a humanidade. Acho que era por isso que Meishu-Sama sempre dizia: “A verdade é simples.” Por ser o lar de um fundador de religião, muitas pessoas podem imaginar que vivíamos num am-biente austero. Muito pelo contrário. O lema de Meishu-Sama era “viver com alegria”. Como pai, sempre foi muito espontâneo, espirituoso e pa-ciente. Não gostava de nos obrigar a nada. Ao in-vés de determinar aquilo que deveríamos ou não fazer, valorizava a iniciativa de cada um. Quando em nós observava algum comportamento impró-prio, corrigia-nos, geralmente com bom humor. Quando menina, eu era muito preguiçosa e gos-tava de jogar mahjong (um jogo de mesa chinês). Certa vez, meu pai veio ver o que estávamos a fazer e comentou: “Como vocês gostam de fazer coisas improdutivas! O vosso pai não faz nada im-produtivo, viu?”, e saiu sorrindo.Meishu-Sama dizia que a liberdade é uma dádiva de Deus e que, por isso, não devemos obrigar

Kyoshu-Sama tem nos vindo a orientar constantemente sobre a importância de termos Meishu-Sama como modelo para que nos tornemos pessoas paradisíacas. E para que isso ocorra, precisa-mos conhecê-lo o mais possível.

Neste sentido, a leitura das “Reminiscências sobre Meishu-Sama” e da “Luz do Oriente”, bem como a do relato de pessoas que conviveram com ele são indispensáveis.

Em 1998, a professora Miyako Yoshioka, segunda filha de Meishu-Sama e Nidai-Sama, encontrou-se com diretores da IMMB.

Durante a conversa, a professora Miyako referiu-se à persona-lidade de Meishu-Sama e à maneira como ele vivia e desenvolvia a Obra Divina. No mês em que comemoramos o seu natalício, apre-sentamos a tradução livre de uma parte do que por ela foi relatado naquela ocasião. Sra. Miyako Yoshioka.

O LEMA DE MEISHU-SAMA ERA VIVER COM ALEGRIA

TRADUÇÃO LIVRE DO RELATO DA PROF.ª MIYAKO YOSHIOKA SEGUNDA FILHA DE MEISHU-SAMA E NIDAI-SAMA.POR: GEÓRGIA BRANQUINHO RAFFO

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nem sermos obrigados a nada. Ele tinha a cons-ciência de que o ser humano não é movido por ordens e sabia, como ninguém, motivar as pes-soas com o seu exemplo e amor, levando-as a sentirem vontade de fazer as coisas. Devo regis-tar que, depois de adulta, tornei-me uma pessoa bastante responsável e trabalhadora (risos).Meishu-Sama adorava vivi�car as �ores. Obser-vando os seus arranjos, percebemos que, mais do que arrumar as �ores num vaso, ele dava-lhes vida, realçando as suas características mais be-las. E era com este mesmo sentimento que lidava com o ser humano: descobrindo suas qualidades, o seu lado belo, e, atribuindo-lhes uma dedicação apropriada, procura-va dar vida ao poten-cial de cada indivíduo.Meishu-Sama, humil-demente, dizia: “Não sou uma pessoa im-portante. Só consi-go desenvolver este grande trabalho por-que tenho pessoas maravilhosas que me apoiam. Se estives-se sozinho, por mais que eu me esforças-se, não conseguiria realizá-lo plenamente.” Ele ensinou-nos que “gratidão gera gratidão”. Em re-lação aos membros, sempre agradecia de todo o coração, dizendo-lhes “muito obrigado”. Aprendi com ele que, se sempre agradecermos, sincera-mente até as coisas mais comuns, a pessoa que para nós as fez ou preparou �ca feliz ao ver a nos-sa alegria e sente-se motivada a ter essa mesma atitude. Se reclamarmos, acontece justamente o contrário.Posso dizer que uma das maiores qualidades de Meishu-Sama era a sua habilidade de não mago-ar as pessoas. Graças às di�culdades que enfren-tou na vida, ele conseguia colocar-se no lugar do outro e sentir o seu sofrimento como se fosse seu. Tinha como princípio não submeter as pessoas àquilo a que ele mesmo não gostaria de ser sub-metido. Ensinava também que não deveríamos atrair o ódio de ninguém. Nas brigas entre irmãos, sempre nos dizia: “Perder é vencer!”. E explicava: “Quando ganhamos, de certa forma, acabamos por atrair o rancor de quem perdeu, que, geral-

mente, acaba por alimentar o desejo de uma des-forra. Como não podemos ver o sentimento do derrotado, continuamos a viver despreocupada-mente. Porém, é preciso saber que, quando so-mos odiados por alguém, espiritualmente forma-se uma espécie de nuvem escura ao redor do nosso corpo. E, apesar de invisível, esta nuvem torna-se a fonte de vários infortúnios.” Uma coisa, porém, Meishu-Sama não admitia: a crueldade, sobretudo contra os mais fracos. Dian-te de situações assim, ele lutava, sem medo, até ao �m. Repudiava também a maldade, a falta de carácter, de dignidade e de humanidade, a pre-guiça, a arrogância e a inveja.

Como já disse, o lema de Meishu-Sama era “viver com alegria”. Mesmo nas situações mais difíceis, sempre procurava man-tê-la, espantando os ma-les com um sorriso. Ele dizia: “Sem di�culdades, não há fortalecimento; sem polimento, não há brilho. Por mais que uma pessoa nasça numa boa família, ela precisa passar por determinados obstá-

culos, para que se torne um instrumento de fácil utilização para Deus”. Por esse motivo, Meishu-Sama era da opinião de que os pais precisam dei-xar os �lhos enfrentar as di�culdades.Reconhecendo que mesmo as coisas ruins são boas, vivia uma vida paradisíaca. Agia com natu-ralidade, sendo autêntico e honesto consigo mes-mo. Tinha um sonho muito grande e desenvolveu as suas atividades com o sentimento de que todo e qualquer trabalho que desenvolvesse era Obra Divina, como expressou, certa vez, quando cui-dava do jardim: “Não penso que este é o meu pe-queno jardim. Estou a carpir o Jardim do Céu”. Meishu-Sama deixou-se conduzir pelas mãos de Deus. Quando algo não corria bem, dizia: “Agora, não é o momento certo para Deus”. Caso ocor-resse o oposto, comentava: “Foi graças à permis-são divina!”Sem dúvida, Meishu-Sama levou uma vida feliz.

Texto retirado da edição de dezembro de 2010 da revista Izunome do Brasil

A família do Fundador: Miyako é a primeira, da esquerda para a direita, na 1ª fila.