plano de contingÊncia para a Época 2006/7 · 5.2.7 coordenação da acção ambiental (micoa) ......

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__________________________________________________________________________ Mais vale prevenir que remediar REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE CONSELHO COORDENADOR DE GESTÃO DE CALAMIDADES PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA A ÉPOCA 2006/7 APROVADO PELA 25 a SESSÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 17 DE OUTUBRO DE 2006

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__________________________________________________________________________ Mais vale prevenir que remediar

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

CONSELHO COORDENADOR DE GESTÃO DE CALAMIDADES

PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA A ÉPOCA 2006/7

APROVADO PELA 25a SESSÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 17 DE OUTUBRO DE 2006

P C 2006/2007 CCGC, OUTUBRO06

__________________________________________________________________________ Mais vale prevenir que remediar

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INDICE I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2 II. SITUAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR PARA A ÉPOCA 2006/2007................. 4

2.1 Balanço da Campanha Agrícola 2005/6 ........................................................................ 4 2.2 Balanço Alimentar entre Abril 2006 a Março 2007........................................................ 4 2.3 Previsão para a Campanha para 2006/7 ......................................................................... 5

2.3.1 Previsão Meteorológica ........................................................................................... 5 III. POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÕES ............................................ 8

3.1 Previsão Hidrológica para 2006/2007............................................................................. 8 3.2 Infrastruturas Hidráulicas.............................................................................................. 12 3.3 Previsão Global............................................................................................................. 13

IV. AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE ÀS CALAMIDADES.... ............................. 15 4.1 Quadro Histórico do Risco de Seca, Ciclones, Cheias e............................................... 15 Sismos (1976/2006) ............................................................................................................ 15 4.2 População em Risco de Calamidades ........................................................................... 19

V. ACÇÕES A REALIZAR ................................................................................................... 20 5.1 Actividades de prontidão ............................................................................................. 20 5.2 Actividades Por Sectores .............................................................................................. 21

5.2.1. Instituto Nacional de Meteorologia ...................................................................... 21 5.2.3 Ministério da Agricultura....................................................................................... 22 5.2.4 Ministério das Obras Públicas e Habitação ........................................................... 27 5.2.4.1 Direcção Nacional de Águas............................................................................... 27 5.2.4.2 Administração Nacional de Estradas .................................................................. 28 5.2.5 Ministério da Saúde ( MISAU)............................................................................. 28 5.2.6 Defesa Nacional (MDN)........................................................................................ 30 5.2.7 Coordenação da Acção Ambiental (MICOA)........................................................ 31 5.2.8 Administração Estatal (MAE)............................................................................... 31 5.2.8.1 Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) .................................... 31

5.2 Resumo dos Custos por Sector e Região ..................................................................... 36 VI ORGANIGRAMA DA COORDENAÇÃO................................................................ 38 VII GLOSSÁRIO.................................................................................................................... 39

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I. INTRODUÇÃO

O Plano Director para Prevenção e Mitigação de Calamidades, estabelece estratégias de

intervenção estrutural e não estrutural com vista a redução da vulnerabilidade às calamidades

e criação de condições de prontidão e resposta em casos de emergência.

Para operacionalização do Plano Director, foi elaborado um plano operacional plurianual que

anualmente é reajustado. Este Plano descreve as actividades principais a realizar com vista à

redução da vulnerabilidade do país às calamidades naturais e define o sistema de prontidão

para resposta às situações de emergência. É com base neste plano que se perspectiva e se

orienta o reajustamento do Plano de Contingência em cada ano para responder a

eventualidades de ocorrência de eventos extremos e que ultrapassem as medidas de

prevenção.

Com a consolidação progressiva das intervenções de redução da vulnerabilidade, espera-se

que gradualmente se reduza a necessidade de um plano de contingência, para que este seja

parte integrante dos planos anuais, no contexto do Plano Económico e Social.

Objectivos

a) Objectivo geral

Reduzir o impacto sócio-económico de eventuais calamidades naturais

b) Objectivos específicos

� Identificar e implementar as acções de prevenção e de mitigação de possíveis

desastres resultantes de fenómenos naturais;

� Identificar e implementar as acções de recuperação social e económica rápida caso

ocorra algum desastre induzido por fenómenos naturais alguma calamidade natural;

� Coordenar as acções durante a fase de emergência.

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Contexto do Plano

O presente Plano de Contingência toma em conta:

a) A situação de segurança alimentar ;

b) As previsões meteorológicas para o ano 2006/7;

c) A probabilidade de ocorrência de cheias;

d) A eventualidade de ocorrência de ciclones, queimadas, sismos ou tsunamis.

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II. SITUAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR PARA A ÉPOCA 2006/2007

2.1 Balanço da Campanha Agrícola 2005/6

Segundo o relatório do Ministério da Agricultura sobre o desempenho da campanha agrícola

2005/6, esta registou um crescimento de 10.4% na produção de cereais, 10% na produção de

leguminosas e 14% na produção de mandioca, comparativamente a campanha transacta. Este

aumento de produção pode ser justificado pela melhoria da precipitação e pelas intervenções

do Ministério de Agricultura.

Tabela 1: Comparação da área semeada e produção entre 2004/5 e2005/6

Área Produção Área Produção Área Produção(ha) (t) (ha) (t) (%)

Cereais 2,255,784 1,899,391 2,304,535 2,097,641 2.2 10.4

Leguminosas 761,104 332,628 773,667 364,680 1.7 9.6

Mandioca 1,106,289 6,634,924 1,125,515 7,551,727 1.7 13.8

2005/62004/5 Variação Culturas

Fonte: MINAG

2.2 Balanço Alimentar entre Abril 2006 a Março 2007

O Balanço alimentar de cereais (Milho, Arroz, Trigo), tubérculos e leguminosas (Feijão e

amendoim) para o período de Abril de 2006 a Março de 2007, divulgado em Junho último

pelo Ministério do Comércio, indica que prevalece um défice de cereais nas zonas sul e

centro do país e um excedente na zona norte. De uma forma geral, até Março de 2007, o país

terá um stocks médio de cereais de cerca de 237.000 toneladas que se mostra superior em

31.000 toneladas comparativamente ao período passado (tabela 2).

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Tabela 2: Balanço alimentar l no período de Abril de 2006 a Março de 2007 (mil ton)

2005 2006 2005 2006 2005 2006Zona NorteDisponibilidade 1241 1284 6440 5828 258 273Necessidade 815 926 5763 5428 209 253Defice/Excedente 426 358 677 400 49 20Zona CentroDisponibilidade 673 734 162 137 58 55Necessidade 870 1016 498 111 46 51Defice/Excedente -197 -282 -336 26 12 4Zona SulDisponibilidade 231 306 790 701 371 78Necessidade 850 819 695 627 346 59Defice/Excedente -619 -513 95 74 25 19Total Excedente /Defice -390 -437 436 500 86 43Importações 812 806 0 15 10Exportações 216 132 30 5 15 5Stocks finais 206 237 406 495 86 48

Tubérculos Feijão e amendoimCereaisDescrição

Fonte: MIC

2.3 Previsão para a Campanha para 2006/7

2.3.1 Previsão Meteorológica

A previsão para a campanha agrícola, 2006/7 se estrutura em dois momentos:

O período que vai de Outubro a Dezembro de 2006 (OND) e o período que vai de Janeiro a

Março de 2007 (JFM)

Período de Outubro a Dezembro de 2006 (mapa 3).

Para o extremo Norte do País, que inclui província de Cabo Delgado, norte parte das

províncias de Niassa e Nampula, prevê-se a ocorrência de chuvas variando do normal a

abaixo do normal.

Para as províncias da Zambézia e norte de Tete prevê-se a ocorrência de chuvas variando do

normal a acima do normal.

Para as regiões Centro e Sul, prevê-se a ocorrência de chuvas normais com tendências para

abaixo do normal.

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Período de Janeiro a Março de 2007 (mapa 4)

Para todo País, prevê-se a ocorrência de chuva dentro de normalidade com tendência para

acima do normal.

PREVISAO CLIMATICA 2006/2007

OND 2006

Mapa 3

254035

354025

254035

254035

Mapa 4

354025

JFM 2007

Tabela 3: Probabilidades de precipitações em Moçambique de Outubro 2005 a Março de 2007 por Zonas ( %)

2005/6 2006/7* 2005/6 2006/725 25 45 35 Acima do normal40 40 35 40 Normal35 35 20 25 Abaixo do normal

35 35 35 35 Acima do normal40 40 40 40 Normal25 25 25 25 Abaixo do normal

35 25 25 35 Acima do normal40 40 40 40 Normal25 35 35 25 Abaixo do normal

Sul

ZONAS Previsão

Norte

Centro

*Ver a divisão de zonas no mapa OND acima Fonte: INAM

A tabela acima indica que, de uma forma geral, a época chuvosa 2006/7 será caracterizada

pela ocorrência de chuvas normais em todo o país.

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Com base na previsão meteorológica, se deduz o seguinte para a produção agrícola:

a) Zona Sul

Para o período (OND), a zona Sul do país, apresenta em geral probabilidades baixas

(<=30%) de cobrir os requerimentos hídricos das culturas.

No segundo período (JFM), prevê-se probabilidades altas de satisfação das necessidades

hídricas das culturas (70-100%) excepto para o distrito de Matutuine, na zona sul da

província de Maputo que apresenta probabilidades moderadas (60-70%).

b) Zona Centro

No primeiro período (OND), a zona Centro do país apresenta em geral probabilidades baixas

(30-50%) a moderadas (60-70%) de satisfazer as necessidades hídricas das culturas com

excepção do sul da província de Tete onde as probabilidades são baixas (30%).

No segundo período (JFM), prevê-se probabilidades altas de satisfação das necessidades

hídricas das culturas (70-100%).

c) Zona Norte

Para o período (OND), existem probabilidades baixas (30-50%) de que se cubra o

requerimento hídrico das culturas; na zona costeira da província de Cabo Delgado as

probabilidades são ainda mais baixas (<30%). De referir que esta situação não tem um

grande impacto tendo em conta que a época chuvosa nesta zona inicia relativamente mais

tarde comparativamente com as zonas Sul e Centro do País.

No período (JFM), prevê-se probabilidades altas de satisfação das necessidades hídricas das

culturas (70-100%) nos excepto os distritos costeiros de Cabo Delgado que apresentam

probabilidades moderadas (60-70%).

De uma forma geral se conclui que a campanha agrícola 2006/2007 não vai ser muito

diferente da campanha 2005/6. com medidas estruturais e tecnológicas adicionais se prevê

um crescimento ( embora modesto) da produção agrícola em relação a campanha 2005/6.

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III. POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE INUNDAÇÕES

3.1 Previsão Hidrológica para 2006/2007

Moçambique possui 104 bacias hidrográficas principais das quais 9 são partilhadas com os

países da região. Referir igualmente que mais de 60% do escoamento dessas bacias é gerado

nos países de montante, pelo que a possibilidade de ocorrência de inundações depende muito

de factores a montante.

a) Bacia do Rio Zambeze

A bacia do Zambeze é uma das maiores em África, com uma área de drenagem superior à 1

155 000 Km2, da qual 137 000 Km2, localiza-se no território moçambicano. A bacia abrange

Moçambique e mais sete países: Angola, Botswana, Namíbia, Tanzânia, Zâmbia e

Zimbabwé.

A análise dos caudais médios mensais afluentes à albufeira de Cahora Bassa, concluí que:

A época chuvosa, referente ao período de Outubro 2005 à Março 2006, foi caracterizada de

caudais acima do normal (figura 1). Devido a este facto, durante os meses de Fevereiro e

Março, as regiões de Caia e Marromeu experimentaram caudais bastante altos e os níveis

hidrométricos ultrapassaram os níveis de alerta durante muito tempo.

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out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set

Q (

m3/

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Normal 2005/06

Figura 1: Caudais Afluentes à Barragem de HCB

Pelo gráfico acima se compreende que houve um incremento dos volumes armazenados da

albufeira de 68% (em Setembro 2005) para cerca de 80% (Agosto 2006).

Como indicado acima, há previsão de chuvas acima do normal, nos países a montante (DRC,

Tanzânia, Zâmbia e sul do Malawi). Por isso existem fortes probabilidades de situação de

cheias na bacia do rio Zambeze mesmo no trimestre Outubro Dezembro. No trimestre

seguinte o risco de inundações vai aumentar.

b) Bacia do Rio Limpopo

A bacia do Rio Limpopo tem uma área de drenagem de cerca de 412 000 Km2, a qual é

partilhada pela África do Sul (47%), Botswana (18%), Zimbabwé (16%) e Moçambique

(19%).

Esta é uma bacia vulnerável às cheias, tendo recentemente registado cheias que atingiram

uma dimensão de que não há memória na história, nomeadamente, as cheias de 1999/2000.

Por outro lado, a bacia possui zonas com características climáticas adversas, cujo clima é

árido, e com índice hídrico negativo. Estas são as regiões de Chicualacuala, Pafuri, Mapai e

Guija.

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Ao longo do ano hidrológico 2005/06 o rio Limpopo registou caudais abaixo do normal

(figura 2), com excepção do período de Janeiro e Fevereiro em que as estações hidrométricas

de jusante registaram alguns períodos com caudais altos, mas sem impactos negativos

significativos.

Devido às obras de reabilitação da barragem de Massingir, a cota da albufeira em Setembro

de 2005 era de cerca de 7%. Por isso, o nível de armazenamento actual (47%) associada a

previsão meteorológica da região a montante do rio, não apresenta ameaças de inundações

previsíveis.

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0 2 4 6 8 10 12 14

Q (

m3/

s)

Normal 2002/03 2005/06

Figura 2: Comportamento hidrológico da E 33 em 2005/06

No entanto é necessário prestar atenção ao segundo trimestre, principalmente com a

aproximação da época de ciclones.

c) Bacia do Rio Incomati

Durante o ano hidrológico 2005/06, registaram-se caudais abaixo do normal com tendência a

normal. Os caudais registados, durante o período seco (Abril a Setembro), foram em Ressano

Garcia, estão acima de normal. Este comportamento é explicado pelo facto de as duas

maiores barragens existentes à montante do rio, na Suazilândia (Maguga) e África do Sul

(Driekopies), estarem com os níveis de armazenamento bastante altos. Devido a este facto, a

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Barragem de Corumana registou igualmente um incremento assinalável dos níveis de

armazenamento (70%) se compararmos com o mês de Setembro do ano de 2005 (46%).

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out nov dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set

Normal 2002/03 2005/06

Figura 3: Comportamento hidrológico da E 23 em 2005/06

A bacia do Incomati apresenta um risco considerável de inundações no trimestre de Janeiro a

Março, pois os dois países a montante do Rio Incomati (sul da África do Sul e Swazilândia)

tem a probabilidade de chuvas acima do normal.

d) Bacia do Rio Licungo

A bacia do rio Licungo, está na totalidade localizada em território moçambicano, drenando

uma área total de 27 726 Km2, e comprimento de 336 Km. A ocorrência frequente de cheias

é uma das características da bacia, que tem na origem o registo de chuvas intensas e de longa

duração. Com a previsão de chuvas acima do normal na região centro, espera-se que o rio

Licungo registe inundações no período de Janeiro a Fevereiro.

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Normal 2005/06

Figura 4: Comportamento Hidrológico da E91 em 2005/06

e) Bacias dos Rios Save, Buzi e Pungué

Estas são bacias partilhadas entre Moçambique e Zimbabwé, drenando áreas totais de 22 575,

29 729 e 29 500 Km2, respectivamente.

A sua susceptibilidade às inundações é maior, influenciada pela ocorrência de precipitações

intensas no território moçambicano e zimbabweano.

3.2 Infrastruturas Hidráulicas

A situação hidrológica das principais barragens de Moçambique nos finais de Setembro de

2006 e algumas das suas principais características, nomeadamente, as cotas e a percentagem

de armazenamento são apresentadas na tabela 4.

Tabela 4: Volumes armazenados das Principais Barragens do País

Barragem Cota de água (m) Volume (Mm3) Actual Max. Max. % Volume de

Pleno Armaz, Set 2005

% Volume de Pleno Armaz, Set 2006

HCB 324.8 329 60 000 68.6% 80.9% Corrumana 106.65 111 876 46.7% 69.39% Massingir 113.91 125 1 463 7.3% 46.99%

P.Libombos 44.95 47 395 68.7% 79.94% Fonte: DNA

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Estas barragens são de usos múltiplos, nomeadamente, para de fornecer água aos sectores de

abastecimento de água urbano, agricultura e produção de energia, bem como para a

mitigação dos eventos extremos. Em caso de cheia, as barragens existentes deverão alocar

uma capacidade útil de armazenamento para amortização das ondas das cheias, em qualquer

que seja o cenário considerado, portanto em condições de cheia normal ou extraordinária.

No entanto, pelo panorama já apresentado acima, pode-se observar que o volume de

armazenamento nos finais de Setembro de 2006 é satisfatório para a maior parte das

barragens, com excepção de Massingir que em Setembro de 2005, registou a pior quantidade

de água uma vez armazenado, devido sobretudo as obras de reabilitação. Importa contudo

referir que comparativamente aos anos passados os volumes armazenados são significativos

uma vez que a capacidade de armazenamento total da barragem aumentou com as obras de

reabilitação.

3.3 Previsão Global

A previsão para o trimestre Outubro a Dezembro de 2006 é de chuvas acima do normal para

a República Democrática do Congo (RDC), norte da Tanzânia, a maior parte da Zâmbia, sul

do Malawi e uma parte do norte de Moçambique. A restante parte da Tanzânia, a maior parte

de Moçambique, norte do Malawi, sul e nordeste da Zâmbia, Zimbabwé, a parte norte da

África do Sul e Suazilândia, a maior parte de Botswana, parte de Angola, Namíbia e a parte

sueste da Africa do Sul, noroeste de Madagáscar e Maurícias prevê-se normal com a

tendência para abaixo do normal. A grande parte da África do Sul, Namíbia, Madagáscar,

Botswana, Suazilândia, Angola e todo Lesoto prevê-se chuva normal abaixo do normal

(mapa 1).

A previsão para o trimestre Janeiro, Fevereiro e Março de 2007, é de chuvas variando de

normal a acima do normal a maioria da região da SADC que inclui a RDC, Norte da Zâmbia,

Sul da Tanzânia, Malawi, Moçambique, Madagáscar, Maurícias, nordeste da Suazilândia,

extremo nordeste e sul da Africa do Sul, oeste da Namíbia e de Angola. Para a zona norte da

Tanzânia prevê-se chuva acima do normal com tendência para normal. Para a maior parte de

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Angola, sul da Zâmbia, grande parte da Namíbia, Botswana, Lesoto, a maior parte da África

do Sul e sul da Suazilândia prevê-se chuvas variando do normal a abaixo do normal (mapa2).

Com este cenário dos países a montante, se espera que a região centro tenha o maior risco de

inundações sobretudo entre Janeiro e Fevereiro. As bacias mais afectadas serão as do

Zambeze, Púngoe, Buzi e Ligonha. Mais a sul, os riscos previsíveis são o Incomati. Se se

considerar o risco de Ciclones, o cenário aqui descrito poderá piorar.

ANTEVISAO PARA SADC OND 2006 JFM 2007

Mapa 1 Mapa 2

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IV. AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE ÀS CALAMIDADES

4.1 Quadro Histórico do Risco de Seca, Ciclones, Ch eias e Sismos (1976/2006)

As estatísticas disponíveis revelam a ocorrência cíclica de fenómenos naturais que, dado o

nível de exposição do país, provocam efeitos desastrosos principalmente nas populações

rurais. Desde 1976 ocorreram pelo menos 45 casos de calamidades causadas por inundações,

ciclones, seca, sismos e outros. A seguir apresenta-se o resumo das zonas mais vulneráveis a

calamidades em Moçambique.

a) Cheias

Os dados históricos das épocas chuvosas, indicam claramente que as inundações têm

afectado principalmente as regiões ao longo das bacias hidrográficas dos rios, as zonas baixas

e locais ou terrenos com sistema de drenagem inadequados, sendo de destacar:

Maputo: Matutuine, Boane, Moamba, Marracuene, Manhiça , Magude e Maputo Cidade;

Gaza: Xai-Xai, Bilene, Chókwè, Chicualacuala, Mabalane, Massingir, Chibuto e

Massangena;

Inhambane: Inharrime, Vilanculos, Inhassor, Mabote, Panda e Govuro;

Sofala: Cidade da Beira, Machanga, Búzi, Nhamatanda, Dondo, Marromeu, Caia, Chemba;

Manica: Machaze, Mossurize, Sussundenga e Tambara;

Tete: Mágoe, Zumbo, Cahora Bassa, Moatize e Mutarara;

Zambézia: Cidade de Quelimane, Morrumbala, Mopeia, Chinde, Inhassunge, Namacurra e

Maganja da Costa;

Nampula: Moma, Angoche, Memba e Laláua;

Cabo Delgado: Macomia, Palma , Mocímboa da Praia, Macomia, Pemba-Metuge e

Montepuéz.

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Tomando em consideração estas zonas de risco para as inundações e considerando as

previsões meteorológicas parece que as zonas de maior risco de inundações na época

2006/2007 são as seguintes:

Zambézia: Lugela, Chinde, Mopeia, Namacurra, Quelimane e Namarroi na

Manica: Manica, Sussudenga e Gondola

Sofala Machanga, Chibabava, Búzi, Beira , Dondo e Marromeu,

Tete: Angónia e Macanga

Maputo: Matutuine, Boane, Moamba, Marracuene, Manhiça , Magude

b) Ciclones

Os registos disponíveis para o

período em análise revelam que as

principais zonas de incidência dos

ciclones situam-se na costa do

território nacional, havendo porém

alguns ciclones que atingiram

fortemente zonas do interior. Mais

de 32 ocorrências de depressões

tropicais e ciclones foram registados

desde 1970 com maior incidência

nos seguintes distritos:

Cabo Delgado: Pemba-Metuge,

Mecufi, Mocímboa da Praia, Palma,

Ibo, Quissanga e Mueda;

Niassa: Cuamba, Mandimba e

Maúa;

Nampula: Mossuril, Angoche,

Memba, Moma, Ilha de

Moçambique, Namap, Mogincual ,

Mogovolas, Muecate e Nacala;

Zambézia: Chinde, Mopeia, Pebane, Quelimane, Maganja da Costa, Namacurra e

Inhassunge;

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Tete: Mutarara.

Manica: Machaze e Gondola;

Sofala: Machanga, Chibabava, Búzi, Beira , Dondo e Marromeu;

Inhambane: Inhambane, Vilanculos, Inhassoro, Govuro; Maxixe, Morrumbene, Jangamo,

Inharrime, Zavala, e Massinga;

Gaza: Xai-Xai, Bilene, Chókwè, Chibuto e Manjacaze;

Maputo: Magude, Manhiça , Boane e Marracuene

d) Sismos e Tsunamis

Moçambique é atravessado pelo vale do Rift que se estende desde o Lago Niassa para sul,

atravessando as Províncias de

Tete, Sofala até ao norte da

Província de Gaza. No Canal

de Moçambique existem duas

partes com alta sismicidade

sendo uma entre os paralelos

10º - 18º S; 40º - 42º E e 20º -

25º S; 37º - 41º E.

Esta situação torna o país

susceptível a ocorrência de

sismos e tsunamis. O último

embate sísmico que ocorreu

em Fevereiro de 2006 teve o

epicentro na província central

de Manica e atingiu a

magnitude 7,5.

Historicamente, o impacto dos sismos com epicentro nas zonas rurais é bastante reduzido

devido a vários factores entre eles, o tipo de infra-estruturas e a natureza dispersa da

população rural no entanto, é de presumir que se o epicentro se registar perto das cidades, os

danos poderão ter grande impacto. As cidades mais expostas a este fenómeno seriam a Beira,

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18

Chimoio, e Dondo. Se o fenómeno for Tsunami, é bastante difícil antever o seu impacto

dependendo da sua magnitude e localização do epicentro, é de presumir que no cenário pior

todos os aglomerados populacionais costeiros e das ilhas seriam atingidos.

e) Queimadas Descontroladas

Distritos onde se regista maior ocorrência de queimadas no país: Tete: Zumbo Maravia Chifunde Chiuta; Niassa: Lago, Sanga, Mecula, Marrupa,Cuamba,Macanhelas Cabo Delgado: Palma, Mocímboa da Praia, Moeda, Nairoto, Moedumbe; Nampula: Mecuburi, Mogovolas, Moma; Zambézia: Gilé, Morrumbala, Mopeia, Chinde; Sofala: Gorongosa, Maringue, Cheringoma, Búzi; Manica: Macossa, Guro, Machaze, Barue; Inhambane: Funhalouro, Massinga, Panda, Vilanculos; Gaza: Chigubo, Chicualacuala, Massangena, Mabalane; Maputo: Namaacha, Matutuine, Manhiça, Moamba.

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19

4.2 População em Risco de Calamidades

Tendo em conta os diferentes factores descritos anteriormente, previsão para a época

chuvosa, as perspectivas da campanha agrícola, a situação nas albufeiras e os Planos de

Contingência provinciais apurou-se a população em risco de calamidades o qual indica que,

em relação a época chuvosa anterior, poderá haver uma redução de 57%, 52% e 35%

respectivamente de cheias, seca, e ciclones. Vide tabela 5

Tabela 5: População em risco de calamidades

Província Populacao*

( INE) Cheias Seca Ciclones Cheias Seca Ciclones Sismos ** Cheia Seca Cicl

Maputo 2,208,000 188,287 164,151 6,381 29,903 35,551 10,850 -84.1 -78.3 70.0Gaza 1,277,000 79,638 250,000 62,000 40,077 137,878 61,158 -49.7 -44.8 -1.4Inhambane 1,350,000 67,500 95,244 269,085 52,332 77,495 77,596 -22.5 -18.6 -71.2Manica 1,281,000 30,289 29,465 9,000 28,775 20,000 8,550 220,000 -5.0 -32.1 -5.0Sofala 1,601,000 82,609 82,444 85,073 62,973 40,000 11,754677,039 -23.8 -51.5 -86.2Zambezia 3,627,000 153,923 97,000 87,850 41,773 45,000 87,850 -72.9 -53.6 0.0Tete 1,473,000 44,833 229,360 0 47,451 91,950 0 5.8 -59.9Nampula 3,588,000 124,339 128,925 685,091 25,479 50,000 524,131 -79.5 -61.2 -23.5Cabo Delgado1,585,000 8,680 45,329 37,580 6,299 44,938 22,530 -27.4 -0.9 -40.0Niassa 972,000 6,625 0 0 0 -100.0TOTAL 18,962,000 780,098 1,128,543 1,242,060 335,062 542,812 804,419 897,039 -57.0 -51.9 -35.2

2005/2006 2006/2007 Variacão (%)

Fonte:INGC

* Projecção do INE para 2006

** Sofala, inclui as cidades da Beira e Dondo e Manica inclui a cidade de Chimoio

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V. ACÇÕES A REALIZAR 5.1 Actividades de prontidão a) actividades antes do evento

No rol de actividades a realizar antes da ocorrência do evento não se incluem aquelas que

implicam implementação de medidas estruturais previstas no Plano Director para a redução

da vulnerabilidade mas sim apenas aquela que são necessárias implementar no contexto de

prevenção dos desastres previsíveis entre elas se destacam:

As acções a realizar antes do evento incluem:

• Divulgação do Plano de Contingência;

• Preparação de planos locais de emergência;

• Reciclagem e sensibilização do pessoal em questões de gestão de calamidades;

• Divulgação da informação meteorológica relevante;

• Realização de simulações de ocorrência de eventos;

• Divulgação de informação importante (rotas de evacuação e locais de abrigo);

• Pré-posicionar material e equipamento (escolar, medicamentos, bens alimentares e

não alimentares, bens de socorro) em locais de difícil acesso ou com potencial para

ficarem isolados em caso de chuvas;

• Inspeccionar e garantir a operacionalidade de infra-estruturas diversas (fontes de

água, pistas de aterragem, e outras);

• Monitoria e supervisão conjunta;

• Monitoria e aviso prévio as instituições competentes;

• Actualização de informação da população vulnerável.

b) Acções Durante o Evento

Na altura em que o perigo se verifica deverão ser levadas a cabo as acções seguintes:

• Acompanhamento da evolução dos eventos;

• Reactivação e operacionalização das equipas de piquete;

• Operações de busca e de salvamento;

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• Avaliação das necessidades de assistência humanitária de emergência ( formato em

anexo)

• Distribuição de alimentos e outros recursos;

• Distribuição de kits diversos;

• Coordenação e realização da assistência humanitária diversa

• Saneamento do meio;

• Providenciar abrigo aos desalojados.

c) Actividades Após o Evento

• Reconstrução de infra-estruturas;

• Construção de infra-estruturas (fontes de abastecimento de água, e outras) que

reduzem a vulnerabilidade;

• Distribuição de insumos agrícolas;

• Construção de infra-estruturas para o reassentamento das populações.

• Monitoria do estado de recuperação das populações e impacto das intervenções

5.2 Actividades Por Sectores Para uma execução harmoniosa do presente Plano de Contingência detalham-se a seguir as

actividades a serem realizadas por diversas instituições:

5.2.1. Instituto Nacional de Meteorologia

Neste período, o Instituto Nacional de Meteorologia, desenvolve acções no sentido de

garantir a emissão e disseminação em tempo real de informações ou previsões

meteorológicas para que a curto e longo prazo se planifique as acções tendentes a reduzir o

impacto de eventuais catástrofes. Estas acções são executadas em três fases:

1ª Fase: actualização da previsão sazonal de Moçambique e da região.

2ª Fase: Acompanhamento directo da evolução dos fenómenos meteorológicos e

monitorização da previsão através da elaboração de previsões diárias;

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Em caso de ocorrência de chuvas intensas, serão elaborados avisos especiais com a indicação

das regiões potencialmente vulneráveis.

Considerando que o país é vulnerável a ciclones tropicais, o INAM vai atentamente

acompanhar a evolução da época ciclónica nas águas do Sudoeste do Oceano Indico, para

permitir a emissão de avisos de ciclones tropicais atempadamente.

Em Dezembro de 2006 será feita uma avaliação do primeiro trimestre da época chuvosa e

actualização da previsão divulgada em Setembro para o período de Janeiro à Março de 2007.

3ª Fase: Avaliação final sobre o comportamento da época.

a) Acções de formação

INAM irá desenvolver acções de reciclagem e capacitação dos meteorologistas no domínio

das tecnologias para a elaboração de avisos ou alertas.

b) Recursos necessários

O INAM dispõe de um sistema global de telecomunicações e de satélite modernizado o que

permite a troca regular de informações com outros centros regionais e mundiais. No entanto,

a troca de informação dentro do país nem sempre tem sido em tempo útil sendo para isso,

necessário reforço dos meios existentes através de aquisição e instalação de sistemas de

comunicação para permitir a difusão de informação e dados das estações meteorológicas

distritais.

Para a realização deste objectivo, será necessário dotar cada distrito com um (1) GPRS

Modem.

5.2.3 Ministério da Agricultura Tendo em conta as previsões para a campanha agrícola 2006/7, o sector de agricultura

propõe-se a realizar as seguintes acções:

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a) Zona Sul

Na área de Sementes

Tendo em conta as probabilidades de ocorrência de chuvas a baixo do normal no período

(OND), o MINAG irá promover o uso de variedades apropriadas, tais como:

• Milho: Matuba, Semoc 1, Changalane, Djandza ;

• Arroz: Mamima, Chupa, ITA-312, c4-63 ;

• Feijão nhemba, IT 18, Timbawene;

• Amedoim: Bebiano branco, Sellie, Nametil;

• Bata doce: Tis 2534, Tis 2532;

• Mandioca: Chinhembwé, Gangassol, Fernando pó, Munhaça e Macia 2 e outras

incluindo culturas locais que melhor se adaptam. Máximo aproveitamento das zonas

baixas e húmidas.

Para o período (JFM) onde as probabilidades de ocorrência de chuvas acima do normal são

altas, serão promovidas as seguintes variedades:

• Milho: Matuba, Semoc 1, Changalane, Djanza;

• Feijao: vulgar Bonus, Diacol, calima, Manteiga e

• Hortícola, obviamente sem excluir as variedades locais que melhor se adaptam.

Na área de Sanidade Vegetal

Prevê-se o surgimento da lagarta de amendoim no primeiro período (OND) pelo se deve ter

atenção especial prevendo-se a aplicação da Cipermetrina para o seu controle.

Atenção especial será dada ao gafanhoto elegante nos dois períodos (OND e JFM) onde se

prevê a eclosão da praga. A acção planificada inclui as inspecções das machambas, combate

das ninfas com aplicação de insecticidas.

Será promovida a Vigilância e controle de ratos nos dois períodos (OND e JFM).

Recomenda-se aos camponeses o uso de ratoeiras de campo, raticidas e manter-se os campos

limpos

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Vai ser dada atenção a lagarta invasora nos dois períodos (OND e JFM) com acções de

monitoria constante nos campos e que disponibilidade de pesticidas atempadamente.

Prevê-se a ocorrência do pardal de bico vermelho nas zonas de nidificação e nos campos

com cereais de grão fino nas províncias de Gaza (nas baixas do rio Limpopo e no regadio de

Chókwè em particular) e Maputo (distritos de Magude, Manhiça e Matutuine). Assim, vão

ser realizadas prospecções e monitoria das zonas de nidificação e de pernoita nos dois

períodos (OND e JFM). Há que adquirir Queletox 64% ULV para aplicar nas zonas de

permoite e de nidificação das aves.

Prevê-se a eclosão do vírus do enrolamento das folhas nas hortícolas (tomate, pimento) e

batata reno, em particular nos distritos de Moamba e Namaacha e Chókwè no período OND.

Para o seu controle prevê-se a aquisição e aplicação de quimícos como Mospilan 22.2% SL,

Actara 25 WG entre outros (recomendáveis nas lojas agro-químicas) para controlo da mosca

branca, que é o vector de transmissão do vírus.

b) Zona Centro

Na área de Sementes

Tendo em conta que esta zona apresenta probabilidades de ocorrência de chuvas a baixo do

normal vai se priorizar o uso das seguintes variedades:

• Milho: Matuba, Semoc 1, Djanza, Chinaca, Sussuma, Manica, Manica SR, Mocuba;

• Arroz: Mamima, Chupa, ITA 312, C4-63;

• Mapira: Macia;

• Feijao: nhemba, IT18;

• Amendoim: Bebiano branco, Sellie, Nametil;

• Batata doce: Maria, Chigarapamesa, Registo, Japon, Selecto, Jonatham, Lo-323,

Caronex, Candee, CN1448-49, Taining;

• Mandioca: Mulaleia, Macia 1, MZ 89001, MZ 80186, Mocuba, M’parapato,

TMS30001, Seis meses as variedades locais.

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Tendo em conta o segundo período (JFM) onde as probabilidades de ocorrência de chuvas

acima do normal as variedades de sementes a serem adquiridas e utilizadas são as seguintes:

• Milho: Para além das variedades de polinização aberta, podem –se considerar

as variedades híbridas tais como SC-403, SC-407, SC-513, SC-621, SC-627,

PAN 67, PAN 6243;

• Feijao vulgar (Bonus, Diacol, calima);

Na área de Sanidade Vegetal

Haverá maior vigilância a eclosão de pragas migratórias (gafanhoto vermelho e lagarta

invasora) nas províncias de Sofala e Manica. Atenção especial a província de Sofala onde se

situa a maior zona de eclosão do gafanhoto vermelho no perímetro de Buzi- Gorongosa.

Igualmente se vai monitorar o gafanhoto elegante no período (JFM) onde se prevê a eclosão

da praga. Os camponeses vão ser encorajados a usar sistemas de consociação de leguminosas

com cereais para controle dos percevejos, principalmente na província de Tete no período

OND. Finalmente vai se recomendar aos produtores tratamentos dos celeiros com

insecticidas antes de armazenar uma nova colheita, aplicando Actellic Super 2% DP e Super

Control, para o controle da pragas de armazém.

c) Zona Norte

Na área de Sementes

Tendo em conta probabilidades baixas para o período de (OND) e altas para o período de

(JFM) e considerando que nesta zona o calendário agrícola em condições normais tem o pico

em Dezembro e Janeiro recomenda-se sementeiras no período normal as seguintes

variedades:

• Milho: Variedades híbridas (SC-513, SC-621, SC-627, PAN 67, PAN 6243)

• Milho: Variedades de polinização aberta (Angónia, Sussuma, Manica, Manica SR,

Tsangano, Milange);

• Arroz: Chupa, Agulha, Chibiça, ITA 312 ;

• Feijão nhemba: IT18, INIA 36, INIA 37;

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• Feijão boer Variedade 040;

• Amendoim: Namitil, Mamane ;

• Batata doce: Registo,Lo-323, Caronex, Kandee, CN1448-49, Tainiung 64, Cordner;

• Feijão vulgar: Diacol calima;

• Hortícolas e naturalmente incluindo as locais e outras que melhor se adaptam.

Na área de Sanidade Vegetal

Atenção ao mosaico africano da mandioca no segundo período (JFM) tendo em conta que a

doença é transmitida pela mosca branca que se multiplica facilmente com excesso de

humidade. Para o controlo da doença recomenda-se uso de estacas sãs obtidas das plantações

inspeccionadas, arrancar e queimar as plantas infectadas bem como uso de variedades

tolerantes. Atenção a podridão radicular da mandioca, recomenda-se variedades de mandioca

( Nikuaha, (Nlache, Binte Massueca, Chigoma, Mafia, Nachinyaya e Macia 1) com especial

atenção as zonas onde o índice de infestação é alarmante e pode-se agravar com o aumento

de humidade do solo.

Atenção ao gafanhoto elegante no período (JFM) onde se prevê a eclosão da praga, visto que

para a sua eclosão depende de quedas pluviométricas. Recomenda-se inspecções nos

arredores das machambas, combate das ninfas com aplicação de insecticidas Baytroid,

repcord, deltametrina entre outros (recomendáveis nas lojas agro-químicas)

Atenção especial para a província do Niassa (planícies dos lagos Chirua e Chiuta no distrito

de Mecanhelas) onde se localiza a segunda zona de eclosão do gafanhoto vermelho.

Recomenda-se a aplicação de Baytroid e Deltametrina.

Na área de Pecuária

No período de OND se prevê para todo o país, promover a extracção de gado em zonas

aparentemente sobrecarregadas, para aliviar o sobre pastoreio e manter um controlo de

carraças adequado para evitar a sua explosão com a queda de chuvas esporádicas. Atenção

especial para a província de Gaza em relação á Teileriose.

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__________________________________________________________________________ Mais vale prevenir que remediar

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No período que vai entre Janeiro e Março há que assegurar a existência de stocks de

acariciadas e que os sistemas de tratamento (tanques, chuveiros e corredores) estejam em

condições. Igualmente há que prestar atenção particular ao aparecimento de doenças como a

Dermatofilose e a Dermatose Nodular e assegurar as vacinações contra a Dermatose Nodular

nas zonas onde os surtos são frequentes e garantir um stock de antibióticos.

Tabela 6: Custo estimado para as actividades de emergência do MINAG (103Mtn)

Actividades Resultados Orçamento

Disponibilização de insumos agrícolas em formas de ferias de sementes.

Reforçada a capacidade de disponibilidade de insumos nas famílias vulneráveis.

14.580

Disponibilização de insumos através de realização de feiras de insumos

Reposição da capacidade produtiva

7.020

Reposição e alargamento das áreas com culturas perenes, raízes e tubérculos através da produção e distribuição de plântulas

Aumento das áreas com culturas tolerantes a seca

3.780

Aquisição e distribuição de equipamento de bombagem

Aumento das áreas irrigáveis

9.450

Harmonizar o controle de queimadas e equipar as instituições para a monitoria, prevenção e combate

Redução das áreas queimadas

5.000

Educar as comunidades em matérias de gestão das queimadas descontroladas

1.200

41.030 Fonte: MINAG

5.2.4 Ministério das Obras Públicas e Habitação

5.2.4.1 Direcção Nacional de Águas a) Acções Previstas

As medidas de mitigação previstas consistem no seguinte:

• Gestão eficiente das albufeiras, com vista à manutenção dos volumes armazenados;

• Gestão das secas através dos instrumentos de análise hidrometeorológica disponíveis

na DNA e no INAM

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b) Custos Estimados

Os custos apresentados na tabela 2 referem-se aos associados às medidas de prevenção contra

as cheias e à atenuação dos problemas de escassez de água em condições de ocorrência de

secas.

Tabela 7: Custos das actividades (103Mtn)

Área de intervenção Custos

Sistema de Previsão, aviso e alerta 6.750

Abastecimento de água e saneamento 13.500

Total 20.250

Fonte: DNA

5.2.4.2 Administração Nacional de Estradas As principais actividades para o sector de estradas, em caso de emergência,

• Reparação de estruturas de drenagem, • Abertura de valetas abaulamentos • Reparações de plataformas,

• Ensaibramento

Para a execução dessas actividades, o sector de estradas dispõe de um total de 41861 milhões de meticais e um financiamento externo de cerca de 2.85 milhões de dólares.

5.2.5 Ministério da Saúde ( MISAU) a) Acções de carácter geral

• Melhorar a capacidade de detecção precoce das doenças com potencial epidémico,

através da intensificação da vigilância epidemiológica.

• Identificar e treinar activistas, bem como outro pessoal técnico de saúde para a prestação

de cuidados médicos básicos as populações em situação de emergência.

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• Aumentar a capacidade do laboratório no diagnóstico das principais doenças epidémicas

(Cólera, Disenteria e Meningite ).

• Identificar nas zonas afectadas, infraestruturas para o tratamento das principais doenças

epidémicas, bem como armazenamento de material médico cirúrgico e outros

• Identificar espaços para criação de infraestruturas de emergência para o atendimento de

doentes se necessário.

b) Acções de carácter específicas

• Garantir através de acções multidisciplinares o abastecimento de água potável para a

população afectada;

• Promoção de medidas de prevenção individual e colectiva na população em geral;

• garantir a vacinação da população afectada contra a Meningite a partir dos 2 anos de

vida;

• Garantir a luta antivectorial da malária, através da puliverização intra e extra

domiciliária;

• Prevenção da malária nos grupos de risco, com prioridade para mulheres grávidas e

crianças menores < 5 anos;

• Distribuição de redes mosquiteiras e promoção do uso de repelentes;

• Garantir através de acções multidisciplinares o fornecimento de alimentos para a

população afectada e tratamento dos casos de mal nutrição.

Tabela 8: Resumo de actividades para o sector da Saúde e o respectivo orçamento (103Mtn)

Actividade Custo

Aquisição de Medicamentos e outros artigos 21,600,000Visitas de supervisão 270,000Contratação de pessoal adicional em casos de emergência 1,620,000

Formação 108,000

Outros gatos operacionais 675,000Total 24,273,000 Fonte: MISAU

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5.2.6 Defesa Nacional (MDN)

No âmbito do Plano de Contingência o Ministério da Defesa Nacional propõe-se realizar as

seguintes actividades:

a) Prevenção

Participar na:

• Execução de exercícios de simulação;

• Preparação das forças a envolver durante e depois da ocorrência das calamidades;

• Realização de palestras de sensibilização das populações de zonas de maior risco;

• Identificação e delimitação das zonas de risco bem, como das zonas para o

reassentamento populacional através de cartógrafos militares;

• Mobilização de meios materiais e humanos para a construção ou a recuperação de

diques de defesa contra cheias nas zonas de risco;

b) Prontidão e resposta

Apoiar as acções de emergência com pessoal, materiais, meios e transporte aéreo, naval e

terrestre:

• Realizar acções de busca, salvação e evacuação da população em risco para locais

seguros;

• Disponibilizar meios humanos e materiais para a facilitação do trabalho de outros

contingentes de forças estrangeiras envolvidas nas operações de busca e resgate;

• Participar nos esforços de apoio humanitário com o MISAU, MINAG, MOPH,

MICOA e MITUR.

c) Necessidades em materiais e orçamento

Para permitir uma participação eficaz das Forças Militares a envolver nas operações é

pertinente que haja a disponibilização de recursos materiais e financeiros. O quadro abaixo

resume as necessidades adicionais para equipar ao correspondente a uma unidade de nível de

batalhão, reconhecendo, com tudo, a insuficiência dos mesmos. Além disso, considera-se

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__________________________________________________________________________ Mais vale prevenir que remediar

31

importante a recuperação dos meios aéreos (2 helicópteros, dois aviões AM-26) e aquisição

de meios navais (botes pneumáticos).

Tabela 9– Material necessário para responder a emergência e o custo (103Mtn)

D e s c r i c a o T o t a l

M e io s g e r a is 1 4 , 2 7 8 . 9 5

M e io s d e d e s m i n a g e m 3 , 3 6 4 . 4 7

E q u ip a m e n t o l o g i s t i c o d e c a m p a n h a 4 , 6 2 9 . 9 6

E q u ip a m e n t o d e c o z i n h a e r e f e i t o r i o 1 6 . 2 0

E q u ip a m e n t o l o g i s t i c o d e t r a n s p o r t e 9 , 7 2 0 . 0 0

E q u ip a m e n t o e m e io s d e t r a s p o r t e m a r i t i m o e f l u v i a l 2 , 7 0 0 . 0 0

O u t r o s e q u i p a m e n t o s 1 , 7 8 2 . 0 0

T o t a l 3 6 , 4 9 1 . 5 8 NB. Valores ajustáveis a real situação de emergência Fonte: MDN

* 1

5.2.7 Coordenação da Acção Ambiental (MICOA)

Cabe ao MICOA a responsabilidade de coordenar, orientar e prestar assistência técnica

necessária aos órgãos locais e outras instituições no âmbito de elaboração e implementação

de Planos de Ordenamento Territorial, reassentamento da população vulnerável, avaliação

do impacto ambiental nas áreas em que tal se exija, bem como actividades de promoção ao

combate à degradação ambiental, considerando as mudanças climáticas.

5.2.8 Administração Estatal (MAE)

5.2.8.1 Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC)

5.2.8.1.1 Ajuda Alimentar

Na eventualidade da ocorrência de uma crise alimentar, devido a ocorrência de uma seca,

cheia ou ciclone, as distribuições de alimentos devem assegurar a distribuição de pelo menos

2,231 KCal/ dia/ pessoa, redistribuídas entre milho, legumes e óleos como se mostra a seguir:

1 os meios gerais incluem Barcos auto propulsionados, Pontes mecânicas , geradores, sistemas mecânicos para abertura de

poços e outros, meios de engenharia militar para construção de edifícios, pontes e estradas bem como para fortificação.

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__________________________________________________________________________ Mais vale prevenir que remediar

32

• Milho 13,5 kg

• Feijão 1,2 kg

• Óleo 0,3 kg

• Conservas 0,3kg

Tabela 10: População em Necessidade eventual de Ajuda Alimentar

2005/6 2006/7 2005/6 2006/7Maputo 358,819 76,304 108,120 22,891Gaza 391,638 239,113 118,621 71,734Inhambane 431,829 207,423 129,803 62,227Manica 68,754 57,325 8,243 17,198Sofala 250,126 114,727 236,284 34,418Zambezia 338,773 174,623 89,060 34,925Tete 274,193 139,401 101,506 41,820Nampula 938,355 599,610 304,592 23,984C Delgado 91,589 73,767 5,335 22,130Niassa 6,625 0 11,543 0Total 3,150,701 1,682,293 1,113,107 331,327

Cenário Mínimo PROVINCIA Cenário Máximo

Fonte: INGC

Tendo em conta ao acima exposto, estima-se que para cobrir as necessidades alimentares de

cerca de 331 mil pessoas num período de insegurança alimentar de 3 meses, seriam

necessárias cerca de 15.000 toneladas de alimentos, num custo total de cerca de 146 milhões

de meticais incluindo o transporte ( tabela 11)

Tabela 11: Quantidade de alimentos necessária e respectivo custo (103Mtn)

2006/7 Q (t) Custo Q (t) Custo Q (t) Custo Q (t) Custo Q (t) Custo Maputo 22,891 927 5,563 82 1,154 21 309 21 206 1,051 7,231Gaza 71,734 2,905 17,431 258 3,615 65 968 65 646 3,293 22,661Inhambane 62,227 2,520 15,121 224 3,136 56 840 56 560 2,856 19,658Manica 17,198 697 4,179 62 867 15 232 15 155 789 5,433Sofala 34,418 1,394 8,364 124 1,735 31 465 31 310 1,580 10,873Zambezia 34,925 1,414 8,487 126 1,760 31 471 31 314 1,603 11,033Tete 41,820 1,694 10,162 151 2,108 38 565 38 376 1,920 13,211Nampula 23,984 971 5,828 86 1,209 22 324 22 216 1,101 7,577C Delgado 22,130 896 5,378 80 1,115 20 299 20 199 1,016 6,991Niassa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Subtotal 331,327 13,419 80,512 1,193 16,699 298 4,473 298 2,982 15,208 104,666Transporte 36,231 3,220 805 805 41,061Total 331,327 13,419 80,512 1,193 16,699 298 4,473 298 2,982 15,208 145,728

ProvínciasÓleo Conservas Totalcereais Feijão

Fonte: INGC

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O Programa Mundial da Alimentação, PMA, instituição representante dos doadores para

assistência alimentar, tem planificado um programa de recuperação e alivio as pessoas

vulneráveis a seca e ao HIV/SIDA até ao final de 2007 (PRRO 10310). A distribuição de

alimentação é feita através de actividades Comida para Criação de bens (FFA), AGV:

Alimentação aos Grupos Vulneráveis, AE: Alimentação Escolar e Alimentação aos

agregados afectados e infectados com HIV/SIDA.

Neste âmbito o PMA tem planificado assistir nas zonas mais afectadas do centro e sul do

Pais, com as seguintes quantidades:

Tabela 12: numero de beneficiários da ajuda alimentar ( Programa de Recuperação e alívio)

Período Stoks (tons) Previsões Chegada (tons)

Beneficiários planificados de Ass. Alimentar

Outubro 2,165 1,900 180,000 Out 06 – Dez 06 0 2,500 244,000 Jan07 - Marco 07 0 0 170,000

Fonte: PMA

Actualmente o PMA assiste entre 180,000 a 200,000 pessoas/ mes, dentro do Programa de

Recuperação e Alivio.

As previsões actuais de entradas de alimentos pelo PMA, não demonstram uma situação

estável, estando previsto ruptura de stocks a partir de Novembro, particularmente cereais,

pelo que este ano o PMA não poderá fazer o usual pré- posicionamento de alimentos em

locais críticos.

5.2.8.1.2 Meios Necessários e Disponíveis para Operações de Resgate

Com base na previsão de ocorrência de inundações em algumas bacias hidrográficas da zona

centro e sul do país, o INGC prevê que sejam necessários materiais e equipamentos de

busca, socorro e sobrevivência em caso de desastres. A tabela 13 indica os meios disponíveis

e os que serão necessários , bem como o custo da sua aquisição de ciclones ou inundações,

cujo detalhe por províncias se pode ver na tabela 13.

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Tabela 13: Equipamento necessário e disponível por regiões (103Mtn)

Neces. dispon. Neces. dispon. Neces. dispon. Neces. dispon.Barcos a motor 3 62 62 40 33 78 98 180 29,400Barcos a remo 447 0 447Camiões* 30 2 28 10 27 12 85Motores 10 6 6 10Geradores 7 12 10 14 16 26 33 0Tendas 320 200 13,369 500 265 13,954 700 41,862Lonas 300 8,550 188 9,038 0 3,615Mantas 20,000 100 62,388 82,388 100 16,478Kits de Cozina 500 50,734 800 51,234 800 10,247Tanques de água 4 4 0 8,000Equip. de comunicação Rádios 9 22 32 4 62 13 116 208Telefone Celular* 9 9 4 4 13 13 12Satélite 1 1 2 0 1,250Combust. e lebrificantes (l) 22,000 0 22,000 1,600Total 0 0 112,671

Custo do nec.

Equipamentos e Materiais

RegiõesSul Centro Norte Total

Fonte: INGC

5.2.8.1.3 Coordenação do Processo

A gestão de calamidades como uma questão transversal exige que as acções a desenvolver

nas diferentes fases de gestão de calamidades, sejam de carácter multisectorial e

pluridisciplinar o que exige uma coordenação entre os diferentes intervenientes por forma a

evitar sobreposições e maximizar os resultados das operações.

Neste contexto e o INGC como instituição coordenadora das acções na gestão de

calamidades, prevê uma contingência de cerca de Mtn 18 milhões essencialmente para:

• O pre-posicionamento dos meios em locais estratégicos,

• Mobilização de todas as forças necessárias para a intervenção,

• Activação do sistema de aviso prévio de ciclones tropicais e inundações,

• Reajustamento do Plano de Contingência,

• Monitoria permanente da época chuvosa.

• Para além destas acções, prevê-se a criação do CENOE, orçada em cerca de 8 biliões

de meticais. O CENOE tem como propósito, conferir ao país um dinamismo no

processo de coordenação das acções de emergência no país. Para isso, será necessário

P C 2006/2007 CCGC, OUTUBRO06

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Tabela 14: Orçamento para a gestão do processo (103Mtn)

Sul* Centro** Norte Sede Total

Pre-posicionamento 1,600 1,300 298 3,000 6,198

Gestão do Processo e Monitoria 1,100 1,050 753 3,000 5,903

Criacão do CENOE 8,000 8,000

Outros custos 700 155 100 1,173 2,128

Total 3,400 2,505 1,151 15,173 22,229

RigiõesActividades

Fonte: INGC

5.2.8.1.4 Custos de Reconstrução

A reabilitação pós calamidades incluem a reconstrução de infra-estruturas socais, apoio para

a reconstrução de habitações de pessoas mais carenciadas entre elas, idosos, doentes, crianças

órfãs e mulheres chefes de famílias sem fontes de rendimento. Para o efeito, prevê-se um

total de Mtn 5.680 milhões.

Tabela 15: Necessidades para reconstrução pós calamidades (103Mtn)

Regiões

Sul Centro Norte Total

Apoio a famílias mais carenciadas 1,800 2,020 750 4,570

Outros custos 250 800 60 1,110

Total 2,050 2,820 810 5,680

Rubricas

Fonte: INGC

5.2.8.1.6 Resumo do Orçamento do INGC

Para operacionalização do presente Plano de Contingência, o INGC, na qualidade de

coordenador de todo o processo de Gestão de calamidades no país necessita de um valor

global de 286 milhões. Vide tabela 16.

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Tabela 16: Orçamento do INGC (103Mtn)

Sul Centro Norte

Ajuda alimentar 68,988 56,457 20,282 145,727

Equipamento necessário 112,671 112,671

Coordencão e Monitoria 3,400 2,505 1,151 15,173 22,229

Reabilitacãom pós calamidade 2,050 2,820 810 5,680

Total 74,438 61,782 22,243 127,844 286,307

RegiõesSede TotalRubrica

Fonte:NGC

5.2 Resumo dos Custos por Sector e Região Em resumo, o orçamento de contingência totaliza cerca de Mtn 539 milhões conforme a

tabela 17.

Tabela 17: Resumo do orçamento por sectores (103Mtn)

INGC MOPH MISAU MICOA MDN MINAG MEC MMAS MIC MTC MINT MIREMTotalNível Central 127,844 62,111 24,273 0 37,468 41,030 292,726Provincias 0

Maputo 11,168 47 70 24 550 397 24 25 12,305

Gaza 32,851 10,100 42,951

Inhambane 28,669 8,000 1,000 7 1,500 25 25 43 30 39,299

Sofala 8,764 939 951 420 252 1,020 41 16 49 43 42 912 13,449

Manica 15,738 15,738Tete 16,036 5,133 913 4,503 233 12,692 1,400 350 83 60 41,403Zambezia 18,994 4,300 1,168 470 6,139 720 540 32,331Nampula 15,910 1,775 300 150 60 1,909 30 25 30 15 800 21,004C.Delgado 10,333 2,483 1,568 7,330 5,476 244 27,434Subtotal 158,463 30,294 6,885 7,142 545 31,140 2,583 6,461 2 00 188 301 1,712 245,914Total 286,307 92,405 31,158 7,142 38,013 72,170 2,583 6,461 200 188 301 1,712 538,640

Fonte: CTGC

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MDN, 7.1%

MIREM 0.3%

MOPH 17.2%

MISAU 5.8%

MICOA 1.3%

INGC 53.2%

MEC 0.5%

MMAS 1.2%

MINAG13.4%

MINT 0.1%

MTC 0.0%

MIC 0.0%

INGC* MOPH MISAU MICOA MDN MINAG MEC MMAS MIC MTC MINT MIREM

Grafico 5 Distribuicão percentual do orcamento pelo s sectores

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VI ORGANIGRAMA DA COORDENAÇÃO

A resposta às calamidades é feita por várias instituições desde a base até ao topo.

Os órgãos de coordenação e gestão das calamidades são os que constam do organigrama

abaixo:

CONSELHO DE MINISTROS

CONSELHO COORDENADOR DE GESTAO DE CALAMIDADES

MAE

INGC CONSELHO TECNICO

PROVINCIAS

DISTRITOS

UN, ONGs,DOADORES

OUTROS

____ SubordinaçãoCoordenação

Organigrama de Gestão de Calamidades

P. ADMINISTRATIVOS Legenda:

INAM

AGUAS

AGRICULTURA

AMBIENTE

SAUDE

BOMBEIROS

DEFESA

ESTRADAS

TRANSPORTE

REC. MINERAIS

HAB. URBANISMO IND.COMERCIO

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VII GLOSSÁRIO

Neste capítulo são apresentadas as definições de algumas expressões que são utilizadas ao

longo do documento.

Não sendo muito elaboradas do ponto de vista teórico e académico espera-se que elas possam

permitir uma melhor compreensão do documento.

Perigo - Perigo é uma ameaça potencial às pessoas e ao seu bem estar. Os perigos podem ser

naturais ou provocados pelo homem.

Exemplos de perigos naturais são a seca e os ciclones. Um derramamento de combustível já é

um perigo provocado pelo homem.

Risco - É a possibilidade de um determinado perigo ocorrer e as suas prováveis

consequências para pessoas e bens.

Emergência - Situação de gravidade excepcional que obriga a a tomar providências

apropriadas

Vulnerabilidade - O nível em que as pessoas ou as estruturas socio-económicas são

afectadas por um perigo. A vulnerabilidade refere-se à capacidade das pessoas de antecipar o

perigo, suportar o perigo, resistir e recuperar do seu impacto.

Calamidade - A calamidade verifica-se quando o impacto de um perigo é tal que a

população que sofreu o perigo não tem capacidade para lidar com a calamidade. Muitas

vezes, parte dos efeitos da calamidade incluem perda de vidas humanas e de bens.

P C 2006/2007 CCGC, OUTUBRO06

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Mitigação - Qualquer acção tomada para minimizar a extensão de uma calamidade ou de

uma calamidade potencial. As medidas de mitigação podem ocorrer antes, durante ou depois

de uma calamidade.

Prevenção - Actividades para garantir que o impacto negativo dos perigos e calamidades

relacionadas são evitadas.

Epidemia -é a ocorrência de um número de casos da uma doença que ultrapassa o que seria

de esperar num dado tempo e lugar.

Emergência -define-se só dentro do contexto social, político e nas circunstâncias

epidemiológicas nas quais ocorre, desde que tais circunstâncias afectem significativamente a

urgência em que as acções têm que ser realizadas e a necessidade de cooperação adicional.

Os desastres naturais são uma causa frequente de emergência e epidemias em Moçambique.